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Matéria de Direito Previdenciário - AV2

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FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
NOÇÕES GERAIS
O Financiamento da seguridade social é feito de forma direta, através das contribuições sociais, PIS, PASEP – art. 195 da CF.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.
O financiamento indireto provém de recursos orçamentários da União, Estados, Municípios e do Distrito Federal.
O orçamento da seguridade social está previsto no art. 11 da Lei 8212/91. Nele constam as receitas da União, Contribuições Sócias e Receitas de Outras Fontes.
ORIGEM DO FINANCIAMENTO
Empregador, empresa e entidade a ela equiparada;
Segurados;
Receita de concurso de prognósticos (todo e qualquer concurso de sorteio de números ou quaisquer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza no âmbito federal, estadual, do DF ou municipal, promovidos por órgão do Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis. É o valor total da renda líquida quando realizado por ente publico e 5% do movimento global dos concursos se privado, excetuando os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo);
Importador de bens e serviços do exterior;
Outras fontes de custeio.
Em caso de insuficiência de recursos, fica a União responsável pelo financiamento – art. 16, parágrafo único, Lei 8.212/91.
IMUNIDADE
Aposentados e pensionistas do RGPS;
Entidades beneficentes de Assistência Social;
Receitas decorrentes de exportação.
ANTERIORIDADE
Este principio não se aplica as contribuições sociais, que podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que foram instituídas ou modificadas, desde que respeitado o decurso de 90 dias após a publicação da Lei que a instituiu ou modificou. É a anterioridade nonagesimal.
OBSERVAÇÕES SOBRE O CHAMADO DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA
- Há desvio dos recursos da seguridade social para outras áreas;
- Há renuncia fiscal em relação às entidades filantrópicas;
- Há benefícios da área rural que foram aumentados até um salário mínimo sem a correspondente fonte de custeio;
- Não há recolhimento para os trabalhadores rurais;
- Houve a instituição de benefícios sem o custeio respectivo, tais como o acidente radioativo de Goiânia e aquele concedido aos portadores da Síndrome da talidomida.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
As contribuições previdenciárias são tributos de natureza parafiscal. Contribuições para o custeio da seguridade social são gênero do qual a contribuição previdenciária é espécie. 
Estão previstas no art. 195, I, a; II e III.
Os sujeitos da relação são a União, no polo ativo e os devedores, no polo passivo.
EXCEÇÃO: parágrafo 9º do art. 28 da Lei 8212, cuja lista é extensa, indo até a letra u. Porém, resumindo, seriam os recebimentos ocorridos em caráter indenizatório.
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR – art. 195, I, a – empregador, empresa ou entidade a ela equiparada
O art. 15 do PCSS trouxe o conceito de empresa para fins previdenciários. Diz o normativo que empresa é “a firma individual ou sociedade que assue o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração publica direta e indireta e fundacional.”
Deve a empresa efetuar seu recolhimento em relação ao empregado, trabalhador avulso e ao contribuinte individual que lhe presta serviço.
Sujeito ativo: é a empresa ou entidade a ela equiparada.
Alíquota: 20%, sem limite de remuneração.
O fato gerador é dever, pagar ou creditar remuneração, a qualquer titulo, a pessoa física. O fato gerador não é o pagamento da remuneração, bastando apenas que ela seja devida ao trabalhador.
Base de calculo: são os rendimentos pagos ou creditados a qualquer título.
Vencimento: até o dia 20 do mês seguinte ao da competência. 
* Os valores acordados em reclamação trabalhista, exceto os de natureza indenizatória, compõem o fato gerador da contribuição previdenciária.
INSTITUICÕES FINANCEIRAS – ART. 22, parágrafo 1º do PCSS
Para estas empresas, além da contribuição previdenciária normal, incide ainda um acréscimo de 2,5%, justificada pela alta informatização x diminuição da mão-de-obra, o que geraria a consequente diminuição de contribuição previdenciária. 
A lei relaciona tais instituições, cujo rol é exaustivo. Não estando previsto na lei taxativamente, não está à instituição sujeita ao acréscimo.
CONTRIBUIÇAO PARAO SAT
As empresas, além de recolherem a contribuição previdenciária, cuja alíquota é de 20%, estão obrigadas a recolher também o percentual de 1%, 2% ou 3% sobre sua base de cálculo de contribuição, para fins de cobertura do acidente de trabalho, relativos respectivamente aos riscos leve, médio e alto.
Para saber qual percentual será aplicado, verifica-se a atividade preponderante da empresa, que foi conceituada pelo art. 202, parágrafo 3º do Decreto 3.048. A atividade preponderante seria aquela que ocupa, na empresa, o maior numero de segurados empregados e trabalhadores avulsos.
O anexo V do RPS correlaciona à atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidente de trabalho. Assim, a alíquota será, quando variar o tipo de risco, aquela que comportar o maior numero de empregados.
Os empregadores rurais contribuem com 0,1% do valor da comercialização de seus produtos.
ADICIONAL AO SAT
Este adicional foi criado pela Lei 9.732/98 e se destina a subsidiar o pagamento da aposentação precoce do segurado, exposto a agentes nocivos (aposentadoria especial). Tal hipótese pode ocorrer quando a atividade é realizada por 15, 20 ou 25 anos em situação de risco à saúde do trabalhador.
O adicional será então calculado de acordo com a atividade que enseja a aposentação precoce, no percentual de 12% para as atividades com aposentadoria aos 15 anos de trabalho; 9% para 20 anos de trabalho e 6% para 25 anos.
Vale ressaltar que o acréscimo incidirá apenas sobre o trabalhador exposto ao agente nocivo, ao contrário do SAT básico, que é extensivo a todos os empregadores e avulsos.
Exemplo:
1000 empregados – 3%
50 empregados expostos a agente nocivo – 15%
Tal obrigação tem seu vencimento determinado para o dia 20 do mês seguinte ao da competência.
Para as cooperativas de trabalho, os percentuais são diferenciados, quais sejam: 9%, 7% e 5%. 
As contribuições das cooperativas de produção seguem a regra geral.
COOPERATIVAS DE TRABALHO
Sua contribuição é sobre o valor da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho
Diferenciando:
Cooperativas de produção são aquelas em que seus associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens.
Cooperativas de trabalho são associações frequentemente utilizada em atividades de cessão de mão-de-obra.
Fato gerador: tomar e pagar serviços de cooperados unidos em cooperativas de trabalho.
Sujeito passivo: empresa contratante que paga o valor da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços.
Base de cálculo: o valor bruto da nota ou fatura.
Alíquota: 15%.
Vencimento: até o dia 20 do mês seguinte ao da competência.
ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL QUE MANTÉM EQUIPE DE FUTEBOL PROFISSIONAL
Fato gerador: auferir receita em razão da realização de espetáculos desportivos e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.
Sujeito passivo: a associação desportiva que mantém a equipe exclusivamente de futebol, bem como aquelas que mantiverem equipes de outras modalidades de esporte em conjunto à de futebol.
Base de cálculo: a receita bruta auferida.
Alíquota: 5%.
Vencimento: até dois dias úteis após a realização do evento se recolhida pelo promotor do evento. Nos demais casos, até o dia 20 do mês seguinte.
EMPREGADOR RURAL
Fato gerador: a comercialização de sua produção.
Sujeito passivo: o produtor rural pessoa jurídica.
Base de cálculo: a receita bruta resultante da comercialização da sua produção.
Alíquota: 2,5%.
EMPREGADOR DOMÉSTICO
Fato gerador: pagar remuneração a empregado domestico a seu serviço.
Sujeito passivo: o empregador doméstico.
Base de cálculo: o salário de contribuição do empregado doméstico.
Alíquota: 12%
Vencimento: até o dia 15 do mês seguinte ao da competência.
CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS – Art. 195, II.
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO, DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO.
Fato gerador: receber remuneração
Sujeito passivo: o segurado e o trabalhador avulso
Base de cálculo: a remuneração auferida, exceto aquelas previstas no art. 28, 9º do PCSS.
Alíquotas: 
8% - até 1.247,70
9% - de 1247,71 a 2079,50
11% - de 2079,51 a 4159,00
EMPREGADO DOMÉSTICO
Fato gerador: receber remuneração
Sujeito passivo: o segurado empregado doméstico, que, na verdade, sofre o recolhimento, sendo do empregador a responsabilidade do pagamento.
Base de cálculo: a remuneração registrada na carteira de trabalho.
Alíquota: conforme o salário de contribuição percebido, 8, 9 ou 11%.
Vencimento: o dia 15 do mês seguinte ao da competência.
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL
Fato gerador: receber remuneração em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria.
Sujeito passivo: o próprio contribuinte individual.
Base de cálculo: a remuneração auferida no período de um mês.
Alíquota: conforme o salário de contribuição percebido, 8, 9 ou 11%.
Vencimento: o dia 15 do mês seguinte ao da competência.
Alíquota: 20%.
Vencimento: dia 15 do mês subsequente ao da competência, ou trimestralmente se contribuir sobre o valor de um salário mínimo, quando o vencimento será o dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil.
LEI COMPLEMENTAR 123/2006 – alíquota reduzida
A Lei Complementar 123/2006 possibilitou a alguns contribuintes individuais e facultativos o recolhimento da contribuição previdenciária com alíquota reduzida quando optarem pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.
Nestes casos, a base de calculo é o valor de um salário mínimo e a alíquota é de 11%.
A Lei 12.470 de 31 de agosto de 2011, trouxe novamente alteração à alíquota de contribuição, incluindo a possibilidade do segurado facultativo que realiza atividades no âmbito doméstico a contribuir para a previdência social com o percentual de 5% sobre o salário mínimo, desde que seja considerado de baixa renda e sua família esteja incluído no CadÚnico, cuja renda mensal não pode ser superior a 2 salários mínimos.
SEGURADO FACULTATIVO
Fato gerador: inscrever-se com segurado.	
Sujeito passivo: o segurado facultativo, que deve fazer o recolhimento por conta própria.
Base de cálculo: o valor declarado pelo segurado facultativo.
Alíquota: 20%.
Vencimento: o dia 15 do mês seguinte ao da competência.
OUTRAS FONTES DE CUSTEIO
O PCSS prevê, em seu art. 27, as demais fontes de custeio, que fornecem recursos adicionais ao sistema, dentre elas, multas, atualização monetária, juros moratórios, remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros, 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Receita Federal, dentre outros.
TABELAS VIGENTES
	SEGURADOS EMPREGADOS, INCLUSIVE DOMÉSTICOS E TRABALHADORES AVULSOS
	Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2013
	Salário-de-contribuição (R$)
	Alíquota para fins de recolhimento 
ao INSS (%)
	até 1.247,70
	8,00
	de 1.247,71 até 2.079,50
	9,00
	de 2.079,51 até 4.159,00
	11,00
	Portaria Interministerial MPS/MF nº 15, de 10 de janeiro de 2013
	TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS CONTRIBUINTES: INDIVIDUAL E FACULTATIVO
	Salário-de-contribuição (R$)
	Alíquota para fins de recolhimento 
ao INSS (%)
	678,00
	5,00*
	678,00
	11,00**
	678,00 até 4.159,00
	20,00
		* Alíquota exclusiva do microempreendedor individual e do segurada (o) facultativo que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência. (Leia mais)
* Fonte: http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=313
FATOR PREVIDENCIÁRIO
É aplicado para cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição e por idade, sendo opcional no segundo caso. Criado com o objetivo de equiparar a contribuição do segurado ao valor do benefício,baseia-se em quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado (conforme tabela do IBGE).
Veja tabela do fator previdenciário
A fórmula do fator previdenciário é:     
                        
f = fator previdenciário
Tc = tempo de contribuição do trabalhador
a = alíquota de contribuição (0,31)
Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria
Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria
Na aplicação do fator previdenciário serão somados ao tempo de contribuição do segurado:
- Cinco anos para as mulheres;
- Cinco anos para os professores que comprovarem efetivo exercício do magistério no ensino básico, fundamental ou médio;
- Dez anos para as professoras que comprovarem efetivo exercício do magistério no ensino básico, fundamental ou médio.
Tabela utilizada nos benefícios concedidos a partir de 01º de dezembro de 2012.
	TABELA DE EXPECTATIVA DE SOBREVIDA - Ambos os Sexos - 2011*
	Idade
	Expectativa de
Sobrevida
	Idade
	Expectativa de
Sobrevida
	Idade
	Expectativa de
Sobrevida
	Idade
	Expectativa de
Sobrevida
	Idade
	Expectativa de
Sobrevida
	Idade
	Expectativa de
Sobrevida
	0
	74,1
	14
	61,7
	28
	48,8
	42
	36,1
	56
	24,3
	70
	14,2
	1
	74,3
	15
	60,7
	29
	47,9
	43
	35,2
	57
	23,5
	71
	13,6
	2
	73,4
	16
	59,8
	30
	47,0
	44
	34,3
	58
	22,8
	72
	13,0
	3
	72,5
	17
	58,9
	31
	46,0
	45
	33,5
	59
	22,0
	73
	12,4
	4
	71,5
	18
	57,9
	32
	45,1
	46
	32,6
	60
	21,2
	74
	11,8
	5
	70,5
	19
	57,0
	33
	44,2
	47
	31,7
	61
	20,5
	75
	11,2
	6
	69,6
	20
	56,1
	34
	43,3
	48
	30,9
	62
	19,7
	76
	10,7
	7
	68,6
	21
	55,2
	35
	42,4
	49
	30,0
	63
	19,0
	77
	10,1
	8
	67,6
	22
	54,3
	36
	41,5
	50
	29,2
	64
	18,3
	78
	9,6
	9
	66,6
	23
	53,4
	37
	40,6
	51
	28,4
	65
	17,6
	79
	9,1
	10
	65,6
	24
	52,4
	38
	39,7
	52
	27,5
	66
	16,9
	80+
	8,7
	11
	64,7
	25
	51,5
	39
	38,8
	53
	26,7
	67
	16,2
	6,0
	6,0
	12
	63,7
	26
	50,6
	40
	37,9
	54
	25,9
	68
	15,5
	6,0
	6,0
	13
	62,7
	27
	49,7
	41
	37,0
	55
	25,1
	69
	14,9
	6,0
	6,0
	* Fonte: IBGE - Diretoria de Pesquisas (DPE), Coordenação de População e Indicadores Sociais (COPIS).
APOSENTADORIA POR IDADE
EXIGÊNCIAS CUMULATIVAS PARA O RECEBIMENTO DESTE TIPO DE BENEFÍCIO
Comprovação da carência.
Idade mínima de 65 anos se homem e 60 anos se mulher no caso de trabalhador urbano (Art. 48, Lei nº 8.213/91) e de 60 anos se homem e 55 anos se mulher no caso de trabalhador rural (§ 1º, art. 48 da Lei nº 8.213/91).
Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: a partir dos 60 anos, homens, e a partir dos 55 anos, mulheres.
Para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos inscritos na Previdência Social a partir de 25 de julho de 1991 precisam comprovar 180 contribuições mensais. Os rurais têm de provar, com documentos, 180 meses de atividade rural.
Os segurados urbanos filiados até 24 de julho de 1991, devem comprovar o número de contribuições exigidas de acordo com o ano em que implementaram as condições para requerer o benefício, conforme tabela abaixo. Para os trabalhadores rurais, filiados até 24 de julho de 1991, será exigida a comprovação de atividade rural no mesmo número de meses constantes na tabela. Além disso, o segurado deverá estar exercendo a atividade rural na data de entrada do requerimento ou na data em que implementou todas as condições exigidas para o benefício, ou seja, idade mínima e  carência.
APOSENTADORIA ESPECIAL
Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos).
A aposentadoria especial será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção. Além disso, a exposição aos agentes nocivos deverá ter ocorrido de modo habitual e permanente, não ocasional nem intermitente.
Para ter direito à aposentadoria especial, é necessário também o cumprimento da carência, que corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais. Os filiados antes dessa data têm de seguir a tabela progressiva. A perda da qualidade de segurado não será considerada para concessão de aposentadoria especial, segundo a Lei nº 10.666/03.
A comprovação de exposição aos agentes nocivos será feita por formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa ou seu preposto, com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.
Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de dois em dois anos, se não, o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho.
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Pode ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade mínima.
Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30 anos de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 30 anos de contribuição.
As mulheres têm direito à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 25 anos de contribuição.
Para ter direito à aposentadoria integral ou proporcional, é necessário também o cumprimento do período de carência, que corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais. Os filiados antes dessa data têm de seguir a tabela progressiva. 
A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição.
BENEFÍCIOS
Ao segurado:
AUXILIO-DOENÇA – art. 201, I da CF; arts. 59 a 63 do PBPS e Arts. 71 a 80 do RPS.
Contingência: estar incapacitado para a atividade habitual por mais de 15 dias (incapacidade temporária)
* Incapacidade x enfermidade: o reconhecimento da doença não induz a percepção do benefício. É necessário que haja incapacidade.
Carência: 12 meses (em caso de perda da qualidade de segurado, e necessário para recuperá-la, contribuircom 4 meses, somando um mínimo de 12)
Doenças sem carência: art. 151 da Lei 8213/91
Renda Mensal: 91 % do salário de benefício, inclusive se decorrente de acidente de trabalho.
Termo inicial: 
Empregado: 
16º dia contado do afastamento da atividade;
DER quando afastado por mais de trinta dias
Demais segurados, inclusive o doméstico:
inicio da incapacidade;
da DER se afastado por mais de 30 dias das atividades.
Termo final:
o dia em que cessar a incapacidade;
o dia em que o benefício for convertido em aposentadoria por invalidez ou auxilio-acidente;
com a morte do segurado.
* Em caso de segurado que desempenha mais de uma atividade diferente, pode receber o benefício para a atividade para a qual a incapacidade foi constatada, exceto se exercer a mesma profissão;
* Será devido em caso de acidente de qualquer natureza;
* Se o auxilio for do tipo doença/acidente de qualquer natureza – a competência é da Justiça Federal.
* Se o auxílio for do tipo acidente de trabalho - a competência é da Justiça Estadual.
Auxílio-doença x Auxílio-acidente x Aposentadoria por Invalidez
O auxílio-doença é devido em caso de incapacidade temporária. A aposentadoria por invalidez, quando a incapacidade é permanente. Já o auxílio-acidente, quando há redução da capacidade laborativa. 
SALÁRIO-FAMÍLIA - art. 201, IV, da CF; arts. 65 a 70 do PBPS e arts. 81 a 92 do RPS:
Contingência: ser segurado empregado ou avulso com renda bruta não superior a R$ 971,78 que mantém filhos de até 14 anos incompletos ou inválidos.
Sujeito ativo: 
empregado ou avulso aposentado por invalidez ou idade;
trabalhador rural aposentado por idade;
demais aposentados que tenham mais de 60/65 anos
* Não recebem: doméstico, individual, especial e facultativo.
Sujeito passivo: INSS
Renda mensal: cota fixa por dependente (33,16 quem ganha até 646,55 e 23,36 entre 646,56 até o teto de 971,78)
Termo inicial: data de apresentação dos documentos
Termo final: 
morte do dependente;
completar o dependente 14 anos ou recuperar a capacidade;
desemprego do segurado.
* Não substitui a renda ou o salário de contribuição.
* Não se incorpora ao salário ou ao salário de benefício.
SALÁRIO-MATERNIDADE – art. 7º, XVIII e 201, II da CF; Art. 71 a 73 do PBPS e art. 93 a 103 do RPS: 
Contingência: ser mãe, adotar ou obter guarda judicial para fins de adoção de criança de até 8 anos.
Sujeito ativo: empregada, inclusive doméstica, avulsa servidora publica sem regime próprio de previdência, individual, especial e facultativa.
Sujeito Passivo: INSS
Pagamento: 
empregada: recebe da empresa, que fará a compensação quando do pagamento das contribuições incidentes
Demais: INSS
Renda mensal: 
1) igual a última remuneração: empregada
2) avulsa: valor de um mês de trabalho
3) doméstica: ultimo salário de contribuição
4) especial: salário mínimo
5) especial que contribui: 1/12 do valor sobre o qual incidiu sua última contribuição
6) individual, facultativa e as que mantem a qualidade de segurada: 1/12 da soma dos 12 últimos salários de contribuição apurados em período não superior a 15 meses.
Termo inicial: dentre de 28 dias antes do parto, podendo ser antecipado em 2 semanas. Para aquelas que adotam o conseguem guarda, conta-se da data da adoção ou da guarda para estes fins.
Termo final: 91 dias após o parto, podendo ser acrescido de 2 semanas, por atestado.
Aborto espontâneo: no último dia de 2 semanas;
Adoção: 
1) até um ano: término de 120 dias;
2) a partir de 1 ano até 4 anos completos: 60 dias
3) 4 a 8 anos completos: ao término de 30 dias. 
* Se tiver empregos concomitantes, recebe em todos.
AUXÍLIO-ACIDENTE – art. 86 do PBPS e art. 104 do RPS: 
Contingência: redução da capacidade para o trabalho habitualmente exercido, resultante da consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, inclusive acidente de trabalho.
* É necessário haver nexo de causalidade entre o acidente e a redução da capacidade de trabalho.
Carência: não há
Sujeito passivo: INSS
Renda Mensal: 50% do salário de benefício que deu origem ao auxílio-doença.
Termo inicial: a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença. Se requerido na esfera judicial, DER.
Termo final: a véspera do dia de inicio de qualquer aposentadoria ou a data do óbito do segurado
* Se não ocorrer acidente de trabalho: JF; se ocorrer, Justiça Estadual.
AO DEPENDENTE:
AUXÍLIO-RECLUSÃO
Contingência: ser dependente de segurado recolhido a prisão que tenha salário de contribuição inferior a R$ 971,78.
Carência: não há
Renda mensal: 100% do salário de benefício (o cálculo é feito para se alcançar a aposentadoria a qual o segurado teria direito)
Sujeito ativo: conjunto de dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão.
Sujeito passivo: INSS
Termo inicial: 
recolhimento a prisão se requerido ate 30 dias depois deste;
DER se depois de 30 dias;
Citação, quando não há DER;
Da DER ou da prisão quando em juízo, dependendo de quando foi requerido.
Termo final:
Data do cumprimento da pena, 
Progressão de regime para aberto;
Livramento condicional;
Óbito do segurado preso ou detido;
Data da aposentadoria enquanto estiver preso;
Morte do dependente;
Perda da qualidade de dependente previdenciário
Cessão da invalidez para o dependente inválido
PENSÃO POR MORTE – arts. 74 e ss da Lei 8213/91
Contingência: ser dependente de segurado falecido.
Dependentes: art. 16
I – filho menor de 21 anos ou inválido, cônjuge/companheiro – dependência econômica presumida.
II – pais;
III – irmão não emancipado menor de 21 anos ou inválido.
* Incisos II e III – há que se provar a dependência econômica. 
Carência: não há
Renda mensal: 100% do salário de benefício (o cálculo é feito para se alcançar a aposentadoria a qual o segurado teria direito)
Sujeito ativo: conjunto de dependentes do segurado falecido.
Sujeito passivo: INSS
Termo inicial: 
Data do óbito se requerido até 30 dias depois deste;
Data do requerimento, se depois de 30 dias;
Da decisão judicial em caso de morte presumida.
Termo final:
Morte do dependente;
Maioridade do dependente menor de 21 anos;
Recuperação da capacidade para o dependente inválido
* Havendo mais de um dependente habilitado, a pensão será dividida em partes iguais, e cada cota extinta reverter-se-á ao dependente que remanescer. 
Exemplo: mãe e filho. Ao completar 21 anos, a cota do filho se reverte para a mãe, que recebe de forma vitalícia.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
A previdência possui regimes públicos e privados. As abordagens até o momento referiam-se ao regime geral de previdência, cuja natureza é publica. 
O surgimento deste regime se deu em consequência da necessidade da cobertura das reais necessidades do segurado previdenciário, seja ele público ou particular. A previdência publica visa garantir as necessidades básicas do segurado. Para os que desejam manter padrão de vida quando da aposentação, resta a cobertura por meios privados.
Fábio Zambite nos ensina que o Estado não assume qualquer responsabilidade sobre a manutenção do patamar remuneratório do trabalhador. Manter a plenitude dos ingressos pecuniários do segurado não é responsabilidade da Previdência Social.
Relato histórico-jurídico
Conforme nos ensina Fábio Zambite, o impulso inicial relativo ao tema se deu através da Lei 6.435/77. Tal normativo definia em seu art. 1º que as entidades de previdência privada eram as que tinham por objeto instituir planos privados de concessão de pecúlios ou de rendas, de benefícios complementares ou assemelhados aos da previdência social, mediante contribuição de seus participantes, dos respectivos empregadores ou de ambos.
Atualmente, o assunto está regulado de forma genérica pela LC 109/2001. Na CF, o assunto é tratado no art. 202, cujo caput merece ser transcrito:
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituiçãode reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.
Wladimir Novaes Martinez define previdência complementar como “conjunto de operações ecônomico-financeiras, cálculos atuariais, práticas contábeis e normas jurídicas, empreendidas no âmbito particular da sociedade, inserida no Direito Privado, subsidiária do esforço estatal, de adesão espontânea, propiciando benefícios adicionais ou assemelhados, mediante recursos exclusivos do protegido (aberta ou associativa), ou divididos os encargos entre o empregado e empregador, ou apenas de um deste último (fechada).
Fabio Zambite entende que a previdência complementar é um sistema securitário facultativo, almejando atender as pessoas que desejam gozar a velhice com maior conforto, tendo ingressos superiores ao teto do RGPS.
Sistema previdenciário complementar: implementar ou suplementar?
Sistema implementar: quando desvinculado do RGPS, com a concessão do benefício privado independente do público concedido pelo INSS ou sistema próprio de previdência dos servidores públicos. Este regime é o mais usado, uma vez que pode haver aposentadoria independentemente de estar o trabalhador vinculado ou não ao RGPS. São sistemas autônomos.
Sistema suplementar: existirá quando o regime privado pagar valor adicional ao RGPS, mas sem a obrigação de manter a mesma remuneração do trabalhador quando em atividade.
Natureza jurídica
Trata-se de contrato de prestação facultativa, estando assim regido pelas normas do direito privado. Tem natureza contratual, ao contrário do RGPS, cuja vinculação é institucional. Não obstante ser considerado contrato, suas regras não são paritárias, não cabendo ao assistido discutir cláusulas, tornando-se um verdadeiro contrato de adesão. Há assim grande ingerência estatal, atuando no controle e fiscalização das entidades envolvidas.
Ressalta-se que a entrada no regime de previdência complementar, seja ele público ou privado, será sempre voluntária.
Equilíbrio financeiro e atuarial da instituição de previdência complementar
Deve tal instituição organizar-se de forma que seus recursos próprios sejam suficientes para atender à demanda do que fora contratado. Não há participação do Estado, que está impedido de fornecer recursos públicos para subsidiar qualquer insuficiência financeira ocorrida.
Tal equilíbrio é alcançado não necessariamente pela existência de altos saldos positivos, bastando apenas que os valores entre as receitas e despesas seja nulo. São aceitáveis inclusive, pequenos prazos com saldos negativos, exceto se vierem a prejudicar a “saúde” do plano. 
No que se refere ao equilíbrio atuarial, devemos tecer alguns comentários importantes: a empresa interessada em atual no ramo de previdência deverá analisar uma série de variáveis, tais como expectativa de vida, número de participantes, nível de remuneração atual e percentual de substituição do benefício complementar, dentre outros, tudo dentro do perfil dos participantes.
Regime aberto de previdência complementar - EAPC
São sociedades anônimas que têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário, concedendo em forma de renda continuada ou pagamento único acessíveis a qualquer pessoa física.
Sua principal característica é exatamente ser aberta a qualquer pessoa física, independentemente de profissão, residência ou idade. 
É fiscalizada pela SUSEP – Secretaria de Seguros Privados, subordinada ao Ministério da Fazenda e está autorizada a desenvolver outras atividades econômicas de forma acessória.
Em regra atuam com fins lucrativos, não havendo porém impedimento para se crie regimes de previdência aberta sem tais fins. 
Regime fechado de previdência complementar - EFPC
 É restrito aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (patrocinadoras), ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial (instituidora).
São desprovidas de qualquer finalidade lucrativa, sendo constituídas sob a forma de fundação ou sociedade civil e não estão autorizadas a realizar atividades de fins diversos.
Caberá a instituição especializada gerir os recursos das instituidoras, que estarão autorizadas a funcionar pelo Banco Central.
O controle e a regulamentação destas entidades estão a cargo da Secretaria de Previdência Complementar – SPC, órgão integrante do Ministério da Previdência Social.
Planos de Benefícios
Ao se inscrever em qualquer dos planos de benefício, o assistido deverá receber da instituição um certificado onde estarão indicados os requisitos que regulam a admissão e a manutenção da qualidade de participante, bem como os requisitos de elegibilidade e forma de benefícios. Tudo deve estar escrito em linguagem simples e precisa, de forma descritiva (art. 10 da LC 109).
Estão previstos as modalidades de benefício definido, contribuição definida e contribuição variável, podendo o rol ser extendido mediante autorização específica dos órgãos reguladores.
Plano de benefício definido: traduz a ideia de conhecimento prévio do valor a ser pago quando da solicitação do benefício, ou seja, no momento em que o participante ingressa no plano, já tem o conhecimento dos requisitos a serem atendidos para a obtenção da prestação e qual será o valor da mesma. É considerado um plano inseguro, tendo em vista que a instituição fica obrigada a conceder o que foi contratado, independentemente do rendimento do capital aplicado ser inferior ao valor suficiente para conceder o benefício. 
Por outro lado, é fundamental para benefícios não programados, como os de incapacidade temporária ou invalidez.
Plano de contribuição definida: não tem valor da prestação preestabelecido, mas somente a cotização a ser feita pelo participante. A clientela deste plano precisa cumprir determinada carência de contribuições para ter acesso ao benefício contratado, que será calculado a partir destas entradas e os rendimentos auferidos durante todo o período de aplicação do capital. 
É o sistema indicado pelos especialistas, uma vez que traz maior garantia de equilíbrio financeiro e atuarial. 
Não é compatível com os benefícios não programados, já que, nestes casos, o participante poderá ter contribuído de forma insuficiente, por pouco tempo por exemplo, para ter um benefício adequado.
Plano de contribuição variável: permite que o participante fixe sua contribuição e o tempo de vertê-la ao sistema. O valor do benefício será atingido levando-se em consideração a cotização do participante e o ganho de capital ao longo do tempo de investimento.
A LIDE PREVIDENCIÁRIA
O direito a cobertura previdenciária pressupõe o preenchimento de requisitos, que variam de acordo com o benefício ou direito cujo reconhecimento se pede. Assim, ao juiz cabe analisar o caso de acordo não somente com as provas apresentadas, mas também considerando a natureza do direito social que está analisando e a peculiar situação da parte. 
Quando se trata de benefício previdenciário, a legislação aplicável é a vigente na data em que o segurado preencheu todos os requisitos configuradores do direito à cobertura previdenciária. É principio “tempus regit actum”.
Utiliza-se também com relação à prova, a legislação vigente ao tempo do fato que se quer comprovar. Exemplo disso é a prova do tempo de contribuição.
Conceito de início de prova material
O início de prova material não tem conceito legal, o que permite ao juiz analisar com certa liberdade o contexto probatório. Poderia ser entendido como o “suporte documental físico, público ou particular, do qual partirá a produção das demais provas” (Marisa Ferreira dos Santos).
São aceitos como início de prova material documentos públicos (certidões, escrituras), contratos, livros de registros de empregados, recibos de pagamento de salário, etc.
A prova testemunhal
Algumas vezes a prova documental por si só não é suficiente para comprovar o que fora alegado pela Parte autora. Destaforma, haverá necessidade de complementação através de prova testemunhal.
As testemunhas devem trazer informações que, acrescidas ao início de prova apresentada, deverão ser aptas a comprovar as alegações trazidas.
Na colheita da prova testemunhal devem estar extremamente atentos todos os envolvidos, quais sejam, o juiz, o procurador do INSS, o advogado da parte e o Ministério Público, quando necessário, de forma a evitar que decisões equivocadas sejam proferidas, prejudicando o segurado ou o INSS.
Súmula 149 do STJ: a prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário.
A prova pericial – laudo de constatação de incapacidade
Cabe ao médico perito dizer se o segurado está ou não incapaz para o trabalho, se a incapacidade é parcial ou total, temporária ou definitiva, anterior ou posterior ao ingresso no regime.
O laudo pericial deve esclarecer a data de inicio da incapacidade, para fins de fixação do termo inicial do benefício. Em regra, não precisa ser o perito especialista na patologia que acomete o segurado
Benefício Assistencial – laudo social
O benefício de prestação continuada previsto no art. 203, V, da CF, para sua concessão, requer prova da insuficiência de condições para prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. Esta comprovação se dá por meio de laudo social, emitido por assistente social nomeado pelo juiz, que descreverá as condições em que vive o interessado. 
Para o portador de deficiência física, haverá, além do laudo social, a necessidade de laudo pericial que avalie a incapacidade.
As perícias médicas e sociais serão custeadas a princípio pela Seção Judiciária. Caso o pedido seja julgado procedente, ficará o INSS obrigado a ressarcir o Juízo do valor pago ao profissional que realizou a perícia. Em caso de acordo, os juízes têm pratica de ratear o valor, mas se o segurado teve deferida a assistência judiciária, a cobrança ficará suspensa. 
Juizados Especiais Federais – Lei 10.259/01
Nos ditames do art. 3º da Lei 10.259/01, visam maior celeridade no processo judiciário, para processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de 60 salários mínimos.
Assim, as causas tanto relativas a custeio como benefício, desde que limitadas a 60 salários mínimos serão de competência dos JEF’s, exceto as execuções fiscais. 
Se o beneficiário for domiciliado na Sede da Seção Judiciária, deverá propor a ação no JEF da Capital. Se domiciliado em local onde haja sede de Vara Federal no interior poderá ajuizar tanto nesta como no JEF da Capital. Nos locais onde não houver Vara Federal, poderá o interessado propor a ação na Justiça Estadual. 
Custas processuais, honorários de sucumbência e justiça gratuita
O INSS é isento de custas, assim como o autor da ação quando apresentar pedido de assistência judiciária.
O vencido responde pelos honorários da parte vencedora. Se o vencido for beneficiário da justiça gratuita, a condenação de sucumbência ficará suspensa, na forma do art. 12 da Lei 1060/50.
Se o vencido for o INSS, este será condenado a pagar honorários de sucumbência. Caso a condenação resulte na implantação do benefício, aplica-se a Súmula 111, do STJ, que diz: “os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre prestações vincendas após a sentença.”
Tutela antecipada nas ações previdenciárias
Embora haja diversos tipos de tutelas de urgência, a tutela antecipada com fulcro no art. 273 do CPC, é a que melhor atende às demandas previdenciárias, pois reúne os requisitos do periculum in mora e do fumus boni iuri. 
Desta forma, estando presentes os requisitos ensejadores, haverá o deferimento, que, nestes casos, em sua maioria significa a implantação do benefício.
Conciliação por meio de acordo
Quando as partes envolvidas na lide admitem a possibilidade de acordo, cabe ao juiz apenas proferir sentença homologatória. Nestes casos, o autor recebe os valores atrasados por meio de RPV – Requisição de Pequeno Valor, se o valor acordado não ultrapassar o teto do juizado, e quando isso ocorrer, será quitado por meio de precatório.
A proposta de acordo pode ser juntada aos autos quando da contestação. Havendo aceitação pela Parte Autora, o juiz profere sentença de homologação. 
Poderá ocorrer também acordo no momento da audiência, quando o Procurador, ao ouvir o depoimento pessoal da parte e/ou das testemunhas, convencer-se do que fora alegado. Assim, o juiz proferirá em audiência a sentença homologatória e determinará a expedição do competente RPV para pagamento dos atrasados, se houver. Faz parte do acordo a implantação do benefício, que geralmente é proposta para o primeiro dia do mês subsequente ao da audiência.
Recursos
Apelação e seus efeitos
O interessado poderá interpor apelação, que será recebida no efeito devolutivo (toda matéria analisada na sentença e impugnada no recurso será apreciada pelo Tribunal) e suspensivo (impede a execução provisória da sentença). Seu recebimento impede que a sentença transite em julgado.
Nos casos em que há o deferimento da tutela antecipada, o recebimento será apenas no efeito devolutivo, constituindo exceção prevista no art. 520, VII, do CPC.
Nas lides previdenciárias, o efeito apenas devolutivo tem seu caráter social, uma vez que permite ao segurado executar a sentença de forma provisória, recebendo mais rápido o benefício.
Está sujeita a reexame necessário a sentença proferida em sede previdenciária contra a União, o DF, o Município e respectivas autarquias e fundações de direito público.
Para as sentenças proferidas contra o INSS, entram em cena as disposições dos parágrafos 2º e 3º do art. 475 do CPC, que prevê hipóteses em que a eficácia da sentença não é condicionada à confirmação pelo Tribunal. São elas: condenação em valor não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, sentença proferida com fundamento em jurisprudência do Plenário, em Súmula do STF ou de Tribunal Superior.
Porém, para as sentenças ilíquidas, ou seja, para as quais não está definido o valor da condenação, por exemplo, o pedido de averbação de determinado tempo de serviço, o STJ firmou o entendimento da necessidade do reexame necessário.
O processo será encaminhado às Turmas Recursais, compostas por três juízes federais, e até três suplentes, em exercício no primeiro grau de jurisdição, indicados pela Corte do TRF, por período de dois anos. A Turma é presidida pelo juiz federal mais antigo entre os seus componentes, coincidindo a duração do mandato com o ano judiciário.
No ES, fazem parte os juízes Rogério Moreira Alves (presidente), Américo Bedê Freire Junior, Boaventura João Andrade, Pablo Coelho Charles Gomes e Alceu Mauricio Junior.
Recurso extraordinário
Por não exigir que a decisão recorrida seja proferida por Tribunal, cabe recurso extraordinário contra as decisões das Turmas Recursais dos Juizados Especiais. Será admitido nos casos de decisão que afronte a CF e que tenham repercussão geral das questões constitucionais discutidas.
Ação Rescisória
É de competência originaria dos Tribunais e quando se trata de decisão proferida por juiz federal, a competência é do respectivo TRF. Há exceções que não devem ser abordadas por questões didáticas e impertinentes ao curso proposto.
Intervenção do Ministério Público Federal
Em matéria previdenciária e de benefício assistencial, a intervenção do MPF se dá não só pela natureza da lide, mas também porque são comuns as hipóteses em que uma das partes é incapaz. Exemplo: filho que pede pensão do pai e ainda é absolutamente incapaz ou inválido.
Desistência da ação
O art. 267, parágrafo 4º, do Código de Processo Civil exige o consentimento do Réu para a desistência do Autor formulada após a contestação. Isto porque a lide já se formou. 
Este dispositivo não se aplica ao rito dos Juizados Especiais, exceto quando se tratar de benefício para o qual se exige perícia e esta já ocorreu no curso da ação. 
Esta orientaçãodeve ser seguida visando impedir que o juízo custeie perícia para aqueles que não estão incapacitados e foram beneficiários da assistência gratuita, ou seja, que não arcam com os valores relativos à prova pericial.
Assim, nos casos em que exista laudo pericial sem a constatação de incapacidade, deve o juiz julgar o mérito da causa, que fará coisa julgada, impedindo a propositura de nova ação sobre os mesmos fundamentos. 
ACIDENTE DE TRABALHO
RELATO HISTÓRICO DO ACIDENTE DE TRABALHO
No Brasil, adotou-se de inicio a ideia de que cabia ao empregador contratar um seguro para seus empregados, protegendo-os contra riscos inerentes ao exercício da atividade laborativa.
Lei 3724/1919 – Lei de Acidentes de Trabalho – adotou a teoria do risco profissional ou a teoria da responsabilidade objetiva do empregador.
CF 1934 – art. 121, parágrafo 1º, g – garantiu a instituição de previdência, mediante contribuição igual da União, do empregador e do empregado nos casos de acidente de trabalho e outros riscos. Não havia proibição de contratação por parte do empregador, de seguro privado.
CF 1937, art. 137 – instituição do seguro velhice, invalidez, devida e para os casos de acidente de trabalho.
Decreto Lei 7036/44 – manteve a concepção de seguro privado da Lei 3724/19. O valor do benefício acidentário passou a ser fixado em função da remuneração do trabalhador acidentado, em substituição a indenização em parcela única.
CF 1946, art. 157, XVII – passou a ser obrigação do empregador a instituição do seguro contra acidentes de trabalho, de caráter privado, ficando fora da proteção previdenciária que lhe fora dada pelas CFs de 1934 e 1937.
CF 1967 – não trouxe inovação sobre o assunto, mas a Lei 5316/67 integrou o seguro de acidentes de trabalho na Previdência Social, o que o fez se tornar um seguro social. A intenção foi substituir a indenização por morte ou incapacidade em prestações previdenciárias. 
Lei 6367/76 – foi mantida a sistemática de contribuições da União, empregado e empregador, porém, instituiu-se um acréscimo, a cargo exclusivo da empresa, com percentuais variáveis, incidente sobre a folha de salários de contribuição dos segurados a seu serviço.
CF 1988, art. 7º, XXVIII – com a redação dada por esta constituição, surgiu a cobertura previdenciária e ainda, a cobertura a cargo do empregador.
Lei 8212 e 8213/91 e alterações posteriores (9032; 9129; 9528) – abrangência da cobertura previdenciária para acidentes de qualquer natureza, inclusive do trabalho.
 EC 20/98 – introduziu o parágrafo 10º ao art. 201, determinando a cobertura concorrente entre o setor privado e o RGPS, por meio de Lei Ordinária. A lei ainda não foi editada.
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT)
É uma contribuição com natureza de tributo que as empresas pagam para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de trabalho ou doença ocupacional. A alíquota normal é de um, dois ou três por cento sobre a remuneração do empregado, mas as empresas que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos precisam pagar adicionais da seguinte forma:
seis (B), nove (M) e doze (A) por cento na maioria das empresas;
para cooperativas:
de trabalho: cinco, sete e nove por cento sobre a nota fiscal ou a fatura de prestação de serviços;
de produção: seis, nove e doze por cento sobre a remuneração dos cooperados.
Esse seguro adicional serve para cobrir a aposentadoria especial. As alíquotas normais vistas acima variam conforme a atividade preponderante da empresa seja de alto, médio ou baixo risco; as alíquotas adicionais também variam conforme o risco. Quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho.
* Este tema será novamente abordado quando do tratamento relativo ao financiamento da previdência social.
ART. 30, DECRETO 3048 – CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO
ACIDENTE DO TRABALHO é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei (trabalhador avulso), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 
ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa.
Cobertura: empregado, avulso e segurado especial.
Requisitos: 
Evento danoso - infortúnio
Sequelas incapacitantes/morte
nexo causal – o evento lesivo tenha sido ocasionado durante a prestação do labor.
DOENÇA PROFISSIONAL: é considerada acidente de trabalho e está definida no art. 20. I. É aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. Deve estar prevista na relação elaborada pelo MT.
DOENÇA DO TRABALHO: também é considerada acidente de trabalho e está prevista no art. 20, II. É aquela adquirida ou desencadeada em função das condições especiais em que o trabalhado é realizado e com ele se relacione diretamente. Deve estar prevista na relação elaborada pelo MT. Tal lista não é taxativa.
	Acidente de trabalho
	Ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
	Doença profissional = doença típica da profissão
	Doença do trabalho = doença atípica
	Acidente ligado ao trabalho, embora não tenha sido causa única
	Acidente sofrido no local e no horário de trabalho
	Acidente sofrido ainda que fora do local e horário de trabalho, desde que ligado à atividade da empresa. 
Art. 21-A – introduzido pela Lei 11430/06 – nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo (Por Francisco Milton Araújo Junior, citado por Marisa Ferreira dos Santos):
“Consiste em uma metodologia para identificar a correlação entre a atividade profissional desempenhada em determinado empreendimento econômico a partir da utilização da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, e a enfermidade do obreiro identificada na Classificação Internacional de Doenças – CID, de modo a proporcionar a possibilidade de reconhecimento automático da presunção de existências das enfermidades próprias da categoria específica do trabalhador”
O Anexo II do RPS traz o rol dos agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho. 
Lista A – agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças relacionadas com o trabalho.
Lista B – doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com o trabalho.
Lista C (incluída pelo decreto 3957 de 2009) – indica os intervalos de CID-10 em que se reconhece Nexo Técnico Epidemiológico.
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho
O acidente de trabalho deve ser comunicado à Previdência Social até o 1º dia útil seguinte ao de sua ocorrência.
Em caso de morte, a comunicação deve ser feita de forma imediata à autoridade competente, sujeita a pena de multa em caso de descumprimento. Tal multa será aplicada e cobrada pela Previdência Social.
Em caso de omissão por parte da empresa, a CAT pode ser feita pelo acidentado, seus dependentes, sindicato, o médico que o atendeu ou qualquer autoridade pública.
Cópia do documento deve ser fornecida ao acidentado ou seus dependentes em caso de morte, bem como ao sindicato da respectiva categoria.
Cobertura = auxílio-doença, acidente, aposentadoria por invalidez, pensão por morte. A percepção do benefício NÃO EXCLUI a responsabilidade civil da empresa ou de outrem pelo acidente.
Competência = Justiça Estadual, conforme CF, art. 109, I.
Sumulas do STF:
Súmula 235: “É competente para a aça de acidente de trabalho a Justiça cível comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja parte a autarquia seguradora”.
Súmula 501: “Compete àJustiça ordinária estadual o processo e julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente de trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.”
Previsões legais do tema
Art. 7º, XXVIII, 201, § 10 da CF e arts. 19 a 23 do PBPS
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social: 
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Art. 201, CF
A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.  
Lei 8.213/91
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa; 
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I- o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
Art. 21-A.  A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento.  
§ 1o  A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. 
§ 2o  A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social. 
Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. 
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
§ 5o  A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. 
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

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