Buscar

Apostila Direitos Humanos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITOS HUMANOS
1 - Terminologia 
 	Para compreensão dos Direitos Humanos, deve-se, primeiramente, saber diferenciar terminologias simples entre: direitos humanos, direitos fundamentais e direitos humanitários.
I) Direitos humanitários: também chamado de Direito de Guerra. Muitos autores compreendem ser um desdobramento dos Direitos Humanos, pois cuidam do mesmo fim, porém os direitos humanos estão envolvidos tanto em tempo de guerra como em tempo de paz.
II) Direitos fundamentais: verdadeiro sinônimo de Direitos Humanos. Entretanto, a doutrina costuma utilizar o termo "Direitos Fundamentais" quando trata dos próprios Direitos Humanos quando já inseridos no direito interno, isto é, quando implantado na Constituição interna de um Estado ou em leis domesticas esparsas.  
 	O estudo dos direitos fundamentais acontece no âmbito do direito constitucional. Portanto, os direitos fundamentais estão descritos, em sua maioria, no art. 5º da CF, como em outros artigos expressos na própria CF, além daqueles decorrentes dos princípios e do regime democrático (implícitos), assim como aqueles fixados por Tratados Internacionais ratificados pelo Brasil.
 	A CF fixou no art. 5º uma proteção aos direitos humanos, colocando que todos são iguais perante a lei, sem distinções e garantindo o direito à vida, liberdade, entre outros. 
III) Direitos humanos: quando inseridos num Tratado Internacional, isto é, no direito internacional, levam o nome de Direitos Humanos. 
2 - Conceito de Direitos Humanos
Após um longo período ditatorial o Brasil começou sua era de democratização. A CF/88 foi o marco jurídico da transição ao regime democrático. Alargando, significativamente o campo dos direitos e garantias fundamentais. Tornou-se uma das constituições mais avançadas do mundo sobre essa matéria, sendo a primeira constituição a elencar o princípio da prevalência dos direitos humanos como princípio fundamental a reger o Estado nas relações internacionais. Foi então, com este processo de democratização, que o Brasil foi novamente inserido no mundo internacional.
2.1 - O que são Direitos Humanos?
 
É o direito à proteção. De forma conceitual, os Direitos Humanos seriam uma forma de proteção do ser humano, amparando o vulnerável através de um conjunto de direitos e garantias, indissociáveis, para que assim, garanta-se a sua dignidade, sendo considerados, portanto, direitos inerentes à condição humana. São, portanto, os direitos e liberdades básicas pertencente a todos os seres humanos. 
Para chegar a esta concepção contemporânea, no entanto, o homem precisou percorrer um longo caminho de lutas, geralmente pelo desejo do lucro ou do poder. Por isso se tornou uma concepção moderna considerar que somente em nações democráticas é possível existirem os Direitos Humanos, porque um governo autoritário transforma-se muito facilmente em opressor.
A concepção contemporânea de Direitos Humanos é recente: foi internacionalmente estabelecida pela ONU através da Declaração Universal de Direitos Humanos, em 1948, depois da 2ª Guerra Mundial.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu art. 1º afirma que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
 	A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu com o objetivo de evitar guerras, promover a paz e a democracia através da internacionalização dos Direitos Humanos. A Declaração Universal tem uma importância mundial, apesar de não obrigar juridicamente que todos os Estados a respeitem. 
2.2 - Evolução dos Direitos Humanos
Não se sabe precisar ao certo o verdadeiro marco inicial dos Direitos Humanos, tudo o que se sabe até hoje são especulações de estudiosos do assunto. Acredita-se que os Direitos Humanos possa ter iniciado a partir de costumes de civilizações antigas, estudos filosóficos e a expansão do Cristianismo.
Os adeptos ao direito natural relacionam o nascimento dos direitos humanos a própria existência humana, isto é, os direitos humanos estão intimamente ligados ao homem, nascendo com ele.
Os direitos humanos são fruto de um espaço simbólico de luta e ação social, na busca por dignidade humana. Exemplo disso, temos a Revolução Norte-Americana e a Revolução Francesa que tiveram importante papel na busca pela proteção dos direitos humanos.
O texto tido pela maioria da doutrina como marco inicial remonta a 1215 a João Sem-terra e a Carta Magna. Outros autores remontam a um tempo ainda mais antigo, com a Declaração das Cortes de Leão, em 1188. 
Outra boa colocação é a Constituição norte-americana, de 1787, considerada a primeira constituição da história, escrita na Filadélfia, que também vislumbrou proteções, igualdades de liberdades a seus cidadãos. 
 	Cabe aqui mencionar, que no campo dos direitos sociais, são pioneiros neste tema a Constituição mexicana de 1917 e a Constituição a Republica de Weimar de 1919. Porém, não há dúvida, de que o marco regulamentador, isto é, que formalizou os Direitos Humanos no papel, foi com a criação da ONU, em 1945. Entretanto, há 3 casos que precederam os direitos humanos, mas que com ele se relacionam, pois já foi o inicio de uma preocupação internacional:
I) Direitos Humanitários: relacionado ao direito de guerra, mas que já vislumbrou o direito a proteção do individuo ferido em guerra;
II) Liga das Nações: após 1ª Guerra, buscou salvaguardar a paz e a segurança das entidades internacionais. Não obteve êxito;
III) Organização Internacional do Trabalho: que já se conseguia identificar o sujeito direito a ser protegido.
3 - Características 
Dominar as características dos Direitos Humanos é tarefa bastante importante, ao compreendê-las e domina-las fica mais fácil vislumbrar o estudo dos Direitos Humanos. Cabe ressaltar, que nenhuma delas devem ser interpretadas isoladamente, e sim de forma conjunta.
3.1) Historicidade: é produto de conquistas históricas. Os direitos humanos são históricos, pois são construídos pela convivência coletiva. Cada momento histórico exige o surgimento de uma nova proteção para melhor adequar e proteger o ser humano daquela nova convivência. Não significa, de maneira alguma, que um direito humano mais antigo deixou de existir, muito pelo contrario, eles somam-se e crescem, jamais diminuem.
3.2) Universalidade: podemos observar os Direitos Humanos em dois sentidos:
1) alcançam todas as pessoas, sem discriminação, pois o núcleo é a dignidade da pessoa humana. 
2) alcançam todos os Estados, de forma universal. Portanto, os Direitos Humanos visam à proteção de toda a humanidade, independente da origem de cada um, são universais, pois pertencem ao universo de todas as pessoas, independentemente de quem seja.
Em 1948, essa característica foi marcada por um passo decisivo com a Carta da ONU, consagrando a declaração universal dos direitos humanos. A mesma característica foi reforçada na Convenção Americana de Direitos Humanos e na Declaração de Viena de 1993.
3.3) Efetividade: não basta apenas reconhecer um Direitos Humano ou até mesmo ratificar um tratado internacional sobre direitos humanos se não der efetividade ao mesmo. Cada Estado deve criar mecanismos para efetivar os direitos humanos, não bastando o reconhecimento abstrato em sua Constituição ou leis internas. Mecanismos punitivos devem ser estabelecidos, para que a pratica de transgressões contra os direitos humanos sejam extintas. 
3.4) Relatividade: jamais pense que os Direitos Humanos  são absolutos, pois eles podem sofrer ponderações. O que se deve ter em mente, é que deve sempre interpretar o direito de um indivíduo em conformidade com o direitos dos demais, deve haver uma ponderação, por isso a sua relatividade. Ex.: delinquente, que receberá pena de prisão em regime fechado, após devida condenação. Ele terá seu direito de liberdade restringido em prol do bem estar da sociedade.
3.5) Irrenunciabilidade: a ninguém é concedida a faculdade de renunciar a direitos inerentes à dignidadehumana.
Estes direitos estão tão ligados a vida humana que não há forma de renuncia-los. Os direitos humanos são irrenunciáveis, diferentemente dos direitos subjetivos que são renunciáveis.
3.6) Inalienabilidade: os Direitos Humanos não podem ser alienados (estão fora de comércio). Uma vez que o Estado reconheça este direito, não poderá mais suprimi-lo. Por favor, não confunda esta característica com o direito de atribuir a um bem uma valoração econômica, como por exemplo, o direito de propriedade.
 Ter direito a propriedade é um direito humano, mas agora valorar um valor a este bem é outra coisa. 
3.7) Inexaurabilidade: significa dizer que os direitos humanos são inesgotáveis, isto é, cada direito novo se agrega aos já existentes. O fato de ser muito antigos, não significa dizer que caiu em desuso ou está ultrapassado. 
3.8) Imprescritibilidade: não prescreve com o decurso do tempo. São inerentes a existência humana, podendo ser exigidos a qualquer tempo. O decurso do tempo não seria motivo para que um Estado possa viola-lo ou não reparar a violação cometida.
3.9) Unidade (ou Indivisibilidade, ou concorrência, ou Interdependência): os Direitos Humanos são compreendidos como um conjunto único, indivisível e interdependente. Cada direito humano é um núcleo único, não podendo ser dividido, o que não significa dizer que não possa estar relacionado ou interligado a outros direitos humanos, além de ser uma forma de demonstrar que não há um hierarquia entre as categorias.
3.10) Vedação do retrocesso (ou efeito cliquet): os direitos humanos não podem retroceder na sua proteção.
3.11) Inerência: os direitos humanos são inerentes a cada pessoa, pelo simples fato de serem seres humanos, portanto, está intimamente ligado a dignidade humana. 
4 - Dimensões
Foi Karel Vasak, em 1979, quem propôs, primeiramente, a ideia das 03 gerações. Paulo Bonavides entende que o termo “gerações” remete a ideia de que uma geração sobrepõe-se a outra, isto é, a anterior deixa de existir. Isso não seria correto, pois ela nasce para complementar e não sobrepor-se. Neste contexto, Bonavides sugere que o mais adequado seria utilizar o termo “dimensões”, que faz nascer a ideia de interdependência e indivisibilidade existente. As dimensões que Karel Vasak propôs, são:
	Liberdade
1ª Dimensão:
	Igualdade
2ªDimensão:
	Fraternidade
3ª Dimensão:
	São os direitos civis e políticos.
Afasta o Estado do individuo, sendo os chamados direitos negativos.
Marco: a partir da Independência norte-americana e Revolução Francesa.
	São os direitos econômicos, sociais e culturais.
Aproxima o Estado do individuo, sendo os chamados direitos positivos.
Teve inicio com a
Revolução Industrial.
	São os direitos difusos e coletivos.
Direitos de solidariedade.
Marco: a criação da ONU e lançamento da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
	Ex.: direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão etc.
	Ex.: direitos à saúde, à educação, ao trabalho, à habitação etc.
	Ex.: direito meio ambiente, à autodeterminação dos povos, direito à paz etc.
1ª Dimensão: Direito a LIBERDADE, ou direitos civis e políticos.
Embora tenham por inspiração a Magna Carta de 1215 (que surgiu através de um conflito existente entre o Monarca e a Igreja, que levou a Magna Carta), surgiu efetivamente com a doutrina liberal, no século XVIII, sendo a Revolução Francesa de 1789, o movimento mais marcante. A Revolução norte-americana de 1776, na luta pela independência da Inglaterra, foi outro marco importante.
Traz os direitos negativos. Afastam o Estado opressor do individuo. Onde o Estado deve abster-se, o Estado não intervêm.
2ª Dimensão: direito a IGUALDADE, ou direitos econômicos, sociais e culturais. São direitos de prestações positivas, ou seja, aproxima o Estado do individuo. O marco para o surgimento foi a Revolução Industrial, onde os empregados passaram a exigir direitos sociais que lhes protegessem, fazendo, assim, com que o Estado interferisse na economia, para evitar injustiças. Os trabalhadores não possuíam nenhuma garantia de emprego, nenhuma proteção. Quando ficavam velhos, doentes ou lesionados eram facilmente substituídos e descartados. Trabalhavam com jornada de emprego excessiva, entre 10 a 14h diárias, sem dia de descanso, ferias ou qualquer outro direito, apenas deveres. Os momentos fundamentais para o seu estabelecimento foram a Revolução Mexicana de 1917 (que resultou na Constituição Mexicana), a Revolução Russa de 1918 e a Constituição de Weimar de 1919.
3ª Dimensão: direito a FRATERNIDADE, ou direito a solidariedade, ou direitos difusos e coletivos, ou transidividuais. Fruto das constantes reuniões da Assembleia Geral da ONU. Revela preocupação com o meio ambiente, defesa do consumidor e à paz. A ênfase deste direito não recai sobre um indivíduo, mas sim sobre todo o gênero humano.
Discute-se a existência ou não de duas outras dimensões, entretanto, vale a pena compreende-las:
	Pluralidade
4ª Dimensão
	Direito à Paz
5ª Dimensão
	São os direitos dos povos.
Surge no final do século XX, com a globalização politica, como forma de proteger o individuo.
	São os direitos à paz.
Paulo Bonavides deslocou o direito à paz, classificado como direito de 3º dimensão para os direitos de 5º dimensão.
Compreende que deve haver destaque para a paz, frente aos últimos acontecimentos (ex.: atentado de 11 de setembro)
	Ex.: limitação da clonagem humana e alimentos transgênicos; direito a democracia; direito a informação etc.
	Ex.: direito à paz permanente.
4ª Dimensão: direito a GLOBALIDADE ou PLURALIDADE. Surge o final do século XX. Alcança direitos e garantias contra a globalização ilimitada. Busca preservar o ser humano, limitando o uso da engenharia genética, como a clonagem. Tenta frear o desenvolvimento desacerbado para evitar mutações genéticas, desenvolvimento de novas doenças etc. Ex.: limitação da clonagem e alimentos transgênicos, direito à informação, à democracia
5ª Dimensão: traz à paz mundial e permanente. Paulo Bonavides deslocou o direito à paz da 3ª dimensão para a 5ª dimensão. Compreende que em face dos últimos acontecimentos (como, por exemplo, o atentado terrorista de “11 de Setembro”), seria apropriado falar em um direito à paz. Embora em sua doutrina esse direito tenha sido alojado na esfera dos direitos de 3ª dimensão, o ilustre jurista, frente ao insistente rumor de guerra que assola a humanidade, decidiu dar lugar de destaque à paz no âmbito da proteção dos direitos fundamentais. 
5 - Categorias dos Tratados no Direito Brasileiro
Podemos dizer que houve 3 momentos no Brasil com relação a hierarquia dos tratados ao serem ratificados no ordenamento brasileiro. Num primeiro momento, de 1977 até 2004 e em 2008. Todo e qualquer tratado internacional que era ratificado no Brasil, ingressava com status de norma infraconstitucional (ou lei ordinária).
 	Em 2008, o STF mudou sua posição, de forma histórica. Compreendeu que todos os Tratado Internacionais de Direitos Humanos assinados pelo Brasil até 2004, possuíam status supralegal, isto é, estão acima do ordenamento jurídico, mas abaixo da CF. Ficou decidido assim, com base no art. 5º, §2º, CF.
	Art. 5º, §2º, CF: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
 	Pois ao dizer que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes tratados internacionais”, ficava claro que tratado que versasse sobre Direitos Humanos, possuía status diferenciado, especial. Isso ocorreu, quando decidiram a respeito do Pacto de San Jose da Costa Rica, que possuía uma norma que conflitava com o direito constitucional pátrio. Neste meio tempo, a EC 45/04 acrescentou o §3º ao art. 5º, CF.
	Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em doisturnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Deixando claro que Tratados Internacionais de Direitos Humanos, após 2004, que  obtiverem, no Congresso Nacional a aprovação, nas duas Casas, em dois turnos, por 3/5 dos votos, terão status constitucional. Um exemplo de tratado aprovado pelo Congresso Nacional já nesses moldes do §3º foi a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificado pelo Brasil em 2008. Hoje é o único que possui status de emenda constitucional em decorrência do §3º. Os demais tratados internacionais possuem força hierárquica infraconstitucional.
Diferenciação:
	Norma constitucional
	Supralegal
	Infraconstitucional
	É que esta escrito no texto constitucional.
	Esta abaixo da constituição, mas acima do ordenamento jurídico.
	Esta abaixo da constituição, no mesmo nível das leis ordinárias.
6 - Teorias Fundamentais dos Direitos Humanos
As teorias existentes não substituem umas as outras e sim se completam, coexistem conjuntamente. As teorias mais significativas dos Direitos Humanos são:
	Teoria Jusnaturalista:
	Teoria Juspositivista:
	Teoria Moralista ou de Perelman:
	Os direitos estão situados numa ordem suprema, imutável e universal, divina. “O que é justo por natureza”.
	É a criação normativa, sendo legitima as manifestações da soberania do povo, onde só constitui direito aqueles positivados. “O que é justo pelas leis”.
	Encontra-se a fundamentação dos direitos humanos na experiência e consciência moral do povo, permitindo, muitas vezes, ir além do direito posto.
6.1 - Teoria Jusnaturalista: também chamada de Direito Natural. Compreende que toda a pessoa nasce livre, sem dividas ou obrigações. Só que esta qualidade dura até ser feito o registro de nascimento, onde neste momento adquire existência civil. Então, até o momento anterior ao registro civil, a criança já tem direitos que independem de sua condição social, étnica ou qualquer outra condição. A criança já nasce com o direito à vida e consequentemente ao direito de ser alimentado, vestido e abrigado. Pensadores: Tales de Mileto, Zenon, Santo Tomás de Aquino.
6.2 - Teoria Juspositivista: também chamada de Direito Positivo. Compreende que o homem só é capaz de viver em sociedade se subordinados as leis e fiscalizações. Onde só é direito o conjunto de leis posta pelo Estado, definindo ser justo o estabelecido pelas leis. Pensadores: Thomas Hobbes, Augusto Comte, Justiniano, Descartes, Kant
6.3 - Teoria Moralista ou de Perelman: encontra fundamento na consciência moral de determinada sociedade. Pensadores: Chaïm Perelman.
7 - Mecanismos de Efetivação dos Tratados de Direitos Humanos 
Não basta existir o tratado se não houver uma maneira de fazer cumprir o que nele estiver escrito. Cada tratado traz um maneira de efetivar, as mais comuns são: 
7.1 - Relatórios: os Estados signatários de tratados internacionais se comprometem a emitir informações por meio de relatórios, onde explicam a aplicabilidade e formas de efetivação que devam ao compromisso assumido no tratado. Então é através desses relatórios que se afere qual Estado esta efetivamente cumprindo o tratado em seu território.
7.2 - Cortes: possuem natureza conciliatória, buscando uma solução amigável entre as partes litigantes, através da emissão de recomendações aos Estados-membros. Possuem também uma função jurisdicional, julgando e sentenciando os casos.
7.3 - Comissões: também são chamados de Comitês ou Conselho. Possuem uma função mais ativa, pois podem realizar fiscalização aos Estados-membros para ver de perto a efetivação que o Estado-membro está tomando. Também, por consequência, podem emitir recomendações através de sua função conciliadora.
8 - Sistemas de Proteção
Há 3 níveis de sistemas de proteção.
	Sistema Doméstico-Estatal:
	Sistema Internacional-Regional:
	Sistema Internacional-Universal
	Todo o aparato jurídico no âmbito interno de um Estado.
	Normas jurídicas internacionais restritas a um determinado espaço geográfico. Ex.: Sistema Interamericano.
	Composto por tratados internacionais de âmbito global, celebrados pela ONU.
 	Cabe ressaltar que os 3 sistemas convivem, harmoniosamente, existindo, cada um em seu modo, para fortalecer ainda mais a internacionalização dos direitos humanos.  Entre o sistema global e o sistema regional não há hierarquia, como muitos possam pensar. Já entre o sistema doméstico, deve-se esgotar primeiramente todo o direito interno para depois ingressar na esfera do sistema regional ou global.
9 - Sistema Global de Direitos Humanos
Também chamado de Sistema Internacional, ou Sistema da ONU, ou Sistema Universal. Possui tratados internacionais de âmbito universal, que são celebrados pela ONU. É este sistema que influenciará o surgimento dos demais sistemas. Portanto, pode-se dizer que o Sistema Global integra a estrutura da ONU e são os seus princípios que inspiram e influenciam o surgimento dos demais instrumentos normativos posteriores.
Tem como fonte normativa imediata a Carta da ONU, que estabelece que os Estados-partes devem promover a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e, demarcar o início do processo de universalização dos direitos humanos, exige, consequentemente, a necessidade de efetivação desses direitos, sob a vigilância de um sistema de monitoramento, supervisão e controle.
Seus principais instrumentos são a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), onde estes instrumentos compõem a chamada Carta Internacional dos Direitos Humanos.
Contudo, o sistema global não se restringe apenas à Carta Internacional, possuindo  diversos tratados internacionais de direitos humanos referentes a proteção especifica de certos direitos como a Convenção Internacional contra a Tortura, Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, Convenção sobre os Direitos das Crianças, Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio entre outros.
9.1 - Carta das Nações Unidas
Também chamada de Carta de São Francisco, estabelece, formalmente, o acordo de, em âmbito mundial, criar uma organização internacional mais eficaz e abrangente que a fracassada Liga das Nações. O documento foi formalizado entre os Países Aliados da 2ª Guerra Mundial, nascendo assim a Organização das Nações Unidas. A Carta da ONU foi assinada em São Francisco em 26 de junho de 1945. 
Ficou estabelecido que todos os membros ficam sujeitos aos seus artigos, que postula que obrigações constantes na Carta prevalecem sobre quaisquer outras estabelecidas em tratados diversos.
O propósito das Nações Unidas é de proteger os direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem discriminação. Entende ser um tema global e, portanto, deve ser globalmente protegido. Porém, ela trouxe uma expressão genérica e pecou ao não definir o conteúdo dessas expressões “direitos humanos e liberdades fundamentais para todos”.
Sendo assim, para definir essas expressões foi elaborada a Declaração Universal de Direitos Humanos que teve como finalidade, então, complementar a Carta das Nações Unidas.
9.2 - Carta Internacional de Direitos Humanos
O Sistema Global de Direitos Humanos é regido pela Carta Internacional de Direitos Humanos, que por sua vez é composta pela Declaração Universal de Direitos Humanos, Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e pelo Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
9.2.1 - Declaração Universal de Direitos Humanos
Uma das coisas mais importantes a se saber sobre a Declaração Universal é o fato de que não se trata de um tratado e sim de uma resolução adotada pela Assembleia-Geral da ONU. Não é um tratado, pois este nasce de acordo internacionalentre Estados. Ela não passou pelos procedimentos internos para ser considerada tratado, sendo simplesmente uma recomendação, em forma de resolução, adotada pela Assembleia-Geral da ONU.
Foi aprovada então pela Resolução 217 no dia 10 de dezembro de 1948, inicialmente como a nomenclatura de "Declaração Universal do Homem", mas o termo "homem" por isso só trazia desigualdade entre homens e mulheres, por isso, posteriormente, adotou o nome de "Declaração Universal de Direitos Humanos". Tem por base o preâmbulo e o artigo 1º, §3º da Carta da ONU, vindo então para complementar a Carta em relação à expressão “direitos humanos e liberdades fundamentais”. Foi um dos primeiros instrumentos baseados na ideia de que os direitos humanos devem ser garantidos para todos os seres humanos, trazendo a paz mundial e promovendo os direitos humanos. Também foi pioneira no assunto "dignidade humana". 
Durante anos houve discussão da necessidade ou não de transformar a Declaração em um Tratado Internacional, discussão esta que foi encerrada em 1966 quando surgiram os Pactos Internacionais, que passaram a compor o chamado Sistema Global de Direitos Humanos, o que não significa dizer que não há outros tratados, pelo contrario, posteriormente, outros tratados específicos surgiram e também integram este quadro.
Estrutura: Sua estrutura se baseia no Código de Napoleão, com preâmbulo e princípios introdutórios. A Declaração é composta por 30 artigos precedida de um preâmbulo.
a) arts. 1º ao 21: direitos de 1ª dimensão, isto é, direitos civis e políticos. São, portanto, os direitos de liberdade.
b) arts. 22 ao 30: direitos de 2ª dimensão, isto é, direitos econômicos, sociais e culturais. São, portanto, os direitos de igualdade.
 	A Declaração Universal NÃO tratou dos direitos de 3ª dimensão, porque não se falava em direitos transindividuais na época de sua elaboração.
Se a Carta da ONU pecou porque trouxe o direito, mas não disse quais eram esses direitos, a Declaração também pecou porque, não obstante ter trazido os direitos, não nos deu instrumentos processuais para salvaguardar esses direitos numa instância nacional ou internacional. Daí, então, a necessidade da criação do Pacto Internacional de Direitos Civil e Políticos e Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
9.2.2 - Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP)
Seu texto foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 1966, porém só entrou em vigor em 1976 quando atingiu o numero mínimo de ratificações. O Brasil, por exemplo, só veio a ratificar o tratado em 1992, não podemos esquecer que o Brasil passava por um momento conturbado em sua política interna, bastante dominadora que restringia direitos fundamentais de seus cidadãos. 
 	Nasceu para garantir e complementar a Carta da ONU e a Declaração Universal, com força vinculante e obrigatória para os estados-membros. 
Apresenta direitos civis e políticos fazem parte da 1ª dimensão dos direitos fundamentais, o que corresponde aos direitos da liberdade. Estabelece direitos endereçados aos indivíduos que devem ser aplicados de forma imediata.
	Art. 5º, § 1º, CF: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
 	O Pacto traz deveres dos Estados-partes em assegurar os direitos neles elencados; direito à vida; direito a não ser submetido à tortura ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes; direito a não ser escravizado; direito a julgamento justo.
Prevê que quando houver uma situação excepcional que ameaça a existência de uma nação, os Estados podem usar medidas que permitam a derrogação de direitos, contanto que os Estados garantam alguns direitos fundamentais inderrogáveis: o direito à vida, à alimentação, proibição da tortura, proibição de escravidão e servidão, a liberdade de crença e consciência e os meios para proteger esses direitos. O Brasil estabelece estas restrições, quando necessário, em seu art. 139 da CF.
Uma dúvida poderá surgir: Por que separar os assuntos em dois Pactos distintos?
Bom, vale lembrar que durante a elaboração dos Pactos, transcorria a Guerra Fria. A URSS não aceitava os direitos civis e políticos, pois estes direitos só fariam sentido se todas as necessidades básicas dos cidadãos fossem supridas. 
Os EUA era e ainda é bastante arredio em reconhecer os direitos econômicos, sociais e culturais como sendo um direito humano, defendendo que estes direitos dependem da capacidade financeira de cada Estado. A solução para esta discussão foi dividir os direitos em dois Pactos distintos.
9.2.3 - Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) 
Os direitos econômicos, sociais e culturais fazem parte dos direitos de 2ª dimensão, o que corresponde ao direito à igualdade. Enquanto o Pacto dos Direitos Civis e Políticos estabelece direitos endereçados aos indivíduos, o Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais estabelece deveres endereçados aos Estados. Enquanto os direitos civis e políticos devam ser aplicados imediatamente, os direitos sociais devem ser aplicados de forma progressiva, isto é, dependem de ações afirmativas dos Estados.
A ideia de progressividade está intimamente ligado ao motivo de ter sido gerado dois distintos Pactos. É progressivo porque depende da situação econômica do Estado-parte, pois muitas vezes, torna-se bastante caro ao Estado implementar de forma imediata direitos humanos, ainda mais direitos econômicos, sociais e culturais. Contudo, o Pacto prevê que seu Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais possam adotar medidas de urgência quando for para evitar danos irreparáveis às vítimas de violações previstas no pacto.
9.2.4 - Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio
O mundo ficou tão assustado com os horrores da 2ª Guerra Mundial, que o mais urgente no momento era criar mecanismos que prevenissem que os mesmos crimes se repetissem. Uma das primeiras medidas tomadas pelos Estados vencedores foi de criar tribunais internacionais que julgassem crimes de guerra contra a humanidade e foi aí que surgiu o Tribunal de Nuremberg, ainda em 1945, pela Carta de Londres. Um ano mais tarde a mesma medida se repetiu e foi criado o Tribunal de Tóquio.
Os julgamentos destes tribunais foram de suma importância para a criação da Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio assinada em 11 de Dezembro de 1946 pela Assembleia Geral da ONU através da Resolução nº 96 (I), mas que só passou a surtir seus efeitos em 9 de dezembro de 1948 quando atingiu o numero mínimo de ratificações. O Brasil adotou a convenção em 6 de maio de 1952 através do Decreto 30.822.
A máxima da Convenção era conceituar "genocídio", e com base nos estudos e relatórios realizados durante os julgamentos, nasceu o art. 2º da Convenção, acompanhado de seu famoso preambulo:
	Considerando que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em sua Resolução n. 96 (I). de 11 de Dezembro de 1946, declarou que o genocídio é um crime contra o Direito Internacional, contrário ao espírito e aos fins das Nações Unidas e que o mundo civilizado condena;
	Artigo 2º: Na presente Convenção, entende-se por genocídio qualquer dos seguintes atos, cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tal como :
a) Assassinato de membros do grupo. 

b) Dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo.
c) Submissão intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasionem a destruição física total ou parcial.
d) Medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo.
e) Transferência forçada de menores do grupo para outro.
 	A importância que esta convenção teve foi tamanha que após a criação da ONU ela surgiu, sendo o primeiro Tratado Internacional de proteção aos direitos humanos  aprovado pela ONU, tendo em vista as atrocidades perpetradas pela 2ª Guerra Mundial. A Convenção é aplicada tanto em tempo de paz, como em tempo de guerra. Aqui não há diferençaquanto ao agente que pratica o ato, devendo todos que praticar serem condenados.
Também prevê que o crime de genocídio seja julgado por tribunal competente do Estado onde o ato foi cometido ou por um tribunal penal internacional (que de forma permanente ainda não existia). Só que esta previsão trazia dúvidas, pois um Estado poderia esconder essa "intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso", além de não mencionar no rol do artigo os grupos políticos entre os protegidos.
Com o passar dos anos e o assunto "genocídio" virando história, novamente passou a ser relembrando quando nos massacres na Ex-Iugoslávia e Ruanda, na década de 1990.
Sendo necessária a formação de Tribunais Específicos, quais sejam: Tribunal Internacional para a Ex-Iugoslávia (regido pelo Estatuto do Tribunal Internacional para a Ex-Iugoslávia) e o Tribunal Internacional para Ruanda (regido pelo Estatuto do Tribunal para Ruanda). Importante decisão surgiu com o Tribunal Internacional para Ruanda, que compreendeu que o genocídio pode ser cometido tanto na ação como na omissão. Discussões surgiram quanto ao fato de julgamentos serem realizados por tribunais ad hoc,  e a ideia de se criar um tribunal permanente ficou ainda mais forte após os casos da Ex-Iugoslávia e Ruanda, nascendo poucos anos depois o Tribunal Penal Internacional.
9.2.5 - Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial
Na década de 60, racismo semelhante ao da era nazista ressurgiu contra negros e judeus, que sofriam perseguições, fazendo com que a ONU adotasse em 21 de dezembro de 1965 a Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Em seu preambulo afirma:
	



(...) Convencidos de que qualquer doutrina de superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, em que, não existe justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em lugar algum, 
Reafirmando que a discriminação entre os homens por motivos de raça, cor ou origem étnica é um obstáculo a relações amistosas e pacíficas entre as nações e é capaz de disturbar a paz e a segurança entre povos e a harmonia de pessoas vivendo lado a lado até dentro de um mesmo Estado. 
Convencidos que a existência de barreiras raciais repugna os ideais de quaisquer sociedade humana, 
Alarmados por manifestações de discriminação racial em evidência em algumas áreas do mundo e por políticos governamentais baseadas em superioridade racial ou ódio, como as políticas de apartheid, segregação ou separação, 
Resolvido a adotar todas as medidas necessárias para eliminar rapidamente a discriminação racial em todas as suas formas e manifestações, e a prevenir e combater doutrinas e práticas racistas com o objetivo de promover o entendimento entre raças e construir uma comunidade internacional livre de todas as forma segregação racial e discriminação racial (...)
Ratificado pelo Brasil através do Decreto nº 65.810, em 8 de dezembro de 1969. A Convenção impõe ao Estado-parte o reconhecimento, em âmbito nacional, da discriminação como pratica condenável e a obrigação de adotar meio para eliminá-la em todas as suas formas, garantindo, por este meio, o principio da igualdade perante a lei, sem distinção de raça, cor ou de origem nacional ou ética. Impõe ao Estado-parte o reconhecimento da discriminação como prática condenável e a obrigação de adotar meios de eliminá-la, garantindo assim a igualdade.
9.2.6 - Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher
Ou apenas CEDAW (Convention to Eliminate All Forms of Discrimination Against Women) como também é conhecida,  foi aprovada pela ONU em 1979, entrando em vigor apenas em 1981, quando obteve o numero mínimo de ratificações. Hoje, há cerca de 173 Estados fazendo parte dela. O Brasil passou a fazer parte em 1984. 
Foi a Convenção que mais sofreu reservas ao ser ratificada, principalmente ao que colocava a mulher em pé de igualdade ao homem dentro do seio familiar, até mesmo o Brasil fez esta reserva, que, evidente, já não mantém hoje. 
Baseia-se no compromisso que cada Estados signatários tem de promover e assegurar a igualdade entre homens e mulheres e de eliminar todos os tipos de discriminação contra a mulher.
De acordo com a Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher" significa: toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.
Em 6 de outubro de 1999 a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou o Protocolo Opcional para a CEDAW para que todos os Estados signatários a assinassem. Prevê que o Estado signatário ao assinar o Protocolo Opcional reconhece a competência do Comitê sobre a Eliminação da Discriminação Contra a Mulher, órgão este responsável  por monitorar o cumprimento da Convenção por parte dos Estados, para então receber e analisar queixas de indivíduos ou grupos dentro de sua jurisdição.
A discriminação contra a mulher viola o principio da igualdade de direitos e do respeito a dignidade da pessoa humana.
Os Estados-partes assumem a responsabilidade de adotarem medidas que visem eliminar a discriminação contra a mulher, inclusive as de caráter legislativo e educacional.
9.2.7 - Convenção sobre a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradante
Populações carentes e vulneráveis sofrem com a força dos mais fortes, principalmente mulheres que em algumas partes do mundo são submetidas a tratamentos desumanos e degradantes.
A Convenção surgiu com o intuito de preservar indivíduos e grupos de vulneráveis, sendo assinada pela ONU em dezembro 1984, enfatizando a necessidade de criminalizar a tortura e criar mecanismos para coibi-la.
Com a Convenção foi criado também o Comitê contra a Tortura, habilitado a receber e investigar qualquer denúncia a respeito de crimes tipificados nela.
 	Vale ressaltar que não é só a Convenção o único instrumento internacional que coíbe a tortura, a própria Declaração Universal de Direitos Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e  Políticos e a Convenção Americana de Direitos Humanos também o fazem.
Deve-se ter muita atenção quanto a tipificação da tortura no âmbito internacional, que traz a especificidade de o autor, de conduta delitiva, necessariamente ser servidor publico ou pessoa no exercício da função pública, diferentemente, da legislação brasileira, que ampliou a autoria determinando que pode ser qualquer agente, não necessariamente ser servidor publico ou pessoa no exercício da função pública (lei 9455/77). 
Os Estados-partes se responsabilizam a criar legislações penais sobre esse tema. O Brasil ratificou a Convenção em 1989, e tipificou como delito similar aos hediondos, estabelecendo tratamento penal mais gravoso.
No direito interno brasileiro, a primeira manifestação acerca da tipicidade do crime de tortura deu-se com o ECA, em seu art. 233. Entretanto, tanto a Constituição Federal como o Estatuto da Criança e do Adolescente não o conceituavam o termo "tortura", vindo a doutrina a fazer. Portanto, de acordo com a doutrina, tortura é o sofrimento ou a dor provocada por maus tratos físicos e morais.
Conforme a Convenção, a tortura é proibida sempre, mesmo que se trate de uma ameaça, instabilidade política  ou até mesmo estado de guerra. Trata-se de crime próprio, onde o sujeito ativo  é agente publico ou pessoa no exercício da função pública.
9.2.8 - Convenção sobre os Direitos da Criança
Adotada pela Assembleia Geral nas Nações Unidas em 20 de Novembro de 1989, entrando em vigor em 1990. Foi ratificada no Brasil pelo Decreto nº 99.710 em 21 de Novembro de 1990.
Conceitua que "criançaé definida como todo o ser humano com menos de dezoito anos, exceto se a lei nacional confere a maioridade mais cedo, mas de qualquer forma, veda-se a pena de morte e prisão perpetua para menores de 18 anos." Também proíbe o recrutamento ao exercito a menores de 15 anos.
Nenhuma criança deve ser submetida à tortura, penas ou tratamentos cruéis, à prisão ou detenção ilegais. Quanto sofrer pena de prisão de liberdade à criança deve ficar separada dos adultos, salvo, no superior interesse da criança, não seja aconselhável. Também tem direito a assistência jurídica além do direito de manter contato com a sua família. 
Dispõe que todas as medidas relativas às crianças são considerados primordiais, se perfaz na percepção de que a criança, em razão da falta de maturidade física e mental, necessita de proteção e cuidados especiais. 
Parte do principio de que a família consiste na unidade fundamental da sociedade e meio natural para o crescimento e bem-estar de todos os seus membros, em particular, as crianças, que devem receber a proteção e assistência necessária para que venham a assumir responsabilidade na comunidade.
Protege direitos básicos como a vida, alimentação, saúde, direito ao nome e nacionalidade, de não sofre nenhuma intromissão arbitrária ou ilícita em sua privacidade familiar, domicilio ou correspondência etc. Criou-se o Comitê para os Direitos da Criança para discussões sobre o tema, recebendo e processando relatórios. É a busca pelo desenvolvimento de uma sociedade internacional onde os direitos humanos sejam considerados como prioridade absoluta de todos os Estados e Organizações Internacionais.
 	Ao ratificar a convenção todos os Estados se comprometem a aplicam a todas as crianças sem exceção, meios de proteção a todas as crianças sem discriminação e de tomar todas as medidas positivas que puder para promover estes direitos.
Deve-se buscar manter a criança juntos com seus pais, exceto se incompatível com o interesse e proteção da criança, mas, se for o caso, a criança tem o direito de manter contato com ambos os pais se estiver separada de um ou de ambos. 
	SISTEMA GLOBAL DE DIREITOS HUMANOS
	TRATADO
	Assinatura
	Entrada em Vigor
	Ratificado pelo Brasil
	Carta da ONU
	1945
	1945
	1945
	PIDCP
	1966
	1976
	1992
	PIDESC
	1966
	1976
	1992
	C. para Prevenção e Repressão do Genocídio
	1946
	1948
	1952
	C. Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial
	1965
	1965
	1968
	C. Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher
	1979
	1981
	1984
	C. sobre Tortura e outras Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes
	1984
	1984
	1989
	C. sobre os Direitos da Criança
	1989
	1990
	1990
9.3 - Sistema Regional de Direitos Humanos
Muitas vezes o Sistema Regional é mais eficaz e ágil para investigar, receber e processar denúncias do que o Sistema Global, além de ser mais especifico as necessidades de determinadas regiões geográficas. 
Por esses motivos, a ONU estimulou a criação de Sistemas Regionais, que atualmente são três: Sistema Interamericano, Sistema Europeu e Sistema Africano. Já se discute a criação do Sistema Árabe e do Sistema Asiático, mas ainda não passa de mera especulação.
O Sistema Regional não está subordinado ao Sistema Global, como muitos podem pensar. Possui normas e direitos próprios que vão mais de encontro com as necessidades e história da região.
9.3.1 - Sistema Interamericano de Direitos Humanos
Ao lado da Declaração Universal dos Direitos Humanos, surge os Sistemas Regionais de Proteção aos Direitos Humanos, que buscam internacionalizar os Direitos Humanos no plano regional. 
O sistema interamericano é formado por 3 instrumentos que serão sempre somados para formar o sistema. Funciona como norma complementar aos objetivos pretendidos pela ONU.  Ele nasceu junto com a Carta da Organização dos Estados Americanos (ou Carta de Bogotá), em 1948, que leva o nome oficial de Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem. É ela que dispõe dos direitos protegidos pelo Sistema Regional Interamericano. 
A OEA é a organização regional mais antiga do mundo, nascida em Washington entre 1889 e 1890, mas foi concretamente efetivada em 1948, entrando em vigor, oficialmente, em 1951. Contudo, na Declaração Americana havia apenas direitos a serem protegidos, sem caráter processual, apenas declaratório. A Convenção América de Direitos Humanos surgiu, em 1969, nasce então, para suprir as necessidades da Declaração Americana, trazendo os mesmo direitos da Declaração mais mecanismos de efetivação para fazer valer esses direitos.
Grande parte desses direitos estão vinculados aos direitos de 1ª dimensão, isto é, proteger o individuo. Por ex.: direito a vida, direitos civis e políticos, integridade pessoal, direito a nacionalidade, assim como os direitos de 2ª dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais), mas de forma bastante contida. 
Os mecanismos assegurados pelo Pacto se fazem através da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e também pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Que servem para fazer valer os direitos assegurados.
9.3.2 - Carta da OEA
Também conhecida como Carta de Bogotá ou Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem. Embora arquitetada durante a 2ª Guerra Mundial, a OEA nasceu antes disso.
Foi concebida na I Conferencia Internacional Americana, ocorrida em Washington, EUA, entre outubro de 1889 e abril de 1890, nascendo dela a União Internacional das Republicas Americanas (ou União Pan-Americana).
 	No século XIX ocorriam discussões que buscavam afastar a ingerência das potências europeias nos negócios americanos. Nesta época, diversos congressos ocorreram no continente Americano, buscando normatizar discussões entre os países e elaborar marcos de cooperação. As discussões penduraram até a eclosão de ambas as guerras. A partir de uma série de articulações no continente americano durante a 2ª Guerra Mundial, os Estados americanos reuniram-se em Bogotá em 1948 e revisaram a União Pan-Americana, por meio da chamada Carta de Bogotá (ou Carta da Organização dos Estados Americanos - OEA) na IX Conferencia dos Estados Americanos.
A função da OEA é política, que visa promover a segurança e a paz em todo o continente americano, através de meios pacíficos de solução de conflitos.
 	Na mesma ocasião em que nasceu a Carta da OEA foi adotado a Declaração de Direitos Fundamentais de âmbito regional, a então conhecida Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, que antecede, em alguns meses, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Também ficou estabelecido a criação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para receber relatórios e emitir pareceres aos Estados-membros, bem como realizar fiscalizações quando necessário.
9.3.3 - Convenção Americana de Direitos Humanos
Mais conhecido como Pacto de San Jose da Costa Rica, foi elaborado em 22 de novembro de 1969 e sem dúvida é o instrumento mais importante no Sistema Interamericano. A Convenção só entrou em vigor em 18 de julho de 1978 quando obteve o numero mínimo de ratificações.
O Brasil ratificou apenas em 25 de setembro de 1992, após a restauração da democracia.  Acredita-se que tenha levado tanto tempo para ratificar devido ao regime de exceção ao qual o Brasil se encontrava, no qual não aceitava ingerência externa em seus assuntos políticos.
Possui bastante semelhança com o PIDCP e o PIDESC, só que aqui voltado para os interesses do continente americano, onde somente os Estados-membros da OEA podem fazer parte do Pacto de San Jose, isto porque devem pertencer ao continente americano.
Um Estado que faça parte da Carta da OEA não necessariamente deve fazer parte do Pacto de San Jose, ele deve aderir individualmente a cada um, ratificando seu interesse de fazer parte.
O Pacto de San Jose, versa, basicamente, sobre os direitos de 1ª dimensão, sendo bastante genérico em relação aos direitos de 2ª dimensão. Foi por isso que foi elaboradoo Protocolo de San Salvador (1988), para suprir essa falta. Estabelece, como foro de discussões e arbitragem a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Internamericana de Direitos Humanos, localizada em San Jose da Costa Rica. Quanto a pena de morte, embora não proibida universalmente, não poderá ser restabelecida quando já houver sido abolida no Estado. 
De acordo com o Pacto, nos Estados em que houver a aplicação da pena de morte, esta só poderá ser imposta aos delitos graves, após sentença condenatória proclamada por tribunal competente e em conformidade com a lei. Não deve ser aplicada a delitos políticos, nem a delitos comuns conexos com delitos políticos e não poderá ser imposta a pena, a pessoa que, no momento do delito, for menor de dezoito anos, maior de setenta anos e à mulher em estado de gravidez. O ordenamento jurídico brasileiro prevê a pena de morte em caso de guerra de acordo com o Código Penal Militar. 
9.3.3.1 - Brasil e a Convenção Interamericana:
Muitas vezes, pode haver colisão entre direito interno e direito internacional, como ocorreu com o Pacto de San Jose da Costa Rica. O Pacto de San Jose menciona, entre suas normas, apenas a prisão civil do devedor de alimentos. 
Por outro lado a Constituição Federal estabelece 2 hipóteses de prisão civil: devedor de alimentos e depositário infiel. Nota-se, que com o ingresso do Pacto ao ordenamento brasileiro, houve uma colisão de direitos, e a partir daí os juízes começaram a decidir das mais variadas formas. 
O STF então decidiu, em 2008, que tratados relativos a Direitos Humanos e principalmente o Pacto de San Jose da Costa Rica, detém o valor de norma supralegal. Significa dizer que o Pacto esta acima de todas as regras do ordenamento brasileiro, mas abaixo da Constituição Federal. Neste momento, também ficou decidido, que havendo colisão entre normas de direitos humanos, prevalecera a norma mais benéfica. Tanto é que em 2009, o STF editou a Súmula Vinculante 25 que proíbe a prisão do depositário infiel seja qual for a modalidade do deposito.
9.3.4 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos
A Comissão é criação da OEA, tendo sido criada em 1959 e iniciou seus trabalhos em 1960 após a aprovação de seu Estatuto pela OEA e eleição dos primeiros membros. Portanto, a Comissão nasceu antes do Pacto de San Jose.
 Exerce trabalho conjunto com a Corte Interamericana de Direitos Humanos, que, por sua vez, foi criada em 1979. Ambas são instituições do Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos (SIDH).
A Comissão é órgão autônomo da OEA, encarregada de promover e proteção dos direitos humanos dentro do continente americano, com competência apenas consultiva, elaborando pareceres. Realiza seu trabalho com base em três pilares: a) com Sistema de Petição Individual; b) com o monitoramento da situação dos direitos humanos nos Estados Membros;
c) dando atenção a linhas temáticas prioritárias.
A Comissão intermedia um conflito existente, entre o Estado e a outra parte. A Comissão então através de um parecer aponta medidas cautelares especificas a serem tomadas pelo Estado, prevenindo assim, danos irreparáveis às pessoas ou ao objeto de uma petição para casos graves e urgentes. 
 	Se a Comissão não conseguir solucionar o caso, ela poderá denunciar o caso para Corte, pois ela, a Comissão, não tem competência para proferir sanções. Também pode solicitar que a Corte requeira medidas provisionais dos Governos em casos de extrema gravidade e urgência para evitar danos irreparáveis às pessoas, ainda que o caso não tenha sido submetido à Corte.
Sendo o caso, poderá solicitar opiniões consultivas a Corte quando for o caso.
9.3.4.1 - Legitimados:
Poderão peticionar perante a Comissão os Estados, qualquer pessoa, grupos de pessoas e ainda entidades não governamentais reconhecidas no território de um ou mais Estados que pertençam a OEA. 
9.3.4.2 - Composição:
	A Comissão Interamericana possui sede em Washington. Possui 7 membros independentes que atuam de forma pessoal.
9.3.4.3 - Requisitos de admissibilidade de uma petição: 
a) esgotamento dos recursos da jurisdição interna.
b) apresentação no prazo de 06 meses contados da data em que o prejudicado tenha sido notificado da decisão definitiva.
c) matéria não esteja pendente em outro processo de solução internacional, isto é, litispendência internacional.
9.3.4.4 - Requisitos excepcionais para petição:
 	Há 03 hipóteses que excepcionam os requisitos de esgotamento dos recursos internos e do prazo de 06 meses. Dessas 03 hipóteses, somente uma exceção se aplica no Brasil que é no caso de demora injustificada na decisão a respeito da violação dos direitos humanos.
Um famoso caso apresentado a Comissão foi o de Maria da Penha. Em 1983, seu marido tentou matar Maria da Penha duas vezes, conseguindo na segunda tentativa, deixa-la paraplégica. Após 15 anos, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Tal demora levou seu caso a Comissão Interamericana, através da ajuda ONGs. E, de forma histórica, a Comissão recebeu seu caso e compreendeu tratar-se de violência domestica e condenou o Brasil por negligência e omissão em relação ao caso. Como punições foi recomendo a criar legislação adequada a esse tipo de violência, nascendo dai a Lei 11.340/06, batizada com o nome Lei Maria da Penha.
Observa-se assim, que na prática, qualquer violação a direitos humanos no Brasil poderiam ser mandados para a Comissão Interamericana, pois, normalmente, há demora demasiada e injustificada nas decisões judiciais.
9.3.5 - Corte Interamericana de Direitos Humanos
Nasceu com o Pacto de San Jose da Costa Rica em 1969. O Pacto, contudo, só entrou em vigor em 22 de maio de 1979 impedindo, com isso, que a Corte fosse implementada. 
 	Inicialmente, a sede da Corte começou na sede da OEA, em Washington, tendo sua primeira reunião realizada em nos dias 29 e 30 de junho de 1979. Pouco tempo depois, a Corte estabeleceu sua sede permanente em San Jose da Costa Rica.
 	A Corte possui atribuição consultiva e jurisdicional, que quer dizer que além de emitir pareceres ela também julga casos. A competência consultiva não é vinculativa, mas, na prática, os pareceres consultivos vinculam os Estados porque o não cumprimento pode ensejar a competência contenciosa. No entanto, a Corte vai julgar os Estados que expressamente manifestaram o seu consentimento de serem submetidos ao julgamento perante essa Corte. Ao contrario do que ocorre, por ex. no Tribunal Penal Internacional, em que basta a assinatura do Estatuto de Roma, para que o Estado possa submeter seu nacionais que cometeram crimes ali determinados. O Brasil aceitou essa competência em 1998 pelo Decreto-Legislativo 89/98. 
9.3.5.1 - Legitimados:
Diferente da Comissão poderá peticionar a Corte apenas os Estados e também a Comissão. Isso porque o intuito é de que as pessoas que eventualmente encontrem seus direitos violados consigam resolver no direito interno seu problema, esgotando assim os recursos internos. Antes de ingressar perante a Corte, a denuncia deve ser analisada pela Comissão, constituindo um requisito de admissibilidade da demanda. Importante salientar, que após a alteração da Regulamentação da Corte, em 2009, admite ser possível a participação de vitimas e representantes, depois de apresentado o caso pelo Estado-membro ou pela Comissão. Portanto, a vitima e o representante, poderão comparecer de forma autônoma perante a Corte para atuar no processo. Sendo o caso, poderão receber suporte de Defensor Interamericano quando não possui representante legal. Cabe ressaltar, que continua vedado ingressar perante a Corte indivíduos ou grupo de indivíduos perante a Corte, devendo respeitar a ordem de legitimados.
9.3.5.2 Composição:
A Corte é composta por 7 juízes de diferentes nacionalidades, devendo ter formação em  direito.
9.3.5.3 - Procedimento:
Não há um procedimento detalhado a ser seguido, como ocorre com o nosso direito interno. A decisãoda Corte assegura ao prejudicado reparação e pagamento de indenização justa. É possível a emissão de medidas provisórias quando houver grave violação e urgência, podendo essa medida ser proferida mesmo que o caso encontre-se ainda com a Comissão (portanto, a pedido desta).
9.3.5.4 - Sentença e cumprimento de decisões:
Suas decisões possuem caráter de sentença e como tal, quando proferidas, são equiparadas as sentenças nacionais, não tendo caráter de sentenças estrangeiras, não precisando passar pelo crivo do STJ para serem homologadas no Brasil. A sentença proferida pela Corte é definitiva e inapelável. Contudo, sendo o caso, poderá haver pedido de esclarecimento quanto ao alcance da sentença (espécie de embargos de declaração), apresentados dentro de 90 dias de sua notificação. A sentença proferida, caso não seja cumprida, vale como titulo executivo e poderá ser executada perante a Justiça Federal (no caso do Brasil).
Diferenças entre o TPI e a Corte Interamericana:
	Tribunal Penal Internacional
	Corte Interamericana
	1) É um tribunal criminal
2) Impõe pena de prisão
3) O réu só pode ser pessoa física.
	1) É um tribunal civil
2) Tem como pena indenização
3) O réu só pode ser Estado.
9.3.6 Protocolo Adicional de San Salvador
Criado com o intuito de suprimir as necessidades do Pacto de San Jose da Costa Rica, que foi um pouco mais tímido quantos aos direitos econômicos, sociais e culturais, trazendo apenas obrigações. O Protocolo de San Salvador, por sua vez, foi mais específico em relação a esses direitos.
Assinado em 17 de novembro de 1988, entrou oficialmente em vigor, após obter o numero mínimo de ratificações, em 1999. O Brasil ratificou em 1996. O Protocolo traz em seu art. 1°, a necessidade de comprometimento pelos Estados-parte em assegurar o estabelecimento desses direitos de forma progressiva. 
 	Trata de temas como direito do trabalho, direitos sindicais (inclusive direito à greve), direito à previdência social, direito à saúde, direito a um meio ambiente sadio, direito à alimentação, direito à educação, direito aos benefícios da cultura, direito à constituição e proteção da família, direito da criança, proteção de pessoas idosas, proteção de deficientes. Também traz mecanismos de proteção para os direitos assegurados, como a elaboração de relatórios pelos Estados.
	SISTEMA REGIONAL INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS
	TRATADO
	Assinatura
	Entrada em Vigor
	Ratificação pelo Brasil
	Carta da OEA
	1948
	1948
	1948
	Pacto de San Jose da Costa Rica
	1969
	1978
	1992
	Protocolo Adicional de San Salvador
	1988
	1999
	1999
Fonte:http://direitoshumanosrevisto.blogspot.com.br/2013/07/resumao-oab.html

Outros materiais