Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem Departamento de Farmácia Farmacognosia I DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CUMARINA NO EXTRATO LÍQUIDO DAS CASCAS DA Amburana cearensis A. C. Smith Equipe: Ana Beatriz A. de Lima, Ana Beatriz V. G. de Sousa, Antonia Tays, Brenda Vanine C. Felix, Danilo dos S. Diniz Professora Dra. Luzia Kalyne A. M. Leal Semestre: 2016.1 Fortaleza 2016 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................3 2 OBJETIVOS ...................................................................................................................................................5 2.1 OBJETIVO GERAL .....................................................................................................................................5 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................................................................................................5 3 MATERIAIS E MÉTODOS ...........................................................................................................................6 3.1 SOLVENTES...............................................................................................................................................6 3.2 EQUIPAMENTOS .......................................................................................................................................6 3.3 MATERIAIS DE LABORATÓRIO ..............................................................................................................6 3.4 TEOR DE UMIDADE ..................................................................................................................................7 3.5 GRANULOMETRIA ....................................................................................................................................8 3.6 TURBÓLISE ................................................................................................................................................9 3.7 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD) ...........................................................................11 3.8 ESPECTROFOTOMETRIA ....................................................................................................................12 3.9 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE) .............................................................12 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................................15 5 CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................21 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................................22 3 1 INTRODUÇÃO Amburana cearensis A. C. Smith (Fabaceae), conhecida popularmente por cumaru ou imburana-de-cheiro, é uma árvore típica do sertão nordestino, onde é amplamente empregada em carpintaria, perfumaria e para fins farmacêuticos. A casca do caule, indicada para o tratamento de afecções respiratórias, é largamente utilizada na medicina popular no preparo de uma formulação caseira, chamada de "lambedor", e também na produção industrial do fitoterápico "xarope de cumaru". A eficácia do uso popular de A. cearensis é comprovada por estudos farmacológicos a partir do extrato hidroalcoólico da casca do caule e de alguns de seus constituintes químicos, os quais demonstraram atividades analgésica, broncodilatadora e antiinflamatória. Quimicamente, a casca do caule é basicamente constituída de cumarina, responsável pelo seu odor peculiar, dos flavonóides isocampferídio, campferol e afrormosina, pelos glicosídeos fenólicos amburosídios A e B, dos ácidos fenólicos, ácido vanílico e ácido protocatecuico, além de quantidades abundantes de sacarose. Estudos recentes revelaram que a cumarina, o isocampferídio e o amburosídio A possuem efeitos anti-inflamatório, antioxidante e broncodilatador, sendo indicados como princípios ativos da planta. Por outro lado, a crescente demanda na exploração econômica de A. cearensis, causada pelo seu uso madeireiro e medicinal, tem provocado uma séria ameaça à sua sobrevivência, já que segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais - IUCN esta espécie sofre risco de extinção. Além disso, sua congênere A. acreana consta na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Diante deste cenário, ações de conservação e aproveitamento sustentável da espécie foram delineadas e estão sendo executadas possibilitando a domesticação de A. cearensis através de cultivo por semeadura. Em testes farmacológicos pré-clínicos, extratos etanólicos de espécimes cultivados de A. cearensis demonstraram atividade antiinflamatória equivalente ao da casca do caule. Foi feito o teste de teor de umidade determinado de acordo com o método descrito na Farmacopéia Brasileira (1988). Esse método baseia-se na perda por 4 dessecação em estufa e visa determinar a quantidade de substância(s) volátil(eis) de qualquer natureza eliminada(s) em determinadas condições. Existe a possibilidade também de descobrir a presença ou não da cumarina no devido extrato através de dois métodos: A Cromatografia em Camada Delgada (CCD), que é uma técnica de adsorção líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária; A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE ou HPLC), que é uma técnica cromatográfica que se distingue por usar a fase móvel à alta pressão. O uso de pressões elevadas permite uma redução no diâmetro das partículas da fase estacionária, localizada no interior da coluna cromatográfica. A produção do extrato de Cumaru pode ser feita por métodos extrativos variados. Neste caso, o método aplicado foi de turbólise, na qual o pó da casca desta planta que já passou pela granulometria, que é a determinação das dimensões das partículas do agregado e de suas respectivas porcentagens de ocorrência, passa por um aparelho de turbo extração que promove cisalhamento em partículas ainda menores por meio da velocidade e do uso de um solvente hidroalcóolico. O desenvolvimento de um produto fitoterápico ou de um medicamento requer alta eficiência e qualidade, assim como métodos e procedimentos adequados para cada tipo de planta e produto na qual se quer chegar, os procedimentos adotados neste trabalho visam analisar o comportamento do método extrativo da turbólise na extração de cumarina da Amburana cearensis. 5 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Identificar e determinar o teor de cumarina em um extrato das cascas da Amburana cearensis A. C. Smith preparado pelo método extrativo turbólise por cromatografia em camada delgada e cromatografia líquida de alta eficiência. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Determinar a quantidade de substâncias voláteis na Amburana cearenses A. C. Smith; Realizar ensaio de granulometria com a finalidade de classificar a amostra; Produzir extrato vegetal empregando o método da turbólise; Determinar a concentração de fenóis totais no extrato de camuru por espectrofotometria; Identificar a presença de cumarina no extrato vegetal obtido a partir da Amburana cearenses A. C. Smith por Cromatografia em Camada Delgada(CCD); Realizar a dosagem de cumarina no extrato de cumaru, em diferentes concentrações, através da técnica de cromatografia de alta eficiência. 6 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 SOLVENTES KOH EtOh, Hexano: acetato de etila: etanol 3.2 EQUIPAMENTOS Peneirador mecânico (granulômetro) Estufa de secagem Balança de precisão Espectrofotômetro Agitador industrial digital Termômetro Placa de sílica gel Cuba Bomba a vácuo 3.3 MATERIAIS DE LABORATÓRIO Pipeta Papel de filtro 7 Becker Tubos de ensaio Peneira Capilares Padrão de cumarina 3.4 TEOR DE UMIDADE A umidade é a principal causa das ações enzimática e contaminação microbiológica, sendo indícios que denunciam as condições de armazenamento da matéria-prima. O teste que determina o teor de umidade é indicado para acompanhar a conservação da matéria-prima, gerando uma maior confiabilidade do produto final. A secagem em estufa determina não somente a perda de água, como também denuncia os demais constituintes voláteis, que podem ser atraídos com a água. Além disso, apresentam problemas quanto à reprodutibilidade dos resultados, pois variações podem ser observadas quando uma mesma amostra é analisada em laboratórios diferentes e sob condições climáticas variáveis, principalmente, em relação à umidade relativa do ar. O método gravimétrico que é o mais utilizado se baseia na quantificação do peso, devido à perda de água por evaporação, que é gerado por dessecação direta em estufa a 105°C. Leva-se muito tempo para o calor atingir a porção mais interna da amostra, por isso, este método tem duração de cerca de 2h. Através deste método gravimétrico o material é pesado antes de ser levado para a estufa e após o período de secagem com o auxílio de uma balança de precisão, com isso obtém-se o peso inicial, Pi, e o peso final, Pf, da amostra respectivamente que serão subtraídos nessa ordem e obtido a razão dos mesmos 8 em relação ao peso total da amostra, o resultado é multiplicado por 100, como na fórmula melhor representada abaixo. 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑃𝑖 − 𝑃𝑓 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑥 100 O valor resultante deve ser de 8 a 14 por cento de umidade na amostra para que a mesma seja aprovada. 3.5 GRANULOMETRIA A Granulometria ou Análise Granulométrica é a distribuição, em porcentagem, dos diversos tamanhos de grãos. A determinação das dimensões das partículas do agregado e de suas respectivas porcentagens de ocorrência. Através dos resultados obtidos é possível se fazer a curva de distribuição granulométrica, que é importante para a classificação dos pós bem como a estimativa de parâmetros como permeabilidade e capilaridade. A granulometria é determinada com o auxílio de 6 tamises operados por dispositivos mecânicos que reproduz movimentos verticais e horizontais da operação manual. O grau de divisão ou granulometria de pós é expresso pela referência à abertura nominal da malha do tamis utilizado. Através desses tamanhos os pós são classificados como: grosso, moderadamente grosso, semifino, fino e finíssimo. A granulometria nesta prática tem como objetivo de identificar o percentual de cada tipo de grão na amostra de cascas de cumaru. Os tamises utilizados possuíam os seguintes tamanhos de aberturas: Tamis 1 2 mm Tamis 2 0,71 mm Tamis 3 0,35 mm Tamis 4 0,250 mm Tamis 5 0,180 mm Tamis 6 0,125 mm Tamis 7 Sem aberturas 9 Foi realizado a organização dos 6 tamises e do coletor, montando o conjunto, sempre com o tamis de maior abertura sobre o de menor abertura. Pesou- se cerca de 25g das cascas de cumaru, e transferiu-se para o tamis superior, distribuindo uniformemente o pó. O conjunto foi tampado e apertado as roscas e o aparelho ficou ligado por cerca de 15 minutos. Após o término desse tempo, utilizou- se um pincel e foi removida toda a amostra retida na superfície superior de cada tamis transferindo para um papel impermeável e pesado cada um, incluindo também o pó retido no coletor. A granulometria tem como objetivo identificar o percentual de cada tipo de grão na amostra de cascas de cumaru. 3.6 TURBÓLISE O processo extrativo visa a retirada dos princípios ativos de dentro de determinada droga vegetal, por meio de um solvente, obtendo-se formas terapêuticas mais convenientes ao manuseio e a manipulação. No método de extração denominado de turbo extração ou turbólise ocorre o emprego de um equipamento específico, um liquidificador industrial, que pulveriza as partes vegetais a temperatura ambiente e lava os conteúdos celulares, extraindo os princípios ativos. A técnica baseia-se na extração com simultânea, redução do tamanho de partícula, resultado da aplicação de elevadas forças de cisalhamento do liquidificador. A técnica é a frio, porém, devido à alta velocidade que o aparelho gira, a temperatura aumenta. Por esse motivo, o método não é ideal para ser utilizado com substâncias voláteis. A proporção droga vegetal:solvente desejada era de 1:10 (1g para 10 mL de solvente). Portanto, foram pesados 5 gramas de casca do caule do cumaru (Amburana cearensis) para a obtenção de 50 mL de extrato vegetal. A amostra foi 10 transferida para um erlenmeyer e umidificada com 5 mL de solução hidraetanólica (álcool 50%, no caso). Acrescentou-se, depois, mais 75 mL da mesma solução. Durante 10 minutos (observando o termômetro para que não excedesse a temperatura de 35ºC), esta mistura foi processada em um dispersor ultrurrax. A velocidade adotada foi de 11400 RPM, na qual a temperatura máxima registrada foi de 34ºC, na contagem de 8 minutos. Esta solução final foi deixada em repouso por aproximadamente 10 minutos para, enfim, ser filtrada a vácuo. A mistura apresentou muita turgidez por conta dos tamanhos das partículas após a turbólise, por conta disso acrescentaram-se um pouco mais da solução hidroalcóolica para facilitar o processo de filtração. Pegou-se outro béquer vazio e adicionou-se sobre ele uma peneira com gaze para que fosse possível retirar o material mais grosso. Com isso, foi obtido um líquido menos espesso, mas ainda relativamente grosso de extrato. Então em outro béquer esse extrato foi filtrado novamente utilizado um funil com papel de filtro. Esse processo foi mais lento. Figura 1 - Processo de filtração do extrato. À esquerda, na Figura 2, a bomba a vácuo está sendo utilizada para acelerar o procedimento. 11 3.7 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD) A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária. É uma técnica versátil e de grande aplicação, pois possui uma variedade de combinações entre fases móveis e estacionárias. A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos, separando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos componentes de uma mistura. O parâmetro que vai determinar a informação mais importante é o fator de retenção (Rf), o qual é a razão entre a distância percorrida pela substância em questão e a distância percorrida pela fase móvel. Foi marcado um centímetro da extremidade da placa para aplicar 7 spots do padrão de cumarina a direita e 13 spots do extrato preparado pela turbólise. A cuba foi previamente preparadacom a fase móvel (hexano: acetato de etila: etanol), assim que o solvente evaporou colocou-se a placa na cuba, mantendo o cuidado de não mover a cuba para não alterar o percurso da fase móvel. Quando o solvente atingiu a marca de 1,0 cm no topo da placa, esta foi removida da cuba e colocada na estufa para secar por aproximadamente 3 minutos. Passados os 3 minutos, aplicou-se o revelador KOH EtOh e colocou em uma luz UV, assim, pode-se observar a eluição e o fator de retenção (Rf) foi calculado. 12 3.8 ESPECTROFOTOMETRIA O método de análise óptica mais utilizado nas análises biológicas e físico- químicas é a espectrofotometria. O instrumento que possibilita comparar a radiação absorvida ou transmitida por uma solução que é composta por uma quantidade desconhecida de soluto, e uma quantidade conhecida da mesma substância é um espectrofotômetro. Todas as substâncias absorvem energia radiante, mesmo o vidro que parece completamente transparente absorve comprimentos de ondas que fazem parte do espectro visível. A captação das radiações ultravioletas, visíveis e infravermelhas depende das estruturas das moléculas, e é característica para cada substância química. Parte da luz e absorvida quando a luz atravessa uma substancia, a cor que a substâncias possui deve-se a absorção de comprimentos de ondas da luz branca que incide sobre elas, que permite transmitir aos nossos olhos apenas aqueles comprimentos de ondas do qual não foram absorvidos. Para se adquirir informação sobre a absorção de uma amostra, ela é inserida no caminho óptico do aparelho. Então, luz UV e/ou visível em certo comprimento de onda (ou uma faixa de comprimentos de ondas) é passada pela amostra. Uma quantidade do extrato produzido por turbólise foi dissolvido em 10 ml, de água, amostra 1, o mesmo foi realizado com um extrato padrão, amostra 2. As amostras foram levadas ate o espectrofotômetro do qual verificou-se o nível de absorbância das duas cada uma duas vezes para melhores resultados. 3.9 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE) É um tipo de cromatografia líquida que emprega colunas, contendo materiais especialmente preparados e uma fase móvel que é eluída sobre altas pressões. Ela tem a capacidade de realizar separações e análises quantitativas de uma grande quantidade de substâncias presentes em vários tipos de amostras, em poucos minutos, com alta resolução, eficiência e sensibilidade. 13 Na CLAE emprega-se uma coluna fechada, geralmente composta de sílica, podendo essa coluna ser utilizada diversas vezes. Essas colunas são muito eficazes, mas oferecem uma grande resistência à vazão da fase móvel, ou seja, ela sofre uma perda de carga. Por esta razão é necessário empregar sistemas de bomba de alta pressão que fazem a fase móvel migrar a uma velocidade X através da coluna). A vazão da fase móvel é controlada facilmente, resultando em operações mais reprodutíveis, que tornam as análises executadas por CLAE mais precisas. Vários tipos de detectores, que podem ser colocados na saída da coluna, proporcionam uma identificação e quantificação continua dos componentes da amostra. Vale salientar, que na análise quantitativa pode-se obter um valor de menos de 5% de desvios. A partir desse conjunto de vantagens que a CLAE garante, viu-se que era necessário realizar esse tipo de cromatografia para ter a real confirmação da presença de cumarina no extrato preparado via turbólise. As análises cromatográficas foram realizadas sob algumas condições específicas para a identificação de cumarina, as quais podem ser observadas abaixo: Condições Cromatográficas Fase Móvel AC(A) + Tampão acetato 5mM(23:71) Fluxo 0,85 ml/min Detector 277 mm Temperatura 35°C Coluna X-Terra RP-18 (250 x 4,6 mm; 5 m) Volume de Injeção 20 mL Eluição Isocrático Tempo de Corrida 15 min A sílica presente na coluna possuía caráter apolar, permitindo que possamos afirmar que a analise cromatográfica foi realizada em fase reversa. Para a solução de cumarina foi realizado o seguinte procedimento: Preparou-se uma solução-mãe de cumarina de concentração aproximada de 1,0 mg/mL; A partir da solução-mãe foram produzidas mais cinco soluções-padrão nas concentrações de 5, 20, 50, 100, 150 Ml; 14 As soluções foram diluído com etanol e filtrado; depois foram postas no vial e identificadas para que então as análises pudessem ser prosseguidas. Já, para o extrato preparado pela turbólise, foi transferido 1 mL da amostra para um balão volumétrico de 10 mL e completou-se o volume com o diluente. 15 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para determinar o teor de umidade do material vegetal a ser usado para a produção do extrato de cumaru, foram pesados 2 g de cumaru, sendo este o seu peso inicial, e após o período na estufa o peso registrado foi de 1,82g, aplicando estes resultados na formula já apresentada anteriormente o resultado obtido foi de 9%, como a seguir. 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 2𝑔 − 1,82𝑔 2𝑔 𝑥 100 = 9% Sendo o teor de umidade total determinado de 9%, pode-se observar que o produto avaliado esta dentro dos padrões necessários para uma qualidade confiável. Em seguida foi aplicada a granulometria para identificar se o material vegetal apresentava a espessura ideal para a produção do extrato, geralmente se utiliza o moderadamente grosso. Foram realizados os cálculos para saber o percentual de cada amostra em cada tamis. Para isso foi realizada a pesagem das amostras retidas em cada tamis após o processo de agitação mecânica. Segue tabela com os resultados obtidos. Tamis Peso da amostra 1 3,543g 2 10,844g 3 4,722g 4 2,414g 5 1,639g 6 0,703g 7 (Coletor) 0,671g O valor total encontrado após a realização do método de granulometria foi de 24,536g, um pouco diferente do determinado pela metodologia que era de 25 g. A possível perca de material vegetal pode ter ocorrido no momento de transferência para o Becker de pesagem e ficado retido nos tamis. Com tais resultados podemos realizar os cálculos para descobrir o percentual das amostras de cada tamis através da relação: 16 % 𝑟𝑒𝑡𝑒𝑛çã𝑜 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 × 100 Percentual tamis 1: % 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 1 = 3,543 24,536 × 100 = 14,44% Percentual tamis 2: % 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 2 = 10,844 24,536 × 100 = 44,20% Percentual tamis 3: % 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 3 = 4,722 24,536 × 100 = 19,25% Percentual tamis 4: % 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 4 = 2,414 24,536 × 100 = 9,84% Percentual tamis 5: % 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 5 = 1,639 24,536 × 100 = 6,68% Percentual tamis 6: % 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 6 = 0,703 24,536 × 100 = 2,87% Percentual tamis 7: % 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 7 = 0,671 24,536 × 100 = 2,73% Os percentuais encontrados em cada tamis são melhores vistos no gráfico abaixo: 17 A predominância do pó de cumaru encontrada foi de um pó moderadamente grosso, pois o maior percentual dele se encontrou no tamis 2 que admite a passagem de partículas menores que 0,71 mm. Assim o material foi encaminhado para a produção de extrato pelo método da turbólise. Neste processo, a liberação de calor esperada do atrito na mistura durante o processo de cisalhamento não foi perceptível ao toque, e com a ajuda do termômetro esta temperatura foi mantida sempre abaixo de 35°C. A perda de princípio ativo devida à volatilização pode, portanto, ser considerada desprezível. Após a filtração do extrato foi identificado aproximadamente 10mL de extrato para as análisesseguintes. Após todo o procedimento de produção do extrato, procurou-se identificar a presença, ou não, de cumarina no extrato pela Cromatografia em Camada Delgada (CCD). Como mostrado na figura abaixo pode-se identificar claramente a presença de cumarina. Foi marcado 7,2 cm no arraste das substancias e 8cm da fáse móvel, com estes resultados o fator de retenção calculado foi de 0,9. 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% 50,00% Tamis 1 Tamis 2 Tamis 3 Tamis 4 Tamis 5 Tamis 6 Tamis 7 Massa retida 18 Figura 3 - CCD do extrato de cumaru obtido por turbólise. O padrão de trabalho encontra-se à esquerda da imagem, enquanto que o extrato em análise está à direita. Os resultados obtidos com as amostras levadas ao espectrofotômetro estão a seguir na tabela. Amostra 1 Amostra 2 0,309 A 0,319 A 0,311 A 0,316 A Média 0,31 A 0,3175 A A curva de calibração, que foi utilizada para determinar a concentração de fenóis no extrato foi construída em sala com os valores de todas as equipes Aplicando a equação gerada pela curva de calibração, a concentração da amostra 1, ou seja, com o padrão, apresentou concentração de 391,65 mcg/mL, já a amostra diluída com o extrato foi possível identificar uma concentração de 401,75 mcg/mL, as duas amostras foram considerados os fatores de diluição de 1:200. Observe que a diferença entre os valores da amostra 1, extrato preparado do cumaru, e a amostra 2, extrato padrão, é muito pequena considerando que o extrato y = 0,1485x - 0,0192 R² = 0,9931 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 Abs 19 padrão possui uma quantidade de cumarina, principal componente da amostra, é possível considerar que, de acordo com os valores de absorbância obtidos na espectrofotometria, a quantidade desse mesmo marcador seja muito próxima a da presente no extrato preparado por turbólise. Com a identificação de cumarina no extrato de cumaru, seguiu-se para quantificar o teor de cumarina extraído pelo método da turbólise. O padrão de cumarina detectado na CLAE foi o apresentado a seguir. Figura 4 – Absorbância e tempo de retenção observados para a solução-padrão de cumarina Foi construída uma curva de calibração, que foi utilizada para determinar a concentração de cumarina no extrato: Figura 5 – Curva de calibração. y = 111062x - 101836 R² = 0,9998 0 2000000 4000000 6000000 8000000 10000000 12000000 14000000 16000000 18000000 0 20 40 60 80 100 120 140 160 A re a Concentração 20 A curva de calibração apresentou coeficiente de determinação (R2) igual a 0,9998, o que garante que o método de identificação adotado fornecerá valores de concentração bem próximos aos reais. Foi observado o seguinte gráfico para o extrato líquido: Figura 6 - Absorbância e tempo de retenção da cumarina identificada no extrato Observando os dois gráficos, podemos dizer que de fato existe cumarina no extrato preparado por turbólise. A área do pico foi de 1230932. Para determinar o valor da concentração foi feito alguns cálculos e obteve-se o valor de 12,00022µg/mL á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜 = 111062 × 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 − 101836 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜 + (−101836) 111062 = 12,0002 𝜇𝑔/𝑚𝐿 Entretanto, foi realizada uma diluição na preparação CLAE já comentada no procedimento experimental. A real concentração pode ser calculada conhecendo o fator de diluição, que foi 10 no caso da turbólise: 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 12,0002 𝑥 10 = 120,02 µ𝑔/𝑚𝐿 Assim, podemos dizer que a turbólise é um método extrativo adequado para a obtenção de cumarina, desde que se tenha o cuidado no procedimento experimental. 21 5 CONCLUSÃO A umidade da amostra do material vegetal apresentou uma taxa de 9%, ou seja, dentro dos padrões aceitos pela Farmacopéia Brasileira. A granulometria do pó vegetal também se mostrou adequada ao padrão indicado, sendo a maior parte do pó filtrado classificado como moderadamente grosso. A presença de cumarina 1,2-benzopirona foi detectada por CCD, em seguida foi confirmada e quantificada através de uma Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), obtendo-se um extrato líquido com o teor de 120,02 µg/mL. Pode- se, então, concluir que a turbólise é um método extrativo efetivo para cumarina. 22 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira. Volume 2. 5ª Ed. Brasilia, 2010b. COLLINS, C. H. & GUIMARÃES, L. F. L. Cromatografia líquida de alta eficiência. In: Collins, C. H. & Braga, G. L.; Introdução a Métodos Cromatográficos, 3. ed., Ed. UNICAMP, São Paulo, 1988, p 179 - 243. CROMATOGRAFIA: UM BREVE ENSAIO http://zeus.qui.ufmg.br/~valmir/Artigo_Cromatografia.pdf. Acesso em 23, junho, 2016. J. ESTUDO COMPARATIVO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS FOLHAS E CASCAS DA Trichiliacatigua A. JUSS., MELIACEAE. 2006. 117P. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2006 MAIA, G. N.; Caatinga: Árvores e Arbustos e Suas Utilidades. D & Z Ed.: São Paulo, 2004. Estudo fitoquímico de espécimens cultivados de cumaru (Amburana cearensis A. C. Smith): http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 40422010000300034
Compartilhar