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13/11/2014 1 FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL 3 UNISO 2014 Entropia e 2ª Lei da Termodinâmica Prof. Me.Salvador Mangini Filho. salvador.mangini@prof.uniso.br Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica: Por que algumas coisas acontecem em uma certa seqüência e nunca poderiam acontecer de forma natural em uma seqüência invertida ? Alguns exemplos: a) um ovo se quebra ao cair de uma mesa e se espatifa no chão, no entanto, jamais veremos o ovo quebrado saindo do chão e se reconstituindo sobre a mesa naturalmente. Por que este processo não pode ser invertido? salvador.mangini@prof.uniso.br b) será possível que todas as moléculas de ar contido em uma sala comecem a se deslocar ordenadamente para um certo canto, deixando o restante da sala completamente sem ar ? Por que isso não acontece naturalmente ? c) será possível um objeto quente em contato com outro mais frio, ficar cada vez mais quente e o outro cada vez mais frio ? Uma situação bem conhecida Mas... …é possível transferir Q de volta do ar frio para o café quente? Q é transferido do café quente para o ar frio Tcafé > Tar salvador.mangini@prof.uniso.br Estas e muitas outras questões serão respondidas ao longo deste capítulo com base na Segunda Lei da Termodinâmica. salvador.mangini@prof.uniso.br Processos Espontâneos Processos que são espontâneos em uma direção mas não são espontâneos na direção contrária. 13/11/2014 2 salvador.mangini@prof.uniso.br Alguma característica do mundo natural determina o sentido da transformação espontânea, ou seja o sentido da transformação que não exige trabalho para se realizar. É possível confinar um gás num pequeno volume, ou esfriar um corpo num refrigerador, ou forçar a ocorrência de uma reação química no sentido inverso do natural, mas nenhum destes processos no entanto ocorre naturalmente e cada qual só se realiza de forma forçada mediante a realização de trabalho. A 2ª Lei da Termodinâmica trata da sequência em que os eventos naturais ocorrem. salvador.mangini@prof.uniso.br O que determina sentido da mudança espontânea ? O sentido da mudança espontânea, não é determinado pela energia total do sistema, uma vez que a primeira lei da termodinâmica afirma que a energia se conserva em qualquer processo. A energia de um sistema isolado é constante ! Quando ocorrem mudanças, a energia total de um sistema isolado se mantém mas se redistribui de diferentes maneiras. O sentido das mudanças espontâneas esta relacionado com esta distribuição da energia. As mudanças espontâneas são sempre acompanhadas pela dispersão mais desordenada da energia. salvador.mangini@prof.uniso.br Em cada pulo da bola, parte de sua energia cinética é degradada em movimento térmico dos átomos da superfície, e como o número de átomos na superfície é grande ocorre dispersão da energia. O inverso jamais irá ocorrer pois para isso seria necessária uma sequência muito especial de fenômenos onde ocorreria concentração de energia, o que é tão improvável que podemos considera-la impossível. Um exemplo de como a distribuição da energia ocorre, pode ser ilustrado pelo fenômeno de uma bola (o sistema) que quica sobre uma superfície (a vizinhança ) até parar, como mostra a figura: salvador.mangini@prof.uniso.br Processos Reversíveis Em um processo reversível, o sistema muda de uma forma que o sistema e a vizinhança podem ser retornados ao seu estado original pelo processo exatamente reverso. Mudanças são infinitesimalmente pequenas em um processo reversível. salvador.mangini@prof.uniso.br Processos Irreversíveis • Processos irreversíveis não podem voltar ao estado original pelo processo inverso. • Todo processo Espontâneo é irreversível. • Todo processo Real é irreversível. salvador.mangini@prof.uniso.br Um sistema em dois estados diferentes. m = 2 kg T2 = 20 oC V2 = 3 m 3 m = 2 kg T1 = 20 oC V1 = 1.5 m 3 13/11/2014 3 salvador.mangini@prof.uniso.br Sistema P V Diagrama P-V de um processo de compressão. Estado Inicial Caminho do Processo Estado Final salvador.mangini@prof.uniso.br Lei da Conservação da Energia 1o Princípio da Termodinâmica O uso da energia implica em transformá-la de uma forma para outra... Energia total antes da explosão = Energia total após a explosão porém ela, a energia, não é criada nem destruída. Sejam quantas forem as transformações, a quantidade total de energia no Universo permanece constante. salvador.mangini@prof.uniso.br Trabalho: energia em trânsito entre o sistema e sua vizinhança; não é propriedade do sistema 1. Realizado quando uma força atua em uma distância 2. Expansão/compressão cilindro com pistão dlFW . 2 1 . .)(... V V dVPW dVP A V dAPdlFdW salvador.mangini@prof.uniso.br ENTROPIA: A 1ª lei nos levou a introdução do conceito de energia interna int. A segunda lei, que identifica o sentido das transformações espontâneas, pode ser expressa de diferentes formas. Uma delas é em termos de uma função de estado denominada Entropia (S). Entropia é sinônimo de desordem ! Em termos da Entropia podemos enunciar a 2º lei como: A variação de entropia do universo (sistema + vizinhanças) S=Sf-S0 sempre aumenta quando ocorre uma mudança espontânea, ou seja: S total > 0 Portanto: se S > 0 o processo ocorre naturalmente e se S < 0 o processo não ocorrerá naturalmente. O fato de a entropia sempre aumentar, a variação da entropia é as vezes chamada de a “seta do tempo” ! salvador.mangini@prof.uniso.br Cálculo da Entropia: A variação da entropia de um sistema pode ser obtida pela equação: A unidade de entropia no SI é o Joule/Kelvin (J/K). No caso de termos T=const. a equação acima se torna mais simples, veja: Exemplo: Um bloco de gelo com massa de 0,235 Kg derrete. A temperatura permaneceu em Zero graus Celsius (273 K) durante o processo. Calcule a variação de entropia para o gelo se fundir ? Dados: O calor de transformação do gelo vale Lf=333000 J/Kg f i if T dQ SSS Obs. A integral é calculada usando qualquer caminho reversível que conecta os estados inicial e final. )/(287 KJ T mL T Q dQT T dQ SS f gelo água gelo água geloágua salvador.mangini@prof.uniso.br MAQUINAS TÉRMICAS A 2º Lei da termodinâmica também pode estabelecer as condições, em que é possível a transformação de calor em trabalho, ou seja qual é a eficiência de uma máquina térmica ? Mostramos na figura um exemplo de Maquina Térmica. 13/11/2014 4 salvador.mangini@prof.uniso.br As máquinas térmicas funcionam seguindo o esquema abaixo: Uma máquina térmica que opera em ciclos retira uma quantidade de calor da fonte quente, transforma uma parte em trabalho e a parte restante é rejeitada à fonte fria. O trabalho realizado pela máquina é calculado como: Fq QQW Obs. Onde Qq e QF estão em módulo, pois Qq>0 e QF<0. O rendimento de um motor térmico é definida como: q Fq quente Q QQ Q W n Rendimento é adimensional e pode ser expresso em porcentagem salvador.mangini@prof.uniso.br Uma nova forma de se enunciar a 2º Lei da Termodinâmica (segundo Kelvin- PlancK) : “É impossível construir uma máquina térmica que, operando em ciclo, transforme todo o calor retirado da fonte quente em trabalho” Inúmeras tentativas foram feitas para se construir uma máquina térmica perfeita, ou seja: QF = 0 n = 100 % , mas todas falharam. Uma outra maneira de se enunciar a 2º lei (segundo Clausius): “É impossível o fluxo espontâneo de calor de uma fonte que está a uma temperatura mais baixa para outraque se encontra em uma temperatura mais elevada” salvador.mangini@prof.uniso.br Ciclo de Carnot A segunda lei nos diz que nenhum motor térmico pode ter 100 % de eficiência, mas ela não diz quão eficiente pode ser um motor. O motor idealizado por Sadi Carnot (1796- 1832) ou ciclo de Carnot é considerado ideal por ter o maior rendimento possível entre as máquinas térmicas. Este ciclo pode ser representado em um diagrama P V conforme mostra a figura: Obs. Tq é temperatura da fonte quente e TF a temperatura da fonte fria. Qq é o calor que entra na maquina e QF é o calor que sai da maquina. salvador.mangini@prof.uniso.br A B: Expansão isotérmica. A energia interna do sistema (int ) não varia pois T=cte., portanto todo o calor absorvido é convertido em trabalho. (Obs. Lembre-se da eq. int.= Q - W) B C: Expansão adiabática. Nesta expansão nenhum calor entra ou sai do sistema, o que significa que ao realizar trabalho o gás sofre uma redução de temperatura de Tq para TF. Isso ocorre porque a energia necessária para realizar o trabalho deve vir da energia interna do sistema. O Ciclo de Carnot etapa por etapa: salvador.mangini@prof.uniso.br C D: Compressão isotérmica. Novamente a energia interna não varia (T=cte.), o que implica que todo o trabalho realizado sobre o sistema deve ser convertido em calor, que é transmitido a fonte fria. D A: Compressão adiabática. O trabalho realizado sobre o sistema produz um aumento de temperatura de TF para Tq, uma vez que não há trocas de calor nesta etapa, e com isso a energia interna do sistema aumenta. O Ciclo de Carnot etapa por etapa: salvador.mangini@prof.uniso.br Na maquina de Carnot o trabalho útil realizado em um ciclo é igual a área hachurada mostrada na figura anterior. É possível demonstrar que o rendimento máximo para o ciclo de Carnot, depende exclusivamente das temperaturas absolutas (em Kelvin) das fontes quente e fria, ou seja: q F máx T T 1n 13/11/2014 5 salvador.mangini@prof.uniso.br Para o ciclo de Carnot, podemos dizer ainda que as quantidades de calor trocadas, são diretamente proporcionais as temperaturas absolutas das fontes fria e quente, portanto podemos escrever: q F máx T T n 1 Obs. Um rendimento de 100% implicaria em TF=0 ou Tq=infinito, como ambas as possibilidades são inatingíveis, máquinas com estes rendimentos jamais foram construídas. F q F q T T Q Q Câmara Frigorífica salvador.mangini@prof.uniso.br Refrigeração é a ação de resfriar determinado ambiente de forma controlada, tanto para viabilizar processos, processar e conservar produtos ou efetuar climatização para conforto térmico (ar-condicionado e ventilação). Câmara Frigorífica salvador.mangini@prof.uniso.br Refrigerador: dispositivo que transfere energia como calor de um local frio para um quente. O calor (Q frio) é extraído de um local de baixa temperatura e o trabalho W é feito sobre o sistema. O calor (Qfrio) e o trabalho são descarregados em um reservatório de alta temperatura Câmara Frigorífica salvador.mangini@prof.uniso.br O calor (Q frio) é extraído de um local de baixa temperatura e o trabalho W é feito sobre o sistema. O calor (Qfrio) e o trabalho são descarregados em um reservatório de alta temperatura Câmara Frigorífica salvador.mangini@prof.uniso.br Eficiência: ou coeficiente de performance, é um parâmetro fundamental na análise de sistemas de refrigeração. Câmara Frigorífica salvador.mangini@prof.uniso.br Eficiência é expressa pela relação entre a quantidade de calor retirada da fonte fria e o trabalho externo envolvido nessa transferência. Eficiência é adimensional e não pode ser expressa em porcentagem 13/11/2014 6 Câmara Frigorífica salvador.mangini@prof.uniso.br Eficiência é adimensional e não pode ser expressa em porcentagem W QFonteFria e Variações de Entropia para processos irreversíveis salvador.mangini@prof.uniso.br Expansão Livre A Entropia aumenta durante a expansão livre Exemplo Um mol de gás nitrogênio sofre uma expansão livre e seu volume dobra. Calcule a variação de entropia. ln f i V S nR V f i revirrev T Q dQ T SS 1 f i i f V V nRT V dV nRTWQ ln KJS /76.52ln3.81 Entropia do processo irreversível aumenta 0U Exemplo Dois blocos idênticos de massa m=2 kg estão termicamente isolados com temperaturas TA=60 oC e TB=20 oC. Os blocos são colocados em contato térmico. O calor específico do material dos blocos é 400 J kg-1K-1. a) Qual a variação de entropia do sistema formado pelos dois blocos neste processo irreversível? f i i f f i T T mc T mcdT T dQ S ln Usamos processo reversível entre mesmos estados i → f . Troca de calor com reservatórios com T variável lentamente. CTTTT QTTmcTTmcQ o fBAf BBfAfA 402 )()( Exemplo a) Qual a variação de entropia do sistema formado pelos dois blocos neste processo irreversível? f i i f f i T T mc T mcdT T dQ S ln KJ T T mcS i f A 55,49 333 313 ln4002ln KJ T T mcS i f B 82,52 293 313 ln4002ln KJ3.2782,5255,49 BAAB SSS Entropia do processo irreversível aumenta
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