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Verminose em Ruminantes Unibh

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Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Prof. Carolina Maria Vianna de Freitas 
Medicina Veterinária - Unibh 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS PARASITÁRIAS 1 
 
MÓDULO 1 : VERMINOSES NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS” 
 
 
 
 
 
 
PROF: Carolina Maria Vianna de Freitas 
 
 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Prof. Carolina Maria Vianna de Freitas 
Medicina Veterinária - Unibh 
 
“GASTROENTERITES VERMINOSAS NOS RUMINANTES” 
I. INTRODUÇÃO: 
1. CONCEITO: 
As gastroenterites verminosas são inflamações no estômago e/ou intestino provocada pela presença ou 
passagem de helmintos por esses órgãos. 
2. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 
-As gastroenterites verminosas de ruminantes são causadas por nematódeos e estão presente 
praticamente em 100% das propriedades rurais de bovinos do mundo. 
-Os efeitos sobre os bovinos dependem da espécie de verme, do grau de infecção, das condições 
fisiológicas do hospedeiro, etc: 
Infestações Maciças: Mortalidades significativas por dano tecidual, desnutrição, obstrução intestinal, 
etc... Nestes casos o sistema imunológico dos hospedeiros muitas vezes, não é capaz de responder 
de maneira satisfatória, pois o desafio é muito alto e, a doença clínica, fatalmente irá ocorrer. 
Verminose Subclínica: é responsável por maiores prejuízos econômicos do que por dano direto à 
saúde dos animais. Tais prejuízos são causados principalmente por: crescimento retardado, baixa 
conversão alimentar, atraso na entrada da vida reprodutiva, e queda de resistência orgânica, 
predispondo os animais a outras infecções. 
-O mercado de anti-helmínticos para pecuária no Brasil gasta anualmente cerca de 130 milhões de 
dólares, o que corresponde aproximadamente a 20% do mercado de produtos em saúde animal. Mesmo 
assim, as verminoses continuam causando grandes prejuízos à pecuária nacional, uma vez que os 
métodos de controle são baseados exclusivamente em aplicações de anti-helmínticos que são na 
maioria das vezes mal realizadas. 
-De acordo com Grisi et al. (2014), o prejuízo total causado pelas helmintoses em bovinos no Brasil é de 
cerca de U$ 7 bilhões/ano. 
-Prováveis causas do insucesso das vermifugações no Brasil: 
-Época errada de aplicação do produto, contrariando a biologia e epidemiologia do parasito, as condições 
fisiológicas e imunológicas dos hospedeiros e as variáveis ambientais 
-Administração de vermífugos para categorias de animais impróprias. 
-Resistência dos parasitos a algumas bases químicas presentes no mercado 
3. PRINCIPAIS HELMINTOS RESPONSÁVEIS POR GASTROENTERITES EM 
RUMINANTES NO BRASIL: 
-Dentre os helmintos gastrointestinais de ruminantes no Brasil, os gêneros mais prevalentes são 
Haemonchus, Cooperia, Oesophagostomum, Trichostrongylus, Bunostomum, Toxocara, Strongyloides e 
Trichuris. 
II. EPIDEMIOLOGIA: 
-O estudo da epidemiologia das GEV de ruminantes é importante no sentido de conhecermos melhor a 
dinâmica das parasitoses e podermos obter sucesso nos programas de controle. Embora os programas 
sejam baseados em tratamentos anti-helmínticos, a adoção concomitante de medidas de manejo 
relacionadas à epidemiologia das parasitoses é imprescindível ao sucesso dos programas de controle. 
-A epidemiologia das gastroenterites de ruminantes no Brasil envolve a interação de fatores 
relacionados ao: (1). Parasita, (2). Hospedeiro e (3). Meio Ambiente. 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Prof. Carolina Maria Vianna de Freitas 
Medicina Veterinária - Unibh 
 
1. O PARASITA: 
-Considerando os principais helmintos causadores de gastroenterites em ruminantes no Brasil, 
especificamente na região sudeste, podemos dividi-los da seguinte forma: 
(a).Nematódeos cujos ovos não eclodem no meio exterior: 
Ex: Toxocara vitulorum e Trichuris discolor 
Toxocara vitulorum 
 -Parasita encontrado no ID de bovinos, bubalinos (preferencial) e outros ruminantes. 
-A principal via de infecção dos animais é através do leite da mãe (transmamária). Desta forma, juntamente com o 
Strongyloides papilosus são os primeiros helmintos de bezerros, ocorrendo a partir dos primeiros dias de vida. 
-Se desenvolve através de uma mistura de ciclo Hepato-traqueal (ingestão de ovo) e de ciclo de mucosa (ingestão de 
larvas via leite). O período pré-patente (PPP) está em torno de 3 semanas, o que ocasiona o aparecimento de ovos 
nas fezes de bezerros com poucos dias de vida. 
-Patogenia: Em altas infestações, a massa de adultos no intestino dificulta a passagem de alimentos � Degeneração 
da mucosa e musculatura lisa � Diminuição da digestão e do crescimento � Constipação, anorexia, dor abdominal, 
podendo levar a um quadro de desidratação. 
-Em infestações controladas, o parasito produz infeccção subclínica 
Trichuris discolor 
 -Parasita encontrado no Intestino Grosso de bovinos e outros ruminantes, vivendo com a extremidade anterior 
embebida na mucosa. 
-Período pré-patente em torno de 3 meses. 
-Dentre os helmintos gastrointestinais de bovinos, Trichuris discolor é particularmente o de tratamento mais difícil, 
pois poucos anti-helmínticos disponíveis no mercado têm uma boa ação contra esta espécie. Não se sabe a causa 
exata deste fato, mas acredita-se que possa estar ligada ao próprio helminto e a irrigação do seu local de 
parasitismo (intestino grosso), a qual teria um efeito na farmacocinétia do anti-helmíntico. 
-Em animais debilitados, T. discolor pode se apresentar em infecções maciças, causando prolapso retal em bezerros 
 
(b). Nematódeos cujos ovos eclodem no exterior 
Ex:Haemonchus,Cooperia,Trichostrongylus, Oesophagostomum, Bunostomum 
Haemonchus sp. 
 -Parasita adulto é hematófago encontrado no abomaso de bovinos, caprinos (muito importante) e outros 
ruminantes. 
-Em bovinos a espécie mais comum é o Haemonchus placei, enquanto que nos pequenos ruminantes, o H. 
contortus.É o parasito mais patogênico para os ovinos e caprinos. 
-Como ocorre com todos os helmintos da família Trichostrongylidae, a infecção dos animais ocorre a partir do 
momento em que eles iniciam o pastejo, após a desmama. As larvas infectantes no pasto, migram para as pontas 
dos capins e são ingeridas pelos hospedeiros juntamente com as forrageiras. 
-São essencialmente hematófagos causando uma anemia do tipo hemorrágico. Cada verme remove cerca de 0,05 ml 
de sangue ao dia por ingestão e por perda direta nas lesões. 
-Bovinos infectados experimentalmente com 50.000 larvas de Haemonchus placei, apresentaram uma redução da 
Hemoglobina Sérica de 10 para 3 mg/dlL(Valor de Referência – 8 a 15 mg/dL); da Proteína Total Plasmática de 7,5 
para 4,2 mg/dL (VR – 7,0 a 8,5 mg/dL) e do Ferro Sérico reduziu a 20% dos valores de referência. 
-No abomaso as larvas L3 e L4 penetram profundamente nas glândulas da mucosa gástrica. 
-Os vermes adultos e as larvas L4 sugam sangue e lesam a musosa do abomaso provocando gastrite. 
-Os parasitas possuem glândulas esofagianas que liberam uma substância anticoagulante durante o hematofagismo. 
Tais substâncias, prolongam a hemorragia no local de fixação em até 6 minutos após a saída do parasito. O tempo 
médio gasto pelo hematófago para se alimentar é de aproximadamente 12 minutos. 
-A espoliação sanguínea leva a um quadro de hipoalbuminemia com edema sub mandibular (papeira). 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Prof. Carolina Maria Vianna de Freitas 
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-Normalmente não causa diarreia nos animais parasitados, sendo a anemia o sintoma principal. 
Cooperia sp. 
 -Existem três espécies que podem infectar os bovinos : Cooperia pectinata, C. puctata e C. onciphora. Dessas, aúltima é menos patogênica. 
-Período de incubação em torno de 12 a 14 dias. 
-Parasita encontrado ID de bovinos, caprinos (muito importante) e outros ruminantes. 
-A infecção dos animais ocorre a partir do momento em que eles iniciam o pastejo, após a desmama. 
-As larvas formam túneis sob o epitélio intestinal. Quando estes túneis se rompem, podem ocorrer hemorragias e 
edemas consideráveis com perdas de proteínas plasmáticas na luz intestinal. Macroscopicamente ocorre enterite do 
tipo catarral, com achatamento das vilosidades e redução da área de absorção de nutrientes. 
-Onde os parasitas se agrupam em maior quantidade ocorre erosão da superfície da mucosa. 
-Nas infestações maciças, ocorre diarreia que, juntamente com a perda de proteínas na luz intestinal, resulta em 
redução de peso. 
-Isoladamente causam anemias, devido à perda indireta de sangue para o lúmen intestinal. 
Trichostrongylus sp. 
 -Parasita histiófago encontrado no abomaso ou ID de bovinos, caprinos (muito importante) e outros ruminantes. 
-A infecção dos animais ocorre a partir do momento em que eles iniciam o pastejo, após a desmama. 
-No ID, causam patogenia semelhante à observada em infestações por Cooperia sp. 
-Quando são parasitas de Abomaso só causam patologias se presentes em infecções massivas. Geralmente 
desempenham papel aditivo aos danos causados pelas espécies dos gêneros Haemonchus e Ostertagia. Os adultos 
lesam a mucosa estomacal ocasionando uma reação inflamatória com erosão e hiperplasia na mucosa. 
-Os principais sinais clínicos em infecções maciças são perda de peso rápida e diarreia. Em níveis mais baixos de 
infecção, observa-se inapetência e diminuição do ritmo de crescimento. 
Oesophagostomum sp. 
 -Parasita histiófago encontrado no ID na fase larval e no IG no estádio adulto. 
-Os parasitos adultos se alimentam da camada superficial da mucosa e do conteúdo intestinal (Competição com o 
hospedeiro). Em alguns casos observa-se edema de mucosa e aumento da produção de muco. Contudo a fase de 
larva torna-se bem importante dada a patogenia deste verme de causar nódulos na parede do intestino delgado do 
hospedeiro, principalmente em pequenos ruminantes. 
-As larvas de terceiro estágio (L3) se localizam em cistos na camada submucosa do Intestino Delgado, provocando 
alterações significativas nos tecidos .Áreas nodulares avermelhadas surgem no local da mucosa onde as larvas 
encontram-se inseridas. Os nódulos formados pelas larvas encapsuladas tendem a se calcificar e interferem 
mecanicamente com o bom funcionamento do intestino 
- A doença é mais severa em infecções posteriores que nas primoinfecções. Em um animal já sensibilizado, quando a 
L3 migra na mucosa para fazer a muda, a reação do hospedeiro é mais intensa e os sintomas clínicos são mais 
evidentes.. 
-A infecção tem efeito no apetite e crescimento do animal (produção de substâncias anorexantes). -O animal pode 
ter a conversão alimentar diminuída por todo o seu crescimento. 
 
Bunostomum sp. 
 
 -Parasita adulto é hematófago sendo encontrado no ID dos bovinos e pequenos ruminantes . 
-O verme adulto ingere quantidade considerável de sangue sendo responsável pela ocorrência de grave anemia no 
hospedeiro. Além disso, produzem substância anticoagulante que provoca hemorragias nos pontos de fixação dos 
parasitos. O animal pode morrer por anemia hemorrágica. Na fase aguda, observa-se uma anemia normocítica e 
normocrômica e na fase crônica, anemia microcítica e hipocrômica, com desequilíbrio bioquímico e metabólico do 
hospedeiro (recomendável a administração de Ferro ao animal acometido). 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Prof. Carolina Maria Vianna de Freitas 
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 Os animais acometidos apresentam as mucosas pálidas, com edema na região mandibular (hipoproteínemia) e 
anorexia. Frequentemente verifica-se sangue nas fezes dos animais. 
-A principal via de infecção é a transcutânea, ocorrendo lesões na pele dos hospedeiros no local de penetração da 
larva. Este quadro pode ser agravado por infecções secundárias causadas por bactérias que são carreadas pelas 
larvas. Nos bovinos observa-se dermatite nos locais de penetração da larva (geralmente nos pés). Os animais ficam 
batendo os pés no chão, incomodados. 
-No pulmão, a migração larval, provoca lesões traumáticas e hemorragias leves. Podem ocorrer pneumonias 
(importante em ovinos mal alimentados). 
-Os animais jovens são mais suscetíveis que os adultos (imunidade). 
 
(c). Nematódeos Pertencentes à família Strongyloididae 
Ex:Strongyloides papillosus 
Strongyloides papilosus 
 
 -Parasita adulto é histiófago sendo encontrado no ID dos bovinos e pequenos ruminantes. As larvas migram pelo 
corpo dos hospedeiros e podem causar patogenia nos órgãos por onde elas passam. 
-A principal via de infecção é a transcutânea, ocorrendo lesões na pele dos hospedeiros no local de penetração da 
larva (pododermatite). Quando transmitido por via oral ou transmamária, as larvas normalmente são inativadas no 
abomaso por ação dos sucos gástricos. Desta forma a transmissão transcutânea é a mais importante do ponto de 
vista epidemiológico. 
-Apresentam um período pré-patente muito curto (1 semana) sendo, juntamente com o Toxocara vitulorum, o 
primeiro helminto encontrado, infectando bezerros. Contudo, a partir dos sete meses de idade os animais que 
foram infectados nos primeiros dias de vida, já se encontram imunizados. 
-Patogenia: 
 *Larvas que atingem o sistema linfático � ínguas. 
 *No pulmão as larvas podem causar hemorragias puntiformes � Pneumonia. 
 *F êmea adulta penetra na mucosa do ID � resposta inflamatória com acúmulo de linfócitos � congestão na 
circulação sangüínea � edema local. 
 
(d). Cestódeos e Trematódeos 
 
Ex: Fasciola hepática e Eurytrema coelomaticum (trematódeos) e Moniezia sp (Cestódeo) 
 
-Uma vez determinado os principais agentes causadores de GEV em ruminantes é importante salientar 
que nas infecções naturais no campo, as espécies mais prevalentes ocorrem sempre em conjunto. 
Praticamente não existe nenhuma propriedade em que ocorra apenas uma única espécie de helminto 
no rebanho. Muitas destas espécies, por si só, não causam muitos danos ao hospedeiro, mas em 
conjunto, ocasionam sérios danos aos animais. 
-Um dos fatos mais importantes na epidemiologia das helmintoses é que a maioria da população de 
parasitos (95%) está presente no ambiente. Apenas 5% desta população está em parasitose. Isto 
demonstra que quando aplicamos anti-helmíntico nos animais parasitados, estamos atingindo apenas 
5% da população de parasitos. Por isto, tratamentos irracionais sem uma base epidemiológica não 
surtem efeitos significativos sobre as populações de vida livre. 
-Algumas espécies entram em hipobiose em certas épocas do ano, sendo menos vulneráveis aos 
tratamentos anti-helmínticos, o que representa um fator importante na manutenção da infecção no 
rebanho. A Hipobiose ocorre em épocas que são desfavoráveis para larvas e adultos: seca e frio intenso. 
Os parasitas param seu desenvolvimento dentro do hospedeiro ou no pasto, até mudar o clima. O 
mecanismo de retorno a atividade é desconhecido. Embora algumas drogas sejam eficazes contra 
estádios interrompidos, larvas e adultos nesta condição podem ser uma reserva de população 
susceptível – refugia 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Prof. Carolina Maria Vianna de Freitas 
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-A hora do dia em que os animais ingerem a maior quantidade de larvas nas pastagens é no amanhecer, 
quando as pastagens estão recobertas de orvalho, proporcionando a migração das larvas para cima das 
pastagens. À medida que o dia vai esquentando, as larvasdescem para a base das pastagens para não 
morrerem dessecadas pelo calor. 
-As larvas de estrongilídeos sobrevivem em torno de três a nove meses nas pastagens, o que torna 
inviável a rotação de pastagens como método de controle. Durante a época seca, a translação diminui 
substancialmente devido às condições do meio ambiente que prejudicam a sobrevivência das larvas nas 
pastagens (baixa de umidade no capim, por exemplo). O desenvolvimento de ovos até L3 também fica 
comprometido, pois na ausência das chuvas, os bolos fecais nas pastagens não são dissolvidos no solo e 
os ovos presentes no interior do bolo não se desenvolvem na ausência de oxigênio. Entretanto, estes 
ovos no interior do bolo fecal se preservam, contribuindo para o “spring rise” com o início das primeiras 
chuvas, havendo inclusive controvérsias se seria esta uma das causas das diarréias das aguadas. 
2. O HOSPEDEIRO: 
-Bistribuição Binominal: 
*Em condições normais de infestação a campo, 10% dos animais de um rebanho detêm cerca de 50 % dos 
vermes que estão em parasitose. O restante da carga parasitária (50%) encontra-se distribuído nos 90% 
restantes do rebanho. Os fatores que contribuem para essa distribuição desigual ainda estão sendo 
pesquisados, mas a resistência imunológica, sem dúvida, pode ser responsável por essa disparidade. Além 
disso, os animais que correspondem aos 10% mais parasitados acabam sendo mais fracos (fundo) que os 
demais e competem de forma desvantajosa pela obtenção de alimento no cocho. 
-Raça X Resistência: 
*Quanto às raças, sabe-se que Bos taurus indicus são mais resistentes que B.taurus taurus. Pesquisas no 
sentido de selecionar produtividade associada à resistência representam uma solução sólida para as 
verminoses. Essa resistência pode ser naturalmente adquirida a partir de infestações a campo ou pode ser 
inata. 
-Estado nutricional: 
*Relaciona-se diretamente ao estado imunológico do animal. Um animal mal nutrido não adquire 
resistência às parasitoses em geral, consequentemente, torna-se presa fácil para os helmintos que se 
encontram no ambiente. Portanto, na época seca do ano, quando se observa maior escassez de alimentos, 
os animais são mais severamente prejudicados pela verminose. 
-Faixa Etária: 
*Os bovinos de até 24 meses são os mais prejudicados pela verminose, tendo em vista que só a partir de 24 
meses é que as respostas imunológicas começam a ser realmente efetivas. 
*As vacas, são mais resistentes e dificilmente apresentam sintomatologia clínica de verminose, pois as 
cargas parasitárias nesta categoria são relativamente baixas. 
*No caso de pequenos ruminantes, a imunidade apresenta algum efeito a partir de oito meses, mas não é 
muito efetiva quanto a carga de larvas infectantes é muito alta. Os caprinos são considerados mais sensíveis 
que os ovinos, às verminoses. 
-Estado Fisiológico: 
*Com a ocorrência do parto, ocorrem mudanças hormonais nas fêmeas, de modo que elas passam a 
eliminar maiores quantidades de ovos de helmintos nas fezes. Deste modo, estas fêmeas se apresentam 
como uma importante fonte de contaminação de pastagens. Este aumento do OPG nestas fêmeas parece 
ocorrer em função de uma queda da imunidade relacionada a fatores endocrinológicos como a prolactina 
que aumenta na época do parto e no pós-parto. Deste modo, o OPG aumenta em função do aumento do 
potencial biótico das fêmeas em parasitose e/ou pelo aumento da taxa de reinfecção neste período. 
*Situações estressantes, tais como desmama, descorna, vacinação, etc..., que alteram a rotina dos animais 
pode levá-los a uma queda de resistência eventual, tornando-os mais suscetíveis ao ataque dos helmintos. 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Prof. Carolina Maria Vianna de Freitas 
Medicina Veterinária - Unibh 
 
-Há indícios de que o gado evita pastejar em áreas severamente defecadas por eles próprios. 
Entretanto, quando esses bolos fecais são dissolvidos nas pastagens, como pelas chuvas, esse 
comportamento não é mais observado. 
3. O Ambiente: 
-Topografia: 
*As áreas mais baixas da propriedade apresentam condições mais favoráveis para as populações de vida 
livre de helmintos, devido ao excesso de umidade provocado pelas águas que se acumulam nestes locais. 
-Manejo e Instalações: 
*Utilização do material resultante da lavagem dos estábulos leiteiros para a adubação de capineiras. Este 
procedimento não é aconselhável a menos que se tratem as fezes. 
*Cochos coletivos para administração de antihelmínticos no alimento não é recomendado função da 
hierarqia animal. Normalmente os animais mais lesados são menos competitivos e podem não ingerir 
quantidades necessárias de medicamento, pois os mais fortes não os permitem. 
*Os cochos de alimentação nos pastos não devem ser construídos em áreas baixas, pois o acúmulo de 
umidade no solo em volta destes pode ser grande, principalmente nas épocas de chuvas (↑ da Translação). 
-Clima: 
*As condições climáticas do Brasil permitem a translação parasitária durante todo o ano. 
*Nas condições ambientais de Minas Gerais e em todo o Brasil Central, as estações de primavera e verão 
são mais favoráveis à fase de vida livre do parasito (↑ Umidade relativa � ↑ Translação Parasitária). 
*Nos meses de seca, o desenvolvimento das populações de vida livre diminui substancialmente (↓umidade, 
dessecação das larvas). As fezes nas pastagens não são dissolvidas por ação da chuva, como ocorre durante 
o verão, fazendo com que os ovos contidos em seu interior não recebam oxigênio (morte das larvas). Nestas 
regiões, o maior limitante climático da verminose é a umidade, ao passo que no sul do país, onde as chuvas 
estão regularmente distribuídas ao longo do ano, o maior limitante climático é a temperatura que é muito 
baixa. Essas baixas temperaturas induzem inclusive ao fenômeno de hipobiose, importante como 
mantenedor das populações de parasitos no ambiente. 
-Densidade animal: 
*Quanto maior a densidade animal, maior será a translação em uma determinada pastagem. Altas 
densidades animais podem impedir o sucesso de programas de controle estratégico, por mais rigoroso que 
ele seja. Importante frisar que nos sistemas de pastejo rotacionado, a densidade momentânea é bem maior 
do que a densidade absoluta. 
-Cobertura Vegetal: 
*Algumas forrageiras (p ex. Brachiaria decumbens) favorecem as populações de parasitos, pois suportam 
uma maior densidade animal. Além disso, apresentam uma melhor cobertura de solo, criando microclima 
favorável para o parasito principalmente em épocas secas. 
*As larvas L3 nas pastagens têm baixa dispersão, sendo a que migração horizontal máxima atingida é cerca 
de 1 metro e, a maioria das larvas sobe até aproximadamente de 20 cm de altura. Com isso, manejo de 
pastagens em alturas maiores tende a diminuir a translação parasitária, além de proporcionar uma maior 
disponibilidade de matéria seca nos pastos e de evitar praga de pastagens como a cigarrinha. O manejo 
adequado do pasto é essencial a fim de manter os animais melhores nutridos e poder responder 
imunologicamente melhor às verminoses. 
-Os controladores naturais de populações de parasitos de vida livre, embora não atinjam parcelas tão 
significativas no controle de parasitos, são objetos de estudos para futuros métodos auxiliares de 
controle. Dentre esses predadores naturais, os mais importantes são os fungos predadores ou parasitos 
de larvas e os coleópteros (besouros) “rola-bosta”, que participam ativamente do processo de 
degradação do bolo fecal. 
-Alternância de pastagens entre espécies diferentes de hospedeiros tem um impacto significante nas 
populações de vida livre. Entre ruminantes e equídeos, este impacto é óbvio. Entre bovinos e pequenos 
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ruminantes a rotação não produz pastagens livres, mas apresenta algum efeito sobre esta população de 
vida livre. 
IV. DIAGNÓSTICO: 
-Os animais de campo são todos suscetíveis às infecções verminóticas, especialmente os jovens. 
Entretanto, a presença de determinadas espécies de helmintos no trato digestivo nem sempre 
apresenta um perigo iminente. A patogenicidade e a intensidade de infecção por nematódeos 
gastrointestinais estão diretamente relacionadas com: idade e imunidade do animal, as espécies de 
helmintos, o grau de infestação e a suscetibilidade do animal e as condições ambientais (solo, relevo, 
clima, etc...) 
(1). EXAME CLÍNICO: 
-Pelos arrepiados, animal magro e com mucosas pálidas. Edemas de membros e submandibular. 
-Não é o mais indicado, pois a sintomatologia causada pelas diferentes espécies de helmintos, na 
maioria das vezes confunde-se entre si, além de assemelhar-se com a causada por outras enfermidades. 
(2). EXAME LABORATORIAL: 
-Hemograma: detecta a anemia nos animais submetidos à infestações por vermes hematófagos 
(Haemonchus sp., Cooperia sp., Bunostomum sp.) 
-Contagem de Ovos por Grama de Fezes (OPG): Fazer em aproximadamente 10% de cada categoria 
animal. Colher amostrar diretamente da ampola retal de forma aleatória. Com o OPG obteremos um 
diagnóstico de rebanho, determinando apenas a ordem dos parasitas envolvidos. Em rebanho de leite A 
e B fazer de 6/6 meses. Em rebanho de leite tipo C e de corte fazer uma vez por ano. Acima de 600 ovos 
por grama de fezes preconiza-se o tratamento emergencial do rebanho. A partir dessa técnica é possível 
identificar a ordem do parasita baseando-se no aspecto dos ovos. 
 
Ovo de Trichostrongilide 
Ovo de Toxocara vitulorum 
 
Ovo de Strongyloides 
 
Ovo de Trichuris 
-Coprocultura: possibilita a identificação do gênero do parasita através do exame da larva eclodida dos 
ovos. 
-Necropsia: a necropsia dos animais mortos é o diagnóstico de certeza. 
(3). MÉTODO FAMACHA®: 
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O Método Famacha foi criado na África do Sul com o propósito de apresentar aos produtores de ovinos 
uma nova alternativa de controle não química de helmintos, baseada no tratamento seletivo dos 
animais com maior grau de parasitismo. Esse método leva em consideração que a maioria dos animais 
de um mesmo rebanho, apresenta baixo grau de infecção e, somente um número inferior a 20% dos 
animais, deve conter níveis indesejáveis de infecção a ponto de causar perdas econômicas significativas. 
 
Desenvolvido exclusivamente para identificar infestações por Haemonchus contortus, uma vez que 
correlaciona o grau de anemia do animal com a carga parasitária desses helmintos. Essa correlação é 
feita através da observação da coloração da mucosa ocular dos animais parasitados e posterior 
comparação com uma tabela de referência. 
 
V. CONTROLE: 
(1) CONTROLE QUÍMICO: 
(a).Tratamento Curativo ou Tratamento Clínico: 
-É aquele método em que o criador só trata os animais quando esses apresentam a verminose clínica. 
Tais animais representam uma importante fonte de contaminação ambiental. 
-Considerando a distribuição bionominal, estes animais são justamente aqueles 10% do rebanho 
(animais de “fundo”) que albergam 50% da população parasitária. O tratamento desses animais garante 
que uma alta carga de helmintos seja eliminada do rebanho. Contudo, o ideal é que não exista 
necessidade que esse tipo de medida seja tomada, uma vez que no momento em que este tratamento é 
feito, a verminose já causou todo o prejuízo aos animais acometidos. Este tipo de tratamento não 
melhora a produtividade dos animais e nem elimina a carga parasitária do ambiente, pois as populações 
de vida livre permanecem altas nas pastagens. 
-A necessidade de se empregar o tratamento curativo no rebanho está diretamente ligada a problemas 
de manejo que permitiram que a doença clínica se manifestasse. Situação em que o tratamento curativo 
não pode ser evitado é ideal que os animais tratados sejam posteriormente submetidos a uma dieta 
com maiores índices nutricionais. Desta forma, o vermífugo deve funcionar como um “ponta pé” inicial à 
recuperação do bovino, aliado à conscientização do produtor no sentido de implementar medidas de 
prevenção e de controle estratégico na propriedade. 
(b).Tratamentos Tradicionais: 
-Os tratamentos anti-helmínticos tradicionais são os mais usados e estão geralmente associados aos 
aspectos culturais do meio rural que são passados de uma geração para outra. 
-O mais comum é aquele que consiste em duas vermifugações, geralmente em todo o rebanho, uma na 
entrada da estação chuvosa e outra na entrada da estação seca. Este método não apresenta quase que 
nenhum efeito sobre as populações de vida livre (95% da população total) e seus resultados são 
semelhantes aos obtidos com os tratamentos curativos, consistindo basicamente na melhoria do estado 
orgânico daqueles animais mais severamente acometidos pela verminose. 
-Outra falha deste tratamento é que ele geralmente inclui animais adultos da propriedade, que muitas 
das vezes não necessitariam de serem tratados por já estarem reistentes às verminoses. Tais animais 
são justamente os mais pesados, portanto, com as dosagens mais caras. 
(3). Tratamento Estratégico: 
-São tratamentos suportados por trabalhos científicos realizados no campo e que têm como principal 
objetivo a diminuição das populações de vida livre, atingindo como alvo direto a população em 
parasitose. 
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-Considera-se este método racional por basear-se em conhecimentos epidemiológicos, levando-se em 
conta principalmente as condições climáticas da região: 
 
 
-Considerando que o Brasil é um país continental a distribuição pluviométrica vai variar de acordo com 
as regiões. O mapa acima assinala os meses de seca nas diferentes regiões do Brasil. De acordo com o 
mapa, no estado de Minas Gerais a época seca ocorre nos meses de Julho, Agosto e Setembro. 
-Na época das águas, as populações de vida livre estão aumentadas, pois as condições ambientais são 
favoráveis ao parasita. Com isso, a translação parasitária nesta época, ou seja, a passagem dos parasitas 
da vida livre para a vida parasitária é muito alta. Além disso, reinfecções são intensas e constantes o que 
inviabiliza um tratamento neste período no sentido de diminuir as reinfecções. Por outro lado, as 
pastagens apresentam os maiores índices nutricionais, permitindo que os animais mantenham um 
padrão orgânico de resistência frente às verminoses. 
-Na época seca, as condições ambientais não são favoráveis ao parasito (↓ UR e Tc°), com isso ocorre 
naturalmente uma queda muito grande do número de larvas nas pastagens e a quantidade de parasitos 
nos animais é significativamente maior que a observada na época das chuvas. Além disso, na época da 
seca, embora a translação esteja diminuída, os bovinos sentem mais os efeitos das verminoses, pois 
geralmente estão com a resistência orgânica diminuída em função do baixo valor nutricional das 
pastagens. 
-Baseando-se neste dados, a melhor época para se tratar os animais e atingir com maior intensidade a 
população de vida livre é durante a época seca, quando a relação população parasitária / população de 
vida livre, é maior. 
-Considerando os três meses mais secos de cada região, preconiza-se as três vermifugações: 1ª no mês 
anterior ao primeiro mês mais seco, 2ª no segundo mês mais seco, 3ª após o terceiro mês mais seco. No 
caso do Brasil Central, estes três meses seriamjunho, julho e agosto. Portanto, as três vermifugações 
seriam em maio, julho e setembro: 
Maio (Entrada da Seca): Nessa época os animais apresentam um maior número de vermes 
dentro do trato gastrointestinal. Nosso objetivo é limpar os animais e impedir novas infecções 
através do pasto. O ideal é se utilizar antihelmíntico de largo espectro que atinjam todas as 
formas de desenvolvimento do parasito (ovo, larva e adulto). Desta forma, produtos a base de 
JJA 
OND 
JAS 
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Benzimidazóis são os mais recomendados: Endazol, Panacur, Albendathor, 
Ricobendazole, etc... 
Julho (Durante a seca): Este é o período crítico da verminose. A tendência é de haver um maior 
número de vermes adultos dentro dos animais e, sendo uma época de escassez alimentar, o 
parasitismo interno começa a prejudicar a boa performace dos animais. Neste caso, quando o 
tratamento foi corretamente realizado na entrada da seca (maio) espera-se que caso ainda 
exista algum parasito interno, essa Segunda dosificação seja capaz de eliminá-lo. O produto 
normalmente recomendado é aquele a base de levamisol (Ripercol) ou Tetramisol 
(Agroverm), pois o objetivo é controlar parasitas adultos e larvas remanescentes do 
tratamento anterior. É uma época do ano em que poucos ovos e vermes são depositados no 
pasto devido à falta de calor e de umidade, por isso não há necessidade de se utilizar drogas 
mais caras: o levamisol e o tetramisol cumprem perfeitamente o seu papel. 
Setembro (Final da Seca): Com o fim da seca e início das águas, o número de larvas no pasto 
começa a aumentar. Os vermes adultos iniciam a postura de seus ovos, tornando-se necessário 
defender os animais contra o próximo período de intensa proliferação deles nos pastos. Além 
disso, inicia-se aí um novo período de intenso parasitismo por ectoparasitas, como o berne e o 
carrapato. O objetivo do tratamento nessa época é combater a proliferação dos vermes, tanto 
dentro dos animais como fora destes e também reduzir a infestação por ectoparasitas. Assim 
podem ser utilizadas drogas como as avermectinas (Abator, Dectomax, Baymec, 
Ivermectin, Ivomec, Ivotan, Cydectin, etc...) 
DROGA MAIO JULHO SETEMBRO 
Benzimidazois X 
Levamisol X 
Avermectinas X 
-É importante salientar que para que o tratamento seja economicamente compensável, todos os 
animais até os 30 meses de idade devem ser incluídos no programa e que existem variações de acordo 
com o tipo de criação e manejo: 
Gado de Corte: 
Vermifugar os animais a partir da desmama (7 meses) até 24 meses de idade. 
Vermifugar os bezerros no dia da desmama que pode coincidir c/ a época seca 
Animais adultos podem ser submetidos à vermifugação tática 
 
Gado de Leite 
Vermifugar os bezerros nos primeiros dias de vida p/ previnir infecção por Strongyloides e Toxocara 
vitulorum 
Após a desmama, vermifugar as bezerras a cada dois meses até completarem um ano de idade. 
Vermifugar as vacas (até 30 m) em lactação nas épocas determinadas (M,J,S), podendo dar um reforço 
no meio da época das águas. 
Vermifugar vacas e novilhas no terço final da gestação. Melhor utilizar o Levamisol (Ripercol) por não 
apresentar efeito teratogênico. 
 Ovinos 
São afetados durante toda a vida uma vez que a imunidade não é eficiente. Além disso, sofrem muito com 
os efeitos clínicos das verminoses. 
Além do prejuízo causado pela doença clínica, os helmintos de ovinos e caprinos, principalmente o 
Haemonchus contortus têm apresentado altos índices de reisistência aos anti-helmínticos presentes no 
mercado (ver tabela abaixo). 
Desta forma preconizam-se dois esquemas de tratamento. No primeiro são feitas aplicações nos meses de 
janeiro e março além do controle estratégico tradicional nos meses de maio, julho e setembro. No 
segundo os animais são tratados nos meses de janeiro e março e de maio a dezembro dependendo dos 
resultados do OPG. 
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Os cordeiros são submetidos ao mesmo esquema de tratamento que os bezerros de leite. 
Tabela: Resistência do H. contortus às diferentes drogas anti-helmínticas no Brasil 
 Benzimidazóis Levamisol Combinação Ivermectina Closantel 
Resistência 90% 84% 73% 13 20 
 Caprinos 
Também sofrem muito com a infecção clínica e, por serem muito suscetíveis mantém a infecção no plantel 
durante todo o ano. 
O esquema de tratamento respeitado é o preconizado para o controle estratégico na nossa região e, caso 
haja necessidade, vermifugações a cada dois meses durante todo o ano. 
(4). Tratamento Tático: 
-São tratamentos que não podem ser previstos, sendo estipulados pelo veterinário responsável pelo 
programa de controle estratégico, e são baseados em diversos fatores: 
Modificações climáticas em anos atípicos, levando a alterações da dinâmica das populações de vida 
livre nas pastagens, o que pode adiantar ou atrasar o início das vermifugações. Muito comum em 
anos em que a estação seca começa durante os meses chuvosos ou naqueles em o índice 
pluviométrico é muito alto, ocorrendo chuva durante todos os meses. 
Aquisição de animais novos para a propriedade. Neste caso, se a droga utilizada for o Benzimidazol, 
o efeito ovicida só ocorre a partir de 8 horas pós tratamento sendo necessário deixar o animal em 
“quarentena” durante esse período. As drogas Levamisole e Ivermectina não são ovicidas, e os 
animais devem ser retidos até 48 horas pós- tratamento. De qualquer forma, é importante tratar 
com pelo menos dois grupos de anti-helmínticos, evitando o insucesso do tratamento caso haja 
resistência da população a um dos grupos. 
Vacas no parto. Fazendo parte do controle estratégico, é muito importante que tanto vacas como 
novilhas sejam vermifugadas ao parto, pois é nessa época que elas eliminarão mais ovos nas 
pastagens. Neste caso, essa medida tem um efeito significativo e indireto nos bezerros, pois as 
vacas produzem mais leite e contaminam menos as pastagens. No caso de ovelhas, esta 
vermifugação no pós parto é importante porque elas podem inclusive apresentar sintomas clínicos 
da verminose caso não sejam tratadas. 
Em regiões onde ocorrem Ostertagia spp, é recomendado um tratamento com antihelmíntico 
efetivo contra larvas hipobióticas durante o verão, quando praticamnete toda a população está em 
hipobiose e nenhuma larva está viva nas pastagerns. Este tratamento pode ser feito com 
Benzimidazóis em dosagem maior ou com Avermectinas na dosagem convencional (99% eficaz). 
Antes de colocar os animais em uma pastagem que ficou em repouso, deve-se vermifuga-los 48h 
antes para diminuir a contaminação desta pastagem. Se for um local com histórico de resistência, 
usa-se dois tipos de antihelmínticos. 
(2). CONTROLE BIOLÓGICO: 
-Através do emprego de coleópteros do gênero Dichotomius (rola bosta). Esses besouros enterram as 
fezes existentes nos pastos, impedindo a saída das larvas infectantes. Um besouro tem capacidade de 
enterrar um bolo fecal de 500g a 60 cm de profundidade, durante 24 horas em período chuvoso. 
-Outra alternativa que tem sido testada é a utilização de fungos nematófagos. Exitem quatro principais 
tipos de fungos: (1). Os Predadores (Arthrobotrys oligospora e Harposporium anguillulae), (2). Os 
Endoparasitas (Drechemeria coniospora), (3). Os Oportunistas que parasitam ovos e (4). Os produtores 
de metabólitos tóxicos para os nematóides. 
-Embora o controle de nematódioses continue a ser realizado por anti-helmínticos, pesquisas que 
tornem o controle biológico e biotecnológico viáveis são necessárias. As pesquisas têm explorado o 
desenvolvimentode vacinas contra helmintos ou o desenvolvimento de animais geneticamente 
resistentes a nematódeos parasitas. Em contraste, poucas investigações têm sido realizadas para a 
viabilização do controle biológico de nematódeos. 
(3). CONTROLE FÍSICO: 
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-Rotação de pastagem: não funciona na maioria dos estados brasileiros devido ao longo período de 
sobrevivência das larvas nas pastagens. 
-Construção de esterqueiras: a fermentação da matéria orgânica (chorume) elimina grande quantidade 
das larvas infectantes. 
-Construção de bezerreiros deve ser feita sempre acima do curral. 
-Alternância de pastagens de ruminantes c/ pastagens de equïnos. 
-Cimentar ou jogar cascalho em volta do bebedouro, malhadouro e comedouro dos animais (Locais de 
maior acúmulo de fezes). 
-Evitar o acúmulo de fezes nas instalações e nos piquetes. 
-Formação de bancos de proteínas (leguminosas) como suporte nutricional p/ os animais nas épocas de 
menor disponibilidade de alimentos. 
-Evitar promiscuidade entre espécies animais. A separação deve ser feita por faixa etária procurando 
ajustar a carga animal ao espaço disponível.

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