Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* FISIOLOGIA RENAL * Anatomia Renal * Líquidos Corporais Água Corporal Total: A água representa cerca de 50 – 70% (média de 60%) do peso corporal; A água corporal total está distribuída entre dois compartimentos principais: - LIC (Líquidos intracelular) = 2/3 ou 40% Peso Corporal - LEC (Líquidos extracelular) = 1/3 ou 20% Peso Corporal * Líquidos Corporais LIC (Líquidos intracelular) - Cátions: K+, Mg+ - Ânions: Proteínas e fosfatos orgânicos (ATP, ADP e AMP) LEC (Líquidos extracelular) - Cátions: Na+ - Ânions: Cl - , HCO3- (bicarbonato) * Função Renal É vital uma função renal adequada porque os rins contribuem para a manutenção do meio interno e são local da síntese e degradação de moléculas essenciais para o organismo. 1. Funções homeostáticas Regulação do volume plasmático e do equilíbrio hídrico (importante determinante da pressão sanguínea); Regulação da osmolaridade sangüínea; Manutenção do equilíbrio eletrolítico (Na+, K+, Cl-, Ca²+, Mg²+, SO4²-, PO4²-); Regulação do equilíbrio ácido-basico (regula o pH sanguíneo); Excreção de metabólitos (ex: uréia, ácido úrico, creatinina). * Função Renal 2. Funções bioquímicas Produção de hormônios: - Eritropoietina (estimula a produção de eritrócitos pela medula óssea); - Renina (enzima que catalisa a produção de Angiotensina); - Calcitriol (forma biologicamente ativa da vitamina D); Produção de substâncias bioativas (ex. prostaglandinas, adenosina, endotelina, NO, bradicinina, fator de crescimento epidérmico, fator de crescimento tipo insulina); Síntese de glicose (gliconeogênese), angiotensinogênio e amônia; Metabolismo de algumas substâncias (ex. insulina). * Princípios de Formação da urina EXCREÇÃO URINÁRIA = FILTRAÇÃO – REABSORÇÃO + SECREÇÃO * A formação da urina começa com a filtração, dos capilares glomerulares para a cápsula de Bowman, de grande quantidade de um líquido virtualmente isento de proteínas. * É um movimento relativamente não seletivo. FILTRAÇÃO = TFG X [ ] PLASMÁTICA * Princípios de Formação da urina É um processo altamente seletivo e fundamental para algumas substâncias como o Na+, Cl-, HCO3-, PO4²-, Ca2+, Mg2+, glicose, a.a., água, entre outras. A reabsorção tubular é o movimento de água e solutos do lúmen tubular para o sangue (independentemente do mecanismo). A secreção pode ser definida como a movimentação de solutos do sangue para o lúmen tubular ou, de substâncias produzidas nas células tubulares, do interior destas para o lúmen tubular. É um processo importante para algumas substâncias entre as quais o H+, K+, NH4+. * Mecanismo de transporte Os mecanismos envolvidos na reabsorção e excreção renais são os mecanismos gerais de transporte de solutos através de membranas celulares e incluem: Difusão simples (uréia, CO2, K+, Ca2+) Difusão facilitada (glicose e uréia) Transporte ativo primário (Na+, K+, H+, Ca2+) Transporte ativo secundário (Cl-, K+, glicose, H+, HCO3-, a.a,) Pinocitose (proteínas) Osmose * Ultrafiltração Glomerular O filtrado glomerular tem uma composição idêntica ao plasma exceto no conteúdo de proteínas que, virtualmente não existem no filtrado (0,03%) e nos elementos celulares,também ausentes neste. *Endotélio fenestrado dos capilares; -membrana basal (matriz contendo colágeno e glicoproteínas); é o primeiro local de restrição às proteínas plasmáticas; - lâmina interna da cápsula de Bowman: constituída pelos podócitos com os diafragmas de filtração entre os pedicelos. * Ultrafiltração Glomerular A filtração de solutos é determinada pelo seu tamanho e carga elétrica: 1) à medida que o peso molecular dos solutos aumenta, diminui a sua filtração. 2) moléculas carregadas negativamente são filtradas com maior dificuldade do que moléculas carregadas positivamente de igual tamanho devido a presença de cargas negativas fixas na barreira de filtração. proteinúria – pode ser por perda de seletividade pela carga (aumento da excreção da albumina sem alteração de excreção das globulinas) ou pelo tamanho (aumento da excreção da albumina e de globulinas). * Determinantes da Taxa de Filtração Glomerular GFR = Kf x Pressão filtração A GFR é determinada por: 1) Equilíbrio das forças hidrostática e osmótica ao nível da membrana capilar; 2) Coeficiente de filtração (Kf) que é o produto da área de superfície com a permeabilidade dos capilares. Pode ser expressa através de uma equação: * Pressão de Filtração A pressão de filtração é a soma das forças hidrostáticas e osmóticas que atuam ao nível dos capilares glomerulares e incluem: 1) Pressão hidrostática glomerular (PG) – é normalmente 60 mmHg e promove a filtração; 2) Pressão hidrostática na cápsula de Bowman (PB) - normalmente 18 mmHg e opõe-se à filtração; 3) Pressão colóide osmótica glomerular ( PCOG ) – a média é de 33 mmHg e opõe-se à filtração; 4) Pressão colóide osmótica capsular ( PCOC ) – é aproximadamente 0, pelo que tem pouco efeito em condições normais. Pressão filtração = PG – PB - <G = 10mmHg * Diminuição do Kf diminui a GFR ex: na Hipertensão e na Diabetes mellitus, a GFR é reduzida pela maior espessura da membrana glomerular ou por perda de superfície de filtração (por lesão dos capilares); Aumento da pressão na cápsula de Bowman diminui a GFR. ex: obstrução do ureter por um cálculo; Aumento da pressão colóide osmótica glomerular diminui a GFR - a PCOG é influenciada pela pressão colóide osmótica arterial; deste modo, o aumento desta conduz a um aumento de PCOG. Podemos concluir ... * Podemos concluir ... Aumento de pressão hidrostática glomerular aumenta a GFR; a PG é determinada por: 1) pressão arterial – o seu aumento tende aumentar a PG; contudo, é normalmente controlado pelo mecanismo de autorregulação; 2) resistência arteriolar eferente – o seu aumento conduz à elevação da PG e tende a aumentar a GFR durante o intervalo em que o fluxo renal não é comprometido. * Regulação da Filtração Glomerular A pressão hidrostática glomerular e a pressão oncótica glomerular são os determinantes da GFR mais susceptíveis de controlo fisiológico, nomeadamente por intermédio do sistema nervoso simpático(SNS), hormônios e autacóides (substâncias vasoativas libertadas pelo rim) e outros mecanismos de feedback intrarrenal. 1) A ativação do sistema nervoso simpático diminui a GFR – uma ativação forte do SNS leva à constrição das arteríolas renais, diminuindo o fluxo sanguíneo renal e a GFR. ex: isquemia cerebral ou hemorragia grave; 2) As hormônios e autacóides controlam a GFR e o fluxo sanguíneo renal (RBF); * Regulação da Filtração Glomerular * Autorregulação A autorregulação permite uma constância relativa da GFR e do RBF dentro de um intervalo de pressões: 75-160 mmHg, prevenindo que alterações sistêmicas da pressão sanguínea se repercutam sobre a GFR. * Feedback Tubuloglomerular É o componente fundamental da autorregulação renal e depende do complexo justaglomerular; este é formado por células da mácula densa (na porção inicial do túbulo distal) e células justaglomerulares (localizadas na parede das arteríolas aferente e eferente). Quando a pressão sanguínea diminui, a concentração de NaCl ao nível da mácula densa diminui, o que conduz a dois efeitos: * Autorregulação 1. Diminuição da resistência das arteríolas aferentes – aumento da PG e da GFR em direção a valores normais; 2. Aumento da libertação de Renina pelas células justaglomerulares – aumento da formação de Angiotensina II – constrição da arteríola eferente – elevação da PG e da GFR em direção a valores normais. * Autorregulação * Mecanismo Miogênico Refere-se à capacidade intrínseca dos vasos sanguíneos se contraírem quando a pressão sanguínea aumenta. O que previne o estiramento excessivo dos vasos e o aumento excessivo da GFR e do RBF. * Outros fatores que influenciam a GFR e o RBF – Dieta rica em proteínas – aumento da GFR e do RBF (por estimulação do crescimento dos rins e por redução de resistência vascular renal) – Hiperglicemia (a glicose é cotransportada, tal como os aa, com o sódio no túbulo proximal); – Glicocorticóides – diminuem a resistência vascular renal (aumentam GFB e RBF); – Idade – diminui GFR e RBF por redução do número de néfrons funcionantes (diminuem 10% por década a partir dos 40 anos). * Reabsorção de Sódio e Água A quantidade de Na+ extracelular é cerca de 1700 mEq para um adulto de 60Kg e apenas de 100 mEq no espaço intracelular devido à baixa permeabilidade de sódio da maioria das membranas e eliminação ativa de sódio pela bomba Na+ / K+. a) Túbulo proximal - 65% do Na+ e água filtrados são reabsorvidos ao longo do túbulo proximal; - A concentração de Na+ no fluido tubular permanece constante até ao final do túbulo proximal; - A osmolaridade do fluído tubular proximal diminui ligeiramente relativamente ao plasma; - A concentração de Cl- aumenta e a de HCO3 diminui ao longo de túbulo proximal. * Reabsorção de Sódio e Água b) Alça de Henle - A reabsorção de água ocorre no ramo descendente da alça; o ramo ascendente é impermeável à água; - De modo contrário, a reabsorção de Na+ não ocorre no ramo descendente mas 20 a 25% da reabsorção de Na+ ocorre no ramo ascendente. Por isso, o fluido tubular na parte final da alça é sempre hipotônico. c) Túbulo distal e ducto coletor Aproximadamente 10% de Na+ e 20% de água são reabsorvidos ao longo deste segmento; no entanto, é nesta parte do néfron que ocorre a regulação da reabsorção de Na+ e de água. * Mecanismo de reabsorção do Sódio I – Transporte transcelular A – Basolateral A ATPase Na+/K+ está estritamente localizada na membrana basolateral das células epiteliais renais portanto a direção do transporte de Na+ será do lúmen para o sangue à medida que este atravessa a membrana luminal. A bomba de Na+/K+ é a responsável pelo transporte de Na+ em todos os segmentos do néfron que o absorvem, apesar de terem diferentes níveis de atividade. Nos epitélios que absorvem Cl- existem também canais de Cl- para o transporte do Cl- em cotransporte com o K+. * Mecanismo de reabsorção do Sódio B – Apical Os transportadores apicais que promovem o aumento de Na+ e/ou de Cl- variam com o segmento tubular. Muitas vezes o aumento de Na+ é que possibilita o movimento de outros solutos, como glicose, aa, H+ através de mecanismos do co e contratransporte. II – Transporte paracelular No túbulo proximal (parte distal) e ramo ascendente da alça de Henle ocorre transporte paracelular de Na+ devido a uma pequena diferença positiva de potencial transtubular. No ducto coletor, os íons Cl- podem seguir a via paracelular devido ao potencial transepitelial ser negativo no lúmen. * Reabsorção Tubular da Água A reabsorção de água ao longo dos túbulos é determinada, por um lado, pela diferença de pressão osmótica e por outro, pela permeabilidade à água . Túbulo contorcido proximal e ramo descendente da alça de henle: alta permeabilidade mas pequena diferença de pressão osmótica. Ramo ascendente da alça de Henle e Túbulo contorcido distal: alto gradiente osmótico mas baixa permeabilidade. No ducto coletor, a permeabilidade à água é regulada pela hormônio antidiurético (ADH). A alta permeabilidade à água correlaciona-se com a presença das aquaporinas (canais de água) presentes em ambas as membranas (apical e basolateral). A pressão oncótica dos capilares peritubulares também regula uma fração de fluido absorvido ao longo do epitélio. * Regulação da osmolaridade dos fluidos corporais Quando há excesso de água no corpo e a osmolaridade do líquido corporal fica reduzida, o rim pode excretar uma urina com osmolaridade muito baixa, de até 50mOsm/l. Quando há um déficit de água e a osmolaridade do líquido fica alta, o rim pode excretar urina com uma [ ] de cerca de 1.200 a 1.400 mOsm/l. * ADH ou Vasopresina Induz alterações estruturais na parede luminal das células principais, determinando um aumento da permeabilidade à água e à uréia. Sistema de feedback Efeito antidiurético - com [ ] plasmáticas relativamente baixas; Efeito vasoconstritor - ocorre com [ ]s plasmáticas superiores. A sua secreção é determinada por 2 fatores: osmótico (tonicidade plasmática), e não-osmótico (volemia) * ADH ou Vasopresina * Mecanismo da SEDE É estimulada pelas mesmas variáveis que estimulam o ADH, ou seja, o aumento da osmolaridade plasmática ou a diminuição da volemia. * Regulação do volume extracelular e da excreção de NaCl A regulação da osmolaridade do líquido extracelular e a variação do Na+ estão intimamente ligados porque o Na+ é o íon mais abundante no compartimento extracelular. Atividade simpática renal e níveis de catecolaminas circulantes A expansão do ECV reduz a atividade simpática renal, o que conduz ao aumento da excreção de Na+ (a GFR e o RBF são pouco afetados).A depleção do ECV aumenta a atividade simpática renal, estimulando a reabsorção de Na+ por efeito tubular direto e por vasoconstrição e diminuição do RBF e da GFR (efeito indireto) * Sistema Renina – Angiotensina - Aldosterona A Renina é uma enzima sintetizada e libertada pelas células granulares (células musculares lisas modificadas localizadas na média das arteríolas aferentes renais) que integram o complexo justaglomerular. A Renina degrada o Angiotensinogênio (proteína circulante produzida no fígado e rins) em Angiotensina I (decapeptídeo) que, por sua vez, é convertida em Angiotensina II (octapeptídeo ativo) pela enzima de conversão da angiotensina (ACE). O nível plasmático da Angiotensina II é determinado pelo nível de Renina plasmática. * Sistema Renina – Angiotensina - Aldosterona A secreção de Renina é estimulada por 3 mecanismos principais: a) Aumento da atividade simpática (através de receptores β presentes nas células granulares); b) Redução da pressão arteriolar aferente (mecanismo ainda desconhecido); c) Diminuição da concentração de NaCl na mácula densa: o oposto também se verifica, isto é, a secreção de Renina também é inibida por um aumento do NaCl na mácula densa. A variação de NaCl neste local é dependente do sódio corporal total e é influenciada pela GFR e pela reabsorção tubular proximal, as duas variáveis que são modificadas pelo ECV. * Angiotensina II Estimula diretamente a reabsorção de Na+ em vários segmentos tubulares, particularmente no túbulo proximal, onde ativa o trocador Na+ / H+. Em concentrações mais elevadas, diminui a GFR por vasoconstrição da arteríola aferente e pela diminuição de Kf. A produção de angiotensina II plasmática é auto-limitada porque a sua formação inibe a secreção de Renina. * Aldosterona A Aldosterona é um hormônio esteróide sintetizada na zona glomerulosa do córtex da glândula supra-renal. A sua produção é estimulada por: 1. Angiotensina II 2. Diminuição da concentração plasmática de Na+; 3. Aumento de concentração plasmática de K+; 4. ACTH; 5. Diminuição dos níveis plasmáticos do peptídeo natriurético auricular. * Aldosterona O fator principal no controle de secreção de Aldosterona é a Angiotensina II plasmática. A aldosterona estimula a reabsorção de Na+ renal atuando sobre as células principais do ducto coletor. * ANP (Peptídeo Natriurético Atrial) É um hormônio peptídico (28 aa) que é sintetizado pelos miócitos auriculares e libertado em resposta à distensão auricular. O ANP inibe diretamente a reabsorção de Na+ (via GMPc ). Em concentrações mais elevadas aumenta a GFR (por vasodilatação das arteríolas aferentes e aumenta Kf). * Perturbação da osmorregulação Manifesta-se pela incapacidade de excretar quantidades apropriadas de água para manter a isotonicidade plasmática. Os sintomas típicos são a hiponatrémia ou hipernatrémia (concentração de Na+ plasmático baixa ou elevada, respectivamente). Uma perturbação da regulação do volume manifesta-se pela incapacidade de excretar quantidades apropriadas de Na+ para manter um ECV normal. Os sintomas típicos são o edema (acumulação de fluido intersticial) ou a depleção de volume. Embora conceptualmente distintas, as perturbações do volume e da osmorregulação apresentam-se muitas vezes associadas. * Regulação do equilíbrio ácido-básico A concentração do íon hidrogênio livre no plasma é extremamente baixa ( ≅ 40 nEq/L) e as variações normais são de apenas 3 a 5 nEq/L. O principal motivo da regulação apertada dos níveis de H+ deve-se ao fato destes íons afetarem a estrutura terciária de macromoléculas como proteínas, ácidos nucléicos, lipídios e conseqüentemente as propriedades funcionais destas moléculas. O pH arterial normal é de 7,4 enquanto que o pH venoso e do fluido intersticial é de 7,35. Os ácidos são produzidos continuamente pela atividade metabólica. O ácido carbônico é o mais abundante (derivado do CO2). A produção de outros ácidos é reduzida e resulta fundamentalmente do metabolismo de aminoácidos. * Mecanismo de controle do pH dos fluidos corporais 1. Sistemas tampão químicos Atuam imediatamente, combinando-se com os ácidos ou com as bases para prevenirem alterações excessivas na concentração de íons hidrogênio. 2. Sistema respiratório Regula a remoção de CO2 e H2CO3 do sangue. Este mecanismo atua em segundos/ minutos e é utilizado como segunda linha de defesa. 3. Sistema renal Excretam urina alcalina ou ácida, ajustando a concentração de H+ em direção ao normal durante a alcalose ou acidose. Este mecanismo atua lentamente (horas a dias) mas de modo potente. * Tampão Bicarbonato Ph= pK do ácido carbônico + log(HCO3)/(H2CO3) pK do ácido carbônico= 6,1 * Tamponamento Químico Primeira linha de defesa contra variações do Ph. Participação um ácidos fracos e sua base conjugada. O tampão pode ser definido como uma substancia que se liga de modo reversível ao H+: Tampão + H+ = Htampão. Os principais tampões extracelulares são: 1. Bicarbonato / dióxido de carbono (HCO3- / CO2) 2. Fosfato inorgânico (HPO4-2 / HPO4-) 3. Proteínas plasmáticas No sangue, a hemoglobina é o principal tampão intracelular(oxihemoglobina e da hemoglobina “reduzida”) e o Bicarbonato apesar de ser fraco é o principal tampão extracelular porque é o que os componentes encontram-se em maior quantidade. * Tamponamento Respiratório A taxa de remoção de CO2 é diretamente dependente da taxa de ventilação e esta é regulada pelo pH e pelo PCO2 (quimiorreceptores respiratórios centrais na formação reticular do Bulbo). Esta regulação é tão eficiente que permite que, em condições de produção máxima de CO2 (ex:. exercício físico violento), o CO2 seja removido à taxa que é produzido, sem alteração do equilíbrio ácido-base. * Regulação Renal de conteúdo corporal de HCO3 Todos os segmentos tubulares contribuem para a reabsorção de HCO3-mas cerca de 85% deste é reabsorvido no túbulo proximal (principalmente, na primeira metade). Em condições normais, apenas o tampão HPO4²- / H2PO4- é filtrado em quantidade suficientes para atuar como um receptor intratubular de H+. * Síntese de Amônio O íon NH4+ é produzido por todas as células tubulares renais mas principalmente pelas dos túbulos contorcidos proximais. Quando o organismo sofre uma acidose prolongada o metabolismo de aminoácidos no fígado é diminuído porque este ocorre a partir de reações de desaminação que produzem amônia e liberam H+. Então as células tubulares renais passam a realizar reações de desaminação em proteínas como a glutamina liberando NH4+ como forma de eliminação dos compostos nitrogenados sem aumentar a concentração de H+ no plasma. O NH4+ é trocado com o Na+. * Regulação da secreção de H+ e HCO3- Alterações na PCO2 arterial associam-se a alterações paralelas na reabsorção de HCO3- ou na secreção de íon H+, A diminuição da PCO2 arterial inibe a secreção H+ (e a reabsorçãoHCO3-) e o aumento da PCO2 arterial estimula este processo. A reabsorção HCO3- é afetada pela concentração plasmática de HCO3- : o HCO3- filtrado é quase totalmente absorvido até um certo nível plasmático de HCO3- acima do qual aumenta a excreção de HCO3- , enquanto que a excreção de H+ está inibida. * Desequilíbrio Ácido-Base Respiratórios Quando existe um defeito primário na capacidade dos pulmões removerem CO2, ou quando a sua remoção está exagerada, há um ganho, ou uma perda de íons hidrogênio. A perturbação do equilíbrio ácido-base é designada respiratória. Deste modo, a alteração primária dos desequilíbrios respiratórios é na pressão de dióxido de carbono (PCO2). Acidose respiratória, a diminuição do pH resulta da redução da relação HCO3- / PCO2 (<20). Alcalose respiratória, em que há remoção excessiva de CO2, a relação aumenta (>20) e o pH eleva-se. * Desequilíbrios Ácido-base Metabólicos Têm como causa o excesso de ácidos ou de bases que consomem ou produzem tampões aniônicos adicionais. Causas de excesso de produção de ácidos: a) Produção de ácidos aumentada (ex: cetoacidose diabética ou acidose láctica); b) Perda de HCO3- (ex: diarréia); c) Excreção urinária de H+ inadequada (ex: Insuficiência renal crônica) * Desequilíbrios Ácido-base Metabólicos Causas de excesso de produção de bases: a) Produção de bases aumentada (ex: dieta vegetariana); b) Perda de íons H+ (ex: vomito); c) Excreção urinária de HCO3- inadequada (ex: Hiperaldosteronismo). A alteração primária neste tipo de desequilíbrios é a modificação da concentração de HCO3-. Quando a concentração de HCO3- diminui, a relação HCO3- / PCO2 diminui (<20) e o pH diminui também, originando uma Acidose Metabólica. Na Alcalose Metabólica há aumento da concentração de HCO3- e do pH. * Mecanismos de compensação dos desequilíbrios Ácido-base Respiratórios Quando as alterações na PCO2 arterial persistem, são desencadeados secundariamente, alterações na excreção renal de íons H+. Na Acidose Respiratória, a reabsorção renal de HCO3- aumenta e conseqüentemente, a concentração plasmática de HCO3- também aumenta. Na Alcalose Respiratória, há inibição da secreção renal de H+ e da reabsorção de HCO3-, o que conduz à redução da concentração plasmática de HCO3-. Após 2 / 4 dias, quando um novo equilíbrio é atingido, os grandes desvios iniciais do pH plasmático foram substancial mas não totalmente compensados. * Mecanismos de compensação dos desequilíbrios Ácido-base Respiratórios 1. Compensação respiratória Os mecanismos de compensação dos desequilíbrios metabólicos ocorrem alguns minutos após o alteração primária. Deste modo, na Acidose Metabólica, o aumento da taxa de ventilação promove a excreção de CO2, o que permite a normalização quase total do pH e da relação HCO3- / PCO2. Na Alcalose Metabólica, a taxa de ventilação diminui, pelo que o aumento da PCO2 normaliza parcialmente o pH plasmático. * Mecanismos de compensação dos desequilíbrios Ácido-base Respiratórios 2. Correção renal: 2.1 Acidose Metabólica. Ocorre aumento da reabsorção de HCO3-. A secreção renal de H+ é estimulada pelos níveis plasmáticos elevados de Aldosterona que, deste modo, auxilia a reabsorção de todo o bicarbonato bem como a titulação de tampões que não o bicarbonato. Este mecanismo de secreção de aldosterona em resposta à acidose é, em parte, dependente da secreção de renina. O aumento da produção e excreção de amônio também contribui para o aumento da excreção de ácidos. * Mecanismos de compensação dos desequilíbrios Ácido-base Respiratórios 2.2 Alcalose Metabólica Teoricamente, o aumento da concentração plasmática de HCO3- seria facilmente corrigida pela excreção urinária do excesso desse composto. No entanto, na prática clínica, este desequilíbrio é acompanhado, muitas vezes, de complicações que tendem a perpetua-lo, porque impedem a excreção eficiente de HCO3 -. Ex: A alcalose metabólica muitas vezes decorre de quadros seguidos de vômito, onde são eliminados além de H+, Na+, Cl- e líquido. Com isso o paciente ocorre redução do GFR e aumento da reabsorção de HCO3- o que impede sua excreção apropriada. Este distúrbio ácido-base é sempre acompanhado por depleção de K+. Processos que conduzam à depleção de potássio, como o Hiperaldosteronismo, o uso excessivo de diuréticos e a ingestão reduzida de K+, podem originar uma alcalose metabólica devido ao tamponamento celular. * Regulação do equilíbrio do K+ A maior parte do potássio (K+) é armazenado no interior das células e apenas 1 a 2% do K+ total existe no espaço extracelular. A principal via de excreção do K+ é a renal com uma contribuição intestinal reduzida (secreção de K+ pelo cólon). A concentração extracelular de K+ necessita de ser regulada com precisão porque é um determinante crítico do potencial de membrana das células excitáveis. * Regulação do equilíbrio do K+ Os fatores mais importantes que ESTIMULAM a secreção de K+ pelas células principais incluem: Variação de K+ aumentada no líquido extracelular; * estimula a bomba Na+/K+; * torna > o gradiente do K+ a partir do líquido intersticial renal para o interior da célula epitelial; * estimula a secreção de aldosterona pelo córtex adrenal; Aldosterona aumentada; * bomba Na+/K+; * aumenta permeabilidade da membrana luminal ao K+; * Regulação do equilíbrio do K+ Ingestão de K+ [ ] plasmática de K+ Secreção de K+ pelos túbulos coletores Excreção de K+ Aldosterona * Regulação do equilíbrio do K+ Taxa do fluxo tubular distal aumentada; * Quando o K+ é secretado para dentro do líquido tubular, a [ ] luminal de K+ aumenta, desta maneira reduzindo a força para a difusão de K+ através da membrana luminal. Mas, com o aumento da taxa do fluxo tubular, o K+ secretado é continuamente lavado ao longo do túbulo. A acidose aguda diminui a secreção de K+ * Regulação do equilíbrio do K+ A insulina e a adrenalina têm uma capacidade de promoverem o aumento de K+ por estimulação da atividade de bomba Na+/ K+. Deste modo, após uma refeição contendo K+, a insulina é liberada e promove o aumento celular de K+, atenuando o aumento do K+ plasmático. Similarmente, durante o exercício físico violento, o aumento do K+ plasmático é contrariado pela adrenalina liberada pela supra-renal. * Regulação do equilíbrio do K+ Taxa de filtração normal de potássio: 756 mEq/dia 65% é reabsorvido no túbulo proximal; Outros 25 a 30% são reabsorvidos na alça de Henle; A maior parte da regulação dia-a-dia da excreção do potássio ocorre no túbulo distal final e nos túbulos coletores corticais, onde ele pode ser reabsorvido ou secretado.
Compartilhar