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1 Outros Títulos de Crédito: títulos de crédito comercial, industrial, rural, à exportação, imobiliário e bancário. Disposições gerais: Os títulos de crédito comercial, industrial, rural, à exportação, imobiliário e bancário são, genericamente, títulos de crédito causais, representativos de promessa de pagamento, com ou sem garantia real (conforme a natureza e a área da atividade própria). Tais títulos se destacam como Cédulas de crédito ou Notas de crédito. As cédulas de crédito possuem garantia real, incorporada às próprias cártulas. Já as notas de crédito (por serem desprovidas de garantia), apenas gozam de privilégio especial sobre os bens livres do devedor, em caso de sua insolvência ou falência. Cumpre sinalar que as cédulas de crédito imobiliário e bancário são, geralmente, providas de garantia real, incorporada à própria cártula. Todavia, nessas modalidades de crédito, também podem conter garantia fidejussória ou sem garantia alguma. Em geral, tais títulos são transferidos por endosso em preto, com efeito de mera cessão de crédito, sendo igualmente dispensado o protesto cambial para assegurar o direito de regresso. Cuidar, também, a Súmula nº 93 do STJ:”A LEGISLAÇÃO SOBRE CEDULAS DE CREDITO RURAL, COMERCIAL E INDUSTRIAL ADMITE O PACTO DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS." Acórdão Representativo 4ª T * AgRg nos EDcl no REsp 681839 MT DECISÃO:15/04/2010 (unânime) CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS REMUNERATÓRIOS. POSSIBILIDADE, IN CASU, RESPEITO AO PRINCÍPIO DO PACTA SUNT SERVANDA. 1. Conforme entendimento consolidado nesta Corte, é possível a capitalização mensal dos juros nas cédulas de crédito 2 rural, industrial e comercial, desde que pactuada, conforme se verifica in casu. Incidência do enunciado sumular nº 93/STJ. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg nos EDcl no REsp 681.839/MT, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUARTA TURMA,15/04/2010, DJe 03/05/2010) Outros Acórdãos 2ª T - REsp 271973 RS DECISÃO:26/03/2002 (unânime) Min. ELIANA CALMON. 3ª T - AgRg no Ag 1063161 MT DECISÃO:02/04/2009 (unânime) Min. MASSAMI UYEDA. 3ª T - AgRg no REsp 948276 MG DECISÃO:19/03/2009 (unânime) Min. NANCY ANDRIGHI. 3ª T - AgRg no REsp 839958 SC DECISÃO:13/05/2008 (unânime) Min. SIDNEI BENETI. 4ª T - REsp 468887 MG DECISÃO:04/05/2010 (unânime) Min. LUIS FELIPE SALOMÃO. 4ª T - REsp 208713 SP DECISÃO:01/10/2009 (unânime) Min. FERNANDO GONÇALVES. Precedentes Originários "LICITO SE MOSTRA PACTUAR, EM CEDULA DE CREDITO INDUSTRIAL, CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS, CONFORME AUTORIZA O DECRETO- LEI N.413/69." (REsp 31025 RS, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 17/02/1993, DJ 22/03/1993) "CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. POSSIBILIDADE, NO CASO DE FINANCIAMENTO DE ATIVIDADE COMERCIAL (DECRETO-LEI N. 413/69, APLICAVEL POR FORÇA DA LEI N. 6.840/80)." (REsp 27468 RS, Rel. Ministro NILSON NAVES, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/11/1992, DJ 07/12/1992) "CEDULAS DE CREDITO RURAL. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. ALEGAÇÃO DE ANATOCISMO, REJEITADA. A REGRA DO ART. 5. DO DLEI N. 167/67, COMBINADA COM O ART. 14 DA LEI 4829/65, ABRE EXCEÇÃO AO ART. 4. DA CHAMADA 'LEI DA USURA'. POSSIBILIDADE 3 DA CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS, ENQUANTO NÃO REGULAMENTADA A NORMA DO ARTIGO 192, PARAG. 3., DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL." (REsp 26031 GO, Rel. Ministro ATHOS CARNEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 13/10/1992, DJ 16/11/1992) "CIVIL. DIVIDA RURAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. A LEGISLAÇÃO DE CREDITO RURAL DMITE A CAPITALIZAÇÃO DE JUROS, SEGUNDO CONTRATADA (ART. 5. DEC.LEI 167/67).[...] Neste Superior Tribunal de Justiça é firme a orientação no sentido da possibilidade de capitalização de juros, desde que contratada, em casos de dívidas reguladas pelo Decreto-Lei n. 167,de 14 de fevereiro de 1967, tanto quanto naquelas sob o Decreto-Lei n.413 de 09 de janeiro de 1969, estando a matéria em vias de ser sumulada,daí porque não contrariou o acórdão as disposições legais mencionadas no recurso especial, algumas das quais sequer foram nele cogitadas." (REsp 26646 RS, Rel. Ministro DIAS TRINDADE, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/09/1992, DJ 13/10/1992) "CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. POSSIBILIDADE, NO CASO DE FINANCIAMENTO RURAL (DECRETO-LEI N. 167/67, ART. 5.)." (REsp 23844 RS, Rel. Ministro NILSON NAVES, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/09/1992, DJ 05/10/1992) "CREDITO RURAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. POSSIVEL A CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS PACTUADOS, NOS TERMOS DO ART. 5., CAPUT, DO DEC. LEI N. 167, DE 14.02.67, QUE EXCEPCIONA A REGRA PROIBITORIA ESTABELECIDA NA CHAMADA 'LEI DE USURA'." (REsp 24241 RS, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 31/08/1992, DJ 05/10/1992) "CONSOLIDADO NA JURISPRUDENCIA DO STJ O ENTENDIMENTO NO SENTIDO DA POSSIBILIDADE, TANTO NOS TITULOS DE CREDITO INDUSTRIAL, QUANTO NOS TITULOS DE CREDITO COMERCIAL, DA INCIDENCIA DA CONTAGEM DE JUROS SOBRE JUROS, SEM CONTRARIAR O DISPOSTO NA SUMULA 121, MAS SIM HARMONIZANDO-SE TAL INTERPRETAÇÃO AO TEXTO DO ENUNCIADO NA SUMULA 596, AMBAS DO STF. II - HIPOTESE EM QUE AS PARTES AVENÇARAM A CAPITALIZAÇÃO BIMESTRAL DOS JUROS, O QUE A LEI ESPECIAL LHES FACULTA.[...] No que diz respeito à violação ao art. 4º do Decreto n. 22.626/1933, de igual, não prospera a insurgência, quando diz que não se admite a capitalização de juros nem mesmo pelas instituições financeiras - exceto, tão-só, para a hipótese prevista na última parte, do citado art. 4º da Lei de Usura. É que quanto à má ou boa exegese que pretende a recorrente, tenha dado o acórdão aos termos do dispositivo apontado, implicaria em saber como estariam computados os juros capitalizados no título executivo; como se vê, é questão cujo deslinde depende de reexame de matéria de fato, bem como, de interpretação da cláusula contratual, defeso em sede do Especial, a teor do disposto nas Súmulas n. 5 e 7, deste Superior Tribunal de Justiça. Examino, pois, o recurso pelo dissídio com a Súmula n. 121 do STF. Afirmou o acórdão que os embargantes recorrentes emitiram nota promissória e firmaram o respectivo contrato. Deste constando as cláusulas e 4 condições que regem o negócio feito; e que a cambial foi emitida na rigorosa consonância do que foi pactuado. Diante disso, não há falar em cobrança de juros capitalizados. Disse, ainda, que 'de outra parte, cobrança de juros ilegais não houve, visto que os bancos, como instituições financeiras estão, em suas operações, fora do alcance de Lei de Usura.' (fl . 120) Daí a insurgência sustentando que a execução está contaminada pelo anatocismo, não visualizada pelo acórdão recorrido, que conflita com a orientação preconizada na Súmula n. 121 do Supremo Tribunal Federal. O ponto em que se controverte é a possibilidade, ou não, no título de crédito industrial de ser pactuada a capitalização bimestral dos juros. Em verdade, a capitalização é permitida por lei especial (art. 16, inciso V, do Decreto-Lei n.413/1969, c.c. o art. 5º da Lei n. 6.840, de 1980), que rege a matéria em debate. A questão gira em torno da inteligência do art.5º do mencionado Decreto- Lei que, assim, dispõe: As importâncias fornecidas pelo financiador vencerão juros e poderão sofrer correção monetária as taxas e aos índices que o Conselho Monetário Nacional fixar, calculados sobre os saldos devedores de conta vinculada à operação, e serão exigíveis em 30 de junho, 31 de dezembro, no vencimento, na liquidação da cédula ou, também, em outras datas convencionadas no título ou admitidas pelo referido Conselho. Da interpretação do supratranscrito preceito legal, não se subtrai qualquer exigência que restrinja a capitalização dos juros ao período de bimestralidade. Ao contrário, a lei faculta aos pactuantes o direito de convencionarem outras datas para esse fim. Na hipótese, as partes avençaram a capitalização de dois em dois meses, o que, ressalte-se, não é vedado pela lei especial." (REsp 20599 PR, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/05/1992, DJ 03/08/1992) "CREDITO RURAL. CEDULAS. ANATOCISMO. EXCEÇÃO. A DISPOSIÇÃO ESPECIAL DO ART. 5. DO DECRETO-LEI N. 167/67 EXCEPCIONA A REGRA PROIBITORIA ESTABELECIDA NO ART. 4. DA CHAMADA 'LEI DE USURA'." (REsp 13098 GO, Rel. Ministro CLAUDIO SANTOS, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 29/04/1992, DJ 22/06/1992) "JUROS- CAPITALIZAÇÃO - DECRETO-LEI 413/69 ANATOCISMO - VEDAÇÃO DO DECRETO 22.626/33 AFASTADA PELO DECRETO-LEI 413/69. APLICAVEL A EMPRESTIMOS DESTINADOS AO FINANCIAMENTO DE ATIVIDADES COMERCIAIS, POR FORÇA DA LEI 6.840/80." (REsp 11843 RS, Rel. Ministro NILSON NAVES, Rel. p/ Acórdão Ministro EDUARDO RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/04/1992) Fonte: http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=%28sumula%20a dj1%20%2793%27%29.sub.#TIT1TEMA0 Modalidades: 1. Títulos de crédito comercial: 5 1.1 Conhecimento de Depósito e Warrant Base legal: Decreto 1.102/1903 Trata-se de títulos emitidos pelos armazéns-gerais (depósito de mercadorias). O Conhecimento de Depósito é título representativo da mercadoria depositada, a qual pode ser transferida com endosso do título. O Warrant é o título constitutivo da promessa de pagamento, cuja garantia é a própria mercadoria depositada. 1.2 Cédula de crédito comercial e Nota de crédito comercial Base legal: Lei nº 6.840/1980 Trata-se de títulos causais, resultantes de financiamento obtido por empresas no mercado financeiro, para finalidade comercial. São promessas de pagamento distintas, pois a cédula de crédito comercial possui garantia real incorporada à própria cártula, já a nota de crédito comercial não possui garantia real. 2. Títulos de crédito industrial 2.1 Cédula de crédito industrial e Nota de crédito industrial Base legal: Decreto-lei nº 413/1969 Trata-se de títulos causais, resultantes de financiamento obtido por empresas no mercado financeiro, para finalidade industrial. Ambas constituem promessas de pagamento, mas com a distinção de possuir ou não garantia real. 3. Títulos de crédito à exportação 3.1 Cédula de crédito à exportação e Nota de crédito à exportação Base legal: Lei nº 6.313/1975 São títulos causais, resultantes de financiamento à exportação ou à produção de bens destinados à exportação. 6 Ambas são promessas de pagamento, mas com a distinção de possuir ou não garantia real. 4. Títulos de crédito rural 4.1 Cédula de crédito rural e Nota de crédito rural Base legal: Decreto-lei nº 167/1967 São títulos causais, de natureza civil,, resultantes de financiamento a cooperativa, empresa ou produtor rural. Ambas são promessas de pagamento, mas com a distinção de possuir ou não garantia real. 4.2 Nota promissória rural e Duplicata rural Base legal: Decreto-lei nº 167/1967 São títulos causais, fundados em operações de compra e venda de natureza rural, contratadas a prazo, não constitutivas de financiamento no âmbito do crédito rural. 4.3 Cédula de produto rural Base legal: Lei nº 8.929/1994 É título causal, emitido por produtor ou cooperativa rural, como promessa de entrega de produtos rurais, podendo conter garantia hipotecária, pignoratícia ou fiduciária. É título de crédito específico utilizado, por ex., em operações nas quais o agricultor adquire insumos - fertilizantes ou defensivos agrícolas e se compromete a pagá-los entregando determinada quantidade de produto rural em data combinada. É um título de crédito versátil e muito útil no agronegócio, na medida em que permite ao produtor rural, sem desembolsar recursos, financiar sua produção, assumindo apenas a obrigação futura de entregar parte da safra aos seus fornecedores de insumos. 7 5. Títulos de crédito imobiliário 5.1 Letra Imobiliária Base legal: Lei nº 4.380/1964 É título causal, representativo de promessa de pagamento, emitido para a captação de recursos destinados à execução de projeto imobiliário, mediante garantia do governo federal. 5.2 Letra Hipotecária e Cédula Hipotecária Bases legais: Letra hipotecária Lei nº 7.684/1988 (derivada do Decreto-lei nº 2.478/1988); Cédula Hipotecária Decreto-lei nº 70/1966 São títulos causais, representativos de promessa de pagamento, ambos emitidos com lastro sobre crédito hipotecário: a Letra Hipotecária, por instituição financeira; a cédula hipotecária, por associação de poupança e empréstimo. 5.3 Certificado de recebíveis imobiliários Base legal: Lei nº 9.514/1997 Título Causal, emitido por companhias securitizadoras de crédito, como promessa de pagamento, sob a forma escritural, com registro no sistema CETIP. 5.4 Letra de crédito imobiliário Base legal: Lei nº 10.931/2004 Título Causal, emitido por instituição financeira, como promessa de pagamento, com lastro em crédito imobiliário decorrente de hipoteca ou alienação fiduciária. 5.5 Cédula de crédito hipotecário Base legal: Lei nº 10.931/2004 8 Título Causal, emitido pelo tomador do crédito imobiliário, em favor da instituição financeira credora, com garantia real ou fidejussória, ou mesmo sem garantia. 6. Títulos de crédito bancários 6.1 Cédula de crédito bancário Base legal: Lei nº 10.931/2004; Enunciado 41 da I Jornada de Direito Comercial do CJF. Título Causal, emitido pelo tomador em favor da instituição financeira, com garantia real ou fidejussória, ou sem garantia, em operação de crédito de qualquer modalidade. Diferencia-se dos demais Títulos de crédito está na destinação do capital objeto do financiamento (a qual é específica), devendo voltar- se para o desenvolvimento de atividades comerciais, industriais, rurais, etc, conforme o caso. Já na Cédula de crédito bancário, em contrapartida, o capital objeto do financiamento pode ser utilizado no desenvolvimento de qualquer atividade. 6.2 Certificado de depósito bancário Base legal: Lei nº 4.728/1965 Título Causal, emitido por banco comercial ou banco de investimento, como promessa de pagamento, a título de captação de depósito a prazo, com ou sem certificado. 6.3 Certificado de depósito em garantia Base legal: Lei nº 4.728/1965 c/c Lei 6.404/1976 Título Causal, emitido por instituição financeira, relativo ao depósito em garantia de crédito ou valores imobiliários, que permanecem no estabelecimento bancário, como lastro da operação, até a devolução do certificado. 9 7. Letra de Arrendamento Mercantil (LAM) Base legal: Lei nº 11.882/2008 Título Causal, emitido por sociedade de arrendamento mercantil, constituindo promessa de pagamento em dinheiro. A LAM deve ser nominativa, endossável(§2º, art. 2º da Lei nº 11.882/2008), de livre negociação. Requisitos essenciais: art. 2º, §1º, Lei nº 11.882/2008.
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