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25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/12 Módulo 6 Ineficácia dos Atos da Falida: Haja ou não intuito fraudulento de prejudicar credores, o ato, se resultar de quaisquer das hipóteses do art. 129 da LF, será ineficaz perante a massa falida, desde que praticado dentro do prazo da lei ou de acordo com os demais pressupostos. A ineficácia está condicionada à prática em um certo lapso temporal (termo legal da falência ou nos 2 anos anteriores à quebra). É irrelevante se a falida agiu ou não com fraude para que o ato, realizado no prazo mencionado na lei, seja ineficaz. Dos atos do art. 129 que, independentemente da época em que ocorreram e da comprovação de fraude, são reputados ineficazes, interessa ao estudo da falência da sociedade empresária apenas o previsto no inciso VI, a alienação de estabelecimento comercial. De acordo com o art. 129 da LF são objetivamente ineficazes perante a massa falida os seguintes atos: a) O pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal da falência, por qualquer meio extintivo do direito de crédito (art. 129, I). O que torna ineficaz o ato é a circunstância da obrigação não ter vencido, isto é, a falta de exigibilidade da obrigação. Se a dívida não era exigível, mas a sociedade devedora pagou, então deve ser desconstituído os efeitos do ato, retornando à massa falida o valor pago, para que haja tratamento paritário entre os credores. b) O pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal da falência, por qualquer forma que não seja a prevista no contrato (art. 129, II). O ato ineficaz é o pagamento de dívida vencida por forma diversa da contratada. Por exemplo, se, no termo legal, vence uma duplicata, e a sociedade devedora quitaa mediante dação em pagamento, transferindo ao credor bens de seu ativo imobilizado, ela não cumpriu a obrigação vencida como tinha pactuado. Esse pagamento frustra o tratamento paritário, na medida em que os bens da sociedade devedora representam a garantia de todos os credores. c) A constituição, dentro do termo legal da falência, de direito real de garantia em relação a obrigação anteriormente contraída (art. 129, III). Sendo coincidentes o surgimento da obrigação e a constituição da garantia real, não há ineficácia desta última. O que a lei coíbe é a atribuição a credor quirografário de garantia que o promove a classe preferencial na ordem de classificação dos credores, tendo em vista que o objetivo do concurso é possibilitar o tratamento paritário. d) Os atos a título gratuito praticados nos 2 anos anteriores à decretação da quebra (art. 129, IV). Como os objetivos da sociedade empresária são sempre lucrativos, não se justificam atos de mera liberalidade, importando, inclusive, responsabilidade aos administradores (art. 154, § 2º, a, da LSA). 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/12 Salvo as doações de valor ínfimo, feitas, por exemplo, em benefício de entidades culturais ou assistenciais. Outra exceção é a gratificação paga a diretores e empregados, que segundo a doutrina como integram a remuneração ou o salário, não são alcançados pela ineficácia da lei falimentar. e) a renúncia à herança ou a legado, até 2 anos antes da decretação da falência (art. 129, V); f) Venda ou transferência de estabelecimento comercial (trespasse) sem a anuência expressa ou tácita de todos os credores ou seu pagamento, salvo se a sociedade empresária conservou, em seu patrimônio, bens suficientes para garantir o pagamento do passivo (art. 129, VI). A lei considera ineficaz o trespasse, como negócio jurídico de transferência da titularidade do estabelecimento, quando realizado sem a anuência expressa dos credores ou notificação destes. A venda, em separado, de alguns bens que compõem o estabelecimento empresarial, não é considerada ineficaz pela lei. g) Registro no Cartório de Imóveis de direito real de constituição de garantia ou de transferência de propriedade imobiliária por ato inter vivos posterior à decretação do sequestro ou da falência, salvo prenotação anterior (art. 129, VII). Pela lei civil a oneração ou a alienação da propriedade imobiliária se operam pelo registro da escritura pública ou de instrumento de mesmos efeitos no cartório de Imóveis (arts. 1.245 e 1.492, ambos do C. Civil). Verificada a falência ou a medida preliminar de sequestro, sem que o credor ou adquirente tenham providenciado o registro, o ato registrário tardia será ineficaz perante a massa falida. Nesse caso, caberá ao credor titular da garantia habilitarse como quirografário e ao adquirente o direito ao preço pago ou, sendo este superior ao apurado com a liquidação do imóvel, ao da venda judicial. h) Reembolso à conta do capital social, quando o acionista dissidente não for substituído, em relação aos credores da sociedade falida anteriores à retirada (art. 45, § 8º, da LSA). O acionista dissidente de determinadas deliberações da assembleia geral pode desligarse da sociedade e exigir o reembolso do capital investido, exercendo o direito de recesso. A companhia ao reembolsá lo utilizará da conta lucros ou reservas, ou da reserva de capital social. Se o reembolso for feito à conta do capital social, isso resulta na redução dos recursos estáveis da companhia. É claro que se for substituído o acionista dissidente, reingressam na companhia recursos equivalentes ao reembolso, superando o aumento do risco. Não se verificando a substituição e decretada a falência, o acionista deverá restituir à massa falida o valor recebido a título de reembolso, para a satisfação dos credores existentes à data do exercício do direito de retirada. Por outro lado, os atos subjetivamente ineficazes, não estão listados pela lei. Para estes, é irrelevante a época em que foram praticados, bastando para a sua ineficácia perante a massa a demonstração de que o representante legal da sociedade falida e o terceiro contratante agiram com fraude, com intuito de prejudicar credores ou frustrar os objetivos da falência (art. 130 da LF). Como exemplo, podese citar qualquer ato referido pelo art. 129, I a IV e VII, da LF, mas praticados fora do período, se provado que as partes agiram com fraude. 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/12 PROCESSO DA FALÊNCIA Fases: O processo de falência desdobrase em três fases: A primeira referese ao pedido de falência, conhecida como fase préfalimentar. Ela tem início com a petição inicial de pedido de falência e concluise com a sentença declaratória ou denegatória desta. A segunda á a fase falimentar propriamente dita, instaurada pela sentença declaratória e concluída pela sentença de encerramento da falência. Compreende duas etapas: a cognitiva, que visa o conhecimento judicial do ativo e passivo do devedor, bem como a investigação da prática de crime falimentar, e a fase satisfativa (liquidação), cujo objetivo é a realização do ativo e o pagamento do passivo. Por fim, a fase pósfalimentar é a da reabilitação dos representantes legais da sociedade falida condenados por crime falimentar. Cada uma dessas fases desdobrase em incidentes, ações, medidase providências. Em caso de lacuna do Decretolei nº 7.661/45, aplicase à falência as disposições comuns de direito processual, civil ou penal, conforme o caso. Exemplo, a legislação falimentar é omissa quanto ao cabimento de honorários de sucumbência na denegação do pedido de falência. No entanto, predonima o entendimento de que é devida essa verba, por aplicação subsidiária do art. 20 do CPC. Entretanto, há uma hipótese em que o direito processual civil não pode ser invocado como supletivo do falimentar, ou seja, no cabimento de recursos contra as decisões proferidas no processo de falência ou em seus incidentes. O processo de falência adota sistema recursal próprio, distinto do processo comum. Se a Lei de Falências não apontar o recurso cabível contra certa decisão, ela será irrecorrível. No que diz respeito aos aspectos gerais do processo falimentar, os prazos para a prática dos atos são peremptórios e contínuos; não se suspendem nas férias forenses ou feriados e correm, geralmente, em cartório independente de intimação ou publicação da parte (art. 204). Assim, as partes devem ficar atentas. Quando a lei estabelecer que o prazo para determinado ato tem início a partir de outro anterior, não será a parte responsável pelo primeiro intimada da prática deste último. Por exemplo, quem habilita crédito na falência deve retornar ao cartório no 11º dia seguinte ao término do prazo de habilitação para saber se algum interessado o impugnou, já que o prazo para o credor se defender contra a impugnação de sua declaração é definido na lei entre 11º e o 13º dia seguintes ao término do prazo de habilitação. Contudo, essa regra está caindo em desuso, uma vez que a nomeação e investidura do administrador na função atrasa, a arrecadação dos livros e documentos, os pareceres sobre os créditos habilitados não são juntados tempestivamente; todo o processo segue desrespeitando os exíguos prazos. Desta forma, não pode ser exigido do advogado das partes os rigores das normas falimentares. Assim, os juízes têm determinado, na falência e em seus incidentes, intimações das partes pela imprensa oficial. 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/12 Outra regra da falência é no que tange a publicação de editais, avisos, anúncios e do quadro geral de credores, que deverá ser feita por duas vezes no órgão oficial, mas o prazo começara a fluir da data da primeira inserção (arts. 204, parágrafo único, e 205, caput). Assim, por exemplo, o recurso contra a sentença declaratória deve ser interposto no prazo correspondente (10 dias para o agravo por instrumento e 2 dias para os embargos), que corre a partir da primeira publicação. Fase de Conhecimento: Com a sentença declaratória da falência iniciase o processo falimentar propriamente dito, dividindose em duas fases: a cognitiva (ou informativa) e a satisfativa (liquidação). A fase cognitiva tem início com a sentença declaratória da falência e encerrase com a publicação do aviso de início da liquidação, quando começa a fase satisfativa. A fase falimentar propriamente dita tem 2 objetivos: a definição do ativo e do passivo da falida e a investigação da ocorrência de crime falimentar. O conhecimento judicial da extensão do ativo da sociedade empresária envolve atos como a arrecadação dos bens encontrados no estabelecimento da falida (art. 63, II) ou o depósito em cartório dos seus livros obrigatórios (art. 34, II), que também auxiliarão na mensuração do passivo. Envolve também procedimentos como o pedido de restituição (art. 76 e seu § 2º) ou os embargos de terceiros (art. 79). A definição do passivo da devedora operase por medidas judiciais como as declarações, habilitações e impugnações de crédito (arts. 80 a 110) ou a ação rescisória de crédito admitido (art. 99). A ocorrência de crime falimentar está relacionada ao inquérito judicial (arts. 103 a 113). As providências relativas aos objetivos da fase cognitiva, ou seja, as relacionadas à verificação do ativo e passivo e, à investigação de crime falimentar, desenvolvemse simultaneamente. Pedidos de Restituição: A definição do ativo da sociedade falida é objetivo da fase de conhecimento da falência que se alcança pela conjugação do ato de arrecadação dos bens da devedora e pelo procedimento de restituição. A arrecadação representa a constrição judicial do patrimônio da falida, na execução concursal, e abrange todos os bens de sua propriedade, além dos que se encontra em seu estabelecimento, dos quais a falida é locatária, depositária ou comodatária. No entanto, os bens que não integram o patrimônio da sociedade não podem ser liquidados para a satisfação dos credores, e o meio adequado para destacálos da massa é o pedido de restituição. Também são passíveis de restituição, as mercadorias entregues nos quinze dias anteriores ao pedido de falência. A lei prevê dois pedidos de restituição. O primeiro, está previsto no caput do art. 76, tem por fundamento a titularidade de direito real sobre bem arrecadado, e o seu objetivo é destacar as coisas que não são do patrimônio da sociedade falida. O segundo, encontrase disciplinado no § 2º do art.76, tem por fundamento a entrega de mercadorias, vendidas as prazo e nã pagas, ocorrida nos 15 dias que antecedem ao pedido de falência e visa coibir 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/12 a máfé presumida da falida. São iguais os procedimentos nos pedidos de restituição. Se for deferido o pedido de restituição, a coisa deve ser restituída em espécie, ou seja, deve ser devolvido ao requerente o mesmo bem de sua propriedade. Exceto nos seguintes casos (art. 78 e seus §§): a) se houver subrogação do bem, o reclamante terá direito à coisa subrogada (exemplo, a transformação de matériaprima em produto manufaturado será esse entregue pela massa); b) se o bem se perdeu, receberá o reclamante o seu valor estimado; e c) se tiver sido vendido pela massa, na hipótese da restituição do art. 76 caput, ou em qualquer caso, o requerente terá direito ao preço obtido pelo bem. Nas duas últimas situações a restituição será feita em dinheiro. Nos caso em que a restituição é feita em espécie, ela deve seguirse ao trânsito em julgado da sentença que acolher o pedido, determinando o juiz, nas 48 horas seguintes, a expedição de mandado para a entrega da coisa ao requerente. Se for feita em dinheiro, o administrador deve providenciar o pagamento ao requerente durante a liquidação, após pagar as despesas de administração da falência, mas antes de atender à ordem de classificação dos créditos. Inferese, assim, que os titulares de direito à restituição não entram na classificação dos credores. Restituição do caput do art. 85 da LF: Por esse dispositivo a restituição operase em relação aos bens que estavam na posse da sociedade falida e, por isso, foram arrecadados, isto é, são bens em que a falida era comodatária, depositária ou locatária. O proprietário do bem pode se utilizar de duas medidas judiciais: o pedido de restituição (art. 85, caput) e os embargosde terceiro (art. 93). Qualquer uma delas pode ser usada pelo titular do bem. Julgada procedente a medida judicial, deverá ser destacado da massa o bem e entregue ao proprietário. Compete exclusivamente ao juiz decidir se o bem encontrado no estabelecimento pertence ou não à sociedade falida. O pedido de restituição possui um rito cognitivo sumário, em que a coisa julgada somente opera em relação à natureza da posse que a falida exerce sobre o bem. A decisão do pedido de restituição não tem o condão de constituir título de propriedade. Assim, se verificado, posteriormente, que o bem restituído era do domínio da falida, a massa poderá promover ação (revocatória, possessória ou reivindicatória) para recuperálo. Cabe pedido de restituição de coisa alienada com garantia fiduciária, por parte da instituição financeira fiduciária, na falência da sociedade fiduciante. Já que a instituição financeira fiduciária é a titular da propriedade resolúvel da coisa alienada, enquanto a devedora fiduciante detém a posse direta. O pedido de restituição pode ter por objeto dinheiro. Por exemplo, a contribuição dos empregados para o Seguro Social, descontada dos salários, 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/12 mas depositada na conta bancária da falida, pode ser recolhida aos cofres do INSS. Também podem ser objeto de pedido de restituição às importâncias antecipadas pela instituição financeira , com base em contrato de câmbio, do qual a sociedade falida era exportadora (art. 75, § 3º, da Lei nº 4.728/65). Outros títulos também podem ser reivindicados por intermédio de pedido de restituição, desde que presentes dos pressupostos da titularidade do requerente e da posse ilegítima da massa falida. Restituição do parágrafo único do art. 85 da LF: Fundamentase na reclamação de coisas vendidas a crédito e entregues à falida nos 15 dias anteriores ao pedido de falência, se ainda não alienadas pela massa. É necessário que o pedido de restituição seja feito no juízo falimentar antes da venda judicial das mercadorias. Se for feita a venda, na fase de liquidação , ou antecipadamente (art. 73), não haverá mais direito à restituição, restando ao vendedor habilitar o seu crédito e concorrer na massa falida. É necessário mencionar que a venda feita pela sociedade falida, antes de ser decretada a quebra, não impede o direito de restituição. No pedido de restituição com base no § 2º do art. 76, o requerente deverá provar que as mercadorias foram entregues em um dos 15 dias anteriores ao da distribuição do pedido de falência. Nesse caso, o pedido de restituição tem o objetivo de coibir a máfé presumida dos representantes legais da sociedade falida, que mesmo sabendo das dificuldades que terão para honrar com os compromissos referentes às mercadorias, as recebem, sem ao menos, informar à compradora sobre a situação crítica que estão passando. O rito é o mesmo do pedido de restituição com fundamento no caput do art. 76, assim, compreendendo a manifestação dos representantes legais da sociedade falida e do administrador, no prazo de 3 dias para cada um, sucessivamente. Qualquer credor também pode contestar o pedido, nos 5 dias seguintes à publicação providenciada pelo escrivão. Se não for contestado o pedido, o juiz colhe a manifestação do Ministério Público e sentencia. Se houver contestação, seguese a fase de dilação probatória, se necessário. Se o juiz indeferir a restituição, mas reconhecer que o requerente tem direito a crédito perante a falida, poderá mandar incluílo no quadro geral de credores, hipótese em que o pedido de restituição vale como habilitação de crédito. Da sentença que julgar o pedido de restituição cabe recurso de apelação, que poderá ser interposto pela falida, administrador e por qualquer credor, ainda que não tenha contestado. As despesas com a restituição, quando não contestado o pedido, correm por conta do requerente; se contestada, pelo vencido. 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/12 Liquidação: A liquidação tem início com a publicação de um aviso (art. 114 da LF): “o administrador da massa falida avisa que dará início à realização do ativo e pagamento do passivo”. Esse aviso deve ser dado no prazo de 48 horas, contados, dos seguintes atos processuais: a) apresentação do relatório, se a sociedade falida não tem direito à concordata suspensiva; b) vencimento do prazo para a impetração da concordata suspensiva (art. 178); c) decisão denegatória de concordata suspensiva; d) sentença de reabertura da falência, se a falida obteve, mas não cumpriu a concordata suspensiva. Publicado o aviso, o juiz marcará o prazo da liquidação, que terá início imediato. A liquidação tem dois objetivos: a realização do ativo mediante a venda dos bens arrecadados e a cobrança dos devedores da sociedade falida; e a satisfação do passivo por intermédio do pagamento dos credores admitidos, de acordo com a ordem de classificação dos créditos. Venda dos Bens: Os bens arrecadados podem ser vendidos de modo ordinário ou extraordinário, conforme melhor convier à massa. Pelo modo ordinário a venda é feita em leilão ou por propostas, sendo que qualquer interessado pode concorrer à aquisição dos bens. Já pelo modo extraordinário, a alienação se faz sem licitação, isto é, por qualquer outra forma diferente de leilão ou propostas se for do interesse da massa (ex. formação de sociedade entre os credores, para a continuação do negócio ou pela cessão do ativo – art. 123 da LF). Em qualquer caso, os bens arrecadados podem ser vendidos englobada ou separadamente. Existe exceção a essa regra, ou seja, os bens onerados por garantia real (hipoteca, penhor ou caução), os quais só poderão ser vendidos em leilão separado (art. 119 da LF), para preservar o direito dos credores não sujeitos a rateio. É nulo o leilão realizado sem a presença do representante do Ministério Público. No leilão, o arrematante deve pagar no ato um sinal correspondente a pelo menos 20% do preço da venda. Se não completar o preço nos 3 dias subseqüentes, perderá o sinal e terá que pagar a diferença entre a sua oferta e a do maior lanço dado na segunda convocação do leilão). A certidão do leiloeiro serve de título executivo, para que a massa falida possa propor ação de execução contra o arrematante pela diferença verificada. A venda por proposta deve ser feita por intermédio de publicações no Diário Oficial e em jornal de grande circulação, durante o prazo de 30 dias com intervalos. Os interessados apresentarão ao escrivão as suas propostas em envelopes lacrados, que serão abertos pelo juiz em dia e hora designados. Sobre as propostas deverão se manifestar o administrador, o representante legal da sociedade falida e o membro do Ministério Público. Em seguida, o juiz decidirá autorizando a venda e determinando a expedição de 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/12alvará. Compete ao administrador decidir se os bens da falida serão vendidos pelo modo ordinário (leilão, proposta, ou pregão), sempre observando o interesse da massa. Os credores podem alterar a decisão do administrador em assembleia convocada a pedido de titulares de ¼ do passivo. Na assembleia, as decisões serão tomadas pelo voto da maioria dos credores presentes, computados em função do valor dos créditos de cada um. Assim, os credores reunidos em assembleia podem alterar a decisão do administrador, mas, em princípio, estão submetidos às mesmas alternativas correspondentes ao modo ordinário de venda dos bens da massa. Por exemplo: o administrador havia decidido que os bens seriam vendidos todos em leilão, a assembleia dos credores pode deliberar pela divisão dos bens em lotes, para serem vendidos parte em leilão e parte mediante propostas. Para que a realização do ativo seja feita por qualquer outra forma, que não seja pelo modo ordinário, a lei exige a concordância da vontade de credores que representem 2/3 do passivo admitido. Atendida essa condição, os credores podem deliberar em assembleia ou fora dela (ex. petição dos credores dirigida ao juiz), aprovar a venda pelo modo extraordinário. Cobrança dos Devedores: A realização do ativo também compreende a cobrança amigável ou judicial dos créditos de titularidade da sociedade falida. Assim que for exigível o crédito, o administrador deve tomar providências para recebêlo, não deve aguardar a liquidação para dar início à cobrança, já que a liquidação é o momento de se concluir as tentativas de recebimento do crédito e contratar advogado para a propositura das ações e execuções ainda não propostas. O administrador, desde que autorizado pelo juiz, pode conceder abatimento ao devedor, quando se tratar de crédito de difícil liquidação. Pagamentos na Falência: O dinheiro obtido com a realização do ativo (venda dos bens e cobrança dos devedores) deverá ser depositado pelo administrador, em 24 horas, no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Feral ou em banco de notaria idoneidade designado pelo juiz, quando inexistir agência de quaisquer dessas instituições, o dinheiro ficará em poder do administrador. As quantias depositadas só poderão ser movimentadas por intermédio de cheques nominativos, assinados pelo administrador e rubricados pelo juiz. São quatro as espécies de credores na falência. Em primeiro lugar, devem ser pagos pelo administrador, os credores da massa falida; em segundo, os titulares de direito à restituição em dinheiro; em terceiro, os credores da falida; por último, restando recursos, os sócios. Dentro de cada espécie existem classes e subclasses de beneficiários. a) Credores da massa: Os bens da sociedade falida, após a arrecadação, precisam ser administrados para a otimização do produto de sua futura venda judicial. A administração da falência é feita por profissionais (contador, leiloeiro, advogado e outros), contratados pelo administrador. Assim, tais profissionais 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/12 precisam ser remunerados. As despesas com a administração da falência são chamadas pela lei de encargos ou dívidas da massa. Elas deveriam ser pagas somente após as restituições em dinheiro e integral satisfação do devido aos empregados e ao fisco. No entanto, hoje em dia, não se consegue obedecer essa ordem de preferência. Os juízes, no interesse dos credores, têm decidido que, em primeiro lugar, paguemse as despesas com a administração da massa. Os credores da massa estão distribuídos em duas classes: a) encargos da massa; e b) dívidas da massa. Os encargos da massa compreendem as seguintes subclasses: a) custas judicias do processo de falência, dos seus incidentes e das ações em que a massa falida foi vencida; b) restituição de eventuais adiantamentos feitos pelo administrador ou por credor, no interesse da coletividade; c) despesas com a arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, inclusive a remuneração do administrador; d) impostos e contribuições devidas pela massa, cujos fatos geradores são posteriores à decretação da quebra. Por sua vez, as dívidas da massa, possuem as seguintes subclasses: a) custas pagas pelo credor que requereu a falência; b) dívidas resultantes de atos jurídicos válidos praticados pelo administrador (obrigações contratuais da massa); c) dívidas provenientes de enriquecimento indevido da massa (obrigações extracontratuais). A ordem geralmente observada entre as subclasses dos encargos e dívidas da massa privilegia a remuneração do administrador. b) Restituições em Dinheiro: A arrecadação compreende todos os bens encontrados no estabelecimento comercial da falida, inclusive, aqueles em que ela é comodatária, depositária ou locatária. Como tais bens não são de propriedade da falida, não integram a garantia dos credores e devem ser destacados da constrição judicial. O pedido de restituição também visa coibir a máfé presumida da falida, na medida em que seus representantes legais, mesmo tendo conhecimento da situação econômica e financeira da sociedade, não recusaram novas remessas de mercadorias. Desta forma, a lei determina a restituição aos vendedores de mercadorias entregues à falida nos 15 dias antecedentes ao pedido de falência. Em duas hipóteses as restituições são feitas em dinheiro: 1) quando o bem na posse da sociedade falida é dinheiro (ex. contribuição do empregado devida à Seguridade Social descontada do salário, mas depositada na conta bancária da falida); 2) se o bem a ser restituído não mais existir quando da restituição, porque foi vendido pela sociedade antes da decretação da falência, furtado após a arrecadação ou se perdeu. O pagamento das restituições em dinheiro não integram a massa falida, não compõem a garantia dos credores. Além disso, os titulares de direito à restituição em dinheiro não são classificados como credores nem da massa e nem da sociedade falida; constituem uma espécie de beneficiário de 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/12 pagamento na falência. Encerramento da Falência: O administrador deve apresentar a sua prestação de contas, nos 30 dias seguintes ao término da liquidação, isto é, do último pagamento. A prestação de contas será autuada em separado, juntamente com os documentos comprobatórios de veracidade, consistência e regularidade (os extratos da conta de depósito bancário da massa, a guia de recolhimento do imposto retido na fonte relativo à remuneração dele, as quitações firmadas pelos beneficiários dos pagamentos e etc.). O escrivão publicará aviso de que se encontra em cartório a prestação de contas do administrador para, durante o prazo de 10 dias, qualquer interessado (o sócio da sociedade falida ou o credor não satisfeito) impugnála. Em seguida, tendo ou não sido apresentada impugnação, os autos da prestação de contas são enviados ao Ministério Público para manifestação. Quando impugnadas as contas, ouvese a defesa do administrador e, se necessário, realizase a dilaçãoprobatória. O juiz, então, sentencia acatando ou rejeitando as contas do administrador. Da sentença cabe recurso de apelação. Se o juiz, ao rejeitas as contas, reconhecer que ocorreu apropriação indevida de recursos da massa, determinará a intimação do administrador para que restitua o apropriado em 48 horas, podendo também ordenar o sequestro de seus bens, para indenização da massa. A Lei de Falência, nesse caso, também prevê a prisão administrativa do administrador, por até 60 dias. Independente dessa medida constritiva de liberdade, o administrador responderá por crime falimentar de desvio de bens da massa. Mesmo após o cumprimento de pena, da reabilitação penal e do ressarcimento à massa falida, a rejeição das contas de determinada pessoa impede sua posterior nomeação para a função de administrador em outra falência. Aprovadas as contas, nos 20 dias seguintes ao trânsito em julgado da sentença respectiva, o administrador deve apresentar o seu relatório final. Nele, indicará o valor do passivo e dos pagamentos feitos, mencionando por credor o valor não satisfeito do crédito. Esse relatório serve de base para o cartório expedir certidões com força de título executivo, a pedido do credor interessado em demandar eventual codevedor da sociedade falida (avalista ou fiador). Em seguida à apresentação do relatório final, o juiz profere a sentença de encerramento da falência, que será publicada por edital (2 vezes). Da decisão terminativa do processo falimentar cabe apelação. Exercício 1: 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/12 são objetivamente ineficazes perante a massa falida os seguintes atos: A O pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal da falência, por qualquer meio extintivo do direito de crédito B O pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal da falência, por qualquer forma que não seja a prevista no contrato C A constituição, dentro do termo legal da falência, de direito real de garantia em relação a obrigação anteriormente contraída D Os atos a título gratuito praticados nos 2 anos anteriores à decretação da quebra E Todas as alternativas estão corretas O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) Comentários: B ................. C ................. D ................. E ................. Exercício 2: Quantas são as fases do Processo Falimentar A 4 fases B 7 fases C 2 fases D 3 fases E nenhuma das alternativas anteriores O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: D ........... Exercício 3: A respeito da ineficácia dos atos da empresa falida, podese afirmar que: A haja ou não intuito fraudulento de prejudicar credores, o ato, se resultar de quaisquer das hipóteses do art. 129 da LF, será ineficaz perante a massa falida, desde que praticado dentro do prazo da lei ou de acordo com os demais pressupostos. B A ineficácia não está condicionada à prática em um certo lapso temporal (termo legal da falência ou nos 2 anos anteriores à quebra). C não é considerado ato ineficaz o pagamento de dívida vencida por forma diversa da contratada. D c) a lei não coíbe a atribuição a credor quirografário de garantia que o promova à classe preferencial na ordem de classificação dos credores, tendo em vista que o objetivo do concurso não é possibilitar o tratamento paritário. d) E Os atos a título gratuito praticados nos 2 anos anteriores à decretação da quebra são considerados válidos. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: B ................ 25/06/2015 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/12 C ................ D ................ E ................ A ................ Exercício 4: O processo falimentar desdobrase em três fases: A a fase cognitiva não busca o conhecimento judicial do ativo e passivo do devedor; B na primeira fase não tem início com a petição inicial de falência; C a segunda fase não ocorre com a sentença declaratória ou denegatória da falência; D a fase pósfalimentar é a reabilitação dos representantes legais da sociedade falida condenados por crime falimentar. E não há a possibilidade de ser ter incidentes, ações, medidas e providências em cada uma das três fases. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: A ............ B ................... C ................... D ...................
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