Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PENAL FATO TÍPICO I. Conduta II. Resultado III. Nexos causal IV.Tipicidade TEORIA DO CRIME 1 1 I. Conduta 1. Conceito: Ação ou omissão humana voluntária ou consciente, dirigida a um fim. 2. Situações que excluem a conduta: a) Ato de reflexo (movimentos corporais não subordinados ao controle neuroló- gico do sujeito (ex. convulsão). b) Coação física irresistível: o coator usa o corpo do coagido como se pressiona o dedo de Mévio no gatilho da arma, disparando contra Caio). Obs.: Coação física é diferente da coação moral, na coação moral, o coator, cons- trange o coagido a praticar o crime. Ex.: Ticio ameaça matar o filho de Mévio, se este não atirar em Caio, Mévio atira, a coação moral exclui a culpabilidade. CF CM Não tem previsão na lei Art. 22 CP Coator usa o corpo do coagido para praticar o crime Coagido pratica o crime Exclui a conduta Exclui a culpabilidade Em ambos: o coator responde pelo crime. 3. Classificação dos crimes quanto a conduta: a) ações comissivas ex.: art. 121 – matar art. 155 – subtrair art. 213 – constranger b) Ações omissivas 2 PRÓPRIOS IMPRÓPRIOS Art. 135 – deixar de Art. 246 deixar de (comissivos por omissão) Art. 121 para omissão Art. 155 para omissão Regra: qualquer pessoa Só pode ser praticado pelo garante (dever de agir) Estão previstos já sob a forma omissiva na parte especial do CP É o crime permissivo por omissão, desde o omitente tenha o dever de agir Consuma-se com omissão independentemente de qualquer resultado Consuma-se com o resultado Não admite tentativa Admite tentativa Prova “A” não evitam que “B morresse afogado “A” podia agir? “A” estava presente – homicídio De agir (específico) “A” não tinha o – omissão de socorro Dever específico II. Resultado Material Formal Mera conduta A lei prevê mais exige o resultado A lei prevê mais não exige o resultado A lei não prevê o resultado Ex.: 121 Cond. Matar Result. morrer Ex.: 158 Cond. constranger Resulta. alter. vont. Ex. 150 Cond. entrar Result. III. Nexo causal Regra art. 13 Exceção art. 13 § único Teoria da equiv. Ou da conduta sinequa non Causa supe rven ien te , r e l a t i vamen te independente Causou: responde pelo resultado Agente responde apenas pelos atos praticados Não causou: não responde pelo resultado, mas pela conduta. 3 Ex.: Duas amigas discutem, “A” esfaqueia “B” no braço, em socorro, o carro capo- ta, e “B’ morre, por traumatismo craniano, “A” só responderá por crime de lesão leve. Obs.: Revisão Típica prevista em lei (dolo e culpa) Conduta Antijurídica: proibida Culpabilidade – reprovabilidade VI. Tipicidade a) Material lesão ou ameaça relevante e socialmente inadequada a um bem jurí- dico protegido. b) Formal: adequação da conduta a discrição da lei. Tipo objetivo T.F. Tipo subjetivo: dolo – culpa 1) Dolo (18 CP) Espécie: Direto (prevê mais desejo) Eventual (prevê mais assume o risco) Natureza do Dolo: Para a teoria finalista, o dolo é puramente natural ou psicoló- gico, ou seja, requer apenas a consciência do fato, mas não requer a consciência da ilicitude do fato. 2) Culpa Conceito é a inobservância de um dever de cuidado objetivo. 4 Excepcionalidade do crime culposo: salvo quando houver expressa previsão legal, só é punido por crime, quem o praticar dolosamente. E x . : T í t u l o I _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1 2 9 ________________________ 121 (Crime x pessoa) (lesão) (homicídio) T í t u l o I I _____________________________________________________ 180 (Crimes contra o patrimônio) (Receptação) T í t u l o I V _____________________________________________________ 0 (Crimes contra a dignidade social) T í t u l o X I _____________________________________________________ 312 (Crimes contra a administração pública) (Peculato) Elementos do crime culposo a) Conduta voluntária b) Inobservância do dever de cuidado objetivo c) Resultado d) Presibilidade objetiva do resultado e) Nexo causal f) Tipicidade 5 Espécies a) Consciente (prevê mais acredita que não ocorrerá o resultado). b) Inconsciente (não prevê o resultado) - Modalidades: a) Negligência: falta da ação cuidadosa b) Imprudência: realização da ação perigosa c) Imperícia: falta de habilidade técnica para o exercício profissional. 3) Preterdoloso: - Conceito: Trata-se de espécie integrante do gênero = crime qualificado do resul- tado em que a conduta inicial é dolosa e o resultado qualificado é culposo. - Crime qualificado pelo resultado Conduta Resultado Dolo Morte Dolo Roubo = latrocínio Culpa Incêndio Culpa Morte Dolo Lesão Culpa Seguido de morte ERRO DE TIPO I. Essencial 1) Incriminador (art. 20 caput) - Conceito: o agente não percebe a presença do elemento constitutivo do tipo. Ex.: A Mata B Objetivamente: Art. 121 CP Pensando ser um animal Subjetivamente: não teve dolo. 6 A mantém ato sexual com B de 13 anos, pensando que tem 14 (objetivamente: art. 217; subjetivamente: não é crime). - Consequência: Inevitável ou escusável: Exclui o dolo; exclui a culpa. Evitável ou inescusável: Exclui o dolo; permite a punição por culpa se houver pre- visão. 2) Permissivo (art. 20 § 1º CP) - Conceito: também chamado de discriminante putativo, trata-se do erro sobre a existência de uma situação de excludente de ilicitude. Ex.: A mata B, seu vizinho, pensando que B era ladrão. Objetivamente: 121, homicídio Subjetivamente: 121, mas pensou em art. 23. Obs.: Erro de: excludente = estado de necessidade putativo. Tipo permissivo de ilicitude putativo - Consequência: igual as anteriores. II. Acidental 1) Erro sobre a pessoa (art. 20, § 3º) a) Conceito: o agente confunde a vítima com outra pessoa. b) Exemplo: mãe em estado puerperal. Logo após o parto, mata outra criança por confundi-los com seu filho recém-nascido. c) Consequência: o agente responde, como se houvesse atingido a vítima pre- tendido. 7 2) Erro na execução ou “aberrato ictus” (art. 73 CP). a) Conceito: o agente por erro no uso dos meios de execução atinge a pessoa di- verso do pretendido. b) Exemplo: “A” quer matar sua mãe, mas acaba atingindo sua tia GAB crime doloso com agravante. c) Consequência: responde como se tivesse atingido a pessoa pretendida. 3) Resultado diverso do pretendido, também chamado de “aberratio criminis” art. 74 CP: a) Conceito: o agente por erro na execução, atinge bem jurídico diverso do pre- tendido. Obs.: Sempre relação coisa – pessoa. b) Exemplo: “A” quer destruir uma janela, mas acaba somente matando “B” GAB homicídio culposo. c) Consequência: responde não prevê culpa? Responderá pela tentativa do cri- me pretendido. CRIME NÃO CONSUMADO MOTIVOS ALHEIOS PRÓPRIA VONTADE ERA IMPOSSÍVEL A tentativa B do art. 14 Tentativa Abandonado (15) Tentativa Inidônea Tentativa do crime pretendido Atos praticados (resultado) Nado 1) Tentativa a) Conceito: iniciado a execução, o crime não se consumado por motivos alheios a vontade do agente. 8 b) Punição: b1) Regra: a pena da tentativa se igual a pena do crime consumado, só que re- duzirá de 1/3 a 2/3. Obs.: O critério para diminuição da pena, será a aproximação da consumação. b2) Exceção: sábio disposição legal em contradição. Ex.: Evasão c) Espécies. c1) Quanto ao momento Imperfeito / inacabado: o agente não esgota os meios de execução que dispõe. Perfeito / acabado: o agente esgota os meios da execução que dispõe. C2)Quanto ao resultado Branco: a vítima não sofre lesão. Vermelho: a vítima sofre lesão. 2) Tentativa abandonados a) Conceito: Iniciado a execução o crime não se consuma por interferência da vontade do agente. b) Punição: Apenas pelos atos já praticados. Exemplos típicos: lesão corporal. Prova: Segundo doutrina majoritária a tentativa abandonada é hipótese de ex- cludente de tipicidade tentada. c) Espécies: c1) Desistência voluntária: O agente voluntariamente desiste de prosseguir. 9 c2) Arrependimento eficaz: depois da execução o agente pratica uma nova con- duta que impede a consumação (Ação). 3) Tentativa inidôneo: a) Conceito: é também chamada de crime impossível ou crime pulativo, o cri- me não se consuma por absoluta ineficácia do meio, ou absoluta improprie- dade do objeto. b) Punição: não já punição. c) Espécies: c1) Absoluta impropriedade do objeto ex.: Matar o morto. Ex.: Aborto de mulher não grávida. c2) Absoluta ineficácia do meio. c3) Crime impossível por obra de agente provocador (sum. 145 STF) ex.: Flagrante preparado. Antijuridicidade = proibição É a contrariedade do fato, com a totalidade do ordenamento jurídico. todo fato típico é antijurídico, salvo se presente uma excludente de antijuridicidade (é a tipi- cidade indiciária da antijuridicidade). Obs.: Requisitos subjetivos dos excludentes de antijuridicidade para ser benefici- ado, pela excludente é necessário que o sujeito conheça as circunstâncias fáticas que justificam a sua conduta. 1) Excludente de antijuridicidade a) Legítima defesa 10 a1) Injusta agressão: toda agressão é injusta, salvo se acobertado por uma ex- cludente de antejuridicidade. Ex.: Lembrar que é impossível a legítima defesa real recíproca, ou seja, que du- as pessoas estejam em legítima defesa real uma contra outra. a2) Atual ou eminente: não é possível a legítima defesa contra agressão futura. a3) Bem jurídico próprio, ou alheio: deve haver proporcionalidade entre o bem defendido e o bem objeto da reação. a4) Meio necessário: é o meio menos lesivo ao alcance do sujeito – suficiente para afastar a agressão. a5) Uso moderado: é o emprego do meio necessário da forma menos lesiva, su- ficiente para afastar a agressão. b) Estado de necessidade b1) Situação de perigo atual, não criado pelo sujeito. b2) Sacrifício inexcitável e razoável: inevitável é aquele que não pode evitar sem risco pessoal: razoável é sacrifica um bem para salvar outro de igual ou maior valor. Obs1: Se o sacrifício não for razoável, não há estado de necessidade, mas o juiz poderá diminuir a pena (art. 24). Obs2: Quem tem o dever legal de enfrentar o perigo, não poder argüir estado de necessidade. c) Estudo cumprimento do dever legal: deverá emanar de ordem genérica e abs- trata, e não de um mero cumprimento de ordem de um superior hierárqui- co. d) Exercício regular da direita: esse direito deve ser norma genérica ou abstra- ta. d1) Violência desportivo. 11 d2) Cirurgia estética. d3) Ofedículo: é a aparato material predisposto para defesa do bem. Ex.: cerca elétrica. Obs.: Para parte da doutrina, os ofendículos configuram legítima defesa preor- denada. Culpabilidade: Reprovabilidade é o juízo de censura, sobre aquele que pode e deve agir de acordo com o direito. 1) Causas que excluem a culpabilidade a) Ineputabilidade a1) Menoridade = menor de 18 anos – ECA a2) Silvícula = estatuto do Índio a3) Embriaguez acidental completa a4) Distúrbio mental (art. 26 CP) nos termos dos artigos 26, é ineputável aquele que em razão de doença mental, ou desenvolvimento mental incomple- to (causa biológica), não tem ao tempo da ação ou omissão, condição de com- preender o caráter ilícito do fato, ou portasse de acordo com tal entendimento (consequência psicológica). Obs.: São necessárias a causa biológica e a consequência psicológica, concluí- mos que foi adotada a teoria do biopsicológico. Obs.: Consequência de iniputabilidade e o iniputável do art. 26 que pratica o fato típico, e antijurídico, receberá medida de segurança em uma sentença de absolvição imprópria. b) Erro de proibição: é a equivocada compreensão sobre o que é proibido e per- mitido. 12 b1) aquele o sujeito não conhece a proibição e suas condições de vida, não po- derá conhecê-la ______ a culpabilidade. b2) Evitável (inescusável) é aquele em que o sujeito, não conhece a proibição, mas na sua circunstância de vida, poderia conhecer (diminui a pena). Obs.: O artigo do 21 CP, esclarece que o desconhecimento da lei é inescusá- vel. O mesmo artigo, esclarece que o erro de proibição inevitável afasta a culpa- bilidade e se evitável, diminui a pena. A justificativa, é que o erro não incide sobre a existência da lei, que é de conhecimento presumido de todos o erro incide sobre o conteúdo proibitivo que a lei veicula. c) Inexigibilidade de conduta diversa c1) Coação moral irresistível c2) obediência hierárquica. Obs.: São aceitas na doutrina e na jurisprudência – causas supra legais de ine- xigibilidade de conduta diversa. CONCURSO DE PESSOAS Teorias buscam explicar a responsabilidade dos colaboradores no concurso de pessoas. 1) Teoria honesta: todos os colaboradores respondem pelo mesmo crime (regra) art. 29 e 30 CP). PROVA: Aquele que não é funcionário público, pode responder pelo crime de peculato – desde que em concurso com um funcionário. 13 2) Teoria pluralista (dualista) cada colaborador responde por crime diferente (ex- ceção). a) Previsão expressa da conduta de cada colaborador como crime autônomo. Ex1.: Corrupção Ex2.: Aborto (124 e 126 CP). b) Cooperação dolorosamente distinta: Se um dos colaboradores só aceitam participar de um crime menos grave. Res- ponderá no limite de seu dolo, com a pena aumentada se o resultado mais gran- de era previsto (art. 29 § 2º). c) Relevância causal da cooperação: se a colaboração em nada interfere na dinâ- mica dos fatos, não há concurso de pessoas. d) Unidade de crime: todas respondem pelo mesmo crime. Obs.: Participação x coautoria. Parte da doutrina rejeita a diferença entre coautoria e participação, pois não se- riam úteis, são os chamados não diferenciadores que adotam o conceito extensivo de autor, todos são considerados autores. Uma segunda corrente é chamada de diferenciadora, mas são vários critérios que buscam explicar as diferenças entre coautoria e participação. 1) Objeto formal (ou do verbo nuclear) considera-se coautor, aquele que realiza o verbo do tipo, e participe aquele que colabora sem realizar o verbo). 2) Teoria do domínio do fato: (ou objetivo subjetivo) coautor é aquele que temo domínio funcional do fato, ou seja, controla se o crime acontece e seus motivos 14 também será coautor, aquele que realiza o verbo, ou que tem atuação coordena- do em uma divisão de tarefas. 3) Participe: é aquele que colabora, sem realizar o verbo nuclear, nem dominar o fato, ou ter atuação coordenada na divisão da tarefa. 4) Formas de participação A participação pode ser moral ou material. a) Moral é aquela que incide sobre a psique do sujeito, sendo por induzimentos (fazer surgir a ideia) ou instigação (fomentar uma ideia preexistente. b) Material: é o auxílio material secundário. É aq2uele que se projeta em atos exteriores úteis para a prática delitiva, mas que não configuram autoria. 5) Punição da participação Nos termos do artigo 29 § 1º a participação de menor importância, reduz a pena de 1/6 a 1/3. 5) Participaçãoda participação (ou participação de cadeia) O sujeito participa de uma situação delituosa de um participe. 7) Participação sucessiva O sujeito participa do mais de uma maneira (induzindo e auxiliando). 8) Institutos semelhantes ao concurso de pessoas a) Autoria mediata: autos medidas é aquele que se serve de um inculpável ou de alguém determinado o erro para a prática criminosa. 15 PROVA: B) Autoria colateral é a prática coincidente da mesma infração penal por dois ou mais sujeitos sem o home subjetivo consequência se não há home subjetivo não há concurso de pessoas – e não se aplica a teoria manista assim to- dos responderão por seus próprios atos. PROVA: E se em uma hipótese de autoria colateral não se sabe que provocou o resultado? Indeibia pró réu, todas respondem no limite da tentativa. FIXAÇÃO DA PENAL 1) Classificação do crime (limites da pena em abstrato). a) Tipo Penal Ex.: art. 121 (pena 6 ↔ 20) b) Tipo simples / privilegiado / qualificado Ex.: Qualificadora Simples Qualificadora Art. 121 caput 121 § 2º 6 a 20 12 a 30 Ex2.: Privilegiado Simples Qualificadora Art. 317 317 § 2º 2 a 12 3, a 1 amo Obs.: Como deve proceder o juiz, quando houver mais de uma qualificadora? Uma delas deve ser usada para qualificar o delito, e os demais devem ser utiliza- dos como circunstâncias agravantes, se previsto no ar.t 51 CP, ou como circuns- tâncias judiciais desfavoráveis. 2. Sistema trifásico (art. 68 CP) 16 a) Pena base: a1) Tem que verificar dentro dos limites legais mínimo e máximo. a2) Circunstâncias judiciais (art. 59) • Antecedentes • Condutas sociais • Personalidade • Vida pregresso • Motivos • Circunstâncias • Consequências • Comportamento da vítima Obs.: Processos e inquéritos em tramitação, não podem ser consideradas para aumentar a pena base Súmula 444 STJ. Maus antecedentes, só podem levar em conta sentença condenatória, com o trânsito em julgado desde que não sejam capazes de gerar reincidência. b) Pena provisória b1) Agravantes e atenuantes genéricos b2) Nessa etapa a pena também tem que ficar dentro dos limites legais (Súmu- la 231 STH) a incidência de circunstâncias atenuantes não pode reduzir a pena abaixo do mínimo legal. b3) Atenuantes: (não tem quantia fixada em lei). Art. 65: menor idade relativa; maior idade senil, etc. Art. 66: atenuante inominado 17 b4) Agravantes: (não tem quantia fixada em lei). Art. 61: reincidência, etc. Art. 62: concurso de pessoas. PROVA: O rol de agravantes é taxativa. b5) Reincidência Conceito: reincidente, é quem pratica um novo crime após sentença condenató- ria transitado em julgado, que o condenou no Brasil ou no exterior por crime anterior. Infrações que não geram reincidência: • Crimes políticos • Crimes nulitores próprios (não tem correspondente no código penal co- mum. Ex.: deserção. • Condenação exclusiva de multa • Condenação por contravenção penal, salva em relação a uma nova contra- venção. • Prescrição qüinqüenal da reincidência: a sentença condenatória, deixa de ge- rar reincidência após passado 5 anos, contada do término ou da extinção da pena, computada o tempo de sursir ou de livramento condicional. PROVA: a sentença condenatória que não gera reincidência, mas sim maus an- tecedentes. 18 Obs.: Havendo concursos entre agravantes e atenuantes (art. 67) a pena deve aproximasse das circunstâncias preponderantes. • Reincidência • Personalidade do agente • Motivos do crime. c) Pena definitiva c1) Causas de diminuição (minorantes). c2) Nessa fase a pena pode ficar acima ou abaixo do limite legal. cA) tanto na parte geral quanto na especial. C.D tem sempre uma quantia fixado na lei. X Parte geral Parte especial C.A. C.D. Art. 70 + 1/6 a ½ Art. 16 – 1/3 a 2/3 Art. 121 § 4º + 1/3 Art. 121 §1º Obs.: Art. 68 – havendo mais de uma causa de aumento, ou mais de uma causa de diminuição prevista na parte especial, o juiz pode aplicar somente uma, de- vendo optar pelo o que mais aumente ou mais diminui. HOMICÍDIO Conceito de morte: encefálico. Obs.: O homicídio simples – não é crime hediondo, salvo se praticado em ativida- de típica em grupo de extermínio. 1) Homicídio privilegiado (§ 1º 121) A) Relevante valor moral É aquele aprovado pelo moral prática 19 Ex.: eutanásio. B) Relevante valor social É aquele praticado em prol do comunidade Ex.: matar a traidor do pátio. C) domínio de violenta emoção – logo após injusta provocação do ofendido . Prova: Domínio # influência = mero atenuante privilégio. 2) Homicídio qualificado A) § 2, I, para promessa de recompensa ou outro motivo torpe (especialmente repugnante). B) II, motivo fútil (especialmente desproporcional). Ex.: Briga de torcida ou trânsito. C) III, meios: veneno (deve ser ministrado de forma insidiosa), fogo, explosivo, torturo ou meio insidioso, cruel, ou capaz de perigo comum. Obs.: Diferença de homicídio mediante tortura e tortura com resultado morte. No primeiro o objetivo é matar, e o meio escolhido é tortura, já a segunda, o obje- tivo ao sujeito é o tortura, e a morte o resultado culposo (preterdoloso). D) IV: modos praticados mediante traição, emboscado – dissimulação ou outro recurso que dificulte no possível a defesa do ofendido. • Traição: surpresa pela quebra de confiança • Emboscada: surpresa pela circunstância 20 • Dissimulação: surpresa pela intenção escondido • Auto recurso: deve surpreender o vítima. E) Homicídio para assegurar a execução ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime. • Impunidade: toda forma de tomar impune que não seja ocultação: (o objeti- vo é não permitir a punição de um crime cuja a existência é conhecida). • Ocultação: não permitir que o fato seja conhecido. • Contagem: matar o comparsa para ficar com o roubo. Obs.: O homicídio qualificado é em regra hediondo. É possível homicídio quali- ficado privilegiado. No entanto, o privilégio é subjetivo só pode ser combinado com as qualificadoras objetivas dos incisos III e IV. O homicídio qualificado privi- legiado, não é hediondo. INFANTICÍDIO (ART. 123 CO) O início do ponto se dar com o rompimento do bolso amniótica, normal- mente induzidos pelas contrações uterinas. Prova: No concurso de pessoas é possível que terceiros e até mesmo homens respondam pelo concurso de pessoas. ABORTO (ART. 124 A 128) 1) Considerações gerais: é a interrupção da gestação com resultado morte do feto. A morte pode ocorrer fora do ventre da gestante, desde que causada pela in- terrupção da gestação. A gestação se inicia com a nidação. A) Art. 124 CP: auto aborto provocar e consentir (permitir que outrem pro- voque). 21 Obs.: A gestante que consente responde pelo art. 124, e o terceiro que provo- ca com seu consentimento, responde nas penas do art. 126, trata-se da execução penalista a teoria monista, pois cada colaborador, responderá por um crime dife- rente. B) Art. 125 CP: provocar sem o consentimento da gestante. Poderá ter con- sentimento, se esta for pessoa menos de 14 anos, pessoa débil mental (consenti- mento inválido), ou omitida mediante violência e grave ameaça. C) Art. 126 CP: provocar aborto com o consentimento. D) Art. 127 CP: se causar lesão grave ou morte da gestante. Prova: Só se aplica as causas de aumento de pena, nos artigos 126 e 127 CP. E) 128 CP: aborto legal não pune se for aplicado por médico. E1) Aborto necessário: é o praticado para salvar a vida da gestante não precisa de ordem judicial nem consentimento da gestante.Prova: Se é terceiro que realiza a manobra abortiva, não é aborto legal, mas configura estado de necessidade. Obs.: Aborto sentimental, é aquele que realiza mediante estupro – é desne- cessária a ordem judicial mas precisa do consentimento da vítima, ou quando in- capaz de seu representante. Prova: Não pode realizar aborto econômico. 22 CRIME CONTRA A HONRA (art. 135 a 145 CP) CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA Imputar falsamente fato definido como crime Imputar falsamente fato ofendendo a reputação, inclusive contravenção Ofender a dignidade ou decoro. 1) Calúnia A) Tipo objetivo A1) Caput: imputar falsamente fato definido como crime. 1.2) Equiparado: quem sabendo que é falsa a imputação divulga. B) Tipo subjetivo B.1) Dolo direto / eventual Obs.: Na forma equiparada só o dolo direto. B.2) Culpa não é prevista B.3) Elemento subjetivo especial: onimus caluniandi “vontade de ofender a hon- ra”. Se não houver esse elemento. Ex.: o animus jogandi – fato atípico. C) Sujeito C.1) Ativo: qualquer pessoa. C.2) Passivo: qualquer pessoa. Menor? Sim Morto? Sim PJ? Sim, só quando delitos ambientais. D) Bem jurídico: é a honra objetiva ex.: reputação. 23 E) Consumação: Crime = fato chegar ao conhecimento de 3º tentativa = praticado de forma pluri- subsistente. Ex.: escrito. Prova: Trata-se de crime formal. F) Retratação Prova: Extingue a punibilidade, e poderá ocorrer até a sentença. G) Exceção da verdade (provar a verdade) G.1) Regra: cabe G.2) Exceção: • Quando o ofendido for presente da república ou chefe de governo estrangei- ro; • Quando já existe sentença absolutório irrecorrível; • Imputo crime de ação penal privada e ainda não há condenação irrecorrível. Obs.: Calúnia # Denunciação caluniosa Dar causa a instauração inquérito policial – inquérito civil, processo administra- tivo, processo penal, ação de improbidade + Imputando a alguém crime ou contravenção de que é o sabe inocente. 2) Difamação A) Tipo objetivo Imputar fato ofensivo a reputação (falso ou verdadeiro + contravenção) B) Tipo subjetivo 24 B.1) Dolo direto ou eventual B.2) Não há previsão culposa B.3) “Animus difamandi”. C) Sujeito do delito C.1) Ativo: qualquer pessoa C.2) Passiva: Qualquer pessoa Menor: sim Morto: não PJ: sim D) Objeto jurídico É a honra objetiva: reputação. E) Consumação Idem calúnia. F) Retratação Idem calúnia G) Exceção da verdade G.1) Regra: não cabe G.2) Exceção: cabe se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relacionada a função. 3) Injúria A) Tipo objetivo Ofender de qualquer forma 25 B) Tipo subjetivo • Dolo direto ou eventual • Não há forma culposa • Elemento subjetivo especial “animus injuriondi” C) Sujeito do delito É a honra subjetiva; D) Consumação • Quando chega ao conhecimento do ofendido; • Tentativa só escrita. E) Sujeito do delito Ativo: qualquer pessoa Passivo: qualquer pessoa • Capacidade de entender • Morto: não • PJ: não F) Retratação e exceção da verdade: Não são admitida G) Formas qualificadas G.1) Injúria real: quando para injuriar, o agente emprega violência ou ___ de fato. G.2) Injúria racial: quando a injúria consiste na utilização de raça, cor, religião, etnia, origem, condução de pessoa idosa ou deficiente. 26 São aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa. CRIME PRÓPRIO – (de) É aquele vinculado a uma característica específica do sujeito ativo. De acordo com o artigo 30 CP. A) Circunstâncias subjetivos de caráter pessoal não se comunicam, ou seja, não interferem na pena e no crime dos demais participantes. B) Circunstâncias objetivas, ou seja, ligados ao fato comunicam-se a todos partici- pantes. C) Circunstâncias pessoais, quando elementares do crime, ou seja, elemento es- trutural é necessário da definição típica comunicam-se a todos participantes. Obs.: A circunstâncias precisam ser do conhecimento do participante para se co- municar. CRIMES OMISSIVOS 1) Omissivos próprios (puro) A) A lei prevê a omissão, ou seja, não agir não fazer. B) Cria-se um dever jurídico geral de agir (sábio quando o legislador especifi- car). C) Não há resultado natural a ser imputável. CRIME COMUM CAPÍTULO 2 27 2) Omissivo impróprio (comissivo por omissão) Na verdade não se trata de uma classificação de alguns crimes, mas tão somente de uma forma de se realizar por omissão, crimes em que a lei prevê ação ou resul- tado dessa forma há três características. A) A lei prevê ação e resultado. B) O dever jurídico específico de agir (garantida) C) Responder pelo resultado (por dolo ou por culpa). Obs.: Os garantidores tem obrigação de enfrentar o perigo e evitar o resultado (art. 13, § 2 CP) A) Ascendente, descendente, cônjuge e irmão, tutores e curadores. B) Funcionários públicos com dever específico: médico, bombeiro e policial. C) Toda relação da vida privada. Ex.: babá, acordo de vontade. D) Aquele que cria o risco, culposamente ou dolosamente Ex.: virar o barco, vira garantidos. Prova: Crime omissivo impróprio responde por tentativa, já no crime omissivo próprio não caberá tentativa. TENTATIVA (ART. 14, OO § ÚNICO CP) 1 Estrutural: ocorre quando iniciado a execução, o agente não alcança a consu- mação, por motivos alheios a sua vontade, gerando um crime incompleto, e por isso terá sua pena diminuída, 1/3 a 2/3. 2. Modalidades A) Inacabado ou imperfeita: aquela em que a execução, fica inacabada, por moti- vos alheios a vontade do agente, ou seja, ainda há atos a realizar. 28 B) Acabado ou perfeita (crime falho) aquela que a execução fica abalado, mesmo assim o crime não se consumo por motivos alheios a sua vontade. C) Branca ou incruenta: aquela que não gera derramamento de sangue, não gera resultado concreto. D) Cruenta Aquela que gera lesão concreto embora o crime não se consume. INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA 1) Culposo Porque não há vontade de produzir resultado. 2) Pretrerdoloso: Dolo na conduta, culpa no resultado. Ex.: art. 129, § 3º CP. 3) Aborto, salvo tentativa de aborto qualificado pelo resultado morte da gestante (art. 127 CP). 4) Crimes unisubsistentes. Aqueles que a conduta não pode ser fracionada, ou ocorre por inteiro e o crime se consuma, ou não já crime. 5) Crimes de mera conduta: Aqueles em que a lei prevê apenas uma conduta proibida, não havendo se quer previsão de resultado, sendo que por escolha via de regra essas condutas unisub- sistentes não podendo ser fracionadas. Ex.: violação de domicílio. 6) Omissão própria 29 7) Crimes habitual Crime que depende do exercício, ou seja, é aqueles que a conduta exige a repeti- ção de vários atos. Ex. 282 CP. 8) Crime de atentado Aquele em que o legislador equipara a tentativa a própria consumação, colocan- do-a ao próprio tipo penal. Ex.: evasão de preso. 9) Contravenção penal Não admite por causa do art. 4 da LCP, afirma que não se puni tentativa de con- travenção. CRIMES CONTRA HONRA 1) Calúnia (art. 138 CP) A) A respeito da prática de um crime (contravenção gera difamação). B) Para se consumar precisa da publicidade, ou seja, que chegue a terceiros. C) Bem jurídico tutelado é a honra objetiva, ou seja, a imagem do agente perante a sociedade. D) Admite a exceção da verdade, ou seja, provar ser verdadeiro o fato alegado, que irá afastar o crime. 2) Difamação (art. 139CP) A) Fofocar fato concreto desonroso que não precisa ser algo ilícito. B) Não admite a exceção da verdade, salvo em umahipótese, se o fato desonroso for contra funcionário público no exercício da função, porque o Estado tem inte- resse. 30 C) Se consuma com a publicidade, ou seja, quando chega a terceiros. D) Bem jurídico tutelado, é a honra objetiva. INJÚRIA (art. 140 CP) A) Xingamento, e por isso se consuma quando a vítima toma conhecimento, inde- pendentemente publicidade. B) O bem jurídico tutelado é a honra subjetiva. C) São qualidades negativas, atribuídas a vítima, independentemente de ser ver- dadeira ou falso, não precisando ser fato concreto, logo não admite exceção da verdade. Obs.: Especial fim de agir: não havendo crime no “animus jogandi” = brincadei- ra, tem que ter o objetivo específico de ofender. D) Modalidades D1) Real ou concreto: entra na esfera corpórea da vítima para ofendê-lo. Ex.: cus- pir na cara, jogar o tomate (art. 140 § 2 CP). D2) Preconceituoso: rala / cor / etnia / origem / condição: é a forma mais gra- ve de injúria, mas não se confunde com o crime de racismo que é gravíssimo, e se caracteriza pela segregação, sendo inafiançável, imprescritível e de ação penal pública incondicionada. Obs.: A injúria oral, verbal, não admite tentativa, e sua conduta é considerada unisubsistente, porém na forma escrita é possível a tentativa (conduta plurisub- sistente). PROVA O FURTO DE USO NÃO É CRIME Prova: Elemento subjetivo especial ou especial fim de agir: 31 • Alguns tipos, possuem além do dolo um fim específico para se caracterizar, e na sua ausência não haverá crime ou haverá crime diverso, mas genéri- co. Ex.: Furto 155 CP (para si ou para outrem), furto de uso não é crime. Extorsão mediante seqüestro 159 CP (obter vantagem pelo resgate) na au- sência deste elemento, pode haver o seqüestro ou cárcere privado. Formação de quadrilha 288 CP (fim de cometer crimes) sem este fim ou para um único crime não há quadrilha. DOLO 1) Dolo direto de 1º grau, é a intenção, a finalidade, vontade de praticar a tipo ob- jetivo toda de praticar o tipo objetivo (teoria da vontade). 2) Dolo direto de 2º grau, é o dolo da certeza, em que o agente quer produzir um resultado, porém reconhece que outros são certos, embora não possua a in- tenção de produzi-los. Ex. bomba no avião. 3) Dolo eventual O agente não possui a intenção de produzir o resultado atuando com os seguin- tes elementos. A) Previsão concreta do resultado. # B) Consentimento concordância, indiferença pela eventual produção do resultado (teoria do consentimento) ou assentimento. C) Assumir o risco. Prova: No dolo eventual o agente responde pelo resultado causado. CULPA 32 1) Culpa inconsciente / comum: é a regra mesmo. falta de cuidado é faltar com cuidado devido o agente nesta culpa tem a previsibilidade, ou seja, ela tinha como prevê o resultado, mas não previu. O resultado era previsível, mas pela falta de cuidado ele não previu, seja por negligência, imprudência ou imperícia não pas- sou pela cabeça do agente embora deveria ter passado. 2) Culpa consciente: ocorre quando ao gente possui a previsão concreta do resul- tado, porém repudia, não aceita sua ocorrência, e só agi na convicção de que este resultado não se produzirá por confiar em suas habilidades pessoais para prática do ato. Obs.: O STF, STJ, tem optado pelo dolo eventual na hipótese como nega de car- ros e também a embriaguez associada a lesão no trânsito. Por questão de política criminosa. Prova dolo geral: o agente pratica o primeiro ato doloso, e acreditando ter alcan- çado o resultado pretendido, pratica uma segunda ação, que não é dolosa, e o re- sultado só se produz em face deste segundo ato, neste caso, o dolo da primeira ação, é geral e abrangente, alcançando o segundo para que o agente responda por um único crime doloso consumado. Ex.: disparo com arma de fogo jogando o corpo no rio. CRIME TIPO EXCLUDENTE DE ILICITUDE REPROVAÇÃO CULPABILIDADE CONDUTA ESTADO DE NECESSIDADE IMPUTABILIDADE 33 Prova: Todo erro de tipo exclui o dolo, podendo também afastar a culpa 1) Erro de tipo incriminador (art. 20) Inevitável / escusável Evitável / inescusável Dolo, culpa Dolo, culpa Fato atípico Crime culposo * Se houver previsão da norma culposa do crime. 2) Erro de proibição (art. 21 CP) Potencial Conhecimento ilicitude Inevitável / escusável Evitável / inescusável Culpabilidade Culpabilidade Fato atípico Ex.: crime ambiental Diminue a pena - 1/6 a 1/3 Ex.: eutanásia – dolo Prova: Erro de proibição não exclue o dolo, podendo reduzir a pena se for evitá- vel – 1/6 a 1/3, ou afastar a culpabilidade já que toca no elemento conhecimento da eventual ilicitude. 3) Erro de tipo permissivo (art. 20 § 1º) Erro de tipo Permissivo (art. 20 § 1º) Inevitável / escusável Evitável / inescusável Dolo, culpa Dolo culpa Fato atípico Ex.: legítima defesa putativa Crime culposo 4) Erro sobre quem é a pessoa (art. 20 § 3º) # do aberratio ictus (art. 73) Ambos responde como se tivesse atingido quem pretendia. Pessoa Execução 34 ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS (ART. 181 CP) Afasta-se a possibilidade de punir o crime patrimonial não violento, praticado contra ascendente, descendente e cônjuge. Obs.: A escusa absolutória é pessoal, por isso não se comunica com os participes e coautores. Obs.: Não se aplica a escusa absolutória para: a) Coautores ou participes. b) Vítima mais de 60 anos c) Roubo, ou extorsão, violência ou grave ameaça. 35
Compartilhar