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Estrongiloidíase

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aaaaaaaaaaaaaaaaEstrongiloidíaseaaaaaaaaaaaaaaa
É uma doença parasitária causada
pelos helmintos nematóides da espécie
Strongyloides stercoralis, os quais foram
descobertos por Normand e descritos por
Bavay pela primeira vez no ano de 1876.
Além disso, foi observada nos soldados
franceses que foram ao Vietnã por motivos
de conflitos bélicos, retornando ao seu país
parasitados por esse helminto.
Trata-se do menor nematóide que
parasita a espécie humana, com ampla
distribuição pelo mundo (cosmopolita).
Apresenta ciclo monoxênico, sendo o
homem o seu principal hospedeiro (pode
também ser encontrado em cães, gatos e
macacos). Esses helmintos são dióicos
(macho e fêmea), contudo existe um
representante especial no ciclo biológico
dessa parasitose: fêmea partenogenética,
a qual é a única forma parasitária dessa
espécie. Os representantes de vida livre
podem ser tanto machos quanto fêmeas.
❖ Sistemática:
Filo: Nematoda
Classe: Secernentea
Ordem: Rhabditida
Família: Strongyloididae
Gênero: Strongyloides
Espécies: Strongyloides stercoralis
❖ Morfologia:
Fêmea partenogenética
(parasitária)
Fêmea de vida livre
Macho de vida livre
Larva rabditóide
Larva filarióide (após 3 mudas)
As fêmeas e machos de vida livre estão
envolvidos somente com a reprodução
sexuada do parasito, a qual acontece no
solo.
A fêmea partenogenética tem de 1,7 a 2,5
mm, formato filiforme e cutícula fina e
transparente. É o parasito infectante que
tem como habitat o intestino delgado do
hospedeiro, sobretudo, as porções do
duodeno e do jejuno.
As larvas rabditóides medem 200 um,
apresentando um vestíbulo bucal curto e
um esôfago com dilatações em suas
extremidades e constrição em sua porção
mediana, além disso a sua ponta é
pontiaguda. Elas são expelidas e passam
por 3 mudas até atingir o estado de larva
filarióide.
As larvas filarióides vão ser maiores com
cerca de 300 um, apresentando esôfago
filarióide e uma cauda entalhada.
Os machos de vida livre medem cerca de
0,7 mm, apresentam 2 espículos e têm a
extremidade posterior recurvada. Já as
fêmeas de vida livre possuem entre 0,8 e
1,2 mm, apresentando um receptáculo
seminal e a extremidade posterior afilada.
Não é frequente que se encontrem ovos
desse parasito nas fezes do hospedeiro,
eles têm um formato elíptico e são
transparentes. O rompimento desse ovo
ocorre rapidamente, com a liberação da
larva, o que culmina na frequente ausência
dos ovos nas fezes.
https://www.google.com/search?sca_esv=578888506&rlz=1C1RXQR_pt-PTBR1073BR1073&sxsrf=AM9HkKknMtDrZ-F7GLCKa2Is2cv66Vfh3w:1698949813215&q=Rhabditida&stick=H4sIAAAAAAAAAONgVuLUz9U3MEzOqchYxMoVlJGYlJJZkpmSCADLJOMnGgAAAA&sa=X&sqi=2&ved=2ahUKEwicku6g-aWCAxUVppUCHX0dANgQmxMoAXoECEcQAw
aaaaaaaaaaaaaaaaEstrongiloidíaseaaaaaaaaaaaaaaa
❖ Transmissão:
Ocorre com a penetração da larva
filarióide na pele ou nas mucosas do
indivíduo suscetível. Pode ocorrer por
heteroinfecção (parasito advindo de outro
hospedeiro, penetrando no novo indivíduo
pelo ambiente contaminado), autoinfecção
interna (a larva rabditóide é capaz de se
tornar uma larva filarióide no organismo
parasitado - infecção disseminada em
hiperinfecção, o que pode ocorrer por
distúrbios nutricionais ou imunossupressão
e autoinfecção externa (a larva filarióide
presente na região perineal realiza o
caminho de volta para o interior do trato
gastrointestinal).
A capacidade das mudas ocorrerem
no interior dos hospedeiros pode ser
induzida, por exemplo, por medicamentos
como os corticóides.
❖ Ciclo biológico:
Pode ocorrer através de dois ciclos:
DIRETO - Formação da larva filarióide
diretamente através da larva rabditóide,
sem a passagem pelo estado de vida adulta
livre (mais curto).
INDIRETO - Envolve o macho e a fêmea
de vida livre realizando a reprodução
sexuada do parasito (mais longo).
Ao adentrar em nosso organismo, a
larva é capaz de realizar uma migração
sistêmica, podendo chegar aos pulmões
(CICLO PULMONAR). Nesse local, os
parasitos conseguem ascender pela árvore
brônquica até o nível da faringe, de onde
podem ser deglutidos e chegar ao intestino
delgado, onde a fêmea partenogenética irá
desenvolver-se (forma parasitária) e causar
os sintomas da doença. Quando presentes
no solo estão em terreno poroso com
abundante matéria orgânica e se
desenvolvem melhor em uma temperatura
entre 25º a 30º (clima tropical).
❖ Patogenicidade:
Ainda na forma larval, esse
parasito é capaz de carregar bactérias
responsáveis por infecções secundárias,
provocar tosse com expectoração, febre,
dispnéia, infiltrado inflamatório que pode
gerar imunocomplexos, eosinofilia, edema
pulmonar e pequenas hemorragias. Logo, a
patogenicidade desse parasita inicia ainda
na fase morfológica larval do helminto.
Já em sua forma parasitária adulta,
a fêmea partenogenética, promove a
enterite catarral (duodenite e jejunite),
eosinofilia, formação de gigantócitos, de
pontos hemorrágicos e de ulcerações.
Além disso, gera congestão e edema,
aumento do peristaltismo, diarréia
mucosanguinolenta, abundante secreção e
espessamento das paredes do jejuno e do
íleo com alargamento e achatamento das
vilosidades. Desse modo, pode-se dizer
que a doença apresenta uma fase
pulmonar (larvas) e uma fase intestinal
(adultos), sendo elas mais pronunciadas
dependendo da carga parasitária.
aaaaaaaaaaaaaaaaEstrongiloidíaseaaaaaaaaaaaaaaa
Também é capaz de causar lesões
de origem dermatológica (dermatites),
com características de lesão linear,
eritematosa e pruriginosa, sendo um
quadro clínico chamado de larva currens.
Pode acontecer uma infecção
disseminada dessa doença, geralmente,
associada a quadros de imunossupressão
e de infecção por HTLV, em que o
parasito está espalhado por diversos
órgãos, tais como o fígado, os rins, o
coração e o cérebro, o que pode levar ao
óbito do paciente infectado. Ocorre tanto
pela larva quanto pelo adulto parasita.
Então quando se fala da ação
patogênica da fêmea partenogenética,
temos como principais sintomas: a dor
epigástrica, as diarréias e as esteatorréias,
os vômitos, o choque hipovolêmico e a
desidratação.
❖ Diagnóstico:
Clínico:
Não é tão fácil fazer, dado que a doença
apresenta sintomatologia comum com
muitas outras parasitoses.
Nos imunossuprimidos, as manifestações
clínicas são mais potentes, logo é mais
simples realizar o diagnóstico clínico
nesses indivíduos.
Laboratorial:
● Parasitológico Bermann - Morals
Baseia-se no hidro e termotropismo das
formas larvais do parasito.
● Coprocultura
● Hemograma
Na fase aguda da doença existe uma
grande eosinofilia.
Imunológico:
● Hemaglutinação
● Imunofluorescência Indireta (RIFI)
● Imunoenzimático (ELISA)
❖ Tratamento:
Tiabendazol (fêmeas partenogenéticas)
Albendazol
Cambendazol
Ivermectina (forma disseminada)
Não é indicada para crianças menores de 5
anos e com menos de 15 quilos.
❖ Profilaxia:
● Educação em saúde;
● Saneamento básico;
● Uso de calçados;
● Diagnóstico e tratamento dos
doentes, sobretudo, os pacientes
imunossuprimidos;

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