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Identidade segundo Alberto Silva

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O Que é Identidade Surda?
[1: -Pedagogo licenciado pela UNINORTE- Pós-graduando em LIBRAS pela GALILEO BUSINESS SCHOOL.]
Alberto Silva
Identidade segundo (CEGALLA, 2008 p. 477) é o conjunto de caracteres próprios de uma pessoa e que são considerados identificadores dela; caracterização que identifica: Identidade cultural. Seguindo Cegalla vamos direto a linguagem de sinais. Oriunda milenarmente da comunicação entre surdos, ou instrumento usado pela pessoa surda para interagir com o mundo dentro de sua concepção visual de mundo.
A surdez congênita ou provocada leva o individuo, a diferentes posturas diante deste fato, pois no primeiro momento o nascido surdo tem sua visão de mundo silenciosa, mas visualmente ativa o perceber das imagens também provoca reflexão e interpretação do mundo em volta. Essa identidade é puramente surda, seu meio de comunicação evidentemente são os sinais que, se construirão dentro do espaço em que o individuo se ocupa e é ocupado.
No segundo caso a pessoa surda teve contato com a audição, não importa se a causa foi acidente, ou o uso indevido do fone de ouvido, ou mesmo uma febre alta. O importante é que este teve contato com a audição, ou viu a vida a sua volta; e sua percepção de mundo é diferente. Sua identidade como surda é refletida de forma diferente que, aquela identidade nascida surda. Assim a identidade pode ser construída de acordo como o surdo se percebe na sua relação com o mundo a sua volta e como ele se identifica surdo e se assim se aceita.
A complexidade passa pela aceitação de ser surdo e pela necessidade de educar-se como surdo, pois, politicamente o povo surdo fortifica sua identidade cultural enfraquecendo a visão médica da deficiência, a cidadania, identidade individual do ser pertencente a, bem como, aceito por. É o caminho para equalização das diversas nuances dentro da comunidade surda na sua autoconstrução. O uso dos sinais mesmo daqueles que, tornaram-se surdos é o caminho natural para a comunicação e evolução enquanto comunidade atuante e produtiva com identidade própria.
Povo surdo
Segundo (STROBEL 2009) conceitua povo como grupo de sujeitos surdos que tem costumes, história e tradições em comum pertencentes à mesma peculiaridade. Este constroem suas concepções de mundo através do mesmo prisma, mesmo com contraditório de visão. Geram saberes próprios, usados nos núcleos a que pertencem. Já a comunidade surda é a amplificação está é a união de todos os que, envolvidos buscam um novo perceber da surdez no espaço social onde ocorre o pertencimento.
Na história do surdo no período pós Império Romano, percebe-se uma evolução na busca do conhecimento. Os Beneditinos vão trabalhar essa evolução quando trazem para seu convívio os surdos e deles emprestam os sinais para comunicar-se. Pedro Ponce de Leon monge beneditino (1510-1584) vai trabalhar estes sinais. Na mesma época Girolamo Cardano (1501-1576) médico, matemático e filósofo. Afirmou: “... a surda mudez não é impedimento para desenvolver a aprendizagem e o melhor meio do surdo aprender é a escrita... e que era um crime não instruir um surdo- mudo.” Durante o século XVI, a identidade surda vai construir-se pelos internatos católicos e consultórios médicos. 
Essa edificação de identidade vai levar o Abade Charles Michel L`Epèe (1712-1789) vai fundar a primeira escola pública para surdo, o Instituto para Surdos – Mudos de Paris. De onde é oriundo Ernest Huet, fundador do Instituto imperial para Surdo-Mudo do Brasil (1857).
O golpe político aplicado a comunidade surda da época foi arranjado no Congresso de Milão, onde os partidários do oralismo vão proibir os surdos, professores e pesquisadores, comerciante e interessados na educação de surdos de participarem e votem no referido congresso. Dos 164 participantes 160 votaram contra os surdos, e quatro a favor. 
O oralismo imposto em 1880 em Milão vai segregar no surdo sua característica mais concreta, o sinal, que é o recurso mais original da pessoa que não ouve. Essa escuridão oralista vai durar até 1960, quando a linguagem de sinal volta a ser considerado o instrumento mais apropriado para a educação da pessoa surda, que não tão somente por não ouvir, mas que percebe o mundo pelo olhar, pelo movimento e pelo espaço. No Brasil a identidade legal do cidadão surdo vai acontecer na lei 10.436/2002. Que define LIBRAS como língua oficial do surdo brasileiro, bem como o que é a pessoa surda e como pode ser identificada legalmente. Pelos parâmetros médicos.
Como identificar o surdo sem os sinais? Como perceber a pessoa surdez sem o som com referência? Todavia, nada disso tem a var com leitura de mundo. O surdo percebe-se pessoa pelo olhar, reconhece-se cidadão pela margem de mensuração precisa da visão. E o sinal percebido pelos ícones das perspectivas, que o surdo nos fala do mundo percebido, tirar do surdo o sinal é calar a voz do silêncio, é frear na garganta do ouvinte a poesia fala ao vento. O sinal é a voz do surdo expressa com toda a carga de percepção de mundo. Essa carga de conhecimento obtido e gerado modo de entender o outro é identidade, o ser é o que ver o que concebe o que pensa de si e o que percebe do outro. Isso é identidade o sou, o que penso, o que faço, o que aprendo e o que ensino.
Referências
CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário da Língua Portuguesa – 2 ed. –São Paulo- Cia Editora Nacional- 2008.
STROBEL, Karin. - História da Educação para surdos – Florianopolis – 2009
PINTO, Fernanda Bouth. –Vendo Vozes- História da Educação dos Surdos no Brasil Oitocentista. 2007. WWW. Cultura Surda-SURDO.EU

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