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Conciliação, mediação e arbitragem

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Métodos de restauração da paz social
� A vida social é normalmente harmônica;
� Todavia, antes, o homem vivia em estado de
anarquia;
� Segundo Thomas Hobbes, a convivência
humana harmônica foi conquistada pela
elaboração de um contrato social;
� Os filósofos: uns seguem (John Locke e Jean
Jacques Rousseau) outros discutem David
Hume e Adam Smith) esta afirmação de
Thomas Hobbes;
� Cada um renuncia a uma parte de suas
atividades defensivas e ofensivas, na medida
em que os demais procedem de maneira
semelhante;
� Com isso deixa-se o estado anárquico
original e aparecem os primeiros limites da
liberdade;
� Por fim surge a necessidade de coerção para
assegurar o cumprimento dos direito e
obrigações.
� Influenciado por KANT e ROSSEAU, aparece a
teoria de JOHN RAWLS, que sustenta que há uma
situação de igualdade e liberdade para todos os
homens e, sob tais condições, é possível realizar
um acordo coletivo;
� Na versão contratual de RAWLS não há um
projeto de sociedade nem uma forma específica
de governo, devendo haver um ordenamento de
regras coercitivas públicas, dirigidas a pessoas
racionais, com o propósito de regular sua
conduta e prover o marco de trabalho para
cooperação social.
� Todas essas teorias demonstram que OS
HOMENS LUTAM ENTRE SI;
� Cada pensador ou filósofo constrói um
problema ou enuncia um problema, mas a
inquietude unânime refere-se ao dilema
posto a princípio: COMO CHEGAR À
CONVIVÊNCIA;
� O fato histórico que reforma o suposto
teórico é que: sem acordo de vontades a
convivência é impossível.
� ACORDO TÁCITO ANTERIOR:
◦ Em geral, as pessoas atendem à regulação
espontânea, cumprindo as obrigações que assumem e
provocam;
� ACORDO FORMAL – COMPOSIÇÃO,
ARBITRAGEM OU JURISDIÇÃO:
◦ Todavia, a sociedade não convive sem direito, sendo
tarefa da ordem jurídica de promover e harmonizar as
relações sociais, mediante normas de controle
� O contrato social e mesmo a existência da norma
jurídica não são suficientes para a pacificação
social: cumprimento espontâneo não é
verificado;
� O conflito resulta da percepção da divergência de
interesses, é um fator pessoal, psicológico e
social, que deságua no direito;
� Verificam-se, então, duas situações distintas
ocorrentes nas relações sociais:
◦ Uma harmônica – regra geral, pois as pessoas em geral
procuram portar-se com sensatez e bom-senso;
◦ Outra de conflito – é a exceção e ocorre quando o
almejado equilíbrio social não é atingindo;
� CONFLITOS LATENTES: tensões básicas ainda não
desenvolvidas por completo;
� CONFLITOS EMERGENTES: são disputas em que as
partes reconhecem que há uma discrepância e a
maioria dos problemas é evidente, mas não se
estabeleceu ainda a busca de uma solução;
� CONFLITOS MANIFESTOS: são aqueles em que as
partes se comprometem a uma disputa dinâmica
e podem ter começado a negociar ou já foi
estabelecido o impasse
� (Definições de Christopher Moore)
� A doutrina no direito processual destaca a definição
de CARNELUTTI que adotou o CONFLITO DE
INTERESSES para referir-se ao posicionamento
antagônico de duas ou mais pessoas em face de um
mesmo bem da vida;
� O simples CONFLITO DE INTERESSES não tem
relevância jurídica, pois é possível que aquele que
possui interesse se conforme com a sua insatisfação,
podendo, ainda, tomar uma atitude qualquer para
obter o bem da vida objeto do conflito, exercendo a
PRETENSÃO;
� Se há resistência de quem poderia satisfazer a
pretensão surge outro fenômeno:
◦ Conflito de interesses qualificado por uma pretensão
resistida, ou seja: LIDE.
� São usados como sinônimos;
� CONFLITO é uma concepção mais ampla, ou
seja, qualquer conflito de interesses, apesar
de ainda não teme sido manifestadas a
pretensão e a resistência;
� LITÍGIO é mais restrito, é o conflito
manifesto;
� O conflito é inerente à condição humana,
consequentemente é uma CARACTERÍSTICA
DA SOCIEDADE;
� Resolvendo um conflito surgem outros que
tomam a atenção;
� Os conflitos não são apenas fenômenos
individuais, mas também metaindividuais e
sociais
� “A história de toda sociedade até nossos dias é
história de luta de classes. Homem livre e
escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre
e oficial, em suma, opressores e oprimidos
sempre estiveram e constante oposição;
empenhados numa luta sem trégua, ora velada,
ora aberta, luta que a cada etapa conduziu a uma
transformação revolucionária de toda a
sociedade ou aniquilamento das duas classes em
confronto”
� (Karl Marx e Friedrich Engels. Manifesto do partido
comunista, 1847).
� A sociedade moderna se apresenta com uma
CULTURA DE CONFLITOS, levando a uma enorme
e interminável quantidade de conflitos, como,
igualmente, o hábito predominante de atribuir ao
Estado a responsabilidade de proporcionar uma
solução;
� Mas os conflitos não são um mal em si mesmos e
são considerados como aspectos inevitáveis e
recorrentes da vida. Tem funções individuais e
sociais importantes, proporcionando aos homens
o estímulo para promover as mudanças sociais e
o desenvolvimento individual.
� Surgir o conflito;
� Ter almejada a solução;
� Vem os meios com duas alternativas,
basicamente:
◦ Autocomposição;
◦ Jurisdição: meio ordinário a esse fim destinado,
podendo ainda nesta fase chegar a uma
composição;
� Advém os “meios de solução de conflitos” que 
prefiro chamar de “meios de restauração de 
paz”
� Muitos conflitos jamais encontram a solução,
o que se constitui em um problema crônico
da sociedade.
� É a chamada LITIGIOSIDADE CONTIDA, seja,
porque não é compensatório valer-se do
processo judicial (custoso, moroso, caro e
complicado), e porque outros meios eficazes
não se apresentaram para suprir tal
deficiência.
� Possíveis solução para um conflito:
◦ AUTOTUTELA: uma das partes impõe o sacrifício do
interesse da outra, caracterizando o uso da força,
perspicácia ou esperteza, prevalecendo a violência.
Nas sociedades organizadas a autotutela é proibida,
com exceção apenas para situações consideradas
de urgência ou de proporcionalidade entre os
valores em jogo:
� Dir. Penal: Legítima defesa;
� Dir Civil: retenção por benfeitorias, desforço imediato,
penhor legal;
� Dir do Trabalho: greve, lockout, rescisão indireta,
punição dos empregados
◦ AUTOCOMPOSIÇÃO: se dá quando o envolvido, em
atividade de disponibilidade, consente no sacrifício
de seu próprio interesse, unilateral ou
bilateralmente, total ou parcialmente, podendo a
autocomposição chegar a três resultados: renúncia,
submissão e transação;
◦ PROCESSO ou TUTELA JURISDICIONAL: incluindo o
processo arbitral ou o processo judicial
� O Estado tem falhado muito em sua missão 
pacificadora;
� O processo é excessivamente formal e caro, 
com diversas garantias constitucionais e 
exigências que atrasam a efetividade da 
tutela;
� A sociedade e o Poder Estatal abrem os olhos 
para os meios alternativos de pacificação;
� O que importa e interessa é PACIFICAR;
� Ruptura com o formalismo processual:
◦ Desformalização;
◦ Celeridade;
◦ Delegalização;
◦ Métodos mais acessíveis;
◦ Gratuidade ou menor custo;
◦ Diminuir o fator de angústia e infelicidade pessoal;
� Conciliação: é o método de solução de conflitos 
objetivos e circunstanciais. A meta é alcançar um 
acordo razoável entre as partes;
� Mediação: trabalha o conflito, surgindo o acordo 
como mera consequência
� OBSERVAÇÃO: são métodos diferentes, mas o resultado acaba
sendo o mesmo
� Arbitragem: meio alternativo de solução de conflito
que só admite em matéria civil, na medida da
disponibilidade dos interesses substanciais em
conflito, regido pela Lei de Arbitragem (9.307 de 23-
09-1996) que ganhou nova forma e vigor.
� “Mais vale um mau acordo do que uma boa demanda”◦ Esse refrão popular deve ser revigorado no sentido
de que o acordo é sempre benéfico às partes, não
apenas e simplesmente para evitar o processo, mas
para prevenir situações de tensão e ruptura, em
que a coexistência é um relevante elemento
valorativo da Justiça conciliatória;
◦ As partes podem se compor extrajudicialmente ou
nos autos (endoprocessual), a Lei impõe ao Juiz o
dever de tentar conciliar as partes; a mera
indagação se há acordo não constitui tentativa de
conciliação, resultando frustrante para as partes.
� Não é Juiz, porque não julga, nem tem o
poder outorgado pela sociedade para decidir;
� Não é um negociador, que toma parte na
negociação, com interesse direto nos
resultados;
� Não é um árbitro, porquanto não elabora
laudo ou prolata decisão.
� Ser receptivo e acolhedor
� Saber ouvir, sem interromper as partes 
(escuta ativa)
� Ter serenidade 
� Ser didático e claro
� Angariar respeito
� Facilitar a formulação do acordo
� Guardar confidencialidade e a privacidade das 
partes envolvidas
� Apresentação prévia do conciliador é
de suma importância, devendo dizer
quem ele é e qual a sua função
específica;
� Deve enfatizar às partes os
princípios norteadores de uma
conciliação, bem como as vantagens
da autocomposição para ambas as
partes.
Perguntas secas e incisivas, tais como:
� “Tem acordo ou não?”
Respostas vagas e imprecisas, como se não
tivesse preocupado com a solução consensual
do conflito, tais como:
� “Não sei, não é minha função.”
Qualquer conduta, frase ou gesto que implique
favoritismos de quaisquer índoles.
O uso de termos técnicos, como sugerindo a
ocorrência de revelia e etc.
�Da neutralidade e imparcialidade
de intervenção do conciliador;
�Da consciência relativa ao
processo;
�Da confidencialidade;
�Do empoderamento;
�Da validação;
� Art. 139. O juiz dirigirá o processo
conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
� V - promover, a qualquer tempo, a
autocomposição, preferencialmente com
auxílio de conciliadores e mediadores
judiciais;
� Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos
essenciais e não for o caso de improcedência liminar
do pedido, o juiz designará audiência de conciliação
ou de mediação com antecedência mínima de 30
(trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo
menos 20 (vinte) dias de antecedência.
� § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará
necessariamente na audiência de conciliação ou de
mediação, observando o disposto neste Código, bem
como as disposições da lei de organização judiciária.
� § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à
conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2
(dois) meses da data de realização da primeira
sessão, desde que necessárias à composição das
partes.
� § 3º A intimação do autor para a audiência será feita na
pessoa de seu advogado.
� § 4º A audiência não será realizada:
� I - se ambas as partes manifestarem, expressamente,
desinteresse na composição consensual;
� II - quando não se admitir a autocomposição.
� § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu
desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo,
por petição, apresentada com 10 (dez) dias de
antecedência, contados da data da audiência.
� § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização
da audiência deve ser manifestado por todos os
litisconsortes.
� § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode
realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
� § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à
audiência de conciliação é considerado ato atentatório à
dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois
por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da
causa, revertida em favor da União ou do Estado.
� § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus
advogados ou defensores públicos.
� § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de
procuração específica, com poderes para negociar e transigir.
� § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e
homologada por sentença.
� § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação
será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de
20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da
seguinte.
� Profissional de futuro: técnicas de conciliação
e mediação;
� Escritório de conciliação;
� Mas já consta no Código de Ética e Disciplina
da OAB, art. 2º, inciso VI:
◦ Estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a
mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre
que possível, a instauração de litígios;
� Nos últimos anos, por iniciativa de centros de
mediação e de profissionais independentes
houve um avanço na mediação;
� Os Tribunais incentivaram a conciliação
judicial, mediante iniciativas nacionais e
locais;
� O CNJ criou uma política de
institucionalização de meios adequados de
solução de conflitos pela mediação e
conciliação judiciais, por intermédio da
Resolução 125-2010
Rede Integrada de Tratamento de Conflitos –
órgãos do Poder Judiciário, Entidades Públicas e
Privadas parceiras, Universidades e Instituições
de Ensino.
CNJ – órgão de planejamento estratégico, de
auxílio, de incentivo e especialmente de
uniformização do programa para sua
implantação e funcionamento, fixando suas
diretrizes.
Comitê Gestor de Conciliação – realizará o controle da
implantação do projeto, centralizando no Departamento
de Pesquisas Judiciárias – DPJ os dados estatísticos das
atividades dos Tribunais.
Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de
Solução de Conflitos – órgão para implantação e
gerenciamento do programa no respectivo Tribunal.
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania
– unidades destacadas da atual estrutura do Poder
Judiciários responsáveis pela administração dos
procedimentos de conciliação e mediação.
Método de solução de conflitos subjetivos,
onde haja vínculos pessoais ou jurídicos. Há
necessidade de se investigar os elementos
subjetivos que levaram ao estado de
divergência. Possui como vantagens a economia
de tempo, a confidencialidade, a flexibilidade
do procedimento e a perspectiva de se evitar
novos conflitos.
a) Autonomia da vontade das partes
b) Imparcialidade
c) Independência
d) Credibilidade
e) Competência
f) Confidencialidade
g) Diligência
h) Acolhimento das emoções dos mediados
a) Modelo de Harvard – método utilizado para
negociação cooperativa. Foco na solução.
b) Método transformativo – transformação
das pessoas no sentido de conscientização
e respeito da posição do outro.
c) Modelo circular-narrativo – provoca-se nas
partes a análise do conflito, identificando
as diferentes versões para o mesmo
aspecto.
a) Mediação familiar
b) Mediação empresarial ou corporativa
c) Mediação escolar
d) Mediação comunitária
e) Mediação trabalhista
f) Mediação ambiental
A arbitragem pode ser definida como uma
forma de solução de controvérsias, onde o
poder decisório é conferido a um particular, de
forma individual ou colegiada, escolhido pelas
partes, independente do poder estatal.
Ressalta-se, por oportuno, que a decisão
proferida terá o mesmo valor e eficácia que
uma decisão jurídica.
GRECIA
Conflitos entre as cidades gregas
ROMA
1ª Fase – Justiça privada
2ª Fase – Legis Actiones – Arbitramento
facultativo
3ª Fase – Sistema processual formulário –
Arbitramento obrigatório
4ª Fase – Cognitio extraordinária, constituindo
uma forma de “heterocomposição”, mediante
atuação da justiça pública.
A arbitragem recebeu regulamentação do Direito
canônico, sendo positivada no Codex Iuris
Canonici.
Existem três razões primordiais para a ampla
utilização do juízo arbitral na idade média:
a) reiterada prática arbitral no seio da Igreja;
b) as arbitragens intermunicipais, como
forma de escaparà jurisdição Sacro-Império
Romano Germânico; e
c) estrutura social estanque e hierarquizada.
Com o desenvolvimento do Estado Moderno,
houve uma centralização do Poder Jurisdicional
nas mãos do Estado e uma reorganização dos
sistema jurídicos com ênfase na justiça estatal.
Entretanto, com a falta de agilidade e eficácia
do Poder Judiciário reabre espaço para a
arbitragem.
No Brasil, o instituto da arbitragem esteve
previsto desde a Constituição do Império de
1824 até a atual Constituição Federal de 1988.
Além disso, há previsão do procedimento
arbitral nos Códigos Civis de 1916 e 2002,
além da moderna e atual lei de arbitragem (Lei
nº 9.307/96).
A arbitragem pode ser utilizada em contratos
que versem sobre direitos patrimoniais
disponíveis, pois é fruto da autonomia da
vontade das partes. Ex.: direito de vizinhança,
os seguros privados, a propriedade intelectual,
os contratos em geral, o direito locatício, o
direito de posse, marcas e patentes, direitos
condominiais, direitos do consumidor, etc.
A arbitragem pode ser utilizada em
relação às partes transacionáveis de
direitos indisponíveis, propiciando aos
litigantes uma solução mais rápida e
eficaz diante da morosidade do Poder
Judiciário. Ex.: direito ambiental e
direito do trabalho.
Destacam-se quatro teorias que
tentam explicar tal fenômeno. São
elas: a teoria privatista ou
contratual, a teoria jurisdicionalista
ou publicista, a teoria intermediária
ou contratual-publicista (mista), e,
por fim, a teoria autônoma.
CARACTERÍSTICAS - São elas: a celeridade,
julgamento em única instância, confidencialidade,
informalidade, julgamento com maior
conhecimento da matéria e economia.
PRINCÍPIOS DA ARBITRAGEM - São eles: a
autonomia da vontade, o devido processo legal,
imparcialidade do árbitro, livre convencimento do
árbitro e o Kompetenz-kompetenz.
ESPÉCIES - A arbitragem pode se desenvolver
através de duas espécies distintas: arbitragem
institucional e a arbitragem avulsa ou ad hoc.
� A decisão do Juiz Arbitral tem a
mesma eficácia da sentença Judicial.
� Art. 515. São títulos executivos
judiciais, cujo cumprimento dar-se-á
de acordo com os artigos previstos
neste Título:
� VII - a sentença arbitral;
� Os árbitros são cidadãos capazes, de
reputação ilibada, preparados e treinados
especialmente para exercer esta função,
(advogados, economistas, administradores,
engenheiros, arquitetos, corretores,
empresários, contadores, etc.) ;
� O artigo 18 da Lei 9307/96, prevê que “o
Árbitro é Juiz de fato e de direito, sua
Sentença não fica sujeita a recurso na Justiça
Comum”.
� Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional
ameaça ou lesão a direito.
� § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
� § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a
solução consensual dos conflitos.
� § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos
de solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.
� Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de
conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
� § 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo
respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
� § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não
houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou
intimidação para que as partes conciliem.
� § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.
� Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos
princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da
vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e
da decisão informada.
� § 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações
produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser
utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa
deliberação das partes.
� § 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o
conciliador e o mediador, assim como os membros de suas
equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou
elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
� § 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo
de proporcionar ambiente favorável à autocomposição.
� § 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre
autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à
definição das regras procedimentais.
� Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e
mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou
de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com
indicação de sua área profissional.
� § 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por
entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional
de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o
respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro
de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal.
� § 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal
remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o
conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da
respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o
princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional.
� § 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores
constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de
processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a
qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes.
� § 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão
classificados sistematicamente pelo tribunal, que os
publicará, ao menos anualmente, para conhecimento
da população e para fins estatísticos e de avaliação
da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de
conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos
mediadores.
� § 5º Os conciliadores e mediadores judiciais
cadastrados na forma do caput, se advogados,
estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos
em que desempenhem suas funções.
� § 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro
próprio de conciliadores e mediadores, a ser
preenchido por concurso público de provas e títulos,
observadas as disposições deste Capítulo.
� Art. 168. As partes podem escolher, de comum
acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara
privada de conciliação e de mediação.
� § 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas
partes poderá ou não estar cadastrado no
tribunal.
� § 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do
mediador ou conciliador, haverá distribuição
entre aqueles cadastrados no registro do
tribunal, observada a respectiva formação.
� § 3º Sempre que recomendável, haverá a
designação de mais de um mediador ou
conciliador.
� Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o
conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho
remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal,
conforme parâmetrosestabelecidos pelo Conselho
Nacional de Justiça.
� § 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas
como trabalho voluntário, observada a legislação
pertinente e a regulamentação do tribunal.
� § 2º Os tribunais determinarão o percentual de
audiências não remuneradas que deverão ser
suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e
mediação, com o fim de atender aos processos em
que deferida gratuidade da justiça, como
contrapartida de seu credenciamento.
� Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador
ou mediador o comunicará imediatamente, de
preferência por meio eletrônico, e devolverá os
autos ao juiz do processo ou ao coordenador do
centro judiciário de solução de conflitos,
devendo este realizar nova distribuição.
� Parágrafo único. Se a causa de impedimento for
apurada quando já iniciado o procedimento, a
atividade será interrompida, lavrando-se ata com
relatório do ocorrido e solicitação de distribuição
para novo conciliador ou mediador.
� Art. 171. No caso de impossibilidade temporária
do exercício da função, o conciliador ou
mediador informará o fato ao centro,
preferencialmente por meio eletrônico, para que,
durante o período em que perdurar a
impossibilidade, não haja novas distribuições.
� Art. 172. O conciliador e o mediador ficam
impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do
término da última audiência em que atuaram, de
assessorar, representar ou patrocinar qualquer
das partes.
� Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e
mediadores aquele que:
� I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou
da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer
dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º;
� II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação,
apesar de impedido ou suspeito.
� § 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em
processo administrativo.
� § 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro
de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação
inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo
de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por
decisão fundamentada, informando o fato imediatamente
ao tribunal para instauração do respectivo processo
administrativo.
� Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios criarão câmaras de mediação e
conciliação, com atribuições relacionadas à
solução consensual de conflitos no âmbito
administrativo, tais como:
� I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e
entidades da administração pública;
� II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de
resolução de conflitos, por meio de conciliação,
no âmbito da administração pública;
� III - promover, quando couber, a celebração de
termo de ajustamento de conduta.
� Art. 175. As disposições desta Seção não
excluem outras formas de conciliação e
mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos
institucionais ou realizadas por intermédio de
profissionais independentes, que poderão ser
regulamentadas por lei específica.
� Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção
aplicam-se, no que couber, às câmaras
privadas de conciliação e mediação.

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