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16.04.20 Clínica Médica de Animais de Produção – Afecções Dermatológicas em Equinos

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Clínica Médica de Animais de Produção – Afecções Dermatológicas em Equinos
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária – UFRRJ
HABRONEMOSE
Consequência de lesões traumáticas, por uso do cavalo, onde ocorrem pequenas escarificações de tratamento muito simples até feridas profundas que necessitam sutura ou outro procedimento cirúrgico. Dessas feridas, tem-se a consequência de feridas não tratadas, sendo a consequência mais comum a habronemose cutânea.
Habronemose Gástrica
Habronemose Cutânea – Ferida de verão
Habronemose conjuntival – Larvas
Via errática da larva depositada por uma mosca. Duas condições básicas para ocorrência de habronemose: A mosca (Haras onde controle principalmente de resíduos não é bem feito. Fezes acumuladas dentro de ralos, etc, onde ocorre multiplicação de moscas). Segunda: a presença do Habronema, o que significa que o controle sanitário não é bom. Essas duas condições fazem com que ocorra habronemose. Há uma pré direção para feridas que ocorram nos membros, o que não é, porém, uma regra. Essas feridas costumam ter aspecto hemorrágico devido ao prurido onde o animal coça/mordisca/esfrega a ferida em algum local.
A larva é ativa nos primeiro momentos quando a mosca pousa na ferida, depois é encapsulada e ela morre, porém continua o prurido na ferida. Ocorre crescimento de tecido de granulação no cavalo. Em algumas estruturas, causam lesões permanentes, como no pênis. Um dos tratamentos nesse caso seria a amputação peniana, fazendo com que o cavalo seja eliminado da reprodução. A localização mais comum é nos membros pela dificuldade do cavalo de usar a cauda para espantar as moscas, assim como região lateral da cabeça e pescoço.
- Habronema muscae
- Drachia megastoma
O diagnóstico diferencial: Sarcóide Equino. É muito parecido em sua fase inicial com habronema, sendo que seu crescimento é muito rápido e tem recidiva. Parte do tratamento pode ser cirúrgico. Quando se faz remoção cirúrgica do habronema, a tendência é a ferida cicatrizar. No sarcóide, a recidiva após remoção cirúrgica é muito alta.
O diagnóstico é histopatológico.
Tratamento
Habronemose Gástrica:
Diclorvós: Éguas em final de gestação podem ter aborto, o que limita o uso.
Levamizole-piperazina: Vermífugos pouco eficientes, mas utilizados, principalmente em éguas gestantes.
Ivermectina: 0,2mg/kg (dose única) – Uso de forma estratégica reduz as verminoses a um problema menor dentro dos rebanhos.
Habronemose Conjuntival:
Conjuntivite com a presença da larva. Ocorre quando existe população muito grande de moscas.
Limpeza do olho com solução salina estéril.
Pomada oftálmica com antibiótico e corticoide.
Pomada com organofosforados com aplicação tópica: triclorfon + nitrofurazona líquida.
Habronemose Cutânea
Tratamento cirúrgico - Principal
Sistêmico: Ivermectina – Não muito usado pois as larvas normalmente já estão mortas, não há necessidade.
Tópico: Limpeza da lesão e aplicação de pasta com organofosforados. Uso de substâncias cáusticas como permanganato de potássio ou sulfato de cobre para diminuição do tecido de granulação.
Profilaxia
Cobrir feridas abertas;
Controle de vetores;
Uso de repelentes em feridas abertas;
Dermatofilose
Mais frequentes em primavera / verão, associados com ambientes úmidos e quentes. 
- Dermatophilus congolensis: Actinomiceto gram + anaeróbico facultativo.
O agente está no ambiente.
Mais comum em potros, na garupa.
Fatores Predisponentes: Lesões cutâneas e umidade/ temperatura.
O carrapato é a principal causa dessas lesões cutâneas onde os Dermatophilus se inserem.
Sintomatologia Clínica
Tufos, áreas extensas de dermatite, onde o animal sente dor local. Há perda de pêlos em tufos que ficam soltos, aderidos a uma secreção em função da infecção bacteriana secundária. Essas lesões exsudativas fixam os tufos de pêlos que são removidos facilmente.
Uma característica importante, que faz com que difira das sarnas é a ausência de prurido. A sarna causa prurido intenso, diferente da dermatofilose. 
Tratamento
Limpeza e escovação
Clorexidina – solução 1 a 4%
Iodopovidona – Solução a 2%
Penicilina G-benzatina – 40.000 UI/Kg PV IM (Duas aplicações com intervalo de 48 horas) – Facultativo, usado quando a lesão é muito extensa, quando o animal sinta muita dor. Pode ser usada também 1-2g de estreptomicina em 1 ou 2 aplicações. Primeira aplicação e 48 horas depois, segunda aplicação. Normalmente apenas uma aplicação é suficiente.
Banhos pela manhã e tarde, duas vezes ao dia, por três dias. No segundo dia, as lesões normalmente já estão secas, sem secreção purulenta.
PAPILOMATOSE
Não muito comum. 
É causada por um vírus, uma das razões da ocorrência é imunossupressão. 
Muito ligado á consanguinidade. Não é tão comum porque cada vez menos tem-se consanguinidade em equinos.
Nos criadores de cães, por exemplo, há muita consanguinidade. 
A imunidade desses animais é prejudicada, baixa.
O vírus é circulante, é auto limitante.
Tratamento: Escarificação das lesões – o vírus entra em contato com o sangue do animal, ocorre resposta humoral e o vírus é destruído.
MELANOMA
Ocorrência praticamente restrita a cavalos de pelagem tordilha, em animais na faixa de 7 – 13 anos principalmente. Os cavalos têm a cor da pele preta. Tordilhos têm pré disposição para aglutinação de melanócitos, formando nódulos tumorais que são os melanomas. Diferente da espécie humana, os melanomas em equinos não são agressivos.
Os cavalos normalmente têm dezenas de nódulos principalmente na região perineal, base da cauda, entre as patas posteriores. Também ocorre metástase, mas os tumores não são agressivos.
Pode-se observar feridas/úlceras na região perineal do animal e outras regiões.
O animal vai perdendo a mobilidade da região perineal devido as necroses e cicatrizações e o animal começa a ter impactação, retenção de fezes na ampola retal. 
Utiliza-se dietas mais laxantes.
Mesmo animais em situação críticas se reproduzem.
Prognóstico pode ser reservado ou desfavorável, mas o animal convive com o problema durante um bom tempo.
ECTOPARASITOSES EQUINAS
CARRAPATOS
- Amblyomma cajennense
- Anocentor nitens
- Boophilus microplus
SARNAS
- Psoroptes equi
É um indicador ambiental que reflete baixa qualidade. Sarnas estão relacionadas com ambientes fechados, úmidos, e resíduos do animal. Celarias molhadas, escamações dos animais, locais propícios para ocorrência de sarnas. 
Mesma cela montada em vários animais – transmissão para outros animais.
MIIASES
- Cochliomyia hominivorax
Presença da mosca, da larva. Ferida de cavalo é tratada com certa importância, portanto a ocorrência de miiase não é muito comum.
A ocorrência mais comum é miiase secundária a castração, pois o local da ferida dificulta o processo de curativo. 
Quando animais não são observados, uma ferida pode se contaminar com as moscas e desenvolver uma miiase.
As larvas fazem extensas áreas de necrose no tecido do animal.
Potros recém nascidos: Deve observar diariamente o coto umbilical, pois tem muita chance de ocorrer miiase.
Um bom controle sanitário, principalmente de carrapatos, reduz bastante a ocorrência de miiase.
Boophilus microplus e Anocentor nitens: Babesioses Equinas.
Potros podem vir a óbito.
Não pode-se vender cavalos para europa e eua, por exemplo, positivos para babesia, mesmo sem apresentar doenças.
Cavalos atletas – animais positivos que são exercitados ao extremo podem desenvolver a babesiose subclínica, causando baixo desempenho.
Amblyomma cajennense: Febre Maculosa
Anocenter nitens: Relativa especificidade parasitária. Orelha, narina e base da cauda. Se a população de carrapatos for muito grande, também se fixa no corpo, mas não de forma espalhada, e sim em forma de colônias. O maior problema são os carrapatos da narina que costumam quebraro ciclo de controle. Se tiver muita quantidade de carrapatos, podem infestar bovinos. Tem quatro gerações anuais. A fixação dos carrapatos causa lesão na cartilagem, processo inflamatório e ela cai ou se retrai em algumas situações.
Controle De Carrapatos
Produtos Carrapaticidas
Piretroides – Cipermetrina (muito seguro).
Fosforados (pode utilizar mas é de alto risco – uso intenso, animais em ambientes quentes podem absorver mais fosforados. Pode utilizar em regiões mais restritas).
Amitraz(?) – Muito eficiente para o carrapato do equino, mas ´desenvolvido para boophilus em bovinos. O Amitraz é tóxico para os cavalos, causa íleo paralítico, abdômen agudo.
Métodos de Controle
Informações imprescindíveis
Infra-estrutura

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