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 DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
	A expressão usada neste Capítulo do Código Civil abrange a nuli-dade e a anulabilidade do negócio jurídico. Trata-se dos casos em que o negócio jurídico apresenta imperfeições e não produz os efeitos deseja-dos pelas partes. A classificação é feita de acordo com o grau de imper-feição encontrado.
	Não disciplinou o Código os negócios jurídicos inexistentes, que toda a Doutrina moderna reconhece. Tal conceito foi concebido no século XIX, na França, para tornar sem efeito certos casamentos imperfeitos que não eram no entanto considerados nulos pela lei. Essa doutrina mais tar-de passou a ser aplicada a todos os negócios jurídicos.
	Negócio jurídico inexistente é aquele ao qual falta um elemento essencial para a sua existência, como a falta de declaração de vontade, por exemplo. Entendem os juristas que o defeito é tão grave que o negó-cio jurídico não tem existência legal, sendo um mero fato. Difere do negó-cio nulo, por exemplo, porque não necessita ação para ser desconsidera-do, nem produz qualquer efeito, o que não ocorre com o primeiro.
	Nulidade, em sentido amplo, é a sanção imposta pela lei que acar reta a privação dos efeitos jurídicos do negócio praticado.
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	Os negócios jurídicos, sob esse enfoque, podem ser nulos ( nuli-dade ) ou anuláveis ( anulabilidade ).
	No primeiro caso ( nulidade ) existe um interesse social, além do individual, para que se prive o negócio jurídico de seus efeitos. Há uma ofensa a um preceito de ordem pública, que interessa a todos; assim po- de ser alegada por qualquer interessado e deve ser pronunciada de ofício pelo Juiz.
	Já no caso da anulabilidade prevalece o interesse particular, de modo que só os diretamente envolvidos podem alegar o defeito, podendo ele ser sanado.
	Sob outro critério, a nulidade por ser total, quando atinge todo o negócio, ou parcial, quando afeta somente parte dele ( ex. – art. 184 do CC ). 
	Pode a nulidade ainda ser textual, quando vem expressa na lei ( ex. – o art. 548 do CC ), ou virtual, quando sem ser expressa, é deduzida de expressões usadas pela lei, tais como “não podem”, “não se admite” e outras semelhantes ( ex. – arts. 426 e 1.521 do CC )
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			 CAUSAS DE NULIDADE
	Estão previstas no art. 166 do Código Civil:
	Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
	I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
	II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
	III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
	IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
	V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
	VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
	VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem co-minar sanção. 
		 CAUSAS DE ANULABILIDADE
	Estão previstas no art. 171 do Código Civil:
	Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
 	I - por incapacidade relativa do agente; 
	II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.		
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	 DIFERENÇAS ENTRE NULIDADE E ANULABILIDADE
	Existem várias diferenças. Vejamos:
	a) A nulidade é decretada no interesse público, da coletividade.
A anulabilidade visa proteger o interesse privado da pessoa prejudicada e atende a mera conveniência das partes.
	b) A nulidade não pode ser confirmada ( ratificada ), nem sanada. 
A anulabilidade pode ser suprida pelo juiz, a pedido das partes ( art. 168, § único, do CC. ), podendo ainda ser confirmada ( ratificada ) expressa ou tacitamente ( art. 172 do CC. ). Pode ainda ser validado na forma do art. 176 do CC. A confirmação ( ratificação ) pode ser expressa ( art. 173 do CC.) ou tácita ( art. 174 do CC.) e sua consequência está prevista no art. 175 do CC. ).
	c) A nulidade deve ser pronunciada de ofício pelo juiz ( art. 168, § único, do CC. ) e seu efeito retroage à data do negócio ( efeito “ex tunc” ). O juiz apenas declara o que já existe.
	A anulabilidade ( art. 177 do CC. ) não pode ser pronunciada de ofício, dependendo sempre de sentença requerida pelos interessados e seu efeito só opera da sentença para a frente ( efeito “ex nunc” ).
	
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	d) A nulidade pode ser alegada por qualquer pessoa interessada e até pelo Ministério Público ( art. 168 do CC. ). A anulabilidade só pode ser alegada pelos diretamente interessados (as partes e seus representantes - art. 177 do CC. )
	e) A nulidade não convalesce pelo decurso do tempo, isto é, não prescreve nunca ( art. 169 do CC. ). A anulabilidade convalesce ( pres creve ) em prazos estabelecidos pela lei ou, se nenhum prazo for previs-to, diz o art. 179 do CC. que será de dois ( 2 ) anos.
	f) A nulidade produz efeitos a partir da realização do negócio jurí-dico nulo. Na verdade não produz nenhum efeito. Os efeitos da nulidade são “ex tunc”. A anulabilidade produz efeitos até ser declarada pela sen-tença. Os efeitos da anulabilidade são “ex nunc”.
	Na verdade, o negócio nulo não produz os efeitos que as partes queriam alcançar. Podem, no entanto, produzir outros efeitos. ( ex. A ven-da nula não produz o efeito de transferir a propriedade, mas vale para pro var a posse de boa fé, o pagamento do preço, etc. 
 		
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		 DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
	Os arts. 180 e 181 do Código Civil trata de negócios feitos com menores. Dispõem o seguinte:
	Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando in-quirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. 
	Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pa-gou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância pa-ga.
	Por outro lado, o art. 182 do CC. diz o que ocorre quando a nulida-de é pronunciada:
	Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indeni-zadas com o equivalente. 
	O art. 184 é de grande importância e limita o efeito da nulidade:
	Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a inva-lidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. 
  	
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 DA CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO
	O assunto está regulado no art. 170 do Código Civil, prevendo a conversão do negócio jurídico, ou seja, a possibilidade de um negócio anulado ser transformado em outro válido:
	Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de ou-tro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o te-riam querido, se houvessem previsto a nulidade. 
	Trata-se da hipótese em que um negócio jurídico declarado invá-lido ( nulo ou anulável ) possa apresentar os requisitos de outro negócio que estaria compreendido no primeiro invalidado. ( ex.- Uma venda simulada possa conter os requisitos de uma doação ou uma escritura pública anulada possa conter os requisitos de um escrito particular ).
	O instituto da conversão permite que, observados certos requisi-tos, se transforme o negócio jurídico, em princípio nulo ou anulável, em outro ( ex. – Um contrato de compra e venda, nulo por defeito de forma, possa valer como compromisso de compra e venda. )

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