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Tutoria 1 UC10 - Proliferação celular

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Matheus Carvalho Diniz
UC-10 - Problema 1
1-Identificar os fatores de risco para o câncer de mama. 
O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.
A idade, assim como em vários outros tipos de câncer, é um dos principais fatores que aumentam o risco de se desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam o risco. Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos, são mais propensas a desenvolver a doença.
Fatores endócrinos ou relativos à história reprodutiva - Referem-se ao estímulo do hormônio estrogênio produzido pelo próprio organismo ou consumido por meio do uso continuado de substâncias com esse hormônio. Esses fatores incluem: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos); menopausa tardia (após os 55 anos); primeira gravidez após os 30 anos; nuliparidade (não ter tido filhos); e uso de contraceptivos orais e de terapia de reposição hormonal pós-menopausa, especialmente se por tempo prolongado.O uso de contraceptivos orais também é considerado um fator de risco pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora muitos estudos sobre o tema tenham resultados controversos
Fatores relacionados a comportamentos ou ao ambiente - Incluem ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade após a menopausa e exposição à radiação ionizante (tipo de radiação presente na radioterapia e em exames de imagem como raios X, mamografia e tomografia computadorizada). O tabagismo é um fator que vem sendo estudado ao longo dos anos, com resultados contraditórios quanto ao aumento do risco de câncer de mama. Atualmente há alguma evidência de que ele aumenta também o risco desse tipo de câncer.
O risco devido à radiação ionizante é proporcional à dose e à frequência. Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama.
Fatores genéticos/hereditários - Estão relacionados à presença de mutações em determinados genes transmitidos na família, especialmente BRCA1 e BRCA2. Mulheres com histórico de casos de câncer de mama em familiares consanguíneos, sobretudo em idade jovem; de câncer de ovário ou de câncer de mama em homem, podem ter predisposição genética e são consideradas de risco elevado para a doença.
2- Relação entre a Proliferação celular e ação dos vírus.
Os vírus de DNA tumoral (HTLV, HPV, hepatite B), em fase de latência, podem acidentalmente ativar algumas proteínas virais que normalmente seriam ativadas na fase replicativa para permitir que o DNA viral se replique independentemente do ciclo celular. Esse acidente pode desencadear a proliferação persistente da célula hospedeira, levando ao câncer. 
A ação oncogênica desse vírus (HPV) parece estar relacionada a interferências em mecanismos importantes que controlam a proliferação celular. As oncoproteínas virais E6 e E7 são as mais importantes nesse processo, pois são capazes de ligarem-se às proteínas p53 e pRb, respectivamente, e interferirem em suas funções normais. Além disso, a proteína E6 também apresenta importante papel na ativação da telomerase, contribuindo para o processo de imortalização dos ceratinócitos.
Tendo em vista o papel das oncoproteínas virais (principalmente E6 e E7) dos HPVs de alto risco na desregulação do controle da proliferação celular, estudos têm avaliado se lesões cancerizáveis e malignas HPV-positivas exibem níveis de proliferação celular aumentados em relação às HPV-negativas
3-Ciclo celular e seus mecanismos de regulação.
Ciclo celular: E o mecanismo essencial pelo qual todos os seres vivos se reproduzem, em que ocorre uma sequencia organizada de eventos para duplicacao do conteudo celular e em seguida divisao para formacao de duas copias completas. 
Interfase: E o periodo que precede qualquer divisao celular, sendo de intensa atividade metabolica. Ha preparacao para a divisao celular, que envolve a duplicacao do DNA, crescimento e sintese. E dividida em 3 periodos.
S: Ocorre a duplicacao do DNA, requer de 10 a 12 horas e ocupa cerca de metade do tempo do ciclo celular
G1: Intervalo entre a fase M e a fase S, antecede a duplicacao do DNA (GAP)
G2: Intervalo entre a fase S e a fase M, antecede a divisao celular.
Fase M/ Divisao celular: Compreende dois eventos principais a divisao nuclear, ou mitose, durante a qual os cromossomos sao copiados e distribuidos em um par de nucleos filhos; e a divisao citoplasmatica, ou citocinese, quando a propria celula se divide em duas.
Profase: Ocorre a organizacao e condensacao das moleculas de DNA formando as cromatides irmas, que permanecem ligadas pela coesao de cromatides irmas. Posteriormente, o envelope nuclear se desmantela e as cromatides ficam ligadas ao fuso mitotico, que e formado por microtubulos.
Metafase: Os cromossomos sao alinhados no equador do fuso, a meio caminho entre os polos do fuso.
Anafase: Ocorre a destruicao da coesao de cromatides irmas, as separando e sendo puxadas para polos opostos do fuso.
Telofase: O fuso e desmontado e os cromossomos segregados sao empacotados em nucleos separados.
Sistema de controle do ciclo celular:
E como um cronometro rigidamente programado que propicia uma quantidade fixa de tempo para a conclusao de cada evento do ciclo celular.
E altamente adaptavel e pode ser modificado para se adequar a tipos celulares especificos e para responder a sinais intracelulares ou extracelulares especificos.
O sistema de controle do ciclo celular ativa a progressao do ciclo celular em tres principais pontos de verificacao:
1. Inicio: esta no final de G1, onde a celula se compromete a entrar no ciclo celular e a duplicacao dos cromossomos.
2. Ponto de verificacao G2/M: o sistema de controle desencadeia os eventos mitoticos iniciais que levam ao alinhamento dos cromossomos no fuso metafasico.
3. Transicao entre metafase e anafase: o sistema de controle estimula a separacao das cromatides irmas, levando a conclusao da mitose e citocinese.
→O sistema de controle do ciclo celular dependente de proteina-cinase dependente de ciclinas (CdKs) ciclicamente ativadas: as atividades dessas cinases sobem e descem a medida que a celula avanca no ciclo celular, levando a mudancas ciclicas na fosforilacao de proteinas intracelulares que iniciam ou regulam os principais eventos do ciclo celular.
G1/S- ciclinas: ativam Cdks no final de G1 e ajudam a desencadear a progressao ao inicio.
S-ciclinas: se ligam a Cdks logo apos a progressao ao inicio e ajudam a estimular a duplicacao dos cromossomos.
M-ciclinas: ativam Cdks que estimulam a entrada na mitose no ponto de verificacao G2/M.
G1-ciclinas: ajudam a regular ao G1/S-ciclinas.
obs.: O mesmo complexo de ciclina-cdk tambem pode induzir diferentes efeitos em diferentes etapas do ciclo.
→A fosforilacao inibidora e as proteinas inibidoras de cdk(ckls) podem suprimir a atividade das cdks: A fosforilacao de um par de aminoacidos no topo do sitio da cinase inibe a atividade de um complexo de ciclina-Cdk
Wee1: inibe a atividade da Cdks
Cdc2S: aumenta a atividade de CDKs
Proteinas inibidoras de Cdks: sao usadas primordialmente para auxiliar na regulacao das atividades de G1/S-ciclinas e S-Cdks.
→Proteolise: (hidrolise de proteina): leva aos estagios finais de divisao celular.
Complexo promotor da anafase/ciclossomo (APC/C): E o principal regulador entre a transicao de metafase a anafase. Ele catalisa a ubiquitinacao e a destruicao de duas proteinas principais: securina (protege a ligacao proteica que mantem as cromatides irmas unidas) e, S-ciclinase M-ciclinas.
Quando as G1/S-ciclinas sao ativadas no final de G1, o APC/C e desligado, permitindo o acumulo de ciclinas para o proximo ciclo.
SCF: ajuda a controlar a ativacao dos Cdks e da replicacao do DNA
→Regulacao transcricional: Mudancas na transcricao de genes regulam os niveis de proteinas. ex. ciclinas.
4-Relacao entre a inflamação e fatores genéticos na proliferação celular
Proliferação celular:
Na forma fisiologica, os tecidos sao estimulados a proliferacao para atender as necessidades normais do organismo. Na forma patologica, geralmente um estimulo excessivo determina a proliferacao.
Influencia genetica: a proliferacao celular descontrolada e uma caracteristica comum a todos os tipos de tumores humanos. Isto ocorre, em partes, devido a destruicao funcional das vias de controle do ciclo celular pRb/p16 e p53/p21.
Proteina Rb: e uma proteina supressora de tumor, controla um ponto chave no qual as celulas decidem entrar no ciclo celular e replicar o seu DNA. Ela restringe a entrada da celula na fase S por ligar-se e inibir as proteinas reguladoras de genes da familia E2F, que sao necessarias para transcrever genes que codificam proteinas requeridas para a entrada na fase S.
Cdks + ciclina→ atuam sobre pRb→inativa E2F( ↓ DNA-polimerase) sem condicoes extracelulares
Expressao ciclina D→CDk4 e CDk6→p21 e p 16→↓afinidade de Rb e E2F estimulo extracelular
p16: E produzida quando as celulas sao estressadas, inibe a progressao ao ciclo celular, previnindo a formacao do complexo ciclina D-CDK4 ativo.
p53: E um sensor de estresse celular. Em resposta a sinais de hiperproliferacao, lesao no DNA, hipoxia e/ou encurtamento dos telomeros, o nivel de p53 aumenta, fazendo com que as celulas detenham o ciclo celular, entrem em apoptose ou usem a senescencia replicativa.
p21: A p53 inibe o ciclo celular se ligando ao DNA para induzir a transcricao do gene p21, que codifica uma proteina que se liga e inibe o complexo cdk requerido para a progressao no ciclo celular
Obs: celulas com defeito no gene p53 escapam da apoptose.
p21 e p36→ mecanismos de reparo e replicacao do DNA por associar-se a DNA-polimerase.
Influencia inflamatoria: Quando o processo inflamatorio torna-se desregulado, o tecido acometido fica repleto de linfocitos e macrofagos de varios subtipos, que sintetizam e liberam uma grande quantidade de citocinas, de fatores de crescimento, mediadores lipidicos e especies reativas de oxigenio (EROs) e nitrogenio (ERNs), capazes de provocar lesoes no DNA, instabilidade genetica, modificacoes epigeneticas no DNA, estimular a proliferacao celular e sua sobrevivencia, alem de promover o remodelamento tecidual.
5- Diagnóstico Câncer de mama
Prevenção:
A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis. De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles considerados  modificáveis.
Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.
A terapia de reposição hormonal (TRH), quando estritamente indicada, deve ser feita sob rigoroso controle médico e pelo mínimo de tempo necessário. 
A prevenção do câncer de mama pode ser dividida em três partes:
Prevenção primária - Tudo aquilo que pode ser feito para evitar a ocorrência do câncer.
Prevenção secundária - Diagnóstico precoce e prevenção da recidiva.
Prevenção terciária - Medidas para minimizar o impacto da doença já estabelecida, na qualidade de vida das pessoas.
Prevenção Primária
O câncer de mama é em parte decorrente de uma série de fatores de risco:
Idade avançada, Predisposição genética hereditária, Histórico familiar, Menarca precoce, Menopausa tardia, Radioterapia prévia na região do tórax, Mamas densas, Obesidade, Sedentarismo, Alcoolismo, Tabagismo, Terapia de reposição hormonal (após a menopausa).
Dentre estes, constam fatores que podem ser considerados fatores modificáveis e outros não modificáveis (idade, histórico familiar, mamas densas). Dentre os fatores modificáveis, você pode ajudar a prevenir o câncer mantendo um peso saudável, uma dieta balanceada, fazendo atividade física, não fumando, não ingerindo bebidas alcoólicas em excesso. Além disso, para mulheres na menopausa, é aconselhável não fazer reposição hormonal, ou fazê-lo sob orientação estrita de um médico. Havendo fatores não modificáveis, o que pode e deve ser feito é uma investigação (no caso de haver história familiar de câncer de mama ou ovário), para identificar a possível presença de uma predisposição genética hereditária, e com base nesta avaliação, poder tomar decisões sobre intervenções redutoras de risco, discutidas abaixo. Esta avaliação e a decisão de fazer testes genéticos, somente devem ocorrer após uma orientação adequada, geralmente feita por um oncogeneticista. Embora seja difícil quantificar a diminuição do risco de câncer de mama especificamente promovida por uma intervenção como, por exemplo, perda de peso, vale ressaltar que todas as intervenções em fatores modificáveis trazem também benefícios para a saúde em outras esferas, não apenas no câncer de mama. Além destas medidas de intervenção em fatores de risco, existe a intervenção medicamentosa redutora do risco. Nesta estratégia, mulheres com um risco calculado maior que o da população geral, podem tomar tamoxifeno ou raloxifeno por 5 anos, sendo que estas medicações reduzem de maneira significativa o risco de se desenvolver câncer de mama, e esta redução perdura por vários anos, mesmo após o término dos 5 anos de tratamento com a medicação. Lamentavelmente, esta prevenção medicamentosa ocorre às custas de efeitos colaterais, como ondas de calor, sudorese exacerbada e retenção de líquido e que não são bem toleradas pelas mulheres em tratamento.
Pacientes com predisposição genética (hereditária) ao câncer de mama
Há alguns aspectos na história pessoal e familiar de pacientes que nos fazem pensar na possibilidade de uma predisposição genética. São estes fatores:
* Câncer de mama diagnosticado antes dos 50 anos em parentes de primeiro ou segundo grau.
* História de parentes com câncer de mama ou de ovário.
* Familiar com câncer de mama em ambas as mamas; ascendência judia Aschkenazi.
* Parente homem com câncer de mama.
Embora haja diversas mutações genéticas hereditárias que podem predispor ao desenvolvimento de câncer de mama, aquelas mais frequentemente associadas ao câncer de mama (e de ovário) são as mutações nos genes denominados BRCA1 e BRCA2. Apenas 10% dos casos de câncer de mama diagnosticados são consequência destas mutações, mas para uma pessoa que tenha uma destas mutações, o risco de desenvolver câncer de mama (ou ovário) ao longo da vida é de mais de 50%. Assim, quando se sabe que uma mulher é portadora de uma destas mutações, é necessária uma discussão aberta sobre medidas de prevenção, que podem ir desde um seguimento mais frequente e com exames mais sofisticados, como ressonância magnética das mamas, passando por medicações como tamoxifeno, até cirurgias redutoras de risco, como mastectomia profilática ou retirada profilática dos ovários.
Prevenção Secundária
Aqui entram estratégias de rastreamento populacional, assim como estratégias individualizadas em função do histórico familiar ou pessoal. O rastreamento mais comum é a mamografia. Recomenda-se que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos de idade de maneira anual. Não há idade limite para a realização de mamografia, sendo que o bom senso dita que quando uma mulher tiver uma expectativa de vida curta, nãofaz mais sentido rastrear o câncer de mama. O ultrassom das mamas serve como complemento à mamografia, pois ajuda a diferenciar cistos de nódulos, mal diferenciados na mamografia. A ressonância magnética é recomendada para o rastreamento apenas em populações de alto risco, como pacientes com história familiar e pacientes sabidamente com predisposição genética ao câncer ou pacientes que já tiveram um primeiro câncer de mama. Nas pacientes com alto risco definido com base em história familiar ou genético, a recomendação é iniciar o rastreamento aos 30 anos de idade.
Prevenção Terciária
Consiste em intervenções com objetivo de minimizar a perda de qualidade de vida decorrente da doença. Uma mulher que queira prevenir o câncer de mama deve, antes de qualquer coisa, ter um médico (ginecologista, mastologista, geriatra) de confiança com o qual possa discutir esta preocupação. Com base na idade da paciente, no seu histórico familiar, e na presença e gravidade de outras doenças que ela possa ter, o médico pode propor estratégias diferentes de prevenção. Em linhas gerais, a prevenção consiste em:
* Exame clínico anual das mamas por um profissional de saúde.
* Mamografia anual ou bianual, a partir dos 40 anos de idade (em mulheres com risco equivalente ao da população geral).
Para mulheres identificadas como tendo um risco maior que o da população geral, com base no histórico familiar de outros casos de câncer de mama ou ovário, a recomendação pode ser por uma estratégia de rastreamento ainda mais precoce, e até o encaminhamento para um oncogeneticista. Este profissional pode, a partir de uma elaborada história familiar e de um heredograma, árvore da família no que tange a outros casos de câncer, calcular o risco de uma paciente desenvolver câncer, com base em vários modelos matemáticos. Com o resultado deste risco calculado, pode então ser necessário o encaminhamento para um mastologista que pode propor uma cirurgia redutora de risco, ou para um oncologista que poderá propor medidas medicamentosas para prevenção. No Brasil, onde a mamografia de rastreamento é recomendada pelo Ministério da Saúde a partir dos 50 anos toda mulher a partir desta idade deve procurar uma Unidade Básica de Saúde para solicitar o exame das mamas por um profissional médico e uma mamografia. Cabe ressaltar que mulheres a partir dos 40 anos de idade, que procurarem uma Unidade Básica de Saúde, têm amparo na Lei (Lei 11664/08) para solicitar que seja feita mamografia de rastreamento, apesar da falta de recomendação formal pelo Ministério da Saúde. Além disso, se no autoexame (atualmente se fala em autoconhecimento das mamas), a mulher notar qualquer alteração, ela deve procurar um médico (ginecologista, mastologista, clínico geral, geriatra ou oncologista). Este deverá fazer o exame clínico das mamas e solicitar a mamografia independentemente da idade da paciente.
O diagnóstico de câncer de mama somente pode ser estabelecido mediante uma biópsia de área suspeita que seja analisada por um patologista e laudada como sendo um câncer. A realização desta biópsia, no entanto, somente ocorre em face de alguma alteração suspeita, seja no exame físico, seja na mamografia. Quando a paciente ou o médico encontram alterações ao exame físico, são solicitados exames adicionais como mamografia, ou ultrassom das mamas. Além disso, mulheres sem alterações ao exame
clínico das mamas podem ter alterações detectadas na mamografia de rotina, que deve ser realizada em todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade. O rastreamento assim como a investigação diagnóstica de um nódulo palpável é feita com base na mamografia. Não há idade limite para a realização de mamografia de rastreamento, sendo que o bom senso dita que quando uma mulher tiver uma expectativa de vida curta, não faz mais sentido rastrear o câncer de mama. No entanto, para uma mulher na qual seja palpável um nódulo, não existe limite de idade para a mamografia de investigação. O ultrassom das mamas pode servir como complemento à mamografia, pois ajuda a diferenciar cistos de nódulos. A ressonância magnética é recomendada para o rastreamento apenas em populações de alto risco, como pacientes com uma história familiar confirmada ou suspeita, pacientes sabidamente predispostas geneticamente ao câncer ou pacientes que já tiveram um primeiro câncer de mama. Nas pacientes com alto risco definido com base em história familiar ou genética, a recomendação é iniciar o rastreamento aos 30 anos de idade. Quando a mamografia ou ultrassom encontram alterações suspeitas, é recomendada uma biópsia. Em casos em que não há alterações na mama, mas sim presença de linfonodo (gânglio) aumentado na axila pode ser feita uma punção com agulha fina, com agulha grossa ou mesmo excisão cirúrgica do gânglio. O médico patologista que analisa o material da biópsia deve idealmente conhecer os dados clínicos e a suspeita diagnóstica, e necessita de alguns dias para estabelecer o resultado diagnóstico, em função do processamento adequado do material, e da necessidade de se usar determinadas técnicas laboratoriais para este fim. Atualmente não basta dizer que se trata de diagnóstico de câncer de mama, pois existem diversos tipos e dentro destes, diversas características tumorais, que podem determinar de maneira distinta desde o planejamento da cirurgia, até o da quimioterapia e radioterapia.
Diagnostico:
O único método que permite o diagnóstico precoce do câncer de mama é o exame mamográfico. Por meio desse método, podemos identificar tumores mamários mesmo antes de serem detectáveis clinicamente. Embora o exame mamográfico seja o melhor método para detectar precocemente a doença, ele pode não evidenciar um câncer presente, particularmente se as mamas forem densas, ou poderá demonstrar áreas suspeitas que podem não corresponder ao câncer. Nesses casos, para melhorar a acuidade diagnóstica, pode-se associar outros exames, como a ultra-sonografia, a ressonância magnética e as punções percutâneas, que melhoram as chances diagnósticas pré-terapêuticas.
Toda mulher deve realizar mensalmente o auto-exame. Aquelas que menstruam devem fazê-lo na semana seguinte ao término da menstruação, enquanto as menopáusicas o farão em uma data determinada de cada mês. Esse procedimento é muito importante, não para se obter o diagnóstico precoce, mas para a conscientização do problema e para que a paciente perceba mais precocemente eventuais alterações existentes em sua mama e possa esclarecê-las com o mastologista.
Confirmacao diagnostica:
As pacientes sintomáticas ou aquelas que apresentam alterações nos exames clínicos de rotina deverão ser submetidas a exames complementares, com o objetivo de se estabelecer o diagnóstico. A tríade clássica utilizada para o diagnóstico compreende os seguintes exames: clínico, mamografia e ultra-sonografia. Outros exames, em situações especiais, podem ser utilizados, como ressonância magnética e cintilografia mamária.
A certeza diagnóstica será obtida por meio das punções percutâneas com agulhas finas ou grossas (mamotomia ou core biopsy), nos casos de microcalcificações, nódulos subclínicos e palpáveis, ou ainda por meio de biópsias cirúrgicas.
Rastreamento:
Detecção Precoce
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura.
É importante que as mulheres fiquem atentas a qualquer alteração suspeita na mama. Quando a mulher conhece bem suas mamas e se familiariza com o que é normal para ela, pode estar atenta a essas alterações e buscar o serviço de saúde para investigação diagnóstica.
A orientação atual é que a mulher faça a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal (no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem necessidade de uma técnica específica de autoexame, como preconizado nos anos 80. Essa mudança surgiu do fato de que, na prática, muitas mulheres com câncer de mama descobriram a doença a partir da observação casual de alterações mamáriase não por meio de uma prática sistemática de se autoexaminar, com método e periodicidade definidas.
A detecção precoce do câncer de mama pode também ser feita pela mamografia, quando realizada em mulheres sem sinais e sintomas da doença, numa faixa etária em que haja um balanço favorável entre benefícios e riscos dessa prática (mamografia de rastreamento). 
A recomendação no Brasil, atualizada em 2015, é que mulheres entre 50 e 69 anos façam uma mamografia a cada dois anos. Essa é também a rotina adotada na maior parte dos países que implantaram o rastreamento do câncer de mama e tiveram impacto na redução da mortalidade por essa doença. 
Os benefícios da mamografia de rastreamento incluem a possibilidade de encontrar o câncer no início e ter um tratamento menos agressivo, assim como de menor chance de morrer da doença, em função do tratamento oportuno. A mamografia de rastreamento implica também em certos riscos que precisam ser conhecidos:
1) Resultados incorretos: 
 Suspeita de câncer de mama, que requer outros exames, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso (resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse. 
 Câncer existente, mas resultado normal (resultado falso negativo). Esse erro gera falsa segurança à mulher. 
2) Sobrediagnóstico e sobretratamento: ser diagnosticada e tratada, com cirurgia (retirada parcial ou total da mama,) quimioterapia e radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida. Isso ocorre em virtude do crescimento lento de certos tipos de câncer de mama.
3) Exposição aos Raios X (raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais frequente é a exposição).
A mamografia diagnóstica, com finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico.
A mulher que tem risco elevado de câncer de mama* deve conversar com o médico para avaliar a particularidade de seu caso e definir a conduta a seguir. Até o momento não há uma recomendação padrão para este grupo.
* Mulheres com histórico de casos de câncer de mama em familiares consanguíneos, sobretudo em idade jovem; de câncer de ovário; ou de câncer de mama em homem são consideradas de risco elevado para a doença.
	
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