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Didática: História e Transformação

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Apresentação:
DIDÁTICA: 		 disciplina que busca compreender o processo de ensino em suas múltiplas determinações, para intervir nele e reorientá-lo na direção política alcançada.
INTRODUÇÃO:
Didática é considerada como disciplina a ser entendida como área do conhecimento, com objetivo de estudo próprio, qual seja, o processo de ensino e suas relações.
O estudo da didática pode ser feito pela caracterização das formas assumidas pelo processo didático em diferentes contextos históricos.
Essas mudanças exercem uma influência no planejamento e no desenvolvimento do processo didático.
didática: momentos históricos
Nos últimos 35 anos de história da didática no Brasil, tem sido questionada à sua função na formação de educadores e à sua peculiaridade como área de conhecimento, buscando-se sua similitude.
O I Encontro Nacional de Professores de Didática (1972)
Nesse período da história, caracterizado pelo Estado em racionalizar o processo produtivo, a educação é vista como fator de desenvolvimento, um investimento individual e social. A orientação básica para o modelo educacional centra-se na racionalização, na eficiência e na eficácia do processo. O trabalhador passa a ser estimulado individualmente por meio de diferenciação de salários, gratificações e é controlado por gestores. Buscando assim formar um “novo professor”, tecnicamente competente e comprometido com o programa político-econômico do país, a formação do professor se caracteriza por treinamentos onde fica evidente que o professor competente é um bom executor de tarefas. 
O I Seminário A Didática em Questão (1982)
Um período marcado pela abertura política do regime militar, e pelo acirramento das lutas de classe no país.
Tinha como objetivo formar educadores críticos e conscientes do papel da educação na sociedade, além de mais comprometidos com as demandas populares cada vez mais presentes na escola e cedo dela excluídos. Nesse encontro buscava-se a formação de um professor politicamente comprometido com a transformação social. Além de criticar o caráter instrumental da didática.
Nessa época, passa a ser importante a contextualização da prática pedagógica na busca por compreender a relação entre a prática escolar e a estrutura social. Além de se buscar alternativas e reconstrução do conhecimento da área.
A década de 1980 foi um período de revisão crítica e reconstrução da didática no Brasil. Os intelectuais da área apresentaram uma multiplicidade de enfoques para a questão da didática e seu papel na formação do educador:
Candau, pioneira nesse movimento de revisão e ampliação da didática, propõe uma “didática fundamental”, um amplo movimento de reação a um tipo de didática baseada na neutralidade, avançando para a busca de alternativas concretas e reconstrução do conhecimento da área.
Saviani – “pedagogia histórico-crítica” e 
Libâneo – “pedagogia crítico-social dos conteúdos” discutiam a importância formar uma consciência crítica nos professores para estes praticarem formas críticas de ensino.
Santos – “pedagogia dos conflitos sociais” – propõe uma ênfase no outro e, num primeiro momento, enfatizar o que o outro sabe, a prática social dos envolvidos, chegando-se ao nível da alteração das relações sociais, uma reorganização das relações sociais vigentes em seu interior.
Martins – “pedagogia da sistematização coletiva do conhecimento” – valoriza o próprio processo de fazer como elemento educativo, acredita que não basta transmitir ao futuro professor um conteúdo mais crítico, é preciso romper com o eixo da transmissão assimilação em que se distribui um saber sistematizado falando sobre ele, aquilo que é vivenciado e analisado provoca mudanças mais profundas do que aquilo que é apenas ouvido, no plano do discurso. No fazer, gera-se o saber”.
Desses movimentos, I Encontro Nacional de Professores de Didática, e I Seminário A Didática em Questão, resultaram alterações importantes, tanto na organização escolar, nos cursos de formação de professores, como na prática pedagógica dos mesmos, trazendo consigo quatro momentos fundamentais:
a) dimensão política do ato pedagógico (1985 a 1988) – período marcado por intensa participação social. Os professores reclamam da predeterminação do seu trabalho por instancias superiores, querem participar, e essa participação tem um caráter eminentemente político;
b) organização do trabalho na escola (1989 a 1993) – marcado pela quebra do sistema organizacional da escola, os professores se organizam em sindicato, participam de movimentos reivindicatórios, fazem tentativas de alterar as relações sociais estabelecidas na escola, burlando normas, agindo de maneira diferente da que é prescrita pela escola;
c) produção e sistematização coletivas de conhecimento (1994 a 2000) - aprofundamento da ênfase na problemática do aluno como sujeito historicamente situado, pertencente a uma classe, portador de uma prática social com interesses próprios e de um conhecimento adquirido nessa prática, os quais não podem mais ser ignorados pela escola;
d) ênfase na aprendizagem: aprender a aprender (2001 até os dias atuais) – centrada no sujeito produtivo, intelectualmente ativo, criativo, capaz de dominar os processos de aprender. O aluno deve aprender a aprender. Base para a reestruturação do capitalismo.
abordagens do processo didático: fundamentos e instâncias operacionais
Circunstancias históricas estabelecem as formas e as práticas de interação entre professores e alunos, e os tipos de relações sociais que vão forjar tecnologias específicas a serem utilizadas por meio da relação pedagógica.
O que define o caminho (método) a ser percorrido e os veículos através dos quais esse caminho será corrido (técnicas), é a intencionalidade.
O método sendo o elemento unificador e sistematizado do processo de ensino, já as técnicas são as instâncias, os componentes operacionais de cada proposta pedagógica que viabilizarão a implementação do método na prática.
Contando com os três elementos básicos desse processo – o aluno, o professor e o conteúdo – têm quatro formas e práticas de interação, como:
Transmissão-assimilação é um sistema coletivo, um método único de ensinar a todos, ou seja, único professor ensina um grande numero de alunos. Firmou-se no final do século XVIII com a Revolução Francesa, a instituição escolar era prioridade, um instrumento capaz de promover a unidade desejada pela burguesia no poder. A escola, portanto, é uma criação do capitalismo para instaurar uma sociedade comum. Tem conteúdos previamente selecionados impostos a todos em uma comunicação vertical, fundamentada numa visão essencialista, que considera o homem receptor passivo de informações. A ênfase do processo didático está na transmissão, pela ação do professor, do conteúdo produzido e acumulado historicamente pela humanidade, e ao aluno cabe aprender o conteúdo.
Como exemplo de organização desse método encontramos os passos formais de Herbart: preparação do aluno (recordação da lição anterior, despertar do interesse, etc.); apresentação (do conteúdo a ser assimilado pelo aluno); assimilação (pelo aluno, com base no que já sabia); generalização (o aluno identifica todos os fenômenos explicados pelos conteúdos recém-adquiridos); aplicação (por meio de exercícios do conhecimento recém-adquiridos).
Existem diferentes modalidades de aula expositiva:
Dogmática/exegética: uma prelação verbal para transmitir informações, onde o conteúdo é apresentado na sua forma final, não inclui questionamento por parte dos alunos, apresenta um tema logicamente estruturado e o aluno assimila o conteúdo.
Cognitiva: consiste numa prelação verbal para transmitir informações, onde a participação do professor é predominante, mas considera-se que o aluno desempenha um papel ativo, estabelecendo um relacionamento entre o conteúdo já existente na sua estrutura cognitiva e o novo material que estiver sendo apresentado, permitindo a participação ativa da atividade intelectual do aluno.
Dialógica: consiste num diálogo entre professor e alunos, paraestabelecer uma relação de intercambio de conhecimentos e experiências. Transforma a sala de aula em ambiente propício à reelaboração e à produção de conhecimentos. Valoriza a vivência dos alunos e a toma como ponto de partida. Apoia-se no princípio da busca recíproca do saber.
Técnicas desse método: aulas expositivas, exercícios, demonstração didática.
Aprender a aprender (natureza humana mutável, em evolução contínua) – a educação é tida como condição para o desenvolvimento natural do homem, e a escola caracteriza-se como um laboratório de vivência democrática e a aprendizagem é entendida como um processo social. A ênfase é dada para a redescoberta do conhecimento, e não para a transmissão de conteúdo, a questão central passa a ser aprender o método de aprender.
O método de solução de problemas, de Dewey, é um bom exemplo das práticas de interação centradas no aprender a aprender, que percorre o seguinte caminho: atividade (que já esteja sendo exercida espontaneamente e que corresponde ao interesse do aluno); problema (a origem do pensamento provém de uma situação problemática); coleta de dados (que ajudem a superar a situação); hipótese (uma ou mais explicativas do problema); experimentação (testar hipóteses).
Esse método desenvolvido em cinco momentos é viabilizado por instâncias operacionais (técnicas) tais como: dinâmicas de grupo, pesquisas bibliográficas e de campo, entrevistas, observações, etc.
Nessa abordagem o centro do processo didático passa do professor para o aluno. O professor é o orientador, facilitador, criador de desafios para estimular a investigação do aluno. Este passa a desempenhar um papel ativo, participativo, ele é considerado agente de sua aprendizagem.
Técnicas desse método: dinâmica de grupo, pesquisa bibliográficas e de campo, entrevistas, observações, etc.
Aprender a fazer (eficiência e produtividade), estratégia de aprendizagem para o domínio; fragmentação das ações do professor para diversos professores cada um dando conta de uma parte da cadeia de tarefas previstas.
Essa abordagem de ensino fundamenta-se nas seguintes concepções: entende o homem como consequência das influencias e das forças existentes no meio, como produto de um processo evolutivo, ser produtivo e eficiente, o subjetivo não é considerado, o mundo é externo ao homem, já está dado e é aperfeiçoável pela produção. A educação é um subsistema que transmite conteúdo específicos e modela comportamento, e a escola passa a ser entendida como uma organização burocrática do processo de aquisição de habilidades. Só se ensina o que é mensurável e observável. O importante é o aluno aprender a fazer, dar respostas específicas definidas nos objetivos operacionais.
A estratégia de aprendizagem para o domínio, de Bloom, é um exemplo de como se organiza o ensino no método aprender a fazer:
- caracterização da população e do contexto (pré-teste – teste de múltipla escolha – para levantamento de conhecimentos)
- especificação dos objetivos e das atividades de aprendizagem e avaliação;
- ensino sócioindividualizado (atividades complementares)
- pós-teste (o mesmo teste de múltipla escolha do pré-teste)
- validação do programa (verifica o material instrucional para correções)
O planejamento passa a ser o centro do processo. O professor o controlador, intermediário entre o planejamento e os alunos, executor de tarefas, não participa do planejamento, nem da avaliação do seu trabalho. O aluno um receptor que executa tarefas prescritas no planejamento, o importante é que saiba fazer.
Técnicas desse método: testes objetivos de avaliação, instrução programada, módulos de aprendizagem, etc.
Sistematização Coletiva do Conhecimento (processo de fazer), caracterização e problematização, explicação da pratica, compreensão da pratica, e elaboração de propostas. Concepção de homem concreto, síntese de múltiplas determinações, sujeito histórico, situado num contexto sociocultural e afirma-se na ação-reflexão-ação. O mundo é concreto, construído pelo homem nas relações sociais de produção dos meios materiais de subsistência. A educação é um processo histórico, global, dialético de compreensão da realidade, tendo em vista a sua transformação. A escola é o espaço onde se desenvolve um processo de ação-reflexão-ação comprometido com ações transformadoras. Ênfase na práxis social e a questão central está na relação dialética da compreensão – transformação.
A sistematização coletiva do conhecimento, de Martins, é um exemplo de como esse método se organiza:
caracterização e problematização da prática social;
explicação da prática mediatizada por um referencial teórico;
compreensão da prática no nível da totalidade;
elaboração de propostas de intervenção na prática, tendo em vista a sua transformação.
O professor atua como mediador entre o saber sistematizado e a prática social de ambos. O aluno é ser histórico, sujeito do processo portador de uma prática social a ser problematizada e sistematizada coletivamente. O centro do processo não está nem no professor, nem no aluno, nem no planejamento, mas sim a pratica social de ambos.
Técnicas desse método: atividades coletivas de sistematização do conhecimento, grupos diversos, exposições, plenárias, projetos, etc.
Ao planejar o seu ensino, é preciso que o professor faça uma opção pelo caminho que pretende percorrer (método). Isso favorece a escolha dos procedimentos (técnicas) mais adequados para alcançar seus objetivos.
Elementos didáticos: objetivos, conteúdo, método, avaliação
Quanto a cada forma e prática de interação didática, são definidos os elementos didáticos.
O objetivo didático é fator fundamental e determinante no planejamento, na seleção e na organização dos métodos e técnicas de ensino, recursos materiais, formas de avaliação e do conteúdo mais adequado. Na prática se observa que o professor tem pouca participação na elaboração dos objetivos de ensino.
O conteúdo escolar deveria ser tarefa do professor, mas na prática não é, os mesmos ainda reclamam da distância existente entre o conteúdo e a realidade dos alunos. Na prática o conteúdo só é importante se auxiliar o aluno a resolver os problemas do cotidiano.
O método de ensino assume diferentes orientações de acordo com a abordagem de ensino, assim é preciso que o professor faça uma escolha e saiba em que direção pretende caminhar. O professor é excluído da concepção e da organização do ensino, mas é no aspecto metodológico que encontra espaço de criação e intervenção.
A avaliação é o meio que se pode verificar até que ponto o ensino tem alcançado os resultados pretendidos, assumindo assim características especificas nas diferentes abordagens do ensino. Teoricamente são de competência do professor a escolha e a elaboração, porém na prática são definidos pela escola, tornando-se um instrumento de controle que garante a disciplina e a obediência do professor, como cumpridor de tarefas. Quem acaba dando o conceito e avaliação do aluno é a coordenadora que não tem vivencia com o aluno.
princípios orientadores da didática na perspectiva da sistematização coletiva do conhecimento
Dentro deste estudo temos cinco princípios básicos que orientam as formas e as práticas de interação entre professor e alunos.
O primeiro é a vocação prescritiva da didática a um modelo aberto de construção de novas práticas, tem a concepção de a teoria ser a expressão de uma relação, de uma ação sobre a realidade, que pode indicar caminhos para novas práticas. Ela expressa a ação prática dos professores, sendo uma forma de abrir caminhos possíveis para novas ações.
O segundo é da transmissão à produção do conhecimento: pesquisa-ensino, uma unidade, os professores passam a criar e a produzir novos conhecimentos, buscando relações sociais mais coletivas e solidarias.
O terceiro é das relações hierárquico-individualistas para relações sociais coletivas e solidárias, o parâmetro é a relação, a forma como se realiza essa situação pratica, pontuando uma perspectiva de conteúdo-forma numa relação de causalidade complexa.O quarto da relação conteúdo-forma numa perspectiva linear de causa-efeito para uma perspectiva de causalidade complexa, a teoria passa a ser entendida com expressão da ação pratica dos sujeitos, as formas e as práticas de interação entre professores, alunos e conhecimento tomam como ponto de partida um problema prático que ultrapassa a lógica de causa-efeito.
Finalmente o quinto do aluno sujeito individual para o campo ideológico individual do aluno, em função da sua experiência pessoal, da sua pratica individual, constituem um campo ideológico individual e têm condições de criar, de produzir, enfim, de se colocar enquanto agentes do processo e do conhecimento deles resultantes.

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