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APOSTILA DE DIREITO DAS SUCESSÕES PRà TICA

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Prática Processual Civil II Direito das Sucessões
	Professora Cibele Rodrigues
1° BIMESTRE
Primeira Semana
Do Direito das Sucessões.
	
O que é o direito das sucessões? É o conjunto de normas que regula o destino do patrimônio de uma pessoa que faleceu para ser entregue a algumas pessoas, ou parentes ou pessoas destinadas.
E daí nós podemos dizer que a sucessão ou é legítima (quando não há testamento, quando esse testamento foi julgado nulo ou quando esse testamento caducou) ou é testamentária (é quando há algum testamento). 
Ao mesmo tempo podemos ter uma sucessão de legítima e uma sucessão testamentária simultaneamente quando o cidadão não dispôs no testamento e todo seu patrimônio. Às vezes ele faz um testamento e alguns anos depois ele adquiriu outros bens e não altera aquele testamento, então aqueles bens que não estão incluídos no testamento que serão objeto de sucessão legítima. Então ao mesmo tempo nós poderemos ter a sucessão legítima e a sucessão testamentária.
Quando se fala em testamento evidentemente que nós temos 02 fases:
1ª – quando a pessoa falece o juiz vai verificar se o testamento obedeceu aos ditames legais. Ele não vai verificar as disposições testamentárias inicialmente, ele vai verificar se o testador obedeceu a lei ao relatar aquele documento, se isto está correto aí ele manda cumprir o testamento. Quando não há testamento a sucessão será denominada de legítima. 
O que ocorre com a sucessão legítima? A própria lei vai nos dizer quais são os efeitos, e aí que nós temos que lembrar das disposições do direito de família porque quem vai receber a herança são os parentes consangüíneos do cidadão que faleceu sempre na ordem: descendentes, ascendentes, cônjuge sobreviventes e colaterais até o 4º grau (irmãos, sobrinhos, tios e primos) evidentemente a título da exclusão dos parentes mais remotos como regra. Isso quer dizer que nem sempre vai ser assim, às vezes nós podemos ter herdeiros de 1º grau e herdeiros de 2º grau em uma mesma sucessão, ou seja, se o cidadão falece, ele tinha 03 filhos, mas um desses filhos faleceu antes dele e deixou filhos, nós vamos dividir a herança em estirpes (é o ramo familiar). Quando há distinção de grau dizemos que a herança é por estirpe e, quando todos os herdeiros estão no mesmo grau dizemos herança por cabeça.
Então vejam, quando se fala que a regra principal é a de que os mais próximos excluem os mais remotos, claro que temos aqui a exceção do direito de representação quando chamamos netos do falecido para virem receber a herança e, isso só acontece quando há pré-morte, porque quando há renúncia isso não pode acontecer, pois ninguém representa herdeiro renunciante. 
Há um erro que muita gente comete de que quando um herdeiro renuncia a herança pura e simplesmente à parte dele acresce aos demais herdeiros da mesma classe, então se o "A" não quer a sua parte ela vai para "B" e "C".
Quando se fala em renúncia nós temos que raciocinar em termos de: renúncia abdicativa (é aquela quando o cidadão simplesmente diz “não quero”, há que ser um ato formal para alguém renunciar a herança, ou se renuncia por escritura pública ou se renuncia por termo dos autos do inventário) e renúncia translativa (ocorre quando o cidadão diz “eu não quero”, mas quero que minha parte vá para o "tal" pessoa, na verdade erroneamente, mas a praxe é esta, se chama isso de renúncia translativa quando na verdade não é, mas sempre se usa essa expressão. Na verdade é uma aceitação da herança e uma cessão de direitos hereditários e, isso pode ocorrer no inventário porque a única pessoa que vai perder com essa história é cartorário que não lavrou uma escritura de cessão de direitos porque ele fez essa renúncia dentro dos autos). O governo não perde, ele vai receber o imposto duas vezes. O cidadão diz que não quer, mas na verdade quer que vá para "tal" pessoa na verdade ele aceitou a herança, imposto "causa mortis". Como essa herança vai para uma pessoa indicada por ele há uma transmissão "inter vivos".
Então quando a pessoa não quer automaticamente vai para outra. Ex: imaginemos um cidadão que era casado com "Maria", diz a lei: ninguém pode suceder representando herdeiro renunciante, à parte do renunciante acresce aos demais de que todos eles forem da mesma classe chamaremos a classe subseqüente.
O que tem acontecido muito é que vamos imaginar que "A", "B" e "C" renunciem a herança em favor da sua mãe (o pai havia deixado uma casa e os filhos querem que essa casa fique com a mãe). Só que o advogado vem e escreve assim: os herdeiros "A", "B" e "C" renunciam em favor do monte e lavra-se o termo de renúncia. Aí vêm o advogado dias depois e faz uma petição pedindo para que seja expedido uma carta de adjudicação para a mãe dos renunciantes e, o juiz diz assim: indefiro, o pedido não tem fundamento legal, porque quando esses três filhos renunciam nós temos que chamar a classe subseqüente, que é os netos do falecido. Então quem tem que receber a herança são os netos do falecido e não a mãe dos renunciantes, mas se eles querem entregar a herança para a mãe deles deverão fazer renúncia translativa (renunciamos em favor de nossa mãe "fulana de tal"). Então a renúncia pura e simples faz chamar a classe subseqüente.
Bom daqui para frente tudo o que nós falarmos estará dentro do chamado inventário. Quando alguém falece tem que se fazer o inventário, como toda peça processual o inventário feito de forma judicial começa com uma:
Petição Inicial – despacho do juiz
 (
Termo de 1ª Declarações “de cujos”
				 Inventariante e viúva meeira;
				 Herdeiros (filhos e/ou netos);
				 Bens (móveis e imóveis / dívidas ativas, passivas; obrigações; promessa do
 inventariante da não omissão do bem) (( os interessados falam no processo.
	 (
Últimas Declarações
 (
Cálculos 
 (
Esboço da Partilha
 (
Sentença. 
Petição Inicial – essa petição inicial não precisa ter mais do que 10 linhas ("fulano de tal" devidamente qualificado, vem, por seu advogado infra firmado, conforme instrumento de mandato incluso, dizer que faleceu aos "tantos dias", do ano "tal", fulano de tal, sem deixar testamento ou disposição de última vontade, deixando bens e herdeiros. Disto posto vem requerer a abertura do inventário dos bens deixados pelo falecido pedindo a sua nomeação como inventariante, assinando o respectivo compromisso seguindo-se até o final da sentença. Dando-se à causa do valor de R$ ---------------. P. Deferimento. Data, etc).
A esta petição inicial nós juntamos 02 documentos: 1º o instrumento de procuração outorgado ao advogado e, 2º o documento fundamental para a abertura do inventário que é o atestado de óbito do falecido. Se o advogado tiver recebido a procuração de todos os herdeiros ele pode juntar todas as procurações logo no início para não ter que juntá-las depois. O juiz vai dar um despacho e pode variar, pois cada juiz tem uma forma de despachar e, esse despacho pode ser logo na petição inicial, pronto, começamos o inventário. O advogado vai ao fórum e assina um compromisso de inventariante pelo seu cliente.
MODELO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CÍVEL (DA FAMÍLIA E SUCESSÕES) DA COMARCA DE ___________________ ESTADO DE SÃO PAULO.
				ERCÍLIA LOPES PEREIRA, brasileiro, casado, comerciante, portador da Cédula de Identidade RG nº 8.000.600 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 300.000.111-20, residente e domiciliado na Rua Ari Ferradura, nº 465, Vila India, na cidade e Comarca de _____________, Estado de São Paulo, por sua advogada e bastante procuradora infra- firmado, vem dizer que faleceu aos 23 (vinte e três) de maio de 2006 (dois mil e seis), o cônjuge do requerente, JOÃO PEREIRA, conforme cópia da Certidãode Óbito que segue em anexo, sem deixar testamento ou qualquer disposição de última vontade, mas deixando bens a inventariar e herdeiros, conforme documentos que seguem em anexo.
				A suplicante requer o processamento do inventário, bem como que se dê ao mesmo o rito de ARROLAMENTO, uma vez que todos os herdeiros são maiores e capazes.
				Requer, assim, sua admissão como inventariante prosseguindo-se até final, representado por sua procuradora infra assinado.
				Deste modo, com documentos inclusos, aguarda a homologação por este juízo, da partilha amigável, como consta do Plano de Partilha que segue em anexo.
			
				Dando-se a causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Termos em que,
Pede Deferimento.
Tupã, 27 de fevereiro de 2014.
ADVOGADO
OAB/SP...
O que é o inventariante? É aquele que vai administrar a herança até a partilha, ele que vai cuidar de tudo, ele é o responsável por todo o patrimônio do falecido. Assinando os compromissos, aí vem à peça mais importante do inventário que é exatamente o:
Termo de primeiras declarações. O termo de primeiras declarações deve conter no início:
"De cujus" (é o falecido) – iremos qualificar esse cidadão;
Ele era casado. Então tem a inventariante que é a viúva, e se o casamento, por exemplo, foi no regime da comunhão universal de bens vamos colocar aqui: inventariante e viúva meeira (é a que tem a meação dos bens), com nome, RG, e demais dados da qualificação.
Herdeiros – se forem só herdeiros filhos vamos colocar só herdeiros filhos, se tiver herdeiros filhos e herdeiros neto por representação, aí vamos nomear cada herdeiro, claro com toda a sua qualificação (RG e CPF são fundamentais), se é casado ou solteiro, etc;
Bens – em primeiro lugar vamos descrever os bens imóveis e, aí é claro que não se vai pegar aquela escritura que o cidadão tem daquele imóvel que lhe pertence ou lhe pertencia quando faleceu e copiar toda escritura, não, nós só vamos descrever o imóvel (por exemplo, um lote de terreno da quadra 4, n. º 42, confrontações, e demais dados que vocês aprenderão na aula de prática civil).
Terminada a descrição do imóvel, referente imóvel foi adquirido pelo "de cujus" conforme escritura pública lavrada no cartório "tal", folhas "tais", livro "tal", exatamente onde foi registrada essa escritura e o número da matrícula. 
Podemos colocar já ao final da descrição de cada imóvel o seu valor, ainda que o venal (é o valor que aparece comprovando o imposto da prefeitura é, aquele que o Estado aceita para efeito de tributação), o que eu não posso é colocar um valor menor. Isso eu posso descrever ao final de todos os bens das primeiras declarações ou posso a cada bem colocar o valor, não importa, aí vai depender do estilo do advogado gosta de usar.
Depois de descrever todos os bens imóveis, vou descrever os bens móveis, tudo aquilo que precisa fazer transmissão documentada (telefone, automóveis, ações de bancos, etc.). Ao término disso descrevo as:
 Dívidas Ativas – quais os créditos que tinha o "De cujus" a receber e não recebeu ainda e agora quem tem que receber é a família, depois das dívidas ativas;
As dívidas Passivas – quais os débitos que ele deixou, depois as:
Obrigações – pode ser que as tenha o herdeiro ou o falecido, tivesse que outorgar uma escritura para alguém, por exemplo, vendeu um imóvel para alguém e o cidadão não exigiu ainda escritura, já havia sido pago e o comprador não chegou para ele é ainda e falou assim: quero fazer escritura. Mas passou-se um tempo ele foi lá pedir a escritura e o cidadão já havia falecido, conseqüentemente quem tem que outorgar a escritura é o inventariante, só tem que expedir um alvará e, é por isso que temos que declarar nas primeiras declarações que tem obrigações.
MODELO
“ARROLAMENTO DOS BENS DEIXADOS POR JOÃO PEREIRA”
( DECLARAÇÃO A QUE ALUDE O ARTIGO 993 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ).
PRIMEIRAS DECLARAÇÕES
DE CUJOS
JOÃO PEREIRA, brasileiro, aposentado, que era casado pelo regime de comunhão universal de bens, anterior a Lei n.º 6515//77, com ERCÍLIA LOPES PEREIRA, conforme certidão de casamento, era titular da Cédula de Identidade RG 0.000.000-0 e do C.P.F./M.F.000.000.110-53, era residente e domiciliado na Rua Vicente Zamataro n.º 21, nesta cidade, onde faleceu no dia 03 (três) de maio do ano 2.007 (dois mil e sete), com setenta e dois anos de idade, ab intestato, conforme certidão de óbito.
VIÚVA MEEIRA
ERCÍLIA LOPES PEREIRA, brasileira, viúva, do lar, portadora da Cédula de Identidade RG nº 8.000.600 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 300.000.111-20, residente e domiciliado na Rua Ari Ferradura, nº 465, Vila India, na cidade e Comarca de _____________SP.
HERDEIROS
 I-___ ANTONIO ROBES PEREIRA, brasileiro, técnico administrativo, portador da Cédula de Identidade RG 11.000.000-SSP/SP e inscrito no C.P.F./M.F. 004738468-96, casado com MARIA APARECIDA JANE PEREIRA conforme Certidão Inclusa, brasileira, do lar, portadora da Cédula de Identidade RG 8.392.104-7 SSP/SP, e do C.P.F/MF n.º 017.004.008-00, ambos residentes e domiciliados os cônjuges na Rua Jorge Elias n.º 415, em _________- SP. Procurações anexas.
CLEUSA LOPES PEREIRA, brasileira, doméstica, portadora da Cédula de Identidade RG 00.007.000-8 SSP/SP e inscrita no C.P.F./M.F. 007.007.100-07, casada com GONÇALO DE SOUZA, conforme Certidão de Casamento que vai inclusa, brasileiro, caseiro, portador da Cédula de Identidade RG 00.000.000, inscrito no C.P.F/MF 000.700.000-09, igualmente domiciliado em ______-SP, residindo os cônjuges na Rua Guilherme Dibber, Chácara da Manhã, em _____- SP. Procurações anexas.
4 – BENS
I - IMÓVEIS
1 – UM LOTE DE TERRENO URBANO COM RESIDÊNCIA, na Rua Vicente Zamai, n.º 21, na cidade de ______- SP, com medidas e confrontações seguintes: O terreno consiste no lote n.º 02, da Quadra n.º L, medindo 10.00 metros de frente para a Rua Vicente Zamai; 24,25 metros pelo lado direito onde confronta com o lote 01; 24,25 metros pelo lado esquerdo, onde confronta com o lote 03; 10 metros na linha de fundo, onde confronta com o lote 07. Sobre este lote foi construída uma unidade residencial do tipo BU-I-3-42 com 41,88 metros quadrados de área construída, contendo a casa 01(uma) sala, 03 (três) dormitórios, cozinha e banheiro, por construção própria, averbada à margem do título aquuisitivo, e o terreno, em maior porção, nos termos da Escritura Pública às fls. 123 do livro n.º 479 no cartório 1º Ofício de Bauru-SP, devidamente registrada sob o n.º 9.500 R 1, às fls.01 do livro n.º 2 RG do Cartório de Registro de Imóveis da cidade de _____- SP, conforme cópia do contrato de promessa de compra e venda que segue anexo. O imóvel citado encontra-se devidamente quitado junto à COHAB- BAURU, conforme cópia do Termo de Quitação que segue anexo, e está devidamente cadastrado junto a municipalidade sob o n.º 01808400-7 declarado pelo valor venal atual de R$ 40.000,00 ( Quarenta mil reais), conforme Laudo de Avaliação que segue em anexo.
Terminado isso e não tendo mais nada a declarar, e aí há que se fazer o encerramento dessas declarações da seguinte forma: São essas as declarações que o inventariante tem a prestar, prometendo trazer ao conhecimento do juiz qualquer outro bem que porventura não tenha sido declarado e que seja no momento de desconhecimento do inventariante, porque que se faz isso? Por que se o inventariante taxativamente declarar que só tem isso e ponto, poderá amanhã ele incorrer na pena de sonegados, ou seja, omitir bens que deveriam ser declarados e, se vier à pena para perder o direito sobre esses bens. Então sempre se faz essa ressalva porque é comum aparecer dali 01 mês, 02 meses um comunicado do banco "tal" que o cidadão tinha ações no banco e a mulher não sabia, os filhos não sabiam.
Efetuadas essas primeiras declarações, todos os interessados devem falar no processo, quais são esses interessados?Primeiramente o inventariante e os herdeiros, se tiver herdeiros menores vai para o Ministério Público que também vai falar se está de acordo ou não com as declarações, vai para fazenda do Estado também para o Procurador se manifestar se esta de acordo com as declarações principalmente no que diz respeito aos valores e alguns outros probleminhas que podem surgir no inventário. Bom, terminamos a fase das primeiras declarações e aí vem uma outra fase que nós chamamos de:
Últimas Declarações – esta fase é para acrescentarmos aqueles bens que foram omitidos nas primeiras declarações e que só agora chegou ao conhecimento dos herdeiros. A partir daí todos voltam a falar do processo.
A coisa mais comum do inventário é o advogado cometer alguns enganos como, por exemplo, inverter o número do CPF, às vezes o próprio cliente de uma informação dizendo que o cidadão era divorciado e ele não era, enfim, e nós já tivemos as primeiras declarações, mas ainda não fizemos as últimas declarações, e aí, vem o cliente informa que alguma coisa está errada ou às vezes depois de apresentadas às declarações o advogado vai fazer uma revisão no escritório e percebe alguma falha, o que faz um advogado ruim? Entra com uma petição antes das últimas para corrigir as falhas, só que esta petição que ele faz vai retardar o inventário dele no mínimo 02 meses, porque o advogado ao entrar com uma petição dessas, o juiz que vai dizer “digam”, isto quer dizer que todos terão que falar novamente no processo, aí se todo mundo estiver de acordo com as primeiras declarações ratifica-se-a as primeiras declarações, isso é uma calamidade. O que o bom advogado tem que fazer quando percebeu que errou? Espera o momento das últimas declarações e aí vem dizer nas últimas que o CPF das folhas "tais" é o número "tal", pronto, ele ganhou no mínimo 60 dias. 
Passado isso aí vamos fazer os cálculos, o que é o cálculo? O cálculo na verdade é a soma dos valores de todos os bens e aí vou dizer quanto cabe à cada herdeiro, ao mesmo tempo em que eu digo quanto cabe a cada herdeiro eu vou dizer qual é o valor do imposto. O imposto no Estado de São Paulo (ITCMD) declarado no site da Fazenda do Estado de São Paulo, conforme o valor ele vai variando. Recolhido imposto acaba-se o inventário, que aí passamos para a fase seguinte que é a:
Partilha – a partilha é normalmente o advogado quem faz, ele conversa com o cliente para saber mais ou menos qual a intenção de cada um. Quando se faz um esboço da partilha, já temos os valores dos bens, já sei quanto cada um vai receber: primeiro o pagamento se faz a inventariante cuja parte foi estabelecida em "X", ora eu sei que eu tenho que pagar, por exemplo, para viúva de R$50.000,00 então eu vou pegar os bens que eu declarei e vou começar atribuir para cada herdeiro até chegar R$50.000, que é o total que é o da viúva. Então estou pagando os herdeiros e todos devem receber igualmente e, aqui eu vou até o final, até encerrar o pagamento a todos os herdeiros não podendo sobrar nenhum. Se nós pudermos eliminar o condomínio melhor, se não der para eliminar, paciência, vamos colocar os herdeiros juntos e cada um vai ter uma parte dele em cada um dos bens declarados.
MODELO
PLANO DE PARTILHA
ESPÓLIO DE JOÃO PEREIRA
CARTÓRIO DE JUÍZO E COMARCA DE TUPÃ – SP
BENS A PARTILHAR
I – IMÓVEIS
1- UM LOTE DE TERRENO URBANO COM RESIDÊNCIA, na Rua Vicente Zamai, n.º 21, na cidade de ______- SP, com medidas e confrontações seguintes: O terreno consiste no lote n.º 02, da Quadra n.º L, medindo 10.00 metros de frente para a Rua Vicente Zamai; 24,25 metros pelo lado direito onde confronta com o lote 01; 24,25 metros pelo lado esquerdo, onde confronta com o lote 03; 10 metros na linha de fundo, onde confronta com o lote 07. Sobre este lote foi construída uma unidade residencial do tipo BU-I-3-42 com 41,88 metros quadrados de área construída, contendo a casa 01(uma) sala, 03 (três) dormitórios, cozinha e banheiro, por construção própria, averbada à margem do título aquuisitivo, e o terreno, em maior porção, nos termos da Escritura Pública às fls. 123 do livro n.º 479 no cartório 1º Ofício de Bauru-SP, devidamente registrada sob o n.º 9.500 R 1, às fls.01 do livro n.º 2 RG do Cartório de Registro de Imóveis da cidade de _____- SP, conforme cópia do contrato de promessa de compra e venda que segue anexo. O imóvel citado encontra-se devidamente quitado junto à COHAB- BAURU, conforme cópia do Termo de Quitação que segue anexo, e está devidamente cadastrado junto a municipalidade sob o n.º 01808400-7 declarado pelo valor venal atual de Quarenta mil reais------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ R$ 40.000,00. 
VALOR TOTAL DO MONTE-MOR A PARTILHAR R$ 40.000,00.
		
	POSTO ISTO, apresentado o PLANO DE PARTILHA, requer que sejam os bens partilhados sob a forma universal ou comum.
PAGAMENTO DOS QUINHÕES HEREDITÁRIOS
DÍVIDAS
			Não há.
MEAÇÃO
			Pertencente à cônjuge supérstite---------------- R$ 20.000,00.
HERANÇA
			Pertencente aos herdeiros – FILHOS ( 02 )-----R$ 20.000,00.
QUINHÕES
			Feito os cálculos verificou-se que sendo 02 (dois) o número de herdeiros, haverá que receber CADA UM, a importância de ---------------------------------------------------------- R$ 10.000,00.
PAGAMENTO Nº 01
à VIÚVA MEEIRA, ERCILIA LOPES PEREIRA, brasileira, do lar, titular da Cédula de Identidade RG nº 8.000.600 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 300.000.111-20, residente e domiciliado na Rua Ari Ferradura, nº 465, Vila India, na cidade e Comarca de _____________ – SP. 
HAVERÁ
			Para pagamento de sua meação o seguinte:
			No bem imóvel descrito, deste Plano de Partilha, declarado pelo valor de R$ 40.000,00 ( Quarenta mil reais), lhe será pago somente uma parte ideal, correspondente a metade, ou seja 50 % ( cinqüenta por cento ), no valor de ( vinte mil reais )----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------R$ 20.000,00.
			
			Perfazendo assim, o seu pagamento, o valor total de ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------R$ 20.000,00.
PAGAMENTO N.º 02
			AO HERDEIRO FILHO ANTONIO ROBES PEREIRA, brasileiro, técnico administrativo, portador da Cédula de Identidade RG 11.000.000-SSP/SP e inscrito no C.P.F./M.F. 004738468-96, casado com MARIA APARECIDA JANE PEREIRA conforme Certidão Inclusa, brasileira, do lar, portadora da Cédula de Identidade RG 8.392.104-7 SSP/SP, e do C.P.F/MF n.º 017.004.008-00, ambos residentes e domiciliados os cônjuges na Rua Jorge Elias n.º 415, em _________- SP. 
HAVERÁ
			Para pagamento de sua Legítima, o seguinte:
			No bem imóvel descrito, deste Plano de Partilha, declarado pelo valor de R$40.000,00 ( Quarenta mil reais), lhe será pago uma parte ideal, correspondente a 25 %, do valor acima, ou seja, ( Dez mil reais)-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------R$ 10.000,00.
PAGAMENTO N.º 03
		A HERDEIRA FILHA, CLEUSA LOPES PEREIRA, brasileira, doméstica, portadora da Cédula de Identidade RG 00.007.000-8 SSP/SP e inscrita no C.P.F./M.F. 007.007.100-07, casada com GONÇALO DE SOUZA, conforme Certidão de Casamento que vai inclusa, brasileiro, caseiro, portador da Cédula de Identidade RG 00.000.000, inscrito no C.P.F/MF 000.700.000-09, residindo os cônjuges na Rua Guilherme Dibber, Chácara da Manhã, em _____- SP. 
HAVERÁ
			Para pagamento de sua Legítima, o seguinte:
			No bem imóvel descrito, deste Planode Partilha, declarado pelo valor de R$40.000,00 ( Quarenta mil reais), lhe será pago uma parte ideal, correspondente a 25 %, do valor acima, ou seja, ( Dez mil reais)-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------R$ 10.000,00.
TOTAL DO PAGAMENTO AOS HERDEIROS FILHOS 02 ( dois )----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------R$ 20.000,00.
			Ante o exposto, requerem a homologação da partilha.
É neste momento que o advogado deverá requerer a expedição de mandado de adjudicação nos casos em que há somente um herdeiro e ainda se, havendo mais de um herdeiro, todos renunciaram em favor de um só em determinado bem, visto que, referido bem ficará somente no nome de uma pessoa. No caso do de cujus ter deixado valores depositados, deverá o inventariante requerer a expedição de alvará para o levantamento da quantia depositada.
Tupã, 27 de fevereiro de 2.014.
ADVOGADO
OAB......
 
Terminado esse esboço evidente que todos vão se manifestar se estão de acordo com esse esboço de partilha, estando todo mundo de acordo o juiz dará a segunda e última sentença dentro dos autos do inventário, aí o advogado vai ao cartório para tirar cópias das principais peças do inventário que é exatamente o formal de partilha que é a escritura que os herdeiros recebem. É depois disso que nós temos que levar para o cartório de registro de imóveis, e se houver veículos temos que levar também para departamentos de trânsito para transferir algum bem, senão eu peço por alvará. 
O que é o arrolamento? É tudo isso que foi falado, mas em uma única peça. A diferença entre o inventário e o arrolamento é que no inventário tem todas as fases dentro do prazo legal e no arrolamento faz tudo direto, tudo em uma única peça e peço já a sua homologação. 	
O que o advogado não pode fazer? Não deixar o processo parado, reformar tudo aquilo que ele já fez, pois processo parado acabou o advogado. 
Chega um momento em que o inventário está quase no fim e aparece o cliente para dizer que tem um imóvel a declarar, o que deve o advogado esperto fazer? Inicialmente nada, vai com esse processo de inventário até o final, em todas essas questões complicadas e se o inventário está no fim e eu não vou retroagir por que eu vou bagunçar totalmente com o inventário se eu tiver que colocar aquele bem lá atrás nas primeiras declarações, então nós temos que primeiro terminar o inventário e depois de terminado o inventário entra-se com um pedido de sobrepartilha manda atuar em apenso aos autos do inventário e divido aquele bem entre os herdeiros, para que não haja paralisação do inventário, isso eu posso fazer sempre não há problema algum.
Quando se tem o testamento leva-o ao conhecimento do juiz, ele vai olhar se o testamento foi bem feito, se ele mandar cumprir fazemos o inventário com base no testamento, aí sim nessa segunda fase, depois de passar a primeira fase onde o juiz verifica se o testamento foi bem feito e de mandar cumpri-lo, o juiz vai verificar aquilo que o testador poderia ter feito e aquilo que ele não poderia ter feito, mas isso não anula o testamento, anulamos a disposição testamentária (ex: se ele deixou para quem não podia, esse herdeiro não vai receber), vamos adaptar aquele testamento as normas legais.
Se depois de feito o testamento, o juiz verificou que está em ordem, inicia-se um capítulo que chamamos de disposições testamentárias onde nós vamos ver cláusulas permissivas, cláusulas proibidas e cláusulas interpretativas e, aí que é o grande problema, porque a lei vai dizer que se a disposição não for suficientemente clara vamos rever mais a sua intenção do que o sentido literal da linguagem. Ex: o cidadão tem um neto que é médico e deixa uma coleção de livros jurídicos, ele errou na designação do herdeiro, nesse caso percebe-se que a disposição está errada então juiz vai interpretar essa situação.

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