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1 Direito Empresarial II DIREITO SOCIETARIO TEORIA GERAL Direito Societário: Teoria Geral • SUJEITOS DE DIREITO: • PESSOA FÍSICA: é a pessoa natural apta a praticar todo e qualquer ato jurídico não proibido por lei. • PESSOA JURÍDICA: é a pessoa ficta (sociedade, Adm. Pública etc) apta a praticar todo e qualquer ato jurídico desde que não seja proibido por lei. A exceção à regra é a Administração Pública, que por estar sujeita ao princípio da legalidade, somente poderá praticar os atos permitidos por lei. Direito Societário: Teoria Geral • ENTE DESPERSONALIZADO: é apto a praticar apenas os atos jurídicos que esteja autorizado por lei. Quanto aos atos não permitidos nem proibidos por lei, os entes despersonalizados apenas podem praticar os atos que sejam diretamente vinculados com sua essência ou finalidade. • EX: o espólio jamais poderá ser empresário (ainda que não exista proibição legal), pois tal ato não condiz com a finalidade do espólio. SUJEITOS DE DIREITO P. JURÍDICA P. NATURAL ENTE DESPERSONALIZADO Adm. Pub. Direta Pd. PUBLICO Adm. Pub. Indireta Empresa Pública ESPÓLIO Soc. Econ. Mista MASSA FALIDA ASSOCIAÇÃO INICIATIVA FUNDAÇÃO PRIVADA COOPERATIVA SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE EMPRESÁRIA Direito Societário: Teoria Geral • SOCIEDADE EMPRESÁRIA: É a sociedade que explora atividade econômica empresarial voltada ao lucro, com a organização dos 4 elementos de produção: capital, mão de obra, matéria prima e tecnologia, prestando serviços ou oferecendo produtos em massa e com impessoalidade. Direito Societário: Teoria Geral • PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADE EMPRESÁRIA E A ASSOCIAÇÃO OU FUNDAÇÃO: • É a exploração atividade econômica com objetivo de lucro, que está presente na primeira e ausente na fundação e associação que têm finalidade social, esportiva, ambiental etc. USER Realce policia Realce 2 Direito Societário: Teoria Geral • PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADE EMPRESÁRIA E A SOCIEDADE SIMPLES: • É a exploração da atividade econômica voltada à prestação de serviços ou a oferta de produtos em massa e com impessoalidade, que está presente na primeira e ausente na segunda. • Artigo 982, parágrafo único, CC/02. • Artigo 2º, parágrafo primeiro, LSA Sociedade Empresária: introdução • Sociedade empresária: • é a reunião dos esforços entre duas ou mais pessoas com a finalidade comum de exercer atividade econômica empresária para a obtenção de lucro. • “Pessoa jurídica de direito privado não- estatal, que explora empresarialmente seu objeto social ou a forma de sociedade por ações.” ( Fábio Coelho). Aquisição de personalidade jurídica • Sociedade Empresária: personalidade jurídica própria e distinta de seus membros. • Sociedade empresária adquire personalidade jurídica com o arquivamento de seus atos constitutivos (contrato social ou estatuto social) na Junta Comercial. Sociedade Empresária: introdução CONSEQUÊNCIAS DA PERSONALIDADE JUR.: 1) Titularidade Negocial • É a sociedade em nome próprio que desenvolverá atividade econômica adquirindo departamentos e assumido obrigação e não os sócios que a compõe. 2) Titularidade Processual • É a pessoa jurídica que tem legitimidade para estar em juízo em relação aos assuntos de seu interesse e não os sócios que a compõe. Sociedade Empresária: introdução CONSEQUÊNCIAS DA PERSONALIDADE JUR.: (continuação) 3) Responsabilidade Patrimonial • A sociedade responde com o seu patrimônio próprio pelas obrigações que assumirem. Patrimônio este que é inconfundível e incomunicável com o patrimônio dos sócios que a compõem. Desconsideração da P. Jurídica • A autonomia e responsabilidade patrimonial da pessoa jurídica empresária pode ser afastada esporadicamente e pontualmente, alcançando-se os bens dos sócios subsidiariamente em duas hipóteses: • Utilização fraudulenta • Natureza da obrigação • OBS: a responsabilidade dos sócios em relação à sociedade é sempre subsidiária, enquanto que a responsabilidade entre os sócios é solidária. policia Realce Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. policia Realce Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.nullnullParágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 3 Desconsideração da P. Jurídica Teoria Maior • Em razão da utilização fraudulenta: a) Dívida negocial: D. Cível e D. Comercial - em regra, as dívidas negociais da sociedade empresária não atingem o patrimônio pessoal de seus sócios. Razão: art. 50 CC/02, nas dívidas negociais o credor tem o poder de negociar a garantia de seu crédito (aval ou fiança dos sócios, hipoteca de imóvel) ou estipular o risco do negócio por meio de juros e incentivar a adimplência por meio de multa. Desconsideração da P. Jurídica Teoria Maior • Em razão da sua utilização fraudulenta: • Art. 50, Cód. Civil: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.” Desconsideração da P. Jurídica Teoria Menor • Em razão Natureza da obrigação: • b.2) Dívida não negocial: sempre que a sociedade não possuir bens suficientes para quitar estas dívidas, a autonomia da sociedade empresária pode ser afastada atingindo os bens particulares dos sócios, ou de seus administradores. • Consumidor: art. 28 do CDC • Trabalhista: jurisprudência • Ambiental: art. 4º Lei 9.605/98 • Infrações à ordem econômica: art. 18 e 34 L. 12529/11 Responsabilidade direta por infração à lei • Em razão da utilização fraudulenta/ infração à lei: b) Dívida tributária: em regra, as dívidas tributárias da sociedade empresária não atingem o patrimônio pessoal de seus administradores e sócios. O art. 135, III, do CTN responsabiliza apenas aqueles que estejam na direção, gerência ou representação da pessoa jurídica e que pratiquem atos com excesso de poder ou infração à lei, contrato social ou estatutos. Razão: CTN, art. 135, III. Súm. 435 STJ. Exceção: CTN, art. 134, VII, sociedade de pessoas. OBS1: INSS – inconstitucionalidade do art. 13 da L. 8.620/93 (revogado pela L. 11.941/09). OBS2: Diferença de tratamento entre a cota de contribuição previdenciária do empregador e aquela que é descontada do empregado. Extinção da P. Jurídica • EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE JUR.: • A sociedade deixa de ter personalidade quando atravessa um processo de extinção que compreende atos de DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E PARTILHA. Extinção da P. Jurídica • DISSOLUÇÃO: é o ato formal que desconstitui a sociedade, podendo ser judicial (falência) ou extrajudicial (ata da assembleia que aprova a dissolução total da sociedade). • LIQUIDAÇÃO: abrange a realização do ativo, ou seja, o recebimento de créditos, a venda dos bens da sociedade, e o pagamento do passivo (credores). • PARTILHA: momento em que os sócios participam do acervo final (saldo de bens e direitos por ventura existente após o pagamento de todos os credores). • Encerrado o processo de extinção, “morre” a pessoa jurídica da empresa. policia Realce Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. policia Realce Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. policia Realce Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 4 Dissolução Total e Parcial • DISSOLUÇÃO TOTAL: é o ato formal que desconstitui a sociedade, podendo ser judicial (ex.: dissolução judicial ou falência) ou extrajudicial (contratual ou ata da assembleia/reunião que aprova a dissolução total da sociedade) – ARTS. 1033 a 1038 CC/02. • DISSOLUÇÃO PARCIAL: é o ato formal que desconstitui parcialmente a sociedade, com redução de seu capital social, diante da morte (art. 1028), retirada (art. 1029) ou exclusão de sócio (art. 1030) que pode ser realizada judicial ou extrajudicialmente – ARTS. 1028 a 1032 CC/02. OBS: sócio responde por mais 2 anos pelas dívidas empresariais existentes até a averbação da resolução (1032) Exercício: OXFORD – FABRICAÇÃO E COMÉRCIO DE Là LTDA é uma sociedade empresária composta por 5 sócios com participações iguais, todos assinam pela empresa. A sociedade possui dívidas: R$ 100.000,00 de INSS; R$ 30.000,00 de empréstimo bancário ilegalmente aprovado pelos 4 primeiros sócios em Assembleia; R$ 10.000,00 de uma duplicata fria; R$ 54.000 de dívida trabalhista e R$ 25.000,00 de dívida com fornecedores e R$ 2.000,00 de dívida consumerista (em razão de indenização por artigos de lã defeituosos). Considerando que a sociedade não tem bens para quitar suas dívidas e que todas estão sendo executadas judicialmente em ações próprias, responda: a) Pode haver desconsideração da personalidade jurídica? Por que? b) Se sim, quais dívidas atingiriam a pessoa dos sócios? Por que? c) Quais destas dívidas não atingirão a pessoa dos sócios? Por que? Exercício: Vida Natural Legumes e Verduras Ltda. é uma sociedade empresária, com sede em Kaloré, cujo objeto é a produção e comercialização de produtos orgânicos e hidropônicos. A sociedade celebrou contrato com duração de 5 (cinco) anos para o fornecimento de hortigranjeiros a uma rede de supermercados, cujos estabelecimentos são de titularidade de uma sociedade anônima fechada. Após o decurso de 30 (trinta) meses, a sociedade, que até então cumprira rigorosamente todas as suas obrigações, tornou-se inadimplente e as entregas passaram a sofrer atrasos e queda sensível na qualidade dos produtos. O inadimplemento é resultado, entre outros fatores, da gestão fraudulenta de um ex-sócio e administrador, ao desviar recursos para o patrimônio de “laranjas”, causando enormes prejuízos à sociedade. A sociedade anônima ajuizou ação para obter a resolução do contrato e o pagamento de perdas e danos pelo inadimplemento e lucros cessantes. O pedido foi julgado procedente e, na sentença, o juiz decretou de ofício a desconsideração da personalidade jurídica para estender a todos os sócios atuais, de modo subsidiário, a obrigação de reparar os danos sofridos pela fornecida. Foi determinado o bloqueio das contas bancárias da sociedade, dos sócios e a indisponibilidade de seus bens. Com base nas informações acima, responda aos itens a seguir. A) No caso descrito, pode o juiz decretar de ofício a desconsideração da personalidade jurídica? Fundamente com amparo legal. B) O descumprimento do contrato de fornecimento dá ensejo à desconsideração, com extensão aos sócios da obrigação assumida pela sociedade? DIREITO EMPRESARIAL II CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES TIPOS DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA 1. Sociedade em comum; NÃO 2. Sociedade em conta de participação; PERSONIFICADA 3. Sociedade em nome coletivo;** 4. Sociedade em comandita simples;** 5. Sociedade em comandita por ações;** PERSONIFICADA 6. Sociedade limitada; e 7. Sociedade anônima. ** Sociedades sem participação expressiva no Brasil OBS: A Sociedade Simples não é empresária, devendo ser utilizada apenas como norma subsidiária policia Realce Nesse caso as dívidas são responsabilidade dos sócios participantes da composição do quadro societário, portanto sim poderá ser pedido a desconsideração da pj. policia Realce As dívidas devem atingir apenas o patrimônio da sociedade, entretanto verifica-se que houve fraude da p.j., atingindo portanto o patrimônio dos sócios para adimplir os compromissos assumidos. policia Realce A duplicata fria, pois se ela é irregular, considera-se o negócio jurídico nulo. policia Nota Nesse caso, o juiz acertou em desconsiderar a personalidade jurídica, pois houve desvio da finalidade legal da sociedade. havendo portanto a desconsideração necessário, sendo a causa de pedir no amparo do enriquecimento ilícito e lesão a nullpatrimônio de terceiro. policia Nota Ora a responsabilidade dos sócios é solidária até o limite dos débitos assumidos, porém não sendo encontrado bens na sociedade, há o alcance de seus bens para satisfazer o adimplemento assumido. 5 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 1. QUANTO À QUALIDADE SUBJETIVA DO SÓCIO: 1.a) SOC. DE PESSOAS (SOC. LTDA; EM NOME COLETIVO E COMAND. SIMPLES) • Os atributos da pessoa são essenciais para se tornar sócio da sociedade empresária. Assim, além do capital investido, na sociedade de pessoas os sócios deverão ter determinadas qualidades. É muito comum em sociedades pequenas, com até 3 sócios. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Conseqüências: • A alienação da participação social a terceiros é condicionada à anuência dos demais sócios • (art. 1003 do CC/02) • As quotas sociais são impenhoráveis por execução de dívida particular dos sócios • (art. 1026 caput; 1027 e 1043 do CC/02) • Em caso de morte de um sócio, os sócios sobreviventes podem vetar a entrada de seus herdeiros como sócios, fazendo a dissolução parcial da sociedade (art. 1028 e 1050 CC/02) CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS • 1.b) SOC. DE CAPITAL: (SOC. LTDA; EM COMANDITA POR AÇÕES e S.A.) • Nessa sociedade, os atributos do sócio são irrelevantes para o sucesso da empresa. Esse tipo societário é muito comum em sociedades médias e grandes, com vários sócios. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS • A alienação da participação social a terceiros é livre, não necessitando da anuência dos d+ sócios * • As quotas sociais são penhoráveis para pagamento de dívida particular dos sócios * • Em caso de morte de um sócio, seus herdeiros ingressam imediatamente como sócios da sociedade * OBS: Soc. Institucional é sempre de capital (SA ou CA); a LTDA (Soc. Contratual) pode ser de pessoas ou de capital e a N/C e C/S (Soc. Contratuais) são de pessoas. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 2. QUANTO AO REGIME DE CONSTITUIÇÃO DO VÍNCULO SOCIETÁRIO: • 2.a) SOC. CONTRATUAL (SOC. LTDA; EM NOME COLETIVO; COMANDITA SIMPLES) • O instrumento constitutivo da sociedade é o contrato social. Sendo assim, segue os princípios contratuais civis: • (1) “ninguém é obrigado a contratar” • (2) “ninguém é obrigado a contratar para sempre” CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS (1) “ninguém é obrigado a contratar” • Os herdeiros de sócio falecido não são obrigados a ingressar na sociedade, podendo exigir a dissolução parcial e o pagamento de sua participação social. (2) “ninguém é obrigado a contratar para sempre” • O sócio de sociedade empresária com prazo de duração indeterminado pode rescindir ocontrato a qualquer tempo, podendo exigir a dissolução parcial e o pagamento de sua participação social. 6 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 2.b) SOC. INSTITUCIONAL (SOC. EM COMANDITA POR AÇÕES e SOC. ANÔNIMA (SA)) • O instrumento constitutivo da sociedade é o estatuto social. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Conseqüências: • Em caso de morte de um sócio, seus herdeiros são obrigados a ingressar na sociedade. Se assim não desejarem, devem vender sua participação social a terceiros ou aos demais sócios. • O sócio de sociedade empresária com prazo de duração indeterminado não pode rescindir a sociedade sem justa causa (prevista em lei ou estatuto). Se desejar se retirar deve vender sua participação social a terceiros ou aos demais sócios. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 3. QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS: 3.a) RESPONSABILIDADE ILIMITADA (SOC. EM NOME COLETIVO) • Os sócios respondem subsidiária e ilimitadamente pelas dívidas da sociedade empresária. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 3.b) RESPONSABILIDADE LIMITADA (SOC. LTDA e SOC. ANÔNIMA (SA)) • Os sócios respondem limitadamente pelas dívidas da sociedade empresária. 3.c) RESPONSABILIDADE MISTA (COMANDITA POR AÇÕES e COMANDITA SIMPLES) • Há sócios que respondem subsidiária e ilimitadamente pelas dívidas da sociedade empresária, enquanto outros respondem limitadamente por essas dívidas. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 4. QUANTO À CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA: 4.1. Sociedades não personalizadas: 1. Sociedade em comum; 2. Sociedade em conta de participação; São sociedades irregulares ou ocultas perante a lei, não dispondo de pessoa jurídica distinta de seus sócios CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 4.2. Sociedades personalizadas: 3. Sociedade em nome coletivo 4. Sociedade em comandita simples; 5. Sociedade em comandita por ações; 6. Sociedade limitada; e 7. Sociedade anônima. São sociedades regulares perante a lei, dispondo de pessoa jurídica distinta de seus sócios 7 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 5. QUANTO À NACIONALIDADE: 5.1. SOCIEDADE EMPRESÁRIA BRASILEIRA (ART. 1126 DO CC/02): • REQUISITOS: • Sede no Brasil; • Organização de acordo com a legislação brasileira. • A nacionalidade dos sócios é irrelevante. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 5.2. SOCIEDADE ESTRANGEIRA (ART. 1134 DO CC/02): • REQUISITO PARA FUNCIONAMENTO: • Autorização do Governo Federal por meio de decreto do Presidente da República • Questão: A multinacional é considerada sociedade brasileira ou estrangeira pela lei brasileira? Tipo Societário Personalida de Jurídica Atividade Econômica Quanto aos sócios Quanto ao vínculo Quanto à responsab/e Soc. em comum Não Empresária ou Simples Pessoas ou Capital Contratual Ilimitada Soc. conta de participação Não Empresária ou Simples Pessoas Contratual Mista Soc. em nome coletivo Sim Empresária ou Simples Pessoas Contratual Ilimitada Soc. comandita simples Sim Empresária ou Simples Pessoas Contratual Mista Soc. comandita por ações Sim Empresária Capital Institucional Mista Soc. por cotas de particip. limitada Sim Empresária ou Simples Pessoas ou Capital Contratual Limitada Soc. por ações (Anônima) Sim Empresária Capital Institucional Limitada Soc. Simples Sim Simples Pessoas Contratual Ilimitada Direito Empresarial TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES TIPOS DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA 1. Sociedade em comum; NÃO 2. Sociedade em conta de participação; PERSONIFICADA 3. Sociedade em nome coletivo;** 4. Sociedade em comandita simples;** 5. Sociedade em comandita por ações;** PERSONIFICADA 6. Sociedade limitada; e 7. Sociedade anônima. ** Sociedades sem participação expressiva no Brasil OBS: A Sociedade Simples não é empresária, devendo ser utilizada apenas como norma subsidiária TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES NÃO PERSONALIZADOS 1. Sociedade em comum: Norma Principal: Arts. 986 a 990 CC/02 Norma Subsidiária: Soc. Simples (arts. 997 a 1038 CC/02) • Não tem personalidade jurídica, pois não foi registrada (por opção – sociedade irregular – ou, de forma transitória). • OBS: A Sociedade Anônima em Organização não é considerada sociedade em comum, seguindo o disposto na Lei das SA (lei especial) 8 TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES NÃO PERSONALIZADOS 1. Sociedade em comum: • Prova de existência entre sócios: somente por escrito. • Prova de existência perante terceiros: qualquer meio. • Patrimônio Social: partilhado por todos os sócios, respondendo, em regra, pelas dívidas contraídas pelo sócio em favor da empresa (988 e 989) exceto pacto especial, de conhecimento do terceiro, que estabeleça a limitação de poderes dos sócios. • Responsabilidade dos Sócios: total, ilimitada e solidária • Excluído o benefício de ordem APENAS daquele que contratou pela sociedade. TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES NÃO PERSONALIZADOS 2. Sociedade em conta de participação (C/P): Norma Principal: arts. 991 a 996 do CC/02 Norma supletiva: sociedade simples (997 a 1038 CC/02) e prestação de contas (914 a 919 CPC) • Não tem personalidade jurídica por determinação legal. Eventual registro do contrato social na Junta Comercial não acarreta a sua personalização (993). • Sociedade de tipo livre (sem formalidades), podendo ser provada por qualquer meio entre os sócios. TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES NÃO PERSONALIZADOS 2. Sociedade em conta de participação (C/P): • Formada por 2 tipos de sócio: • Sócio ostensivo: desenvolve toda a atividade econômica em nome próprio, assumindo TODAS as obrigações perante terceiros, a quem responde ilimitadamente, tendo direito de regresso contra o oculto. • Sócio oculto: não gere a atividade, apenas a fiscaliza e participa dos resultados. Responde apenas perante o sócio ostensivo, exceto se participar diretamente do negócio (arts. 993 e parágrafo único). Ex.: comum na construção civil (Construtora + Propr. do terreno). TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES NÃO PERSONALIZADOS 2. Sociedade em conta de participação (C/P): • Patrimônio Social: especial, distinto dos sócios (art. 994 e §1º) que só vale entre eles e não perante terceiros com quem contratarem. • Falência e Soc. em conta de participação: • Falência do Sóc. Ostensivo: dissolução da CP. A participação do sóc. oculto se liquida em créd. quirografário • Falência do Sóc. Oculto: caberá ao síndico da falência optar pela continuidade ou dissolução da CP (arts. 82 e 117 LF) TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 3. Sociedade em nome coletivo: Norma Principal: Arts. 1039 a 1044 CC/02 Norma Subsidiária: Soc. Simples (arts. 997 a 1038 CC/02) • Tem personalidade jurídica, seu registro é feito na Junta Comercial (sociedade empresária) ou no Cartório de Registro Civil de Pessoa Jurídica (sociedade simples). • Nome Empresarial: apenas firma social (art. 1041) • Administração: exclusivamente por sócio (art. 1042) • Apta para acolher atividade empresária e simples. TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 3. Sociedade em nome coletivo: • Somente Pessoas Físicas podem ser sócios • Menor e o incapaz NÃO PODEM ser sócios. • Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente com seus bens particulares para a quitação das obrigações da sociedade empresária. OBS: deve-se esgotar o patrimônio social antes de ingressar no patrimônio particular dos sócios • Eventual acordo de limitação de responsabilidade terá validade EXCLUSIVAMENTE entre os sócios. 9 TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 3. Sociedade em nome coletivo: • Sociedade de pessoas: não é permitida a entrada de novo sócio sem anuência dos demais. • O credor particular de sócio pode penhorar a cota deste (parareceber os frutos= dividendos), mas não pode requerer a liquidação da mesma (dissolução parcial), antes da dissolução total. Exceto: em caso de prorrogação de sociedade por prazo determinado ou fim específico. • Dissolução: judicial, extrajudicial ou falência (apenas para sociedade empresária). TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 4. Sociedade em comandita simples (C/S): Norma Principal: arts. 1045 a 1051 CC/02 Norma Subsidiária1: Soc. N. Col. (arts. 1039 a 1044 CC/02) Norma Subsidiária2: Soc. Simples (arts. 997 a 1038 CC/02) • Tem personalidade jurídica possui registro na Junta Comercial (empresária) ou Cartório de Reg. de P.Jurídica (simples). • Responsabilidade MISTA: parte dos sócios responde de forma limitada e outra de forma ilimitada pelas obrigações sociais. TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 4. Sociedade em comandita simples (C/S): • COMANDITADO: Necessário ser pessoa física, responde ilimitadamente e administra a empresa, é o sócio empreendedor. Ingressa na sociedade com capital e trabalho. • COMANDITÁRIO: Pode ser pessoa física ou jurídica, pois não exerce a administração e responde limitadamente, é o sócio investidor. Pode ser nomeado como procurador para atos específicos. • Obs.: O INCAPAZ não pode figurar como sócio comanditado, podendo participar como comanditário. TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 4. Sociedade em comandita simples (C/S): • Nome Empresarial: firma social (formada apenas pelos nomes dos sócios comanditados) • Dissolução Total: judicial, extrajudicial ou falência (apenas para sociedade empresária). Além das hipóteses do art. 1033, se a sociedade ficar sem uma das categorias de sócio por mais de 180 dias. • OBS: em caso de falta de sócio comanditado, os comanditários devem nomear terceiro administrador para gerir a empresa provisoriamente até a reposição do comanditado. TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 5. Soc. em comandita por ações (C/A): Norma Principal: Arts. 1090 a 1092 CC/02 Norma Subsidiária: Lei Soc. Anônima • Sociedade empresária, só pode ser registrada na Junta Comercial. • Nome Empresarial: denominação ou firma social. • Administração: somente por acionista diretor. OBS: A Assembleia de Acionistas não pode alterar o objeto social, prazo de duração, capital social, nem criar debêntures e partes beneficiárias sem anuência dos diretores (1092). TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES PERSONALIZADOS 5. Soc. em comandita por ações (C/A): • Responsabilidade MISTA: parte dos sócios responde de forma limitada e outra de forma ilimitada pelas obrigações sociais. • Acionista Comum: não exerce a administração e responde de forma limitada (valor de suas ações) • Acionista Diretor: exerce a administração e responde de forma ilimitada pelas dívidas da empresa de sua administração até 02 anos após deixar o cargo (art. 1091, § 3º). 10 DIREITO EMPRESARIAL II SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE SIMPLES A utilização do termo “simples”: a) SIMPLES tributário: regime de tributação voltada para as micro empresas, empresa de pequeno porte e micro empresario individual b) SIMPLES econômico: para designar atividade econômica não empresarial c) SIMPLES societário: para designar um tipo societário É possível a existência de uma empresa simples do tipo simples, optante pelo regime simples de tributação. SOCIEDADE SIMPLES 6. Soc. Simples (S/S): Regência Legal: arts. 997 a 1038 CC/02 • Tipo societário que SÓ PODE SER UTILIZADO POR ATIVIDADE SIMPLES (§ ÚNICO DO ART. 966 CC/02). • Sociedade personificada. Só pode ser registrada no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica. • Em relação à atividade empresária, funciona apenas como norma supletiva às demais sociedades, com exceção da Sociedade Anônima (Lei 6404/76) e Sociedade em Comandita por Ações. SOCIEDADE SIMPLES Normas da Sociedade Simples aplicadas aos tipos menores de sociedades empresárias contratuais (S/C; C/S e C/P): 1) Requisitos materiais do Contrato Social Cláusulas Essenciais: art. 997 do CC 2) Requisito formal do Contrato Social Registro Empresarial: art. 998, 1000 do CC 3) Alteração do contrato social Unanimidade para cláusulas essenciais e maioria absoluta para as demais: art. 999 CC SOCIEDADE SIMPLES 4) Conceitos de quórum deliberativo: maioria simples (art. 1010 caput); maioria absoluta (1010, § 1º) 5) Obrigações dos sócios: arts. 1001, 1005, 1010 § 3º, 1032 6) Direitos dos sócios: arts. 1007 (1ª parte), 1008, 1009, 1021 7) Sócio remisso: exclusão, diminuição proporcional das cotas do remisso/capital social ou cobrança/indenização (art. 1004) SOCIEDADE SIMPLES 8) Cessão (alienação) de quotas: depende de anuência dos demais sócios (art. 1003) 9) Relações com terceiros (soc. de pessoas): a) credores de sócio (penhora e liquidação de quota e/ou participação nos lucros - art. 1026); b) ex-cônjuge ou herdeiro de cônjuge (apenas participa dos lucros - art. 1027); c) herdeiro de sócio (em regra, liquidação da quota - art. 1028) 11 SOCIEDADE SIMPLES 10) Dissolução parcial na morte de sócio: em regra, liquida-se a quota, pagando seu valor aos herdeiros, exceto por disposição contratual diversa (art. 1028) 11) Dissolução parcial na retirada de sócio: é livre nas sociedades por prazo indeterminado e condicionada a justa causa nas sociedades por prazo determinado (art. 1029) 12) Dissolução parcial na liquidação de quotas por credor particular de sócio: (1026 CC) SOCIEDADE SIMPLES 13) Dissolução parcial na expulsão de sócio por falta grave ou incapacidade superveniente: depende de aprovação da maioria dos sócios e decisão judicial (1030 CC) 14) Dissolução parcial na expulsão de sócio falido: (1030, § ún. CC) 15) Dissolução parcial na expulsão de sócio remisso: depende apenas da aprovação da maioria dos d+ sócios (art. 1004) 16) Reembolso das quotas: calculado pelo valor patrimonial em balanço especial (art. 1031 CC) SOCIEDADE SIMPLES 17) Administração por sócio nomeado em contrato social: sua destituição depende de justa causa e decisão judicial (art. 1019 caput CC/02) 18) Administração por sócio ou terceiro nomeado em ato separado: sua destituição depende de decisão extrajudicial da maioria dos sócios (art. 1019, § ún.) 19) Deveres e poderes do administrador: dever de prestar contas (transparência), agir de modo probo (cuidadoso) e lealdade; poder de representar e gerir a sociedade (arts. 1011 a 1018, 1020, 1022) EXERCÍCIO Não constitui elemento do contrato de sociedade referido no Código Civil A) o exercício de atividade econômica. B) a partilha dos resultados. C) a contribuição dos sócios consistente apenas em bens. D) a affectio societatis. EXERCÍCIO Antonio Arantes, Bernardo Barros e Carlos Couto, resolvem constituir uma lavanderia e para tanto firmam um contrato onde são definidas as atribuições de cada um; em seguida, em conjunto ou individualmente, adquirem os maquinários necessários, alugam o imóvel e passam a prestar os serviços aos clientes. Ocorre que o sócio Bernardo que ficara incumbido do registro da sociedade, se esquece de fazê-lo. No seu entendimento: A) Essa situação é reconhecida pelo ordenamento pátrio? B) Como ficam os direitos e obrigações dessa sociedade? C) A quem pertence o patrimônio adquirido? D) O sócio negligente poderá arcar com alguma sanção? Existe previsão legal? EXERCÍCIO Em uma sociedade em conta de participação, o contrato social: (A) pode atribuir o exercício do objeto social ao sócio partícipe, hipótese em que será solidário com o sócio ostensivo por eventuais prejuízos causados a terceiros. (B) deve ser, obrigatoriamente, registrado perante a Junta Comercial do Estado em que estiver localizada a sede da sociedade. (C) produz efeitos perante terceiros, os quais poderão agir, indistintamente,contra o sócio ostensivo e/ou o sócio partícipe. (D) produz efeitos entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. policia Realce 12 EXERCÍCIO As sociedades Porto Franco Reflorestamento Ltda., Fortuna Livraria e Editora Ltda. e Cia. Cedral de Papel e Celulose constituíram sociedade em conta de participação, sendo as duas primeiras sócias participantes e a última, sócia ostensiva. O contrato vigorou por quatro anos, até maio de 2014, quando foi extinto por instrumento particular de distrato, sem que houvesse, posteriormente, o ajuste de contas por parte da companhia com as sócias participantes, referente ao ano de 2013 e aos meses de janeiro a maio de 2014. O objeto da conta de participação era a realização de investimentos na atividade da sócia ostensiva para fomentar a produção de papel para o objeto de Fortuna Livraria e Editora Ltda. e a aquisição de matéria- prima de Porto Franco Reflorestamento Ltda. O contrato estabeleceu como foro de eleição a cidade de Tuntum, Estado do Maranhão, Comarca de Vara Única. As sócias participantes o procuram para, na condição de advogado, propor a medida judicial que resguarde seus interesses. TIPOS SOCIETÁRIOS MAIORES • Tipos maiores de soc. empresárias: 6. Sociedade Limitada (LTDA) • Arts. 1052 a 1087 do CC/02 7. Sociedade Anônima (SA) • Lei das SA (L. 6.404/76) Direito Empresarial SOCIEDADE LIMITADA: INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Tipo societário mais comum e usual, ideal para pequenos e médios empreendimentos, ante à limitação da responsabilidade dos sócios (limitação do risco econômico), contratualidade do vínculo societário, baixo custo burocrático de sua manutenção e possibilidade de ser utilizado por atividades simples e empresárias. CÁRACTERÍSTICAS DA LTDA De pessoas: O ingresso de terceiro como sócio (em caso de cessão inter vivos ou sucessão causa mortis) depende da anuência dos demais sócios. De capital: O ingresso de terceiro como sócio (em caso de cessão inter vivos ou sucessão causa mortis) é livre, não dependendo da anuência dos demais sócios. OBS: se o contrato prever o direito de preferência dos sócios para aquisição de quotas em relação a terceiros, considera-se que a sociedade é de capital, nos mesmos moldes da SA Fechada policia Nota 13 CÁRACTERÍSTICAS DA LTDA Contratual: O instrumento constitutivo da sociedade é o contrato social. Considerando a máxima de que “ninguém é obrigado a contratar” é permitido que os herdeiros de sócio falecido exijam a liquidação das cotas e não ingressem na sociedade. Ademais, em razão da máxima de que “ninguém é obrigado a permanecer contratado indefinidamente” é permitido ao sócio se retirar a qualquer momento e sem justa causa das sociedades por prazo indeterminado. CÁRACTERÍSTICAS DA LTDA Responsabilidade limitada: a priori, a responsabilidade individual do sócio é restrita às quotas que o sócio subscreveu. Entretanto, enquanto não integralizada a totalidade do capital social, todos os sócios são responsáveis solidariamente por esta integralização. Exceções à limitação de responsabilidade: Desconsideração da personalidade jurídica 1. Teoria Maior: art. 50 CC (débitos comerciais, civis e tributários – OBS art 135 CTN) 2. Teoria Menor: jurisprudência e legislação especiais (débitos trabalhistas, consumeristas, ambiental) Personalida de Jurídica Atividade Econômica Quanto aos sócios Quanto ao vínculo Quanto à responsab/e LTDA EMPRESÁRIA Sim Junta Coml. Empresária Pessoas ou Capital Contratual Limitada Personalida de Jurídica Atividade Econômica Quanto aos sócios Quanto ao vínculo Quanto à responsab/e LTDA SIMPLES Sim CRPJ Simples Pessoas ou Capital Contratual Limitada OBS: vedada a existência de sócio exclusivamente de trabalho, todo sócio deve contribuir com parte do capital social ATIVIDADE ECONÔMICA: TIPOS DE LTDA Tipo societário formado por sócios que respondem, de maneira solidária até a integralização do capital social. LEGISLAÇÃO • Norma Principal: arts. 1052 a 1087 CC/02 • Norma para constituição e dissolução total: arts. 1.033 ss., 1.044 e 1.087 CC/02 • Norma subsidiária: arts. 997 a 1038 CC/02 (S/S) • OU Norma subsidiária: Lei da SA, em caso de expressa previsão contratual e compatibilidade com a natureza contratual da LTDA (matéria negociável pelos sócios). Ex.: LTDA não pode emitir debêntures • Lacuna legal: analogia Lei SA. Ex.: minoritário como substituto processual da sociedade para demandar sócio majoritário administrador. LEGISLAÇÃO: SUB TIPOS DE LTDA • SUBTIPO 1: N. subsidiária: Soc. Simples (CC/02) a) Dissolução parcial: retirada imotivada (art. 1029), retirada motivada (art. 1077), expulsão (art. 1085), morte (1028), liquidação de cotas por credor do sócio (1026, § ún. do CC/02). b) Desempate: pela quantidade de sócios (art. 1010, § 2º), permanecendo o empate, por decisão judicial c) Destinação do resultado: deliberação dos sócios d) Atos do administrador: estranhos ao abjeto social não vinculam a LTDA (art. 1015, § ún., III do CC/02) LEGISLAÇÃO: SUB TIPOS DE LTDA • SUBTIPO 2 : Norma subsidiária: Lei da SA a) Dissolução parcial: SOMENTE retirada motivada (art. 1077), expulsão (art. 1085 do CC/02). b) Desempate: em nova assembleia de sócios (agendada com intervalo de pelo menos 60 dias), permanecendo o empate, por arbitragem ou decisão judicial (art. 129, § 2º LSA). c) Destinação do resultado: pelo menos 50% do lucro líquido ajustado (art. 202 LSA). d) Atos do administrador: todos os atos vinculam a LTDA 14 PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA a) PLURALIDADE DOS SÓCIOS: LTDA nunca poderá ser constituída como sociedade unipessoal. Há a necessidade do mínimo de 2 sócios. OBS: Provisoriamente, a LTDA pode se caracterizar como unipessoal desde que incidentalmente e pelo prazo máximo de 180 dias b) “AFFECTIO SOCIETATIS”: vontade dos sócios de constituir e manter o vínculo societário. CONSTITUIÇÃO DA LTDA Sendo Sociedade Contratual, deve cumprir os requisitos do contrato de constituição de sociedade previsto nos arts. 997 e 998 do CC: 1) Requisitos materiais do Contrato Social Cláusulas Essenciais: art. 997 do CC 2) Requisito formal do Contrato Social Registro Empresarial: art. 998, 1000 do CC 3) Alteração do contrato social ¾ do capital social (art. 1076, I CC/02) O INCAPAZ • O incapaz pode ser sócio de LTDA? • Pode desde que atendidas três condições: 1) O capital social subscrito esteja totalmente integralizado 2) O incapaz não ocupe cargo de gerência. 3) O incapaz deve ser representado ou assistido. DIREITOS DOS SÓCIOS: 1) PARTICIPAR DOS RESULTADOS SOCIAIS (art. 1008 CC/02): - dto participação nos lucros e no acervo em caso de partilha - Cláusula que afasta qualquer dos sócios da participação dos resultados sociais é nula. Mas é válida a distribuição desproporcional dos lucros em relação às cotas. - Além da participação nos lucros,o sócio pode ser remunerado através do PRO LABORE. DIREITOS DOS SÓCIOS: 2) PARTICIPAR DAS DELIBERAÇÕES SOCIAIS (art. 1071 CC/02): • Determinados assuntos somente serão aprovados após deliberação em Assembléia ou em Reunião. EX: Aprovação das contas da administração/ Designação de administrador/ Alteração do contrato social / Fusão, incorporação ou dissolução da sociedade etc. • A deliberação por assinatura de todos ou da maioria na reunião ou assembléia serve para proteger os minoritários. DIREITOS DOS SÓCIOS: 3) DIREITO DE RETIRADA (arts. 1029 e 1077): quebra do vínculo social por ato unilateral. • LTDA SUBTIPO 1 por prazo indeterminado: retirada poderá ser exercida a qualquer tempo e independentemente de um motivo justificado (dissolução parcial da sociedade). • LTDA SUBTIPO 1 por prazodeterminado e SUBTIPO 2: retirada depende do motivo justificado, pela discordância à alteração do contrato social, fusão ou incorporação da sociedade. 15 DIREITOS DOS SÓCIOS: 3) PREFERÊNCIA NA SUBSCRIÇÃO DE AUMENTO DE CAPITAL SOCIAL (art. 1081). • visa a manutenção da participação societária. • deve ser exercido nos 30 dias seguintes a deliberação sobre o aumento de capital social. • Caso não seja exercido neste prazo será transferido aos demais sócios que poderão exercê-lo nos 30 dias subsequentes. • Se nenhum dos sócios exercer o direito de preferência o capital poderá ser subscrito por terceiros (se houver previsão no contrato social). DIREITOS DOS SÓCIOS: 4) Fiscalização da Administração (art. 1021) • Direta: Prestação anual de contas Exame de livros • Indireta: Conselho Fiscal DEVERES DOS SÓCIOS: 1)INTEGRALIZAR AS QUOTAS SUBSCRITAS: Art. 1007 CC/02: todos os sócios devem contribuir para a formação do capital da sociedade (em dinheiro, bens ou créditos). O Sócio que não cumpre com esse dever denomina-se REMISSO. Consequências: – Cobrança do valor a integralizar acrescido dos encargos da mora e indenização se o caso, ou – Exclusão do remisso DEVERES DOS SÓCIOS: 2) RESPONDER SOLIDARIAMENTE PELA INTEGRALIZAÇÃO DE TODO O CAP. SOCIAL Responsabilidade solidária entre todos os sócios 3) AGIR COM LEALDADE À SOCIEDADE Agir e votar em prol da sociedade e não dos interesses pessoais, não devendo concorrer contra a mesma (interesse do sócio ≠ interesse da sociedade) Direito Empresarial SOC. LIMITADA: ÓRGÃOS SOCIETÁRIOS Órgãos Societários 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios 2) Administração 3) Conselho Fiscal 16 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios É o órgão de deliberação máxima da LTDA, composta por todos os sócios que a integram, independentemente do número de quotas que possuam. 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios - Deve ser realizada pelo menos uma vez por ano e quando se fizer necessário. - A reunião ou assembleia serão dispensáveis quando todos os sócios decidirem por escrito sobre a matéria a ser deliberada. - As decisões tomadas em Assembléia ou Reunião vinculam todos os sócios e administração 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios Dois tipos de reunião dos sócios: a) A.G.O. ou R.G.O.: - uma vez por ano (nos 4 primeiros meses) - contas e nomeação dos administradores - qualquer matéria de interesse social b) A.G.E. ou R.G.E.: - quando se fizer necessário - qualquer matéria de interesse social 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios • Assembleia Reunião: • Reunião: a) somente para sociedades com no máximo 10 sócios. b) somente se houver previsão contratual c) a forma de convocação é livre, desde que garanta a comunicação dos sócios OBS: em caso de omissão do contrato, aplicam-se as normas da assembleia à reunião de sócios (art. 1.079) 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios • Assembleia Reunião: • Assembleia: a) obrigatória para sociedades com + de 10 sócios. b) independente de previsão contratual c) a forma de convocação é prevista em lei 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios • Modo de Convocação da Assembleia: • 3 publicações da convocação no D.O. do Estado e em jornal de grande circulação na sede da sociedade. • Prazos: - 1° publicação no mínimo 08 dias antes da 1ª convocação da A.G.. - 1° publicação no mínimo 05 dias antes da 2ª convocação da A.G.. • OBS: é possível a dispensa se todos os sócios se declararem por escrito cientes da hora e data da A.G. 17 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios • Quem pode convocar a Assembleia (art. 1073): • a) Administradores • b) Conselho Fiscal se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes • c) Sócios (c/ qquer participação) quando os adm. retardarem a convocação por mais de 60 dias nos casos previstos em lei ou contrato. • d) Os sócios com mais de 20% do capital, quando não atendido, no prazo de oito dias, pedido de convocação fundamentado. 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios • QUORUM DE INSTALAÇÃO (A.G. ou R.G.): • ¾ dos sócios � para a primeira convocação • Qualquer número � em segunda convocação • O sócio pode ser representado por outro sócio, ou por advogado • OBS: ver arts. 1074, 1076 do CC/02 1) Assembleia Geral de Sócios ou Reunião Geral de Sócios • QUORUM DE DELIBERAÇÃO (A.G. ou R.G.): • ¾ dos sócios � para modificação do contrato social; fusão, incorporação ou dissolução. • Maioria absoluta dos sócios � no casos de designação dos administradores e fixação de sua remuneração; destituição dos administradores; pedido de recuperação judicial e exclusão de sócio minoritário • Maioria simples dos presentes � demais assuntos Assuntos de deliberação exclusiva dos sócios (art. 1071 CC/02) • Nomeação, destituição e remuneração dos administradores • Votação das contas anuais dos administradores. • Modificação do contrato social. • Operações societárias. • Nomeação, destituição e julgamento das contas dos liquidantes • Pedido de recuperação judicial • Expulsão de sócio minoritário OBS: As decisões infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram (art. 1080). Condução da Assembleia e Reunião (arts. 1075 e 1078, §2º): a) será presidida e secretariada por sócios escolhidos entre os presentes. b) instalada a assembleia, será lida a pauta do dia, passando-se ao primeiro assunto da ordem. c) lidos os documentos, procederá-se à discussão e votação, nesta não podendo tomar parte os sócios diretamente interessados (EX: membros da administração e do conselho fiscal) d) os trabalhos e deliberações serão lavradas no livro de atas da assembleia Condução da Assembleia e Reunião (arts. 1075 e 1078, §2º): e) a ata será assinada pelos membros da mesa e por sócios (participantes) quantos bastem à validade das deliberações, mas sem prejuízo dos que queiram assiná-la. f) uma cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela mesa, deverá ser registrada na JUNTA COML., no prazo de vinte dias após a assembleia. g) o sócio pode solicitar uma cópia autenticada da ata. 18 Órgãos Societários 2) Administração (Diretoria) • Órgão de representação da sociedade e de execução das deliberações da Assembléia Geral ou R.G.. • Arts. 1060 a 1065 CC/02 2) Administração (Diretoria) • Os diretores não precisam ser sócios (na Ltda de capital) e são eleitos pela A.G. ou R.G.. = essa condição deve constar expressamente no contrato social • Os diretores precisam ser sócios (na Ltda de pessoas) e são eleitos pela A.G. ou R.G.. = em caso de omissão no contrato social 2) Administração (Diretoria) • Prazo do mandato: • Por tempo determinado • Por tempo indeterminado • Nomeação e destituição: compete à Assembleia ou Reunião de Sócios • Renúncia: compete ao administrador • Efeitos: após registro na Junta Comercial 2) Administração (Diretoria) • Nomeação de administrador SÓCIO: • Por alteração do Contrato Social (CS) ou • Por instrumento apartado = ata de nomeação de administrador • No silêncio do contrato social, todos os sócios responderão pela empresa. • Quórum Deliberativo: • por alteração do CS é necessário a aprovação de no mínimo ¾ do capital social. • por documento em separado é necessária a aprovação de no mínimo ½ do capital social. 2) Administração (Diretoria) • Nomeação de administrador NÃO SÓCIO: • Por instrumento apartado = ata de nomeação de administrador •Quórum Deliberativo: • unanimidade de votos se o capital social não estiver totalmente integralizado • 2/3 do capital social se este estiver totalmente integralizado. 2) Administração (Diretoria) • DEVERES DO ADMINISTRADOR: a) DEVER DE DILIGÊNCIA: para cumpri-lo administração deverá empregar na condução dos negócios da sociedade, as técnicas recomendadas pela ciência da administração de empresas. b) DEVER DE LEALDADE: para cumpri-lo o gerente não poderá utilizar em benefício próprio informações que obteve acerca dos planos e interesses da sociedade em razão do cargo que ocupa. 19 2) Administração (Diretoria) • DEVERES DO ADMINISTRADOR: c) DEVER DE PRESTAR CONTAS: anualmente à Assembleia ou Reunião Geral de Sócios. d) DEVER DE CUMPRIR A LEI E CONTRATO SOCIAL: atuar somente dentro dos limites de seus poderes concedidos pela Assembleia/Reunião de Sócios. OBS: O adm. será pessoalmente responsabilizado em caso de sonegação fiscal ou se atuar contrariamente às determinações da Assembleia ou contrato social. 2) Administração (Diretoria) • TEORIA “ULTRA VIRES”: A sociedade não se responsabiliza pelos atos praticados pelo seu administrador estranhos ao seu objeto social. • REQUISITOS (art. 1015 CC/02): a) A LTDA ser regida supletivamente pelas normas de sociedade simples E b) A limitação de poderes estiver inscrita na Junta Coml. OU c) Prova de conhecimento pelo terceiro OU d) Ato estranho ao objeto e negócios da sociedade. OBS: Se a LTDA for regida supletivamente pela Lei da S.A, a LTDA sempre responderá perante terceiros com direito de regresso contra o administrador. Órgãos Societários 3) Conselho Fiscal • Fiscaliza os negócios da LTDA e o cumprimento do contrato social pelos administradores. • É órgão de controle para que se protejam os interesses dos sócios que não participam da administração. • Órgão facultativo: sua existência depende de previsão do contrato social. Conselho Fiscal. • Mandato: 1 ano, (até a próxima assembleia geral ordinária). • Composição: três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não. • Escolha e remuneração dos membros: pela assembleia ou pela reunião de sócios. • Os minoritários detentores de pelo menos 20% do capital social tem o direito de eleger, separadamente, um dos membros do conselho fiscal e o respectivo suplente. Conselho Fiscal. • Não podem participar do Cons. Fiscal: a) os impedidos de administrar sociedade (§ 1o do art. 1.011); b) os administradores da sociedade ou de outra por ela controlada, o cônjuge ou parente destes até o terceiro grau; c) os empregados da sociedade ou de outra controlada, ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes até o terceiro grau. Conselho Fiscal. • Funções do Cons. Fiscal (art. 1068): a) O exame de livros b) Pedir informação aos Administradores c) Dar pareceres sobre a prestação de contas d) Denunciar erros ou fraudes na Administração e) Convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes OBS: o Conselho pode ser assistido por contador de sua confiança 20 Dissolução da Limitada. • Dissolução: 1. Parcial (resolução da sociedade em relação a um sócio). 2. Total. • Dissolução: 1. Judicial. 2. Extrajudicial Causas da dissolução total. • Vontade dos sócios • Decurso do prazo determinado de duração. • Falência. • Exaurimento do objeto social • Inexequibilidade do objeto social. • Unipessoalidade por mais de 180 dias. • Causas contratuais. Causas de dissolução parcial. • Vontade dos sócios. • Morte de sócio. • Retirada de sócio. • Exclusão de sócio. • Falência de sócio. • Liquidação da quota a pedido de credor de sócio. Liquidação e apuração de haveres. • Dissolução total liquidação e partilha. • Liquidação: é realização do ativo e o pagamento do passivo. • Dissolução parcial apuração dos haveres e reembolso. • Apuração dos haveres: é o levantamento de balanço patrimonial para definição do valor atual das quotas. EXERCÍCIOS: Assinale a alternativa CORRETA: A. O menor de idade pode ser sócio de sociedade limitada desde que o capital social esteja totalmente integralizado, podendo ser administrador desde que representado por seu tutor ou genitor. B. Na morte de qualquer dos sócios, os demais não são obrigados a receber os herdeiros daquele na sociedade limitada. C. A alienação da participação societária é condicionada a anuência dos demais sócios na sociedade limitada de capital. D. Na sociedade limitada somente é permitida a administração por não sócio quando tal for prevista expressamente em contrato social. EXERCÍCIOS: Os sócios da Sociedade Gráfica Veloz Ltda., atuante no setor de impressões, vinham passando por dificuldades em razão da obsolescência de seus equipamentos. Por este motivo, decidiram, por unanimidade, admitir Joaquim como sócio na referida sociedade. Joaquim subscreveu, com a concordância dos sócios, quotas no montante de R$100.000,00 (cem mil reais), se comprometendo a integralizá-las no prazo de duas semanas. O ato societário refletindo tal aumento de capital foi assinado por todos e levado para registro na Junta Comercial competente. Contando com os recursos financeiros oriundos do aumento de capital e na esperança de recuperar o mercado perdido, os administradores da Gráfica Veloz Ltda. adquiriram os equipamentos necessários ao aprimoramento dos serviços prestados pela sociedade, comprometendo-se a efetuar o pagamento de tais aparelhos dentro do prazo de dois meses. 21 Como Joaquim não integralizou o valor subscrito no prazo acertado, a Sociedade Gráfica Veloz Ltda. o notificou a respeito do atraso no pagamento e, após 1 (um) mês do recebimento desta notificação, Joaquim não integralizou as quotas subscritas. Em função do inadimplemento de Joaquim, a Gráfica Veloz Ltda. assumiu expressiva dívida, na medida em que atrasou o pagamento dos equipamentos adquiridos e teve que renegociar seu débito, submetendo-se a altos juros. Na qualidade de advogado dos sócios da Gráfica Veloz Ltda., responda aos seguintes itens. A) É possível excluir Joaquim da sociedade? B) É possível cobrar de Joaquim os prejuízos sofridos pela sociedade, caso ele permaneça como sócio da Gráfica Veloz Ltda.? EXERCÍCIOS: Os sócios da sociedade Rafael Jambeiro & Companhia Ltda. decidiram dissolvê-la de comum acordo pela perda do interesse na exploração do objeto social. Durante a fase de liquidação, todos os sócios e o liquidante recebem citação para responder aos termos do pedido formulado por um credor quirografário da sociedade, em ação de cobrança intentada contra esta e os sócios solidariamente. Na petição inicial o credor invoca o art. 990 do Código Civil, por considerar a sociedade em comum a partir de sua dissolução e início da liquidação. Por conseguinte, os sócios passariam a responder de forma ilimitada e solidariamente com a sociedade, que, mesmo despersonificada, conservaria sua capacidade processual, nos termos do art. 12, VII, do Código de Processo Civil. Tem razão o credor quirografário em sua pretensão de ver reconhecida a responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios? Justifique. EXERCÍCIOS: No dia 03.01.2012, Maria e Joana assinaram ato constitutivo de uma sociedade limitada empresária denominada Arroz de Festa Ltda. Nesta data, Maria integralizou 5.000 (cinco mil) cotas, representativas de 50% (cinquenta por cento) do capital social da sociedade, ao valor nominal de R$1,00 (um real) cada uma, enquanto Joana integralizou 1.000 (mil) cotas à vista e se comprometeu a pagar o restante (4.000 quotas) após 6 (seis) meses. No dia 16.01.2012, Maria e Joana levaram os documentos necessários ao registro da referida sociedade à Junta Comercialcompetente, que procedeu ao arquivamento dos mesmos uma semana depois. Em função de enfrentarem certa dificuldade inicial nas vendas, Maria e Joana não conseguiram adimplir o contrato de aluguel da sede, celebrado em dia 05.01.2012, o que implicou a contração de uma dívida no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais). O proprietário do imóvel em que está localizada a sede, Miguel, formula as seguintes indagações: A) A sociedade Arroz de Festa Ltda. era regular à época da celebração do contrato de locação? B) Miguel pode cobrar de Maria a integralidade da dívida de Arroz de Festa Ltda.? EXERCÍCIOS: Felipe, Rodrigo e Fabiana cursaram juntos a Faculdade de Letras e tornaram-se grandes amigos. Os três trabalhavam como tradutores e decidiram celebrar um contrato de sociedade, para prestação de serviços de tradução, sob a denominação de Tradutores Amigos Ltda., tendo cada um a mesma participação societária. Alguns anos depois, Fernando, credor particular de Rodrigo, tenta executá-lo, mas o único bem encontrado no patrimônio é a sua participação na Tradutores Amigos Ltda., cuja empresa é altamente lucrativa. A partir da hipótese apresentada, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir. A) A parte dos lucros da sociedade que cabe a Rodrigo pode responder por sua dívida particular? B) Rodrigo pode vender diretamente a Fernando suas quotas, a fim de extinguir sua dívida particular? Direito Empresarial SOCIEDADE ANÔNIMA 22 Introdução Regência legal: LEI ESPECÍFICA: Lei n. 6.404/76, Norma supletiva em caso de omissão da lei: Cód. Civil (Art. 1089 do CC/02). Conceito: Sociedade por Ações, institucional, de capital, com títulos representativos de participação livremente negociáveis (ações). Introdução � Sociedade Anônima é SEMPRE empresária, independentemente da atividade econômica que explore (art. 982, § ún. CC e art. 2º, § 1º LSA). � A Sociedade Anônima adota EXCLUSIVAMENTE a denominação social como nome empresarial, identificada pelas expressões: � Companhia ou Cia. � Sociedade Anônima ou SA � Acrescida da menção ao ramo de atividade empresarial (art. 1160 CC) Introdução �Responsabilidade do sócio acionista por dívidas sociais restrita ao preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir (art. 1º LSA). �Diversos valores da Ação: - Valor nominal - Valor patrimonial - Valor de negociação - Valor econômico - Preço de emissão Classificação. • Sociedade aberta: possui valores mobiliários de sua emissão negociados em Bolsa de Valores ou Mercado de Balcão (Mercado de Capitais), necessitando de registro e autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para ter seus títulos negociados ao grande público (mercado) – art. 4º LSA. • Sociedade fechada: não possui valores mobiliários negociados no Mercado de Capitais, não sendo necessário o seu registro perante a CVM na sua constituição. Mercado de capitais • Integram o Mercado de Capitais: • Bolsa de Valores • Mercado de Balcão • Órgão de fiscalização e regulamentação do Mercado de Valores: • CVM (Comissão de Valores Mobiliários) • BMF&BOVESPA Mercado de Capitais BOLSA DE VALORES MERCADO DE BALCÃO Mercado Primário e Mercado Secundário Mercado Primário e Mercado Secundário Cias de Maior Porte Cias de Menor Porte IPO a partir de 500 milhões IPO menor que 500 milhões Regulação maior e mais rígida Regulação menor e mais flexível Oferta pública de valores mobiliários Oferta restrita de valores mobiliários Segmentos Especiais: - Novo Mercado - Nível 1 de Governança Corporativa - Nível 2 de Governança Corporativa Segmentos Especiais: - Bovespa Mais - Bovespa Mais Nível 2 23 CONSTITUIÇÃO DA S.A. • Requisitos preliminares (arts. 80/81) comuns às SA Aberta e SA Fechada. a) Subscrição de todo o capital social por pelo menos 2 acionistas b) Realização de entrada em dinheiro de pelo menos 10% do preço de emissão das ações subscritas (ou 50% em caso de instituição financeira) c) Depósito das entradas em dinheiro no B. Brasil ou instituição financeira autorizada pela CVM OBS: a constituição deve se dar em no máximo 6 meses a contar dos depósitos, sob pena de desfazimento do negócio CONSTITUIÇÃO DA S.A. • Modalidades de constituição (arts. 82/93): 1) Constituição Sucessiva da SA Aberta ou por subscrição pública 2) Constituição Simultânea da SA Fechada ou por subscrição particular OBS: SUBSIDIÁRIA INTEGRAL é a Companhia cuja totalidade das ações pertence a uma sociedade brasileira. CONSTITUIÇÃO DA SA ABERTA • Características: • Apelo ao público através de utilização de folhetos ou anúncios (entre outros); • Utilização de estabelecimento / loja aberta ao público; • Contratação de empregador / corretores por intermediação; • Utilização (ou não) dos meios de comunicação; CONSTITUIÇÃO DA SA ABERTA PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO SUCESSIVA: a) Contratação de Instituição Financeira para intermediação das ações; b) Registro do pedido na CVM, acompanhado do Estudo de viabilidade econômica e financeira; Projeto dos Estatutos e Prospecto de apelo ao público c) Concedido o registro da emissão e da sociedade pela CVM; CONSTITUIÇÃO DA SA ABERTA PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO SUCESSIVA: d) Oferta das ações ao público pela Inst. Financeira e) Subscrição de todo o capital f) Pagamento da entrada; g) Realização de Assembleia de Fundação (para aferir os bens oferecidos à integralização; a Constituição da Sociedade e ainda, eleger os administradores e fiscais) h) Registro na Junta Comercial e publicação do ato constitutivo CONSTITUIÇÃO DA SA FECHADA PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO SIMULTÂNEA: a) Subscrição de todo o capital b) Integralizar a entrada em dinheiro; c) Realização de Assembleia de Fundação, que pode ser substituída por escritura pública d) Todos os acionistas devem assinar o estatuto social ou a escritura pública e) Registro na Junta Comercial e publicação do ato constitutivo 24 CONSTITUIÇÃO DA SA • Providências complementares (art. 94/99) comuns às SA Aberta e SA Fechada: • Registro e publicação dos atos constitutivos • Se houver a integralização de bens ao capital social, deverá se proceder ao registro da transferência da titularidade dos mesmos (imóveis no CRI, marca ou patente no INPI) Direito Empresarial SOCIEDADE ANÔNIMA: VALORES MOBILIÁRIOS Valores Mobiliários • Tipos de valores mobiliários: 1) Ações (ordinárias, preferenciais e de fruição) 2) Bônus de Subscrição 3) Partes Beneficiárias 4) Debêntures 5) Commercial Paper • Por que a S.A. emite títulos mobiliários? • Capitalização (aumento do capital social) • Securitização (aumento do caixa da SA) Valores Mobiliários 1) Ações Valores mobiliários representativos de unidade do capital social de uma S/A. ação ordinária ação preferencial ação de fruição Valores Mobiliários Ação Ordinária “sempre estou na SA” “sou comum e necessário”. • Ações de emissão obrigatória pela SA • Nominativas, comuns, com direito voto, negociáveis e onerosas (art.16) Valores Mobiliários Ação Ordinária • Ação que garante os direitos e deveres do acionista comum; • Em tese não deveriam ter diferente classes, mas a Lei admite que na SA DE CAPITAL FECHADO sejam dispostas em classes de acordo com o complexo de direitos ou dos requisitos (ex: nacionalidade) 25 Valores Mobiliários Ação Preferencial “eu recebo primeiro” (art.15, §§2º, 17, 18) • ações de emissão facultativa pela SA • nominativa, negociável, onerosa e com direitos diferenciados no que tange à: – Prioridade no percebimento de dividendo mínimo ou fixo; – Prioridade no reembolso do capital (em caso exercício do direito de retirada ou extinção da Cia), • OBS: O Estatuto pode prever o dividendo cumulativo Valores Mobiliários Ação Preferencial: – podeter ou não direito a voto • OBS: o número total de ações preferenciais sem direito ou com restrição ao direito de voto, não pode ultrapassar 50% das ações emitidas; • OBS: Em caso de não pagamento dos dividendos no prazo previsto no estatuto (que não pode ultrapassar a 3 exercícios) o preferencialista recupera o direito de voto até que sejam quitados os dividendos (art. 111 LSA). • Para serem comercializadas no Mercado de Capitais é necessário que pelo menos um dos três direitos diferenciados constem da LSA; Valores Mobiliários Ação de Fruição “já recebi meu investimento de volta” • nominativas, negociáveis e gratuitas. • Ações de emissão facultativa pela SA • Ações emitidas em substituição das ações totalmente amortizadas (pagamento do valor da ação pela Cia); Valores Mobiliários Ação de Fruição • Em regra, possuem os mesmos direitos e restrições das antigas ações (ordinárias / preferenciais) amortizadas, salvo se for disposto diferentemente no estatuto ou Assembleia que autorizar a amortização, podendo ou não ter direito a voto. • em regra, não participam do acervo de bens em caso de liquidação da Cia. (art. 44). Valores Mobiliários • 6 MOMENTOS NA “VIDA” DAS AÇÕES: • Subscrição: promessa irretratável de aquisição; • Integralização: pagamento das ações à Cia; • Negociação: para acionistas (SA fechada – direito preferência / art. 36) ou terceiros. Obs: art. 18 LSA – alienação de ações não integralizadas - alienante fica responsável junto com adquirente por 2 anos; • Amortização: antecipação do valor que caberia aos acionistas em caso de liquidação SA – sem diminuição do capital social; • Resgate: pagamento do valor das ações para retirá-las do mercado, diminuindo o valor do capital social; • Oneração: por penhor, caução, usufruto, fideicomisso, alienação fiduciária em garantia, devendo a oneração ser registrada no livro de registro das ações; Valores Mobiliários • FORMA DE CIRCULAÇÃO DAS AÇÕES • Nominativa: circula mediante o registro em livro próprio da Cia emissora (tem certificado); • Escritural: são mantidas, por autorização ou determinação do estatuto da Cia, em contas de depósito em nome de seu titular e sua transferência se dá por meio do lançamento da operação nos registros próprios da Instituição Financeira onde fica depositada a ação escritural. 26 Valores Mobiliários 2) Bônus de Subscrição “eu quero mais ações” (arts. 75 a 79 LSA) Títulos de investimento gratuitos ou onerosos, negociáveis, emitidos por SA de Capital Autorizado que garantem o exercício de direito de preferência na subscrição de novas ações (arts. 171 e 172 LSA), quando houver aumento de capital social pelo Conselho de Administração; Valores Mobiliários 3) Partes Beneficiárias “só estou lucrando” (art.46 a 51 LSA) Título nominativo, oneroso ou gratuito, negociável e estranho ao capital social, que confere direito à participação nos lucros da SA, limitado ao máximo de 10% dos lucros. Podem ser conversíveis em ação. Valores Mobiliários • 3) Partes Beneficiárias É concedido à fundadores, acionistas ou terceiros (administradores, trabalhadores) como remuneração pelos serviços prestados à SA ou à Fundações ou Associações Beneficentes para empregados (EX: Fundo de Previdência Privada). Duração máxima de 10 anos se for emitida a título gratuito, exceto se for emitido em favor de Fundação ou Associação de empregados da Cia; Valores Mobiliários 4) Debêntures: “sou credor mutuante” (arts. 52 a 74 LSA) Título nominativo, oneroso e negociável que representa contrato de mútuo (empréstimo de dinheiro), com valor de remuneração (CM + juros + part. no lucro, - prêmio), forma e tempo dos pagamentos, garantias e demais direitos definidos na escritura de debênture, que pode ou não ser conversível em ações (ou debênture simples). Valores Mobiliários 4) Debêntures: “Contrato de Mútuo de longo prazo” • Instr. da CVM: 400 e 476 • Finalidade: securitização da Cia para investimentos de longo prazo ou reestruturação de dívidas. Tempo médio de resgate: 3,9 a 5 anos. • Se as debêntures forem comerciadas no Mercado de Capitais (Bolsa e Mercado de Balcão) é obrigatória a nomeação de agente fiduciário, que irá representar os interesses dos debenturistas. Valores Mobiliários • TIPOS DE DEBÊNTURES • Com garantia real; • Com garantia flutuante (geral); • Quirografário; • Subquirografário; *Classificação importante em caso de inadimplência ou falência da Cia. OBS: As debêntures conversíveis em ações têm direito preferência (arts. 171 e 172 LSA) na subscrição de novas ações. 27 Valores Mobiliários 5) Commercial Paper “prometeram me pagar” (Instrução CVM 566) • Título negociável, oneroso, nominativo; circulável por endosso em preto, destinado à capitação de recursos para Cia ou LTDA com restituição a curto prazo. • SA Fechada: Vencimento de 30 a 360 dias • SA Aberta: Vencimento de 30 a 360 dias Direito Empresarial SOCIEDADE ANÔNIMA: RELAÇÕES INTRASOCIETÁRIAS O ACIONISTA • É o detentor de ações ordinárias, preferenciais ou de fruição. Direitos essenciais do acionista (art. 109 LSA): �Participação nos resultados sociais (lucros e acervo final) – art. 202 da LSA: em caso de omissão do estatuto, não poderá ser inferior a 50% do lucro mínimo; caso a A.G.A delibere sobre a matéria, não poderá prever a distribuição de menos de 25% do lucro líquido. O ACIONISTA Direitos essenciais do acionista (art. 109 LSA): � Fiscalização da gestão dos negócios sociais (atuação do Conselho de Adm. e Diretoria), a ser exercida por meio do Conselho Fiscal ou diretamente (art. 105. O ACIONISTA Direitos essenciais do acionista (art. 109 LSA): � Direito de preferência na subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos arts. 171 e 172. O ACIONISTA Direitos essenciais do acionista (art. 109 LSA): � Direito de retirada nos casos previstos nesta Lei (arts. 136, 136-A e 137 LSA) I - criação de ações preferenciais ou aumento de classe de preferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previsto ou autorizado pelo estatuto; II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida; III - redução do dividendo obrigatório; IV - fusão da companhia, cisão ou sua incorporação em outra; participação em grupo de sociedades (art. 265); VI - mudança do objeto social da companhia; VII – instituição de arbitragem societária. 28 O ACIONISTA • Principais deveres do Acionista: • Contribuir para a formação do capital social (arts. 106, 107 e 120 LSA) • Agir com lealdade perante a SA (art. 115 LSA) Poder de controle. • Acionista controlador (Art. 116 LSA) • É a pessoa, física ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto (art. 118), ou sob controle comum, que detenha participação societária que lhe assegure a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral, de modo permanente e que use efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. Poder de controle. • Deveres do Acionista controlador: • Lealdade perante a cia • Fazer cumprir o objeto e função social da cia • Na SA Aberta: Dever de informar (transparência) sua posição acionária ao Mercado de Capitais. • O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder (art. 117 LSA). • VER: Instrução CVM n° 323/10 Órgão sociais da S/A Assembléia Geral Conselho de Administração Conselho Fiscal Diretoria Órgãos sociais da S/A ASSEMBLEIA GERAL. Órgão de existênciae funcionamento obrigatório. Reunião de acionistas com poderes para deliberar sobre a sociedade. Deve ser realizada pelo menos uma vez por ano e quando se fizer necessário (art. 121 e ss. LSA). • Convocação (art. 124 LSA): publicação por 3 vezes de anúncio de convocação em jornal de grande circulação • SA Fechada: 1ª convocação: 1ª publicação deve anteceder pelos menos 8 dias da AGA, enquanto na 2ª convocação: deve anteceder ao menos 5 dias. • SA Aberta: 1ª convocação: 1ª publicação deve anteceder pelos menos 15 dias da AGA, enquanto na 2ª convocação: deve anteceder ao menos 8 dias. Órgãos sociais da S/A ASSEMBLEIA GERAL. • Prazo e Modo de Convocação (art. 124 LSA): publicação por 3 vezes de anúncio de convocação em jornal de grande circulação • SA Fechada: 1ª convocação: 1ª publicação deve anteceder pelos menos 8 dias da AGA, enquanto na 2ª convocação: deve anteceder ao menos 5 dias • OBS: o acionista detentor de pelo menos 5% do capital social, pode solicitar que também lhe seja enviado telegrama ou carta registrada no mesmo prazo. • SA Aberta: 1ª convocação: 1ª publicação deve anteceder pelos menos 15 dias da AGA, enquanto na 2ª convocação: deve anteceder ao menos 8 dias 29 Órgãos sociais da S/A • CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL: Em regra, pelo Conselho de Administração (se houver) ou então, pela Diretoria. • Excepcionalmente a Convocação pode se dar pelo: • Conselho Fiscal: em razão de mora na convocação da AGO pelo Cons. Adm. ou Diretoria superior a 30 dias. Conselho Fiscal: quando ocorrerem fatos graves ou urgentes (descoberta de ilegalidade ou fraude na administração) devem convocar AGE. • Acionista: com qualquer participação, se a mora na convocação da AGO superar 60 dias. Acionista: detentor de mínimo de 5% do capital social quando os administradores não atenderem no prazo de até 8 dias, o pedido de convocação fundamentado. Acionista: detentor de mínimo de 5% do capital social votante ou no mínimo 5% do das ações sem direito de voto ou com restrição, quando os administradores não atenderem no prazo de até 8 dias, o pedido de convocação para a instalação do Conselho Fiscal. Competência privativa da A.G.A.: ART. 122 I - reformar o estatuto social; II - eleger ou destituir, os administradores e fiscais da companhia, ressalvado o disposto no art. 142, II; III - tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações financeiras; IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto nos §§ 1o, 2o e 4o do art. 59; V - suspender os direitos do acionista (art. 120); VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a formação do capital social; VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias; VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as contas; IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir recuperação judicial ou extrajudicial. Órgãos sociais da S/A ASSEMBLEIA GERAL. • Objeto da A.G.O.: tomar as contas dos administradores; deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos; eleger os administradores e os membros do conselho fiscal; aprovar a correção monetária do capital social (art. 132 LSA) • Objeto da A.G.E.: demais matéria não previstas para competência da A.G.O. • Podem ser convocadas para o mesmo dia e horário (art. 131, § único LSA). A A.G.O. deve ser realizada nos 4 primeiros meses do ano. Órgãos sociais da S/A ASSEMBLEIA GERAL: • Quórum Geral de Instalação: 1ª Convocação: 1/4 do capital social com direito de voto; 2ª Convocação: qualquer número • Quórum Especial de Instalação para reforma do Estatuto Social: 1ª Convocação: 2/3 do capital social com direito de voto; 2ª Convocação: qualquer número • Quórum Especial de Instalação para a nomeação de peritos avaliadores dos bens oferecidos para a integralização das ações: 1ª Convocação: metade do capital social; 2ª Convocação: qualquer número • Acionista pode ser representado por outro acionista, administrador da Cia ou advogado, outorgando procuração com poderes específicos. Órgãos sociais da S/A ASSEMBLEIA GERAL. • Quórum Deliberativo Simples: em regra, pela maioria do capital social com direito de voto presente na AGA, excluindo-se os votos em branco (abstenções) – art. 129 LSA. • Quórum Deliberativo Qualificado em matérias previstas no art. 136 e 136-A da LSA: pela metade do capital social com direito de voto. • Quórum Deliberativo Qualificado: O estatuto da companhia fechada pode aumentar o quorum exigido para certas deliberações, desde que especifique as matérias – art. 129, § 1º LSA. Órgãos sociais da S/A CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. Órgão de deliberação colegiada, que fixa a orientação geral dos negócios da sociedade, elege, destitui e fiscaliza os diretores da Companhia (art. 138 a 142 da LSA). • Órgão de existência facultativa na SA Fechada. • Órgão de existência obrigatória na SA de Capital Autorizado; SA Aberta e Cia de Economia Mista. 30 Órgãos sociais da S/A CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. • Competência: art. 142 LSA • Prazo do mandato: máximo de 3 anos • Integrantes: no mínimo 3 (eleitos pela maioria) e, eventualmente, + 1 (eleito pela minoria) + 1 (eleito pelos preferencialista sem ou com restrição de voto) • Pessoa: física, acionista ou não, residente no Brasil ou exterior (art. 146 LSA) • OBS: ver casos de inelegibilidade = art. 147 LSA Órgãos sociais da S/A CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. VOTO MÚLTIPLO: Na SA Fechada qualquer acionista ou grupo de acionistas que detenham pelo menos 10% do Capital social votante ou que na SA Aberta, o(s) minoritário(s) que detenha(m) pelo menos 5% do capital votante, podem requerer a adoção do voto múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros do conselho, podendo cumular os votos num só candidato ou distribuí-los entre vários (art. 141 caput LSA). ELEIÇÃO EM SEPARADO: Somente para a SA Aberta: minoritários com pelo menos 15% do cap. social votante e preferencialistas sem direito de voto ou com restrição a este direito, representantes de pelo menos 10% do capital social (art. 141, § 4º) Órgãos sociais da S/A • Diretoria. Órgão de existência e funcionamento obrigatório em todas as SA. Órgão que representa e gere a Cia, executa as deliberações do Conselho de Administração (quando existente) e/ou da A.G.A.. Os diretores serão eleitos e destituídos pelo Conselho de Administração (quando existente) ou pela A.G.A. (art. 143 a 160 da LSA). Órgãos sociais da S/A • Diretoria. • Prazo do mandato: máximo de 3 anos; • Integrantes: no mínimo 2; • Pessoa: física, acionista ou não, residente obrigatoriamente no Brasil (art. 146 LSA) • Eleição: até 1/3 dos membros do Conselho de Administração poderá ser eleito Diretor, cumulando as funções (art. 143, § 1º LSA). • OBS: ver casos de inelegibilidade = art. 147 LSA Deveres dos Administradores (Cons. Administração e Diretoria) • Dever de diligência (art. 153 LSA) • Dever de lealdade (art. 155 LSA) • Dever de prestar contas • Dever de informar: benefícios recebidos pela Cia Aberta, posição acionária e de títulos que possuir da Cia Aberta e os fatos relevantes (capazes de influir na compra ou venda dos valores mobiliários) da Cia Aberta. Deveres dos Administradores (Cons. Administração e Diretoria) • Ação de Responsabilidade contra os administradores: • Requisito: deliberação da A.G.A. • Em caso de aprovação pela A.G.A.: compete, em regra, aos diretores. Em caso de mora superior a 3 meses, competirá a qualquer acionista representar a Cia na ação. • Em caso de NÃO aprovação pela A.G.A.: compete a qualquer acionista ou grupo de acionistas detentores de pelo menos 5% do capital social. 31 Órgãos sociais da S/A • Conselho
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