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TÓPICOS ESPECIAIS EM BIOQUÍMICA SANGUE SANGUE • 8% da massa corporal • Composição: –Células: ~ 45% - 90% vermelhas - 5% brancas - 5% plaquetas - Plasma: ~55% - 90% H2O - 10% Soluto SANGUE • 10% SOLUTOS (Plasma) 10% compostos inorgânicos (NaCl, KCl, bicarbonato, fosfato, CaCl2, MgCl2...) 20% metabólitos orgânicos e produtos de excreção (glicose, aa's, lactato, piruvato, uréia, ácido úrico...) 70% proteínas(albumina, lipoproteínas, imunoglobulinas, hormônios, enzimas) SANGUE • FUNÇÕES: - Transporte – gases, nutrientes, hor - mônios, “lixo metabólico”... - Defesa – sistema imunológico (Ac e leucócitos) - Homeostase – equilíbrio hídrico, equil. ácido-base, temperatura corporal... - Hemostase (coagulação do sangue) – prevenção de perda sanguínea após danos nos vasos. SANGUE Proteínas Plasmáticas - 4 % das prot. totais do corpo; isoformas - Síntese: fígado (exceto Ig e proteo-hormônios) - Glicoproteínas (exceto albumina) - Ex: Albumina sérica (regulação da volemia, transporte de ac. graxos), α1-globulinas (transporte de lipídios, tiroxina e horm. do córtex adrenal), α2- globulina(transporte de lipídios e cobre), γ-globulina (Ac), fibrinogênio e protrombina (coagulação sang). SANGUE TRANSPORTE DE OXIGÊNIO Eritrócitos – pequenas, desprovidas de organelas, metabolismo anaeróbio. -Hemoglobina (Hb): 35 % do peso do eritrócito Função primordial: transporte de O2 dos pulmões para os tecidos e ajudar no transporte de CO2 dos tecidos para os pulmões. MM ~ 64500 Da SANGUE Hemoglobina (Hb) 2 cadeias α (141 resíduos de aa´s), 2 cadeias β (146 resíduos de aa´s ) - porção protéica: globina. 4 grupos heme (Fe+2) – ligação reversível de 4 moléculas de O2. HbA – Hb de humanos adultos SANGUE Hb - Estrutura quaternária mantida por ligações não- covalentes (maior no. entre subunidades diferentes – α/β ); molécula tetramérica constituída por 2 dímeros : α1/β1 ; α2/β2 dispostos simetricamente em volta de um eixo central. Contato entre os dímeros: interface entre a subunidade α de um dímero e a subunidade β adjacente do outro dímero. Tais interfaces alteram-se com ligação do O2. SANGUE Grau de saturação da Hb pelo O2 depende de diversos fatores: - Pressão parcial de O2. - pH - [C O2] - [ 2,3 bifosfoglicerato] - T SANGUE Aumenta a Po2 - Aumenta saturação da Hb por O2. ~ 96% de saturação: Hb (sangue arterial) que deixa os pulmões e vai para os tecidos ~ 64% de saturação: Hb (sangue venoso) que deixa os tecidos (libera ~ 1/3 do O2) * Cooperatividade + : curva sigmoidal Estrutura e Estabilidade da Hb Estados R e T O2 liga-se à Hb nos dois estados, mas com maior afinidade pelo R. A ligação do O2 estabiliza o estado R. Em ausência de O2 o estado T é mais estável (desoxiHb predominante). Ligação de O2 desencadeia a mudança de conformação para R. Cooperatividade + na ligação da Hb ao O2. Eficiência aumenta em função da transição entre os estados T (baixa afinidade) e R (alta afinidade) – Curva sigmoidal 2,3 – Bifosfoglicerato - BPG Alta [BPG] nos eritrócitos BPG regula a ligação de O2 à Hb - BPG diminui a afinidade da Hb pelo O2 porque estabiliza o estado T. A [BPG] aumenta em grandes altitudes e também em situações de hipóxia facilitando a liberação de O2 nos tecidos SANGUE - O2 liga-se ao Fe do grupo Heme: 1Hb/4O2 - H+ liga-se ao grupo R da lisina (cadeia β) e a dois outros resíduos (cadeia α) - 1Hb/3H+ -CO2 liga-se ao α–amino-grupo na extremidade amino- terminal de cada uma das 4 cadeias polipeptídicas da Hb: 1Hb/4 CO2. 2,3 BPG liga-se à cavidade central da Hb: 1Hb/1BPG Hb transporta H+ e CO2 dos tecidos para os pulmões e rins (excreção) SANGUE Tecidos Alta [CO2] alta [H+]; pH CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3- anidrase carbônica HHb+ + O2 HbO2 + H+ [H+] ( pH) desloc. equilíbrio [H+] ( pH) SANGUE Tecidos periféricos: Alta [CO2], pH afinidade da Hb pelo O2 , à medida que ela capta H+ e CO2. HbO2 Hb + O2 Hb + H+ HHb HbO2 + H+ HHb + O2 Capilares pulmonares: - Baixa [CO2], pH afinidade da Hb pelo O2 . HHb + O2 HHbO2 HHbO2 HbO2 + H+ HHb + O2 HbO2 + H+ Efeito Bohr : efeito do pH e da [CO2] sobre a captação e liberação de O2 pela Hb Captação do O2 nos Pulmões Oxigenação da Hb nos pulmões Liberação de H+ O2 + HHb+ H+ + HbO2 (eritrócito) H+ + HCO3- H2CO3 H2O + CO2(d) (difunde-se do plasma para o espaço aéreo pulmonar) * HCO3- entra e Cl- sai do eritrócito para o plasma através do sistema de transporte de ânions. O2 e CO2 difundem-se através das membranas Liberação de O2 nos Tecidos CO2 difunde-se dos tecidos para o eritrócito CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3- HbO2 + H+ HHb+ + O2 (difusão para os tecidos) * HCO3 - sai (p/plasma), Cl - entra no eritrócito através do sistema de transporte de ânions. Tampões Biológicos (1) - Tampão Fosfato – Fluido intracelular. Par conjugado: H2PO4-/HPO42- H2PO4- HPO42- + H+ pK’H2PO4- = 6,86 pH do fluido fisiológico; 6,9 a 7,4. Tampões Biológicos (2) - Tampão Bicarbonato *Tampão do plasma sanguíneo. Par conjugado: H2CO3/HCO3 - (ácido carbônico/bicarbonato) H2CO3 HCO3 - + H+ pKH2CO3 = 6,1 pH= pKa + log [base]/[ácido] = 6,1+log 20/1 pH = 6,1 + 1,3 = 7,4 O Tampão Bicarbonato Adição de H+ ao sangue (p.ex. no esforço muscular intenso) [H+] H2CO3 [CO2 (d)] no sangue PCO2 na fase gasosa dos pulmões CO2 extra exalado. Adição de OH- ao sangue (p. ex., produção de NH3 no catabolismo protéico) [H+] H2CO3 [CO2 (d)] no sangue deslocamento do equilíbrio no sentido de [CO2 (d)]. Considerações Importantes O sistema tampão bicarbonato é complexo, na medida que um de seus componentes, o H2CO3, é formado a partir de CO2 e H2O (reação reversível, catalisada pela anidrase carbônica). O pH é função da [H2CO3] e da [HCO3 -]. A [H2CO3] depende da [CO2 (g)] (PCO2). A [HCO3-] na fase aquosa e PCO2 na fase gasosa são determinantes do pH do tampão bicarbonato. Considerações Importantes O tp. bicarbonato é eficiente porque há uma grande capacidade de reserva de CO2 (g) nos pulmões. A [CO2(d)] resulta do equilíbrio com o CO2 (g) CO2(d) CO2 (g) A frequência respiratória pode ajustar, rapidamente, este equilíbrio para manter o pH do sangue (tamponamento). Tronco Cerebral controla a taxa respiratória. HORMÔNIOS Organismos Multicelulares: �- Diferenciação celular e divisao do trabalho. Funções especializadas de tecidos e órgãos. Demanda energética e padrão metabólico diferenciado. HORMÔNIOS Controlam - diferentes aspectos do metabolismo; - pressãoarterial e volume sanguíneo; - frequência cardíaca; função renal; lactação - secreção de enzimas digestivas; - fome e distribuição de combustíveis - sistema reprodutor e diferenciação sexual; - crescimento celular e tissular; - embriogênese HORMÔNIOS Sistema Neuroendócrino (coordenação do metabolismo em mamíferos) Secreção de Mensageiros Químicos (sinal) em resposta à alterações nas condições do organismo. Sinalização neuronal: neurotransmissor Sinalização endócrina: hormônio HORMÔNIOS Classificação Hormonal em função do Trajeto - Hormônios Endócrinos: liberados no sangue e transportados para as células-alvo (exs: insulina e glucagon) - Hormônios Parácrinos: liberados no espaço extracelular e difundem-se para as células-alvo vizinhas (ex: eicosanóides) - Hormônios Autócrinos: liga-se a receptores na membrana da própria célula que o libera (célula que produz e libera o hormônio é também a célula-alvo) o HORMÔNIOS Características Gerais -ligam-se a receptores específicos (na membrana ou dentro da célula-alvo) com alta afinidade; -atuam em concentrações baixas: micromolar (10-6) a picomolar (10-12); -alguns têm resposta mediada por “mensageiros secundários”; -a maioria tem ½ vida curta; - alguns são sintetizados na forma zimogênica HORMÔNIOS *Há uma combinação de receptores específica para cada tipo de célula. * O mesmo receptor (R) em células-alvo diferentes pode desencadear respostas diferentes ao mesmo hormônio (H). •Complementariedade estrutural H-R ESPECIFICIDADE DA AÇÃO HORMONAL HORMÔNIOS A formação do complexo H-R pode resultar em alteração da atividade de enzimas que já existem ou em alteração na quantidade de proteíns recém-sintetizadas. Em geral: - hormônios hidrossolúveis (peptídicos e amina); transdução do sinal (msg) – respostas rápidas. - Hormônios lipossolúveis (esteróides) - respostas mais lentas. ***Latências diferentes de resposta refletem mecanismos de ação diferentes. HORMÔNIOS INSULINA – hormônio peptídico; produzido pelas células beta das Ilhotas de Langerhans. - 5700 Da - 2 cadeias polipeptídicas: A (21 resíduos de aa’s) e B (30 resíduos de aa’s). - Sintetizado como pré-pró-insulina (forma zimogênica) – processamento proteolítico gera forma madura. Pré-pró-insulina pró-insulina (armazenada em grânulos secretores) insulina HORMÔNIOS GLUCAGON – hormônio peptídico; produzido pelas células alfa das ilhotas de Langerhans. -1 cadeia polipeptídica - 29resíduos de aa’s - Sintetizado como pré-pró-glucagon (forma zimogênica) – processamento proteolítico gera forma madura. - Pré-pró-glucagon pró-glucagon (armazenado em grânulos) glucagon HORMÔNIOS ADRENALINA (EPINEFRINA) – Hormônio amina; produzido e secretado pela medula da glândula adrenal; hidrossolúvel; baixo peso molecular; derivado do aminoácido tirosina (derivado do catecol). - Também são neurotransmissores (produzidos no cérebro e outros tecidos nervosos) - Armazenados em vesículas secretoras e liberados por exocitose BIOSSINALIZAÇÃO Células recebem e respondem a sinais extracelulares SINAL = INFORMAÇÃO Transdução do sinal = internalização da informação por meio da sua detecção por receptores específicos e conversão em resposta celular. O sinal é convertido em uma alteração química. Características da Transdução de Sinal • Especificidade – complementaridade entre molécula sinal e molécula receptora *organismos multicelulares - Integração Controle hormonal Transdução do sinal Hormônio e Transdução de Sinal Transdução do Sinal da Adrenalina - etapas 1- A ligação da adrenalina a seu receptor específico na célula-alvo produz uma mudança conformacional no receptor. 2- R liga-se à proteína G heterotrimérica (Gs) 3- O GDP ligado à subunidade α de Gs (Gαs) é substituído por GTP, fazendo com a subunidade α se dissocie da outras duas (Gβγ). 4- A subunidade Gαs liga-se à adenilato ciclase (AC) ativando-a Ativação da síntese de AMP cíclico; o hormônio tende a dissociar-se. 5- A hidrólise de GTP a GDP (atividade GTPásica da subunidade α) faz com que Gαs se dissocie da AC e se reassocie a Gβγ, regenerando a conformação trimérica de Gα, que pode ser novamente ser ativada. EFEITOS METABÓLICOS E FISIOLÓGICOS DA ADRENALINA ESTRESSE – PREPARAR PARA AGIR Efeitos Fisiológicos - Aumento da freqüência cardíaca, da pressão sanguínea e da dilatação das vias aéreas da liberação de O2 para os tecidos (* músculo). Efeitos Metabólicos Aumento da degradação de glicogênio (fígado e músculo); Diminuição da síntese de glicogênio (fígado e músculo); Aumento da gliconeogênese (fígado) Aumento da glicólise (músculo) Aumento da mobilização de ácidos graxos(adipócitos) Aumento da secreção de Glucagon Diminuição da secreção de Insulina EFEITOS METABÓLICOS DO GLUCAGON PRODUÇÃO E LIBERAÇÃO DE GLICOSE PELO FÍGADO - Aumento da degradação de glicogênio (fígado); - Diminuição da síntese de glicogênio (fígado); - Diminuição da Glicólise (fígado) - Aumento da gliconeogênese (fígado) -Aumento da mobilização de ácidos graxos (adipócitos) - Aumento da Cetogênese Efeito sobre o metabolismo da Glicose Menos glicose armazenada como glicogênio, menos glicose usada como combustível pelo fígado e pelo músculo e aumento da síntese de glicose. A cetogênese fornece uma fonte alternativa de energia para tecido nervoso.
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