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Resenha do Livro - Conversas com que gosta de ensinar "Rubem Alves"

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ALVES, Rubem. CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ENSINAR. 1. ed. Guarulhos -SP: Editora Cortez, 1980.
	O livro de Rubem Alves é dividido em capítulo com nomes bem incomuns: Sobre jequitibás e eucaliptos – amar; Sobre o dizer honesto – acordar; Sobre palavras e redes – libertar; Sobre remadores e professores – agir.
	Inicia-se com uma pequena autobiografia e uma justificativa de não ter optado pelo prefácio “Conversas não devem ser prefaciadas. A gente simplesmente começa e a coisa vai.”.
	No primeiro capítulo “Sobre jequitibás e eucaliptos – amar”, o autor relata um acontecimento pessoal, onde seu pai colecionava um almanaque que catalogava os município e Minas Gerais, e dentre eles uma cidadezinha de seu pai, chamada Boa Esperança. Que aos percorrer o almanaque percebe que os tropeiros, não só dessa cidade, mas também de todas não existem mais.
	Mediante o acontecimento o autor se coloca a pensar em outras profissões que com o tempo foram se acabando como: os médicos que atendiam em fazendas, os boticários, o artesão, os tocadores de realejo e do caixeiro-viajante. Pensando nisso ele diferencia “professor” de “educador”, onde esse é vocação porque envolve amor e aquele é profissão.
	Diante dessa analogia Rubem Alves compara o professor e o educador ao eucalipto e o jequitibá. Ambas são árvores que dão madeira, mas não são a mesma coisa. Compara ainda o educador a uma árvore velha que tem nome e história para ser contada, já o professor se interessa apenas pelos créditos, ou seja, a disciplina apreendida pelo aluno.
	Ainda nesse capítulo ele explica que a ética religiosa transformou a pessoa em uma “identidade de função”. Pois atualmente quando alguém nos pergunta quem somos, respondemos imediatamente com a profissão que exercemos na sociedade. Nisso temos o professor como entidade comandada pelo sistema e o educador definido pelas suas visões, paixões e esperança.
	Alves acredita que o próprio sistema é responsável pela “criação” do professor no lugar do educador, já que o professor é avaliado pelo seu serviço, pontualidade, formação acadêmica e artigos publicados. Segundo ele isso é de responsabilidade da lógica das instituições.
	Entre o professor e o educador, segundo Alves, há uma dialética entre inexistência e o heroísmo. Isso torna cada um de nós professores e educadores ao mesmo tempo, já que um está implícito no outro.
	Para Rubem o amor se esvai diante a rotina tão árdua do professor. Ironiza o profissional que aos 25 anos de trabalho, se sente exaurido e pronto para a aposentadoria. O mundo da burocracia, dos projetos e relatórios (os donos do poder) é que transformaram o educador e meros professores.
	O autor questiona a possibilidade de um retorno aos “anos de paixão religiosa”. Instiga a possibilidade de voltarmos a ser educadores e não somente professores. Para isso, segundo ele, é necessário que o professor reaprenda a “falar”, pois além de ser o instrumento do educador, as palavras têm um poder criador. Nisso, ele vê como necessário voltar-se para o passado, pois é relembrando que percebemos nossos erros e acertos.
	O professor, então é um especialista em reprodução quanto que o educador é pastor (guia) de projetos. Sendo assim, temos que “acordar” o educador que há em nós.
	No segundo capítulo “sobre dizer honesto-acordar”, nos compara à rãs no fundo do poço e acrescenta que devemos nos paltar em nossa própria ideologia.
	Propõe uma análise no nosso lugar ideológico “nosso poço” e que recuperemos a coragem de falar com honestidade o que vimos, ouvimos e pensamos, pois as palavras podem até matar.
	Segundo Alves, o destino daqueles cujos corpos se libertaram do religioso parece ser uma nova dependência, agora da ciência. Entende a classe social, como instrumento de manipulação do “corpo”. E esse corpo serve como apropriação de objetos e a educação, em seu sentido mais amplo, para manipulação e controle do corpo.
	Para o autor, o corpo só preserva as ideias que lhe sejam úteis. A fala só existe no intendo de exprimir aquilo que falta no corpo. Enfatiza que no Brasil, há ideologia impregnadas no passado que devem ser renovadas.
	Nisso o autor nos compara à “protestante ouvidores da palavra” e ressalta que a palavra não pode ser simplesmente ouvida e “acreditada”, mas sim interpretada, selecionada e analisada. Diz ainda que, se o corpo contém a verdade do que dizemos, o caminho para a verdade sobre a educação deverá passar pelo corpo do educador.
	De acordo com Rubem, o que é imediatamente experimentado não precisa ser ensinado nem repetido para ser memorizado. Nossa educação, atualmente, mandem um grande abismo entre o que é falado e o que é vivido. 
	Fala ainda sobre palavras que usamos diariamente sem analisar o seu real significado que o autor chama de “palavras Cavalo de Troia”. Com isso, discutimos verdades que são totalmente independentes do sujeito.
	Alves entende que o cientista natural não pode alterar as leis da natureza por meio de sua ação. Mas a sociedade é um produto humano que pode ser mudado. Nisso a concepção do que venha a ser professor e educador.
	O discurso ideológico, segundo o autor, não é um discurso da realidade, mas ele cria a própria verdade.
	Em seu terceiro capítulo “Sobre palavras e redes-Libertar”, ele nos compara às vespas que põe suas larvas e deixam-nas crescer sem mestre. Carregamos, segundo ele, uma carga biológica de conhecimento, pois livre do passado, esta vespa gozaria a liberdade absoluta, liberdade que terminaria em morte porque não saberia como perpetuar-se.
	Os seres humanos, por sua vez precisam ser ensinados e para isso utilizam a linguagem. Para ele, a educação é o processo pelo qual aprendemos uma forma de humanidade. E ele é mediado pela linguagem, portanto aprender o mundo humano é aprender uma linguagem.
	Segundo o autor, os olhos sucumbem ante o poder da palavra. Palavra essa falada e não escrita, porque até mesmo aqueles que não têm nenhum estudo são capazes de ensinar e aprender.
	Rubem diz que a informações que nos alcança a cada momento é filtrada, selecionada, organizada, estruturada pela mediação da linguagem. E é este mundo estruturado que determina nosso comportamento. E é por isto que o homem não é um organismo, mas um complexo linguístico chamado “personalidade”.
	Sendo assim os leigos, segundo o autor, pensam em implicação dos seus hábitos de linguagem, já os cientistas em decorrência das exigências da investigação.
	O autor explica que preferiu utilizar a palavra “linguagem” no lugar de “ideologia”, já que esta tem como propósito estigmatizar o discurso como equívoco. Explana ainda que o home abandona uma linguagem quando acredita que ela seja inadequada.
	Para Alves, é necessário que se analise, fragmente, descreva, explique o existente e só então se crie. Daí a necessidade a analisarmos os valores da prática educativa. O discurso, então, se mistura à ação e traz à existência aquilo que ainda não existe. 
	A educação formal, nesse caso, se dá dentro e por meio de instituições, mas o educador, para se eximir de sua culpa, usa como pretexto as leis do capitalismo. Para ele, somente a partir de pessoas concretas, de carne e osso, é que a linguagem é falada. As instituições são importante, mas não são nada sozinhas.
	O fracasso para o autor, não advém da falta de conhecimento ou da falta de análise, e uma inovada investigação tenha o poder de transformar, mas despertam o interesse em buscar respostas.
	Em seu quarto capítulo “Sobre remadores e professores-Agir”, diz que a precisão não é o único critério para a escolha do método. Nisso, entendemos que o método , às vezes se torna mais importante que a precisão, mas os fatores são heterogêneos, então não podemos nos ater somente no método.
	Segundo o autor, não podemos entender o processo educacional sem levarmos em consideração fatores como: biológicos, hereditários, psicológicos, social, econômico e político. A relevância do problema é mais importante que a metodologia, que nesse caso é apenas uma ferramenta provisória.
	De acordo com o autor,a ciência não nos pode dizer o que é importante ou não, não pode me dizer se o mais importante é a análise das funções sócio-políticas da educação ou a análise dos métodos educacionais mais adequados. A escolha dos problemas é um ato anterior à pesquisa que certamente tem a ver: com os interesses e valores do investigador. 
	Para ele, a ciência pela ciência é uma ilusão de cientistas que se fecham em seus laboratórios ou mundos mentais. Não podendo haver, portanto, uma definição abstrata de problemas. Os problemas são aqueles da situação estratégica em que nos encontramos.
	O autor vai além quando afirma que todo ato de pesquisa é um ato político e que o conhecimento que lanço será usado por alguém num projeto de manipulação. Educação e polícia, nesse caso, têm a mesma função que é a de controlar o comportamento do ser humano.
	Cabe, portanto ao educador consciente o papel de repudiar a sociedade, já que um comportamento ajustado tem como resultado o agravamento do problema. A educação deveria, então, criar uma consciência crítica, que por ser desajustada teria condições para pensar nas possíveis transformações.
	Relacionado aos níveis de pesquisa, segundo o autor, há o nível filosófico e científico, ambos têm o sujeito como objeto de estudo, já que um não existiria sem o outro.
	Segundo Rubem Alves, há pessoas que possuem o conhecimento e observam a realidade de maneira objetiva e desapaixonada, e pessoas que não possuem o conhecimento científico e são dominadas por preconceitos, paixões e ideologias. Essas são responsáveis pelos problemas da sociedade enquanto aquelas buscam soluções.
	Dizer que a educação é a base de uma sociedade democrática. Seria, segundo Rubem Alves, questionar se a sociedade reproduz ou transforma a sociedade. Para entendermos devemos buscar na filosofia o conhecimento que implica em duas fases: a crítica e a criativa.
	No nível científico, o pesquisador se encontra numa situação difícil, já que o rigor do método interfere na escolha do problema. Muitas vezes, ele não dispõe de recursos financeiros.
	O autor entende que geralmente confundimos expansão quantitativa com melhoria qualitativa. E nessa expansão consta interesses econômicos, convencidos de que estamos contribuindo para a nossa felicidade.
	Rubem pontua que o caminho adequado ao conhecimento leva sempre do todo às partes, sendo que o todo é nada menos que o anexo das partes. Seria um engano, portanto, a tentativa de solucionar problemas específicos, atuando somente sobre as partes envolvidas.
	Há portanto a alusão dos educadores com remadores, já que “ninguém sabe para onde vai o barco”. Os processos educativos, quando compreendidos de um ponto de vista sociológico, têm a função precisa de criar bons remadores. Para isso, vê-se como necessário que as universidades repensem seus programas de pesquisa.

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