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MATERIAL DIDÁTICO GESTÃO E LOGÍSTICA EMPRESARIAL U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................... 03 UNIDADE 2 – ADMINISTRAÇÃO EMPREENDEDORA ........................................................... 04 UNIDADE 3 – LOGÍSTICA EMPRESARIAL ............................................................................. 19 UNIDADE 4 – O GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS – SUPPLY CHAIN MANAGEMENT ......................................................................................................................... 33 UNIDADE 5 – A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA A LOGÍSTICA .................................................................................................................................................... 40 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 54 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Encontramos em quaisquer organizações, por mais diferentes que elas sejam, a utilização de dois componentes que poderíamos chamar de componentes essenciais, ou seja, materiais e informações. Para a organização atual, a administração destes materiais e informações é considerada uma área especializada, tratando-se de um trabalho realizado por meio de pessoas para entregar o material (ou informação) certo ao usuário certo, no momento e nas quantidades certas. Para que isto seja possível, é necessário estabelecer diretrizes e ações, tais como planejamento, controle, organização e outras relacionadas com o fluxo de materiais e informações dentro e fora da organização. Esse fluxo pode receber vários nomes. O mais comum ou genérico é “Logística”. O que trataremos ao longo desta apostila é exatamente o funcionamento do fluxo de materiais e informações ao longo da cadeia de suprimentos de uma organização que tem como objetivo satisfazer às necessidades do usuário ou cliente e que se traduz em diferencial para uma organização. Faremos uma retrospectiva histórica sobre as escolas da administração e sobre a evolução da logística, que serão de grande ajuda para a compreensão da importância da logística no século XXI. Nesses tempos modernos, quando as exigências de consumo atingiram o limite extremo, o gerenciamento da cadeia de produção, conhecido como Supply Chain Management (SCM) permitirá às empresas alcançarem melhores padrões de competitividade, sendo que a Tecnologia da Informação (TI) é uma ferramenta que possibilita à empresa gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência. Portanto, SCM e TI serão dois outros assuntos pontuais nesta apostila e que merecem atenção do gestor empresarial moderno. Salientamos que o assunto não se esgota aqui e que a apostila é apenas um referencial. Convidamos aos participantes deste curso a sanarem suas dificuldades e aprofundarem os conceitos aqui repassados, tomando por base as bibliografias básica, complementar e as referências contidas ao final da apostila. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 UNIDADE 2 – ADMINISTRAÇÃO EMPREENDEDORA Verdade seja dita, não existe fórmula mágica para o sucesso! Entretanto, existem conhecimentos e habilidades que podem fazer a diferença para um executivo e/ou gestor levando-o a triunfar nesse cenário complexo e competitivo que a globalização vem nos apresentando a cada dia. Dentre os conhecimentos e habilidades, podemos enumerar: 1. Habilidade de relacionamento interpessoal, em aspectos como linguagem, comportamento, vivência multicultural, e habilidade para negociação; 2. Conhecimentos atualizados em Tecnologia da Informação, e seus impactos no ambiente de negócio, em seus diversos aspectos internos e externos à empresa; 3. Capacidade técnica e instrumental de pesquisar, selecionar, analisar, sintetizar, discernir, apreender e manipular informações, tanto as exógenas (oriundas do meio ambiente), quanto as endógenas (oriundas de dentro da empresa); 4. Necessidade de saber lidar com a inovação, em todos os seus aspectos, sabendo identificar oportunidades e traçar linhas de ação, com agilidade para aproveitamento da situação; 5. Ter visão ampla, nítida e bem embasada dos impactos econômicos e sociais, em escala mundial, dos movimentos de mercado, e das consequências das ações empreendidas; 6. Preparar-se para interagir, monitorar e influir no clima organizacional, nos fatores de estímulo e motivação e na cultura organizacional, através de seus valores, hábitos e crenças; 7. Conhecer seu mercado e seus clientes. Essa visão das transformações e movimentos no meio ambiente é que poderão nortear as decisões estratégicas na empresa; 8. Se conhecer, entender seus processos emocionais e cognitivos, como base para o estabelecimento de relações saudáveis e proveitosas com clientes, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 parceiros, concorrentes, fornecedores, consumidores, governo e sociedade (CASALS, 2008). Parece estranho começar um capítulo já expondo condições, mas espera- se que tais qualidades sejam sempre lembradas e aproveitadas por aqueles que desejam “gerir” uma organização e queiram sobressair-se no novo ambiente empresarial do século XXI. Quanto ao cenário globalizado, este pode ser caracterizado pelo rápido desenvolvimento de novas tecnologias para aplicação imediata; interdependências transnacionais; competitividade acirrada; turbulência e incerteza; virtualização dos negócios; complexidade organizacional; rápida obsolescência profissional, demandando diferentes e constantes esforços educacionais. Ele exige, ao mesmo tempo, estruturas organizacionais matriciais e temporárias para resolver problemas específicos; sistemas adaptativos e solucionadores de problemas, envolvendo especialistas diversos e concentração de esforço motivacional na realização intrínseca das tarefas (CASALS, 2008). Enfim, os novos valores exigidos para o mercado do século XXI são: elevados índices de profissionalização e mobilidade. Quanto à empresa, numa visão bem simplista, o seu objetivo final, quer seja na venda de um produto ou de umserviço, se resume na lucratividade. E o que fazer para tanto? Evidentemente que focar na satisfação e fidelização do cliente! A empresa precisa ter preço, qualidade e colocar o produto ou serviço no tempo, quantidade e lugar certos. Quanto à qualidade, concordamos com Rocha (1995, p. 216): A melhor medida da qualidade de um produto é feita pela satisfação apresentada pelo consumidor. Isso necessariamente passa pela qualidade dos insumos adquiridos, cuja responsabilidade recai sobre os fornecedores. A obtenção da qualidade na empresa é o resultado da qualidade dos seus esforços, sejam humanos, de materiais, equipamentos, etc. Ainda em se tratando dos clientes, estes definem e avaliam a qualidade de um produto/serviço adquirido de várias maneiras como, por exemplo, esperando que os produtos ou serviços adquiridos atendam ou excedam certos níveis de desempenho anunciados, bem como o tempo de entrega. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6 Então, o que isto tem a ver com gestão empresarial? Tudo! A busca pela qualidade do produto ou do serviço faz parte da visão empreendedora do gestor. Se ele não tiver tal visão não há como levar a empresa a desenvolver a cultura da qualidade e agregar os colaboradores de sua empresa em prol do “atingimento” da qualidade necessária. Nesse sentido, o gestor desempenha um papel importante para determinar que as equipes sejam bem-sucedidas e que todo o ciclo de produção/entrega de um produto seja satisfeito com qualidade e em tempo hábil. É preciso haver um projeto de equipe, com padrões de desempenho e direção bem definidos. As necessidades impostas pela globalização aliada a uma economia altamente competitiva exigem que as organizações sejam mais eficientes e eficazes, o que passa necessariamente pelo gerenciamento de mudanças organizacionais que eliminem as descontinuidades (trade off1) e expectativas que muitas vezes são conflitantes (fornecedores, clientes e acionistas) (RAZZOLINI FILHO, 2001). Para que as empresas estejam aptas a gerenciar essas descontinuidades e expectativas de forma rápida, flexível e que proporcione ganhos a todos os envolvidos, Christopher (1997 apud RAZZOLINI FILHO, 2001) afirma que é fundamental ocorrer uma mudança de paradigma2. Segundo o mesmo autor, nas organizações consideradas “classe mundial”, essas mudanças já acontecem e em cinco grandes áreas, conforme o quadro 1 a seguir: 1 Entende-se por trade-off a situação de compensação de custos, em que se busca otimizar os custos individuais para que o custo total seja minimizado. 2 Modelo, padrão. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 Quadro 1 – Mudanças de paradigmas necessárias Paradigma atual Paradigma proposto 1.Funções 1.Processos 2.Lucro 2.Lucratividade 3.Produtos 3.Clientes 4.Transações 4.Relacionamentos 5.Estoques 5.Informações Fonte: Adaptado de Christopher (1997 apud RAZZOLINI FILHO, 2001). Esse cenário competitivo e complexo exige mais habilidade e rapidez nos processos decisórios, o que vai gerar mudanças na cultura organizacional e exigir uma visão mais holística que acaba por conduzir a transformações gerenciais profundas, e, consequentemente, novas habilidades dos gerentes, conforme o quadro 2 abaixo. Quadro 2 – Perfil das habilidades para o gerente de logística Mudança de paradigma Conduz a... Habilidades necessárias De funções para processos Gerenciamento integral do fluxo de materiais e mercadorias. Compreensão das oportunidades de trade-off entre as áreas funcionais De lucro para lucratividade Enfoque no gerenciamento de recursos e utilização de ativos (aumento do giro). Técnicas de Contabilidade e controle financeiro. De produtos para clientes Enfoque nos mercados e no serviço ao cliente. Habilidade de definir, medir e gerenciar as necessidades de serviços por segmento de mercado. De transações para relacionamentos Parcerias de co-produção e co-transportes. Técnicas de gerenciamento de redes e de otimização. De estoques para informação Sistema de reabastecimento com base na demanda e de resposta rápida. Familiaridade com sistemas de informações e com a Tecnologia da Informação. Fonte: Christopher (1997, p. 222, apud RAZZOLINI FILHO, 2001, p. 82 Mediante o exposto acima, podemos entender que as organizações que queiram sobreviver, sobressair e, principalmente, acompanhar os novos paradigmas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 da nova gestão empreendedora, a qual age de acordo com a logística, precisam de profissionais que tenham uma nova formação teórico-prática, mas antes, porém, precisam entender que as quebras de paradigmas é que permitem às ciências, evoluírem e, consequentemente, gerarem novas possibilidades para o homem. Nesse sentido, não há dúvida que o grande desafio das empresas e, consequentemente, dos gestores do século XXI, é desenvolver diariamente a capacidade de enfrentar e adaptar todos os seus níveis hierárquicos e funcionais, da alta gerência à fábrica, incorporando novos modelos, métodos, técnicas, instrumentos, atitudes e comportamentos necessários a mudanças, inovações e à sobrevivência sadia e competitiva no mercado (RAZZOLINI FILHO, 2001). 1.1 A evolução dos modelos de gestão Para discutirmos os modelos atuais de gestão empresarial é preciso uma breve passagem pelas teorias da Administração, tomando como ponto de partida a Escola Clássica da Administração e as contribuições de Taylor, Fayol e Ford. A ênfase dada à organização formal da empresa é uma das principais características da Teoria Clássica e foi abordada por todos os autores citados acima, como norma e como prescrição, sempre em função dos interesses da empresa, ou seja, alcançar a máxima eficiência possível. Outras características da organização formal são: A divisão do trabalho porque entendia-se que o objetivo fundamental da atividade econômica da empresa era a produção, então decompor o trabalho em uma série lógica de pequenas tarefas era o mais importante para atingir o objetivo com eficiência. Especialização Cada órgão ou cargo tinha funções específicas. Separava-se o planejamento, a organização do trabalho, o controle e a execução (esse princípio foi bem defendido por Taylor). Hierarquia o comando vinha de cima para baixo. Distribuição de autoridade e responsabilidade. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 Racionalismo minimização de esforços e maximização do rendimento (FARIA, 1994; CHIAVENATO, 2000). Várias foram as críticas à Teoria Clássica ou Científica, dentre elas, a pouca atenção ao elemento humano, a superespecialização do operário e uma abordagem incompleta da organização e na busca de transformaçõesvieram modelos de gestão que passaram a enfocar mais as pessoas da organização, ao invés do mero desempenho de produtividade (CASALS, 2008). Dentre estes modelos temos a abordagem comportamental que focaliza o ser humano. Este, em sua visão, evolui de fator complementar para fator principal dentro das organizações. A antiga “máquina biológica” ganha importância e é reconhecida por sua influência na busca por melhores negócios. Os efeitos da abordagem comportamental são percebidos, hoje, por meio dos avanços tecnológicos voltados para a melhoria do ambiente de trabalho – móveis ergométricos e funcionais, por exemplo; assim como das práticas que visam o interrelacionamento e a maior socialização dos indivíduos no trabalho (CASALS, 2008, p.29). Na sequência, temos a abordagem sistêmica, que na verdade, é uma forma de pensar sobre a organização enquanto metas – objetivos – finalidade e sobre a relação entre as partes: setores e departamentos. Logo que foi descoberta a dimensão do ser humano dentro das organizações e a necessidade de sua adaptação às máquinas e vice-versa, passou- se a compreender melhor as relações empresa/ambiente e que este último tinha mais relevância para definir as estruturas empresariais. Deste modo, a filosofia da abordagem sistêmica fundamenta-se na definição das relações internas e externa da organização, na verificação do padrão dessas relações e no propósito comum dessas relações (CASALS, 2008). Na abordagem contingencial, a diferenciação e integração são as características marcantes, ou seja, o ambiente externo é quem determina os rumos da organização, então, se o ambiente é mutável, as organizações precisam estar preparadas para as contingências. Resumidamente poderíamos dizer que tudo depende do momento. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 Não há como não falar do modelo burocrático de gestão de Max Weber, o qual propôs um modelo organizacional calcado na racionalidade. Para ele, a crescente complexidade das organizações exigia um modelo gerencial bem definido e que fosse aplicável às diversas formas de organização. Weber preconizava um modelo que fosse preciso na definição dos cargos e das responsabilidades; rápido nas decisões; sem interpretações duvidosas (o que era garantido por uma regulamentação específica e escrita); com hierarquia formalizada; pessoal selecionado pela capacidade e competência técnica e, por fim, com procedimentos definidos por escrito, permitindo uniformidade, padronização, redução de custos e de erros. Entretanto, as críticas e os problemas surgidos foram muitos, como, por exemplo, as normas tinham tendência a ser exageradas; excesso de “papelada” (o serviço público até hoje é taxado de burocrático exatamente pelo excesso de papéis e hierarquias); impessoalidade e excesso de padronização. Mesmo com todos estes problemas, as gestões modernas (de qualidade) são fundamentadas na teoria da burocracia porque tem uma busca contínua da eficiência, o que pode ser traduzido em: emprego de um mínimo de meios para a obtenção de um máximo de resultados (CASALS, 2008). 1.2 As gestões contemporâneas Como vimos, as abordagens até então visaram a organização formal, a produção, a hierarquia, o ambiente e, por fim, as pessoas. Ainda segundo Casals (2008), a partir da Segunda Guerra Mundial, considerar os aspectos teóricos dos modelos gerenciais não era suficiente e várias foram as razões e situações que estimularam as organizações a buscar novos modelos de gestão, como: Aumentar suas possibilidades de sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo e mutável; Atender e exceder aos requisitos dos clientes; Melhorar a imagem da organização; Expandir seu mercado; Melhorar o moral de sua equipe de funcionários; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 Melhorar o ambiente físico de trabalho; Resolver problemas de responsabilidade; Melhorar a documentação de processos; Melhorar produtos e serviços. Eis que, a partir da década de 60, começa o desenvolvimento de uma cultura organizacional com mudanças de atitudes, buscando aperfeiçoamento constante e uma organização eficaz. Noutra visão, Barbosa (2008) descreve a evolução da gestão empresarial em quatro eras marcantes, que corroboram com as teorias descritas acima. Era da Produção em Massa (1920-1949), a qual se caracterizou pela produção em massa de bens sem qualquer preocupação com cliente; a empresa determinava a especificação do produto, visando assegurar a padronização do processo na linha de montagem. Assim, procurava-se atingir grandes volumes de produção para baixar o custo; Era da Eficiência (1950-1988), caracterizada pela preocupação da empresa em controlar suas operações, visando obter produtividade. A ênfase era sobre controle administrativo (planejamento, orçamento, avaliação e outros procedimentos administrativos). A empresa continuava distante do cliente e se burocratizava crescentemente, voltando-se para dentro de si; Era da Qualidade (1970-1989), caracterizada pela busca da satisfação do cliente através da filosofia da melhoria contínua dos processos. Para tanto, desenvolveu-se a gestão através de equipes, visando motivar e comprometer as pessoas com os resultados; Era da Competitividade (a partir de 1990), sua principal característica é a busca da sobrevivência da empresa numa economia cada vez mais globalizada, o que exigirá da mesma concentrar seus esforços num foco de negócio específico em que será competitiva (“core pertence”). Para tanto, deverá agregar à filosofia da qualidade (que já assimilou na Era anterior) a busca de parcerias com outras empresas e modelos de gestão mais avançados (de onde emergiu nos últimos anos a Reengenharia). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 Para Barbosa (2008), já entramos numa quinta Era “do Capital Humano”, onde o talento ou a competência baseada no conhecimento tem se tornado o diferencial nas empresas. Entretanto, novas filosofias e modelos vão surgindo, se adaptando na medida da necessidade das organizações. Tomando por base estudos de Cordeiro; Ribeiro (2002) e Barbosa (2008), abaixo são definidos e discutidos alguns destes modelos. 1.2.1 Gestão estratégica Segundo Cordeiro e Ribeiro (2002), a gestão estratégica trata da necessidade de a empresa estar permanentemente em sintonia com seu ambiente competitivo, sendo utilizada como uma ferramenta para alavancar novos mercados. A utilização desse modelo leva a empresa a realizar um diagnóstico situacional, destacando oportunidades e ameaças, bem como forças e fraquezas, a fim de cruzar estas realidades e descobrir suas inter-relações. A partir desse processo de autocrítica organizacional, a empresa encontrará plenas condições de direcionar seu foco para o estabelecimento de visão de futuro, missão organizacional, desafios estratégicos e estratégias gerais que nortearão os rumos do negócio para o curto, médio e longo prazos (CORDEIRO E RIBEIRO, 2002). Em síntese, o modelo de gestão estratégica atua no sentido delevar a empresa a se adequar à realidade de mercado, descobrir oportunidades e projetar um futuro. Dessa forma, os processos e os investimentos serão realizados de maneira mais organizada, racional e profissional, contribuindo para redução do grau de incerteza e para o alcance de melhores resultados. 1.2.2 Gestão Participativa A Gestão Participativa é o modelo de gestão que mais se adapta ao novo homem da sociedade do conhecimento. Nesta sociedade, os indivíduos exercem sua cidadania, assumem responsabilidades, opinam sobre decisões que afetam sua vida, pressionam também as organizações para alterarem suas estruturas rígidas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 que tradicionalmente silenciam os trabalhadores (CORDEIRO E RIBEIRO, 2002; BARBOSA, 2008). Embora muitas organizações ainda privilegiem o autoritarismo e a rigidez comportamental, estão percebendo que o bom senso e a prática lógica é o indicativo de que o futuro pertencerá àquelas empresas que souberem se adequar à participação de todos, isto porque, no mundo atual, o governo não consegue mais controlar o que as pessoas fazem, onde vão nem como vão. A autoridade e o poder não são mais os donos da influência ampla e da verdade soberana. A Gestão Participativa necessita de um modelo cultural extremamente democrático e aberto, onde impere a confiança em todos os níveis. Ou seja, necessita de um conjunto de valores baseados em princípios com os quais todos concordam (CORDEIRO E RIBEIRO, 2002). Hoje é ela que pode gerar os resultados satisfatórios que as organizações mecanicistas geravam cem anos atrás, devido às mudanças ocorridas na sociedade do início do século XX, até o momento atual, graças principalmente aos avanços tecnológicos e científicos, que ampliaram as áreas do conhecimento, tornado o homem moderno mais informado e exigente. Este processo teve como principal consequência o deslocamento do poder que antes era concentrado, tanto na sociedade como nas organizações, e hoje é instável e dinâmico, movendo-se por todas as camadas, adquirindo novas formas de acordo com a situação. 1.2.3 Gestão Holística Na gestão holística é preciso ter um pensamento que relacione as partes com o todo, compreendendo as ideias de entrelaçamento, de integração, totalidade e é neste contexto que as empresas tradicionais incorporam preocupações com a administração ecológica. Na verdade, com o futuro ameaçado e em busca de um desenvolvimento sustentável que satisfaça as demandas do presente sem prejudicar as necessidades do futuro, os desafios tornam-se comuns e a defesa do meio ambiente, que, apesar das lutas das últimas décadas, continua sendo velozmente degradado, transforma- se numa tarefa urgente que compete a cada cidadão. É necessário olhar o mundo Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 com visão sistêmica, pois a questão ambiental necessita de urgência, impondo aos gestores a ética da integração e da cooperação. Este tipo de gerenciamento resgata a ideia de entrelaçamento, de interligação, de todas as partes do meio ambiente em um sistema, para que a abordagem do meio ambiente possa incluir todas as variáveis históricas, políticas, econômicas, socioculturais, etc., necessárias para se compreender e administrar adequadamente a relação de melhorar a sorte da humanidade. Resumindo, pode-se dizer que, para sobreviver, uma organização tem que ser contemporânea do seu tempo. Ela precisa se ajustar às exigências das mudanças, pois vida é essencialmente mudança. É preciso, por conseguinte conhecer, com antecedência razoável, o sentido da mudança. Nessa passagem de século, as mudanças são bastante rápidas. Por isso mesmo, mais do que nunca vai ser preciso uma acuidade mental muito grande, para os empresários e dirigentes de organizações evitarem o desaparecimento dos sistemas que lideram (CORDEIRO e RIBEIRO, 2002). 1.2.4 Gestão empreendedora A gestão empreendedora nada mais é que a proposta de uma parceria saudável, embora, transformar desafios em oportunidades não seja uma missão simples no universo empresarial. Um negócio com projeção depende de um empreendedor de sucesso, a pessoas que, como vocês, transformam ideias e empresas em grandes realizações com projeção no mercado. O empreendedor, primeiramente, deve ser, no mundo real, aquela pessoa que busca a solução para os problemas, que transforma sonhos em realidade, decide por si e pela empresa a melhor estratégia de penetração e posicionamento no mercado, determina o produto e o público-alvo e arregaça as mangas para alcançar os objetivos e metas traçados (CORDEIRO e RIBEIRO, 2002). Características de um gestor/empreendedor e que fazem a diferença na gestão de um empreendimento sólido e próspero: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 Disciplina, busca do aperfeiçoamento contínuo, muita leitura e atualização sobre o mercado e tendências, vontade de trabalhar além do habitual, dedicação, paixão, comunicação com as pessoas e empresas, visão holística, criatividade, vontade de vencer, persistência para aprender cada vez mais e não hesitar nos erros. Não adianta somente explicitarmos aqui os principais modelos e as características essenciais de um bom gestor. É de fundamental importância lembrar a avaliação do desempenho empresarial, pois para sabermos se um modelo, se uma gestão está no caminho certo, se é viável, se o caminho escolhido está sendo adequado e possa garantir a sobrevivência e crescimento da empresa no longo prazo, ela passa necessariamente pela avaliação. Conforme Cordeiro e Ribeiro (2002) “Medir o desempenho é algo fundamental em qualquer atividade que realizemos”, ou seja, a avaliação é algo presente em todos os aspectos da vida e nas organizações não é diferente. Existem vários modelos que avaliam o desempenho da empresa. Dentre eles Cordeiro e Ribeiro (2002) apresentam a ferramenta BSC (Balanced Scorecard) que mede o desempenho referente ao passado e os direcionadores que irão determinar os resultados das medidas de desempenho futuro. A elaboração do BSC parte da construção da missão, visão e objetivos estratégicos da organização. Kaplan e Norton, os autores do BSC, afirmam que não é somente uma ferramenta, mas sim uma nova abordagem para a gestão empresarial. O BSC traduz as perspectivas financeiras e dos clientes, os processos de negócios internos e aprendizagem e crescimento, de acordo com a figura 1 abaixo. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 Figura 1 – Perspectivas do Balanced Scorecard Fonte: CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração Estratégica: planejamento e implementação da estratégia. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005. Mas este assunto será abordado em seus pormenores em outro módulo. Contudo,para aprofundamento do assunto sugere-se a leitura do livro Administração Estratégica: planejamento e implementação da estratégia de Samuel Certo e Paul Peters editado pela Pearson Education do Brasil (2005). 1.3 A importância da responsabilidade social na nova gestão empresarial Antigamente a produtividade era o sinônimo de competitividade, ou seja, a produção é que determinava o lucro e o sucesso, mas em tempos atuais, o aumento da concorrência, a redução de custos aliada a uma produção de bens de qualidade é que determinam o sucesso. Somando-se a esses fatores, o desequilíbrio imposto pela globalização leva as empresas a buscarem soluções constantes para manter e conquistar Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 clientes-alvo e conservar a organização competitiva no mercado. Para que isto seja possível, elas precisam interagir com diversos agentes financeiros por meio da coordenação e cooperação entre organizações. Segundo Porter (2001 apud Aligleri, Aligleri e Câmara, 2002), a habilidade de compartilhar atividades na cadeia de valor é a base para a competitividade empresarial, porque a partilha realça a vantagem competitiva por aumentar a diferenciação. Nesse sentido, os mesmos autores dizem que a produtividade, a qualidade e a redução de custos, embora não devam ser ignorados pelos gestores, não são mais geradores de vantagem competitiva, pois tornaram-se o mínimo requerido para a sobrevivência da empresa. O que isso tem a ver com responsabilidade social? As novas exigências para a manutenção da competitividade das empresas vêm trazendo para a gestão, implicações de cunho mais amplo e sistêmico, de forma que as oportunidades de negócio oferecidas pelas atuais condições econômicas geram consigo uma forte demanda por um “novo contrato social global” (KREITLON e QUINTELLA, 2001 apud ALIGLERI, ALIGLERI e CÂMARA, 2002). A imagem da organização se torna tão mais positiva quanto mais ela busca participação e interação com a comunidade, através do desenvolvimento de projetos. Assim, ser responsável socialmente é um caminho que traduz em sucesso para a imagem da organização. Entretanto, a incorporação da questão social no âmbito empresarial não é tarefa simples, pois os problemas não se limitam a reações de causa e efeito, envolvendo a participação apenas da empresa. No entanto, quando associada à estratégia global de negócio, políticas e diretrizes de responsabilidade social são capazes de desencadear inovações que reduzem os custos totais de produção e aumentam o valor agregado perante o mercado. A redução dos custos de produção ocorre na medida em que as ineficiências diretas dos recursos utilizados e as falhas no processo produtivo começam a ser identificadas e corrigidas devido a um posicionamento mais socialmente responsável, como, por exemplo, a redução no consumo de energia, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 papéis e água, a diminuição do absenteísmo no trabalho devido a acidente ocasionado pela melhoria da segurança no trabalho e o reaproveitamento e reciclagem de materiais e embalagens anteriormente descartados, entre outros (ALIGLERI, ALIGLERI e CÂMARA, 2002). Os mesmos autores inferem que o desempenho social inadequado e a falta de políticas bem elaboradas de cunho social podem ter sérias implicações organizacionais, acarretando prejuízos materiais e morais de modo a aumentar os custos e perder oportunidades de mercado. Enfim, não há como ignorar a responsabilidade social na gestão da empresa, pois a questão não é parte apenas de uma sensibilização social e ética, mas, principalmente, de uma sensibilização econômica, institucional e mercadológica (LAYRARGUES, 2000 apud ALIGLERI, ALIGLERI e CÂMARA, 2002). Esperamos que essas colocações os levem a refletir sobre três questões consideradas fundamentais: primeiro, é preciso desenvolver habilidades e competências para uma gestão moderna; segundo, tem que estar aberto e ser flexível às mudanças impostas pela globalização e, terceiro, é preciso ter uma visão holística, ou seja, a organização faz parte de um todo complexo e a lucratividade desejada passa pela responsabilidade social, afinal, a empresa não está fechada em um mundo particular, ela precisa interagir, apresentar uma imagem positiva. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 UNIDADE 3 – LOGÍSTICA EMPRESARIAL Adquirir conhecimentos e habilidades, e levá-los a compreender a Logística Empresarial como parte das estratégias corporativas para atuar no ambiente de gerenciamento da cadeia de produção, é um dos objetivos deste módulo. Quanto às habilidades, estas foram colocadas de maneira bem clara logo no início da segunda unidade. Analisaremos agora algumas informações que esperamos que se transformem em conhecimento e proporcionem a vocês o desenvolvimento de capacidades para atuarem na área de gestão e logística empresarial. Partiremos da definição de logística empresarial, passando pela origem e conceitos da palavra logística, a sua evolução ou “revolução” que tem colocado como responsável pelo sucesso ou insucesso da organização e, na sequência, discutiremos os caminhos principais que envolvem toda a atividade logística. Segundo Pozo (2002), a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor o nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controles efetivos para atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. Ela trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável. Para Bowersox e Closs (2001, p. 23) , A logística de uma empresa é um esforço integrado com o objetivo de ajudar a criar valor para o cliente pelo menor custo total possível. A logística existe para satisfazer as necessidades do cliente, facilitando as operações relevantes de produção e marketing. Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística procuram atingir uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma competência operacional que represente o estado-da-arte. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 O principal conceito de logística é proporcionado por Ballou (2006) que a concebe como o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e a armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura, através do atendimento dos pedidosa baixo custo. Um dos objetivos da logística é melhorar o nível de serviço oferecido ao cliente, onde o nível de serviço logístico é a qualidade do fluxo de produtos e serviços e gerenciado. A logística, portanto, é um fator que pode ser utilizado como estratégia para uma organização. Sua aplicação se dá da escolha adequada de fornecedores, passando pela organização e chegando ao cliente (BALLOU, 2006). Com relação às atividades Logísticas, Ballou (2006) divide em dois grupos: as essenciais e as de apoio. As atividades essenciais para a função Logística, também chamadas de atividades primárias são divididas em: gestão de estoques, processamento de pedidos e transporte. As atividades que dão o apoio às atividades primárias, denominadas de atividades secundárias, incluem a armazenagem, manuseio de materiais, embalagens de proteção, programação de produtos e manutenção de informação. O escopo da logística empresarial, segundo Ballou (1993 apud VIANA, 2002 p. 3), pode ser observado na figura 2 abaixo: Figura 2: Escopo da Logística empresarial Fonte: Adaptado de Ballou (1993 apud VIANA, 2002). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 Observa-se que as atividades inerentes às duas grandes etapas do processo logístico são praticamente as mesmas, diferindo pelo fato de o suprimento físico tratar com matérias-primas, e a distribuição física tratar com produtos acabados. Vale ressaltar que, nem todos os sistemas produtivos e seus respectivos produtos e matérias-primas requerem todas as atividades enumeradas (VIANA, 2002, p. 3). Bowersox e Closs (2001) identificam como os principais papéis da Logística: a informação; o transporte; a armazenagem; o manuseio de materiais; e as embalagens. Bezerra e Monteiro (2003) sintetizam que a logística é tudo aquilo que envolve o transporte de produtos (entre clientes, fornecedores e fabricantes), estoque (em armazéns, galpões, lojas pequenas ou grandes) e a localização de cada participante da cadeia logística ou cadeia de suprimentos. Atualmente a Logística Empresarial está associada diretamente ao fato de uma organização relacionar-se com o cliente interagindo de forma eficiente com a cadeia produtiva para conquistar o objetivo final – estar competitivamente atuando no mercado (BEZERRA e MONTEIRO, 2003). 2.1 Origem, conceito e importância da logística Etimologicamente, a palavra “Logística” originou da palavra grega “Logistikos” que significa ‘especialista em cálculo’. O termo logística foi desenvolvido pelos militares para designar estratégias de abastecimento de seus exércitos nos "fronts" de guerra, com o intuito de que nada lhes faltasse (GALLO, 2008). O mesmo autor afirma que não poderia faltar aos soldados num "front" de guerra armamentos, munições, medicamentos, alimentos, vestuários adequados nas quantidades certas e ao tempo certo, pois não adiantaria absolutamente nada os soldados receberem tudo aquilo que necessitavam depois de debelados pelos inimigos. Pela definição no dicionário Aurélio (1986, p.1045): Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 Logística, do francês Logistique: “Parte da arte da guerra que trata do Planejamento e da realização de”: a) Projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos e administrativos); b) Recrutamento, incorporação, instrução e adestramento, designação, transporte, bem-estar, evacuação, hospitalização e desligamento de pessoal; c) Aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e acessórios destinados a ajudar o desempenho de qualquer função militar; d) Contrato ou prestação de serviços. Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, materiais em processo, produtos acabados e informações relacionadas com essas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às exigências dos clientes (BARBIERI e MACHLINE, 2006). Ferraes Neto e Kuehne (2002) definem como sendo a junção de quatro atividades básicas: aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico, quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de manufatura e marketing. Conforme COUNCIL OF LOGISTICS MANAGEMENT: Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo de armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. Essa definição de Logística é a mais amplamente conhecida, deixa claro que a logística atua em todo o fluxo, desde fornecedores até sua entrega ao cliente, passando inclusive pela prestação de serviço pós-venda e pós-entrega que são a assistência técnica e a prestação de serviços de garantia. A logística assumiu importância relevante após o fim da II Guerra Mundial e constitui-se como ferramenta estratégica rapidamente aproveitada pelos gestores e organizações civis. Hoje, aceita-se sem reservas que o contributo das cadeias logísticas foi um fator crítico de sucesso diferenciador e que permitiu a constituição de empresas de dimensão global. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 No que diz respeito aos limites e relações, as atividades da Gestão Logística incluem dentre outras áreas: Transportes; Gestão de frotas; Gestão de armazéns; Manuseamento de materiais; Preparação de pedidos; Desenho da rede Logística; Gestão de Inventário; Planejamento de procura e de fornecimento; Gestão de atividades de terceiros, etc.(RIBEIRO, 2005). Assumindo ainda a função integradora das atividades logísticas com outras funções, incluindo marketing, vendas, finanças e tecnologias de informação, a logística vem se especializando a cada momento. A sua multiplicidade e complexidade tende a aumentar, no passo das mutações que o Mundo registra, muitas vezes numa perspectiva proativa à operacionalização dessas mudanças. Termos como “Logística Militar”, “Logística Just-in-Time”, “Logística Industrial”, “Logística da Distribuição”, “Logística Inversa”, “Logística Hospitalar”, “Logística Farmacêutica” e “Logística do Documento”, são apenas exemplos de uma crescente especialização para cada domínio específico de atividade (RIBEIRO, 2005). Adiante falaremos mais detalhadamente sobre as modalidades da logística. 2.2 A evolução da logística empresarial Até a década de 40, o mundo empresarial era caracterizado por: Alta produção; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde -13:12 as 18:00 horas 24 Baixa capacidade de distribuição; Despreocupação com custos; Inexistência do conceito de logística empresarial. Entre as décadas de 50 e 70, a Logística era vista com pouco interesse pelas empresas, que tinham como as suas áreas de interesse a compra e venda do produto. Porém, na década de 60, um fato primordial transformou este ponto de vista, que foi o surgimento do conceito do custo total. Além desse conceito, algumas condições econômicas e tecnológicas fizeram com que a Logística se desenvolvesse (BALLOU, 2006; CHING, 2006): Alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores. As migrações das áreas rurais para as urbanas e do centro da cidade para os subúrbios fizeram com que os varejistas acompanhassem este mesmo movimento da população. Neste movimento, os varejistas começaram a adicionar pontos-de-venda nos subúrbios, incrementando os seus custos de distribuição. Outra característica foi a busca de uma maior variedade de produtos pelos consumidores, ocasionando um maior custo de manutenção de estoque (BALLOU, 2006; CHING, 2006). Por último, houve mudanças nos padrões de distribuição, tendo os varejistas transferido a responsabilidade para os fornecedores e os centros de distribuição: Pressão dos custos industriais – devido ao crescimento econômico substancial, seguido de uma forte recessão após a Segunda Guerra Mundial. Essa pressão sobre os custos fez com que as empresas buscassem novas maneiras de melhorar a produtividade; Avanços na tecnologia de computadores e o incremento do uso da modelagem matemática, como a programação linear, a teoria de controle de estoques e da simulação; Experiência militar, transferida para as empresas (BALLOU, 2006; CHING, 2006). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 De 1970 a 1980: Consolidação de conceitos; Colaboração decisiva da logística no esforço para aumentar a produtividade da energia, visando compensar o aumento dos fretes; Crise do petróleo; Crescimento dos custos da mão-de-obra; Crescimento dos juros internacionais. A revolução real da logística no campo empresarial tem início a partir de 1980, com as demandas decorrentes da globalização, alteração estrutural da economia mundial e desenvolvimento tecnológico, tendo como consequência a segmentação da logística empresarial em três grandes áreas: 1. Administração de materiais – que é o conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matéria-prima até a entrada na fábrica; em resumo, é “disponibilizar para produção”; sendo que participam desta área os setores de: Suprimentos, Transportes, Armazenagem e Planejamento e Controle de Estoques. 2. Movimentação de materiais – transporte eficiente de produtos acabados do final de linha de produção até o consumidor; sendo que fazem parte o PCP (Planejamento e Controle da Produção), Estocagem em processo e Embalagem. 3. Distribuição física – que é o conjunto de operações associadas à transferência dos bens objeto de uma transação desde o local de sua produção até o local designado no destino e no fluxo de informação associado, devendo garantir que os bens cheguem ao destino em boas condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos; em resumo, é “tirar da produção e fazer chegar ao cliente”. Participam os setores de Planejamento dos Recursos da Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pedido. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 2.3 As modalidades da logística Dentro da logística integrada é preciso fazer uma diferenciação entre as suas variantes. A logística de abastecimento é a atividade que administra o transporte de materiais dos fornecedores para a empresa, o descarregamento no recebimento e armazenamento das matérias-primas e concorrentes. Estruturação da modulação de abastecimento, embalagem de materiais, administração do retorno das embalagens e decisões sobre acordos no sistema de abastecimento da empresa (BALLOU, 2006). A logística de distribuição é a administração do centro de distribuição, localização de unidades de movimentação nos seus endereços, abastecimento da área de separação de pedidos, controle da expedição, transporte de cargas entre fábricas e centro de distribuição e coordenação dos roteiros de transportes urbanos (BALLOU, 2006). A logística de manufatura é a atividade que administra a movimentação para abastecer os postos de conformação e montagem, segundo ordens e cronogramas estabelecidos pela programação da produção. Desovas das peças conformadas como semiacabados e componentes, armazenamento nos almoxarifados de semiacabados. Deslocamento dos produtos acabados no final das linhas de montagem para os armazéns de produtos acabados (BALLOU, 2006). A logística organizacional é a logística dentro de um sistema organizacional, em função da organização, planejamento, controle e execução do fluxo de produtos, desde o desenvolvimento e aquisição até produção e distribuição para o consumidor final, para atender às necessidades do mercado a custos reduzidos e uso mínimo de capital (BALLOU, 2006). 2.3.1 O custo logístico na economia brasileira Segundo Bezerra e Monteiro (2003) e Lima (2006), a logística no Brasil é um tema relativamente recente se compararmos ao surgimento de fábricas e indústrias no país. Ela vem sendo falada e discutida com mais propriedade desde meados da década de 90, com a conscientização política do “custo Brasil” e pela percepção da vantagem competitiva percebida pelos empresários. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 A evolução, desde então, se deu pelo crescente interesse de obtenção de lucro como consequência da redução de custos de transporte, localização e estocagem de produtos (LIMA, 2006). No caso dos transportes, existem basicamente cinco modalidades de transporte de cargas mais convencionais e cada um tem sua característica definida: Dutoviário – têm pontos e rotas fixas, produtos específicos, poucas empresas participando no mercado e são difíceis as implantações de novos pontos; Ferroviário – tem terminais e rotas fixas, poucas empresas atuam no mercado e também existem poucas rotas (isso devido à falta de incentivos governamentais); Aeroviário – tem terminais e rotas determinadas, poucas empresas atuando, modalidade muito regulamentada sendo difícil a entrada de novos concorrentes; Aquaviário – tem portos e rotas fixas, poucas empresas atuam neste ramo; Rodovias – muitos operadores, muitas rotas, muito utilizado para transporte de cargas por ser o mais viável na situação em que estamos hoje (BEZERRA e MONTEIRO, 2003). O mercado existente dentre dessa cadeia de suprimento no Brasil movimenta algo em torno de 50 milhões de dólares anuais no que diz respeito a tecnologia de informação, segundo a International Data Corporation (IDC). O Brasil representa, hoje, 45% do mercado de tecnologia da América Latina que movimenta aproximadamente 125 milhões de dólares. Sendo um númeropouco expressivo perto do que os EUA representou no mesmo período – 3,5 bilhões de dólares. Em uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Logísticos, em 2005, é interesse apresentar os resultados obtidos, proporcionando subsídios para reflexões mais profundas e busca de novos caminhos para o nosso país. Apesar de suas limitações, relacionadas principalmente à disponibilidade de dados, a pesquisa chegou a importantes conclusões com relação ao custo logístico nacional, entre as quais cabe destacar: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 A redução de custo de transporte de 1996 a 2004 nos EUA e no Brasil em relação ao PIB, apesar da elevação do preço do petróleo, provavelmente devido a um aumento da eficiência desta operação; O elevado custo de estoque brasileiro, que é quase o dobro do americano devido ao nosso elevadíssimo custo de capital; O expressivo aumento da receita do modal ferroviário no ano de 2004, que pode dar fôlego a novos investimentos, permitindo aumento do volume de cargas neste modal; O motivo do custo logístico no Brasil ser maior que o americano em termos proporcionais ao PIB está ligado, principalmente, à menor participação de serviços na nossa economia e ao menor valor agregado dos nossos produtos, além do nosso maior custo de capital. Para finalizar, vale destacar que os valores de frete rodoviário praticados no Brasil são bastante baixos; no entanto, a falta de infraestrutura adequada, aliada a problemas de capacidade e disponibilidade, muitas vezes inviabilizam o transporte de cargas por outros modais, muitas vezes mais adequados à distância e ao tipo de produto. Assim, o resultado acaba sendo um frete alto para quem paga, mas baixo para quem recebe (LIMA, 2006, p. 69). 2.4 Logística reversa Um outro fator importante que surgiu com a evolução da logística foi a Logística Reversa, que é a área da logística empresarial associada a retornos de produtos, reciclagem, substituição de materiais, reutilização de materiais, descarte de resíduos e reformas, reparos e remanufatura. Ao contrário da logística direta, a logística reversa, por enquanto, não conta com uma estrutura suficiente para fazer fluir, de forma eficiente, todos os resíduos, embalagens, produtos, entre outros, gerados pela cadeia de distribuição direta. Logística reversa é um tema pouco explorado, de pouca produção textual. Foi nos anos 90, que segundo Chaves e Martins (2005 apud BEZERRA et al, 2008), Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 surgiram novas abordagens sobre o assunto, destacando o aumento da preocupação com questões ambientais, legislação nessa área, órgãos de fiscalização e a preocupação com as perdas por parte das empresas, como aspectos que contribuíram para a evolução do tema logística reversa. Segundo Zikmund e Stanton (apud FELIZARDO E HATAKEYAMA, 2005, p. 3), a conceituação mais antiga sobre logística reversa data do início dos anos 70. Onde se aplica os conceitos de distribuição, porém voltados para o processo de forma inversa, com o objetivo de se atender as necessidades de recolhimento de materiais provenientes do pós-consumo e pós-venda (BEZERRA et al, 2008). No final dos anos 70, Ginter e Starling (apud FELIZARDO E HATAKEYAMA, 2005, p. 3), destacaram a logística reversa dando uma maior atenção para os aspectos da reciclagem e suas vantagens para o meio ambiente, e também seus benefícios econômicos, além da importância dos canais reversos como forma de viabilizar o retorno dos efluentes. Lambert e Stock (1981 apud FELIZARDO E HATAKEYAMA, 2005, p. 2), destacaram a logística reversa como “[…] o produto seguindo na contramão de uma rua de sentido único pela qual a grande maioria dos embarques de produtos flui em uma direção”. Nesta conceituação percebe-se a logística reversa fazendo o sentido contrário ao da logística direta (BEZERRA et al, 2008). De forma mais abrangente, Leite (2003, p. 16-17 apud BEZERRA et al, 2008) conceitua logística reversa da seguinte forma: […] área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros (BEZERRA et al, 2008). A logística reversa é responsável por tornar possível o retorno de materiais e produtos, após sua venda e consumo, aos centros produtivos e de negócios, por meio dos canais reversos de distribuição agregando valor aos mesmos. A rapidez com que um produto é lançado no mercado, o rápido avanço da tecnologia, juntamente com um grande fluxo de informações; a alta competitividade das empresas e o crescimento da consciência ecológica quanto às consequências Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 provocadas pelos produtos e seus descartes no meio ambiente, estão contribuindo para a adoção de novos comportamentos por parte das organizações e da sociedade de um modo geral, sinalizando assim para uma valorização maior dos processos de retorno de produtos e materiais descartados no meio ambiente. Na esteira da logística reversa surgem os canais de distribuição reversos ou CDRs, que constituem todas as etapas ou meios necessários para o retorno de uma parcela dos produtos comercializados, seja devido a defeitos de fabricação, prazo de validade vencido, ciclo de vida útil encerrado ou reaproveitamento de embalagens, ao ciclo produtivo da empresa (BEZERRA et al, 2008). A utilização desses canais pode representar uma importante vantagem competitiva para empresas, pois podem transmitir ou projetar na empresa a imagem de preocupação com a conveniência de seus consumidores e com questões ambientais, já que o retorno de embalagens, por exemplo, diminui o impacto dos famosos ‘lixões’ no ambiente urbano. “A competição é um fator tão importante em mercados externos quanto no mercado nacional” (BALLOU, 2006). 2.5 Sistema de produção e suporte logístico Wanke (2005 apud BORGES, 2007) afirma que a necessidade de processos comerciais mais ágeis requer maior flexibilidade, principalmente por parte dos fornecedores, mas também, nos sistemas de produção (ou serviços) e de distribuição. Slack et al (1999 apud BORGES, 2007) conceitua sistema de produção como a maneira pela qual a empresa organiza seus órgãos e realiza suas operações de produção, adotando uma interdependência lógica entre todas as etapas do processo produtivo. Segundo Silva (2006, p.42 apud BORGES, 2007), todo sistema é composto dos seguintes componentes: entradas, processador, saídas e retroação. Que são definidos abaixo: Entradas (input) – Insumos que o sistema obtém do ambiente para poder funcionar, isto é, constituem todo e qualquer recurso que alimenta o sistema, exemplificando: energia, informação, matérias-primas e mão-de-obra; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.brTelefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 31 Processador – Transformação que o sistema realiza sobre as entradas para proporcionar as saídas; Saídas (output) – Produtos do sistema, resultado do processamento ou das operações realizadas pela empresa, os quais são inseridos no ambiente. Os principais exemplos de saídas são: os produtos acabados ou os serviços prestados pela empresa ao ambiente. Retroação (feedback) ou realimentação – Mecanismo de equilíbrio do sistema para que este possa funcionar dentro de certos limites, isto é, é a influência que as saídas do sistema exercem sobre as entradas, no sentido de ajustá- las ao funcionamento do sistema. Na Figura 3 é apresentada a atuação das empresas como sistemas, obtendo do ambiente os recursos necessários ao seu funcionamento, processando- os através dos seus subsistemas e devolvendo ao ambiente os produtos ou serviços para suas devidas finalidades. Figura 3: Os principais componentes de um sistema Logístico Fonte: Adaptado de Arnold (1999 apud BORGES, 2007. Como explica Borges (2007), a partir do fabricante no fluxo, tem-se representado um subsistema característico de distribuição física de produtos de empresas em geral, incluído num sistema maior da cadeia de suprimentos. Pode ser observado que através de todo o mecanismo há uma ligação entre diversos sistemas, em que a empresa, como um sistema, depende de vários FORNECIMENTO FÍSICO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO FORNECEDOR FABRICANTE SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO CLIENTE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA ENTRADA PROCESSAMENTO SAÍDA FLUXO DOMINANTE DE PRODUTOS E SERVIÇOS FLUXO DOMINANTE DE DEMANDA E DE PROJETOS E INFORMAÇÕES Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 outros sistemas, como os fornecedores para garantir suas entradas, e de outros sistemas, como os clientes e consumidores, para garantir suas saídas. Para Tubino (2000 apud BORGES, 2007), os sistemas produtivos atingem os seus objetivos através de uma série de funções operacionais, desempenhadas por pessoas que atuam desde o projeto dos produtos, até o controle dos estoques. E à medida que os sistemas produtivos crescem, as funções básicas (produção, finanças e marketing) vão sendo desmembradas, gerando funções de suporte (engenharia, compras, suprimentos, manutenção, distribuição e recursos humanos), agrupadas em departamentos de suporte ou apoio, os quais passam a ser subsistemas de um sistema maior (BORGES, 2007). Dentro do fluxo do sistema aparecem os intermediários, os atacadistas (aqueles que fazem a ponte entre os fabricantes e os varejistas sem atuar diretamente com os clientes finais) e os varejistas (fornecedores de bens e serviços para clientes finais) (BORGES, 2007). Além do modelo tradicional, um segundo tipo de fluxo surge quando o produtor vende diretamente para o consumidor final sendo capaz de oferecer um produto de menor custo. Independente do tipo de fluxo que a mercadoria a ser comercializada adquire (venda direta ao consumidor final ou com a participação de intermediários), é necessário um suporte logístico para que o ciclo de produção e entrega do produto acabado ocorram no tempo certo e com um custo que possibilite um preço competitivo, de forma a garantir a eficiência do processo (BORGES, 2007). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 UNIDADE 4 – O GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS SUPPLY CHAIN MANAGEMENT O gerenciamento da cadeia de suprimentos no Brasil é também conhecido como supply chain management (SCM). O SCM é um sistema pelo qual organizações e empresas entregam seus produtos e serviços aos seus consumidores, numa rede de organizações interligadas, lidando com problemas de planejamento e execução envolvidos no gerenciamento de uma cadeia de suprimentos. De acordo com a ideia de Ballou (2006), para que esta cadeia tenha êxito, interagindo com os objetivos da empresa, ela precisa de três pilares básicos: Estratégia de Estoque, Estratégia de Localização e Estratégia de Transportes, conforme mostra a figura abaixo. Figura 4: Gerenciamento da cadeia de suprimentos Fonte: Adaptado de Ballou (2006) Os componentes de SCM são: Planejamento de demanda (previsão); Colaboração de demanda (processo de resolução colaborativa para determinar consensos de previsão); Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 Promessa de pedidos (quando alguém promete um produto para um cliente, levando em conta tempo de duração e restrições); Otimização de rede estratégica (quais produtos as plantas e centros de distribuição devem servir ao mercado) - mensal ou anual; Produção e planejamento de distribuição (coordenar os planos reais de produção e distribuição para todo o empreendimento) – diário; Calendário de produção – para uma locação única, criar um calendário de produção viável (minuto a minuto); Planejamento de redução de custos e gerência de desempenho – diagnóstico do potencial e de indicadores, estratégia e planificação da organização, resolução de problemas em real time, avaliação e relatórios contábeis, avaliação e relatórios de qualidade (BALLOU, 2006). Segundo Ching (2006), Supply Chain é todo esforço envolvido nos diferentes processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. A gestão do supply chain é uma forma integrada de planejar e controlar o fluxo de mercadorias, informações e recursos, iniciando-se na saída das matérias-primas dos fornecedores, passando pela produção, montagem, até terminar na distribuição dos produtos acabados aos clientes finais. Procura administrar as relações na cadeia logística para o benefício de todos os envolvidos e com foco na agregação de valor ao cliente final. É uma ferramenta de gestão de negócios que, usando a Tecnologia da Informação (TI), possibilita à empresa gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência, Nestes tempos modernos em que a exigência de consumo atingiu o limite extremo, o SCM permite às empresas alcançarem melhores padrões de competitividade (CHING, 2006). Sobre a TI, elegemos uma unidade à parte para tratar do assunto por diversos motivos, dentre eles que realmente vivemos a Era da Informação e da Comunicação e, portanto, é de suma importância conhecer alguns dos sistemas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 utilizados pela logística empresarial que tem promovido a diferença entre as empresas. Mas, voltando ao gerenciamento da cadeia de suprimentos, em qualquer sociedade industrializada ou não, produtos devem ser movimentados fisicamente entre o local onde são produzidos eo local de consumo. Exceto em culturas muito primitivas, na qual cada família satisfaz suas próprias necessidades domésticas, o processo de troca se transforma em pedra fundamental da atividade econômica. Trocas acontecem quando existe uma discrepância entre quantidade, tipo e tempo dos produtos disponíveis e os produtos necessários. Se um número de indivíduos ou organizações dentro de uma sociedade tem um excedente de produtos que alguém precisa, tem-se a base para as trocas e, assim, canais vão se desenvolvendo quando muitas trocas acontecem entre produtores e consumidores (PORTAL DO ADMINISTRADOR, 2008). Na figura 5 abaixo temos um modelo de cadeia de suprimentos segundo Ballou (2006). Figura 5: A cadeia de suprimentos Fonte: Adaptação do livro de Ballou (2006) F á b r ic a T ra n s p o r teA rm a z e n a m e n to C o n s u m id o r F o rn e c e d o r T ra n s p o r te A rm a z e n a m e n to T ra n s p o r te T ra n s p o r te In fo rm a ç ã o Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 3.1 Os desafios do gerenciamento da logística Uma das mais importantes tendências comerciais do século XX foi, sem dúvida, a emergência da Logística como conceito integrado que abrange toda a cadeia de suprimentos, desde a matéria-prima até o ponto de consumo. A filosofia fundamental, que está por trás deste conceito, é a do planejamento e coordenação do fluxo de materiais da fonte até o usuário como um sistema integrado, em vez de, como é o caso tão frequente, gerenciar o fluxo de bens como uma série de atividades independentes. Desta forma, sob o regime de gerenciamento logístico, o objetivo é ligar o mercado, a rede de distribuição, o processo de fabricação e a atividade de aquisição, de tal modo que os clientes sejam servidos com níveis cada vez mais altos, ainda assim mantendo os custos baixos. Devido o ciclo de vida dos produtos ficar cada vez menor, exige-se informações mais velozes, precisas e oportunas, que faz com que qualquer falha na qualidade, quantidade ou processamento da informação seja fatal para a empresa. O que temos presenciado em muitos mercados é o efeito das mudanças de tecnologia e da demanda do consumidor, que se combinam para produzir mercados mais voláteis em que um produto pode ficar obsoleto quase tão logo seja lançado. Esse encurtamento do ciclo de vida tem criado sérios problemas para o gerenciamento logístico. De modo particular, os ciclos de vida curtos exigem prazos menores. O prazo real que acaba sendo também o prazo estratégico, é o tempo consumido desde a prancheta, passando pela aquisição de material, fabricação e montagem, até a entrega do produto final e do gerenciamento desse tempo, dele, decorre ou não, o sucesso da empresa. Enfim, o maior desafio do gerenciamento da logística nos tempos atuais é exatamente conseguir acelerar o movimento através da cadeia de suprimentos e tornar todo o sistema logístico mais flexível e sensível a estes mercados em mutação rápida. Isto pode acontecer de três maneiras: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 1. Encurtando o fluxo logístico – adotando os princípios just-in-time3 na entrega, e na fabricação, agilizando a colocação dos produtos no mercado. 2. Melhorando a visibilidade do fluxo logístico – para identificar os gargalos de produção e redução dos estoques. Para isto, as barreiras departamentais devem ser quebradas e as informações compartilhadas. 3. Gerenciar a logística como um sistema – combinar capacidade de produção com as necessidades do mercado, que no final, é a satisfação do cliente. 3.2 Obtendo vantagens competitivas Não há dúvida que a essência da logística está em obter vantagens competitivas e o gerenciamento logístico deve exatamente proporcionar alguma vantagem, do tipo, manter uma posição de superioridade duradoura sobre o concorrente, principalmente, é claro, sobre a preferência do cliente. Essa vantagem competitiva pode ser encontrada na capacidade da organização em: 1º diferenciar-se do concorrente aos olhos do cliente; 2º operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior. Segundo D'Alvia (2008, p. 8), das muitas mudanças que ocorreram no pensamento gerencial nos últimos 10 anos, talvez a mais significativa tenha sido a ênfase dada à procura de estratégias que proporcionassem um valor superior aos olhos do cliente. A vantagem competitiva não pode ser compreendida olhando-se para uma empresa como um todo. Ela deriva das muitas atividades discretas que uma organização desempenha projetando, produzindo, comercializando, entregando e apoiando seu produto. Cada uma dessas atividades pode contribuir para a posição de custo relativo da empresa e criar a base para a diferenciação. A cadeia de valor 3 É entendida como a filosofia de manufatura baseada na eliminação de toda e qualquer perda e na melhoria contínua da produtividade. Ter somente o estoque necessário, quando necessário, melhorar a qualidade tendendo a zero defeito; redução de tempo e tamanhos de lotes da produção; revisar as operações e realizar tudo isto a um custo mínimo. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 desdobra a empresa em suas atividades estrategicamente relevantes, para compreender o comportamento dos custos e as fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma organização ganha vantagem competitiva executando estas atividades estrategicamente importantes de maneira mais barata ou melhor do que seus concorrentes (D’ALVIA, 2008). A vantagem competitiva surge da maneira como as empresas desempenham estas atividades discretas dentro da cadeia de valor, mas já não se pode afirmar que a qualidade do produto será o diferencial. Assim, dentre as fontes atuais de diferencial competitivo temos a vantagem do custo obtido pelo gerenciamento da logística, que racionaliza e reduz os custos e aumenta a produtividade por diversos meios. 3.3 Diferenciando Logística de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Muitas pessoas usam o termo Supply Chain como um substituto ou sinônimo para Logística. No entanto, a definição de Supply Chain Management é mais ampla do que o de Logística. Na verdade, existe ainda muita confusão nos termos logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. O gerenciamento da cadeia de suprimentos, segundo Wanke (2003 apud GUARNIERI et al, 2006), é uma tarefa mais complexa que a gerência logística dos fluxos de produtos, serviços e informações relacionadas do ponto de origem para o ponto de consumo, ou seja, a estratégia logística é necessária no gerenciamento da cadeia de suprimentos, porém este visa, além da gerência logística, uma maior integração das atividades das organizações, além do estabelecimento de relacionamentos confiáveis e duradouros com clientes e fornecedores. O conceito de Supply Chain Management surgiu como uma evolução natural do conceito de Logística. Enquanto a Logística representa uma integração interna de atividades, o Supply Chain Management representa sua integração
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