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Relatório Extração por Turbolise

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1 
 
Universidade Federal do Ceará 
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem 
Departamento de Farmácia 
Farmacognosia I 
 
 
 
 
 
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CUMARINA NO EXTRATO LÍQUIDO DAS 
CASCAS DA Amburana cearensis A. C. Smith 
 
 
 
 
 
 
Equipe: 
Ana Beatriz A. de Lima, Ana Beatriz V. G. de Sousa, Antonia Tays, Brenda Vanine 
C. Felix, Danilo dos S. Diniz 
 
 
Professora Dra. Luzia Kalyne A. M. Leal 
Semestre: 2016.1 
 
 
 
 
Fortaleza 
2016 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................3 
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................................................5 
2.1 OBJETIVO GERAL .....................................................................................................................................5 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................................................................................................5 
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...........................................................................................................................6 
3.1 SOLVENTES...............................................................................................................................................6 
3.2 EQUIPAMENTOS .......................................................................................................................................6 
3.3 MATERIAIS DE LABORATÓRIO ..............................................................................................................6 
3.4 TEOR DE UMIDADE ..................................................................................................................................7 
3.5 GRANULOMETRIA ....................................................................................................................................8 
3.6 TURBÓLISE ................................................................................................................................................9 
3.7 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD) ...........................................................................11 
3.8 ESPECTROFOTOMETRIA ....................................................................................................................12 
3.9 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE) .............................................................12 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................................15 
5 CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................21 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................................22 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Amburana cearensis A. C. Smith (Fabaceae), conhecida popularmente por 
cumaru ou imburana-de-cheiro, é uma árvore típica do sertão nordestino, onde é 
amplamente empregada em carpintaria, perfumaria e para fins farmacêuticos. A 
casca do caule, indicada para o tratamento de afecções respiratórias, é largamente 
utilizada na medicina popular no preparo de uma formulação caseira, chamada de 
"lambedor", e também na produção industrial do fitoterápico "xarope de cumaru". 
A eficácia do uso popular de A. cearensis é comprovada por estudos 
farmacológicos a partir do extrato hidroalcoólico da casca do caule e de alguns de 
seus constituintes químicos, os quais demonstraram atividades analgésica, 
broncodilatadora e antiinflamatória. Quimicamente, a casca do caule é basicamente 
constituída de cumarina, responsável pelo seu odor peculiar, dos flavonóides 
isocampferídio, campferol e afrormosina, pelos glicosídeos fenólicos amburosídios A 
e B, dos ácidos fenólicos, ácido vanílico e ácido protocatecuico, além de 
quantidades abundantes de sacarose. Estudos recentes revelaram que a cumarina, 
o isocampferídio e o amburosídio A possuem efeitos anti-inflamatório, antioxidante e 
broncodilatador, sendo indicados como princípios ativos da planta. Por outro lado, a 
crescente demanda na exploração econômica de A. cearensis, causada pelo seu 
uso madeireiro e medicinal, tem provocado uma séria ameaça à sua sobrevivência, 
já que segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos 
Recursos Naturais - IUCN esta espécie sofre risco de extinção. Além disso, sua 
congênere A. acreana consta na lista oficial de espécies da flora brasileira 
ameaçadas de extinção. Diante deste cenário, ações de conservação e 
aproveitamento sustentável da espécie foram delineadas e estão sendo executadas 
possibilitando a domesticação de A. cearensis através de cultivo por semeadura. Em 
testes farmacológicos pré-clínicos, extratos etanólicos de espécimes cultivados de A. 
cearensis demonstraram atividade antiinflamatória equivalente ao da casca do caule. 
Foi feito o teste de teor de umidade determinado de acordo com o método 
descrito na Farmacopéia Brasileira (1988). Esse método baseia-se na perda por 
4 
 
dessecação em estufa e visa determinar a quantidade de substância(s) volátil(eis) 
de qualquer natureza eliminada(s) em determinadas condições. 
Existe a possibilidade também de descobrir a presença ou não da cumarina 
no devido extrato através de dois métodos: 
 A Cromatografia em Camada Delgada (CCD), que é uma técnica de 
adsorção líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela diferença de afinidade 
dos componentes de uma mistura pela fase estacionária; 
 A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE ou HPLC), que é 
uma técnica cromatográfica que se distingue por usar a fase móvel à alta pressão. O 
uso de pressões elevadas permite uma redução no diâmetro das partículas da fase 
estacionária, localizada no interior da coluna cromatográfica. 
A produção do extrato de Cumaru pode ser feita por métodos extrativos 
variados. Neste caso, o método aplicado foi de turbólise, na qual o pó da casca 
desta planta que já passou pela granulometria, que é a determinação das dimensões 
das partículas do agregado e de suas respectivas porcentagens de ocorrência, 
passa por um aparelho de turbo extração que promove cisalhamento em partículas 
ainda menores por meio da velocidade e do uso de um solvente hidroalcóolico. 
O desenvolvimento de um produto fitoterápico ou de um medicamento 
requer alta eficiência e qualidade, assim como métodos e procedimentos adequados 
para cada tipo de planta e produto na qual se quer chegar, os procedimentos 
adotados neste trabalho visam analisar o comportamento do método extrativo da 
turbólise na extração de cumarina da Amburana cearensis. 
 
 
 
 
5 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
 Identificar e determinar o teor de cumarina em um extrato das cascas 
da Amburana cearensis A. C. Smith preparado pelo método extrativo turbólise por 
cromatografia em camada delgada e cromatografia líquida de alta eficiência. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Determinar a quantidade de substâncias voláteis na Amburana 
cearenses A. C. Smith; 
 Realizar ensaio de granulometria com a finalidade de classificar a 
amostra; 
 Produzir extrato vegetal empregando o método da turbólise; 
 Determinar a concentração de fenóis totais no extrato de camuru por 
espectrofotometria; 
 Identificar a presença de cumarina no extrato vegetal obtido a partir da 
Amburana cearenses A. C. Smith por Cromatografia em Camada 
Delgada(CCD); 
 Realizar a dosagem de cumarina no extrato de cumaru, em diferentes 
concentrações, através da técnica de cromatografia de alta eficiência. 
 
 
 
6 
 
3 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
3.1 SOLVENTES 
 
 KOH EtOh, 
 Hexano: acetato de etila: etanol 
 
3.2 EQUIPAMENTOS 
 
 Peneirador mecânico (granulômetro) 
 Estufa de secagem 
 Balança de precisão 
 Espectrofotômetro 
 Agitador industrial digital 
 Termômetro 
 Placa de sílica gel 
 Cuba 
 Bomba a vácuo 
 
3.3 MATERIAIS DE LABORATÓRIO 
 
 Pipeta 
 Papel de filtro 
7 
 
 Becker 
 Tubos de ensaio 
 Peneira 
 Capilares 
 Padrão de cumarina 
 
3.4 TEOR DE UMIDADE 
 
A umidade é a principal causa das ações enzimática e contaminação 
microbiológica, sendo indícios que denunciam as condições de armazenamento da 
matéria-prima. O teste que determina o teor de umidade é indicado para 
acompanhar a conservação da matéria-prima, gerando uma maior confiabilidade do 
produto final. 
A secagem em estufa determina não somente a perda de água, como 
também denuncia os demais constituintes voláteis, que podem ser atraídos com a 
água. Além disso, apresentam problemas quanto à reprodutibilidade dos resultados, 
pois variações podem ser observadas quando uma mesma amostra é analisada em 
laboratórios diferentes e sob condições climáticas variáveis, principalmente, em 
relação à umidade relativa do ar. 
O método gravimétrico que é o mais utilizado se baseia na quantificação do 
peso, devido à perda de água por evaporação, que é gerado por dessecação direta 
em estufa a 105°C. Leva-se muito tempo para o calor atingir a porção mais interna 
da amostra, por isso, este método tem duração de cerca de 2h. 
Através deste método gravimétrico o material é pesado antes de ser levado 
para a estufa e após o período de secagem com o auxílio de uma balança de 
precisão, com isso obtém-se o peso inicial, Pi, e o peso final, Pf, da amostra 
respectivamente que serão subtraídos nessa ordem e obtido a razão dos mesmos 
8 
 
em relação ao peso total da amostra, o resultado é multiplicado por 100, como na 
fórmula melhor representada abaixo. 
𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
𝑃𝑖 − 𝑃𝑓
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑥 100 
O valor resultante deve ser de 8 a 14 por cento de umidade na amostra para 
que a mesma seja aprovada. 
 
3.5 GRANULOMETRIA 
 
A Granulometria ou Análise Granulométrica é a distribuição, em 
porcentagem, dos diversos tamanhos de grãos. A determinação das dimensões das 
partículas do agregado e de suas respectivas porcentagens de ocorrência. Através 
dos resultados obtidos é possível se fazer a curva de distribuição granulométrica, 
que é importante para a classificação dos pós bem como a estimativa de parâmetros 
como permeabilidade e capilaridade. 
A granulometria é determinada com o auxílio de 6 tamises operados por 
dispositivos mecânicos que reproduz movimentos verticais e horizontais da 
operação manual. O grau de divisão ou granulometria de pós é expresso pela 
referência à abertura nominal da malha do tamis utilizado. Através desses tamanhos 
os pós são classificados como: grosso, moderadamente grosso, semifino, fino e 
finíssimo. A granulometria nesta prática tem como objetivo de identificar o percentual 
de cada tipo de grão na amostra de cascas de cumaru. 
Os tamises utilizados possuíam os seguintes tamanhos de aberturas: 
Tamis 1 2 mm 
Tamis 2 0,71 mm 
Tamis 3 0,35 mm 
Tamis 4 0,250 mm 
Tamis 5 0,180 mm 
Tamis 6 0,125 mm 
Tamis 7 Sem aberturas 
9 
 
Foi realizado a organização dos 6 tamises e do coletor, montando o 
conjunto, sempre com o tamis de maior abertura sobre o de menor abertura. Pesou-
se cerca de 25g das cascas de cumaru, e transferiu-se para o tamis superior, 
distribuindo uniformemente o pó. O conjunto foi tampado e apertado as roscas e o 
aparelho ficou ligado por cerca de 15 minutos. Após o término desse tempo, utilizou-
se um pincel e foi removida toda a amostra retida na superfície superior de cada 
tamis transferindo para um papel impermeável e pesado cada um, incluindo também 
o pó retido no coletor. 
A granulometria tem como objetivo identificar o percentual de cada tipo de 
grão na amostra de cascas de cumaru. 
 
3.6 TURBÓLISE 
 
O processo extrativo visa a retirada dos princípios ativos de dentro de 
determinada droga vegetal, por meio de um solvente, obtendo-se formas 
terapêuticas mais convenientes ao manuseio e a manipulação. 
No método de extração denominado de turbo extração ou turbólise ocorre o 
emprego de um equipamento específico, um liquidificador industrial, que pulveriza as 
partes vegetais a temperatura ambiente e lava os conteúdos celulares, extraindo os 
princípios ativos. A técnica baseia-se na extração com simultânea, redução do 
tamanho de partícula, resultado da aplicação de elevadas forças de cisalhamento do 
liquidificador. 
A técnica é a frio, porém, devido à alta velocidade que o aparelho gira, a 
temperatura aumenta. Por esse motivo, o método não é ideal para ser utilizado com 
substâncias voláteis. 
A proporção droga vegetal:solvente desejada era de 1:10 (1g para 10 mL de 
solvente). Portanto, foram pesados 5 gramas de casca do caule do cumaru 
(Amburana cearensis) para a obtenção de 50 mL de extrato vegetal. A amostra foi 
10 
 
transferida para um erlenmeyer e umidificada com 5 mL de solução hidraetanólica 
(álcool 50%, no caso). Acrescentou-se, depois, mais 75 mL da mesma solução. 
 Durante 10 minutos (observando o termômetro para que não excedesse a 
temperatura de 35ºC), esta mistura foi processada em um dispersor ultrurrax. A 
velocidade adotada foi de 11400 RPM, na qual a temperatura máxima registrada foi 
de 34ºC, na contagem de 8 minutos. Esta solução final foi deixada em repouso por 
aproximadamente 10 minutos para, enfim, ser filtrada a vácuo. 
A mistura apresentou muita turgidez por conta dos tamanhos das partículas 
após a turbólise, por conta disso acrescentaram-se um pouco mais da solução 
hidroalcóolica para facilitar o processo de filtração. Pegou-se outro béquer vazio e 
adicionou-se sobre ele uma peneira com gaze para que fosse possível retirar o 
material mais grosso. Com isso, foi obtido um líquido menos espesso, mas ainda 
relativamente grosso de extrato. Então em outro béquer esse extrato foi filtrado 
novamente utilizado um funil com papel de filtro. Esse processo foi mais lento. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Processo de filtração do extrato. À esquerda, na Figura 2, a bomba a vácuo 
está sendo utilizada para acelerar o procedimento. 
 
 
11 
 
3.7 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD) 
 
A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está 
fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre 
devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase 
estacionária. É uma técnica versátil e de grande aplicação, pois possui uma 
variedade de combinações entre fases móveis e estacionárias. 
 A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por 
comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos, 
separando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos componentes de 
uma mistura. 
 O parâmetro que vai determinar a informação mais importante é o fator de 
retenção (Rf), o qual é a razão entre a distância percorrida pela substância em 
questão e a distância percorrida pela fase móvel. 
Foi marcado um centímetro da extremidade da placa para aplicar 7 spots do 
padrão de cumarina a direita e 13 spots do extrato preparado pela turbólise. 
 A cuba foi previamente preparadacom a fase móvel (hexano: acetato de 
etila: etanol), assim que o solvente evaporou colocou-se a placa na cuba, mantendo 
o cuidado de não mover a cuba para não alterar o percurso da fase móvel. Quando 
o solvente atingiu a marca de 1,0 cm no topo da placa, esta foi removida da cuba e 
colocada na estufa para secar por aproximadamente 3 minutos. 
 Passados os 3 minutos, aplicou-se o revelador KOH EtOh e colocou em 
uma luz UV, assim, pode-se observar a eluição e o fator de retenção (Rf) foi 
calculado. 
 
 
 
12 
 
3.8 ESPECTROFOTOMETRIA 
 
O método de análise óptica mais utilizado nas análises biológicas e físico-
químicas é a espectrofotometria. O instrumento que possibilita comparar a radiação 
absorvida ou transmitida por uma solução que é composta por uma quantidade 
desconhecida de soluto, e uma quantidade conhecida da mesma substância é um 
espectrofotômetro. Todas as substâncias absorvem energia radiante, mesmo o vidro 
que parece completamente transparente absorve comprimentos de ondas que fazem 
parte do espectro visível. A captação das radiações ultravioletas, visíveis e 
infravermelhas depende das estruturas das moléculas, e é característica para cada 
substância química. Parte da luz e absorvida quando a luz atravessa uma 
substancia, a cor que a substâncias possui deve-se a absorção de comprimentos de 
ondas da luz branca que incide sobre elas, que permite transmitir aos nossos olhos 
apenas aqueles comprimentos de ondas do qual não foram absorvidos. Para se 
adquirir informação sobre a absorção de uma amostra, ela é inserida no caminho 
óptico do aparelho. Então, luz UV e/ou visível em certo comprimento de onda (ou 
uma faixa de comprimentos de ondas) é passada pela amostra. 
Uma quantidade do extrato produzido por turbólise foi dissolvido em 10 ml, 
de água, amostra 1, o mesmo foi realizado com um extrato padrão, amostra 2. As 
amostras foram levadas ate o espectrofotômetro do qual verificou-se o nível de 
absorbância das duas cada uma duas vezes para melhores resultados. 
 
3.9 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE) 
 
É um tipo de cromatografia líquida que emprega colunas, contendo materiais 
especialmente preparados e uma fase móvel que é eluída sobre altas pressões. Ela 
tem a capacidade de realizar separações e análises quantitativas de uma grande 
quantidade de substâncias presentes em vários tipos de amostras, em poucos 
minutos, com alta resolução, eficiência e sensibilidade. 
13 
 
 Na CLAE emprega-se uma coluna fechada, geralmente composta de sílica, 
podendo essa coluna ser utilizada diversas vezes. Essas colunas são muito 
eficazes, mas oferecem uma grande resistência à vazão da fase móvel, ou seja, ela 
sofre uma perda de carga. Por esta razão é necessário empregar sistemas de 
bomba de alta pressão que fazem a fase móvel migrar a uma velocidade X através 
da coluna). A vazão da fase móvel é controlada facilmente, resultando em 
operações mais reprodutíveis, que tornam as análises executadas por CLAE mais 
precisas. Vários tipos de detectores, que podem ser colocados na saída da coluna, 
proporcionam uma identificação e quantificação continua dos componentes da 
amostra. Vale salientar, que na análise quantitativa pode-se obter um valor de 
menos de 5% de desvios. 
A partir desse conjunto de vantagens que a CLAE garante, viu-se que era 
necessário realizar esse tipo de cromatografia para ter a real confirmação da 
presença de cumarina no extrato preparado via turbólise. 
As análises cromatográficas foram realizadas sob algumas condições 
específicas para a identificação de cumarina, as quais podem ser observadas 
abaixo: 
Condições Cromatográficas 
Fase Móvel AC(A) + Tampão acetato 5mM(23:71) 
Fluxo 0,85 ml/min 
Detector 277 mm 
Temperatura 35°C 
Coluna X-Terra RP-18 (250 x 4,6 mm; 5 m) 
Volume de Injeção 20 mL 
Eluição Isocrático 
Tempo de Corrida 15 min 
A sílica presente na coluna possuía caráter apolar, permitindo que possamos 
afirmar que a analise cromatográfica foi realizada em fase reversa. 
Para a solução de cumarina foi realizado o seguinte procedimento: 
 Preparou-se uma solução-mãe de cumarina de concentração 
aproximada de 1,0 mg/mL; 
 A partir da solução-mãe foram produzidas mais cinco soluções-padrão 
nas concentrações de 5, 20, 50, 100, 150 Ml; 
14 
 
 As soluções foram diluído com etanol e filtrado; depois foram postas no 
vial e identificadas para que então as análises pudessem ser prosseguidas. 
Já, para o extrato preparado pela turbólise, foi transferido 1 mL da amostra 
para um balão volumétrico de 10 mL e completou-se o volume com o diluente. 
 
15 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Para determinar o teor de umidade do material vegetal a ser usado para a 
produção do extrato de cumaru, foram pesados 2 g de cumaru, sendo este o seu 
peso inicial, e após o período na estufa o peso registrado foi de 1,82g, aplicando 
estes resultados na formula já apresentada anteriormente o resultado obtido foi de 
9%, como a seguir. 
𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
2𝑔 − 1,82𝑔
2𝑔
𝑥 100 = 9% 
Sendo o teor de umidade total determinado de 9%, pode-se observar que o 
produto avaliado esta dentro dos padrões necessários para uma qualidade confiável. 
Em seguida foi aplicada a granulometria para identificar se o material vegetal 
apresentava a espessura ideal para a produção do extrato, geralmente se utiliza o 
moderadamente grosso. Foram realizados os cálculos para saber o percentual de 
cada amostra em cada tamis. Para isso foi realizada a pesagem das amostras 
retidas em cada tamis após o processo de agitação mecânica. Segue tabela com os 
resultados obtidos. 
Tamis Peso da amostra 
1 3,543g 
2 10,844g 
3 4,722g 
4 2,414g 
5 1,639g 
6 0,703g 
7 (Coletor) 0,671g 
O valor total encontrado após a realização do método de granulometria foi 
de 24,536g, um pouco diferente do determinado pela metodologia que era de 25 g. A 
possível perca de material vegetal pode ter ocorrido no momento de transferência 
para o Becker de pesagem e ficado retido nos tamis. 
Com tais resultados podemos realizar os cálculos para descobrir o 
percentual das amostras de cada tamis através da relação: 
16 
 
% 𝑟𝑒𝑡𝑒𝑛çã𝑜 =
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟
× 100 
Percentual tamis 1: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 1 = 
3,543
24,536
× 100 = 14,44% 
Percentual tamis 2: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 2 =
10,844
24,536
× 100 = 44,20% 
Percentual tamis 3: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 3 =
4,722
24,536
× 100 = 19,25% 
Percentual tamis 4: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 4 =
2,414
24,536
× 100 = 9,84% 
Percentual tamis 5: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 5 =
1,639
24,536
× 100 = 6,68% 
Percentual tamis 6: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 6 =
0,703
24,536
× 100 = 2,87% 
Percentual tamis 7: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 7 =
0,671
24,536
× 100 = 2,73% 
Os percentuais encontrados em cada tamis são melhores vistos no gráfico 
abaixo: 
17 
 
 
A predominância do pó de cumaru encontrada foi de um pó moderadamente 
grosso, pois o maior percentual dele se encontrou no tamis 2 que admite a 
passagem de partículas menores que 0,71 mm. 
Assim o material foi encaminhado para a produção de extrato pelo método 
da turbólise. Neste processo, a liberação de calor esperada do atrito na mistura 
durante o processo de cisalhamento não foi perceptível ao toque, e com a ajuda do 
termômetro esta temperatura foi mantida sempre abaixo de 35°C. A perda de 
princípio ativo devida à volatilização pode, portanto, ser considerada desprezível. 
 Após a filtração do extrato foi identificado aproximadamente 10mL de 
extrato para as análisesseguintes. 
Após todo o procedimento de produção do extrato, procurou-se identificar a 
presença, ou não, de cumarina no extrato pela Cromatografia em Camada Delgada 
(CCD). Como mostrado na figura abaixo pode-se identificar claramente a presença 
de cumarina. Foi marcado 7,2 cm no arraste das substancias e 8cm da fáse móvel, 
com estes resultados o fator de retenção calculado foi de 0,9. 
 
 
 
 
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
Tamis 1 Tamis 2 Tamis 3 Tamis 4 Tamis 5 Tamis 6 Tamis 7
Massa retida 
18 
 
Figura 3 - CCD do extrato de cumaru obtido por turbólise. O padrão de trabalho encontra-se à 
esquerda da imagem, enquanto que o extrato em análise está à direita. 
Os resultados obtidos com as amostras levadas ao espectrofotômetro estão 
a seguir na tabela. 
 Amostra 1 Amostra 2 
 0,309 A 0,319 A 
 0,311 A 0,316 A 
Média 0,31 A 0,3175 A 
A curva de calibração, que foi utilizada para determinar a concentração de 
fenóis no extrato foi construída em sala com os valores de todas as equipes 
 
Aplicando a equação gerada pela curva de calibração, a concentração da 
amostra 1, ou seja, com o padrão, apresentou concentração de 391,65 mcg/mL, já a 
amostra diluída com o extrato foi possível identificar uma concentração de 401,75 
mcg/mL, as duas amostras foram considerados os fatores de diluição de 1:200. 
Observe que a diferença entre os valores da amostra 1, extrato preparado do 
cumaru, e a amostra 2, extrato padrão, é muito pequena considerando que o extrato 
y = 0,1485x - 0,0192 
R² = 0,9931 
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Abs 
19 
 
padrão possui uma quantidade de cumarina, principal componente da amostra, é 
possível considerar que, de acordo com os valores de absorbância obtidos na 
espectrofotometria, a quantidade desse mesmo marcador seja muito próxima a da 
presente no extrato preparado por turbólise. 
Com a identificação de cumarina no extrato de cumaru, seguiu-se para 
quantificar o teor de cumarina extraído pelo método da turbólise. 
O padrão de cumarina detectado na CLAE foi o apresentado a seguir. 
Figura 4 – Absorbância e tempo de retenção observados para a solução-padrão de cumarina 
Foi construída uma curva de calibração, que foi utilizada para determinar a 
concentração de cumarina no extrato: 
 
Figura 5 – Curva de calibração. 
y = 111062x - 101836 
R² = 0,9998 
0
2000000
4000000
6000000
8000000
10000000
12000000
14000000
16000000
18000000
0 20 40 60 80 100 120 140 160
A
re
a
 
Concentração 
20 
 
A curva de calibração apresentou coeficiente de determinação (R2) igual a 
0,9998, o que garante que o método de identificação adotado fornecerá valores de 
concentração bem próximos aos reais. Foi observado o seguinte gráfico para o 
extrato líquido: 
Figura 6 - Absorbância e tempo de retenção da cumarina identificada no extrato 
Observando os dois gráficos, podemos dizer que de fato existe cumarina no 
extrato preparado por turbólise. A área do pico foi de 1230932. 
Para determinar o valor da concentração foi feito alguns cálculos e obteve-se 
o valor de 12,00022µg/mL 
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜 = 111062 × 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 − 101836 
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 =
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜 + (−101836)
111062
= 12,0002 𝜇𝑔/𝑚𝐿 
Entretanto, foi realizada uma diluição na preparação CLAE já comentada no 
procedimento experimental. A real concentração pode ser calculada conhecendo o 
fator de diluição, que foi 10 no caso da turbólise: 
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 12,0002 𝑥 10 = 120,02 µ𝑔/𝑚𝐿 
Assim, podemos dizer que a turbólise é um método extrativo adequado para 
a obtenção de cumarina, desde que se tenha o cuidado no procedimento 
experimental. 
21 
 
 
5 CONCLUSÃO 
A umidade da amostra do material vegetal apresentou uma taxa de 9%, ou 
seja, dentro dos padrões aceitos pela Farmacopéia Brasileira. A granulometria do pó 
vegetal também se mostrou adequada ao padrão indicado, sendo a maior parte do 
pó filtrado classificado como moderadamente grosso. 
A presença de cumarina 1,2-benzopirona foi detectada por CCD, em seguida 
foi confirmada e quantificada através de uma Cromatografia Líquida de Alta 
Eficiência (CLAE), obtendo-se um extrato líquido com o teor de 120,02 µg/mL. Pode-
se, então, concluir que a turbólise é um método extrativo efetivo para cumarina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia 
Brasileira. Volume 2. 5ª Ed. Brasilia, 2010b. 
COLLINS, C. H. & GUIMARÃES, L. F. L. Cromatografia líquida de alta eficiência. 
In: Collins, C. H. & Braga, G. L.; Introdução a Métodos Cromatográficos, 3. ed., Ed. 
UNICAMP, São Paulo, 1988, p 179 - 243. 
CROMATOGRAFIA: UM BREVE ENSAIO 
http://zeus.qui.ufmg.br/~valmir/Artigo_Cromatografia.pdf. Acesso em 23, junho, 
2016. 
J. ESTUDO COMPARATIVO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS FOLHAS E 
CASCAS DA Trichiliacatigua A. JUSS., MELIACEAE. 2006. 117P. Dissertação 
(Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Setor de Ciências da Saúde, Universidade 
Federal do Paraná, Curitiba. 2006 
MAIA, G. N.; Caatinga: Árvores e Arbustos e Suas Utilidades. D & Z Ed.: São Paulo, 
2004. 
Estudo fitoquímico de espécimens cultivados de cumaru (Amburana cearensis 
A. C. Smith): http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422010000300034

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