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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I ASSUNTO: TINTAS E VERNIZES INTRODUÇÃO Estamos constantemente cercados por cores que alegram todos os ambientes. Estas cores geralmente são dadas através das tintas, mas o que é uma tinta e qual a sua finalidade? A história do uso das cores e da pintura se confunde com a própria história da humanidade. O ser humano na pré-história, possuidor de limitados recursos verbais para transmitir experiências, viu-se obrigado a desenvolver alternativas que complementassem sua comunicação e que perpetuasse a informação. Neste contexto, os pigmentos eram utilizados somente como veículo de comunicação ao possibilitar a representação iconográfica do cotidiano do homem primitivo. Mais tarde, juntamente com a evolução humana, às tintas foram sendo atribuídas outras funções. Assim, já começavam a ser utilizadas como elemento de decoração e proteção de superfícies. A pintura é uma das últimas etapas de uma obra, mas deve ser pensada desde o início do projeto, pois, ao definirmos o tipo de pintura devemos levar em consideração as condições do ambiente em relação ao clima da região, o tipo de ocupação entre outros aspectos relevantes. Caso o ambiente seja externo, também teremos que considerar as agressões atmosféricas. INTRODUÇÃO Para a engenharia, podem-se identificar as seguintes classes de pinturas: Pintura arquitetônica – são aquelas cujo propósito primário é decorativo, apesar de que as funções protetoras não serem desprezadas. Elas incluem o conjunto de tintas e vernizes para aplicação interna ou externa, em madeira ou alvenaria e argamassa; Pintura de manutenção – são aquelas aplicadas primeiramente para proteção e incluem um conjunto de recobrimentos aplicados ao ferro, aço e concreto; Pinturas de comunicação – são aquelas cujo propósito primário é a prevenção de acidentes, identificação de equipamentos de segurança, delimitação de áreas e advertindo contra perigo, classificando categorias de operários, etc. INTRODUÇÃO CONCEITO E FUNÇÃO Tomando-se uma definição geral, tinta é uma mistura homogênea de solventes, aditivos, resinas e pigmentos que tem por finalidade revestir uma superfície de modo a protegê-la contra a ação de intempéries de todos os gêneros, bem como funcionar como elemento de decoração. Outra definição mais completa é a de que tinta é uma mistura estável entre pigmentos e cargas dispersos numa resina líquida que, ao ser estendida numa fina película, forma um filme aderente ao substrato com a finalidade de cobrir, proteger e embelezar. Neste contexto, entende-se como tinta uma composição química líquida pigmentada ou não que, ao ser aplicada em um substrato, se converte em filme sólido por mecanismos característicos de cada tipo de tinta. Sendo assim, suas funções consistem em: criar uma película protetora de superfícies, sinalizar, distribuir iluminação e ornamentar ambientes, isto é, as tintas possuem quatro funções básicas: higiene, iluminação, proteção e segurança. CONCEITO E FUNÇÃO Normalmente as tintas de revestimento são classificadas como: Tintas Imobiliárias / Linha Imobiliária Tintas Automotivas / Linha Automotiva Tintas Industriais / Linha Industrial Quando a tinta não contém pigmentos, ela é chamada de verniz. Por ter pigmentos a tinta cobre o substrato, enquanto o verniz deixa transparente. CONCEITO E FUNÇÃO COMPOSIÇÃO DAS TINTAS Em sua essência, a tinta é composta por veículos, pigmentos, solventes e aditivos. Assim, os veículos ou aglutinadores constituem as resinas para tintas a base de solventes e as emulsões para tintas a base de água. Servem para unir as partículas de pigmento. Os pigmentos podem ser ativos ou inertes. Os ativos conferem cor e cobertura e os inertes conferem enchimento, facilidade de lixamento, entre outras propriedades. Os aditivos melhoram ou aperfeiçoam uma série de características das tintas, sejam elas à base de água ou solvente. Um deles, os espessantes, trabalham a viscosidade na tinta e a espessura que o filme da tinta vai ter, depois de seca. COMPOSIÇÃO DAS TINTAS Resina – é a parte não-volátil da tinta, que serve para aglomerar as partículas de pigmentos. A resina também denomina o tipo de tinta ou revestimento empregado. É ela responsável pela formação da película protetora na qual se converte a tinta depois de seca. Outra função é a de proporcionar brilho, aderência, elasticidade e resistência. Assim, por exemplo, temos as tintas acrílicas, alquídicas, epoxídicas, etc. Antigamente as resinas eram a base de compostos naturais, vegetais ou animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria química ou petroquímica por meio de reações complexas, originando polímeros que conferem às tintas propriedades de resistência e durabilidade muito superior às antigas. COMPOSIÇÃO DAS TINTAS COMPOSIÇÃO DAS TINTAS Pigmento – material sólido finamente dividido, insolúvel no meio. Utilizado para conferir cor, opacidade, certas características de resistência e outros efeitos. São divididos em pigmentos coloridos (conferem cor), não-coloridos e anti-corrosivos (conferem proteção aos metais). Aditivo – ingrediente que, adicionado às tintas, proporciona características especiais às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Utilizado para auxiliar nas diversas fases da fabricação e conferir características necessárias à aplicação. Existe uma variedade enorme de aditivos usados na indústria de tintas e vernizes, como secantes, anti-sedimentantes, niveladores, antipele, antiespumante, etc. Solventes – líquido volátil, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas e correlatos para dissolver a resina. São classificados em: solventes aditivos ou verdadeiros, latentes e inativos. COMPOSIÇÃO DAS TINTAS TINTAS IMOBILIÁRIAS Linha Imobiliária: é a linha cujos produtos são indicados para uso em edificações residenciais e comerciais. O volume e a concentração de pigmentos nas tintas regulam os diferentes níveis de brilho e interferem inclusive na resistência do produto. As variações de brilho são calculadas através de um índice chamado PVC (pigmento-volume-concentração). Assim, quanto menor for o índice, mais baixo será o volume de pigmentos e maior o brilho da tinta. Conforme o volume de pigmentos da fórmula, uma tinta imobiliária é dividida em três tipos: semi-brilho, fosca e acetinada e sua indicação deve estar de acordo com as características de cada uma delas. TINTAS IMOBILIÁRIAS TINTAS IMOBILIÁRIAS As tintas PVA látex são compostas por resinas à base de dispersão aquosa de polímeros vinílicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, glicóis e tensoativos etoxilados e carboxilados. Sua aplicação deve ser feita com rolo de lã, trincha ou pistola. Esta tinta apresenta probabilidade de apresentar um ligeiro manchamento quando exposta a água (sereno ou chuvas leves), ocorrendo geralmente no período de cura do filme da tinta, isto é, nas duas primeiras semanas. Para a solução deste problema, os fabricantes recomendam que a superfície seja toda lavada com água em abundância tão logo tenha ocorrido o manchamento. TINTAS IMOBILIÁRIAS As tintas acrílicas são compostas por resina 100% acrílica elastomérica em dispersão aquosa, aditivos heterocíclicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, alcoóis, tensoativos etoxilados e carboxilados. A aplicação é feita com rolo de lã ou trincha. Os esmaltes sintéticos são compostos por resina alquídica à base de óleo vegetal semi- secativo, pigmentos orgânicos e inorgânicos, cargas minerais inertes (nosmetais acetinados e foscos), hidrocarbonetos alifáticos, secantes organo-metálicos. TINTAS IMOBILIÁRIAS As diferenças de brilho entre um produto e outro são, em primeiro lugar, uma opção para o tipo de acabamento que o consumidor deseja. O acabamento oferecido pelas tintas semi-brilho, apresentam maior quantidade de resina. As acetinadas mostram um brilho mais reduzido. Seus preços são menores ou idênticos ao da semi-brilho. As foscas são geralmente mais baratas e não têm brilho algum, algo que não reduz e nem modifica sua qualidade. As tintas com acabamento semi-brilho são usadas tanto em superfícies externas, como internamente. TINTAS IMOBILIÁRIAS Em relação às tintas acetinadas, estas são mais resistentes e laváveis, apresentando certa facilidade na remoção de sujeiras. Elas são feitas com o mesmo tipo de resina, mas são acrescidos agentes fosqueantes, ingredientes que diminuem o brilho, sem afetar a qualidade. Quando a tinta é fosca, problemas de polimento podem ser percebidos. O fato surge com o atrito dos móveis ou objetos contra a parede. O quadro abaixo indica as tintas conforme seu índice de Pigmento, Volume e Concentração – PVC: TINTAS IMOBILIÁRIAS Os produtos de primeira linha, em especial os preparados com a tecnologia acrílica, têm a vantagem de render mais, além de resistir mais ao desgaste da limpeza. Para áreas como o teto, que implicam a reflexão da luz recomenda-se a tinta fosca. Nas demais, indica aqueles produtos ditos “top” de linha, como os acrílicos acetinados e semi- brilhantes. TINTAS IMOBILIÁRIAS A linha industrial caracteriza-se por ter uma alta tecnologia de formulação, rigoroso controle de qualidade das matérias-primas, pelo processo de fabricação e por resistir à agressividade do meio. Acrescenta-se ainda que, esta linha difere-se da linha imobiliária ou de construção civil pela adição de resina fenólica que garante um aumento da resistência destes produtos. As tintas da linha industrial estão subdivididas conforme o esquema a seguir: TINTAS INDUSTRIAIS TINTAS INDUSTRIAIS Em relação à sua composição as tintas industriais podem ser classificadas como: Alquídicas: São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A resina é um polímero resultante da reação de glicerina com óleos vegetais e com anidrido ftálico que é um ácido proveniente da petroquímica. Nesta reação, de um álcool (glicerina) e um ácido (anidrido ftálico) mais a inclusão do óleo vegetal (soja ou mamona) adquiri-se um poliéster ftálico modificado com óleos vegetais cujas características são: TINTAS INDUSTRIAIS • Baixa resistência à umidade elevada, imersão em água, meios alcalinos, solventes fortes e produtos químicos; • Baixo custo inicial; • Apropriadas para ambientes rurais sem poluição, ambientes industriais de baixa agressividade, construção civil em madeira e aço (interiores das edificações) e para estruturas e equipamentos abrigados, bem como em locais secos. Não é aconselhado o uso destas tintas sobre concreto, alvenaria ou aço revestido com zinco, pois as superfícies cimentadas/alvenarias formam sabões de cálcio quando em contato com a umidade. Já nas superfícies zincadas formam-se sabões de zinco. Em ambos os casos estas reações resultam no destacamento da película em pouco tempo. TINTAS INDUSTRIAIS Acrílicas: São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A resina é um polímero acrílico. Tais polímeros podem ser solubilizados em solventes orgânicos (lacas acrílicas) ou dispersos em água (emulsões acrílicas). As tintas industriais acrílicas apresentam resistência a intemperismos (ação do sol ou da chuva), bem como as seguintes vantagens: • Baixo odor; • Não emitem vapores inflamáveis; • Não são combustíveis; • Tornam mais fácil a limpeza dos equipamentos de pintura. Sobre o alumínio, o acabamento pode ser aplicado diretamente na superfície, porém, em aço carbono e aço galvanizado é necessária a utilização do primer correspondente, também acrílico. TINTAS INDUSTRIAIS Epoxídicas: São tintas bicomponentes (componente A e componente B), ou seja, apresentam-se em duas embalagens. Em uma embalagem tem- se a resina epóxi e em outra se tem o agente de cura (catalizador). Estas tintas são subdivididas em: • Epóxi curadas com poliamidas – são resistentes a umidade, imersão em água doce ou salgada. Possuem alta flexibilidade e aderência em aço carbono ou concreto. São adequadas para ambientes internos de reservatórios de água potável até 55ºC; • Epóxi curadas com poliaminas – são resistentes à imersão em soluções ou vapores químicos. Recomenda-se sua utilização para pintura interna de tanques, tubulações, equipamentos e estruturas sujeitas a imersões, derrames ou respingos de produtos químicos ou solventes; TINTAS INDUSTRIAIS • Epóxi modificadas – fabricadas a partir de alta tecnologia, são muito próximas às poliamidas, pois são formuladas com pigmentos lamelares, inibidores de corrosão e aditivos tensoativos ; • Epóxi curadas com isocianato – são utilizadas como primer de aderência sobre superfície de aço galvanizado, alumínio, aço inoxidável ou outros metais não ferrosos e sobre poliéster reforçado com fibra de vidro (fiberglass); • Epóxi hidrossolúveis – são também chamadas de tintas WB (water base or water borne). TINTAS INDUSTRIAIS Poliuretânicas: São tintas bicomponentes (A e B), armazenadas em duas embalagens, uma contendo a resina poliéster ou de acrílica polihidroxilada e outra contendo o agente de cura a base de isocianato alifático ou aromático. As tintas PU, como são comumente conhecidas no mercado, são de alta resistência ao intemperismo por apresentarem características químicas ao serem formuladas a partir de resinas poliéster ou acrílicas “catalisadas” com agente de cura que garantem esta resistência. Os poliuretanos alifáticos são tintas de acabamento utilizados normalmente em esquemas de pintura com primer epóxi, com os quais são perfeitamente compatíveis. Uma característica relevante neste tipo de tinta é a possibilidade de ser resistente a “pichações”, pois, as superfícies com este tipo de acabamento podem ser limpas com solventes orgânicos do tipo do xilol sem sofre danos à superfície ou pintura. Com isto, é possível remover marcas de grafitagem ou pichações. TINTAS INDUSTRIAIS Alta temperatura: São tintas a base de silicone ou de silicatos que resistem a temperaturas elevadas de até 540ºC porque ao curarem se transformam em um filme inorgânico. Tais tintas são apresentadas somente em alumínio e seu uso é recomendado em pinturas de chaminés, exterior de caldeiras, fornos reatores, colunas de destilarias, escapamentos, dutos aquecidos, trocadores de calor, dentre outras superfícies que apresentam temperaturas elevadas. Acrescenta-se que, o uso de silicone como componente desta tinta acarreta na necessidade de uma pré-cura entre 130º e 230ºC e o primer utilizado deverá ser de etil silicato de zinco. TINTAS INDUSTRIAIS Etil Silicato de Zinco: São tintas bicomponentes (A e B) fornecidas em duas embalagens, uma contendo a solução de silicato de etila e a outra contendo o pó de zinco metálico (filler). Tais tintas são aplicadas um uma única demão sobre superfícies de aço carbono preparado por jateamento abrasivo, para promoverem proteção catódica ao aço carbono. Esta proteção (catódica) é contra a corrosão sendo conseguida quando dois metais diferentes são colocados em contato entre si na presença de um eletrólito (líquido com propriedades condutoras de corrente elétrica). Neste processo, o metal mais nobre é protegido pelo menos nobre. No caso da proteção catódica doaço carbono pelo zinco, o ferro é protegido e se constitui no catodo sendo o zinco que é o anodo é sacrificado em benefício do ferro. TINTAS INDUSTRIAIS Nestas tintas, a proteção catódica dá-se em função do alto teor de zinco na película seca, motivo pelo qual são chamadas de “zincagem a frio”. O filme curado é totalmente inorgânico e constituído de silício, zinco e oxigênio. Para esta tinta é recomendada a utilização de um primer de alto desempenho em ambientes agressivos e seu uso é recomendado para pintura de guindastes expostos em ambientes marítimos, estruturas para indústria naval, plataformas off shore, pintura interna de tanques de álcool hidratado e de outros tipos de solventes. Também são utilizadas em superfícies de alta temperatura. Por sua natureza química e por possuírem alto teor de pigmento (zinco metálico), as tintas de zinco apresentam baixa flexibilidade e película quebradiça. Ressalta-se que, estas tintas não devem receber lixamento devido a falta de adesão da camada de tinta o que não compromete sua aderência. TINTAS INDUSTRIAIS FABRICAÇÃO DAS TINTAS O processo de fabricação da tinta segue uma série de etapas seqüenciadas, quando a formulação deve ser rigidamente observada e obedecida. 1) Avaliação e Controle de Qualidade da matéria-prima; 2) Pesagem das matérias-primas obedecendo à formulação; 3) Pré-mistura – Mistura de pigmentos, aditivos e resinas em equipamento de alta precisão; 4) Moagem – a pasta obtida na pré-mistura passa pelo moinho para ser finamente dividida em pequenas partículas; 5) Completação – o produto obtido na moagem é levado para tanques equipados com agitadores, onde se completa a formulação, através da adição de solventes, resinas e demais matérias-primas da formulação; 6) Tingimento – é a etapa onde se acerta a cor da tinta, conforme o padrão estabelecido; 7) Controle de Qualidade – nesta etapa, os produtos são submetidos a rigorosas análises para observação de viscosidade, brilho, cobertura, cor e secagem. Após aprovação, são liberados para enchimento nas embalagens; 8) Embalagem – os produtos são filtrados e enlatados para serem enviados à expedição. FABRICAÇÃO DAS TINTAS SISTEMA DE PINTURA Tendo-se a noção de que a função que uma tinta vai além do simples embelezamento da superfície, tem-se que, a película deve atender também à função de proteção, higiene, iluminação e segurança. Neste contexto, além da tinta propriamente dita são utilizados produtos complementares que atuam em conjunto com a tinta e formam o sistema de pintura. Tais complementos podem ser citados: fundos preparadores, massas e seladores. Os fundos e seladores, também chamados de primer são aqueles que têm a finalidade de preparar a superfície corrigindo defeitos e uniformizando a absorção da superfície, proporcionam durabilidade à pintura e economia de tinta de acabamento. As massas têm a finalidade de regularizar defeitos ou imperfeições apresentados pela superfície. O acabamento é a parte visível da pintura e confere à ela qualidade, desempenho e beleza. SISTEMA DE PINTURA Antes da aplicação de qualquer revestimento deve-se aguardar pelo menos 30 dias para que ocorra a cura total do cimento, nos casos de alvenaria. Pinturas sobre superfícies mal curadas acarretam em problemas que acabam por danificar o revestimento. Em relação à preparação da superfície onde será aplicada a tinta, esta deverá estar isenta de sujeira de qualquer natureza (graxas, óleos, poeira etc) e umidade. A superfície deve estar isenta de imperfeições (buracos, saliências etc), as quais deverão ser tratadas previamente com massa corrida PVA ou acrílica. Para melhor fixação sobre o substrato, deve-se utilizar massa corrida PVA para pinturas internas e, nas superfícies externas, massa corrida acrílica. Ainda para melhor aplicabilidade e maior durabilidade da pintura, após a massa corrida pode-se dar uma demão de selador acrílico. SISTEMA DE PINTURA Superfície X Pintura Concreto e Reboco: É preciso aguardar pelo menos 30 dias para que ocorra a cura total. Sobre reboco fraco deve-se utilizar fundo preparador de paredes o que aumentará a coesão das partículas da superfície, evitando problemas de má aderência e descascamento precoce. Superfícies de concreto ou reboco bem curado e coesos (reboco novo) não precisam de aplicação de fundo, porém devem ser seladas com selador acrílico para, posteriormente, receberem a tinta de acabamento. O concreto deve estar seco, limpo, isento de pó, sujeira, óleo e agentes desmoldantes. SISTEMA DE PINTURA Pisos: O piso deve apresentar-se limpo e seco, isento de impregnações (óleo, graxa, cera, etc). Pisos de concreto liso (cimento queimado) devem ser submetidos a um tratamento prévio com solução de ácido muriático e água (1:1), que terá a finalidade de abrir porosidade na superfície. Após o tratamento, o piso deve ser bem enxaguado, seco e só então pintado. O tratamento com ácido muriático é ineficaz sobre pisos de ladrilhos vitrificados. Pisos excessivamente impregnados com substâncias gordurosas (graxas, óleos, cera, etc) deverão ser lavados mais de uma vez , caso seja necessário. A pintura só poderá ser realizada em caso de remoção total da impregnação, de outra forma, a aderência estará prejudicada. SISTEMA DE PINTURA Madeira: Deve estar limpa e seca. As madeiras verdes ou com excesso de umidade não oferecem boa base para aplicação de revestimentos. Deverá estar devidamente aparelhada e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros agentes contaminantes. Madeiras resinosas ou áreas que contém nós devem ser previamente seladas. SISTEMA DE PINTURA Tão ou mais importante do que escolher o tipo de tinta a ser utilizado é a maneira como aplicá-lo. É necessário que o profissional tome certos cuidados para que possa obter o melhor resultado através do produto e técnica escolhidos na pintura. As superfícies rebocadas (a receberem pintura) deverão ser examinadas e corrigidas de todos e quaisquer defeitos de revestimento, antes do início dos serviços de pintura. Todas as superfícies a pintar serão cuidadosamente limpas, isentas de poeira, gorduras e outras impurezas. As superfícies poderão receber pintura somente quando estiverem completamente secas. A principal causa da curta durabilidade da película de tinta é a má qualidade da primeira demão, fundo (primer), ou a negligência em providenciar boa base para a tinta. Nas paredes com reboco, aplicar as seguintes demãos: SISTEMA DE PINTURA • Selador: composição líquida que visa reduzir e uniformizar a absorção inútil e excessiva da superfície; • Emassado: para fechar fissuras e pequenos buracos que ficarem na superfície e que só aparecem após a primeira demão de selador; • Aparelhamento (da base): para mudar as condições da superfície, alisando-a ou dando-lhe uma textura especial; • A segunda demão e as subseqüentes só poderão ser aplicadas quando a anterior estiver inteiramente seca, sendo observado, em geral, o intervalo mínimo de 24h entre as diferentes aplicações. Após o emassamento, esse intervalo será de 48 h. Serão dadas tantas demãos quantas forem necessárias, até que sejam obtidas a coloração uniforme desejada e a tonalidade equivalente, partindo dos tons mais claros para os tons mais escuros. SISTEMA DE PINTURA Princípios Gerais para a Execução de Pintura: A superfície a ser pintada precisa ser adequadamente preparada, isto é, estar limpa, sem sujeira, poeira, óleo, graxa, eflorescência e partículas soltas. O modo de preparo depende do tipo de base, do tipo de tinta a ser empregada e da condição da superfície a ser pintada. As imperfeições existentesna superfície de base, tais como trincas, fissuras, saliências e reentrâncias, serão reparadas com material idêntico ao utilizado na base, ou com material apropriado compatível com a tinta e de acordo com a orientação do fabricante; a textura da área reparada deve ser semelhante à do substrato. A porosidade da superfície da base pode ser regularizada empregando pintura de fundo, de acordo com recomendação do fabricante da tinta. SISTEMA DE PINTURA O processo de pintura de um determinado material exige que todas as normas e procedimentos técnicos sejam respeitados com rigor, incluindo-se o respeito às datas de validade do produto a ser utilizado. Alguns problemas eventualmente ocorrem, apesar de todos os cuidados tomados geralmente decorrentes de condições de armazenamento deficientes, condições climáticas adversas ou falhas no preparo da superfície, durante a aplicação ou durante a secagem. Destacam-se erros como: PROBLEMAS E SOLUÇÕES Sedimentação – no caso da sedimentação, ocorre um acúmulo da parte sólida da tinta no fundo da embalagem em função do longo tempo de armazenamento da mesma. Este problema pode ser resolvido através da homogeneização do produto com um instrumento ou equipamento adequado. A homogeneização deverá ser feita sempre com um mexedor de forma retangular. PROBLEMAS E SOLUÇÕES Cor diferente da cartela de cores – quando a cor da tinta se encontra diferente da cor presente da cartela de cores. Esta diferença pode se dar através das alterações de cor sofridas durante a impressão das cores sobre o papel da cartela. Portanto, é preciso considerar que a cartela de cores é apenas uma referência da cor e não o resultado apresentado nas superfícies poderão apresentar pequenas variações de tonalidades. PROBLEMAS E SOLUÇÕES Secagem diferente – uma secagem diferente da tinta decorre, possivelmente, da baixa temperatura (abaixo de 15°C) ou da excessiva umidade relativa do ar, retardando, assim, a secagem. Além disso, o preparo incorreto de superfícies com contaminantes, tais como óleo, cera, graxas e outros prejudicam a eficiência do produto. Faz-se necessária a leitura das orientações constantes nas embalagens das tintas. PROBLEMAS E SOLUÇÕES Cobertura deficiente – a diluição excessiva, a não homogeneização do produto no ato da aplicação ou até mesmo a utilização de um solvente inadequado pode causar uma cobertura insuficiente de uma determinada superfície. Para evitar transtornos como este, devem-se observar previamente as informações técnicas do produto utilizado. PROBLEMAS E SOLUÇÕES Dificuldade de aplicação – havendo uma diluição insuficiente, a aplicação do produto por se tornar “pesada”. Esta dificuldade de alastramento pode, ainda, decorrer da aplicação de camadas bastante finas. Além disso, um armazenamento prolongado ou incorreto do produto pode gerar reações químicas, trazendo outras dificuldades na aplicação do mesmo. Mau cheiro – além dos problemas supracitados, a proliferação de fungos nas tintas pode ocasionar mau cheiro, decorrente da decomposição do produto por estes. PROBLEMAS E SOLUÇÕES A prática incorreta e o uso de produtos inadequados em uma determinada superfície podem trazer ao consumidor uma série de transtornos com o resultado obtido pela pintura. Os principais sinais observados em uma aplicação de pintura inadequada são: calcinação/saponificação, eflorescência, manchas amarelas em paredes e tetos, bolhas, desagregamento, fissuras, oxidação, descascamento, mofo, escorrimento, mau alastramento, manchas foscas desuniformes no filme, enrugamento, trincas de estrutura e manchas causadas por pingos de chuva. Em seguida, serão identificados de forma objetiva os problemas apresentados, as causas e as soluções a serem empregadas. PATOLOGIAS Calcinação/Saponificação PATOLOGIAS A calcinação se caracteriza pelo aparecimento de manchas na superfície pintada, provocando a destruição e o descascamento do filme da tinta látex ou o retardamento da secagem em esmaltes sintéticos e em tintas a óleo, resultando em uma superfície pegajosa (saponificação). Este problema resulta da aplicação do produto sobre superfície alcalina (cal ou reboco não curado) na presença de umidade. Essa alcalinidade reage com a acidez de alguns tipos de veículos (resina). A correção a ser feita, quando em se tratando de pinturas com tinta PVA ou acrílica é lixar ou raspar a superfície, eliminando as partes soltas, aplicando, em seguida, uma demão de fundo preparador, geralmente diluído na proporção de 1:1 com thinner, finalizando com uma nova aplicação do acabamento. PATOLOGIAS Eflorescência A eflorescência caracteriza-se pelo surgimento de manchas esbranquiçadas na superfície pintada decorrente da aplicação de produtos sobre reboco úmido, havendo uma migração de umidade de dentro para fora, levando consigo os sais solúveis. Sugere-se a observação das infiltrações existentes com a correção das mesmas. Deve-se aguardar a secagem da superfície, raspa-la e aplicar uma demão de um fundo acrílico preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1 com thinner. Proceder, posteriormente, com uma repintura da superfície. PATOLOGIAS Manchas amarelas em paredes e tetos A presença de manchas amareladas em paredes e tetos geralmente se dá pela disposição de gordura, óleo ou alcatrão sobre a película de tinta. A solução recomendada neste caso é a lavagem da superfície com uma solução a 10% de amoníaco em água ou a utilização de detergente neutro com o mesmo agente. PATOLOGIAS Bolhas O surgimento de bolhas em uma superfície pintada é sinal de cinco possíveis erros: 1 - Aplicação da massa PVA em exteriores; 2 - Repintura sobre uma tinta de má qualidade; 3 - Não eliminação de poeira após o lixamento da massa corrida; 4 – Diluição insuficiente da tinta; 5 – Superfícies pulverolentas (ex.: cal, gesso); Nestes casos, recomenda-se a remoção da massa aplicada, aplicando-se uma demão de fundo acrílico preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1 com thinner. Em seguida, deve-se aplicar uma massa acrílica apropriada e, posteriormente, pintar. Pode-se também raspar a área afetada, aplicar uma demão de fundo acrílico preparador de paredes diluído com thinner numa proporção de 1:1 e repinta-la. Uma outra opção seria lixar a superfície, raspar as partes soltas, eliminar o pó, aplicar, em interiores, uma demão de selador PVA e, em exteriores, aplicar uma demão de selador acrílico e repintar por último. PATOLOGIAS Desagregamento O desagregamento é sinal de que a pintura foi destruída (esfarelada), destacando-se da superfície juntamente com partes do reboco. A causa principal deste processo é a aplicação direta do produto (sem uma utilização prévia de um fundo preparador de paredes acrílico, base solvente) sobre o reboco novo, não curado, por um período mínimo de 30 dias. Corrije-se este problema com a raspagem das partes soltas, efetuando-se a correção do reboco. Em seguida, deve-se aplicar uma ou duas demãos de fundo preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1 com thinner, finalizando-se com uma repintura. PATOLOGIAS Fissuras A aplicação do produto sobre resíduos de soda cáustica ou removedor pode causar fissuras em uma superfície. Em casos como este, deve-se remover a pintura. Se a superfície conter resíduos de soda cáustica: lavar com água; em casos de resíduos de removedores, lavar com solvente, aguardar a secagem da superfície para repintá-la. PATOLOGIAS Oxidação Uma superfície de madeira esbranquiçada é sinal de que esta se encontra oxidada. Este processo se dá por duas causas:a utilização de um thinner inadequado (frio) em períodos chuvosos (ou em períodos de umidade elevada) ou pela aplicação do produto sobre superfícies úmidas. Soluciona-se este problema com a remoção do produto com o auxílio de uma lixa para que se possa aplicá-lo novamente. PATOLOGIAS Descascamento A aplicação de produtos de pintura sobre superfície poeirentas ou partes soltas, como gesso ou reboco novo não selado é a principal causa do descascamento das mesmas. A correção indicada neste caso é a remoção das partes soltas e mal aderidas, aplicando-se, em seguida, uma demão de fundo acrílico preparador, diluído na proporção de 1:1 com thinner, deixando a superfície preparada para uma repintura. PATOLOGIAS Mofo Uma superfície com mofo apresenta-se com manchas de cor e odor característico. O aparecimento do mesmo é causado por ambientes excessivamente úmidos e/ou quentes, com pouca circulação de ar ou pouco iluminado, favorecendo o desenvolvimento dos microorganismos, que se alimentam nestas superfícies. Em condições normais, as tintas devem apresentar boa resistência a esses microorganismos. Soluciona-se este problema lavando-se a superfície com uma solução de água sanitária diluída 1:1 em água potável. PATOLOGIAS Escorrimento O escorrimento da tinta em uma superfície pode ser causado por excessiva diluição, aplicação não uniforme, utilização de solvente muito lento, repintura sobre a primeira demão ainda úmida ou temperatura muito baixa. Em casos como estes, sugere-se que se faça uma observação das informações técnicas do produto nas embalagens ou boletins técnicos. PATOLOGIAS Mau Alastramento O mau alastramento é causado pela diluição insuficiente, má aplicação, utilização de solvente muito rápido ou aplicação de camadas bastante finas. A solução apontada neste caso é a observação das informações técnicas do produto nas embalagens ou boletins técnicos. PATOLOGIAS Manchas foscas e não uniformes no filme A presença de manchas foscas e desuniformes é sinal de superfície contaminada, massa ou primers excessivamente absorventes ou em ambientes fechados, com pouca circulação de ar. Limpando-se bem a superfície, selando-a antes da aplicação do acabamento e mantendo-se o ambiente com uma boa circulação de ar durante o processo de secagem são medidas profiláticas eficazes na correção de erros como este. PATOLOGIAS Enrugamento A aplicação de grossas camadas, a secagem sob a luz do sol ou a repintura sobre a primeira demão não convenientemente seca são fatores que favorecem o aparecimento de enrugamentos numa superfície pintada. Antes de realizar qualquer pintura, deve-se ler o boletim técnico das tintas, para que se saiba a espessura recomendada das demãos a serem aplicadas. A cura total da primeira demão deve ser respeitada e ressalta-se que algumas tintas não devem ser aplicadas sob luz solar. PATOLOGIAS Trincas de estrutura O surgimento de trincas em uma estrutura é o resultado do movimento da mesma. Corrige-se este problema em 5 passos: 1 – Abrir a trinca e escova-la eliminando o pó; 2 – Aplicar uma demão de fundo acrílico preparador diluído na proporção de 1:1 em thinner.; 3 – Repassar esta solução 24h após a primeira aplicação; 4 – Aplicar massa acrílica, aguardar sua secagem e estender uma tela de nylon, aplicando três demãos de impermeabilizante acrílico; 5 – Repintar a superfície. PATOLOGIAS Manchas causadas por pingos de chuva Superfícies pintadas com tinta látex podem apresentar manchas causadas, normalmente, por pingos de chuva, antes que as mesmas estejam totalmente secas. Evita-se este problema através da realização de pinturas externas somente com a segurança de que não vai chover. Após a ocorrência deste problema, pode-se minimiza-lo lavando-se por igual as superfícies machadas (sem esfregar). EFEITOS ALCANÇADOS PELA PINTURA A cor quando utilizada de forma indiscriminada e sem um estudo sistemático de suas influências, poderá causar sensações desagradáveis e, até mesmo, aversão por certos ambientes. Dessa forma, o uso de correto das cores é de fundamental importância na composição dos ambientes, visto que, uma aplicação de matizes de forma inadequada pode criar desarmonia, refletindo no estado interior e nas atitudes dos indivíduos que dele fizerem uso. SEMINÁRIO Características gerais das tintas: Tempo de secagem; Rendimento; Número de demãos; Ferramentas utilizadas; Local de aplicação; Curiosidades.
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