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Fichamentos Caio Mário (Cap 1 a 11)

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Capítulo 1, 2 e 3
“O direito é o princípio de adequação da pessoa à vida social”
Ubi societas, ibi ius (onde há sociedade, há direito) e nisi societas, nec ius (Sem sociedade não há direito)
Direito Positivo: o conjunto de regras e princípios jurídicos que pautam a vida social de determinado povo em determinada época
Não importa se está escrito ou não, sistêmico ou jurisprudencial – “é o que está em vigor num povo determinado” ~ Capitant.
Fala-se em “Direito Romano”, “Direito Inglês”, “Direito Alemão” “Direito Brasileiro” sempre como forma de indicar direito positivo, pois esses nomes indicam o conjunto de leis de um determinado lugar em um determinado período de tempo, seja atual ou pretérito
Direito natural: É um direito que vai além da norma legislativa, é universal e eterno, está presente na consciência humana e inspira o direito positivo de modo a aproxima-lo efetivamente da justiça
Direito positivo é nacional e contingente, já o direito natural é universal e eterno, não sendo um antagonista do outro, pois um se inspira no outro.
Escola do Direito Natural (Jusnaturalista): legislador é interprete/veículo do direito natural. Tentam contrapor essa escola:
Escola Histórica: direito é fruto de fatores históricos vividos por cada nação, não há origem sobrenatural, e nem emerge da razão humana
Escola Positivista: o direito é exclusivamente o que está posto, se fundamenta na força, e não na justiça, e não está sujeito a uma ordem superior, o objetivo do direito é a realização do anseio de certeza e segurança
Direito e Moral: Direiro e moral são ambas normas de conduta, tendo momentos de incidência comum. O direito por vezes dá satisfação à moral, imprimindo maior vigor ao preceito, através da proibição e estipulação de sanção para o considerado imoral, porém o direito também se mostra por vezes independente da moral, quando, por exemplo, exime o devedor do pagamento pelo instituto da prescrição da dívida. Pode-se citar como diferenças:
Moral atua no foro íntimo, já o direito no interior;
A Moral pode ou deve ser adotada voluntariamente, já o Direito se impõe coercitivamente;
Moral é unilateral, de si para si, norma ditada no sentido de fazer o bem e de aperfeiçoamento pessoal; Já o direito é bilateral, se alguém é obrigado a pagar, alguma outra pessoa tem a faculdade de receber.
Ius est norma agendi – O Direito é a norma de agir
Direito Objetivo: O comando estatal, a norma de ação ditada pelo poder público (Ius est norma agendi)
Direito Subjetivo: Projeção individual da norma, ou o seu efeito (Jus est facultas agendi) – A faculdade de exercer em favor do indivíduo o comando emanado do Estado
Quando a norma fala que o causador do dano deve indenizar a vítima (direito objetivo), ela afirma diretamente que a vítima tem o direito de ser indenizada (direito subjetivo)
Teleológico: Dá teleologia: qualquer doutrina que identifica a presença de metas, fins ou objetivos últimos guiando a natureza e a humanidade
Ulpiano: foi um jurista romano influenciador fundamental do direito romano – seguro de vida, primeiro atuário da história
Peremptoriamente: De forma terminal, decisivo - “Ele foi peremptório ao responder”
“Direito público é o direito que tem por finalidade regular as relações do Estado com outro Estado, ou as do Estado com seus súditos, quando procede em razão do poder soberano, e atua na tutela do bem coletivo; Direito privado é o que disciplina as relações entre pessoas singulares, nas quais predomina imediatamente o interesse de ordem particular” ~ Ruggiero
Leis ou princípios de ordem pública: São princípios que instituem a normatividade das relações entre pessoas singulares, mas sua repercussão na vida coletiva e a imperatividade do comando estatal que os acompanha imprime-lhes profunda analogia com o direito público.
Direito Público: Direito constitucional, administrativo, penal, processual civil, processual penal, internacional público, internacional privado.
Direito Privado: Direito civil, comercial, agrário, aeronáutico e trabalho.
Direito aeronáutico e do trabalho são certamente classificados no direito privado, mas tem uma particularidade, pois disciplinam relações de ordem privada, porém tem predominância de princípios de ordem pública.
Publicização do Direito: Fenômeno no qual o direito se envereda cada vez mais no rumo do Direito Público pela necessidade de garantir e proteger o bem estar do indivíduo.
Se situa no Direito Civil princípios que não lhes são peculiares nem exclusivos, mas que se projetam dele para todo o arcabouço jurídico: enuncia regras de hermenêutica, os princípios relativos a provas, a noção de defeito em negócio jurídicos, a organização do sistema de prescrição, etc
Direito Civil Constitucional: CC não é mais visto como direito comum – Constituição, sobretudo direitos fundamentais nela expressos, ocupam essa posição – Os princípio constitucionais hoje ocupam o lugar dos princípios gerais do direito do art 4° da LINDB
É necessário o reconhecimento de que “acima do direito codificado pairam os conceitos criadores de uma superlegalidade a que tende irresistivelmente o desejo universal de uma convivência de harmonia e paz” p. 19
Elementos constituintes do direito subjetivo: Poder de ação, e interesse e submissão ao direito objetivo.
“Direitos de personalidade” é o mesmo que “direito subjetivo”
Direitos POTESTATIVO: (direitos sem prestação) É o direito que não admite contestação - Exe: direito assegurado ao empregador de dispensar um empregado cabe a ele apenas aceitar esta condição; - Exe 2: divórcio, uma das partes aceitando ou não, o divórcio será processado
Diferencia dos direitos subjetivos por este ser “direito com prestação”
Diferenciação conceitual útil para distinguir prescrição e decadência, por exemplo
Poder familiar: poder exercido no interesse do próprio titular do dever: tem o dever de proteger e tem o “direito de proteger” – interessante mencionar porque em geral o poder e o dever são exercidos por pessoas jurídicas diferentes uma em função da outra.
Decompõem-se o direito subjetivo geralmente em: sujeito, objeto, e relação jurídica
Sujeito é o titular do direito, aquele a quem a ordem jurídica garante a faculdade de agir
Objeto do direito subjetivo é o bem jurídico sobre o qual o sujeito exerce o poder assegurado pela ordem legal – o objeto pode ser tudo que tenha existência fora do ser humano independente de ser material – a pessoa, ou o corpo de outrem não é susceptível de apropriação, logo não é objeto de direito (isso desde a abolição da escravidão) – só o indivíduo tem direitos ao seu próprio corpo, sendo que o ordenamento preza pela integridade desde, vetando a mutilação, etc
Relação ou vínculo jurídico: É o meio técnico de que se vale a ordem legal, para integração efetiva do poder da vontade. 
Não se pode dizer que há “relação jurídica entre o sujeito e o objeto, apenas entre o sujeito e outro sujeito” p. 35
Exe.:Quando há uma propriedade ocorre uma relação jurídica não do objeto com o dono, mas do dono (sujeito ativo) com a generalidade das pessoas (sujeitos passivos indeterminados) que tem a prestação negativa de não molestar a coisa do sujeito ativo. Logo, o direito do titular é em contrapartida a um dever geral negativo.
“Expressão pecuniária”: o valor em dinheiro de algo, a expressão do valor em unidade monetária de algo, exemplo, lâmpada vale“R$ 14,99”
Dever jurídico: “Havendo na relação jurídica dois lados, um positivo e um negativo (...) há um sujeito ativo e um passivo (...) um tem o poder judiciário e o outro tem o dever judiciário.” P. 36
Direitos reais: Aqueles que têm sujeito passivo universal exe.: propriedade
Categorias de direitos subjetivos:
Absolutos: São os dotados de eficácia universal, sem a especificação de sua exigibilidade contra determinado sujeito passivo – Tem efeito ou vale para todos: “erga omnes” – exe.: direito a fruição (pose) corresponde a um dever geral negativo
Relativos: O poder de ação implica a exigibilidade específica de uma prestação contra alguém, seja indivíduoisolado, seja um grupo de indivíduos.
Direitos principais e direitos acessórios: o primeiro existe de forma autônoma, o segundo não existe per se, e depende dos direitos principais para existir.
Direitos transmissíveis e intransmissíveis: Nos transmissíveis o sujeito pode ser substituído por outro que herda todas as faculdades do primeiro; Nos intransmissíveis, o direito só existe em razão do seu titular, logo não pode haver substituição do sujeito de direitos, exemplo deste seria os direitos da personalidade, inclusive, esta classe de direitos se diz “personalíssimo”
Direitos patrimoniais e não patrimoniais: os primeiros têm um objeto avaliável pecuniariamente, já os não patrimoniais não é possível submeter a avaliações econômicas.
Direitos reais ou obrigacionais: Os reais atribuem ao sujeito uma dominação direta e imediata sobre o objeto; Os obrigacionais são os que dão o poder ao sujeito ativo de exigir uma prestação do sujeito passivo (ou grupo de sujeitos). No direito real o objeto é uma coisa, no obrigacional o objeto é uma prestação positiva ou negativa do sujeito passível, podendo ser a entrega de uma coisa, na prática de um ato, ou numa omissão
Obrigações propter rem: “por causa da coisa”, são direitos obrigacionais decorrentes de direitos reais - exe.: pagar IPVA por ser possuidor de um carro 
Pode haver direito subjetivo público e direito subjetivo privado dependendo da natureza da norma (pública ou privada)
Direito objetivo = Ius est norma agendi
Fonte de Direito (Teoria Geral das Fontes de Direito) = Meio técnico de realização do direito objetivo – No Brasil a fonte de direito é a elaboração legislativa - LINDB declara no art 4º que as fontes do direito são: a lei, a analogia, os costumes, e os princípios gerais do direito.
Jurisprudência não é tida como fonte de direito – discussão extensa sobre o tema – deve-se compreender que o pronunciamento dos tribunais leva sempre em conta a própria lei existente ou princípio constitucional, logo a base da jurisprudência não é a criação de nova lei, visto que a decisão judiciária ou a vontade do juiz não o princípio desta, e sim a própria lei disposta – judiciário apenas interpreta e aplica a lei – Por isso jurisprudência não é consideradamente fonte da lei propriamente – não é fonte formal, mas pode vista como fonte intelectual
A divergência jurisprudencial constitui fundamento de recurso especial para o Supremo Tribunal de Justiça (CF, art 105, III, c)
2/3 do STF para fazer súmula – ela pode ser cancelada ou revisada depois
É preciso distinguir o costume dos hábitos sociais/procedimento privado de um indivíduo ou grupo
Costume é fonte subsidiária / fonte supletiva
Analogia – analogia legal e analogia jurídica – no 1º estende o dispositivo de lei a um caso não previsto, mas semelhante; no 2° o aplicador da norma extrai de um conjunto de normas, ou instituto, ou acervo de diplomas legislativos, o pensamento ou pressuposto dominante e aplica ao caso
Princípios do direito: o substrato comum das diversas normas positivas que deriva da abstração lógica – Hoje o lugar ocupado por esses princípios passou a ser preenchido pelas normas constitucionais, notadamente pelos direitos fundamentais
Doutrina é relevante como fonte indireta – doutrina é fonte de inspiração para o juiz na aplicação da regra, além de auxiliar o próprio legislador na criação de leis
Direito comparado – considerado fonte indireta
Só há código (exe: código civil, código penal, código processual) quando houver uma sistematização e dedução científica e harmônica de princípios.
 Ver o que são: institutas, digesto e pandectas
Histórico codificações no Brasil
Com a independência continuou valendo as ordenações e legislações portuguesas até que se construísse um ordenamento jurídico próprio
Constituição imperial de 1824 recomenda que se organize o código civil e o código criminal
Augusto Teixeira de Freitas é encarregado de criar a consolidação das Leis Civis em 1855
Seguem várias tentativas de se compor um Código Cívil, incluindo um que foi elaborado por Clóvis Beviláqua, todos falham – primeira constituinte republica se deu em 1891
Em 1 de janeiro de 1917 entra em vigor o primeiro código civil brasileiro – é dito “Código Civil de 1916” por ter sido feito no ano anterior - foi elaborado pela Câmara alta (congresso?) e teve colaboração de diversos juristas de todos os estados – era estritamente fiel ao Projeto Beviláqua
Em 2002 surge um novo código civil depois de um longo processo de elaboração
Capítulo 4 – Classificação das Leis
Classificação quanto à hierarquia
Normas Constitucionais, leis complementares, e leis ordinárias
Lei complementar seriam as emendas a constituição
Lei ordinárias são as leis vindas dos órgãos (legislativos) criados pela constituição para esse fim
Ciclo de elaboração das leis: iniciativa, discussão, votação, sanção, promulgação e publicação
Decretos e regulamentos: são provisões regulamentares criadas pelo governo federal para pautar a execução ou regular as práticas destinadas ao cumprimento da lei – são hierarquicamente inferiores à lei e devem se conter nos limites traçados por ela – ver art. 84, IV da CF
Decretos legislativos: são provisões que são emanadas exclusivamente e de forma independete pelo legislativo nas matérias de sua estrita competência – ver art. 48 combinado com 59, VI da CF
Classificação das leis segundo força obrigatória:
Leis proibitivas ou imperativas: se impõe obrigatoriamente ao indivíduo, são princípios cuja manutenção é necessária para a ordem social. Exe.: Proibir casamento de descendente com ascendente
Leis permissivas ou supletivas: são leis mais comuns no direito privado e têm por fundamento não serem impostas, e qualquer direitos gerados delas podem ser renunciados. Se as partes se convencionarem pode-se inclusive agir de modo completamente diferente do disposto nesse tipo de lei
Leis interpretativas: são revisões do texto da lei propostos devido o texto original ser confuso
Lei segundo a natureza:
Leis materiais ou leis teóricas: definem direitos e deveres – estabelecem condições de existência dos indivíduos – ditam requisitos de constituição e gozo das situações jurídicas, etc
Leis formais ou processuais: regulam os meios de realização do direito ou de efetivação dos direitos impostos
Ex: “O proprietário tem a faculdade de reaver a sua coisa do poder de quem quer que injustamente a possua” (CC, art 1228) tem-se a lei material, a lei formal nesse caso viria no sentido de definir os meios para que se possa reaver a coisa.
Institutos unos: Leis que ao mesmo tempo definem direitos (material ou teórica) e disciplinam a forma de sua realização (formal ou processual) – ex: Lei das Falências
Classificação das leis quanto a intensidade da sanção
Leis perfeitas: proíbem ou impõem conduta, e a transgressão comina em pena e nulidade do que foi praticao Ex: Proibição do casamento de pessoas já casadas, em que ocorre a nulidade do segundo casamento
Leis menos que perfeitas: proíbem e impõem comportamentos, mas não gera nulidade do ato Ex: casamento de viúvos sem antes ter separado os bens dos herdeiros do primeiro casamento não invalida o segundo casamento, mas gera o regime de separação de bens automático para o transgressor como sanção
Leis imperfeitas: Não gera pena nem nulidade, o legislador usa outros meios indiretos para obviar à sua contravenção
Capítulo 5 – Eficácia da Lei
Vacatio legis é de 45 dias quando não há disposição em contrário – e é 3 meses para legislação brasileira em território estrangeiro quando admitida (ex: atos que produzem efeito no Brasil)
Contagem do vacatio legis inclui o dia da publicação até o 45, sendo que a lei entra em vigor no dia seguinte a este.
Se lei depende de decreto do Executivo essa fica suspendida até que o decreto seja expedido – se for só uma parte que precisa só essa parte dica suspensa - como fica vacatio legis?
Princípio da continuidade: Lei não se extingue pelo desuso ou por costume que a contrarie e sim por meio regular (outra lei que a revogue)– “Lei só perde sua eficácia em função de um força contrária a sua vigência” – Ver LINDB Art. 2°
Cessação de Eficácia da Lei: Revogação = Votação de uma nova lei com força de revogar a anterior, pode ser revogação total ou parcial
Ab-rogação: Revogação total da lei antiga – deve-se ter em mente que as normas dependentes da que foi ab-rogada também afeta as disposições dependentes ou acessórias da lei revogada
Derrogação: Revogação que atinge apenas alguns dispositivos da lei antiga, ou seja, uma “revogação parcial”
Leis temporais: tem data de validade expressas nela própria, logo não precisa ser revogada através da criação de nova lei – Ex.: Leis orçamentárias que geralmente cobre um ano, etc – Podem ser prorrogadas quando há disposições nela ou em outras leis possibilitando isso dentro de certos contextos
Beligerante = relativo a guerras
Revogação Expressa Vs Tácita
Revogação expressa é quando é inserido no texto da lei nova a revogação da antiga
Revogação tácita – o tipo de revogação mais frequente – quando a lei nova é incompatível com a antiga – quando a lei nova regula inteiramente a matéria versada na anterior – quando se identifica incompatibilidade prevalece a lei mais recente – há casos em que a revogação tácita atinge apenas alguns dispositivos de lei anterior
Importante mencionar que se uma emenda a constituição tem princípio que vai contrário a uma lei ordinária, a lei não é inconstitucional, mas é revogada pela emenda – diferenciação importante porque dispensa quórum especial nos tribunais
Repristinação – quando uma lei revoga uma lei que já havia revogado outro fazendo a que foi primeiro revogada voltar a ter efeito – a LINDB proíbe que isso ocorra, exigindo que só aconteça a repristinação quando houver pronunciamento expresso do legislador nesse sentido (LINDB art. 2, § 3°)
Capítulo 6 – Conflito de Leis no Tempo
Conflito temporal das leis: A lei velha deve continuar regulando as situações originadas durante sua vigência, ou a lei nova as alcança ao entrar em vigor?
Problema surge de dois cânones fundamental do ordenamento jurídico: o da “lei do progresso” (lei nova é vista como melhor que a antiga) e o de “estabilidade das relações humanas” (a segurança jurídica)
Irretroatividade da lei no ordenamento brasileiro: CF Art. 5 XXXVI a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Direito Adquirido: Direito proveniente de fatos que ocorreram em consonância com a lei velha e ao tempo de sua vigência, e se incorporaram definitivamente no patrimônio do sujeito
Ato Jurídico Perfeito: Ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo que se efetuou.
Coisa Julgada: Situação judiciária a qual não caiba recurso
Expectativa de Direito: Situações aderentes ao indivíduo provenientes de fato aquisitivo incompleto, e, devido essa incompletude do processo, não são integradas ao patrimônio do indivíduo
Faculdades Legais: Direito concedido ao indivíduo pela lei do qual ele ainda não fez uso – fica modificada pela lei nova, ou seja, é atingido por retroatividade
Direito Adquirido Vs. Direito Consumado: Direito consumado já produziu todos os seus efeitos e se esgotaram todas suas consequências
Os efeitos jurídicos dos contratos regem-se pela lei que estava vigente no tempo em que eles foram celebrados, e nunca por uma eventual lei nova, pois seria retroatividade
Capítulo 7 – Eficácia da Lei no Espaço
Direito Internacional Privado: Regras adotadas para a escolha de um direito aplicável em situações de contato entre ordens jurídicas de Estados diferentes – essa nomenclatura é confusa
Princípio da Nacionalidade Vs. Princípio do Domicilio: Aplica-se a lei da nacionalidade da pessoa, ou do lugar onde ela está domiciliada – no Brasil geralmente ocorre a segunda, há exceções clássicas.
Capítulo 8 – Interpretação da Lei
O interprete tem de isolar a vontade legislativa encarando a lei como uma entidade jurídica de existência autônoma
SEGUNDA PARTE: TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL
Capítulo 9 – Personalidade e Direitos da Personalidade
Personalidade: Aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres– ligada à própria ideia de pessoa
Todo ser humano tem personalidade – conquista da nação jurídica – escravos romanos não podiam ser titular de direitos – eram tratados como objeto
Na escravidão brasileira escravo tinha personalidade, mas não era equiparável a do homem livre – tinha restrição de capacidade, mas podia adquirir um percúlio para sua alforria, por exemplo.
Direito reconhece personalidade não só para as pessoas naturais, mas também para grupos de pessoas que se unem com finalidade econômica (sociedades e associações) e para as fundações, que são entes morais constituídos pela destinação de um patrimônio para fins determinados.
“Pessoa natural” é o termo usado para nomear a pessoa humana como ente jurídico no Código Civil atual – Pessoal física é usada na legislação para Imposto de Renda, mas Caio Mário diz que tal expressão dispensa as qualidades morais e espirituais da pessoa, por isso seria inadequado – a constituição usa o termo “pessoa humana” – o CC da argentina fala em “ser de existência visível” para pessoas e “ser de existência moral” para pessoa jurídica
Animal não tem personalidade – leis de proteção se dão em razão da utilidade deles e para impedir brutalidades
Coisas inanimadas tem proteção em atenção ao indivíduo que dela desfruta, e não em razão deles próprias, logo não há personalidade
Nascituro: o início da personalidade se dá a partir do nascimento com vida, pondo a lei a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Algumas questões: Nascituro tem direito a herança? E se for concebido depois da morte do cônjuge por inseminação artificial? Pode receber doações? Curatela do nascituro? Etc – por isso fica polêmico definir o início da personalidade
Requisitos definidos personalidade no nosso ordenamento: Nascimento e Vida (lembrando que o nascituro não tem personalidade, mas são resguardados seus direitos):
Nascimento se dá com a separação do corpo da criança do materno
Vida se dá na primeira troca oxicarbônica no meio ambiente, houve vida mesmo que a criança tenha perecido depois da primeira respirada – medicina atesta isso pelo choro ou verificação de ar nos pulmões
Antes do nascimento havia apenas direitos potenciais que aguardavam o nascimento – com o nascimento com vida a pessoas passa a integrar direitos e obrigações
Nascituro: é o embrião que implantado no útero, é apto a desenvolver-se ou maturar-se até o nascimento – embrião excedentário não é considerado nascituro devido não ter essas capacidades por si só, são aqueles congelados para inseminação artificial
Ausência tem 3 fases: caracterização da ausência (daí segue a curadoria dos bens do ausente para sua preservação), sucessão provisória, e sucessão definitiva
Caracterização da ausência: Verifica-se com o desaparecimento da pessoa de seu domicílio, sem que haja notícia, e sem que haja procurador nomeado ou representante que posam administrar seus bens (art 22).
Quem pode requerer declaração de ausência? Cônjuge, companheiro, parente sucessível ou MP.
E depois? É nomeador curador que faz inventario e administra os bens salvando-os para o desaparecido quando voltar ou aos seus sucessores quando no caso do não retorno
Curatela legitima é aquela exercida por pessoas com relação com o desaparecido citadas no artigo (cônjuge, etc), curatela dativa é aquele em que o juiz indica uma pessoa de sua confiança devido à ausência de parentes qualificados para tal responsabilidade
Curatela cabe em primeiro lugar ao cônjuge ou companheiro em união estável, não havendo estes, passa para os pais, e na ausência destes, passa para os descendentes nessa ordem.
O Juiz escolhe a amplitude da curatela e especifica os deveres do curador dependendo do caso.
Sucessão Provisória: 
Se dá passado 1 ano da publicação do primeiro edital
Os interessados
Cônjuge/união estável
Herdeiros presumidos, legítimos, e testamentários
Os que tiverem direito dependente de mortede algum bem do ausente
Credores com obrigações vencidas
MP pode pedir declaração de ausência, mas só pode pedir abertura de sucessão condicionado a um prazo estabelecido pelo art. 26 do CC
Sucessores provisórios ou condicionais recebem sua parte dos bens reservando garantia (pignoratícia ou hipotecária) de restituir caso o proprietário retorne art. 30
Tem também de prestar contas dos rendimentos p/ ausente que retorne ou herdeiro efetivo eventual
são isentos de prestar garantias o cônjuge, os ascendentes, e os descendentes
Curador é aquele que administra bens alheiros que não virão a ser e presta contas – difere do sucessor provisório
Sucessor provisório: é um herdeiro presuntivo (gere patrimônio supostamente seu) – se o SP for cônjuge, ascendente, ou descendente podem ficar com os frutos dos rendimentos, os demais sucessores provisórios têm de capitalizar metade dos rendimentos em favor do ausente e ficar apenas com a outra metade para si
Durante a sucessão provisória só podem alienar bens (transferir pose de um para outrem) de fácil deterioração e os destinados a venda (produtos agrícolas, etc) – imóveis só podem ser alienados (com autorização judicial) em casos de conveniência em convertê-los para títulos da dívida pública ou quando ameaçados de ruína
Ausente que reaparece e comprava-se que sumiu voluntariamente perde direito aos frutos e rendimentos para o sucessor
Não aparecendo sucessores MP divulga edital dos possíveis herdeiros, se ninguém acudir, bens são considerados vagos ou vacantes, depois de 10 anos sem aparecer dono é incorporado ao patrimônio do município, DF ou União.
Sucessão Definitiva:
Decorridos 10 anos da sentença que concedeu abertura da sucessão provisória - ou ausente completar 80 anos de idade sendo desaparecido a 5 anos – podem os interessados pedir abertura de sucessão definitiva
Sucessores deixam de ser provisórios e podem dispor livremente dos bens
Propriedade adquirida assim se diz resolúvel, pois se o ausente voltar até 10 anos depois da abertura SD os bens são entregues a ele na forma que estiverem ou os valores da alienação deles, depois desses 10 anos o ausente não revê mais nada se voltar
Comoriência
É interessante para o direito verificar a ordem da morte de pessoas (em casos de incêndio, naufrágio, queda de avião etc) para se verificar se houve transmissão de direitos entre elas – medicina legal ajud, mas em muitos casos é impossível determinar com exatidão
Quando não é possível determinar ordem da morte cientificamente ou através de testemunhas o direito brasileiro dita que houve morte simultânea (comoriência) e que não houve transmissão de direitos entre os envolvidos (comorientes), sendo que os herdeiros dos comorientes são chamados a sucessão nessas condições.
Registro Civil das Pessoas Naturais (Nascimento, casamento, óbito etc)
Patrimônio é projeção econômica da personalidade
Direito Civil Adquirido: decorre de status individual – se casar gera alguns direitos, por exemplo
Direito Civil Inato: São os direitos a vida, integridade física, e moral – são absolutos, irrenunciáveis, intransmissíveis, e imprescritíveis
Direitos de personalidade: Nome civil, direito a vida e a integridade física e direito ao corpo, integridade moral e direito à imagem e à intimidade.
Nome Civil
Prenome pode ser mudado em razão de adoção
Direito a vida e integridade física
Dilvulgação de imagem sempre deve ser autorizada – exceto nos casos de “atos público”, considerando nestes que há violação apenas se houver deformação do conjunto, destaque de uma parte, ou exibição pejorativa.
Direito a imagem compreende também a voz das pessoas
A divulgação da imagem é proibida sempre, salvo autorização – há necessidade de demonstrar lesão no caso do interessado desejar indenização.
Capítulo 10 - Incapacidade
Capacidade: exercer os direitos diretamente, por intermédio (pela representação), ou com a assistência de outrem.
Personalidade e capacidade completam-se
Capacidade de direito Vs. Capacidade de fato: Primeira é a faculdade abstrata oriunda da personalidade que dá ao indivíduo a capacidade de adquirir direitos(quem tem personalidade, deve ter direitos); a segunda (de fato) se relaciona a aptidão de exercer direitos por si mesmo.
Incapacidade: Alguns indivíduos faltam requisitos para se dirigir com autonomia no mundo civil – ordem jurídica lhes dá capacidade de direito, mas lhes recusa autodeterminação – aparece a figura de uma pessoa que o represente ou assiste na tomada de decisões
Toda pessoa tem capacidade de direito, mas nem toda pessoa tem capacidade de fato
Estado (civil) das pessoas: status em relação a família (soletiero, casado, filho, etc) e condição individual (maioridade, deficiência/enfermidade, emancipação, etc)
Estado é irrenunciável, inalienável, imprescritível, insuscetível de transação e indivisível.
Estado pode mudar por fato natural ou ato jurídico
Todo estado pressupõe um estado contrário (solteiro/casado, doente/sadio, etc)
Parei na página 224 por que incapacidade não cai
Capítulo 11 - Pessoa Jurídica
Noção e requisitos
A complexidade da vida civil e a necessidade de conjugação de esforços de vários indivíduos para a consecução de objetivos comuns ou de interesse social estimulam a agregação e polarização de suas atividades e sugerem ao direito que dê atributos de pessoa naturais, no caso personalidade e capacidade, para certos agrupamentos de indivíduos e destinações patrimoniais
As pessoas jurídicas podem ser um conjunto de pessoas, ou uma destinação patrimonial
Três requisitos para a constituição e nascimento da pessoa jurídica: a vontade humana criadora, a observância das condições legais de sua formação, e a liceidade (qualidade de lícito) de seus propósitos.
A simples união de pessoas ou destinação de bens a uma causa não gera entidade personificada, é necessário expressar vontade nesse sentido com procedimento descrito no direito positivado – declaração de vontade
Princípio da especialidade: a pessoa jurídica tem o gozo restrito dos direitos civis que lhe são necessários à realização dos fins justificativos de sua existência
Ato constitutivo de pessoa jurídica: genericamente chamado de estatuto
Órgãos: é o um termo que substitui a palavra “representantes” no contexto das pessoas jurídicas – é uma tendência da doutrina moderna essa substituição
O ato constitutivo limita os poderes dos órgãos da pessoa jurídica – quando se extrapola esses limites os indivíduos respondem pessoalmente pelos danos causados a terceiros
Classificação de pessoas jurídicas:
Pessoas jurídicas de direito público: a União, as unidades federativas (Estados) e DF, as unidades político-administrativas resultantes da descentralização por serviço (autarquias) e associações públicas, as demais entidades de caráter público criadas por lei
Pessoas jurídicas de direito privado: No art. 44 – associações (união de pessoas sem fins lucrativos), sociedades, fundações, organizações religiosas, partidos políticos, empresas individuais de responsabilidade limitada
Massa falida: O conjunto de todos os direitos e deveres (débitos e créditos de uma empresa falida)
Personalidade na pessoa jurídica: proteção do nome – súmula do STJ diz que “pessoa jurídica pode sofrer dano moral”, ou seja, dano à imagem da empresa
Duas fases na criação da pessoa jurídica:
Ato constitucional (fase volitiva)
Registro (fase administrativa)
Ato de dissolução: o contrário de ato constitutivo - produz o fim na empresa
Prazo de 180 para reconstituir pluralidade de sócios de modo a evitar fim de pessoa jurídica – serve para sociedade em que sobrou só um sócio, por motivo de morte dos demais, por exemplo – não pode haver sociedade de uma pessoa só porque o patrimônio se confundiria além da confusão da pessoa natural com a jurídica
Exceção são para a nova categoria de “empresas individuais de responsabilidade limitada” que podem ter apenas um sócio
A empresa não pode ser extinta instantaneamente – ocorre a fase de liquidação em que a empresa subexiste apenas para dar fima seu acervo econômico e para o pagamento de dívidas – depois dessa fase se providencia o cancelamento do registro da pessoa jurídica
Fundações: Quando um patrimônio que seria destinado a uma fundação tem ônus que prejudica o patrimônio tornando inviável a realização da finalidade esperada deve-se incorporar esses bens a de uma fundação já existente
Capítulo 13 – Domicílio
Domicílio e residência
Domicílio segundo artigo 70 do CC é o lugar onde a pessoa natural estabelece sua residência com ânimo definitivo – já dois fatores o material e o psicológico – o psicológico pode ser atestado pela filiação a entidades locais, o desenvolvimento das atividades profissionais, a aquisição de bens etc em determinado local
Estudante que passa ano na Europa estudando ou pessoa que vai morar em outra cidade por longo período de tempo (porém limitado) não constitui moradia, pois não apresenta a intenção de permanecer definitivamente ali
Perfilhar: adotar (uma ideia, teoria, princípio, etc)
Domicílio é fator no processo de sucessão
Domicílio legal: é o que centraliza os negócios de interesse das pessoas
Tipos de domicílio:
Domicílio necessário: imposto por lei (p/ incapaz, servidor público, militar, marítimo, preso)
Domicílio voluntário
Domicílio de eleição: quando um contrato fixa o domicílio para cumprimento de obrigações e direitos
Ausência de residência habitual: A pessoa que não possui residência considera-se domicílio o lugar onde for encontrada
Capítulo 14 – Objeto dos Direitos
Patrimônio
Patrimônio: conjunto de relações jurídicas de uma pessoa, apreciáveis economicamente
Objeto de direito: coisas e bens
Bem: é tudo que nos agrada
Bens jurídicos: tudo que pode ser objeto da relação jurídica
Coisas: São materiais, concretas
Fatos humanos são susceptíveis de se tornar objeto de relação jurídica – passa a se chamar “prestação”
Bens corpóreos e incorpóreos
Corpóreos podem ser tocados (coisas materiais), incorpóreos não (direitos
Capítulo 15 – Classificação dos Bens
(i)
Móveis e imóvel
Fungíveis e infungíveis
Consumíveis e inconsumíveis
Divisíveis e indivisíveis
Singulares e coletivos
(ii)
Reciprocamente considerados
(iii)
Em relação as pessoas seus titulares

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