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Filariose Linfática Humana

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Daniele Longo – M3 – UNESA 
 FILARIOSE 
 
1 
 
A filariose linfática humana é causada por helmintos Nematoda das espécies 
Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e B. timori. 
→ Morfologia: A W bancrofti possui diferentes formas evolutivas nos hospedeiros 
vertebrados (humanos) e invertebrados (mosquitos vetares). 
VERME ADULTO MACHO: Corpo delgado e branco-leitoso. Extremidade anterior 
afilada e posterior enrolada ventralmente. 
VERME ADULTO FEMEA: Corpo delgado e branco-leitoso. Possui órgãos genitais 
duplos, com exceção da vagina, que é única e se exterioriza em urna vulva localizada 
próximo à extremidade anterior. 
MICROFILARIA: Esta forma também é conhecida como embrião. A fêmea grávida 
faz a postura de microfilárias, 
que possuem uma membrana 
extremamente delicada e que 
funciona como uma “bainha 
flexível". A presença da bainha 
é importante, pois alguns 
filarídeos encontrados no 
sangue não possuem tal 
estrutura, sendo este um dos 
critérios morfológicos para o 
diagnóstico diferencial. 
LARVAS: São encontradas 
no inseto vetor. A larva de 
primeiro estádio (L1) é originária 
da transformação da microfilária. Essa larva se diferencia em larva de segundo estádio 
(L2) e sofre nova muda originando a larva infectante (L3). 
→ Habitat: Vermes adultos machos e femeas permanecem, juntos nos vasos e 
gânglios linfáticos humanos. As regiões do corpo humano que normalmente abrigam 
as formas adultas são: pélvica (atingindo pernas e escroto), mamas e braços (mais 
raramente). São frequentemente localizados nos vasos linfáticos do cordão 
espermático, causando aumento e dano escrotal. As microfilárias eliminadas pela 
fêmea grávida saem dos ductos linfáticos e ganham a circulação sanguínea do 
hospedeiro. 
Uma característica peculiar deste parasito, verificada na maioria das regiões onde é 
encontrado, é a periodicidade noturna de suas microfilárias no sangue periférico do 
hospedeiro humano; durante o dia, essas formas se localizam nos capilares 
profundos, principalmente nos pulmões, e, durante a noite, aparecem no sangue 
periférico, apresentando o pico da microfilaremia em tomo da meia-noite, decrescendo 
novamente no final da madrugada. O pico da microfilaremia periférica coincide, na 
maioria das regiões endêmicas, com o horário preferencial de hematofagismo do 
principal inseto transmissor, o Culex quinquefasciatus. 
→ Ciclo biológico: É do tipo heteroxênico. A fêmea do Culex quinquefasciatus, ao 
exercer o hematofagismo em pessoas parasitadas, ingere microfilárias que no 
estômago do mosquito, após poucas horas, perdem a bainha, atravessam a parede do 
estômago do inseto, caem na cavidade geral e migram para o tórax, onde se alojam 
nos músculos torácicos e transformam-se em uma larva. Quando o inseto vetor vai 
Daniele Longo – M3 – UNESA 
 FILARIOSE 
 
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fazer novo repasto sanguíneo, as larvas L3 escapam do lábio, penetram pela solução 
de continuidade da pele do hospedeiro (não são inoculadas pelos mosquitos), migram 
para os vasos linfáticos, tornam-se vermes adultos e, sete a oito meses depois, as 
fêmeas grávidas produzem as primeiras microfilárias (período pré-patente longo). 
 
→ Transmissão: Unicamente pela picada do inseto vetor (fêmea de C. 
quinquefasciatus) e deposição das larvas infectantes na pele lesada das pessoas. 
Parece que o estímulo que provoca a saída das larvas da probóscida do mosquito é o 
calor emanado do corpo humano. A pele, estando úmida (suor e alta umidade do ar), 
permite a progressão e penetração das larvas. 
→ Manifestações clinicas: As quatro principais formas clínicas da filariose linfática 
são: assintomática ou doença subclínica; manifestações agudas; manifestações 
crônicas; e eosinofilia pulmonar tropical (EPT). Indivíduos assintomáticos são aqueles 
com microfilárias no sangue e sem sintomatologia aparente. As manifestações agudas 
são principalmente: linfangite retrógrada localizada principalmente nos membros e 
adenite, associadas a febre e mal-estar. As manifestações crônicas são: linfedema, 
hidrocele, quilúria e elefantíase, e 
iniciam-se, em geral, alguns anos 
após o início dos ataques agudos em 
moradores de áreas endêmicas. A 
hidrocele é a mais comum destas 
manifestações crônicas e 
frequentemente desenvolve na 
ausência de reações inflamatórias 
prévias. A elefantíase geralmente se 
localiza nos membros inferiores e na 
região escrotal, e está associada a 
episódios inflama- tórios recorrentes. 
A incidência e gravidade das 
manifestações aumentam com a 
idade e lesões crônicas podem tornar-se irreversíveis. Alguns pacientes também 
podem apresentar comprometimento renal (quilúria). A eosinofilia pulmonar tropical 
(EPT) é uma síndrome caracterizada por sintomas de asma brônquica, sendo uma 
manifestação relativamente rara. 
Daniele Longo – M3 – UNESA 
 FILARIOSE 
 
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→ Patogenia: Os pacientes assintomáticos ou com manifestações discretas podem 
apresentar alta microfilaremia, e os pacientes com elefantíase ou outras 
manifestações crônicas não apresentam microfilaremia periférica ou esta é bastante 
reduzida. Algumas manifestações, especialmente as imunoinflamatórias, se devem as 
microfilárias, e outras aos vermes adultos. As alterações provocadas por essas últimas 
formas são mais conhecidas, sendo de decurso longo, e podem apresentar desde uma 
pequena estase linfática até a elefantíase. 
ACAO MECANICA: A presença de 
vermes adultos dentro de um vaso 
linfático pode provocar os seguintes 
distúrbios: estase linfática com 
linfangiectasia (dilatação dos vasos 
linfáticos); derramamento linfático ou 
linforragia. 
ACAO IRRITATIVA: A presença 
dos vermes adultos dentro dos vasos 
linfáticos, bem como dos produtos 
oriundos do seu metabolismo ou de 
sua desintegração após a morte, 
provoca fenômenos inflamatórios. Como consequência, teremos a linfangite retrógrada 
(inflamação dos vasos) e adenite (inflamação e hipertrofia dos gânglios linfáticos). 
A elefantíase é caracterizada por um processo de inflamação e fibrose crônica do 
órgão atingido, com hipertrofia do tecido conjuntivo, dilatação dos vasos linfáticos e 
edema linfático. Inicialmente, há hipertrofia da derme, porém a epiderme é normal. 
Com a progressão da doença, há esclerose da derme e hipertrofia da epiderme, dando 
a aparência típica da elefantíase: aumento exagerado do volume do órgão com 
queratinização e rugosidade da pele. 
→ Diagnostico: A pesquisa de microfilárias no sangue periférico é feita por 
diferentes métodos parasitológicos. 
Entre as técnicas disponíveis, a mais 
utilizada é a gota espessa preparada 
com 20 a 100uL de sangue colhido 
por punção capilar digital, entre as 22-
24 horas. Também se utilizam 
técnicas de concentração, como a 
filtração de sangue em membrana de 
policarbonato. Outra técnica de 
concentração, alternativa na falta de 
membrana, é a descrita por Knott 
(1939). Consiste em diluir 5 ml de 
sangue na proporção de 1: 10 com formol a 2% e centrifugar. As microfilárias estarão 
no sedimento, que será analisado após preparo de gotas espessas e coloração com 
Giemsa. Microfilárias podem estar ausentes no sangue, mas presentes na urina 
(quilúria e hematúria) ou líquidos da hidrocele. Nestes casos, o material obtido deve 
ser analisa- do usando técnicas de concentração. 
→ Profilaxia e controle: Deve ser evitado o contato humano-vetor. O controle tem 
com base principalmente três pontos básicos: tratamento de todas as pessoas 
parasitadas, combate ao inseto vetor e melhoria sanitária.

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