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PROTOCOLOS DE NECRÓPSIA S do grego: Necrópsia Νέκρός = morte, objeto morto Όπσις = visão, observação É um procedimento que se destina a pôr em evidência os elementos que caracterizam as diversas causas da morte, quer desde o ponto de vista jurídico, quer desde o ponto de vista médico. Necrópsia É o exame do cadáver realizado com a finalidade de: a etiologia da morte de um ser humano. Necrópsia pesquisar, comprovar e diagnosticar Os despojos mortais, temporariamente, não pertencem à família mas à Justiça, pelo menos até que a Autoridade requisitante veja satisfeitas todas as indagatórias atinentes à causa da morte (“causa mortis” médica) e à maneira da morte (“causa mortis” jurídica): trata-se da disponibilidade jurídica do corpo. Necrópsia O fim da disponibilidade judicial do corpo necropsiado, tornará possível a sua liberação aos familiares ou a quem corresponda, para o velório e/ou a inumação. Necrópsia FINALIDADE DA NECRÓPSIA MÉDICO-LEGAL Identificação do cadáver Determinação da “causa mortis” médica Determinação da “causa mortis” jurídica Determinação da data provável da morte Necrópsia A NECRÓPSIA MÉDICO-LEGAL Necrópsia Médico - Legal Etapas fundamentais: perinecroscopia ou levantamento do cadáver no local; exame externo do corpo; exame interno do corpo; seleção, colheita e remessa de amostras para exames complementares; elaboração do Relatório (Laudo). Necrópsia Médico - Legal Couro cabeludo. Orifícios naturais da cabeça Pescoço. Tórax Anterior e Mamas. Tórax Posterior. Axilas. Mãos e unhas. Região gênito-períneo-anal Regiões médico-legais Necrópsia Médico - Legal O EXAME INTERNO Necrópsia Médico - Legal Crânio; Pescoço; Tórax; Abdome; Aparelho gênito-urinário, e Extremidades. Exame sistemático seguindo uma ordem determinada: Necrópsia Médico - Legal Abertura do tronco : tórax e abdome Necrópsia Médico - Legal 1 – 2 Técnica de Virchow Necrópsia Médico - Legal Necrópsia Médico - Legal Abertas as cavidades com boa visualização dos órgãos, estudam-se, sistematicamente, os respectivos conteúdos: Necrópsia Médico - Legal Observar o aspecto geral, verificando a presença de líquidos entres as vísceras, registrando tipo, aspecto, distribuição e quantidade (que deverá ser medida). Necrópsia Médico - Legal Autopsiando um cadáver de sexo feminino, “a fortiori” quando jovem, não esquecer a inspeção do útero, ovário e anexos, seguido da secção longitudinal: assim, um útero gravídico não passará despercebido. Marcas de Mordida Peso Legal das Marcas de Mordida Constituem evidências aceitas no âmbito jurídico: como prova pericial, porém; de caráter esencialmente excludente. Obs: resultados mais confiáveis em casos de suportes inanimados. Thompson & Phillips (1994), Bowers (1996), Aksu & Gobetti (1996) Kittelson et al. (2002), Pretty (2003), Spiessens et al. (2005), Picapedra et al. (2009) Definição As mordidas são os vestígios, sinais, estigmas, marcas ou impressões deixadas pelos dentes humanos ou de animais, na pele ou mucosas de pessoas vivas, cadáveres, alimentos, vestimentas ou objetos de consistência relativamente branda. Marques et al. (2007), Picapedra et al. (2009) Definição Os suportes ou substratos são as superfícies onde as mordidas são topografadas. Bernitz et al. (2000), Silva (2003) Suportes Inanimados objetos alimentos Bernitz et al. (2000), Silva (2003) 23 Animados pessoas animais Suportes Pele Animados Suportes ...E como são considerados os cadávares? Características das Marcas de Mordida Suportes inanimados Gomas de mascar, frutas (principalmente maçãs) e queijos são os alimentos encontrados com maior freqüência no local do delito. Cameron & Sims (1973) Características das Marcas de Mordida Suportes inanimados De acordo con Marques, Galvão e Silva (2007), em condições normais, durante a mordida de um objeto, os dentes superiores serão os responsáveis pela fixação deste, enquanto os inferiores realizão o corte. Mordida humana – áreas da lesão Fonte: www.malthus.com.br Mordida humana – áreas da lesão 1- Excoriações ou lesões corto-contusas em forma circular ou elíptica (incidência direta dos órgãos dentários) Fonte: www.malthus.com.br Paulete Vanrell (2009) Mordida humana – áreas da lesão 2- Equimose por sucção (pressão da língua ou vazio ao morder) Fonte: www.malthus.com.br Paulete Vanrell (2009) Lesões intra-vitam x post-mortem No vivo Permanecem por 4 a 36 horas Difusão sanguínea Coagulação (coágulo unido aos tecidos) Retração dos tecidos (de acordo com a orientação das fibras) No morto Permanecem por 12 a 24 horas Ausência de hemorragia Ausência de coágulo Ausência de retração dos tecidos Levantamento e Análise das marcas de mordida É lícito ressaltar que se trata de uma das tarefas mais fascinantes, intrigantes e polêmicas da atividade forense (Hill, 2000; Wright & Dailey, 2001), por ser, ao mesmo tempo, uma mescla de arte e ciência e pela inexistência de critérios uniformes e protocolos internacionalmente aceitos para a interpretação dos resultados (Dinkel & Captain, 1974; Sweet, 2005). Suportes inanimados Moldagem da maçã, com silicone, pela técnica de dupla impressão MOLDAGEM DOS DIFERENTES SUPORTES Suportes inanimados Moldagem da barra de chocolate, com silicone, pela técnica de dupla impressão Suportes inanimados Modelos com gesso tipo IV Suportes inanimados Moldagem do chiclete, direta e separadamente, em cada uma das suas superfícies, com silicone leve, para a construção dos positivos. Suportes inanimados Reforço com silicone pesado. Obs: É necessário refrigerar o conjunto (chiclete, silicone leve e pesado) antes de proceder à retirada de cada positivo obtido. Superfície Inferior Superfície Superior Suportes inanimados Comparação direta entre os modelos dos “suspeitos” e as reproduções em positivo das maçãs. Suportes inanimados Comparação direta entre os modelos dos “suspeitos” e as reproduções em positivo das barras de chocolate. Suportes inanimados Comparação direta entre os modelos dos “suspeitos” e as reproduções em positivo dos chicletes. Suportes inanimados Análise métrica de todos os materiais de estudo referidos. Suportes animados Registro fotográfico imediato da injúria (em vista panorâmica e em close, com e sem flash, em cores e preto e branco, junto com a escala nº 2 da ABFO) Suportes animados Registro fotográfico dos modelos dos “suspeitos” Suportes animados Análise métrica digital, por meio do Adobe Photoshop®, nas fotografias da lesão e as correspondentes aos modelos dos “suspeitos”. TANATOLOGIA do grego: TANATOLOGIA Thánatos = morte. Logia = Ciência. Conceito: Estudo da morte, dos fenômenos a ela relacionados e da legislação que lhe é concernente. Moacyr da Silva, 1997 TANATOLOGIA mas esses são os denominados Mecanismos da Morte sistema neural sistema respiratório sistema circulatório V I D A A - FENÔMENOS ABIÓTICOS I- IMEDIATOS II- MEDIATOS OU CONSECUTIVOS B - FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS I - DESTRUTIVOS II - CONSERVADORES FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS: “TRÍADE DE THOINOT” - Imobilidade - Parada da respiração - Parada da circulação FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) - Perda da consciência: - Perda da sensibilidade - Arreflexia - Perda do tônus muscular - Dilatação pupilar - Parada da atividade cerebral FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) “Fácies Hipocrática”: fronte enrugada, olhos fundos, nariz afilado com orla escura, têmporas deprimidas, orelhas repuxadas para cima, lábios caídos, regiões zigomáticas deprimidas, mento enrugado e cílios secos. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) FENÔMENOS ABIÓTICOS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS: - Dessecação cadavérica (desidratação) - Resfriamento do corpo ("Algor Mortis") - Livores de hipóstases - Rigidez cadavérica ("Rigor Mortis") FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Dessecação cadavérica: Fim da manutenção da hidratação; Perda de água por evaporação; Apergaminhamento da pele. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Resfriamento do corpo ("Algor Mortis" “Algidez cadavérica”): Variáveis: temperatura corporal e ambiental, tempo de morte, Umid. Relat. do ar, ventilação, vestes, gordura, ... Fim gradual da termogênese. A queda da temperatura corpórea é da ordem de 0,8 a 1º C/hora, nas primeiras 12 h; e de 0,3 a 0,5º C/hora, nas 12 h seguintes. A média admitida é de 1,5ºC por hora. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Lavores de hipóstases: É a coloração vermelha que assumem as regiões da pele do cadáver que encontram-se em maior declive (exceto nas regiões de apoio). O coração é uma bomba, e o fim de sua atividade deixa o sangue sujeito à gravidade; Início 2ª ou 3ª hora, fixação em 8 à 12h; Atenuado nas grandes hemorragias e nos melanodermas. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Rigidez cadavérica ("Rigor Mortis"): Surge 1 ou 2 h após o óbito, atinge seu pico em 8h e se desfaz à partir de 24h até 36h; A glicólise realizada na ausência de oxigênio produz ácido lático que forma pontes entre as fibras de actina fixando as miofibrilas. Lei de Nysten (na mandíbula, em seguida nuca, nos membros e nos músculos do tórax); FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DO CADÁVER: I – DESTRUTIVOS: - Autólise - Putrefação - Maceração II – CONSERVADORES: - Saponificação - Mumificação - Corificação - Petrificação FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Destrutivos Autólise: Moacyr da Silva (1996): Ocorre quando existe uma grande acidificação do meio interno; o indivíduo morre e se dissolve, não há putrefação. Vanrell (2002): Processo auto-destrutivo de células e tecidos, que se opera sem a interferência externa, decorrente do aumento da permeabilidade das MP liberando as enzimas proteolíticas dos lisossomas. Isso leva a uma acidez temporária que, pela putrefação, se neutraliza e inverte pela alcalinização progressiva. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Putrefação: (+ comum) É o processo biológico de decomposição da matéria orgânica por bactérias, principalmente, bem como pela fauna macroscópica e pela flora (fungos), que acaba por devolvê-la a condição de matéria inorgânica. Distingue-se os seguintes períodos ou fases : Fase de coloração ( 18 a 24 h após a morte, durando de 7 a 12 dias); Fase gasosa (ou enfisematosa), de 7 a 12 dias até 1 mês; Fase coliquativa (início do 1º mês, estendendo-se até 3 meses a 2 anos) ; Esqueletização. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Maceração: A maceração é um fenômeno transformativo que sofre o cadáver em meio líquido. A pele torna-se esbranquiçada, friável, corrugada, fazendo com que a epiderme se solte da derme, desgarrando-se por vezes. As cavidades naturais são infiltradas por líquidos. Observa-se o destacamento de amplos pedaços de tegumentos cutâneos que se assemelham a luvas. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Conservadores Saponificação ( Adipócera ): Neste processo transformativo conservador, o cadáver se encontra em um meio que obedeça as seguintes exigências: 1 - ambiente muito úmido (terra argilosa; alagado; fossa séptica; pântano); 2 - ausência de ar ou escassa ventilação. Mais frequentes nas mulheres e nos obesos; Por hidrólise e hidroxigenação, as gorduras do corpo são desdobradas em ácidos graxos, para formar sabões de baixa solubilidade, denominados adipocera; Conserva forma, traços fisionômicos, digitais; e vestígios de violências sofridas em vida. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Mumificação: -Exposição ao ar (muita ventilação), climas quente (acima dos 40ºC) e seco (umidade abaixo de 6%) , de tal modo que a desidratação aconteça numa velocidade maior que a atuação das bactérias; -Peso reduzido, coloração negra, pele endurecida, com preservação de algumas características fisionômicas. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri) Coreificação: Esta modalidade rara ocorre em cadáveres que são conservados em urnas metálicas hermeticamente fechadas (seladas), notadamente de zinco galvanizado. O metal impregna o cadáver. Este tipo de recipiente e de ambiente inibe, parcialmente, os processos de decomposição. Petrificação ou Calcificação: Esta modalidade é de rara ocorrência e caracteriza-se por infiltração dos tecidos do cadáver por sais minerais como o cálcio. Assume assim um aspecto de verdadeira "calcificação" generalizada. FENÔMENOS CADAVÉRICOS (Classsif. de Perri)
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