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CASOS CONCRETOS (RESPONDIDOS) DIREITO PENAL III

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(CC 06 ) Roberto Carlos, profissional autônomo, conhecido na pequena cidade em que trabalha pela qualidade de seus serviços nas reformas de cozinhas e banheiros foi surpreendido em determinado dia, durante o horário de almoço, pela subtração de sua máquina de cortar cerâmica. Desesperado por tratar-se de maquinário indispensável à sua atividade laborativa perguntou a todos os conhecidos sobre o ocorrido. Alguns dias após a subtração encontrou a máquina jogada à porta da casa na qual estava trabalhando. Os moradores da casa viram quando um homem, identificado posteriormente como Leozinho, a jogou na porta e saiu correndo. Dos fatos, Leozinho restou denunciado pela conduta incursa no art.155, caput, do Código Penal. Inconformado alegou em defesa a aplicação do princípio da insignificância com vistas à exclusão da tipicidade material de sua conduta e, sucessivamente, a isenção de pena em decorrência da devolução da máquina e consequente ausência de prejuízo a Roberto Carlos.
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre o crime de furto, responda de forma objetiva e fundamentada: a) A defesa deve prosperar? b) O fato de Leozinho ter restituído a máquina de cortar cerâmica poucos dias após a subtração possui alguma relevância jurídico-penal? Caso a res furtiva fosse restituída no curso da ação penal a reposta seria a mesma?
A) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada Inobstante ser o objeto de pequeno valor, é elemento essencial ao trabalho da vítima, o que representa sério prejuízo para esta, logo, não é um lesão jurídica inexpressiva.
B) Até o recebimento da denúncia, se devolvida a coisa, o agente terá sua pena reduzida, caso o processo já esteja em curso, não haverá mais redução de pena, não tendo os efeitos jurídicos do instituto do Arrependimento Posterior.
(CC 07 )Por volta das 7h de uma segunda feira, Jesuíno e Lorrany, casal de namorados, ambos de 20 anos, abordaram o carro de Cláudia, parada em um semáforo em frente à escola do seu filho após deixá-lo. Jesuíno portava um revólver calibre 38 municiado e obrigou Cláudia a sentar no banco de trás do veículo ao lado de Lorrany. Jesuíno conduziu o veículo até a esquina mais próxima onde, então, Wallace Augusto entrou no carro e sentou-se na frente, no banco do carona portando a arma de Jesuíno apontada para a cabeça de Cláudia. Circularam por cerca de duas horas com a vítima fazendo com que esta efetuasse diversos saques de sua conta corrente e cartões de crédito em caixas eletrônicos quando, então, decidiram por largá-la no local em que havia sido rendida. Os agentes fugiram com o veículo, todavia alguns funcionários da escola que conheciam Cláudia viram o que acontecia e avisaram à Polícia, vendo ainda que os dois criminosos apanharam um homem que os aguardava nas cercanias. Dos fatos, restou provado no curso da ação penal que Jesuíno, Lorrany e Wallace Augusto associaram-se de forma estável e permanente para a prática de crimes contra o patrimônio. A partir do caso concreto narrado, com base nos estudos realizados sobre os delitos de roubo, extorsão e extorsão mediante sequestro identifique: a. A correta tipificação das condutas. Responda de forma objetiva e fundamentada. b. Caso os agentes sejam denunciados pelas condutas contra o patrimônio com a majorante e ou qualificadora resultante de concurso de pessoas, é possível a cumulação de penas com o delito de associação criminosa? Responda de forma objetiva e fundamentada. c. Caso no momento em que Cláudia fosse rendida pelos agentes, tivesse reagido e levado um tiro de Jesuíno que empreendeu fuga deixando a vítima ferida, qual seria a correta tipificação da conduta de Jesuíno?
Roubo-restrição de liberdade/ extorsão/ concurso de crimes/ lesão corporal sem subtração
B) O concurso, próprio do crime de roubo ou extorsão pode ser cumulado com o crime de associação criminosa, uma vez que no primeiro a condição se refere a uma maior reprovabilidade da conduta contra o patrimônio, e no segundo caso trata-se de crime contra a paz pública. Logo, percebemos que são ofensas a bens jurídicos diferentes, portanto cabe o cúmulo.
(CC 08 ) Claudinei Bom de Papo, proprietário de um veículo BMW, ano 1995, decide convidar Anabellla, colega de faculdade, para jantar em um caro restaurante próximo à casa da jovem a fim de impressioná-la. Combina de se encontrarem às 21h na porta do restaurante. Ao término do jantar romântico, Claudinei Bom de Papo estende o convite para um cineminha próximo à sua casa e pede que Anabella o acompanhe até o serviço de manobrista do restaurante para que ele possa retirar seu BMW. Poucos minutos após entregar o ticket de estacionamento ao manobrista recebe seu carro com um pequeno plus fornecido pelo restaurante ? outro carro, BMW, da mesma cor, mas 20 anos mais novo. Ciente do engano do manobrista e sem tecer qualquer comentário pega as chaves de seu novo carro e vai embora do restaurante com Anabella. A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra o patrimônio, responda de forma objetiva e fundamentada: sendo certo que Claudinei Bom de Papo não provocou o engano e tampouco não o informou ao manobrista qual a correta tipificação de sua conduta?
Estelionato/ Manter em erro para obter posse
No crime de estelionato, o agente não necessariamente deverá induzir a vítima a erro, poderá apenas mantê-la em erro quando esta cometer o erro sozinha, causando-lhe prejuízo e obtendo vantagem indevida.
(Apenas uma aluna das duas turmas disse estelionato- a maioria disse que seria apropriação indébita)
(Dois alunos de professores diferentes já me disseram de respostas diferentes dadas pelos seus professores, sendo que um deles disse ser apropriação de coisa havida por erro)
( CC 09 ) STJ reforma decisão e condena homem por estuprar enteada Mariângela Gallucci - O Estado de S. Paulo 26 Agosto 2014, 16h 24 Disponível em: http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,stj-reforma-decisao-e-condena- homem-por-estuprar-enteada,1549894 O relator do caso fez críticas aos argumentos utilizados nas decisões das instâncias inferiores que haviam inocentado BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reformou decisão do Judiciário paulista que havia absolvido um homem acusado de praticar sexo com a enteada de 13 anos. Por unanimidade, os ministros da 6ª. Turma do STJ decidiram condená-lo. O processo será encaminhado ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo para que a pena seja fixada. Relator do caso, o ministro Rogerio Schietti Cruz fez críticas aos argumentos utilizados nas decisões das instâncias inferiores da Justiça, que tinham absolvido o padrasto. "Repudiáveis os fundamentos empregados pela magistrada de primeiro grau e pelo relator do acórdão impugnado (no TJ) para absolver o recorrido, reproduzindo um padrão de comportamento judicial tipicamente patriarcal, amiúde observado em processos por crimes dessa natureza, nos quais o julgamento recai inicialmente sobre a vítima para somente a partir daí julgar-se o réu", afirmou. Para os ministros do STJ, a presunção de violência nos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra menores de 14 anos tem caráter absoluto. "A interpretação que vem se firmando sobre tal dispositivo é no sentido de que responde por estupro o agente que, mesmo sem violência real, e ainda que mediante anuência da vítima, mantém relações sexuais (ou qualquer ato libidinoso) com menor de 14 anos", disse o relator. O caso chegou à Justiça após o padrasto ter sido denunciado pela própria companheira. A juíza de 1ª. Instância concluiu que a menina não foi vítima de violência presumida porque "se mostrou determinada para consumar o coito anal com o padrasto". "O que fez foi de livre e espontânea vontade, sem coação, ameaça, violência ou temor. Mais: a moça quis repetir e assim o fez", disse: "A vítima foi etiquetada como uma adolescente
desvencilhada de preconceitos, muito segura e informada sobre os assuntos da sexualidade, pois 'sabia o que fazia'. Julgou-se a vítima, pois, afinal, 'não se trata de pessoa ingênua'. Desse modo, tangenciou-se a tarefa precípua do juiz de direito criminal, que é a de julgar o réu, ou, antes, o fato delituoso a ele atribuído", concluiu Schietti. A partir do caso concreto narrado, identifique: a. Quais os reflexos da caracterização da expressão vulnerabilidade como absoluta ou relativa? Responda de forma objetiva e fundamentada. b. Nos casos de estupro contra vulnerável quem possui legitimidade para a propositura da ação penal? c. O fato da conduta ter sido praticada pelo padrasto da vítima possui alguma relevância jurídica para fins de aplicação de pena? d. Caso na situação descrita a vítima tivesse 14 anos e a relação sexual fosse oriunda de grave ameaça proferida pelo padrasto as respostas anteriores se alterariam? Responda de forma objetiva e fundamentada.
	Na presunção de vulnerabilidade relativa, poder-se-ia investigar a possibilidade de uma relação consensual o que descaracterizaria o crime, na presunção absoluta, não se tem a possibilidade de que possa ter sido consensual, se a menor tiver menos de 14, presume-se que não foi consensual, ou seja que houve estupro, ainda que a vítima diga que quis. Em nosso ordenamento, é adotada a presunção absoluta, sendo, portanto, proibida a relação entre maior e menor de 14 anos.
	Nos casos de estupro contra vulnerável, a ação penal cabível é a pública incondicionada, portanto o Ministério Público possui legitimidade para ingressar com ação contra o agente.
	De acordo com o art. 226, II, a pena aumenta de metade se o agente é padrasto.
	A ação penal continuaria sendo a mesma (ação penal pública incondicionada), entretanto a tipificação seria outra, pois a vítima é maior de 14, a tipificação correta seria a do § 1º do 213, CP. 
11- No caso em questão o prazo prescricional começa a correr do dia em que o fato foi conhecido, o crime descrito no enunciado tem como pena em abstrato reclusão de 6 anos, o que não permitiria a prescrição, salvo se levasse 12 anos para o recebimento da denúncia, ou sendo configurada a situação descrita no parágrafo único, a prescrição poderia ocorrer em 4 anos. Sendo assim, não prosperaria a defesa em função do termo inicial da prescrição, pois este não iniciou no momento da conduta, mas sim, quando do conhecimento do fato. 
Levando-se em consideração a possibilidade do perdão judicial, ou da pena aplicada quando o crime for praticado por motivo de reconhecida nobreza, a acusada poderá ficar livre de condenação.
A depender do lapso temporal necessário para a condenação, poderá ocorrer a prescrição retroativa, extinguindo a punibilidade da agente.

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