Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Fisiologia dos animais domésticos I Professora: Larissa Rüncos Glândula tireoide Acadêmicas: Fernanda de Souza Santos e Loisa Padilha Hintz introdução Anatomia; Histologia; Fisiologia; Fisiopatologia; Sinais clínicos; Tratamentos; Casos clínicos; http://2.bp.blogspot.com/-i9XlwQ8BQuo/UBggI3kXdQI/AAAAAAAAAlk/LvZJq1m2d-Y/s1600/bulldog.jpg 3 Anatomia “A glândula tireoide repousa sobre a traqueia diretamente atrás da laringe e algumas vezes, sobreposta a esta.” DYCE (2002); Cápsula de tecido conjuntivo frouxa – órgãos subjacentes; Folículos anexos geram textura granulosa ao parênquima; Animais saudáveis não se pode palpar; Consistência + forma + tamanho + localização = identificação da glândula por meio de palpação caudal a laringe; Tamanho ↔ quantidade de iodo; Deficiente de iodo: ↑↑↑ de volume 4 Anatomia Porções isoladas unidas por um istmo; Forma variada nas diferentes espécies; Suínos e humanos – thyreos; Vascularização: a. tireóidea caudal; Drenagem venosa: v. tireóidea caudal e média; Drenagem linfática: linfonodos cervicais profundos; Inervação: Fibras simpáticas – gânglios cervicais; Fibras parassimpáticas – ramos laríngeos – X; Dyce, 2002 Thyreos – escudo A: cão; B: cavalo; C: boi; D: porco - http://drstephenbirchard.blogspot.com.br/2015/09/thyroid-cancer-in-dogs-not-always-bad.html 5 Berne e Levi, 2008 Histologia Unidade funcional: folículo tireóideo; Células epiteliais tireóideas → tireoideglobulina → colóide; Células parafoliculares → calcitonina; Rico suprimento capilar; Berne e Levi 6ª edição 1- capilar; 2- célula epitelial tireóidea; 3- meio de filtração do colóide; 4- células parafoliculares *células C calcitonina 6 fisiologia Os hormônios da tireoide são em sua maioria iodotironinas; T3 (3,5,3’-triiodotioronina), T4 (tiroxina) e calcitonina; Secreções são controladas pelo eixo hipotálamo-hipófise-tireoide por meio de feedback negativo; Ligam-se à proteínas plasmáticas para que sejam reservados no plasma e liberados nos tecidos apenas quando necessário; Berne e Levy 2008; Fraser, 1996 Iodotironinas são classes de hormônios formadas pelo acoplamento de duas moléculas de tirosinas iodadas Normalmente esses hormônios são secretados na mesma proporção em que são armazenados nas glandulas 7 fisiologia T4: Corresponde à 90% da produção da tireoide, pró-hormônio e lipossolúvel; Grande quantidade é liberada para conversão periférica; Desiodase tipo1; T3: Corresponde aos 10% restantes, é a forma ativa do hormônio da tireoide; Desiodase tipo 2 → SNC mantém os níveis de T3 estáveis; Calcitonina: É produzido pelas células parafoliculares; Tem efeito nos ossos e rins – cálcio; Antagonista do paratormônio (PTH); Berne e Levy, 2008 Pro hormônio: precursor do t3. desiodase tipo 1 converte t3 em t4. hiPO: desiodase aumenta, aumentando o t3. METAB RAPIDO Desiodase tipo 2 mantem o nível de t3 cte mesmo qdo t4 esta baixo HIPO: aumenta desiodase tipo 2, q mantem o t3 cte Conversão acontece em fígado, rins e músculos esqueléticos *** alto fluxo sanguíneo e troca plasmática rápida http://www.infoescola.com/hormonios/calcitonina/ 8 Fisiologia Secreção dos hormônios da tireoide “A secreção tireoidiana é controlada, principalmente, pelo hormônio estimulante da tireoide (TSH), secretado pela hipófise anterior.” Guyton & Hall (2011); Liberação: pseudópodes na região apical → colóide → enzimas → T3 e T4 em sua forma livre → base da célula → circulação sanguínea; ¾ da tirosina iodada não é utilizada → reaproveitada por deiodinase → formação de novas moléculas; Ø deiodinase → deficiência de iodo Berne e Levy, 2008 SECREÇÃO CONTROLADA PELOO 9 fisiologia Transporte para os tecidos Na circulação → proteína plasmática chamada globulina ligadora de tiroxina; A afinidade forte → distribuição mais lenta T4 leva até 6 dias; T3 leva cerca de 1 dia; Célula alvo → proteínas intercelulares → efeito ocorre de dias a semanas; Berne e Levy, 2008 Fisiologia Efeito dos hormônios tireoidianos: Possui início lento mas efeito prolongado sobre o metabolismo; Meia vida de aproximadamente 15 dias; Principais efeitos são: No sistema cardiovascular; No crescimento; Na atividade metabólica celular; No sistema nervoso central; No aparelho muscular; Berne e Levy, 2008 Guyton & Hall, 2011 Fisiologia Regulação: Feedback negativo; Busca pela concentração constante desses hormônios na circulação; Berne e Levy, 2008 Ettinger, 2000 12 fisiologia Distúrbios: ↓ Tº C corporal; ↓[T3] e ↓[T4]; Berne e Levy, 2008 Hipotalamo → TRH → Hipofise → TSH → Tireoide → T4 e T3 → aumenta T’s no sangue → HOMEOSTASIA → DISTURBIO http://image.slidesharecdn.com/ch19lecturepresentation-140913124201-phpapp01/95/dr-b-ch-19lecturepresentation-17-638.jpg?cb=1410612186 13 Fisiopatologia Hipertireoidismo Secreção excessiva de T4 e T3; Comprovado entre as décadas de 70 a 80; Mais comum em gatos de 8 anos ou mais; Doença crônica que acomete um ou ambos lóbulos; Achados histológicos: Hiperplasia adenomatosa multinodular; Mais comum e semelhante ao bócio – humanos; Um ou ambos lobos aumentados; Adenomas tireoidianos; Lobos alterados e distorcidos; Menos de 5% dos casos clínicos; Fraser, 1996; Ettinger, 2000; Nelson & Couto, 2014 ADENOMAS SÃO UM TIPO DE TUMOR NÃO CANCERIGENO 15 Fisiopatologia Patologia é incerta Fatores imunológicos; infecciosos, ambientais; Nutricionais: Alimentos conservados em latas, isoflavonas provenientes de soja; Genéticos: Merryman et al., 1999: superexpressão de oncogene c-ras; Ward et. al., 2010: expressão alterada → proteínas G → transdução → receptores TSH; De acordo com Nelson & Couto(2014): Idade média: 13 anos; Menos de 5% < 8 anos; Sem relação com sexo; Siameses e Himalaios: chances são menores; Fraser, 1996; Ettinger, 2000; ISOFLAVONAS: COMPOSTOS ORGANICOS NATURAIS 16 Sinais clínicos “Em razão dos efeitos multissistêmicos do hipertireoidismo, dos sinais clínicas variáveis e da semelhança com outras doenças do gato, deve-se suspeitar de hipertireoidismo em qualquer gato idoso com problemas médicos.” Nelson, 2014. Hábito de limpeza diminui; perda de peso pode evoluir para caquexia; poliúria, polidipsia; êmese, diarreia; 17 tratamento “O hipertireoidismo em gatos pode ser manejado por medicações antitireoidianas, tireoidectomia, iodo radioativo, ou uma dieta restrita de iodo.” Nelson (2014); Terapia medicamentosa: Fármacos orais como metizamol, carbimazol que regularizam o metabolismo; Reformulação da dieta: Deve ser indicada quando não há possibilidade da administração dos medicamentos pelo proprietário; Intervenção cirúrgica e iodo radioativo: Quando se busca a cura permanente; Nelson & Couto, 2014 Caso clínico Hipertireoidismo em felinos: relato de caso. Macho, 11 anos; “As principais alterações clínicas são [...] intercorrências como cardiomiopatia hipertrófica, insuficiência renal, infecções do trato urinário e hipertensão sistêmica. As anormalidades bioquímicas incluem elevação das dosagens de ALT e T4 total sérico, sendo esta última a principal indicação para o diagnóstico.” Pereira, et al., 2014; Tratamento: metimazol; Conclusão: Quanto ao diagnóstico, os animais mais propícios são os felinos de idade avançada e pode-se chegar no mesmo com auxílio da mensuração do HTD; Pereira, et al., 2014 12 Conpavet: congresso paulista de especialidades veterinárias HEMOGRAMA NORMAL ALT T4 EM NÍVEIS ELEVADOS POLIFGIA POLURIA POLIDIPSIA PERDA E PESO AGRESSIVIDADE CAQUÉTICO FELINO MACHO 11 ANOS ECODOPLERCARDIOGRAMA DESCARTOU CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA 19 fisiopatologia Hipotireoidismo Redução da secreção dos hormônios tireoidianos levam ao declínio do metabolismo; Problemas no complexo hipotálamo-hipófise-tireoide; Podem ser primário, secundário ou terciário; Mais comum em cães, mas pode ocorrer em gatos e grandes animais domésticos; Os animais mais acometidos: São os de porte médio a grande; Faixa etária de 4 a 10 anos; Não há predileção de sexo; Fêmeas castradas X fêmeas não castradas; Fraser, 1996; Ettinger, 2000; Nelson & Couto, 2014 O hipotireoidismo se dá pela redução na secreção dos hormonios da tireoide que consequentemente levam a redução do metabolismo, relacionado com problemas no eixo hipotálamo-hipofise-tireoide podem ser classificados em primário, secundário e terciário. Por mais que seja raro pode acometer gatos e grandes animais, porém o mais comum é em cães. 20 fisiopatologia Hipotireoidismo primário: Principal espécie acometida é a canina; Se dá, na maioria dos casos, por problemas internos a glândula ou até mesmo pela destruição da mesma; Principais achados histológicos: Tireoidite linfocítica: Distúrbio de células de defesa; Fatores pouco compreendidos → genéticos, ambientais, infecciosos; Destruição → progressiva; Sinais clínicos → 75% danos; Entre 1 e 3 anos para a queda da concentração de hormônios; Atrofia idiopática: Perca de parênquima pela glândula; Causa → distúrbio degenerativo OU estágio final de tireoidite linfocítica autoimune; De Feldman, 2004; Nelson & Couto, 2014 Primário: destruição da tireoide de duas formas: tireoidite linfocítica onde células de defesa invadem o tecido glandular e por mais que pouco compreendidos sabe-se que são fatores genéticos, infecciosos e ambientais que levam ao quadro. A destruição da glândula é progressiva e os sinais clínicos só se dão com 75% ou mais da glândula danificada. A queda hormonal pode levar de 1 a 3 anos. A outra forma trata-se da atrofia idiopática onde a glândula perde parênquima, dentre as causas as discussões ficam entre distúrbio degenerativo ou estagio mais avançado de tireoidite linfocítica 21 fisiopatologia Hipotireoidismo secundário Está relacionado com a falha de secreção de TSH na hipófise; Raro em cães; Hipotireoidismo terciário Nesse caso, a deficiência na liberação de TRH se dá por neurônios peptidérgicos no hipotálamo; Leva a atrofia folicular secundária na tireoide; Já foi descrita em cães; Hipotireoidismo congênito ou cretinismo Deficiência nutricional de iodo, hipoplasia, aplasia e disgenesia da tireoide; Ligado aos filhotes → futura deformidade corporal Ettinger, 2000; Nelson & Couto, 2014 Nelson, 2014 falha de secreção de TSH na hipófise consequentemente queda na síntese e secreção de T3 e T4 Deformidade corporal: língua espessa, cabeça larga, tronco largo e membro curtos 22 fisiopatologia Hipotireoidismo iatrogênico Tireoidectomia bilateral, terapia de iodo radiotivo ou excessivas doses medicamentosas de antitireoideanos; Causa mais comum em gatos; Hipotireoidismo natural: rara! Hipotireoidismo congênito Causa nanismo; Defeito na produção dos hormônios tireoideanos; Raro: dieta restritamente carnívora para gatos filhotes → deficiência de iodo → hipotireoidismo; Nelson & Couto, 2014 FELINOS!!!! 23 Sinais clínicos Nelson & Couto, 2014 letardia 24 Sinais clínicos Nelson & Couto, 2014 Retardo mental 25 Sinais clínicos Nelson & Couto, 2014 Ganho de peso 26 Sinais clínicos Nelson & Couto, 2014 Alopecia endócrina 27 Sinais clínicos Nelson & Couto, 2014 Piodermia 28 Sinais clínicos Nelson & Couto, 2014 fraqueza 29 Sinais clínicos Nelson & Couto, 2014 ANEMIA 30 tratamento Em hipotireoidismo canino: Tratamento oral com levotiroxina sódica (T4 sintético); Dose inicial de 0,01 a 0,02 mg/kg/BID; Com a terapia adequada, todos os sinais são reversíveis; Em hipotireoidismo felino: Tratamento semelhante ao canino; Nelson & Couto, 2014 Caso clínico Neuropatia periférica associada ao hipotireoidismo em cão – Relato de caso;“ Hipotireoidismo é uma desordem endócrina e pode levar a neuropatia periférica; Atendimento realizado a um cachorro com histórico de 4P’s, intolerância ao exercício e ascite. Exame físico: piodermite, som abdominal maciço e sem dor; Exame neurológico: hiperreflexia patelar, contração pupilar e dor; Exame laboratorial: TSH elevado e T4 livre reduzido; Tratamento: 200mg de tiroxina sódica → 2 meses de tratamento → hipotireoidismo e neuropatia cessaram; Conclusão: a neuropatia em questão é reversível de forma rápida quando a dosagem de L-tiroxina é administrada de forma correta; Faria, et al. IX conpavet Patologia da neuropatia é desconhecida. , o TSH mostrou-se elevado (0,9ng/dl) e o T4 livre diminuído (0,4µg/dl) 32 conclusão Tanto o hiper quanto o hipotireoidismo são compatíveis com a vida animal, porém causa danos ao bem estar do mesmo; Como os sinais cínicos são semelhantes ao de outras doenças, deve-se sempre suspeitar desses distúrbios; Se o tratamento for realizado adequadamente, além de controlar, as doenças podem ser curadas sem deixar sequelas. Referências bibliográficas BERNE & LEVY. Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Consulta em 04 de julho de 2016; DUKES. Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara, 2007. Consulta em: 04 de julho de 2016; DYCE, K. M.; SACK, M. O.; WESING, C. J. G. Tratado de Anatomia Veterinária. Rio de Janeiro: Elseiver, 2004. Consulta em 03 de julho de 2016; ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C.; Tratado de Medicina Interna Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara, 2000. Consulta em 04 de julho de 2016; GUYTON & HALL. Tratado de fisiologia médica. [recurso eletrônico] Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Consulta em: 05 de julho de 2016. FRASER, C. M. Manual Merck de Veterinária. São Paulo: Roca, 1996. Consulta em: 04 de julho de 2016; Hall, John E. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Consulta em: 04 de julho de 2016; NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina Interna de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Elseiver, 2014. Consulta em: 04 de julho de 2016; PEREIRA, A.L.R.A.; ZANETTE, M.F.; ROSSI, C.N.; Hipertireoidismo em felinos: relato de caso. Disponível em: <http://www.crmvsp.gov.br/arquivo_midia/revista_educacao_continuada_vol_12_No_2_2014.pdf>. Acesso em 05 de julho de 2016; Faria, L.G.; Muzzi, L.A.; Sampaio, R.G.; Muzzi, R.A.L.; Curti, F.¹; Kawamoto, Y.F.1 ; Barros, R.1 ; Mesquita, L.R.3 ; Barros, B. S.³ Neuropatia periférica associada ao hipotireoidismo em cão – Relato de caso; Disponível em: <http://revistas.bvs-vet.org.br/recmvz/article/view/296>. Acesso em 05 de julho de 2016; Obrigada! Dúvidas?
Compartilhar