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Marco Peixoto Puc 2013 Economia de energia em peixes: - Ausência de regulação térmica - Sustentação e locomoção - Excreção nitrogenada EFICIÊNCIA PRODUTIVA EM PEIXES Adaptações do aparelho digestivo: - Cavidade bucal - Cecos pilóricos - Brânquias Formulação de rações e manejo alimentar dependem: - Espécie criada; - Sistema de criação; - Fase de desenvolvimento do peixe. SISTEMA DIGESTIVO Hábito alimentar Fitoplanctófagos Zooplanctófagos Predadores Iliófagos Herbívoros Onívoros Classificação quanto ao hábito alimentar: Hábito alimentar Características gerais Herbívoros Apresentam microbiota intestinal abundante, sendo capazes de ingerir e digerir de 3 a 4% do PV em fibras Onívoros Consomem dieta mista e, freqüentemente, aproveitam pequenos invertebrados, plantas, frutos e matéria orgânica em decomposição, podendo ser classificados em planctófagos, frugívoros e/ou iliófagos Carnívoros Consomem, preferencialmente, alimentos de origem animal, incluindo invertebrados e outros peixes Rotta (2003) ESPÉCIE: Hábitos alimentares Classificação quanto ao hábito alimentar: segundo NRC 2011 ESPÉCIE: Hábitos alimentares A - Carnívoro B – Onívoro / carnívoro C – Onívoro / herbívoro D – Planctófago / micrófago Alimento vivo na larvicultura FASE DE DESENVOLVIMENTO DO PEIXE Alimento vivo na larvicultura FASE DE DESENVOLVIMENTO DO PEIXE • Tamanho • Valor nutritivo • Movimentação • Atractabilidade • Enzimas Alevinagem Crescimento Terminação FASE DE DESENVOLVIMENTO DO PEIXE IMPORTÂNCIA DO ALIMENTO DE ACORDO COM O TIPO DE CULTIVO DENSIDADE DE ORGANISMOS ALIMENTO NATURAL RAÇÃO EXTENSIVO SEMI-INTENSIVO INTENSIVO Nutrição e Alimentação de Peixes Pode representar 40 a 70% do custo de produção; Depende da espécie e sistema de cultivo; intensificação utilização de ração ; Objetivos: ganho de peso; números de safras anuais; eficiência alimentar; qualidade das pós-larvas e alevinos; desempenho reprodutivo; resistência a doenças; impacto poluente dos efluentes; Otimizar a produção e maximizar as receitas da piscicultura. Cada espécie apresenta exigências específicas. Nutrientes essenciais: Aminoácidos essenciais; Energia (lipídeos, carboidratos e aminoácidos); Ácidos graxos essenciais; Vitaminas; Outros (carotenóides, palatabilidade, etc.) Proteínas Construção de tecido muscular; Exigência de proteína é maior quanto mais jovem for o peixe; Adequar o nível de proteínas de acordo com a disponibilidade de alimento natural. Ajustar exigências em aminoácidos essenciais. Energia Manutenção de processos fisiológicos (respiração, circulação, sistema nervoso, natação, crescimento (metabolismo), reprodução). Fonte: Carboidratos; Lipídeos (gorduras e óleos); Proteínas. Peixes são mais eficientes no uso da energia. Priorizar as fontes de energia para carboidratos e lipídeos; Gasto de proteína como fonte de energia custo; Ajustar balanço energia digestível e proteínas (ED/PB) 8,5 a 10 Kcal ED/g de PB; Relação ED/PB alta resulta excessiva deposição de gordura; Relação ED/PB baixa resulta utilização de proteína como fonte de energia. Energia depende: combinação dos ingredientes; capacidade digestiva dos peixes; processamento: farelada; peletização; extrusão. Minerais Os peixes podem utilizar os minerais dissolvidos na água: Cálcio, magnésio, sódio, potássio, ferro, zinco,cobre, selênio. Os fosfatos devem ser suplementados na dieta. Vitaminas Exigência vitamínica pode ser satisfeita: alimentos naturais; ração. Lipossolúveis: Vitamina A (UI/Kg) 1000-2000 Vitamina D (UI/Kg) 500 Vitamina E (UI/Kg) 50 Hidrossolúveis: Ac. Pantotênico (mg/kg) 15,00 Riboflavina (mg/kg) 9,00 Niacina (mg/kg) 14,00 Vitamina B12 não determinado Colina (mg/kg) 400,00 Biotina (mg/kg) não determinado Tiamina(mg/kg) 1,00 Vitamina B6 (mg/kg) 3,00 Vitamina C(mg/kg) 25,00 (Peixes não sintetizam o ácido ascórbico) RAÇÃO Aspectos físicos - forma física - teor de umidade - uniformidade - flutuabilidade - composição nutricional - balanceamento - digestibilidade Aspectos nutricionais RAÇÕES PARA PEIXES Adaptado de Ramseyer & Garling (2006) Aproveitamento de nutrientes dos alimentos pelos peixes RAÇÕES PARA PEIXES RAÇÕES PARA PEIXES • Ração Densa – Alimentos de Alta Digestibilidade – Relação P/N > 0,1 – Ótima Conversão Alimentar – Baixa Poluição Ambiental – Ótima eficiência de retenção Características desejáveis RAÇÕES PARA PEIXES • Alteração de sua forma física ou do tamanho de partículas; • Conservação; • Aumento da estabilidade física na água; • Aumento da aceitabilidade ou digestibilidade; • Modificação de sua composição nutricional; • Eliminação de elementos tóxicos; • Eliminação de microorganismos patogênicos e segurança alimentar; Objetivos do processamento Forma Física da ração. As formas físicas de se fornecer a ração aos peixes são: Ração farelada: os ingredientes da ração são apenas moídos e misturados. Sua utilização não é recomendada uma vez que as perdas de nutrientes são muito grandes, causando não só problemas aos peixes, como a poluição da água dos tanques. Ração peletizada: por meio da combinação da umidade, calor e pressão, as partículas menores são aglomeradas, dando origem a partículas maiores. Sua estabilidade na superfície da água deve estar em torno de 15 minutos, o que garante sua qualidade. Esse tipo de ração reduz as perdas de nutrientes na água, pode eliminar alguns compostos tóxicos, diminui a seleção de alimento pelos peixes, além de reduzir o volume no transporte e armazenamento da ração. Porém, tem um custo de produção mais elevado, quando comparada à ração farelada. Ração extrusada: a extrusão consiste num processo de cozimento em alta temperatura, pressão e umidade controlada. Sua estabilidade na superfície da água é de cerca de 12 horas, tornando o manejo alimentar com esse tipo de ração mais fácil e eficiente. Atualmente, tem sido a forma de ração mais indicada para a piscicultura. Fonte: Pedro Pierre Mendonça – Sebrae (2011) Granulometria ASPECTOS FÍSICOS DAS RAÇÕES Granulometria da ração x tamanho do peixe ASPECTOS FÍSICOS DAS RAÇÕES ESPÉCIE IDADE APRESENTAÇÃO GRÂNULO Tilápia nilótica Alevino (< 1g) Triturada 0,85 a 1,18 mm Juvenil (1 a 90g) Triturada 1,18 a 2,38 mm Crescimento (90 a 250g) Grânulo 3,17 a 4,00 mm Engorda (> 250g) Grânulo 4,00 a 4,76 mm Truta arco-íris Alevino (< 0,8g) Triturada 0,85 a 1,18 mm Juvenil (0,8 a 14g) Triturada 1,18 a 2,38 mm Crescimento (14 a 150g) Grânulo 3,17 a 4,00 mm Engorda (> 150g) Grânulo 4,00 a 6,30 mm Tambaqui Alevino (< 1g) Triturada 0,85 a 1,18 mm Juvenil (1 a 90g) Triturada 3,17 a 4,00 mm Crescimento (90 a 250g) Grânulo 4,00 a 5,00 mm Engorda (> 250g) Grânulo 5,00 a 7,00 mm Pacu Alevino (< 1g) Triturada0,85 a 1,18 mm Juvenil (1 a 90g) Triturada 3,17 a 4,00 mm Crescimento (90 a 250g) Grânulo 4,00 a 5,00 mm Engorda (> 250g) Grânulo 5,00 a 7,00 mm ASPECTOS FÍSICOS DAS RAÇÕES Fonte: Mabilia (2011) Uniformidade Fonte: Ribeiro (2009) ASPECTOS FÍSICOS DAS RAÇÕES Flutuabilidade Fonte: Adaptado de Mabilia (2011) ASPECTOS FÍSICOS DAS RAÇÕES Ingredientes utilizados em formulação de rações ASPECTOS NUTRICIONAIS DAS RAÇÕES ENERGÉTICOS PROTÉICOS Milho Farelo de soja Sorgo Farinha de carne e ossos Farelo de arroz Farinha de pena Farelo de trigo Farinha de vísceras Óleo vegetal Farinha de peixe Óleo de peixe Suplemento mineral Suplemento vitamínico Fosfato bicálcico Sal Antioxidante Aminoácidos isolados* Inerte* Espécie PV (g) PD (%) ED (Kcal/Kg) PD/ED (mg/kcal) Bagre 34,00 38,80 3.070 84,00 Tilápia 40,00 26,71 2840 94,05 Carpa 20,00 31,50 2900 108,60 Truta 33,00 42,00 3600 92,00 Aminoácidos Exigência (%PB) 32 % PB 40% PB 48% PB Lisina 5,12 1,64 2,05 2,46 Arginina 4,20 1,34 1,68 2,02 Histidina 1,72 0,55 0,69 0,83 Treonina 3,75 1,20 1,50 1,80 Valina 2,80 0,90 1,12 1,34 Leucina 3,39 1,08 1,36 1,63 Isoleucina 3,11 1,00 1,24 1,49 Metionina 2,68 0,86 1,07 1,29 Fenillalanina 3,75 1,20 1,50 1,80 Triptofano 1,00 0,09 0,40 0,48 Taxa de arraçoamento; Freqüência de alimentação; Forma de fornecimento. MANEJO ALIMENTAR ONÍVOROS CARNÍVOROS Adaptado de Kubitza (2009) Estratégias alimentares MANEJO ALIMENTAR FASE DE CULTIVO % BIOMASSA GRANULOM. TEOR DE PB Alevinagem 10% 2 mm 36 - 38% Crescimento 4 - 6% 4 mm 32 - 34% Terminação 3% 8 mm 28 – 30% Exemplo de manejo alimentar, em sistema de viveiros, para tilápia nilótica (O. niloticus): MANEJO ALIMENTAR Semana Viveiros de águas verde Gaiolas Flutuantes (dias) 23oC 26 oC 29 oC 23 oC 26 oC 29oC 1 (7) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 2 (14) 1,5 2 3 1,2 1,5 2 3 (21) 3 6 12 2,4 3 7 4 (28) 6 12 20 4,8 6 12 5 (35) 10 18 35 8 10 20 6 (42) 15 30 60 12 15 40 7 (49) 25 45 100 18 22 70 8 (56) 35 70 150 25 32 110 9 (63) 50 100 200 35 45 160 10 (70) 70 130 260 50 65 210 11 (77) 90 170 330 70 88 260 12 (84) 110 230 400* 100 122 330 13 (91) 150 290 470 140 170 400* 14 (98) 190 360 540 180 230 450 15 (105) 230 410* 600 220 290 490 16 (112) 270 460 660 260 360 530 17 (119) 310 500 - 290 410* 570 18 (126) 350 540 - 320 450 610 19 (133) 400* 580 - 350 490 650 20 (140) 440 620 - 380 530 - 21 (147) 470 650 - 410* 570 - 22 (154) 500 - - 440 610 - 23 (161) 530 - - 470 650 - 24 (168) 550 - - 500 - - Nutrição e manejo alimentar Alimentação durante a inversão sexual Em condições naturais e em viveiros, o primeiro alimento das pós-larvas de tilápias são o fitoplâncton e os copépodos e cladóceros. Estes organismos possuem alto valor energético e podem conter níveis de proteína na matéria seca variando de 20 a 60%. Melhores resultados de crescimento de pós-larvas de tilápias terem sido obtidos com rações contendo entre 40 a 50% de e energia digestível entre 3.600 a 4.000 kcal/kg. Manejo alimentar. A ineversão sexual deve ser iniciada com pós-larvas entre 9 a 12mm. A ração com 60mg de metiltestosterona/kg deve ser fornecida em 6 a 10 refeições diárias. Em cada refeição, a ração deve ser fornecida até o momento em que os peixes estiverem saciados. Isto é conseguido através de contínuo fornecimento de ração e atenta observação do consumo e atividade dos peixes. Deve se evitar excessiva sobra de ração nas unidades de inversão.”. Os peixes devem receber rações com metiltestosterona por um período de 28 dias. Nutrição e manejo alimentar na recria e engorda A importância do alimento natural, notadamente o plâncton, no crescimento das tilápias depende do sistema de produção adotado. Muitos sistemas de produção combinam os benefícios do alimento natural com o uso de rações suplementares ou completas, visando um aumento na produtividade e melhora na conversão alimentar Ajustar a densidade dos nutrientes nas rações e o manejo alimentar em função do sistema de cultivo adotado, otimizando a produtividade e minimizando os custos de produção. Recria (5 a 100g) em tanques-rede e raceways •Em tanques-rede e raceways a disponibilidade de alimento natural é limitada e os peixes estão submetidos a uma maior pressão de produção e estresse. • Recomendável que as rações sejam mais concentradas em proteínas (36 a 40%), energia digestível (3.200 a 3600 kcal/kg) e recebam um enriquecimento mineral e vitamínico ainda maior. •Desbalanceamento nutricional pode resultar em grandes perdas econômicas devido a distúrbios nutricionais e uma maior susceptibilidade dos peixes às doenças. •A taxa de alimentação diária deve ser ajustada para 70 a 80% do máximo consumo diário, ou cerca de 3 a 4 % do peso vivo ao dia, em função principalmente do tamanho dos alevinos, da temperatura da água e da concentração em nutrientes da ração. • A oferta de alimento deve ser dividida em 3de 4 a 2 refeiçoes diárias. Conversão alimentar (CA) de tilápias O índice de conversão alimentar (CA) é calculado dividindo-se a quantidade total de ração fornecida (em um viveiro, tanque-rede, ou raceway) pelo ganho de peso dos peixes. O ganho de peso é calculado subtraindo-se da produção obtida em um viveiro, tanque-rede ou raceway, o peso total dos peixes na estocagem. Fatores que interferem na CA: Qualidade do alimento. Quanto mais próxima for composição em nutrientes disponíveis nos alimento das exigências nutricionais do peixe, melhor será a CA. o grau de moagem dos ingredientes, a palatabilidade e a estabilidade das rações na água Idade ou tamanho dos peixes. Dentro de uma mesma espécie, peixes menores (mais jovens) apresentam melhores índices de CA, o que pode ser explicado pelo fato dos peixes menores apresentarem uma maior relação taxa de crescimento/exigência de manutenção comparados a peixes de tamanho maior. Sexo e reprodução. No caso específico de tilápias este fator é muito importante. Por exemplo, as fêmeas de tilápias-do-Nilo direcionam grande quantidade de energia dos alimentos para a produção de ovos e cuidado parental, (formação de gônadas, côrte e disputa pelos parceiros, construção e defesa de ninhos, cuidado parental, entre outros). disponibilidade e capacidade de aproveitamento do alimento natural. Qualidade da água :níveis de oxigênio dissolvido, elevada concentração de gás carbônico e metabólitos tóxicos como a amônia e o nitrito. densidade de estocagem Temperatura da água. Nível de arraçoamento. (over feed e under feed) www.transportesmudancas.com Checklist para o manejo alimentar de peixes: Espécie ou linhagem Sistema de cultivo Grau de tecnificação Taxas de estocagem Qualidade de água Peso ou tamanho médio dos peixes (BIOMETRIA) Tamanho do lote (qtde de peixes estocados) BIOMASSA TOTAL Manejo Alimentar 47 Ter dados de controle de número de peixes, peso médio (biometrias), temperatura; Acompanhar curva de crescimento para estimar e avaliar desempenho (arraçoamento programado e realizado); Realizar teste de comportamento alimentar ; Ajustar alimentação de acordo com a temperatura: Verão: Iniciar alimentação mais cedo (7:00 as 8:00); Ofertar 3 a 5 tratos ao dia. Inverno: Iniciar alimentação mais tarde (9:00 as 11:00); Ofertar 2 a 3 tratos ao dia. Planejamento da taxa específica de crescimento 48
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