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Apostila Direito Privado

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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO - DIPr
1. O DIPr e o mundo
É cada vez mais importante o estudo do DIPr, pois, sendo nítido o processo de globalização, internacionalização da economia ou, ainda, universalismo, através do qual o atual cenário internacional avança, a inter-relação entre os Estados, atores neste novo mundo pós muro de Berlim, se torna cada vez mais forte, isto aliado aos modernos meios de transporte e as novas tecnologias, certamente fazem crescer o número de relações de direito privado com conexão internacional, objeto do estudo de nossa disciplina.
É controverso na doutrina do DIPr, quais os temas são abrangidos por esse ramo do Direito, posto que o limiar entre as relações de direito público e privado, muito embora bem definidos em lei a nível interno, quando com conexão internacional se torna tênue.
 	O DIPr deve ser entendido como um conjunto sistemático de princípios legais e jurisprudências, cuja função precípua é a de indicar lei adequada à apreciação de relações em contato com mais de uma ordem jurídica ao mesmo tempo, chamadas de fatos mistos ou multinacionais, geradoras dos “Conflitos de Leis nos Espaços”.
 	O elemento caracterizador, essencial, do DIPr é a existência da estraneidade na relação, seja subjetiva – entre os sujeitos - ou objetivamente, o objeto do contrato. E é diante desse conjunto plural de sistemas jurídicos que nasce o objeto dessa disciplina, que seja o conflito de leis no qual a situação jurídica poderá ser regulada por mais de um ordenamento.
 	Cada Estado poderia aplicar o direito interno a todas as questões jurídicas com conexão nacional e internacional. Contudo, na realidade não é isso que ocorre, pois todos os ordenamentos jurídicos nacionais estabelecem regras peculiares, concernentes às relações jurídicas de direito privado com alguma conexão internacional.
Entre as várias concepções do DIPr, a francesa é a mais abrangente quanto aos temas pertinentes a referido ramo, reconhecendo como matérias atinentes ao DIPr., a nacionalidade, condição jurídica do estrangeiro, conflitos de leis, conflitos de jurisdição e uma corrente que adiciona os direitos adquiridos.
1.1. Objeto do Direito Internacional Privado
Há várias concepções sobre o objeto do Direito Internacional Privado.
- Concepção ampla da Escola Francesa:
 	Entende que a disciplina abrange as seguintes matérias: (a) nacionalidade; (b) condição jurídica do estrangeiro; (c) conflito de leis; (d) conflito de jurisdições. Há ainda uma corrente que adiciona como tópico os direitos adquiridos na sua dimensão internacional.
(a) Nacionalidade
Trata da caracterização do nacional de cada Estado, das formas originárias e derivadas de aquisição da nacionalidade, da perda e reaquisição da nacionalidade, dos conflitos positivos e negativos da nacionalidade, que podem ocasionar a dupla nacionalidade e a apatrídia, dos efeitos do casamento sobre a nacionalidade e das eventuais restrições aos nacionais por naturalização.
(b) Condição jurídica do estrangeiro
Trata dos direitos dos estrangeiros de entrar e permanecer no país. Uma vez domiciliado ou residente no território nacional, trata de seus direitos no plano econômico (civil e comercial); social (trabalhista e previdenciário); público (funcionalismo); político (eleitoral), incluindo restrições que sofre em determinadas áreas da atividade humana.
(c) Conflito de leis
Trata das relações humanas ligadas a dois ou mais sistemas jurídicos, cujas normas materiais não coincidem, cabendo determinar qual dos sistemas deve ser aplicado. São normas diferentes sobre mesmo instituto, cada uma idealizada para uma sociedade.
(d) Conflito de jurisdições
Trata da competência do Poder Judiciário na solução de conflitos que envolvem pessoas, coisas ou interesses que extravasam os limites de soberania. A competência da jurisdição internacional refere-se 
ao reconhecimento e execução de sentenças proferidas no estrangeiro.
(e) Direitos adquiridos na sua dimensão internacional
Trata da mobilidade das relações jurídicas, quando nascem numa jurisdição, repercutindo seus efeitos em outra, sujeita à legislação diversa.
- Concepção da Escola Inglesa: Conflict of Laws
 	Estudam o conflito das leis e o conflito das jurisdições, incluindo o reconhecimento de sentenças estrangeiras.
No Brasil, a doutrina diverge. Alguns autores entendem que o objeto do estudo do DIPr. abrange precipuamente o conflito de leis, sendo aceito, porém, por alguns, que se inclua o estudo da nacionalidade e da condição jurídica do estrangeiro.
1.2. Distinção entre Direito Internacional Público e Direito Internacional Privado
- Enquanto um é regido por tratados e convenções (Art. 38), sendo controlada a observância de suas normas por órgãos internacionais e regionais; o outro é preponderantemente composto de normas produzidas pelo legislador interno (resolução de conflitos entre normas internas).
- O Direito Internacional Público versa sobre interesses estatais e conflitos entre soberanias, o que caracteriza a sua internacionalidade. Já o Direito Internacional Privado trata de interesses de pessoas privadas e quando cuida de interesses do Estado, este figura tão-somente como membro da sociedade comercial internacional (Exemplo: Petrobrás). Esta ciência estuda os conflitos interespaciais bem como os interpessoais. É a projeção do direito interno sobre o plano internacional. O direito internacional Privado é a dimensão internacional ou universalista do direito interno.
2. Definição
 	Segundo Haroldo Valadão D.I.P. “é o ramo da ciência jurídica que resolve os conflitos de leis no espaço disciplinando os fatos em conexão com leis divergentes e autônomas.”
O Direito Internacional Privado é o ramo do direito que estuda as relações de direito privado com conexão internacional. 
 	É um ramo do direito que tem por finalidade resolver os conflitos de leis no espaço, bem como, as questões decorrentes de conflitos de jurisdições, nacionalidade e condição jurídica o estrangeiro.
Finalidade: indicar qual sistema jurídico deve ser aplicado dentre as várias legislações conectadas numa hipótese jurídica. O aplicador da lei deve decidir qual sistema aplicar.
3. Elementos de Conexão
3.1. Considerações iniciais.
Norma indicativa.
A lei a ser aplicada quando da ocorrência de um conflito de direito internacional privado pode ser a lei nacional ou a lei estrangeira, tudo conforme determinado pelas regras do DIPr (lex fori) onde foi suscitado o conflito. Assim, a lei do foro (norma indicativa ou indireta) não resolve a questão, mas, simplesmente, elege a lei que irá regular a matéria, é esta última que irá efetivamente decidir o mérito da causa.
As principais normas de DIPr são indicativas.
 
Operações realizadas pelo juiz ao julgar causa com conexão internacional :
Determina o direito aplicável, segundo o que determina a norma de DIPr. de seu país.
Aplica esse direito a causa.
3.3. Elemento de Conexão - Definição: 
Segundo a doutrina, elementos de conexão são “expressões legais, de conteúdo variável, que têm o efeito de indicar e permitir a determinação de um direito ou sistema legal que deve tutelar certa relação jurídica.”, ou ainda, são “regras que indicam o direito a ser aplicado às diversas situações jurídicas conectadas a mais de um sistema legal.”
A norma indicativa tem a função, no direito internacional privado, de tornar possível a determinação do direito aplicável, seja o nacional (do julgador) ou internacional.
Elementos de conexão: domicílio, nacionalidade, situação da coisa, autonomia da vontade, lugar da execução do contrato, religião...
3.3.1. Localização da sede jurídica (Teoria de Savigny)
É necessário que se localize a sede jurídica de uma relação para que se possa identificar o elemento de conexão. Assim, a sede jurídica é localizada dentro de algum conjunto de regras. Assim, vejamos:
Estatuto Pessoal: sede jurídica em função do titular do direito. Domicílio.Lex domicili – Lei Nacional
Estatuto Real: sede jurídica em função da situação da coisa.
		 Lex rei sitae 
Estatuto dos Fatos e Atos Jurídicos: sede jurídica – local onde se constituiu a obrigação ou onde esta deveria ser executada.
		 Lex loci constituciones
3.3.2. Classificação dos elementos de conexão.
3.3.2.1. Estatuto Pessoal 
Envolve o Estado da pessoa e sua capacidade (nascimento, aquisição da personalidade, filiação, nome, pátrio poder, casamentos separação, divórcio e etc...).
Principais critérios: domicílio e nacionalidade da pessoa,
3.3.2.1.1 Nacionalidade como critério.
No Brasil, o critério adotado pela LICC de 1917 era o da Nacionalidade. No entanto, com a entrada em vigor da LICC de 1942, atual Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (redação da Lei nº 12.376/2009), o critério passou a ser o do domicílio.
Dificuldades.
Polipatria:
A tendência é de que a nacionalidade como critério de fixação do elemento de conexão perca cada vez mais a sua relevância, pois com a internacionalização, com a informática, enfim, com a crescente mobilidade das populações, a maioria das pessoas possuem duas ou mais nacionalidades. 
Igualdade constitucional:
 	O Art. 5º da CRFB prevê o princípio constitucional da igualdade entre homens e mulheres. Não se pode privilegiar a nacionalidade do marido em detrimento da nacionalidade da mulher.
3.3.2.1.2 Domicílio como critério:
É o critério predominante no DIPr. Na América Latina todos os países usam o domicílio como indicador do direito aplicável.
No Brasil é no Art. 7º da LINDB que se estabelece o critério do domicílio. Este é composto por dois aspectos, o objetivo (residência) e o subjetivo (ânimo definitivo). 
O domicílio deve ser interpretado segundo as regras de cada País e pelas regras de DIP. A legislação brasileira adotou o critério do domicílio (art. 70 e seguintes do C.C.). Há algumas exceções à regra do domicílio, como por exemplo, os Decretos. 57.595/66 e 57.663/66 (Convenção em matéria de Letras de Câmbio, Nota Promissória e cheques), constituem exceção à regra do domicílio, posto que estabelecem o critério da nacionalidade, em seus respectivos artigos 2º.
A partir da 2ª Guerra várias Convenções (Haia) e Conferências especializadas (Conferência Internacional sobre a obrigação de prestar alimentos de 1989) passaram a adotar o elemento de conexão da residência atual.
Conceito: 
Residência atual: lugar onde uma pessoa habita, onde tem o centro de suas ocupações. Só há aspectos objetivos. Na falta de domicílio ou residência atual, o art. 7º, § 8º LINDB prevê a residência simples.
3.3.2.2 Estatuto real
A Regra de qualificação aplicável aos bens corpóreos imóveis é a Lex rei sitae. É a lei da situação da coisa, ou seja, do País onde se encontrem situados os bens.
No Brasil a qualificação dos bens, em regra, é territorial, posto aplicarem-se a eles a lei do país onde estiverem situados, valendo apenas a exceção dos bens móveis. 
Não estão abrangidos pela lex rei sitae., a propriedade imaterial, os créditos, os bens móveis (§1º do art. 8º da LINDB domicílio do proprietário), nem a noção de patrimônio que é muito mais ampla, posto que pode incluir outros bens que não os imóveis. 
No caso do patrimônio, por vezes as legislações aplicam a lex rei sitae no que concerne aos bens imóveis, conjugando a outros critérios. Em matéria sucessória (transmissão de bens Inter vivos ou causa mortis) a regra seria a da lex rei sitae. 
No Brasil, o critério aplicado é o do último domicílio do de cujus para os conflitos atinentes a determinação das pessoas sucessíveis, cota dos herdeiros necessários, restrição e cláusulas das legítimas, deserdação e colação. 
No Brasil é o Art. 8º da LINDB que fixa as regras do Estatuto Real.
 	O NCPC, em seu artigo 23, fixa as regras de competência internacional. Em seu inciso 1º, fixa a competência absoluta da justiça Brasileira nas ações concernentes a imóveis situados no Brasil.
 Ex. contrato de financiamento firmado no exterior, garantia imobiliária situada no Brasil. Hipoteca formalizada no Brasil e execução no Brasil. 
 
3.3.2.3. Estatuto quanto aos atos ilícitos.
	
Para os atos ilícitos nossas regras de DIPr preveem a lex loci delicti comissi, ou seja, a lei do lugar onde o ilícito foi cometido.
Exemplos: poluição, concorrência desleal e violação dos direitos gerais da personalidade humana pela mídia.
Nas legislações mais modernas a lex loci delicti comissi é substituída por elementos de conexão especiais (acidentes rodoviários – Convenção de Haia 1971, responsabilidade civil do produtor, proteção dos adultos...) 
 
No Brasil não há previsão expressa sobre o princípio da lex loci delicti comissi. A doutrina aceita a sua existência.
3.3.2.4. Princípio da Autonomia da Vontade
É o mais discutido dos elementos de conexão. As próprias partes podem escolher o direito aplicável. A vontade das partes é o próprio elemento de conexão. As partes manifestam sua vontade a respeito de um negócio jurídico com conexão internacional. É a própria lei do lugar que admite ou não o elemento vontade das partes.
Se aceito pela lex fori, são as partes que manifestam sua vontade quanto a lei a ser aplicada a causa, decidindo o conflito existente.
A autonomia da vontade se aplica, sobretudo às obrigações contratuais, havendo referência sobre este elemento em vários Tratados e leis modernas de DIP no que concerne a direito comercial. Este elemento de conexão é raramente aplicado quanto aos direitos de família, das pessoas e das coisas.
De regra, a autonomia da vontade ainda não é reconhecida como elemento de conexão em grande parte da América Latina. Porém, tem forte influência nos países da commom law. No Brasil e nos outros países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai) , a questão é controversa. A jurisprudência, a princípio, não aceita o princípio da autonomia da vontade. 
3.3.2.5. Local da Execução do Contrato 
 	É o mais importante no que toca às obrigações, como no Direito Contratual. Um contrato pode ser assinado e estabelecido em um lugar em operação rápida. A maior parte dos contratos entre as partes, o cumprimento das obrigações de cada uma das partes ocorre no lugar em que se põem em prática as obrigações assumidas.
A norma que rege as obrigações com conexão internacional é o art. 9º da LINDB (lex loci contractus).
3.3.2.6. Local da Execução do Contrato
 	Se um contrato é celebrado num determinado país, presume-se que as partes tenham se dirigido para aquele país por ter vínculos com ele. Em consequência, o contrato vincula-se ao sistema jurídico em que ele é assinado e estabelecido. Há muitas exceções, pois muitos contratos de interesse no Brasil são assinados em outros países, mormente nos “paraísos fiscais”;
 
3.3.2.7. Lei Do Pavilhão
Esse elemento de conexão é o local de registro aplicado a navio e aeronave. Um navio e um avião, segundo as convenções internacionais, devem ser registrados no registro competente de um país e depois no órgão internacional. O interior de um navio ou de um avião é considerado território do país em que eles estiverem registrados. A lei do pavilhão integra-se a outros elementos como o local da prática do ato, e o local do delito. Assim, se um crime é cometido no interior de um avião da TAM, sobrevoando o oceano, será regido pela lei brasileira, por ter sido ocorrência em território brasileiro.
4. NACIONALIDADE.
4.1. Conceito:
Segundo define Jacob Dolinger nacionalidade é “O vínculo jurídico-político que relaciona o indivíduo ao Estado.”
É jurídico, o vínculo, pois é da qualidade de nacional que se adquire direitos e deveres. É político, pois alguns dos direitos e deveres são políticos.
Outro conceito, mais amplo define o instituto como aquele que “representa o vínculo que une, permanentemente, os indivíduos numa sociedade organizada, tendo como fundamento de natureza política a necessidade de cada Estado em indicarseus nacionais.”
 	A nacionalidade tem 2 componentes
				 	
Vertical: relação entre o Estado e o indivíduo, gerando obrigações com a contrapartida da proteção diplomática onde quer que o indivíduo se encontre.
Estado (proteção diplomática)
					
				 Indivíduo (obrigações)
Horizontal: relação entre o nacional e os outros membros da sociedade.
Cidadão Cidadão
A nacionalidade é questão de jurisdição interna do Estado. As normas internacionais que dispõe a respeito da matéria, preocupam-se sobremaneira com a soberania estatal. 
Não há nada que impeça que os Estados tenham legislação mais ampla que a nossa. A integração econômica, vale dizer, está levando os Estados componentes de grandes blocos a serem bem mais abertos no tocante a nacionalidade, como se vê claramente na Comunidade Europeia.
4.2. Princípios Gerais Internacionais
Art. 15 da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Art. 24 do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos:
“ Toda criança tem direito a adquirir uma nacionalidade.”
Convenção Interamericana de Direitos do Homem:
“Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.”
“Toda pessoa tem direito a nacionalidade do Estado em cujo território nasceu, se não tem direito a outra nacionalidade.” 
4.2.1. Nacionalidade e Cidadania
Cidadania: Faculdade de possuir certos direitos políticos (ius civitatis). É o conjunto de prerrogativas de direitos políticos conferido às pessoas naturais. São, estas prerrogativas, constitucionalmente asseguradas e exercidas pelos nacionais (art. 12 com a Emenda Constitucional nº 3/94.)
O sentido técnico de cidadania é importante para o DIPr, pois algumas normas de DI são aplicadas ou não, dependendo tratar-se ou não de cidadania. 
Nacionalidade: Vínculo jurídico que une, liga, vincula o indivíduo ao Estado.
A cidadania pressupõe a nacionalidade, pois, para se ter direitos políticos é indispensável ser nacional (direito de voto – art. 14 , § 3º CRFB). No entanto, nem sempre o nacional é cidadão (cassado – perde os direitos políticos)
Exceção: art.12, parágrafo 1º - Portugueses
4.3. Aquisição da Nacionalidade
Pode-se adquirir a nacionalidade de duas formas:
Originária: Adquirida no momento do nascimento. Art. 12, I da CRFB.
Derivada: Por solicitação, escolha ou opção. É concedida pelo Estado em substituição a de origem (Art. 12, II da CR).
4.3.1. Critérios de aquisição originária da nacionalidade: 
Ius sanguinis
 Teoria defendida por Henri Mancini e que tinha o intuito de manter as famílias Italianas que moravam no interior, ligadas a mãe-pátria.
Segundo este critério os filhos adquirem a nacionalidade que os pais tinham à época do nascimento, não sendo afetada por futuras mudanças da nacionalidade dos pais. Se os pais tiverem nacionalidades diferentes, opta-se pela do pai. No caso de desconhecimento do pai, opta-se pela nacionalidade da mãe. Se desconhecida a nacionalidade dos pais, opta-se pelo segundo critério, ius soli.
Ius soli: 
Se estabelece pelo lugar do nascimento. Adquire-se a nacionalidade do país onde se nasce. 
Este critério teve suas origens no regime feudal, onde o homem estava fixado a terra. Foi abolido na França e renasceu nos EUA, com a necessidade de reintegrar os imigrantes à nova nacionalidade e fortalecer o país.
OBS: Ius domicili:
	Já houve entendimentos de que o domicílio poderia ser critério de atribuição de nacionalidade. No entanto, este critério só é utilizado na hipótese de nacionalidade por condição suspensiva (Art. 12, I , c da CRFB) e na de naturalização, segundo o qual a residência é elemento de concessão de naturalização. 	 
No Brasil:
No Brasil, a matéria nacionalidade é Constitucional, conforme dispõe o art. 12 ,I, a, b, c, da CRFB com as Emenda n.sº 3 e 54. Que dispõe sobre os brasileiros natos, cuja nacionalidade é originária. O critério adotado no Brasil é o misto, pois conjuga regras do ius sanguinis e do ius soli.
Na letra “a”, o critério é o do ius soli.
Na letra “b”, o critério é o do ius sanguinis.
Na verdade, o critério é o do ius soli, com a exceção do art. 12, I, a da CRFB que fixa o critério do ius sanguinis. 
Há de se ressaltar que a Constituição Federal enumera os casos em que se dará a nacionalidade originária. No entanto existem várias outras hipóteses de aquisição originária de nacionalidade, como por exemplo, aquela determinada por um princípio internacional de que os Estados exercem jurisdição sobre integrantes de sua comunidade mesmo quando estes se encontram em espaços não submetidos a qualquer jurisdição (alto-mar). 
O art. 12, II, “a” e “b” determina a nacionalidade secundária, que pode ser adquirida por solicitação, escolha ou por eleição (por opção).
Como já mencionado neste texto, é de jurisdição interna a criação das regras que determinam a aquisição e perda da nacionalidade. Assim, cada Estado tem seu critério de aquisição de nacionalidade, consequentemente, um mesmo indivíduo pode ter duas ou mais nacionalidades, de acordo com a lei do País.
Exemplo: filho de pais de nacionalidade diferentes – critério do ius sanguinis – duas nacionalidades - uma virtude da mãe e outra do pai, se um Estado adotar a nacionalidade da mãe e o outro do pai.
Exemplo: Nascido em um Estado e filho de pais de nacionalidades diferentes. Esta hipótese pode gerar a tripla nacionalidade – ius sanguinis , nacionalidade do pai, da mãe e ius soli, do local do nascimento.
Exemplo: Pais pertencendo a um país que segue o critério absoluto do ius soli, nasce em outro país que adote exclusivamente o critério do ius sanguinis. – Não terá nacionalidade originária. 
Nacionalidade Brasileira sob condição suspensiva:
 	Art. 12, I , “c”: Aqueles que nascidos no estrangeiro, são filhos de pais brasileiros, podem, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, optar pela nacionalidade brasileira.
A limitação temporal que existia em outras constituições, foi eliminada por “a qualquer tempo” . Quer dizer que o estrangeiro filho de brasileiros pode optar pela nacionalidade brasileira a qualquer tempo, trata-se de direito imprescritível, podendo ser exercido “em qualquer tempo”..
4.3.2. Apatridia
 	Art. 15 da Declaração Universal dos Direitos do Homem:
“Todo homem tem direito a uma nacionalidade.”
“Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.” 
Só se é nacional de um determinado país por força de lei.
É apátrida quem não tem nacionalidade, nunca teve ou se já teve, a perdeu. Desta forma, o indivíduo que ao nascer se vê sem nacionalidade, por alguma causa, ou quando a perde, por força da legislação do Estado, sem haver submetido a processo de conservação, é apátrida.
O Protocolo especial de Haia de 1930, ratificado pelo Brasil, cujo conteúdo foi promulgado pelo Decreto nº 21.798/32, preceitua que um indivíduo que perde a sua nacionalidade após entrar em país estrangeiro, onde não adquire nova nacionalidade, deverá ter direito a ser recebido pelo país de sua última nacionalidade.
4.3.3. Polipatria
Quando se detêm mais de uma nacionalidade, em virtude da aplicação de vários critérios.
4.4. Critério de aquisição derivada da nacionalidade
4.4.1. Naturalização (Lei 6815 de 19/08/80 e art. 12, II da C.R.) - Brasileiros por opção.
A naturalização é ato unilateral, personalíssimo e discricionário do Estado (Poder Executivo), no exercício de sua soberania, podendo negar ou conceder a nacionalidade a quem a requerer (estrangeiro).
Mesmo que o requerente preencha todos os requisitos legais para a naturalização, o Estado não é obrigado a concedê-la – Art. 111 da lei 6815/80. 	 
 	A naturalização pode ser:
 
. Por processo comum – prevista nos arts. 112 e 113 da lei 6815/80 - estrangeiros que residam no Brasil há pelo menos quatro anos, ininterruptamente e quesatisfaçam as exigências legais.
. Extraordinária (excepcional ou simplificada) – prevista no art. 12, II, b com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, que reduziu o período de residência no Brasil de 30 para 15 anos, para os estrangeiros de qualquer nacionalidade, nos termos da lei.
. Provisória – art. 116 da lei 6815/80 – estrangeiro admitido no Brasil nos primeiros 5 anos de vida, definitivamente estabelecido em território nacional. Cumprido o requisito, será emitido certificado provisório de naturalização válido até dois anos depois de completada a maioridade. Torna-se definitiva por confirmação expressa, até dois anos após a maioridade. 
. Estrangeiros de língua portuguesa: Art. 12, II, a da CRFB.
Procedimento: Arts. 115, 117 e seguintes da Lei 6815/80.
		 Art. 119 e seguintes do Dec. 86.715/81	
Os efeitos da naturalização estão descritos nos arts. 122 e seguintes da Lei 6815/80. Os naturalizados terão o gozo de todos os direitos civis e políticos, exceto aqueles reservados aos brasileiros natos (ex: art. 12, II, § 3º da CRFB).
4.4.2. Perda e Renúncia
A aquisição da Nacionalidade Brasileira pela naturalização, regra na maioria dos países, implica necessariamente na perda daquela(s) detida(s) pelo naturalizado que deverá renunciar a ela(s), expressamente, ante a opção pela nacionalidade brasileira. Na realidade, não importa se a lei do Estado de origem do naturalizado não admite que se disponha da nacionalidade de origem, se o estrangeiro naturalizado perderá ou não sua nacionalidade de origem, mas, perante o Brasil ele deverá renunciar a ela.
A renúncia da nacionalidade de origem é ato declaratório unilateral, manifestado perante a autoridade judiciária brasileira, que tem por escopo a manifestação de que alguém quer se desvincular dos laços políticos que o une a seu país de origem e que deseja se considerar unicamente brasileiro.
4.5. Perda da Nacionalidade:
Brasileiro perderá a nacionalidade nos casos do art. 12, § 4º da CRFB. 
Cancelamento da naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
Adquirir outra nacionalidade, salvo:
Se a lei estrangeira reconhecer a nacionalidade brasileira como de origem.
Se por imposição de naturalização **, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício dos direitos civis.
** A aquisição de outra nacionalidade deve ser voluntária. 
5. Ingresso do Estrangeiro – Visto Consular:
		Por força da Declaração dos Direitos do Homem, todo estrangeiro tem direito a ingressar em qualquer país, sobretudo porque hoje TODOS OS ESTADOS consideram o estrangeiro sujeito de direitos e obrigações. Por outro lado, o Estado soberano pode ditar certas regras para o ingresso do estrangeiro. Assim, estabelecem-se certas condições a entrada do estrangeiro, sendo como turista, trabalhador contratado, investidor ou estudante.
 	Direito de ir e vir: O artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos do Homem prevê que todo homem tem direito a liberdade de locomoção, podendo deixar qualquer país e a ele regressar.	 
No Brasil, a atual Constituição, bem como as passadas sempre tiveram o estrangeiro em pé de igualdade (Princípio da Igualdade) com os brasileiros, conferindo-lhe direito a liberdade, igualdade, segurança e propriedade (Art. 5º da CRFB).
5.1. Ingresso de estrangeiros no Brasil
Art. 1º da Convenção sobre a condição de estrangeiros (Havana , 1928), prevê, genericamente as formas de admissão de estrangeiro:
“Os Estados têm o direito de estabelecer, por meio de leis, as condições de entrada e residência dos estrangeiros em seu território.”
No exercício de sua soberania são impostas algumas restrições quanto a admissão de estrangeiros no Brasil (Política Migratória), senão vejamos:
	Quotas de admissão (Brasil, Constituição de em 1934 e EUA)
	Taxa de admissão
	Passaporte
No Brasil, a abertura do País aos estrangeiros originou-se ainda no Império, com a abertura dos portos, sendo, então, estabelecidas regras para o ingresso. Já na Constituição de 1934 foram estipuladas quotas de imigração, tal como, até hoje, ocorre nos EUA. Nesta época se limitou significativamente a liberdade que gozavam os estrangeiros. Esta situação se manteve com a Constituição de 1937, só sendo modificada na constituição de 1946. 
 	Hoje, o Artigo 22 da CRFB de 1988, em seus incisos XIII e XV, prevê a competência absoluta da União na elaboração das normas relativas a nacionalidade, cidadania, extradição, naturalização, expulsão etc... 
 	A matéria em questão é regida pela Constituição Federal e pela Lei 6.815/80, “Estatuto do Estrangeiro”, modificada pela lei 6.964/80 e regulamentada pelo Dec. 86.715/81. 
5.2. Direitos do Estrangeiro (Sistemas)
5.2.1. Sistema de Reciprocidade Diplomática: Se o país de estrangeiro houvesse estabelecido norma de reciprocidade com o País de ingresso, poderia então lhe ser concedidos direitos (França).
5.2.2. Sistema de Reciprocidade Legislativa (Austria): Estrangeiro goza dos mesmos direitos que o nacional, desde que em seu país de origem, seus compatriotas gozassem dos mesmos direitos.
5.2.3. Sistema de Equiparação Completa: Os estrangeiros gozam dos mesmos direitos que os nacionais. 
5.2.4. No Brasil: Sistema da Equiparação Completa.
Art. 5º da CRFB
Art. 95 da lei 6815/81
O estrangeiro goza de todos os direitos inerentes aos cidadãos nacionais, tendo em vista os preceitos legais que os coloca em igualdade. No entanto, estes direitos sofrem limitações impostas pela CRFB e pela lei 6815/81.
. Art. 12, § 2º CRFB: Não pode haver distinção entre brasileiros natos e naturalizados, exceto as que a própria Constituição determinar:
Art. 12, § 3º: Cargos com impedimento. 
Art. 14, §º: Impedimento como eleitor.
Art. 190: Limites à aquisição de propriedade rural.
.A Lei 6815/81 também iguala o estrangeiro ao nacional, fixando, também, no entanto, limites:
Art. 106: Limites aos direitos do estrangeiro.
Art. 106, § 2º: Portugueses (art. 12, parágrafo 1º da CRFB)
OBS: limitação contida no art. 106, IX da Lei 6815 está defasada em função da internet. 
 
Em suma, as limitações aos direitos dos estrangeiros podem se dar em três esferas:
Direitos Políticos: Direito de se imiscuir na administração pública do país.
			A: direito de votar e ser votado
			B: Direito de exercer cargo público
			
Quanto aos direitos políticos encontramos as limitações do Art. 12, § 3º da CRFB e Art. 14º, § 2º da CRFB.
Direitos Públicos: Direito de reunião
		Direito de manifestação de opinião
			Liberdades Públicas.
São também conferidos aos estrangeiros (Art. 5º, inc. XVI a XIX da CRFB), com as limitações do art. 107 da lei 6815.
Direitos Civis: As vedações impostas pelo art. 106 do Estatuto dos Estrangeiros. 
5.3. Natureza jurídica da concessão do visto
 	É um ato soberano e discricionário do Estado. O visto concedido pela autoridade consular é uma mera expectativa de direito do estrangeiro, podendo a entrada, estada ou registro do estrangeiro ser obstado. 
ART. 26 da Lei n. 6.815/80
5.3.1. Visto Consular: Regra Geral - Art. 4º da lei 6815/80. A concessão do visto, a sua transformação ou prorrogação são atos discricionários do Poder Executivo em consonância com os interesses nacionais. A não concessão do visto de entrada não configura lesão ao direito subjetivo do estrangeiro, posto que é ato discricionário do Estado. É poder do Estado.
	A concessão do visto depende do motivo da entrada no País. O visto consular, segundo a legislação, pode ser:
1. De Trânsito – Art. 8º, § 1º: poderá ser concedido ao estrangeiro que, para atingir o país de destino, tenha de entrar em território nacional. O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias improrrogáveis e uma só entrada.
2. De Turista – Art. 9º: poderá ser concedido ao estrangeiro que venha ao Brasil em caráter recreativo ou devisita, assim considerado aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercício de atividade remunerada. 
Dispensa: Art. 10. Países que têm Tratado de reciprocidade.
Art. 12 – Estadas de no máximo 90 dias, prorrogáveis por mais 90. Validade do Visto de 5 anos fixado pelo Ministério das Relações Exteriores (Critério de reciprocidade – Art. 10). Redução: parágrafo único. 	 
				
3. Temporário – Sem ser turista nem com vistas à permanência, tem por objeto o estrangeiro que venha ao país com objetivo específico e tempo necessário. 	
Art. 13 - Concessão:
I - Estrangeiro em viagem cultural ou missão de estudo – permanência pelo tempo que durar o motivo da viagem (máximo 2 anos).
II - Viagem de negócios – Finalidade lucrativa – Estada máxima de 90 dias 	
		
III - Artista ou desportista – 90 dias.
	
IV - Estudante – 1 ano, prorrogável mediante prova de aproveitamento.
V – Cientista, professor ou técnico (contrato ou prestação de serviços ao governo Brasileiro – duração do contrato, podendo ser prorrogado. Limitação pela duração máxima do contrato a prazo determinado – 2 anos Exigência do art. 15.
				
VI – Correspondente – é proibido de receber remuneração de qualquer agência brasileira – tempo da missão. Limitação pela duração máxima do contrato a prazo determinado – 4 anos. 		
VII – Ministro de confissão religiosa – 1 ano, podendo ser prorrogado.
4. Permanente: Art. 16 da Lei 6.815/80, O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se fixar definitivamente no Brasil. A imigração objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra especializada aos vários setores da economia nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento em todos os aspectos e, em especial, ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para setores específicos.
Requisitos para obtenção do visto: Art. 17 da Lei 6.815/80 
	 Condições fixadas em regulamentos (art. 5º do Estatuto).
 Normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração.
As categorias de visto permanente são:
• Visto permanente para administrador, gerente ou diretor de uma empresa;
• Visto permanente para investidor estrangeiro em atividades produtivas no Brasil;
• Visto permanente por casamento com cônjuge brasileiro;
• Visto permanente por filho brasileiro;
• Visto permanente por reunião familiar;
• Visto permanente por reunião familiar por motivo de união estável;
• Visto permanente para aposentado;
• Transformação do visto temporário em permanente;
5. De Cortesia – Art. 4º Inciso V da lei 6.815/80
 	O visto de cortesia poderá ser concedido estritamente a personalidades e autoridades do país onde se encontra a Missão diplomática ou Repartição consular brasileira, em viagem não oficial ao Brasil, para visitas por prazo não superior a 90 (noventa) dias.
 	O visto de cortesia poderá também ser concedido, pelo prazo máximo de 01 (um) ano, ao dependente maior de 21 anos, desde que comprovada dependência ou estudo; ao companheiro cuja condição tenha sido comprovada pela Chancelaria local por nota a ser submetida à decisão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil; e ao serviçal de funcionário diplomático, administrativo ou técnico estrangeiro, designado para missão de caráter permanente no Brasil.
6. Oficial – Art. 4º, Inciso VI da lei 6.815/80
 	O visto oficial poderá ser concedido a autoridades e funcionários estrangeiros e de organismos internacionais que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter transitório ou permanente, incluídas nessa definição as missões de cunho científico-cultural e a assistência técnica praticada no âmbito de acordos específicos. 
7. Diplomático – Art. 4º, Inciso VII da lei 6.815/80.
	O visto diplomático poderá ser concedido a autoridades e funcionários estrangeiros de nível diplomático e de Organismo Internacional, que viajem ao Brasil em missão oficial.
 	A concessão poderá ser estendida, por reunião familiar, ao cônjuge do interessado e aos descendentes do casal, menores de 21 anos.
5.4. Impedimentos Quanto a Concessão de Visto: 
- Art. 7º da lei 6815/80. Pressupostos negativos.
A concessão de vistos não tem força de permitir a residência no país, o que deverá ser concedido mediante o cumprimento de exigências específicas, bem como concedido o visto de permanência.
Ultrapassado o prazo concedido pelo visto para a estada do estrangeiro no país, se não houver prorrogação, o estrangeiro estará em situação ilegal e assim poderá ser deportado.
5.5. Transformação
Alguns vistos poderão ser transformados em outros, dadas certas condições. Por exemplo: visto temporários do cientista, transformado em permanente. 
- Art. 39: O visto diplomático ou oficial poderá ser transformado em temporário ou permanente, mediante a cessação da prerrogativa de função, se devidamente autorizado pelo Ministro Relação Exteriores. 
Não podem ser transformados em permanentes os seguintes vistos:
 
- Art. 38: de trânsito, de turista, de cortesia e temporário, com as exceções dos incisos V e VII do art. 13 da lei 6815/80. 
Do Despacho que denega a transformação do visto, cabe pedido de reconsideração (art. 40, Parágrafo único da lei 6815/80). No entanto, não cabe qualquer recurso contra a decisão que denega a concessão do visto, por se tratar de ato discricionário do Estado. 
Os Estrangeiros com visto permanente ou na condição de asilado devem ter registrado seu visto junto ao Ministério da Justiça, no prazo de 30 dias. Art. 30 da lei 6815/80. 
6. Refugiado
Desde o primeiro quarto do século XX, a comunidade internacional se preocupa com o problema dos refugiados e, por razões humanitárias, ela começou a assumir as funções de proteção e assistência.
 	
	O modelo de ação internacional em favor dos refugiados foi estabelecido pela Sociedade das Nações e foi consagrado pela adoção de certo número de instrumentos internacionais. A Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos do Homem, são fundamentos inspiradores á proteção ao refugiados, posto que consagram os direito do homem e as liberdades fundamentais. 
	 	
	Pouco após a Segunda Guerra Mundial, o problema dos refugiados não tinha sido regulado de forma uniforme, assim, pareceu ser necessário se dispor de um novo instrumento internacional que definisse o estatuto jurídico dos refugiados. Ao invés de uma pluralidade de instrumentos se reportando a categorias particulares de refugiados, as Nações Unidas optaram por um instrumento único contendo uma definição geral das pessoas diante da condição de refugiado.
 	
	A Convenção de 1951 instituía tratamento aos refugiados de forma, pelo menos, tão favorável quanto o concedido aos nacionais, garantindo-lhes a liberdade de religião e a educação religiosa de seus filhos e ainda protegendo seus direitos intelectuais e artísticos, bem como definindo o acesso a justiça, ao mercado de trabalho, conferindo ao refugiado a faculdade de se imiscuir na iniciativa privada. 
Ocorre que esta convenção só alcançava os refugiados em consequência dos fatos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951, conforme o que dispõe o art. 1º, seção A(2), pois era o desejo dos governantes, no momento em que a convenção estava sendo elaborada, o de limitar suas obrigações àqueles que eram refugiados à época e aos que pudessem vir a ser em consequência dos eventos já ocorridos, não se estendendo assim a eventos futuros. 
	Desta forma, com o passar do tempo e diante do surgimento de novos problemas de refugiados, fez-se necessário estender a aplicação das disposições da Convenção a esses novos refugiados. Assim, foi elaborado o Protocolo de 1967, pretendendo aplicar as disposições de fundo da Convenção, sem levar em conta a data limite nela fixada. 	
A Carta das Nações Unidas prevê como órgão de proteção ao Refugiado, o Alto Comissariado (ACNUR), criado em 1951 que, através de seu Estatuto e sob os auspícios da Organização das Nações Unidas, tem a função de assegurara proteção internacional dos refugiados sobre os quais atua.
No Brasil, O CONARE (Comitê Nacional para Refugiados), previsto no artigo 11 da lei 9474/97, é o órgão, no âmbito do Ministério da Justiça, responsável pelas questões concernentes aos refugiados.
O refugiado que estiver sob a proteção do ACNUR, portando documentação específica, não precisa passar pelo alvitre do CONARE. 
	
	O Estatuto contém as definições das pessoas sobre aquelas se exerce o mandato do Alto Comissariado, referidas definições são parecidas com aquelas contidas na Convenção de 1951. O Estatuto define, ainda, que o mandato do Alto Comissariado se exerce sem limite de tempo ou limitação geográfica.
		
	Segundo a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951), em seu artigo 12, “o Estatuto pessoal do refugiado será regido pela lei do país de seu domicílio ou na falta de domicílio, pela lei do país onde reside”. Assim, a Convenção em alusão foi ratificada pelo Brasil e promulgada mediante o Decreto legislativo nº 93 de 30/11/71 e pelo Decreto Executivo nº 70.946 de 7/08/72 e devidamente implementada através da Lei 9.474/97.
		 
 	Definição de refugiado: Art. 1º da lei 9.474/97. Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:
I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; 
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior;
III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
	O refugiado no Brasil ficará sujeito aos preceitos legais contidos no Estatuto, bem como estará por ele protegido, sem prejuízo do disposto na Convenção de 1951 e no Protocolo de 1967. 
	
6.1. Crime Político e Crime Conexo.
Crime político e terrorismo:
Terrorismo: visa a destruição de qualquer governo, sem importar quanto aos efeitos de seus atos. Os meios utilizados pelos agentes terroristas são fundados na desídia, emboscada, surpresa, atacando inocentes ou pessoas presumivelmente culpadas.
Crime político: Visa atacar a forma de governo. O agente pode agir às escondidas, mas sempre com o objetivo de atacar a autoridade constituída.
6.2. Direito de Asilo 
	Segundo os objetivos enunciados na Carta das Nações Unidas, manutenção da paz e a segurança internacional e desenvolver relações amigáveis entre todas as nações e de realizar a cooperação internacional, resolvendo problemas de ordem econômica, social, intelectual, política e humanitária e ainda encorajar os direitos do homem, poderá ser concedido asilo político a estrangeiro.
 
O asilo político é princípio constitucional insculpido no Art. 4º, X da CRFB e poderá ser concedido ao estrangeiro que é sujeito a perseguição infundada em seu território, por convicção religiosa ou por condição racial, excluídos os delitos insculpidos no direito penal comum. 
Tem fundamento internacional na Declaração das Nações Unidas em seu artigo 55 e nos artigos 13 e art. 14, § 1º da Declaração dos Direitos do Homem. No que concerne a concessão do Asilo, deve-se levar em consideração os objetivos e princípios das Nações Unidas e a soberania de cada Estado. 
O Asilo pode ser: 
Diplomático: É aquele concedido ao estrangeiro, perseguido em seu próprio país, pela representação diplomática brasileira, sediada no território de origem do estrangeiro perseguido. É praticado com mais frequência na América Latina. 
Territorial: Quando o Estado admite a presença do estrangeiro perseguido dentro dos limites do território nacional. É concedido pelo Ministério da Justiça, por prazo limitado de no máximo 02 (dois) anos, prorrogáveis, se subsistirem as condições adversas que levaram ao pedido de asilo. 
O asilo territorial é concessão do Estado, assim, o estrangeiro deverá requerê-la ao Ministério da Justiça que, após devidamente investigadas as causas determinantes do refúgio, poderá concordar com a concessão, o fazendo mediante termo de compromisso, assinado pelo estrangeiro, perante o Diretor do Departamento de Estrangeiros. Concedido o asilo, será procedido seu registro na Polícia Federal que emitirá documento de identidade ao estrangeiro asilado.
A concessão do asilo diplomático não implica na concessão do asilo territorial.
No Brasil a lei 6.815 de 1965 em seus artigos 28 e 29, fixa regras sobre as condições do asilado. A permanência definitiva em território nacional só será permitida desde que satisfeitas às regras contidas no artigo 16, parágrafo único da lei 6815.
Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na condição de asilado político ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito Internacional, a cumprir as disposições da legislação vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar.
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autorização do Governo brasileiro.
        Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo importará na renúncia ao asilo e impedirá o reingresso nessa condição.
7. Saída Compulsória do Estrangeiro:
7.1. Deportação
Fundamento: lei 6815/80 arts. 57 a 64.
7.1.1. Conceito: “Processo de devolução do estrangeiro que chega ou permanece em território nacional irregularmente, para seu país de nacionalidade ou de sua procedência.”
7.1.2. Aplicação: Ingresso, estada ou permanência irregular do estrangeiro em território nacional.
A deportação é a sanção para o caso do estrangeiro em situação irregular, o qual, devidamente notificado, não se retira voluntariamente do território nacional, em prazo improrrogável de 3 ou 8 dias, dependendo de tratar-se de permanência, estada ou entrada irregular.
	
	O estrangeiro com entrada ou estada irregular no país será notificado pelo Departamento de Polícia Federal para retirar-se do território nacional, nos prazos abaixo:
Permanência ou estada irregular - 8 dias improrrogável (art. 98, I do Dec. 86.715/81).
Entrada irregular – 3 dias (art. 98, II do Decreto 86.715)
Imediatamente depois de findos os prazos fixados pela lei, a Polícia Federal promoverá a imediata deportação do estrangeiro.
	Segundo o princípio da soberania do Estado, poderá proceder a deportação independentemente dos prazos do Art. 98 do Decreto, conforme preceituam os artigos57, § 2º da lei 6815 e 98, § 2º do Decreto 86.715.
Para ser deportado o estrangeiro terá que haver transgredido exigência formulada em lei. Assim, no Estatuto do Estrangeiro diversas são as exigências para ingresso, estada e permanência do estrangeiro em território nacional, elencadas no art. 57, § 1º da lei 6815. 
O estrangeiro será deportado para seu país de nacionalidade ou de procedência.
	Quando a hipótese apresentada não for de deportação, ou houver indícios de periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, poderá ser procedida a sua expulsão. (Art. 62 da lei 6815). 
O Art. 63 da lei 6815 trata da extradição inadmitida, ou seja, não se deportará estrangeiro quando tratar-se de extradição não admitida (STF) pela lei brasileira. Neste caso a proibição é para o caso de deportação para o país onde se deu o crime, posto que seria tratar-se de extradição. Mas, nada impede que o estrangeiro seja deportado para outro país.
7.2. Expulsão
Fundamento: Art. 65 a 75 da lei 6815.
7.2.1. Conceito: É o processo pelo qual um país expele de ser território estrangeiro residente, em razão de crime ali praticado ou de comportamento nocivo aos interesses nacionais.
A expulsão é medida administrativa, exercida em proteção do Estado, como manifestação de sua soberania. Desta forma, é ato discricionário do Estado, na pessoa do Presidente da República (Art. 66da lei). 
	Ato arbitrário 
	Ato discricionárioLiberdade incondicionada 
	Liberdade irrestrita quanto a oportunidade ou conveniência, mas, condicionada as hipóteses previstas da lei
Pelo princípio da soberania dos Estados, estes podem admitir ou não estrangeiros em seu território, expulsando àqueles que tenham praticado atos atentatórios a segurança ou a tranquilidade da nação. 
Não é ato arbitrário, mas deve ser justificado em circunstâncias especiais, sob pena, de em assim não o sendo, praticar o Estado ato discriminatório, contrário ao direito de ir e vir do estrangeiro e a assim passível de habeas corpus.
São requisitos autorizadores da expulsão, na forma do que dispõe o Art. 65, lei 6815, o atentado contra a segurança nacional, ordem pública ou social, a tranquilidade, a moral... e aqueles contidos no parágrafo único.
O Estado que expulsa não tem a obrigação de comunicar ao Estado de origem do violador, mas, deverá prestar as informações requeridas, no caso de ser interpelado. Isto é uma forma de controle, pois se houver qualquer arbitrariedade, o Estado de origem poderá, via diplomática, protestar.
Para onde será expulso o apátrida? Para o país de onde proveio. Para o Estado da nacionalidade perdida ou, no caso de ter tido mais de uma, da última ou, para qualquer deles, se as perdeu ao mesmo tempo. 
Há de se mencionar que é o fato de poder ser expulso do território nacional que diferencia o estrangeiro do nacional. Pois o nacional tem o direito inalienável ao solo, ou seja, a permanecer em solo brasileiro. 
Já disse a Suprema Corte Americana que enquanto o estrangeiro permanece no país a Constituição o protege, mas, se permanece ou não, é decisão do Estado. Permanecer no território nacional não é um direito, mas uma questão de permissão. O estrangeiro não entra no Brasil por direito próprio, mas por concessão do Estado e sob a condição de não se tornar nocivo ao país.
O direito do Estado à expulsão não deve ser extrapolado, sob pena de se tornar arbitrário, ilegal ou abusivo, como no caso da expulsão em massa, que é proibição no caso de genocídio. 
7.2.2. Breve histórico:
	Art. 1º do Projeto de Declaração Internacional Relativa ao direito de Expulsão dos Estrangeiros.
	Art. 6º da Convenção de Havana de 1928
No Brasil, hoje, conforme preceitua o Art. 22, XV da CRFB, a expulsão é permitida em conformidade com a legislação específica. (lei 6815/80)
7.2.3. Exceções à expulsão
1) Proteção a família brasileira.
Desde antes da Constituição de 1946, o direito pátrio já previa que não seria expulso o estrangeiro que tivesse filhos brasileiros vivos.
Devidamente sumulado pelo STF, muito embora não acatado por vários países (França e USA), a lei 6815/80 prevê a exceção a expulsão em seu art. 75, II. Não são suficientes a adoção ou reconhecimento de filho brasileiro posteriormente ao fato que motivou a expulsão.
7.2.4. Expulsão Inadmitida: Art. 75, I da Lei 6815.
- Se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
- Quando o estrangeiro tiver: 
        a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou 
        b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente. 
	Não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro supervenientes ao fato que o motivar. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão poderá efetivar-se a qualquer tempo. 
7.2.5. Competência
Segundo o art. 70 da lei 6815, o Ministro da Justiça é competente, mediante Portaria, para instaurar inquérito no caso de expulsão.
No entanto, a expulsão é ato político, de manifestação de soberania, competindo ao Presidente da República o julgamento sobre a conveniência ou oportunidade de tal ato. (art. 66) Referida decisão será efetivada por meio de Decreto. 
Contra arbitrariedades, cabe habeas corpus impetrado frente ao STF (Art., 101, II, d da CRFB). Neste caso o Judiciário não poderá valorar a questão de ordem pública ou de segurança nacional, mas, tão somente, a arbitrariedade da medida. 
7.2.6. Procedimento e Defesa do expulsando
Art. 100 e seguintes do Dec. Lei 86.715
A defesa mais comum tem sido a de possuir família brasileira
7.2.7. Diferenças entre Deportação e Expulsão:
Deportação: entrada ou permanência irregular. Prazo de visto ultrapassado.
		 Não há procedimento administrativo. Basta a comprovação da entrada ou da estada ou da permanência ilegal.
		 O estrangeiro pode voltar ao Brasil, desde que sua situação esteja regular e preencha alguns requisitos legais.	
Expulsão: pratica crime, contra a segurança nacional, ordem pública, tranquilidade.... Visto válido.
		Há instrução sumária, segundo regras processuais e com ato final proferido pelo Presidente da República.
		Só pode voltar ao Brasil após revogado o decreto, senão incorrerá no crime de reingresso(art. 338 do CP.).
7.3. Extradição
Fundamento: Art. 76 e seguintes da lei 6815/80 / Art. 110 do decreto-lei 86.715/81 e Art. 5º, LI e LII da CRFB.
7.3.1 Definição: 
Extradição é o instituto de cooperação internacional na repressão ao crime, através do qual, um Estado (requerido) entrega a outro Estado (requerente), por seu juízo competente, um estrangeiro refugiado em outro país, já condenado por ato punido como crime pelas leis de ambos os Estados, com pena que varia conforme a legislação de cada um deles, ou estrangeiro simplesmente processado, ou, ainda, com prisão preventiva decretada por autoridade competente.
É um ato bilateral de entrega que um Estado faz de um indivíduo procurado pela Justiça para ser processado ou para a execução da pena, por crime cometido fora de seu território, a outro Estado que o reclama e que é competente para promover o julgamento e aplicar a punição. Diferentemente da expulsão.
7.3.2. Lei Penal tem Aplicação Territorial
A lei penal tem aplicação territorial, assim, o instituto da extradição também tem seu fundamento na territorialidade. Vale dizer que se um indivíduo praticou um delito em um determinado Estado, deve ser punido pela lei deste Estado. Desta forma, se o indivíduo delinquente encontra-se foragido em outro Estado, deve, via de regra, ser entregue por este último ao Estado onde cometeu o delito, para que possa, então, ser julgado.
7.3.3. Fundamento: 
O pedido de extradição tem fundamento em Tratado que a preveja ou em promessa de reciprocidade entre o país requerente e o requerido.
A aceitação da promessa de reciprocidade, por se tratar de juízo político, é de competência do Poder Executivo.	
7.3.4. Finalidade:
O instituto da extradição tem a finalidade de justiça universal, de repúdio a impunidade, objetivando impedir que os indivíduo que hajam cometido infração contra a lei penal, subtraiam-se da punição, buscando abrigo em outro país. É uma manifestação da solidariedade e da paz social.
7.3.5. Formas
7.3.5.1. Extradição Ativa:
É solicitada pelo Brasil. O Estado requerente (quem formula o pedido),pede a entrega do reclamado que se encontra no território do requerido. No caso de não haver tratado ou promessa de reciprocidade, será aplicada ao reclamado as leis do Estado requerido.
A Lei 6815/80 não orienta como o juiz deve proceder quanto ao pedido de extradição. No entanto, o Dec-lei 394/38 continua a ser observado no que tange ao procedimento para se requerer a extradição de brasileiro refugiado no exterior, senão vejamos:
	Art. 20 do Dec-lei 394/38: “Quando se tratar de indivíduo reclamado pela justiça brasileira e refugiado em país estrangeiro, o pedido de extradição deverá ser transmitido ao Ministério da Justiça e Negócios Exteriores, que o examinará e, se o julgar procedente, o encaminhará ao Ministério das Relações Exteriores, para os fins convenientes, fazendo-o acompanhar de cópia dos textos da lei brasileira referente ao crime praticado, a pena aplicávele a sua prescrição, e de dados ou informações que esclareçam devidamente o pedido. Em casos de urgência, o Ministério da Justiça e Negócios Interiores solicitará as necessárias providências ao das Relações Exteriores, para que este peça a prisão preventiva do extraditando.
7.3.5.2. Extradição passiva: 
Requerida ao Brasil por outro Estado (Estado requerido é quem recebe o pedido de extradição de estrangeiro que esteja refugiado em seu território.)
Fundamento legal: Art. 76 a 94 da lei 6815/80, pelo Decreto 86.715 e Art. 5º LI e LII da CRFB.
7.3.6. Condições genéricas (Governo p/a Governo):
1. Existência de tratado
	 O qual, por fazer lei entre as partes, é obrigatório nos limites do convencionado.(Art. 76 da lei 6815/80).
 Existindo tratado de extradição, o pedido deverá ser instruído com a documentação nele prevista. 
2.Se inexistir tratado ou promessa de reciprocidade(art. 76 da lei 6815/80). 
 No entanto, muitos Países entendem que mesmo havendo reciprocidade de tratamento, a extradição poderá não ser concedida se o delito compreendido na promessa não tiver previsão em Tratado anterior.
Na C.R.F.B. a aceitação da promessa é de alçada do Poder Executivo, não sendo exigido qualquer referendum do legislativo.
Assim, no caso da promessa de reciprocidade, a extradição será regida pelas leis internas de cada país.
3. Pronunciamento prévio do STF(Art. 207 do RISTF)
“Art. 207.Não se concederá extradição sem prévio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade e a procedência do pedido, observada a legislação vigente.”
C.F.: art. 102, I, "g". Lei no 6.815/80: art. 83 (julg. STF).
4. O extraditando deverá ser preso e colocado à disposição do STF
“Art. 208, RISTF: Não terá andamento o pedido de extradição sem que o extraditando seja preso e colocado à disposição do Tribunal. C.F.: art. 5o, LXI (autoridade competente).Lei no 6.815/80: art. 84 (prisão do extraditando).
O reconhecimento e prisão do extraditando, ficarão a cargo do poder de polícia nacional, sendo vedada a intromissão de agentes estrangeiros, o que violaria frontalmente a soberania nacional.
Os tratados de extradição diferem bastante entre si, no entanto guardam vários pontos em comum como, por exemplo, o fato de ser o Estado requerido o competente para julgar o delito, ou quando o agente já tiver sido julgado no Estado requerido. 
7.3.7. Pressupostos
	A contrario sensu ao disposto no art. 77 da lei 6815/80, conceder-se-á a extradição de estrangeiro quando:
Existir processo criminal do qual resulte condenação a pena privativa de liberdade superior a um ano de reclusão.
Houver sido expedido mandado de prisão contra o extraditando, por juízo ou Tribunal competente. 
Houver sido o ato motivador do pedido de extradição também considerado crime no Estado requerido.
Não estiver a Ação Penal prescrita ou , não extinta a punibilidade, segundo a lei brasileira ou a do Estado requerido.
Não estiver o extraditando respondendo a processo ou já tiver sido condenado ou absolvido no país requerido pelo mesmo fato em que se fundar o pedido.
O fato não constituir crime político. 
O extraditando não houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou juízo de exceção. 
7.3.8. Impedimentos a Concessão da Extradição 
Art. 5º LI e LII da CRFB e Art. 77 da lei 6815/80
Não se procederá a extradição... 
1 – de brasileiro, salvo....
Nacionalidade e Extradição:
A influência da nacionalidade no que tange a extradição é tratada de diversas maneiras nas legislações. No entanto, a regra mais comum é a de os Estados não permitam a extradição de seus nacionais.
No caso do Brasil, a nossa legislação é clara ao proibir a extradição de brasileiro, como se depreende dos 5ª, LI e LI da CRFB e art. 77, I da lei 6815/80. 
Trata-se aqui do brasileiro nato, quando se nega a possibilidade de se extraditar o brasileiro. No entanto o naturalizado pode ser extraditado quando:
 . Praticar crime comum anterior a aquisição da nacionalidade brasileira.
 . Comprovado o envolvimento no narcotráfico. 
No entender de Pontes de Miranda, a regra da territorialidade adotada para determinar a competência para julgar delinquentes refugiados em Países estrangeiros, foi sendo substituída, subsidiariamente, pela da nacionalidade.
A entrega do extraditando ao Estado requerente só se dará mediante o compromisso contido no art. 91 da lei 6815/80. 
	
7.3.9. Extradição e Pena de morte.
No que tange ao artigo 91, III da lei 6815/80, o princípio da identidade estabelece que o delito cometido seja conduta tipificada no Estado de refúgio, bem como não que pode o extraditando sujeitar-se a uma pena não prevista no Estado de refúgio. Assim, não pode o Estado requerente comutar a pena de liberdade em pena de morte, posto que esta não é permitida em nosso país, exceto no caso de guerra declarada (art. 5º XLVII da CRFB).
7.3.10. Diversidade de países requerendo a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato (art. 79, caput da lei 6815).
Todos os países requerentes preenchem os requisitos legais. A qual atender?
1 -A lei penal tem aplicação territorial Entrega ao país onde foi cometido o delito. 
7.3.11. Diversidade de países requerendo a extradição da mesma pessoa, por diversos fatos(Art. 79, parag. 1º da lei 6815)
1 – país onde foi cometido o delito mais grave (lexfori).
2 – mesma gravidade – o país que pediu primeiro
3 – pedidos simultâneos – o Estado de origem, ou o país do domicílio. 
8 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL INTERNACIONAL
8.1. Princípio Básico: Lex fori:
A lex fori é a lei do lugar no qual se desenvolve o processo, sendo este um dos princípios basilares da aplicação das normas de direito processual civil internacional. 
No que concerne as normas de direito substantivo ou material, deve-se apurar o direito aplicável à relação jurídica de direito privado com conexão internacional, podendo ser indicada a norma interna ou internacional para solucionar o conflito. 
Mesmo sendo as regras de direito processual civil internacional, na maioria dos casos, de origem interna, vários uniformizações já foram realizadas, principalmente na Europa, por exemplo a Conferência de Haia de D. I. Privado, a Convenção da ONU relativa ao Estatuto dos Refugiados, Convenção sobre a Prestação de Alimentos no Estrangeiro, Convenção da ONU sobre o Reconhecimento e Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras e outras. Até então, o Brasil já ratificou todas elas, com exceção da última. 
Na América Latina, o Código Bustamante em seu livro IV, onde se estabelecem normas processuais, ainda é utilizado. Mas, a maior contribuição é da Conferência Especializada Interamericana de Direito Internacional Privado. O Brasil já começa a ratificar várias das convenções assinadas pela Conferência Interamericana. 
8.2. Aplicação da Lei Estrangeira no Processo
 	Não se faz por ato arbitrário do juiz, mas em decorrência de mandamento legal da legislação interna. Reputa-se a norma estrangeira com força coativa igual à brasileira. As partes, em princípio, não podem renunciar ao seu império. Sua obrigatoriedade é de tal natureza que o julgador tem o dever de aplicá-la mesmo quando não invocada pelas partes. 
 	O juiz pode dispensar a prova do direito estrangeiro, se o conhecer, embora daí possa decorrer o inconveniente de, no julgamento coletivo, haver necessidade de se provar sua existência. Os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil se equiparam ao direito federal, dispensada a parte do ônus da prova do texto e da vigência. Aquele que alegar direito estrangeiro deverá provar-lhe o teor e a vigência, salvo se o juiz dispensar a prova (art. 337 do CPC). O meio mais próprio de prova é o da certidão passada pela autoridade consular estrangeira, contendo o texto legal e sua vigência, ou uma certidão de autoridade estrangeira autenticada pelo cônsul.
 	Algumas regras para a aplicação do direito estrangeiro são a recepção formal,a recepção material e a aplicação sem incorporação (aplicação da norma jurídica não possui qualquer incorporação ou integração com regime jurídico do foro). Assim como existem regras para aplicação em tela, também existem limites, que devem ser observados como o princípio de ordem pública (princípios estruturantes do direito privado; estão na Constituição Federal, logo, todos eles são princípios de ordem pública. Então, direito estrangeiro que fere a ordem pública pode até ser válido, mas é ineficaz no Brasil - LICC art. 17. Por exemplo: Divórcio islâmico - Dá-se pela repudia. O STJ não homologa esse tipo de sentença, pois fere a ordem pública; Casamento poligâmico - Vale o primeiro casamento, e os demais são ineficazes para o ordenamento jurídico brasileiro, etc.). 
8.3. Competência Internacional: 
Sempre que um juiz tiver que decidir uma contenda de direito privado com conexão internacional, este deverá saber qual é a extensão da jurisdição. Assim, cabe ao juiz conhecer de ofício sua competência internacional para o caso sub judice. 
As regras de direito interna estão contidas nos Arts. 88 a 90 do CPC e as normas de direito internacional privado são as leis específicas e Tratados, se houver (normas diretas de competência). Admite-se a competência concorrente no D. I. Privado (art. 88 do CPC), bem como a exclusiva (art. 89 do CPC). 
	As regras do nosso direito pátrio a respeito de competência internacional têm o escopo de definir a extensão da jurisdição nacional em face a competência de outros Estados. Após definir-se a competência internacional, proceder-se-á a verificação da competência interna.
 
Quando se fala em competência, deve-se ter em mente que além das normas diretas de competência (internacional e interna), existe também as indiretas que são examinadas pelo juiz nacional, quando da homologação de decisão proferida por juiz ou Tribunal estrangeiro e que devem ser cumpridas em território nacional.
Em matéria de D. I. Privado, pode o autor da demanda optar, dentre os vários foros competentes, por aquele que lhe parece mais favorável (art. 10, § 1º LINDB).
8.4 Cooperação Judiciária Internacional
É princípio basilar do Direito Internacional que os Tribunais e outras autoridades estatais, desempenham suas funções e praticam atos somente dentro do território nacional do próprio Estado, sob pena de se ofender a soberania nacional.
No entanto, por vezes, quando em procedimento judicial, o juiz ou tribunal tem necessidade de providências ou diligências a serem realizadas fora de seu território nacional. Surge então a cooperação judiciária internacional, que abrange quase todas as áreas do direito e que tem por fundamento a legislação interna ou Tratados Internacionais.
 
 	As convenções mais conhecidas são: de Haia sobre o direito processual civil, sobre a liberação dos Instrumentos públicos de Origem Estrangeira, Aspectos Civis de Sequestros Internacionais de Crianças , não ratificados pelo Brasil e Convenção Interamericana sobre Carta Rogatória e seu Protocolo Adicional e Protocolo de Lãs Lenas, importante instrumento de cooperação e assistência entre os Países do Mercosul.	 
8.4.1. Objetos da Cooperação:
Os objetos da Cooperação Judiciária são os atos de comunicação como citação, notificação, intimação, vistorias, avaliações, interrogatórios, inquirições, exames de livros e etc...
8.4.2. Meio utilizado para se obter a Cooperação - Carta Rogatória.
O meio utilizado é a Carta Rogatória que é o instrumento que contém o pedido de cooperação feito pela autoridade judiciária de um Estado a outro. A carta rogatória deve ser redigida no idioma do Estado rogado, a não ser quando não for exigido por força de Tratado Internacional.
A diligência solicitada pelo Estado rogante será cumprida segundo a lei interna do Estado rogado, lex fori. A cooperação internacional é a finalidade das cartas. Assim, os Tratados visam a simplificação do procedimento de transmissão e o cumprimento das rogatórias. 
	É importante frisar que se um Estado presta a cooperação voluntariamente, com fundamento em sua legislação interna, a carta tramitará pela via diplomática.
 
Se não houver Tratado entre os Estados ou a lei interna não o obrigar a agir, o Estado rogado pode recusar-se a cumprir o determinado pela Carta, tendo em vista a sua soberania, mesmo sendo referida atitude contrária ao princípio da cooperação internacional.
No Brasil, distingue-se a Carta Rogatória Ativa, solicitada pela Brasil a autoridade estrangeira, da Passiva, solicitada ao Brasil. 
A Carta Rogatória Ativa é aquela preceituada no Art. 237, II do NCPC, ou seja, é a carta expedida por juiz brasileiro. Segundo o que determina a lei, a admissão e a forma de cumprimento da rogatória deverão seguir o que for determinado em Tratado, se houver. No caso de não haver tratado, a carta será traduzida para o idioma do país rogado e remetida a autoridade judiciária por via diplomática (Ministério das Relações Exteriores). 
O procedimento de recepção das Cartas Rogatórias Passiva expedidas por juízes ou Tribunais estrangeiros, encontra-se disposto na nossa Constituição Federal em seu art. 105, I, i,. As Convenções Internacionais sobre o assunto também se aplicam as rogatórias passivas.
A Carta Rogatória será examinada pelo STJ somente quanto à matéria concernente ao ato processual. Assim, o entendimento é no sentido de sempre se admitir a Carta Rogatória, concedendo-lhe o exequatur, a não ser que viole a soberania, a ordem pública ou quando lhe faltar autenticidade, ou seja quando lhe faltar autenticação da autoridade consular. 
9. HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
	Via de regra, segundo dita o direito costumeiro internacional, nenhum Estado é obrigado a reconhecer em seu território, uma sentença proferida por juiz ou tribunal estrangeiro. No entanto, cumpridos determinados requisitos, os Estados podem vir a reconhecer os efeitos de sentenças estrangeiras.
A eficácia da sentença estrangeira está limitada a mesma eficácia da lei nacional, posto que não se pode estender os efeitos da decisão estrangeira além daqueles conferidos as decisões proferidas por juiz ou tribunal pátrio.
Assim, dentro dos limites que a lei impõe, pode o juiz nacional aplicar a lei estrangeira diretamente, ou indiretamente, quando execute sentença estrangeira.
9.1. Sistemas Legislativos
Sistema de recusa à execução dos julgados estrangeiros.
Holanda, Noruega, Suécia, Dinamarca, com variações. Segundo este sistema desconhece-se o processo de execução do exequatur.
Sistema de revisão absoluta.
Direito Francês. No processo de execução da sentença estrangeira, se examina o mérito. Será executada a decisão proferida em substituição a estrangeira.
Sistema de controle ilimitado.
Bélgica. O mérito é apreciado com o fim de admitir ou não a execução da sentença estrangeira.
Sistema de controle limitado ou de delibação. Alemanha e Itália. A decisão estrangeira é submetida a uma série de requisitos. Este é o sistema adotado no Brasil. 
O reconhecimento depende de um procedimento prévio peculiar ao Estado solicitado, que consiste num juízo delibatório. Este procedimento prévio, no Brasil, é a homologação de referida sentença pelo órgão competente.
Segundo a nossa Carta Magna, em seu artigo 105, I, i, cabe ao STJ, processar e julgar, originariamente as homologações de sentença estrangeira.
Como pressuposto de homologação da sentença estrangeira está o fato de que referidas decisões não podem ser ofensivas a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
 
Posto isto, são requisitos da homologação de sentença estrangeira:
Internos:
Ter sido proferida por juízo competente. O que deve ser analisado é se a causa era de competência do Estado onde foi prolatada a decisão. Não há o que se falar em verificação das regras de competência do Estado estrangeiro, pois isto constituiria uma ofensa à soberania nacional daquele Estado.
Terem sido as partes citadas ou devidamentedecretada a sua revelia, tudo em consonância com a lei do Estado onde foi prolatada a decisão. Com vistas ao princípio do contraditório, o juiz nacional, deverá verificar se houve ou não citação válida, e se esta era dispensável no país de origem da decisão, a mesma não poderá ser homologada. No mesmo sentido no que tange a verificação da revelia.
Ter a decisão transitada em julgado. Se não houver formação da coisa julgada formal, não poderá se falar em execução definitiva de sentença, pois que se estaria contrariando nossas regras processuais e o princípio da coisa julgada. No que diz respeito à execução provisória, esta só poderá ser procedida no foro onde a decisão foi prolatada. 
Externos:
1 – Ter obedecido as formalidades extrínsecas para sua execução, tudo na forma da lei do Estado onde foi a decisão proferida. Deverá ser verificado no juízo de delibação, se a sentença é formalmente válida na jurisdição onde foi prolatada, para que se posse dar validade a sua execução. 
2 – Estar traduzida em língua Portuguesa, por intérprete autorizado.
Depois de verificados os pressupostos e requisitos acima e devidamente homologada a decisão frente ao STJ, a sentença será executada no Brasil. Cabe salientar que o que vai ser executado não é a sentença estrangeira, mas sim, a decisão homologatória. É importante salientar que é vedado ao STJ apreciar o mérito da decisão que está sendo homologada. 
Entende-se que, analogicamente ao que se aplicam as decisões proferidas por nossos Juízes e Tribunais, em conformidade com o que dispõe o Art. 93, IX da CRFB e com Art. 489 do NCPC, a decisão homologatória de sentença estrangeira também deverá ser fundamentada.
	
Como anteriormente afirmado, se houver Tratado devidamente ratificado pelo Estado onde será homologada a decisão estrangeira, sendo este Tratado mais rígido no que tange aos requisitos para reconhecimento da decisão, em relação a lei interna, a doutrina entende que deverá ser aplicada a mais branda. 
 
Não só as sentenças judiciais são suscetíveis de homologação, mas também a sentença arbitral (Art. 35 da lei 9307/96), a qual só poderá ser negada se quando presentes as condições do Art. 38 da lei 9307/96.

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