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DIREITO CIVIL II – DIREITOS REAIS: são aqueles que representam uma relação de sujeição de uma coisa a um bem. O direito real é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha . O titular de um direito real pode, dependendo da espécie do direito, ter poderes de uso, gozo, disposição e reivindicação de um bem móvel ou imóvel. Por exemplo, o proprietário de um imóvel pode utilizá-lo pessoalmente, emprestar, alugar, ceder o uso e proteger o seu direito contra quem quer que o ameace. Os direitos reais são estudados pelo Direito das Coisas. – DIREITOS OBRIGACIONAIS, pessoais ou de crédito: são aqueles que consistem no dever de prestar algo a alguém. Vinculam condutas humanas consistentes em um dar, fazer ou não fazer, de maneira que descumprido o dever de prestação, há consequências legais. Por exemplo, quando uma pessoa empresta a outra determinada quantia em dinheiro, surge para o credor (sujeito ativo da relação) o direito de exigir, no prazo e forma estipulados, a restituição do valor emprestado (prestação) ao devedor (sujeito passivo). É o campo de incidência do Direito das Obrigações. OBRIGAÇÕES PROPTER REM, ÔNUS REAIS E OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL A par das obrigações de eficácia relativa (obrigações propter personam), existem obrigações que se situam em uma área de intersecção entre os direitos pessoais e os direitos reais: as chamadas obrigações propter rem. Obrigações propter rem, também chamadas de ab rem, ambulatórias ou reipersecutórias, são obrigações híbridas e decorrem da posição jurídica de titular de algum direito real, independentemente da vontade do devedor. Acompanham a coisa, móvel ou imóvel, e o devedor, enquanto for titular do direito real, deverá cumprir a prestação debitória. São híbridas porque apresentam tanto características de direitos pessoais quanto de direitos reais. Essas obrigações, entretanto, diferenciam-se dos direitos reais porque estes são oponíveis erga omnes e aquelas contêm uma oponibilidade que se reflete apenas no titular do direito. As obrigações propter rem não interessam a terceiros. São características das obrigações propter rem: – Vinculação a um direito real, ou seja, a determinada coisa de que o devedor é proprietário ou possuidor; – Possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real, renunciando o direito sobre a coisa; – Transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação recairá sobre o adquirente. – Não é ela um direito real, pois este se desnatura pela obrigação de um facere que o acompanha, pois seu objeto não é uma coisa, mas a prestação do devedor. Também não é um direito obrigacional pela autorização, concedida ao credor, de exigir a prestação de quem quer que se encontre em relação à coisa gravada mediante ação real e pelo fato de o direito pessoal não se extinguir pelo abandono, não se transmitir a sucessor a título singular e de exigir a anuência do credor na cessão de débito, o que não ocorre na obrigação propter rem. É o que ocorre com a obrigação de pagar as taxas condominiais. O proprietário de imóvel em condomínio edilício tem o dever de pagar as taxas condominiais pelo simples fato de estar na posição de titular do direito real de propriedade. A vontade em nada influencia o surgimento do vínculo obrigacional. Demais disso, caso o imóvel seja vendido, o novo proprietário também terá a mesma obrigação de pagar as taxas, inclusive aquelas em atraso, que não tiverem sido pagas pelo proprietário anterior, conforme dispõe o art. 1.345, CC , justamente porque a obrigação propter rem acompanha a coisa, nas mãos de quem quer que ela esteja. Podem também ser consideradas obrigações propter rem a obrigação de reparar o dano ambiental, as obrigações relativas ao direito de vizinhança, dentre outras. A jurisprudência do STJ entende que as obrigações relativas à água e energia elétrica, por serem serviços relacionados diretamente ao consumo pessoal do ocupante do imóvel, não são obrigações propter rem, mas sim obrigações propter personam, vinculando somente o fornecedor do serviço e aquele que efetivamente consumiu. Não se pode confundir as obrigações propter rem com outras figuras híbridas, que também estão no meio caminho entre os direitos pessoais e os direitos reais, a saber os ônus reais e as chamadas obrigações com eficácia real. Ônus reais são obrigações que restringem um dos poderes inerentes à propriedade (uso, gozo e disposição), têm oponibilidade erga omnes e acompanham a coisa sobre a qual recaem, como ocorre com a renda constituída sobre imóveis. A obrigação com eficácia real é aquela que, embora constituída apenas entre credor e devedor, gera efeitos perante terceiros. Difere-se da obrigação propter rem porque nesta a obrigação decorre da qualidade de titular do direito real, enquanto a obrigação com eficácia real surge da vontade das partes. Um exemplo de obrigação com eficácia real é cláusula de vigência no contrato de locação: pelo art. 8o da Lei n. 8.245/91, o locatário que tiver averbado o contrato junto à matrícula do imóvel poderá permanecer durante todo o período da locação, mesmo se o bem for alienado a terceiros. OBRIGAÇÕES Sentido Amplo: qualquer dever: Jurídico* Não Jurídico *Sentido Restrito: Jurídico: patrimonial (econômico) não patrimonial Não patrimonial: Não se quantifica o não cumprimento da obrigação. Ex: se um pai deixar de proteger um filho, maltratá-lo, pode perder o pátrio poder, o poder familiar, mas não terá perdas econômicas, não precisará despender nenhum valor devido a isto. Patrimonial: quando podemos quantificar em valor uma conduta negativa ou positiva. Ex: quando um prestador não realiza o serviço a contento do tomador, poderá ser solicitado o serviço de outro prestador e o custo ser cobrado desse primeiro. Portanto, o assunto abordado nesta parte do Direito Civil irá se ater às obrigações de caráter de um dever jurídico patrimonial. (Arts. 233-416 CC) Seqüência do Código Civil: Modalidades/ Transmissão/ Adimplemento (no sentido de cumprimento das obrigações)/ Inadimplemento (no sentido do não cumprimento das obrigações)/ Extinção. Nota: A idéia de obrigação vem de Roma. Obrigação no sentido de sujeição (um devedor sujeitando- se a um credor). Neste período da história, caso o devedor não cumprisse com a obrigação pactuada, poderia se sujeitar ao ponto de tornar-se escravo do credor. Esta idéia de subordinação é ultrapassada (sem o devedor o credor não existe, e vice-versa). Essa idéia foi sendo aperfeiçoada até que o Estado passou a definir “quem o faça”. Conceito de Obrigação: É um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa fica adstrita, submetida a satisfazer uma prestação (realizar algo) em proveito de outra. As Obrigações são realizadas entre sujeitos (um passivo e o outro ativo), um objeto (elemento objetivo) e um vínculo (elemento abstrato). Onde o objeto é uma prestação (no sentido de realizar algo). A estrutura do Direito Obrigacional é constituída do: Elemento Subjetivo: os sujeitos (passivo e ativo) Elemento Objetivo: o objeto Elemento abstrato: o vínculo A B (Suj. Passivo) (Suj. Ativo) Objeto Obs: O sujeito ativo (irá beneficiar-se) é o que fica de “braços cruzados”. Quem tem que realizar algo é o sujeito passivo. O que tem a obrigação de fazer, de dar, cumprir, realizar algo. Imprescindível característica Conceito de obrigação: Obrigação é uma relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objetoconsiste em uma prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa devida pelo primeiro (devedor) ao segundo (credor) garantindo-lhe o adimplemento (cumprimento da obrigação) através do patrimônio. 1. Relação jurídica: tudo que for estranho ao Direito não irá interessar a relação; havendo repercussão para o Direito ocorrerá o Direito obrigacional; 2. Transitório: é imprescindível que exista um prazo para que a obrigação se encerre; não existe uma condição eterna, perene, terá que ser transitória; 3. Devedor e Credor: o devedor é o sujeito passivo (aquele que tem o dever de cumprir com a obrigação). Obs: Não se admite que uma pessoa estranha à relação participe dela. Numa relação obrigacional de compra e venda, o sujeito passivo pode virar ativo: passivo quando paga pelo e ativo quando recebe a coisa. Ex. uma pessoa que oferece uma recompensa para quem achar o seu cão perdido torna-se o devedor da obrigação/sujeito passivo. Quem achar o cão (não identificado até que se cumpra a obrigação/achar o cão) é o sujeito ativo. 4. Prestação pessoal: a relação só é realizada entre pessoas (físicas ou jurídicas). Não pode ser entre pessoas e coisas. 5. Prestação econômica: é preciso que esteja presente na relação o caráter patrimonial. A conseqüência do não fazer, o descumprimento contratual gera ônus patrimonial, econômico. 6. Prestação positiva e negativa: obrigação de fazer, cumprir e obrigação de não fazer, descumprir. Positiva – ex. a obrigação de um sujeito passivo em realizar uma prestação a sujeito ativo. Ex: eu (sujeito passivo) vendo um aparelho de DVD e caso este apresente algum problema eu devolvo o dinheiro ao meu cliente (sujeito ativo). Negativa – ex. um vendedor que possui uma área delimitada de atuação que tem como obrigação não invadir a área de outros vendedores da concorrência. Caso ele ultrapasse, estará descumprindo a obrigação do não fazer. Obs: se quebra a obrigação do não fazer fazendo! 7. Patrimônio: forma de responsabilizar-se pelo cumprimento da obrigação; em regra, é o que irá responder pela nossas obrigações. Ex: garantia real (uma coisa. Ex: oferecer uma fazenda como garantia) garantia fidejussória (uma pessoa. Ex: alguém que se coloca como fiador de uma dívida) Elementos da relação obrigacional Sujeito Passivo: é o devedor, é aquele que deverá cumprir a obrigação - a prestação. Este poderá ser singular ou plural. Obs: admite-se que o devedor deverá ser identificável. Sujeito Ativo: é o credor, aquele que fica na expectativa de obter do devedor a prestação. Também pode ser individual ou coletivo. Existe uma cooperação entre o sujeito ativo e sujeito passivo. Representantes, auxiliares e mensageiros não são partes integrantes da relação obrigacional. Elemento objetivo – é a atividade destinada a satisfazer o interesse do credor, que está a aguardar que ela seja realizada pelo devedor. Objetos da relação O objeto da relação é a prestação e o da prestação é a coisa em si. Ex: na relação de compra e venda de um relógio: o objeto da relação é o ato de se entregar o relógio o objeto da prestação é o relógio Ex: em um show de música: o objeto da relação é fazer o show o objeto da prestação é o próprio show O objeto da prestação pode ser positivo ou negativo. Prestação é fazer algo (positivo) ou deixar de fazer (negativo). De acordo com o ordenamento jurídico a Prestação (Negócio Jurídico) tem que ser: Possível: não pode ir de encontro à moral e aos bons costumes; Lícita: pois se é lícita é porque é possível; Determinada ou determinável: existindo uma contratação a obrigação terá que ser conhecida pelos sujeitos, ou seja, terá que ser determinável ou determinada. Patrimonial: o seu cumprimento ou descumprimento tem que ser quantificável. Obs: se faltar qualquer desses elementos o negócio é nulo, em outras palavras, será extinta a obrigação. Elemento abstrato: Vínculo O vínculo é o elemento abstrato que sujeita o devedor a realizar um ato positivo ou negativo em benefício do credor (interesse duplo). Criada uma relação, o vínculo é que permite a aplicação de uma sanção (perdas e danos) no caso de descumprimento da obrigação. A possibilidade de ressarcimento existe porque há o vínculo (Art. 389 CC). Existem três teorias que disciplinam a existência do vínculo, são elas: a monista, a dualista e a ecletista. Pode-se ter responsabilidade sem ter débito? Sim, onde o devedor e o credor possuem a responsabilidade e o débito, o fiador possui apenas a responsabilidade. Nota: o benefício da ordem é prejudicial ao fiador e beneficia o credor. Ele permite que se busque o patrimônio do fiador. O credor pode escolher o melhor patrimônio (o do devedor ou fiador). Fontes do direito obrigacional: a fonte das obrigações é a lei (fonte primária, é aquela originária das obrigações). A lei tem que autorizar. Os atos lícitos e ilícitos são fontes secundárias da obrigação. Ex: se eu bater em um carro gera obrigação. Quanto ao vínculo obrigacional Quanto ao vínculo, as obrigações podem ser: Perfeitas: são as que o vínculo obrigacional apresenta tanto débito quanto responsabilidade. É dizer, o credor tem o direito de exigir determinada prestação do devedor, sob pena de este responder com todo o seu patrimônio. Exemplo: a obrigação do Estado em garantir a saúde de seus cidadãos. Imperfeitas: são aquelas em que falta ao vínculo jurídico o débito ou a responsabilidade. Por exemplo, as obrigações naturais que são imperfeitas porque, embora a dívida exista, o credor não pode exigir o comportamento do devedor, muito menos executar seu patrimônio. Existe, ainda quanto ao vínculo , outra classificação que divide as obrigações em: Morais: atinentes a regras de convivência, trato social, religiosas e outras que não correspondem a comportamentos selecionados pelo ordenamento jurídico. Essas obrigações não integram o objeto de estudo do direito obrigacional. Exemplo: obrigação de dar presente de aniversário a parentes e amigos. Naturais: aquelas em que o direito de crédito, embora existente, não é dotado de exigibilidade. A dívida prescrita, por exemplo, é obrigação natural. Civis: são as obrigações em que o credor pode exigir a prestação do devedor, sob pena de responsabilidade patrimonial deste. Exemplo: obrigação de reparar os danos decorrentes de um ato ilícito. Quanto à natureza da prestação Obrigação de dar: a prestação consiste na entrega, pelo devedor, de um bem móvel ou imóvel, determinado ou determinável, ao credor. Exemplo: obrigação de restituir um imóvel emprestado ( comodato ). Obrigação de fazer: a prestação corresponde à realização de uma atividade, um serviço pelo devedor ao credor. Exemplo: obrigação do médico de realizar uma cirurgia em um paciente. Obrigação de não fazer: aquela em que o devedor se abstém da prática de um ato em favor do credor. Exemplo: obrigação assumida por proprietário de imóvel de não levantar edificação acima de três andares. Ainda com relação à natureza da prestação, as obrigações podem ser classificadas em: Obrigações positivas: a prestação é uma conduta comissiva do devedor. São obrigações positivas as obrigações de dar e de fazer. Exemplo: obrigação de pagar determinada quantia em dinheiro. Obrigações negativas: a prestação é uma conduta omissiva. Estão inseridas nessa categoria as obrigações de não fazer. Exemplo: obrigação do locatário de não sublocar o imóvel a outrem. Quanto ao objeto Obrigações simples: há apenas uma prestação a ser realizada pelo devedor. Exemplo: obrigação de restituir bem emprestado. Obrigações alternativas: são aquelas em que existem duas ou mais prestações, desobrigando-se o devedor de cumprir apenas uma delas. Como exemplo,podemos citar a obrigação, muito comum nas condenações judiciais atualmente, de o Estado fornecer ao cidadão medicamento de determinada marca ou genérico de propriedades semelhantes. Obrigações cumulativas: há pluralidade de prestações e, para se desonerar, o devedor precisa cumprir todas elas. Exemplo: para recuperar a saúde um cidadão, o Estado deve realizar cirurgia, garantir o tratamento fisioterápico de recuperação e fornecer os medicamentos necessários. Obrigações facultativas: existe uma prestação principal e uma subsidiária, podendo o devedor substituir a prestação principal pela subsidiária. Exemplo: contrato estimatório Obrigações líquidas: são aquelas em que há certeza quanto à existência e determinação do objeto. Exemplo: o devedor compromete-se a transferir ao credor o total de 40 sacas de açúcar. Obrigações ilíquidas: o objeto é incerto e depende de apuração. Exemplo: o devedor vende ao credor toda a sua safra futura de tomates, sem saber ao certo o quanto isso corresponderá. Obrigações divisíveis: o objeto da prestação pode ser fracionado sem que disso resulte perda do valor econômico, destruição do bem ou perda do interesse do credor. Exemplo: se A e B são devedores de C na quantia de 1000 reais, A pode pagar 600 e B pode pagar 400 que a obrigação restará adimplida Obrigações indivisíveis: o objeto da prestação não é suscetível de fracionamento. Exemplo: A e B devem entregar um imóvel a C; neste caso, dada a indivisibilidade natural do bem, o devedor A não tem como transferir apenas parte do imóvel a C. Quanto à estrutura Obrigações simples: há apenas um único credor, um único devedor e uma única prestação. Exemplo: compra e venda de um automóvel em uma concessionária. Obrigações complexas: existe pluralidade subjetiva (credores e/ou devedores) e/ou objetiva (mais de uma prestação). As obrigações solidárias (pluralidade subjetiva) e as obrigações alternativas (pluralidade objetiva), por exemplo, são consideradas obrigações complexas. Exemplo: a obrigação de o Estado, o Município e a União de empregar todos os meios disponíveis para garantir a saúde do indivíduo (obrigação solidária). A obrigação de o devedor transferir ao credor uma casa ou um apartamento no valor ajustado entre as partes. Quanto aos sujeitos Obrigações fracionárias: embora haja pluralidade de credores e/ou devedores, cada credor apenas pode exigir a sua parte do crédito e cada devedor responde apenas pela sua parte na dívida. Exemplo: uma obrigação em que foi estipulado que A e B devem pagar 500 reais a C, sendo que C somente pode cobrar 250 reais de cada devedor. Obrigações conjuntas, unitárias ou de mão comum: são obrigações unitárias em que, existindo mais de um credor ou mais de um devedor, a prestação somente pode ser realizada em sua integralidade. Inexiste, nas obrigações conjuntas, divisão de responsabilidade. Exemplo: se duas ou mais pessoas se obrigarem a dar, conjuntamente, 10 (dez) toneladas de tomate a um determinado credor, a obrigação somente será cumprida se todos os devedores entregarem a prestação devida, não podendo o credor exigir a obrigação individualmente de qualquer devedor. Obrigações disjuntivas: há mais de um devedor, mas o credor pode escolher de qual devedor cobrará a prestação, exonerando os demais. Exemplo: A e B comprometem-se a entregar um cavalo de raça a C, sendo que C pode escolher de qual devedor cobrará a entrega do animal. Obrigações solidárias: há mais de um credor ou mais de um devedor, cada um com direito ou obrigado à dívida toda. Exemplo: Caio e Tício comprometem-se solidariamente a transferir a César 90 sacas de café; ainda que a obrigação seja naturalmente divisível, César pode exigir as 90 sacas tanto de Caio quanto de Tício. Obrigações conexas: não se trata propriamente de obrigações subjetivamente complexas. Há várias obrigações que, por possuírem uma causa comum, os devedores têm que cumprir prestações distintas ao mesmo credor. César Fiuza fornece exemplo bastante didático de obrigações conexas: se contrato pintor e pedreiro para reformar minha casa, só poderei exigir a prestação do pintor depois de exigir a do pedreiro. Uma está vinculada à outra, apesar de serem individuadas. Quanto ao modo de execução Obrigações instantâneas: o pagamento é feito de maneira integral, imediatamente após o surgimento da obrigação. Exemplo: se você compra um lanche na cantina da faculdade, deve imediatamente pagar o preço e a cantina imediatamente deve entregar-lhe o lanche Obrigações periódicas (execução continuada ou trato sucessivo): o pagamento é feito em prestações periódicas ao longo de um período determinado de tempo. Exemplo: o sujeito celebra contrato de promessa de compra e venda do imóvel cujas prestações são parceladas em 10 (dez) vezes. Obrigações diferidas: o pagamento é feito integralmente em um único ato, porém postergado no tempo. Exemplo: num contrato de comodato, o devedor é obrigado a restituir o bem após quatro meses. Quanto ao conteúdo. Obrigações de meio: o devedor obriga-se a utilizar todos os meios disponíveis ao cumprimento da obrigação, sempre com diligência, prudência e perícia, sem, contudo, assegurar um resultado específico. Exemplo: cirurgia plástica reparadora. Obrigações de resultado: o devedor assegura ao credor o atingimento de um resultado específico e apenas se desonera da obrigação se atingi-lo. Exemplo: cirurgia plástica estética. Quanto aos elementos acidentais Obrigações condicionais: sujeitas à condição suspensiva ou resolutiva. Exemplo: um pai compromete-se a dar um carro à filha desde que esta conclua sua graduação. Obrigações a termo: sujeitas a evento futuro e certo, ainda que o tempo seja indeterminado. Exemplo: obrigações cujo pagamento ficou ajustado para 30 (trinta dias após a celebração do negócio). Obrigações com encargo (modais): sujeitas a encargo. Exemplo: Caio doa a Tício um imóvel, desde que Tício comprometa-se a cuidar do doador enquanto este estiver vivo. Obrigação pura e simples: não está subordinada a condição, termo ou encargo. Exemplo: a compra e venda de aparelho celular em que a loja faz imediatamente a tradição do bem, sem a aposição de elementos acidentais a esse negócio. OBRIGAÇÕES POSITIVA DE DAR (arts. 233 a 242) Esta obrigação tem como conteúdo uma coisa. A prestação da obrigação é justamente a entrega de uma coisa. O fato da entrega da coisa não pode ser confundido com a obrigação de fazer. Ex: a obrigação que tem como objeto/prestação um quadro. Se o quadro não estiver pronto, a obrigação é de fazer; e se ele já foi pintado, a obrigação é de dar. Obrigação de dar representa a entrega de alguma coisa pelo devedor ao credor. Obs. Tecnicamente dar = entregar coisa certa DAR coisa incerta restituir (devolver) Obrigação de dar coisa certa: O devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individuado, móvel ou imóvel. A coisa certa consta de objeto preciso, que se possa distinguir por características próprias de outros da mesma espécie. (coisa específica, determinada, individualizada). Ex. o devedor deve entregar um animal de corrida, o credor tem que receber aquele animal. A obrigação de dar coisa certa, só confere ao credor direito pessoal (um crédito) e não real (sobre as coisas), pois não transfere de logo o domínio, apenas obriga-se a transmiti-lo. Logo, não cabe ao credor reivindicar a coisa, mas tão somente mover ação de indenização. O domínio só acontece com a tradição (transmissão, transferência de posse) Ex: contrato de compra e venda (obrigação de dar). O contrato gera o direito pessoal. O fim do contrato gera o direito real. O direitoreal acompanha a coisa, já o direito pessoal, não! Se a primeira pessoa passou para outras pessoas, o direito a perdas e danos será cobrado do último. Ex. Se A vende um cavalo a B, e B vende a C. O juiz não vai exigir de B a entrega para C, mas de A (do primeiro que deu a coisa), porque a obrigação de dar a coisa é pessoal. A tem o direito a perdas e danos contra B. As obrigações de dar podem vir aglutinadas com outras obrigações de fazer e não fazer. Por exemplo: o vendedor além de se comprometer a entregar a coisa vendida, contrai, simultaneamente, salvo pacto em contrário, obrigação de responder pelos vícios redibitórios (que estão ocultos e diminuem o valor do produto, por ex. quadro com polia) e pela evicção (direito de regresso, ex: compro um carro e o Banco toma de mim porque o antigo dono estava devendo, eu tenho o direito de regresso contra o antigo dono). Princípios: 1. Identidade, “aliud pro alio” (art. 313 CC) – A coisa não poderá ser substituída unilateralmente pelo devedor. O credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa, como também não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa. Não é lícito o devedor entregar coisa diversa da ajustada, pois estaria alterando unilateralmente o objeto da prestação. O adimplemento é específico, sem possibilidade de sub-rogação ou substituição por prestações diferentes, salvo com anuência do credor. Se fosse permitido aos devedores entregar coisa diversa da pactuada, geraria impugnações dos credores, perícias, comprometendo a distribuição da justiça. A dação em pagamento não é exceção à regra, pois nesta há o expresso consentimento do credor em receber uma coisa por outra (art.356). O art. 373, II exclui a possibilidade de compensação nos casos de comodato e depósito. O credor tem o direito de receber, de volta, a própria coisa emprestada ou depositada. (exceto depósitos tratados nos arts. 636 e 638). “Art.636 O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhes as ações que no caso tiver contra terceiro responsável pela restituição da primeira.” A entrega parcelada só é permitida mediante pacto expresso. Exceção: o portador da letra de cambio é obrigado a receber o pagamento parcial, ao tempo do vencimento. 2. Acessoriedade (art.233) – O acessório segue o destino do principal. Se eu não quiser que o acessório acompanhe a coisa, terei que fazer uma ressalva, salvo se resultar de uma circunstância. Essa regra se aplica aos frutos, produtos e benfeitorias. Ex. 1- a entrega de terreno com suas árvores frutíferas inclui os frutos acaso pendentes. 2- quem aliena um imóvel transmite o ônus do imposto as servidões existentes e direito de cobrar do inquilino o aluguel atrasado. São acessórios da coisa e seus acrescidos o direito real de usufruto. 3. Direito aos melhoramentos, frutos e produtos acrescidos (art.237) Melhoramentos: Até a entrega, a coisa com seus melhoramentos e acréscimos (pelos quais poderá exigir aumento do preço) pertence ao devedor, após a entrega, ao credor. Ou seja, o devedor deve entregar os acessórios, mas se houver acréscimos, os chamados cômodos, pode o devedor cobrar por eles a respectiva importância. Frutos: Pendentes (frutos na árvore) pertencem ao devedor, percipiendos (podiam ser colhidos, mas não foram) pertencem ao credor. Ex. o objeto da obrigação é um animal, este enquanto estava com o devedor gera um filhote ainda para nascer, o devedor não será compelido a entregar o animal com seu fruto. Ao devedor cabe o direito de exigir aumento de preço pelo acréscimo que teve a coisa. Produtos: Idem aos frutos. Obs: Se uma fazenda é vendida (ou locada), e antes da entrega a estrada onde ela está situada é asfaltada, há uma benfeitoria da qual o devedor (vendedor ou locatário) não participou, então ele não pode aumentar o preço (no caso do locatário, receber o valor da melhoria). 4. Perda (extinguir)/Deterioração (avariar) - arts 234 e 238 Perda é o desaparecimento completo da coisa para fins jurídicos (incêndio, furto). Obs. Deve-se identificar se houve culpa do devedor. Se a coisa se perde, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva => resolve-se a obrigação (o devedor devolve o dinheiro ao credor). O único prejudicado é o devedor (proprietário). No entanto, se houver culpa do devedor, esse responderá pelo equivalente mais perdas e danos. Ex. (perda sem culpa do devedor): A deveria entregar um determinado boi, antes da entrega eu já recebi o dinheiro, mas na noite anterior a da entrega cai um raio na cabeça do boi e ele morre, neste caso eu apenas devolvo o dinheiro e resolve-se a obrigação, sem pagamento de indenização a título de perdas e danos. Perda da coisa com culpa do devedor: culpa do devedor no sentido amplo, para fins obrigacionais, que engloba o dolo: que é a intenção de prejudicar outrem e no sentido stritum, que é a culpa relacionada com negligência, imperícia e imprudência. Neste caso, se a coisa se perder com culpa do devedor, resolve-se a obrigação com perdas e danos. Ex1: deveria entregar um determinado boi e já recebi o dinheiro, eu mato o boi intencionalmente; só que este boi iria participar de um rodeio, neste caso eu terei que devolver o dinheiro que foi pago pego boi e ressarcir os eventuais lucros cessantes que seriam recebidos com a exposição deste boi no rodeio em forma de indenização a título de perdas e danos. Ex 2. antes da tradição por imperícia eu deixo o carro cair no penhasco. A perda será o que o credor deixou de ganhar sem poder trabalhar, por falta de carro. E danos o valor correspondente a destruição do carro. Se a coisa se perde após a tradição, o risco é do credor (comprador). Com a entrega o devedor ficou coberto de todo risco. Se a coisa estava à disposição do adquirente, por conta deste correm os riscos, salvo se houve fraude ou negligência do devedor. Quando a coisa sofre danos sem desaparecer temos a deterioração. Deterioração da coisa sem culpa do devedor (art.235 CC): se não há culpa do devedor não podemos falar de perdas e danos, neste caso o credor tem duas opções; ou resolve-se a obrigação (o devedor devolve o dinheiro ao credor sem perdas e danos), ou o credor fica com a coisa, no estado em que se encontrar, abatendo o valor do que se perdeu. Ex: eu vendo um carro e devido a um alagamento a lataria do carro fica prejudicada, com ferrugens e arranhada; ou devolvo o dinheiro, ou, o credor fica com o carro no estado que ficou (deteriorado), ou eu abato o valor da desvalorização. Deterioração da coisa com culpa do devedor: (art. 236 CC) neste caso, se a deterioração da coisa foi por culpa do devedor, o credor terá a opção de exigir o equivalente à coisa, ou ficar com a coisa no estado que se encontrar, abatendo o preço da desvalorização em ambos os casos com perdas e danos. Obrigações de restituir: Diferença entre a obrigação de dar e restituir: Na obrigação de dar a coisa pertence ao devedor até a tradição, e o credor recebe o que não lhe pertence; na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor mesmo antes do ato gerador da obrigação, ou seja, a coisa estava legitimamente em poder do devedor (para seu uso), pertencendo, porém ao credor , que tinha sobre ela o direito real. Ex: em um contrato O Dono do Imóvel= Obrigação de Dar O Inquilino= Obrigação de Restituir Obs: a diferença interfere na questão do risco. Obrigação de restituir: é a obrigação que tem como objetivo a transferência temporária da coisa para uso ou fruição (gozo). Sem trabalho (Art. 241 CC) – lucro para o credor. Ex. se o devedor não participou das reformas do terreno, se quem asfaltou foi a Prefeitura, o lucro é para o credor. Com trabalho(Art. 242 CC) – lucro para o devedor. Perda (desaparecer/extinguir) e Deterioração (danificar/deteriorar): Nos interessa a questão indenizatória. Perda da coisa sem culpa do devedor na obrigação de restituir coisa certa: (art. 238 CC) o credor suportará a perda da coisa, ele nada poderá exigir do devedor (a coisa perece para o dono - “res perit domino”) Ex: eu empresto um veículo com contrato de comodato expresso a uma pessoa e na vigência desse contrato ela é assaltada a mão armada, neste caso eu perco a coisa, terei que suportar o prejuízo sem exigir nada do devedor. Se na vigência de uma locação o imóvel for destruído sem culpa do devedor, o credor não será restituído, porém se existirem débitos referentes a valores locatícios estes valores terão que ser pagos ao locador (art. 238 CC). Perda da coisa com culpa do devedor na obrigação de restituir coisa certa: (art. 239 CC) o devedor responderá pelo equivalente (sem restituir a coisa no estado que se encontrar) da obrigação mais perdas e danos. A resolução acontece com perdas e danos. Ex. se eu causei um acidente na vigência do comodato e a coisa se perdeu eu terei que pagar um carro novo e outros prejuízos que você suportou porque eu não cumpri com a obrigação de restituí-lo. Deterioração da coisa sem culpa do devedor na obrigação de restituir: (art. 240 CC) segue o mesmo raciocínio da perda sem culpa, a coisa perece para o credor, a única possibilidade que o credor tem será a de exigir a coisa no estado em que se encontrar. Deterioração da coisa com culpa do devedor na obrigação de restituir: o art. 240 CC diz que se aplica o art. 239 CC: responderá o devedor pelo equivalente à coisa mais perdas e danos. O credor pode exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado que se encontrar, com direito a reclamar, em qualquer das duas hipóteses, indenização das perdas e danos.(cfe. enunciado 15 CJF, aprovado na primeira jornada de direito civil no conselho da justiça federal no STJ, que manda aplicar ao artigo art. 240 CC as disposições do art. 236 CC). Sobre Perdas e Danos: Perdas= aquilo que se deixou de ganhar. Danos= o prejuízo. Ex: caso uma pessoa bata num táxi (com culpa) causando perda total neste veículo e o taxista se machucar precisando passar 04 meses sem trabalhar o causador do acidente terá que arcar com perdas e danos: a perda se dará pelo tempo que o taxista deixar de trabalhar e os danos pelo prejuízo causado no táxi. Obs: Hoje no direito civil procura-se buscar a conservação máxima do negócio jurídico (Princípio da conservação do negócio jurídico ou do contrato). Obrigação de dar coisa incerta: Conceito: Consiste da relação obrigacional cujo objeto (que é o conteúdo da prestação) é indeterminado, sendo indicado ao menos pelo gênero e quantidade (e aí está a razão de ser chamada de obrigação genérica). Obs: O ponto de referência para que possamos questionar a coisa é a escolha. Escolha ou concentração: é o fato pelo qual a coisa incerta se transforma em coisa certa, determinada e específica, dessa forma, a obrigação que era de dar coisa incerta se transforma em obrigação de dar coisa certa, só podendo ser entregue o objeto escolhido. Ex: Eu comprei cinco cabritos com 06 meses de vida para receber e não escolhi ainda, é coisa incerta, quando eu chego na fazenda e estou escolhendo os cinco cabritos esta é a fase da concentração/escolha, após a escolha ser feita a coisa passa a ser certa, determinada. Artigo 244 CC: este é um dispositivo que sempre desperta dúvida, porque em regra a escolha, a concentração da dívida cabe ao devedor, salvo previsão em contrário do instrumento, porque, dependendo do que estiver determinado no instrumento, a escolha pode ser feita pelo credor e até por um terceiro. Este dispositivo legal ainda traz que o devedor quando escolhe não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Levando em conta a Vedação do Enriquecimento sem causa, pelo princípio da equivalência das prestações, temos que a escolha, no caso do devedor, sempre deve recair no termo médio, no gênero médio. Ex: Se tenho cinco cavalos de raças diferentes, nem posso dar o pangaré, nem sou obrigada a dar o alazão premiado. Terei que escolher um dos outros três cavalos levando em conta a boa fé objetiva. Art. 246 CC: Não se fala em inadimplemento na obrigação de dar coisa incerta porque antes da escolha não pode o devedor alegar deterioração da coisa ainda que decorrente de caso fortuito, evento totalmente imprevisível e força maior. Antes da escolha se houver perda ou deterioração, de quem é a culpa? Do devedor. Antes da escolha o devedor responde pela perda ou deterioração, mesmo que por caso fortuito ou força maior. A responsabilidade é do devedor, independente de culpa. O credor é eximido de qualquer culpa. Obs: O gênero nunca perece “genus nunquam periti”, ou seja, o gênero não se perde. A coisa incerta não poderá se perder ou deteriorar, mesmo por caso fortuito ou força maior, porque não foi individualizada. Descumprimento de dar a coisa certa (art.461-a CPC): Coisas móveis: busca e apreensão; Coisas imóveis: emissão da posse. Obrigação de Fazer O devedor se vincula a determinado comportamento, consistente em praticar um ato ou realizar uma tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor. Ex: Construir um muro, ministrar uma aula, realizar uma obra. Obs: Dentro da idéia de FAZER, encontra-se a idéia de DAR. Quem promete a entrega de determinada prestação, a rigor, vincula-se a fazer referida entrega. Para diferenciar temos obrigação de fazer quando a entrega (dar) é conseqüência de um fazer, quando não é obrigação de dar. A obrigação de fazer envolve uma atitude humana (ativa, positiva). A obrigação fungível é aquela cujas qualidades pessoais do devedor não interessam, não são relevantes. Ex: a construção de um muro, qualquer pedreiro poderá fazer.(art.249) A obrigação infungível não se funda nas qualidades pessoais e objetivas do devedor (cantor famoso), mas em CONDIÇÕES PARTICULARES, intuitu personae, (Ex. Marisa Monte). Ex: Caso ocorra algum problema num show de Marisa Monte, a ausência dela não poderá ser substituída por um outro cantor(a).(art.247) Impossibilidade da Obrigação de Fazer:- (não tem como cumprir a prestação, torna-se impossível): Sem Culpa: Ex: O professor que deveria ministrar a aula e adoece no dia. Solução: Ele apresenta o atestado médico e daí resolve-se a obrigação (retorna ao estado anterior da desavença). Outro exemplo de Impossibilidade sem culpa seria a apresentação de um show numa festa de aniversário de 50 anos de casamento de um casal. Se o cantor adoecer no dia da festa, não adiantará ele fazer outro show depois, pois o aniversário já passou. Ou seja, tornou impossível a obrigação, não terá como fazê-la depois. Com Culpa: Se o professor simplesmente faltar (tornando a obrigação impossível), sem uma justificativa, levará falta e não irá receber por aquela aula não ministrada. Ou seja, Resolve-se a obrigação + Perdas e Danos. Descumprimento da Obrigação de Fazer: (há possibilidade de fazer, mas não no prazo convencional, já se caracteriza a má fé) Sem Culpa: Assim como a Impossibilidade sem culpa, a solução do Descumprimento sem culpa também ocorre através da resolução da obrigação e retorno ao estado anterior. Ex: a entrega de uma obra em tempo posterior ao acordado porque a construtora não conseguiu cumprir o prazo estabelecido. Com Culpa: Fungível (art. 249 CC) – Quando qualquer pessoa pode realizar a prestação. Solução da Lei (Perdas e Danos + terceiro): Se qualquer pessoa poderá realizar a prestação, o juiz solucionará o problema estabelecendo que um terceiro cumpra e “enviará a conta” para o devedor. Infungível (art. 247 CC) – Se resolve automaticamentecom Perdas e Danos. Obs.1: Fungível ≠ Infungível: O segundo terá que ser apenas com Perdas e Danos porque não tem como um terceiro substituir a obrigação de fazer. Obs.2: Execução da Obrigação de Fazer (art. 632 CPC): “Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, se outro não estiver determinado no título executivo”. Pode ainda o credor requerer a conversão em indenização (perdas e danos) Obs.3: Art. 466-A CPC: “Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida “.Ex. se vc paga o imóvel e o vendedor não assina a escritura, o juiz determina que o cartório emita a escritura sem assinatura do devedor. Obrigação de Não Fazer Conceito: ocorre quando um devedor assume um compromisso de se abster de um ato (apenas atos lícitos) que poderia praticar se não fosse o vínculo que o prende. Ex. a pessoa que promete não vender uma casa a não ser para o credor. A obrigação de não fazer envolve uma atitude humana (negativa, passiva). Deve ser lícita – sem restrição sensível à liberdade individual, sem colidir com os fins da sociedade, não pode ser imoral ou anti-social. Ex. não casar, não trabalhar, etc. Inadimplemento das obrigações de não fazer = Inadimplemento das obrigações de fazer Art. 250 CC: “Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar”. Ex: Se eu possuo terreno baldio que facilita o acesso de uma estrada para a praia e eu me comprometo com meus vizinhos a não permitir que ninguém utilize este terreno como passagem para evitar que pessoas desconhecidas caminhem pela vizinhança e o poder público manda que eu libere para a passagem das pessoas. Art. 251 CC: “Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção de obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos”. Obs. Em caso de urgência o credor pode desfazer ou mandar desfazer, independente de autorização judicial (cabe o ressarcimento). Obrigação Alternativa (Arts. 252 a 256 CC) Conceito: são aquelas obrigações que têm por objeto duas ou mais prestações, porém apenas uma deverá ser cumprida. Tal obrigação dará a opção ao devedor ou credor de escolher pela obrigação a ser cumprida. Obs. Não se pode inferir que a obrigação é alternativa, esta condição terá que estar expressa que é uma coisa ou outra, a conjunção OU deverá constar no contrato. Após a escolha/concentração a obrigação passa a ser a de Dar Coisa Certa, de Fazer ou Não Fazer. Ex: Um supermercado firmou contato com um fornecedor de todo dia 30 comprar leite condensado ou creme de leite. No dia 15 faz a escolha e no dia 30 recebe (até o dia 15 a obrigação é alternativa, depois é obrigação de dar coisa certa e simples). A Obrigação de Fazer depende de um ato. O devedor faz a escolha em regra, mas nada impede que a escolha seja feita pelo credor. (ou seja, tanto um quanto o outro, depende do que for definido no contrato). A Obrigação também pode ser feita por sorteio (Art. 817 CPC: “Ressalvado o disposto no artigo 810 - ‘O indeferimento da medida obsta a que parte intente a ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor’ - , a sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na ação principal”). Impossibilidade: Uma (Art. 253: “Se uma das duas prestações não puder ser objeto da obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra”).Ex. A deve entregar a B um jumento ou duas cabritas. Se o jumento morre A deve entregar Sem culpa: as cabritas. Ambas (Art. 256: “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação”). Ambas com escolha do Devedor (Art. 254 CC). Solução da Lei: Devolve-se o valor da última prestação + Perdas e Danos. Art 254: “Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determina”. Ambas com escolha do Credor (Art. 255 CC).Solução da Lei: O credor escolhe o valor de qualquer uma delas + Perdas e Danos. Ex: Dois animais X (custa R$ 100) e Y (custa R$120). X morreu primeiro e Y morreu por último. O Credor re- Com culpa: ceberá o valor de Y + Perdas e Danos. Uma com escolha do Credor (Art. 255 CC).: prestação subsistente ou valor da outra mais perdas e danos. Ex Dois animais X (custa R$100) e Y (custa R$ 120). X morreu. O Credor receberá o animal Y + Perdas e Danos ou o valor de X que morreu + Perdas e Danos. Art. 255: “Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos”. Obrigação Cumulativa (Conjuntiva): São aquelas que possuem em sua prestação vários objetos ou várias obrigações que deverão ser cumpridas integralmente, sem exclusão de qualquer uma delas, sob pena de se haver por não cumprida (o devedor continuará inadimplente ou in mora). Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é um reforço da Obrigação de Dar Coisa Certa. Obrigação Facultativa: É aquela que, tendo por objeto uma só prestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la por outra. Essa faculdade pode derivar de convenção especial (acordo) ou de expressa disposição de lei (art. 157, § 2°) Art. 157, § 2°: Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é apenas doutrinária. Ex. Você faz um consórcio para receber uma moto, mas pode receber um carro. Distinção entre obrigação alternativa e obrigação facultativa. Alternativa: a obrigação se extingue com a entrega de um dos dois ou mais objetos existentes. Há pluralidade de objetos e todos são devidos até que se entregue um deles. Facultativa: existe um objeto devido apenas e o devedor pode exonerar-se dela oferecendo outro no lugar daquele. Não pode porém, ser obrigado pelo credor a dar outra coisa. Obs: Obrigação Impossível Obrig. Alternativa: continua existindo com relação aos demais. Obrig. Facultativa: extingue a obrigação (porque o objeto é único) Perecimento sem culpa do devedor: tanto na Obrigação Alternativa (todos os objetos sem culpa) como na Obrigação Facultativa será extinta a obrigação. Obrigações Divisíveis e Indivisíveis: As Obrigações Divisíveis e Indivisíveis dizem respeito ao Objeto da Prestação. A questão da divisibilidade ou indivisibilidade só se apresenta importante diante da pluralidade de sujeitos. Dos Bens Divisíveis Art. 87 CC: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Art. 88 C: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Obrigações Divisíveis: são as obrigações possíveis de cumprimentofracionado. É aquela cujo pagamento pode ser dividido em parcelas sem que se descaracterize o objeto da prestação. Art. 257 CC: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quanto aos credores e devedores: Pluralidade de devedores: Divide-se em tantas obrigações iguais e distintas quanto os devedores. Ex: Despesas com condomínio; se o valor total do condomínio é de R$100 e existem 10 condôminos, o valor que deverá ser pago por cada um deles é de R$10. Pluralidade de credores: O devedor comum paga a cada um dos credores a parcela da dívida global. Cada credor só poderá exigir a sua parcela. Ex: A divisão dos lucros de uma empresa entre os sócios. Obrigações Indivisíveis: são aquelas que só podem cumprir em sua integralidade. São aquelas cujo pagamento só pode ser efetuado de uma única vez, sob pena de descaracterizar o objeto da prestação. Art. 258 CC: A Obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. Pluralidade de devedores: Cada um dos devedores será obrigado pela dívida toda. Ex: A e B devem um animal a C. Este poderá exigir de um ou de ambos. Se A pagar sub-roga-se no direito de credor em relação a B (art.259). Art. 259 CC: “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo Único: O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados”. Pluralidade de credores: qualquer um dos credores pode exigir do devedor a dívida inteira. Ex. C deve um automóvel a A e B. Tanto A como B podem exigir de C o automóvel. A X B (credores) (devedor) C Obs: Se A, B e C adquirem um lote de terreno a X qualquer deles pode exigir de X o cumprimento integral da obrigação. Art. 260 CC: “Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I – a todos conjuntamente; II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores”. Quando o devedor se desobriga? R. Ele se exime cumprindo a obrigação para todos, exigindo uma quitação (através de recibo) em nome de todos devedores. Pode também pagar a um só e este se compromete com os outros dois. Art. 261 CC: “Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total”. Art. 262 CC: “Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo Único: O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão”. Portanto, se um dos credores disser que não quer a sua parte (remissão/perdão da dívida) não se deverá mais cobrar a quota deste credor ao devedor. Art. 263 CC: “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1º: Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos”. Ex: Em uma dívida de R$30. Onde A, B e C são os devedores e X é o credor. A + B + C (R$10 + P e D) (R$10) (R$10) Animal (morto por culpa de A) X Obs.: O objeto torna-se indivisível e o causador da culpa (neste caso, A) irá pagar a sua parte mais Perdas e Danos. Sem culpa não há responsabilidade civil. Obrigações Solidárias (Arts.264 a 285) Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um com o direito a dívida toda (solidariedade ativa) ou uma pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva). A + B + C X D + E + F Sujeitos (Devedores) (Credores) Obs: A idéia de solidariedade é fortalecer o vínculo entre credores e devedores. Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. (Solidariedade Mista = Solidariedade Ativa + Solidariedade Passiva) Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. SOLIDARIEDADE X INDIVISIBILIDADE Subjetiva (sujeito,origem técnica) Objetiva (objeto, origem material) tem origem no próprio título (título no sentido de contrato) tem origem na natureza da obrigação (é a própria natureza) Cada devedor paga por inteiro porque deve por inteiro Cada devedor paga por inteiro porque outra solução não é possível Converte-se em perdas e danos e o vínculo se mantém (os atributos permanecem). Art. 271 Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. Converte-se em perdas e danos e desaparece a indivisibilidade (os atributos não permanecem). Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. Obs: A causa de um é a causa do outro! Características da solidariedade: 1. A prestação é única ou “unidade na prestação”: qualquer que seja o número de devedores e credores o débito/crédito é sempre único; 2. Pluralidade e Independência do vínculo: o vínculo que une os devedores é um e o que une os credores é outro. Não há vínculo entre devedores e credores, apenas entre si. O credor está para exigir dos devedores solidários e os devedores estão para cumprir com os credores solidários; 3. Unidade de causa: a causa é única. A dívida solidária é suportada por igual por todos os devedores. O contrato é um só para todos: credores e devedores. Todos os devedores assumem a dívida de uma só vez quando assinam o contrato. Obs: 1. Solidários (dívidas solidárias): a origem é comum: Ex. três irmãos que vão ao banco pedir um empréstimo; 2. “In solidum”: Não existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma origem comum na obrigação. Embora ligados por um mesmo fato, os liames que unem os devedores ao credor são independentes. Ex: suponhamos um caso de incêndio em uma fazenda segurada, causada por culpa de terceiro. Tanto a seguradora como o autor do incêndio devem à vítima a indenização pelo prejuízo; a seguradora no limite do contrato e o agente pela totalidade. A vítima pode reclamar a indenização de qualquer um deles, indistintamente, e o pagamento efetuado por um libera o outro devedor. Contudo, não existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma causa comum, uma origem comum na obrigação. A responsabilidade da seguradora tem origem no contrato, e a do agente decorre dos princípios do art. 186 CC (ato ilícito); Solidariedade Ativa: é a mais rara que existe. Conceito: Havendo vários credores pode cada um exigir do devedor comum a prestação por inteiro; e o devedor se libera da dívida pagando a qualquer um dos credores. Ex: Uma conta bancária em nome de três pessoas. Sedepositarmos o valor nesta conta, nos livramos/eximimos da dívida com as três pessoas. Existe vantagem para o devedor, porque pagando a um se exonera da dívida toda, e qualquer um pode cobrar a dívida. Obs: Vantagem: qualquer credor pode exigir a totalidade da dívida e o devedor pode liberar-se da obrigação pagando a prestação a qualquer um dos credores. Desvantagem: pode “D” cobrar durante a ausência de “E” e “F” e depois “D” sumir. C X D + E + F Sujeitos (Devedor) (credores) Efeitos da Solidariedade Ativa: 1. Quanto ao cumprimento da prestação: Quando um dos credores poderá exigir o cumprimento da prestação (Art. 267 CC). Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. 2. Quanto ao Pagamento e Remissão=Perdão (Arts. 268, 269 e 272 CC) C X D + E + F (Devedor) (credores) Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. Ex. Se “D” acionar “C” na justiça, C terá que pagar preferencialmente a “D”, que recebe em nome de todos. E se nenhum acionar, “C” poderá pagar a qualquer um dos três. Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. Ex. “C” pagou R$200 a “D” de uma dívida de R$300. Ele continua devendo R$100 aos três credores. Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. Ex.Se “D” perdoar a dívida completa, “C” não vai pagar nada a ninguém. E “D” responderá perante “E” e “F”. Se “C”, receber a remissão de R$200 de “D” ele ainda continua devendo R$100 aos 03 credores. 2. Quanto às Perdas e Danos (Art. 271 CC): Subsiste a solidariedade. Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 3. Quanto às Exceções Pessoais: Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. É matéria de Defesa. 4. Julgamento: Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve. O julgamento desfavorável a um credor não prejudica os demais. Se for favorável beneficia os demais. Aciona Ex: C X D + E (Dev) (credores) 5. Morte (Art. 274 e 270 CC, respectivamente): Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. Ex. Numa dívida de R$300, ocorrendo a Morte de F. (dev.) (credores) C X D + E + F Morre deixando R$ 100 f1 f2 = os herdeiros só poderão cobrar o quinhão de “F”, ou seja, R$100. Obs: se a obrigação for um animal, f1 e f2 podem cobrar a dívida toda. Solidariedade Passiva: Conceito: é aquela que obriga todos os devedores ao pagamento total da dívida. Obs. É muito importante na vida negocial porque reforça o vínculo e facilita o adimplemento. Efeitos da Solidariedade Passiva: 1. Pagamento Total e Parcial: Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. Exemplos: Se existem 3 devedores e um paga toda a dívida, todos se exoneram e o que pagou tem direito de regresso contra os outros 2. Se existem 3 devedores e um paga a dívida parcialmente, todos ficam responsáveis pelo restante. Se numa dívida de R$300, com 3 devedores, e um é insolvente, os outros 2 terão que pagar toda a dívida: Devedores Credor A + B + C D (Insolvente) (satisfaz a insolvência (Passa a dever apenas R$150) pagando os R$300) Art. 285. Se a dívida solidária interessa exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. Ex. Se A deu um bem (uma casa) em garantia. B paga a dívida e resgata a hipoteca. A deve pagar a B para retirar a hipoteca. Devedores Credor A + B D Fiador (Paga a dívida) Então, “A” paga “B” (porque “B” pagou a dívida que pertencia à “A” para “D”). 2. Renúncia Se a solidariedade for legal, a renuncia poderá dar-se verbalmente ou por escrito ou, ainda, pela prática de atos reveladores de intentio de abrir mão do benefício, hipótese em que se terá a renúncia tácita. Ao credor para que possa demandar os co-devedores solidários remanescentes, cumprirá bater no débito o quantum alusivo ã parte devida pelo que foi liberado da solidariedade. Ex. A, B e C são devedores solidários de D pela quantia de R$ 30.000,00. D renuncia a solidariedade em favor de A, perdendo então o direito de exigir dele uma prestação acima de sua parte no débito, isto é, R$ 10.000,00. B e C responderão solidariamente por R$ 20.000,00, abatendo da dívida inicial de R$ 30.000,00 a cota de A (R$ 10.000,00). Assim os R$ 10.000,00 restante só poderão ser reclamados daquele que se beneficiou da renúncia da solidariedade. Se a renúncia for total ou absoluta extinguir-se-á a obrigação solidária passiva, surgindo em seu lugar uma obrigação conjunta, em que cada devedor responderá tão somente por sua parte, pois o débito será rateado entre os co-devedores, visto-se que a obrigação torna-se pro rata em relação a todos. (art.282) Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. Ex. Se numa dívida de R$300 “A” foi exonerado por “D” (credor), e “C” ficou insolvente. Se “C” fica insolvente, “A” volta a dever junto com “B”. Devedores Credor (A) + B + C D (Exonerado por D) (deve) (deve) Devedores Credor (A) + B + C D (Exonerado por D,volta a dever) (deve) Ficou Insolvente) Obs: Renúncia (=exoneração) não é perdão (=remissão). 3. Cláusula Adicional: Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. Obs: Não surtirá efeito, não tem eficácia. Devedores Credor A + B + C D Ex: Caso exista uma dívida de 24 meses a 1% e “A” vai ao banco sozinho e negocia esta dívida a 24 meses a 10% , isto é numa condição pior que a anteriormente contratada, essa nova negociaçãopassa a não valer para “B” e “C”. Exceto se “B” e “C” for ao banco negociar a dívida junto com “A”. 4. Impossibilidade da Prestação Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. Ex. Os devedores não puderam entregar o produto por culpa de A. A obrigação permanece para os três e A responde por perdas e danos. Devedores Credor A + B + C D (Deu causa a impos- “A” ,“B” e “C” respondem pela entrega. sibilidade da entrega do produto) “A” responde sozinho por Perdas e Danos por ter dado causa a impossibilidade da prestação. 5. Juros da Mora Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. Ex: Por causa de “A” o pagamento foi realizado em atraso (30/09) gerando juros de mora “A”, “B” e “C” pagam e “B” e “C” cobram (têm direito de regresso) de “A”. Devedores Credor A + B + C D Data do Vencimento = 10/09 Obs: na mora a entrega ainda é útil, isto é, mesmo com atraso a entrega interessa ao credor. 6. Exceções Pessoais (Matéria de Defesa) Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. Devedores Credor A + B + C D Terá que se defender no processo. “C” não pode alegar uma dívida que “D” tem com “B” (pois a exceção era apenas de “B”). Mas se a exceção pessoal for de “C”, ou de todos, pode. 7. Morte Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. Ex: Numa dívida de R$300 Devedores Credor A + B + C D A¹ e A² = R$100 espólio Indivisível= “D” cobra de A¹, A², “B” e “C”. Divisível= “D” cobra apenas a quota parte de A¹ e de A². Obs: Espólio é a herança na justiça. Bens que ficam por morte de qualquer pessoa. Obrigações Naturais (Imperfeitas para os escritores alemães) As Obrigações naturais se opõem às obrigações civis. Obrigação natural é aquela em que o credor não tem o direito de exigir a prestação e o devedor não está obrigado a pagar. Não há sanção e se houver pagamento não pode ser repetido (devolvido). Não existe garantia nem responsabilidade do devedor. Não existe sequer o vínculo. A RETENÇÃO DO PAGAMENTO é a única garantia atribuída pelo direito positivo a esta espécie de obrigação. Ex. 1. Gorjeta de um garçom, a não ser que haja norma. 2. Comissão amigável para intermediar venda de um imóvel. Não são corretores profissionais e não há obrigatoriedade de remuneração da intermediação. Ninguém pode exigir (art.564, III e 832) Art. 564. Não se revogam por ingratidão. III – as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural. Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. Obrigações Principais e Acessórias Art. 92 (noção de principal e acessório). O acessório segue o principal. As obrigações principais nascem existem por si mesmas (independentes). As obrigações acessórias surgem unicamente para se agregar a outras. Elas dependem da principal. Distinção: A obrigação acessória segue a sorte da obrigação principal. Desaparecendo a obrigação principal desaparece a obrigação acessória. A recíproca não é verdadeira. Ex. o contrato principal pode ser perfeito, sendo nula a fiança, por incapacidade do agente. Mas se nulo for o contrato principal, não havemos de falar em fiança, porque nada mais há o que garantir. Transferência da Obrigação Principal = Transferência da Obrigação Acessória. Exceção: fiança. O fiador garante um primitivo devedor e só com a sua anuência garantirá outro, pois é uma garantia pessoal (intuito persona, personalíssima), baseada na confiança. O caráter acessório e/ou principal pode emanar da: a) Vontade das partes: são comuns os direitos de garantia como a fiança (garantia pessoal) e o penhor e a hipoteca (garantias reais). A fiança, o penhor e a hipoteca são obrigações acessórias a uma obrigação principal. Constituem um reforço para o adimplemento da obrigação principal. (servem para garantir o cumprimento da principal). Ex: juros: sua existência depende da principal e são considerados frutos civis. Podem ser demandados autonomamente, porque ganham foro de obrigação autônoma, sem perderem seu caráter de acessório. b) Lei: é o caso da evicção, onde o vendedor, além da obrigação inerente à compra e venda, de entregar a coisa vendida, é obrigado a resguardar o comprador contra os riscos. (art. 447 CC) Art. 447: Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Obrigações Líquidas e Ilíquidas Líquidas: estão presentes os requisitos que permitem a imediata identificação do OBJETO DA OBRIGACAO (qualidade + quantidade + natureza) Art. 1533 do CC/1916: Considera-se líquida a obrigação certa, na sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto. Ex. obrigação de pagar R$ 1.000,00, 100 sacas de cereal, entregar automóvel específico. Ilíquidas: o objeto da prestação é desconhecido (não há quantidade e gênero). Diante da impossibilidade o juiz pode dar a sentença ilíquida (não pode mensurar). Exigem uma posterior liquidação (ex. perícia). A ilíquida é incerta quanto à existência e indeterminada quanto ao objeto. Ex. bateram no carro do taxista, ele vai exigir perdas e danos, se o juiz não determinar o valor é ilíquida porque não está determinada. OI => processo de liquidação (CPC arts. 586 e §§ / 603 a 611) => OL Obrigação Ilíquida X Obrigação de Dar Coisa Incerta Decorre do processo Provém geralmente de contratos Tendência de toda coisa ilíquida: liquidez. Tendência de toda coisa incerta: certeza (por meio da escolha). Obrigações Puras e Simples As obrigações puras e simples são as de dar, restituir, fazer e não fazer. Característica: credor + devedor + objeto da prestação. Obrigações Condicionais Art. 121 (Conceito de Condição) 1. Condição Suspensiva (Art.125): quando os contraentes protelam temporariamente a eficácia do negócio até a realização do evento futuro e incerto. Se pendente tal condição, só com seu implemento é que o contrato se aperfeiçoará. Não há débito, nem obrigação, nem ação, apenas um Direito Eventual. Ex. o contrato de compra e venda do quadro X só produzirá efeitos se ele for aceito numa exposição internacional. Conseqüências da Condição Suspensiva: Pagamento: não se pode exigir o pagamento da obrigação antes do implemento da condição. Restituição: caberá a repetição do indébito se o devedor pagar a obrigação antes do implemento da condição (art.876). Ex. a compra de um cavalo se ele ganhar o prêmio Y. Cabe repetição se tiver pago o cavalo e ele não ganhar. Se não tiver pago e ele não ganhar extingue-se a obrigação. Extinção: extingue-se a obrigação se a condição não se realizar. Novas disposições: art. 126 Ex: A doa um objeto a B sob condição suspensiva e vende o mesmo bem a C. A venda será nula se realizadaa condição. A doa a B o usufruto de uma coisa (uso e gozo) sob condição suspensiva e aliena a C a sua propriedade. Válida será tal alienação porque não há compatibilidade entre a nova disposição e a anterior. Prescrição: não há prescrição, se pendente a condição suspensiva (art.199-I) Atos de Conservação: A condição suspensiva não obsta o exercício dos atos destinados a conservar o direito a ela subordinado. O devedor poderá praticar os atos normais de gestão e até perceber os seus frutos, mas todos os riscos correrão por sua conta (art. 130). Data do Cumprimento: data do implemento da condição, cabe o credor provar que o devedor teve ciência de tal implemento. (art. 332) Perda e Deterioração da Coisa: art. 234 – 236. 2. Condição Resolutiva (art. 127): quando a ineficácia do ato negocial se subordina a um evento futuro e incerto. Verificada a condição a obrigação se desfaz retroativamente, como se nunca tivesse existido (art.1359 CC). Negócio Jurídico = Aquisição do Direito e Produção dos Efeitos Jurídicos => Implemento da condição resolutiva = resolve-se o NJ (extingue-se o Direito) Ex. compra e venda de uma fazenda sob a condição de o negócio se desfazer se gear nos próximos três anos. Os riscos da coisa alienada são do credor ou adquirente. A resolução supõe a restituição do objeto. Ex. No exemplo acima da fazenda, se houver uma enchente por conta de uma quebra de barragem, quem arca com a perda é o comprador. Conseqüências da Condição Resolutiva: Perda e Deterioração: como o direito se adquire de pleno direito, o possuidor suporta a perda ou deterioração. 3. Modais: encontram-se oneradas como um modo (encargo). É a cláusula acessória que impõe um ônus à pessoa natural ou jurídica contemplada na relação creditória. Ex. obrigação imposta ao donatário de construir no terreno doado uma escola. Ele terá que empregar o bem recebido pela maneira e com a finalidade estabelecida pelo doador. Se não construir a escola resolve-se a obrigação. Conseqüências: CC arts. 136 e 137. Não Cumprimento: revogação da liberalidade. Pode ser cumprido por outrem (desde que não personalíssimo) e exigido pelos herdeiros, beneficiários, MP (se for do interesse público). 4. A Termo (prazo): as partes subordinam os efeitos do ato negocial a um evento futuro e certo. Termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Não atua sobre a validade do negócio, mas sobre seus efeitos. Inicial (dies a quo): o direito só se torna exercitável com a superveniência do termo (art. 131). Obs: O devedor pode pagar antes do termo, mas o credor não pode exigir a obrigação antes do prazo, salvo nos casos verificados no art. 133, I a III, do CC. Os atos destinados ä conservação do direito já são permitidos. Ex. Uma locação só se iniciará daqui a dois meses e o locatário já pode exercer os atos de conservação. Final (dies ad quem): determina a data da cessação dos efeitos do ato negocial extinguindo as obrigações dele oriundas. Certo: quando estabelece a data do calendário (dia, mês e ano) ou quando fixa um certo lapso de tempo. Incerto: refere-se a acontecimento futuro que ocorrerá em data indeterminada. Ex. a transferência de determinado imóvel será realizada a partir da morte de seu proprietário. A morte é sempre certa, a data é que é incerta. Obrigações de Meio e de Resultado Obrigações de Meio: o devedor se obriga tão-somente a usar de prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado sem, contudo, se vincular a obtê-lo. O conteúdo é a própria atividade do devedor. Ex: contrato de prestação de serviços médicos (operação plástica reparadora) ou advocatícios. Obrigações de Resultado: o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um resultado. O conteúdo é a produção de um resultado útil ao credor. Ex: contrato de transporte, ou empreitada de uma obra, ou operação plástica estética. Transmissão das Obrigações (Arts. 286 -303 CC). Cessão de Crédito: É um negocio jurídico bilateral onde o credor transfere a terceiro seu direito de credito contra o devedor (é quando o devedor fica sabendo da cessão de crédito e transmite o valor direto para o cessionário). Partes: Credor = cedente; terceiro = cessionário; devedor = cedido. A doutrina costuma classificar as seguintes espécies: 1. Cessão Onerosa: O cessionário paga pelo recebimento do crédito (é quando se vende um crédito a um terceiro). Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. Ex: compra e venda; empresas de factoring: vc troca um cheque de terceiro na factoring que era pra 30 dias no valor de R$ 1.000,00. A factoring fica com o cheque e paga R$ 900,00 a vc. 2. Cessão Gratuita: não há contraprestação por parte do cessionário. Ex: doação. 3. Voluntária: Emana da vontade livre do cedente e do cessionário. A voluntária você escolhe, pode ser onerosa ou gratuita. 4. Legal/Necessária: Acontece por força da lei. Toda cessão de crédito depende de um acordo de vontade (o que for expresso na lei é legal ou necessária). Obs: Fazer por exclusão, se não for legal (estiver escrito na lei) será voluntária. Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa- fé, se não constar do instrumento da obrigação. Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. Ex: Cessão de crédito (vontade) + Hipoteca (lei): A deve um empréstimo ao BB e transfere para o Bradesco, a hipoteca segue junto. 5. Judicial: Tem origem na sentença (decisão). Ex. partilha, adjudicação: quando há apenas um herdeiro, o juiz não vai fazer uma partilha, fará uma adjudicação passando o bem para o herdeiro. 6. Pro Soluto: O credor transfere seu crédito em pagamento a obrigação sua com o cessionário. Ex: “A” deve R$100 a “B”. “C” deve R$100 a “A”. “A” com intenção de pagar a “B” cede seu crédito junto a “C”. 7. Pro Solvendo: o credor transfere seu crédito em garantia de pagamento a obrigação sua com o cessionário. Ex1: eu sou credor e também devedor. Devo R$ 200,00 a A em 15 dias e B me deve R$ 500,00 em 30 dias. Eu dou o cheque de R$ 500,00 em garantia a A, para daqui a 15 dias pagar R$ 200,00 a A e pegar o cheque de R$ 500,00 de volta. (poderia ser de mesmo valor). Ex 2: pego um dinheiro emprestado e dou um cheque de um terceiro em garantia, e no dia do vencimento eu pego o cheque do meu devedor e pago o meu débito com o meu credor. Requisitos da Validade Subjetivos: partes capazes para, respectivamente, alienar e adquirir. Qualquer pessoa que estiver na livre administração dos seus bens (cedente e cessionário). Objetivos: O objeto da cessão (crédito) deve ser material e juridicamente possível. Qualquer crédito lícito. Formais: A cessão, em princípio, tem forma livre. (arts 288 e 289) Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654. Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel. O devedor não é parte do negócio entre cedente e cessionário, e deve ser notificado para efetuar o pagamento. Ou seja, se faz necessária a escritura pública para ser eficaz (ou particular com procuração). O devedor precisará
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