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Recurso de Apelação no Direito Penal

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OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
APELAÇÃO 
 
CONCEITO 
A apelação, na regra geral, é o recurso cabível 
nos casos em que forem proferidas sentenças 
judiciais que julguem o mérito ou que possuam 
caráter definitivo. 
Desta forma, NÃO é cabível o recurso de apela-
ção para atacar os despachos de mero expedi-
ente, inclusive pelo fato de eles serem sempre 
irrecorríveis, e, via de regra, também NÃO é ca-
bível a apelação para atacar decisões interlocu-
tórias. 
Todavia, em algumas situações, pode-se perce-
ber que a apelação acaba assumindo uma natu-
reza residual, pois, em alguns casos de deci-
sões interlocutórias proferidas pelo juiz singular, 
em que NÃO seja hipótese de Recurso em Sen-
tido Estrito, poderá ser passível de impugnação 
por meio da apelação. 
 
Explicando melhor, pode-se afirmar que as de-
cisões interlocutórias são classificadas da se-
guinte forma: 
 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES 
São todas aquelas que se visam decidir ques-
tões incidentais que surjam antes da sentença 
de mérito e que NÃO acarretam a extinção do 
processo, ou de algum procedimento. 
Para este tipo de decisão interlocutória será ca-
bível apenas o RESE, se houver hipótese espe-
cífica de cabimento deste recurso. 
Já se NÃO houver hipótese de RESE para ata-
car este tipo de decisão interlocutória ela será 
simplesmente irrecorrível. 
Ou seja, para este tipo de decisão interlocutória 
NUNCA será possível a apresentação do re-
curso de apelação. 
Ex. A decisão que concede a liberdade provisó-
ria é uma decisão interlocutória simples e para 
atacar esta decisão é possível a apresentação 
do RESE com fundamento no art. 581, V, do 
CPP. 
Entretanto se a decisão do juiz for de negar a 
liberdade provisória NÃO haverá a possibilidade 
de ingressar com RESE, nem de forma residual 
com a apelação, sendo a decisão irrecorrível. 
O que a parte poderá fazer é impugnar a deci-
são por meio do Habeas Corpus, que não é um 
recurso. 
 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS MISTAS 
Estas se subdividem da seguinte forma: 
• Decisões interlocutórias mistas terminativas – 
são aquelas decisões interlocutórias que acarre-
tam a extinção do processo ou de um procedi-
mento. 
São também chamadas pela doutrina como de-
cisões definitivas. 
Ex. Decisão que não recebe a denúncia ou 
queixa. 
• Decisões interlocutórias mistas não-terminati-
vas – são aquelas que extinguem uma etapa do 
procedimento, mas não acarretam a extinção do 
processo. 
São também chamadas pela doutrina como de-
cisões com força de definitiva. 
Ex. Decisão que pronúncia o réu no rito do tribu-
nal do júri. 
 
Pois bem, SOMENTE as decisões interlocutó-
rias mistas terminativas ou não-terminativas é 
que poderão ser atacadas de forma RESIDUAL 
pela apelação, nos termos do art. 593, II do 
CPP. 
Logo, o candidato deve primeiro verificar se 
existe alguma hipótese de RESE para atacar as 
referidas decisões interlocutórias mistas termi-
nativas ou não-terminativas, caso NÃO exista hi-
pótese, será perfeitamente viável a interposição 
da apelação. 
Ex. A decisão que indefere o pedido de restitui-
ção de coisa apreendida é uma decisão interlo-
cutória mista não terminativa, tendo em vista 
que extingue o procedimento de restituição de 
coisa apreendida, mas não acarreta a extinção 
do processo. 
Neste caso, como não existe uma hipótese es-
pecífica de cabimento de RESE no art. 581 é 
possível a utilização residual da apelação com 
fundamento no art. 593, II, do CPP. 
 
PRAZO 
O prazo de apelação é de cinco dias para a in-
terposição e de oito dias para as razões ou con-
trarrazões nos termos dos arts. 593 e 600 do 
CPP, respectivamente. 
O prazo da apelação começa a correr da data 
da intimação da sentença e não da juntada do 
mandado aos autos, caso esta tenha sido feita 
 
 
 
 
 
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OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
por oficial de justiça, nos termos da Súmula 710 
do STF. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
Deve-se ter cuidado em relação à apelação 
no rito sumaríssimo, pois nos Juizados Espe-
ciais Criminais a apelação terá o prazo de 10 
dias para a apresentação de razões e contrar-
razões, nos exatos termos do art. 82, § 1º, da 
Lei nº 9099/95. 
 
 
ENDEREÇAMENTO 
Vale ressaltar, que a petição de interposição é 
sempre endereçada ao juiz do feito, aquele que 
proferiu a sentença. 
Já as razões da apelação serão endereçadas 
para o Tribunal competente respectivo. 
Cumpre elucidar, também, que somente se 
pode apelar sobre o que se pode entender, so-
bre o que é compreensível. 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
E NÃO APELAÇÃO 
No caso de o juiz proferir uma sentença conde-
natória, mas houver ambiguidade, obscuridade, 
contradição ou omissão em sua fundamentação, 
a primeira providência recursal será apresentar 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO e NÃO a ape-
lação. 
Os embargos de declaração são usados para 
que o juiz declare a sentença de uma forma in-
teligível, de forma que possa ser compreendida. 
 
Os embargos de declaração possuem os se-
guintes prazos: 
• Embargos de Declaração – Rito Sumarís-
simo – 5 dias (Juizados Especiais) art. 83, pará-
grafo 1º CPP. 
• Embargos de Declaração – Rito Comum Ordi-
nário e Sumário – 2 dias, art. 382 para atacar 
sentença e art. 619 CPP no caso de acórdão. 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DE 
APELAÇÃO 
 
O rol de hipóteses de apelação estão constantes 
no art. 593 do CPP, sendo considerado pela 
doutrina e jurisprudência como meramente 
exemplificativo. 
 
SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENA-
ÇÃO OU ABSOLVIÇÃO PROFERIDAS POR 
JUIZ SINGULAR (Art. 593, I, CPP) 
Será cabível o recurso de apelação quando o 
juiz vir a proferir sentença condenando ou absol-
vendo o réu. Estes dois tipos de sentença são 
consideradas definitivas já que resolvem o mé-
rito da causa. 
As disposições referentes às sentenças conde-
natórias e absolutórias estão previstas no 
art. 386 e 387 do CPP, no caso de rito comum 
ordinário e sumário, bem como no art. 492, I e II, 
do CPP, no caso de rito do Tribunal do Júri. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
A previsão constante do art. 593, § 4º do CPP, 
no sentido de que quando for cabível a apela-
ção, não poderá ser usado o recurso em sen-
tido estrito, ainda que somente de parte da de-
cisão se recorra, somente vale para a apela-
ção com fundamento no art. 593, I, do CPP, 
tendo em vista que, no caso de existir a hipó-
tese do art. 593, II, do CPP, a apelação será 
considerada residual, como já foi explicado. 
 
DECISÕES DEFINITIVAS, OU COM FORÇA 
DE DEFINITIVAS, PROFERIDAS POR JUIZ 
SINGULAR NOS CASOS NÃO PREVISTOS NO 
CAPÍTULO ANTERIOR (Art. 593, II, CPP) 
Esta hipótese de apelação é chamada de resi-
dual, pois ocorre todas as vezes que o juiz resol-
ver uma questão definitiva ou com força de defi-
nitiva e que não era caso de Recurso em Sen-
tido Estrito, conforme já foi devidamente expli-
cado. 
 
DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI, QUANDO 
(Art. 593, III, CPP) 
• Ocorrer nulidade posterior à pronúncia 
(art. 593, III, a, CPP) 
Esta hipótese de apelação relaciona-se as nuli-
dades relativas, tendo em vista que as nulidades 
absolutas podem ser alegadas em sede de ape-
lação mesmo que tenham ocorrido ANTES da 
pronúncia. 
 
ATENÇÃO! 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
3 
Quanto às espécies de nulidade, vale lembrar 
a seguinte diferenciação 
 
► Nulidade Absoluta – pode ser arguida a 
qualquer tempo, a qualquer instante do pro-
cesso, até em sede de segundo grau. 
Neste caso, poderá ser utilizada a apelação 
com base no art. 593, III, a, do CPP mesmo 
que a nulidade tenha ocorrido ANTES ou 
APÓS a pronúncia do réu. 
Ex. Impedimentoou suspeição do juiz, a qual-
quer tempo poderá arguir esta nulidade. 
Ex. Ausência de resposta à acusação, neste 
caso há o cerceamento de defesa, havendo o 
rompimento da ampla defesa e do contraditó-
rio. 
 ► Nulidade Relativa – são arguíveis em 
tempo hábil ou irão gerar preclusão. 
Normalmente elas são alegadas na resposta 
à acusação, pois se não for questionada neste 
momento haverá preclusão. 
Assim, no caso de existirem nulidades relati-
vas ocorridas após a pronúncia, deve a de-
fesa argui-las na primeira oportunidade que ti-
ver para falar nos autos, sob pena de preclu-
são. 
Caso a parte tenha alegado a nulidade rela-
tiva ocorrida posteriormente à pronúncia e 
seja proferida uma sentença, após a delibera-
ção dos jurados, que não reconheça a ocor-
rência da referida nulidade, será cabível a 
apelação com fundamento no art. 593, III, a, 
do CPP. 
 
É necessário destacar, ainda, na possibilidade 
de apelação com base nesse inciso se houver 
qualquer nulidade posterior a pronúncia que não 
houve arguição na fase do art. 422 do Código de 
Processo Penal, que geraria nulidade absoluta 
do processo, como o caso de suspeição do juiz, 
já abordada anteriormente. 
Apresentada a apelação com base no funda-
mento da nulidade processual, deverá ser pe-
dida a invalidação do ato considerado nulo, ou 
seja, pede-se a anulação do feito em razão da 
nulidade. 
 
• For a sentença do juiz-presidente contrária à 
lei expressa ou à decisão dos jurados (art. 593, 
III, b, CPP) 
No tribunal do júri, o juiz presidente está adstrito 
à decisão dos jurados em matéria de mérito. 
Em caso de descumprimento, seja da decisão 
do Conselho de Sentença, seja de previsão le-
gal, caberá hipótese de Apelação com base 
nesta alínea. 
Ex. Os jurados decidiram que houve homicídio 
simples, mas o juiz sentenciou o agente, do-
sando a pena como homicídio qualificado. Neste 
caso, deverá ser apresentada Apelação. 
Também será cabível a apelação com base 
nesta hipótese se a sentença do juiz presidente 
for contrária à lei expressa. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pe-
dir a retificação da sentença do juiz presidente 
pelo Tribunal, como bem prevê o § 1º, do 
art. 593 do CPP, na medida em que esta hipó-
tese visa impugnar apenas sentença do juiz pre-
sidente do Tribunal do Júri, não havendo qual-
quer afronta ao princípio constitucional de sobe-
rania dos veredictos. 
 
• Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação 
da pena ou da medida de segurança (art. 593, 
III, c, CPP) 
Nesta hipótese, o juiz presidente, após a delibe-
ração dos jurados, aplicou a pena de forma in-
correta. 
Ou seja, houve um erro na quantum da pena ou 
na qualidade da pena que deveria ter sido im-
posta ao condenado. 
Ex. Os jurados decidiram que o réu deve ser 
isento de pena em decorrência de erro de proi-
bição e merece tratamento ambulatorial de-
vendo ser aplicada medida de segurança, mas 
o juiz condenou o réu a pena privativa de liber-
dade. 
Ex. Os jurados condenaram o réu pelo crime de 
aborto, mas o juiz aplica o regime inicial de pena 
em fechado, mesmo a pena mínima sendo infe-
rior a 4 anos. 
 
• For a decisão dos jurados manifestamente 
contrária à prova dos autos (art. 593, III, d, CPP) 
Esta hipótese somente ocorrerá no caso de exis-
tir uma contradição gritante entre a decisão dos 
jurados e as provas trazidas aos autos. 
Ou seja, existe um completo descompasso en-
tre a decisão dos jurados e as provas produzidas 
dentro do processo. 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
4 
Esta hipótese tem como razão de existir o fato 
de que a soberania dos veredictos no júri NÃO 
é tida de forma absoluta. 
Ex. Resta provado nos autos que o réu agiu em 
legítima defesa, entretanto, o conselho de sen-
tença resolve condená-lo. 
Na apelação com base neste inciso, deve-se pe-
dir a nulidade do feito, devendo haver a realiza-
ção de um novo julgamento e com novos jura-
dos, nos termos da Súmula 206 do STF e do 
art. 593, § 3º, do CPP. 
Quanto a esta hipótese de cabimento, existe, 
ainda, a previsão do art. 593, § 3º, do CPP, no 
sentido de que NÃO poderá ser usado este fun-
damento, novamente, em outra apelação e no 
mesmo processo. Ou seja, esta hipótese de 
apelação somente é cabível uma única vez. 
Caso os jurados venham a decidir novamente de 
forma manifestamente contrária à prova dos au-
tos, deverá ser respeitada a soberania dos vere-
dictos e o critério da íntima convicção. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
A maioria da doutrina entende que as hipóte-
ses de apelação do rito do Tribunal do Júri são 
de fundamentação vinculada, ou seja, so-
mente será cabível a apelação se houver o 
enquadramento do caso em alguma hipótese 
prevista no art. 593, III, do CPP. Esta conclu-
são é uma decorrência da Súmula 713 do 
STF. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
No caso de serem proferidas sentenças de 
impronúncia ou absolvição sumária a funda-
mentação da apelação será no art. 416 do 
CPP e NÃO no art. 593, III, do CPP, tendo em 
vista disposição legal expressa neste sentido. 
 
 
 
APELAÇÃO NOS CRIMES PREVISTOS NA 
LEI DE LICITAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
É possível o intento do recurso de Apelação, no 
caso do rito previsto na Lei 8.666/93, lei de lici-
tações, com prazo de interposição de 05 dias, 
conforme estabelece o artigo 107 da mencio-
nada lei. 
 
APELAÇÃO NOS CRIMES PREVISTOS NO 
CÓDIGO ELEITORAL 
É possível o intento do recurso de Apelação, nos 
casos de crimes previstos no Código Eleitoral – 
Lei nº 4.737/65 – com prazo de interposição de 
10 dias, nos termos do artigo 362 da mencio-
nada legislação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
ESTRUTURA DA APELAÇÃO 
 
Petição de Interposição 
Endereçamento: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA 
DE _______________________ (Regra Geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICI-
ÁRIA DE _______________________ (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA DE _________________ (Crimes da Competência do Tribunal do Júri) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ______________ (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE 
___________________ (Crimes de Competência de Juizado Especial Estadual) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA DE _____________________ (Crimes de Competência de Juizado Especial Federal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____________________ (Endereçamento do Juizado Especial Criminal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ ZONA ELEITORAL DA COMARCA 
DE ____ (crimes eleitorais) 
 
Processo número: 
 
 
 
(Nome do Recorrente), já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério Público/Querelante, 
às fls. ____, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença de _________, conforme fls. 
____, interpor tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
com fundamento no art. 593, (indicar inciso) ______ ou art. 416 (no caso de absolvição sumária ou impro-
núncia), ambos do Código de Processo Penal, art. 82 da Lei 9.099/95 – Lei dos Juizados Especiais Crimi-
nais (no caso de Apelação nos crimes de pequeno potencial ofensivo)ou art. 107 da Lei 8.666/93 (no caso 
de crimes previstos na Lei de Licitações) ou no art. 362 do Código Eleitoral (no caso de crime eleitoral). 
Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas (na prova elas serão feitas jun-
tas), ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal (Ou Turma Recursal no 
caso do Juizado Especial Criminal), onde serão processados e provido o presente recurso. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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6 
Razões ou Contrarrazões da Apelação 
 
Endereçamento: 
RAZÕES (OU CONTRARRAZÕES) DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL (TRIBUNAL DE JUSTIÇA OU TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL OU ELEITORAL) 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
 
Endereçamento a Turma Recursal dos Juizados Especiais 
 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
 
EGRÉGIA TURMA RECURSAL 
COLENDA TURMA 
ÍNCLITOS JULGADORES 
 
1. Dos Fatos 
Seja mais sucinto no resumo dos fatos e mais enfático no resumo do processo. Cita-se o mínimo 
necessário para os fatos e o máximo para o processo. Não precisa fazer dois pontos distintos, falar 
quando houve a publicação da sentença é fase processual, deve-se expor como se chegou até a 
sentença. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: 
“A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir 
aduzidos”. 
2. Das Preliminares 
Se for o caso deve-se alegar preliminares. Como já foi explicado existe uma sequência a ser se-
guida. Abra os artigos na seguinte sequência: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
2º) Art. 109 CP – Prescrição 
3º) Art. 564 CPP – Nulidades 
4º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude. 
5º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeicao liminar da peca 
acusatoria. 
3. Do Mérito 
Fale logo do mérito, diga o que você quer. Deve-se dizer logo o porquê de você está atacando a 
sentença. O recurso é uma peça pesada para investir no mérito. 
Após falar do mérito você deve logo em seguida falar do direito, mencionando o direito pertinente 
ao caso e os artigos correlatos. 
4. Do Pedido 
Deve-se fazer um pedido principal de provimento do recurso e reforma da decisão e demais pedi-
dos subsidiários possíveis. 
Nas contrarrazões deve-se um pedido principal de não provimento do recurso e manutenção da 
decisão. 
 
 
 
 
 
 
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7 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
 
DICAS MUITO IMPORTANTES 
 
• Caso a apelação tenha sido feita pela parte 
acusatória a defesa seguirá a mesma linha. 
Na petição de interposição o nome será CON-
TRARRAZÕES DE APELAÇÃO, com funda-
mento no art. 600 do Código de Processo Pe-
nal. 
 
• Em se tratando de crime do rito do Tribunal 
do Júri, logo na interposição, o apelante deve 
indicar a motivação de seu recurso, em con-
sonância com a súmula 713 do STF. Ao apre-
sentar suas razões, este estará adstrito à mo-
tivação indicada na interposição. Ou seja, no 
caso de apelação do Rito do Tribunal do Júri 
a apelação é de fundamentação vinculada e 
cabe nas hipóteses trazidas pelo art. 593, III, 
do CPP. Nos termos da Súmula 713 do STF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
CASOS PRÁTICOS 
CASO PRÁTICO RESOLVIDO 
André apresentou queixa-crime contra Marcelo pelo delito de dano qualificado pelo fato de ter causado 
prejuízo considerável para a vítima, nos termos do art. 163, parágrafo único, IV, do Código Penal. Infor-
mou a inicial acusatória que no dia 10 de agosto de 2014, por volta das 11 horas da manhã, Marcelo, 
com a intenção de danificar o patrimônio de André, quebrou todo o carro deste, causando-lhe um enorme 
prejuízo. O Juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do 
Sul recebeu a inicial acusatória, vez que, no entendimento do magistrado, esta cumpriu todos os requisi-
tos previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal. Citado para oferecer resposta à acusação, não 
constituiu advogado, razão pela qual foi nomeado o defensor público da vara para realizar a referida 
resposta. Ocorre que, em virtude da demanda, o defensor apenas informou na defesa que deixaria para 
se manifestar ao longo da persecução penal, sem ter, inclusive, arrolado testemunha nem juntado qual-
quer tipo de documento no intuito de melhorar a situação do acusado. Foi designada audiência de instru-
ção e julgamento. Na referida, apesar de devidamente intimados, querelante e seu patrono não compa-
receram, nem informaram o motivo da ausência. Assim, diante da situação, presente o querelado, o juiz 
procedeu com o seu interrogatório e, ao término da instrução probatória, apesar de não existir prova para 
a condenação do agente, já que não houve prova testemunhal, nem sequer prova da existência do fato, 
julgou a queixa-crime procedente contra Marcelo, condenando-o a uma pena de 01 ano e 03 meses de 
detenção, substituindo a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, uma vez que presentes os 
requisitos constantes no art. 44 do Código Penal. Inconformado, Marcelo procura você como advogado 
no intuito de atuar no referido processo. Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as 
informações contidas no texto, elabore o recurso cabível. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA 
DE PORTO ALEGRE CAPITAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
Processo número: 
 
Marcelo, já qualificado nos autos do processo que lhe move o querelante, às fls. ___, por seu 
advogado formalmente constituído que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, inconformado com a respeitável sentença condenatória, conforme fls.___, interpor tempes-
tivamente a presente 
APELAÇÃO 
com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal. 
Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam 
os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o presente recurso. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, data. 
Advogado, OAB. 
 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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1. Dos Fatos 
Marcelo está sendo acusado por ter supostamente cometido o crime previsto no art. 163, pará-
grafo único, inciso IV do Código Penal, pois teria depredado o carro do querelante, causando-lhe um 
enorme prejuízo. 
O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, recebeu a queixa-
crime e mandou citar o réu para responder por escrito as acusações, as quais foram realizadas por 
defensor público atuante na vara, não tendo este, todavia, juntado qualquer tipo de documento no intuito 
de melhorar a situação do agente. 
Designada audiência de instrução e julgamento, querelante e advogado não compareceram, ra-
zão pela qual o juiz procedeu com o seu interrogatório e, ao término da instrução probatória, apesar de 
não existir prova para a condenação do agente, já que não houve prova testemunhal, nem sequer provada existência do fato, julgou a queixa-crime procedente contra Marcelo, condenando-o a uma pena de 
01 ano e 03 meses de 
detenção, substituindo-a por restritiva de direitos. 
2. Das Preliminares 
Preliminarmente, cumpre destacar a ocorrência manifesta de causa extintiva de punibilidade em 
virtude da perempção, com fundamento no art. 107, IV do código Penal em combinação com o art. 60, 
III do Código de Processo Penal. 
Ainda em sede de preliminar, é imperioso elucidar nulidade decorrente do cerceamento de de-
fesa, com fundamento no artigo 564, IV do Código de Processo Penal combinado com o artigo 5º, LV 
da Constituição Federal. 
Por último, não há que se falar justa causa para o exercício da ação penal, razão pela qual a 
denúncia sequer deveria ter sido recebida, nos termos do artigo 395, III do Código de Processo Penal. 
3. Do Mérito 
Cumpre esclarecer ao douto julgador a ausência manifesta de justa causa para o exercício da 
ação penal. Conforme ensinamento pela melhor doutrina, para a configuração da justa causa são ne-
cessários dois requisitos: prova da materialidade do fato e indícios suficientes de autoria. 
Prova é a certeza inequívoca da ocorrência do delito. Já os indícios se configuram como indicati-
vos de que o acusado tenha efetivamente participado da empreitada criminosa, seja como autor ou 
partícipe. 
No caso concreto, restou claro não existir prova da materialidade do fato nem indícios suficientes 
de autoria. Conforme noticiam os autos, não há qualquer depoimento testemunhal ou outro tipo de 
prova que leve a demonstrar ter o acusado praticado a conduta. 
Além disso, é imperioso destacar a ocorrência de causa extintiva de punibilidade em face do 
instituto da perempção, conforme previsão no art. 107, IV do Código Penal em combinação com o art. 
60 do Código de Processo Penal e ocorre quando o querelante, por desídia, não demonstra interesse 
em dar prosseguimento à ação penal. 
Ressalte-se que este instituto só é aplicável apenas às ações penais de iniciativa privada, sejam 
as propriamente ditas, sejam as personalíssimas, não se aplicando, todavia, às ações privadas subsi-
diárias da pública. 
O juiz, ao considerar as hipóteses previstas no art. 60 do Código de Processo Penal, reconhece 
a perempção como forma de sanção, penalidade ao querelante em virtude de sua inércia. 
Analisando o caso concreto, verifica-se que o querelante, apesar de devidamente intimado junta-
mente com o seu patrono, não compareceu à audiência de instrução e julgamento, nem justificou o 
motivo de sua ausência, razão pela qual deveria o nobre julgador ter julgado extinta a punibilidade do 
agente, conforme preceitua o art. 60, III do Código de Processo Penal. 
É mister destacar ainda, Excelência, a ocorrência manifesta de nulidade do processo por cerce-
amento de defesa, conforme previsão no Código de Processo Penal e na Constituição Federal. 
É sabido que a resposta à acusação é peça obrigatória, oportunidade em que o acusado poderá 
realizar toda matéria fática no intuito de defender-se, seja por meio de prova documental, justificações, 
diligências, perícias ou até mesmo o depoimento testemunhal. A falta de resposta à acusação ou a sua 
 
 
 
 
 
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elaboração mal feita gera nulidade absoluta do processo, por ofender o princípio constitucional da am-
pla defesa e do contraditório. 
Conforme o caso concreto, o defensor público intimado para realizar a defesa de Marcelo, em 
virtude da demanda, apenas apresentou a resposta, mas nada juntou aos autos conjuntos probatórios 
no intuito de melhorar a situação do réu, gerando, nesse caso, nulidade. 
Cumpre esclarecer ainda, por gosto à lide e amor ao debate, que em sendo a conduta do agente 
não amparada pela extinção de punibilidade, que não se espera, requer-se, de pronto, a aplicação do 
instituto da suspensão condicional do processo, conforme previsão no art. 89 da Lei 9.099/95, uma vez 
que a pena cominada abstratamente prevista ao dano qualificado é de seis meses, sendo possível o 
preenchimento deste requisito. 
Além disso, entendendo o Tribunal pela manutenção da condenação, é possível, ainda, douto 
julgadores, a aplicação da pena mínima cominada ao delito e o ajuste da substituição da pena privativa 
de liberdade pela restritiva de direitos. 
4. Dos Pedidos 
Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição do réu, com fundamento no 
artigo 386, incisos II do Código de Processo Penal, visto não haver prova da existência do fato. 
Apenas por cautela, não sendo acolhido o pedido de absolvição, o que não se espera, requer-se 
ao douto julgador seja decretada a extinção da punibilidade do agente em virtude da ocorrência da 
perempção, conforme previsão no art. 107, IV do Código Penal em combinação com o art. 60, III do 
Código de Processo Penal, bem como a anulação da instrução probatória em virtude da nulidade pelo 
cerceamento de defesa, nos termos do artigo 564, IV do Código de Processo Penal, afrontando o prin-
cípio constitucional previsto no artigo 5º, LV da Carta Magna. 
Requer-se ainda, a título de pedidos residuais, a suspensão condicional do processo, com fun-
damento no art. 89 da Lei 9.099/95, bem como a aplicação da pena mínima abstratamente prevista ao 
delito. 
Por fim, estabelecida a pena mínima, por ser está inferior a 01 ano, a substituição da pena priva-
tiva de liberdade pela restritiva de direitos realizadas pelo douro magistrado deverá ser ajustada, uma 
vez que a substituição será por uma pena restritiva de direitos ou uma pena de multa, conforme previsão 
no parágrafo 2º do art. 44 do Código Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, data. 
Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
 
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CASO PRÁTICO PROPOSTO 
 
Tâmara foi denunciada pelo representante do Ministério Público pela prática do crime de furto qualificado 
pelo abuso de confiança, pois teria se valido da qualidade de funcionária de George, seu patrão e diretor 
geral da empresa Alfa, a maior do país no ramo alimentício, para subtrair a quantia de R$ 50,00 (cin-
quenta) reais. 
A denúncia foi recebida em janeiro de 2015 pelo juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Olinda, Estado 
de Pernambuco e, após a instrução criminal, foi proferida sentença penal julgando procedente a preten-
são acusatória para condenar Tâmara a uma pena final de três anos de reclusão, em face do crime 
tipificado ao teor do artigo 155, § 4º, II do Código Penal. 
Ressalte-se que, na instrução probatória, ficou comprovado que, à época dos fatos, Tâmara havia sido 
contratada por George há quatro dias para gerenciar uma das empresas, de modo que o crime teria 
ocorrido no primeiro dia de trabalho da acusada. Ademais, foi juntada aos autos a comprovação dos 
rendimentos da vítima, que giravam em torno de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) mensais. 
Ainda na própria audiência, a acusada negou a prática delitiva em seu interrogatório na presença de um 
advogado ad hoc, embora já houvesse advogado constituído não intimado para o ato. O juiz, todavia, 
entendeu não ser necessária a oitiva das testemunhas de defesa, já que nada sabiam acerca do caso 
narrado, dispensando-as, mesmo o advogado informando que uma das testemunhas era de extrema 
importância para a dirimir a lide. 
Após a apresentação de memoriais pelas partes foi proferida a sentença penal condenando Tâmara à 
pena final de três anos de reclusão, assentando o magistrado que a ré possuía circunstâncias judiciais 
desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme gravidade a prática de crimes em que se abusa da 
confiança depositada no agente, motivo pelo qual a pena deveria serdistanciada do mínimo, apesar da 
agente ser primária. 
A sentença foi publicada no dia 18 de agosto de 2015. Com base somente nas informações de que dispõe 
e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija, na qualidade de advogado de Tâmara, 
a peça prático-profissional cabível, com as razões já inclusas, invocando todas as questões de direito 
pertinentes, mesmo que em caráter eventual. 
 
RESPOSTA: 
Peça: APELAÇÃO, com fundamento no art. 593, I do Código de Processo Penal. 
 
Competência: 
Interposição: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
OLINDA ESTADO DE PERNAMBUCO 
 
Razões: 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
 
Teses: 
 Indicação da preliminar de falta de intimação do advogado para o ato, nulidade pela omissão de 
formalidade que constitua elemento essencial do ato, o que acarreta em cerceamento de defesa, 
além da dispensa de testemunha importante para dirimir a lide, com fundamento no art. 564, IV 
do Código de Processo Penal em combinação com o art. 5º, LV da Constituição Federal. 
 Indicação da preliminar de ausência de interesse/necessidade para o exercício da ação, com fun-
damento no artigo 395, II do Código de Processo Penal. 
 Indicação de ausência de justa causa em virtude para o exercício da ação penal, com fundamento 
no art. 395, III do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
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 Desenvolvimento fundamentado acerca da arguição do princípio da insignificância ou criminali-
dade de bagatela, o que acarreta na atipicidade material da conduta. 
 Desenvolvimento fundamentado acerca da nulidade pelo cerceamento de defesa. 
 Desenvolvimento acerca da ausência de interesse/necessidade e justa causa para o exercício da 
ação penal. 
 Desenvolvimento acerca do afastamento da qualificadora e, com isso, instituição do crime na mo-
dalidade simples. 
 Desenvolvimento acerca da possibilidade de aplicação do privilegiamento. 
 Desenvolvimento acerca da possibilidade de aplicação de pena mínima e, com isso, os demais 
benefícios possíveis, como a suspensão condicional do processo, substituição da pena privativa 
de liberdade pela restritiva de direitos e regime inicial de cumprimento de pena no aberto. 
 
Pedidos: 
 Pedido de provimento do recurso e reforma da decisão para a decretação da absolvição, com 
indicação do artigo 386, incisos III, do Código de Processo Penal, em virtude do fato não constituir 
infração penal. 
 Pedido de anulação da instrução probatória em virtude da nulidade pelo cerceamento de defesa, 
fundamentando-se no artigo 564, IV do Código de Processo Penal combinado com artigo 5º, LV 
da Constituição Federal. 
 Pedido de afastamento da qualificadora e consequente condenação pelo crime de furto na moda-
lidade simples. 
 Pedido de aplicação do privilégio constante no art. 155, § 2º do Código Penal. 
 Pedido de suspensão condicional do processo, conforme previsão no art. 89 da Lei 9.099/95 3 
Pedido de aplicação da pena mínima prevista abstratamente ao crime. 
 Pedido de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. 
 Pedido de regime inicial de cumprimento de pena no aberto.

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