Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
103 Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR Escola de Ciências Agrárias e Medicina Veterinária – ECAMV Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Parasitologia Veterinária Professores Marconi Farias e Kung Darh Chi Louise Helene Bacher IMUNOLOGIA VETERINÁRIA Curitiba 2015 INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA Sistemas de defesa Barreiras físico-químicas Barreira celular DEFINIÇÕES Imune (latim immunitas) – isento ou livre de Imunologia = ciência que estuda os mecanismos pelos quais os vertebrados conseguem se manter livres da maioria das doenças DIVISÕES DA IMUNIDADE Imunidade inespecífica/inata/natural física Imunidade inespecífica/inata/natural química Imunidade inespecífica/inata/natural celular Imunidade específica/adquirida ativa infecção Imunidade específica/adquirida ativa imunização Imunidade específica/adquirida passiva materna Imunidade específica/adquirida passiva antisoro DEFESAS NATURAIS – BARREIRAS FÍSICO-QUÍMICAS Saliva – enzimas antibacterianas Lágrimas – enzimas antibacterianas Pele – prevenção de entrada Mucosas – preensão de micróbios etc Ácido estomacal – baixo pH mata micróbios DEFESAS NATURAIS – BARREIRA CELULAR Neutrófilo Macrófago Eosinófilo Mastócito Basófilo IMUNIDADE ESPECÍFICA PASSIVA Anticorpos produzidos por outro indivíduo Materna ou antissoro Indivíduo recebe passivamente a imunidade Sistema imunológico específico do indivíduo NÃO é ativado Portanto NÃO existe memória própria IMUNIDADE ESPECÍFICA ATIVA Sistema sofisticado e complexo de órgãos e células Inicia funcionamento com o crescimento Necessita de exposição prévia por doença ou vacina Sistema imunológico específico do próprio indivíduo é ativado Resposta altamente específica com produção de células efetoras e/ou anticorpos Guarda memória do invasor e da resposta IMUNIDADE NATURAL Sistema de defesa primário Ativo ao nascimento – inata Alta eficiência Inespecífica Destrói qualquer corpo estranho NÃO guarda memória da defesa BARREIRAS FÍSICO-QUÍMICAS Microbiota Pele Mucosas MICROBIOTA Compete por local físico e por nutrientes Secreta produtos antibacterianos Mentem estável as defesas locais PELE Queratina – descamação, pelos, penas, unhas, garras, cascos Dessecação Ácidos graxos (baixo pH) – glândulas sebáceas Microbiota local MUCOSA Conjuntiva Respiratória TGI Uro-genital Glândula mamária Muco, fluxo Enzimas, proteínas, pH, microbiota local MUCOSA CONJUNTIVA Fluxo lacrimal Lágrima: lisozima, lactoferrina MUCOSA TRATO GASTRO-INTESTINAL Saliva – lisozimas, peroxidases Suco gástrico – HCl, baixo pH, pepsina, lipases Suco pancreático – alto pH, proteases, lipases Microbiota entérica Muco, fluxo/peristaltismo Vômito/diarreia MUCOSA TRATO URO-GENITAL Baixo pH (acidez) Fluxo (urina) Microbiota local MUCOSA RESPIRATÓRIA Mucosa ciliada Muco Fluxo – tosse/espirro BARREIRA CELULAR Origem da barreira celular: Hematopoiética – hematopoiese Produção de células sanguíneas Medula óssea de ossos longos, do esterno, das vértebras, dos ossos do ilíaco e costelas Todas as células do sangue originam-se das: CÉLULAS TRONCO PLURIPOTENTES** Hemácias, plaquetas e leucócitos** DIFERENCIAÇÃO – LEUCÓCITOS Células Tronco Pluripotentes diferenciam-se: Células progenitoras MIELÓIDE Sistema mielóide Sistema mononuclear-fagocítico Células progenitoras LINFÓIDE Sistema linfoide TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE MATERNA IMUNIDADE PASSIVA DOS ANIMAIS Transmissão da imunidade humoral da mãe para a prole Conforme espécie animal pode ser via: ovário/oviduto, placenta ou colostro VIA OVÁRIO-OVIDUTO Da mãe: Circulação IgG ovário (saco vitelínico) Secreção IgA oviduto (albumina) Para o embrião/feto: Pelo cordão umbilical o embrião recebe IgG do saco vitelínico – circulação embrionária Pela ingestão da albumina recebe IgA no intestino No recém-nascido: Circulação – IgG Intestino – IgA VIA PLACENTA Via placentária: Separa o sangue da mãe e do feto 6 camadas TIPOS DE PLACENTA – NÚMERO DE CAMADAS Varia de acordo com as camadas da mãe em contato com o epitélio coriônico fetal: Epiteliocoriônica: 6 camadas Todas as camadas íntegras Equino e suíno Sindesmocoriônica: 5 camadas Derivação da anterior Dissolução do endométrio e contato com o tecido conjuntivo Ruminantes Endoteliocoriônica: 4 camadas Dissolução do endométrio e tecido conjuntivo Contato com o endotélio Carnívoros Hemocoriônica: 3 camadas Dissolução de todas as camadas maternas Primatas e roedores TRANSMISSÃO VIA PLACENTA – NÃO É SIGNIFICATIVA PARA MAMÍFEROS DOMÉSTICOS VIA COLOSTRO FORMAÇÃO DO COLOSTRO Inicia na fase final da gestação (última semana) Estrogênio/progesterona aumentam a permeabilidade da glândula mamária (GM) Acúmulo de proteínas séricas na GM Predomínio de IgG (60-90%) Baixa significativamente 24-36h pós parto Cessa com a lactogênese IMUNOGLOBULINAS NO COLOSTRO CAPACIDADE DE ABSORÇÃO DO COLOSTRO Aumento da permeabilidade do TGI (duodeno) recém-nascido Permeabilidade máxima em aproximadamente 2-6h pós-parto Absorção intestinal intensa Baixa permeabilidade 24h pós-parto IDADE X ABSORÇÃO NÚMERO DE PARTOS X QUALIDADE DO COLOSTRO Número de partos da mãe Porcentagem de anticorpos Resultado de maior exposição a antígenos – quantidade e variedade NÍVEIS DE IMUNOGLOBULINAS NO LEITE IMUNIDADE VIA LEITE Anticorpos adquiridos pelo leite (sIgA local) até o desmame Mais importante para espécie suína Leitões SIgA via leite no intestino (imunidade local) IMUNOGLOBULINAS NO LEITE IMUNIDADE DO LACTENTE FALHAS NA TRANSMISSÃO DA IMUNIDADE Baixa produção de colostro: Parto ou lactação prematura (equina) Baixa ingestão de colostro: Órfão (todas espécies) Competição entre múltiplos (suína) Rejeição (todas espécies) Baixa absorção de colostro: Predisposição (equino) SUBSTITUTOS DO COLOSTRO MATERNO Ama-de-leite Congelado Pasteurizado/congelado Em pó Gamaglobulina injetável ANTÍGENOS ANTÍGENO: Substância que se liga a um anticorpo ou receptor, portanto tem a capacidade, ou é antigênica, ou de possuir antigenicidade IMUNÓGENO: Substância que provoca resposta imune específica, portanto tem capacidade, ou é imunogênica, ou de possuir imunogenicidade OBS: Todo imunógeno é um antígeno, mas nem todo antígeno pode ser um imunógeno CARACTERÍSTICAS Antígeno: Ser estranho Composição e complexidade química Estabilidade estrutural e química Tamanho (>10 kDa) Composição e complexidade do antígeno: Homopolímeros Heteropolímeros Ácidos nucleicos Lipídeos Polissacarídeos Lipoproteínas Glicoproteínas Proteínas Estabilidade estrutural e química dos antígenos: Tamanho e peso molecular dos antígenos: Karl Landsteiner, 1920 Antígeno incompleto – hapteno (haptien – unir) Pouco ou não imunogênicos Moléculas pequenas <1000 Da Polipeptídeos, polissacarídeos, heteropolímeros Carreador – molécula imunogênica Ligando carreador com hapteno = conjugado hapteno-carreador > imunogenicidade do hapteno ANTÍGENOS ANTI-HAPTENO REAÇÃO ALÉRGICA À PENICILINA Um dos resultantes da metabolização da penicilina é o peniciloil Conjugado albumina + peniciloil Sensibiliza o indivíduo Formação de Ab anti-penicilina Reação alérgica EPÍTOPOS Partes do antígeno onde ocorre a ligação com o anticorpo ou receptor Local de reconhecimento pelos sítios de ligação Cada macromolécula possui vários epítopos Média de 1 epítopo / 5 kDa de molécula EPÍTOPOS IMUNODOMINANTES Alguns mais imunogênicos que outros Epítopos imunodominantes Topografia Conformação Resposta mais intensa ORIGEM DOS ANTÍGENOS Interna/Endógena: Produzidos pelas próprias células Auto-antígeno para identidade do indivíduoExterna/Exógena: Bactérias Vírus Fungos Parasitas ANTÍGENOS BACTERIANOS Estruturas bacterianas Parede celular Cápsula Pili Flagelo Toxinas ANTÍGENOS BACTERIANOS GRAM POSITIVOS ANTÍGENOS BACTERIANOS GRAM NEGATIVOS Cápsula Flagelo Lipopolissacarídeos ANTÍGENOS VIRAIS – EXTRACELULAR ANTÍGENOS VIRAIS – INTRACELULAR Os antígenos virais serão sintetizados pela célula infectada, portando antígenos endógenos ANTÍGENOS PARASITÁRIOS Exemplos: Giárdia Leishmaniose – leishmania sp. ANTÍGENOS AMBIENTAIS Ácaros Pólen Alimentos Poeira Vacinas Fungos ANTICORPOS ANTICORPOS OU IMUNOGLOBULINAS Glicoproteína sérica Produzido pelos plasmócitos após ativação de células B Possui sítio de ligação específica de alta afinidade para Ag ESTRUTURA FRAGMENTOS Porter & Eldman – 1972 Digestão com papaína Fab – fragmento antigen binding ou ligação com Ag Fc – fragmento cristalizável CADEIAS Tratamento com mercapto-etanol Divisão de cadeias de aa 2 cadeias leve (L) 2 cadeias pesada (H) REGIÕES Dividido em 2 regiões Região variável (V) Região constante ( C) No meio: dobradiça ou hinge Região de dobradiça ou hinge: Estrutura flexível Mobilidade dos braços Fab Ausente no IgE e IgM monômero DOMÍNIOS – ATIVIDADES Domínios região variável: VH e VL – sítio de ligação com Ag Domínios região constante: CH1 E CL: estabilizadores CH2: ativação do complemento CH3: ligação com FcR CH4: apenas IgM e IgE SÍTIO DE LIGAÇÃO DO AG Uma vez estabelecida, a recombinação somática toma sequência gênica permanente no DNA da célula B Memória – Ab com sítio Ag-específico GENES DA REGIÃO VARIÁVEL (V) FcR Sítio de ligação Ligação com antígeno, cada antígeno tem seu molde Induz anticorpo a formar o sítio de ligação AFINIDADE E ESPECIFICIDADE Especificidade: Complementariedade entre a conformação das superfícies e os aminoácidos da ligação Ag-Ab Afinidade: Força da ligação entre o Ag e o Ab Indica a tendência dos Ab em formas complexos estáveis com o Ag Avidez – “conjunto de forças” (multivalência) Obs: Quando há especificidade e afinidade – positivo (surge resposta Quando não há especificidade e afinidade – negativo Quando não é específico mas surge resposta – falso positivo FORÇAS DE LIGAÇÃO COM Ag Forças não covalentes: Forças eletrostáticas ou ligações iônicas Pontes de hidrogênio Forças de Van der Waals Forças hidrofóbicas DIFERENTES Ab CONTRA O MESMO Ag Ab contra um Ag = somatória dos Abs contra cada epítopo do antígeno Os Abs são chamados de IDIOTIPOS Cada grupo se diferencia apenas pelo seu sítio de ligação com o Ag IDIOTIPOS Anticorpos da mesma classe com diferentes sequências de aa da região V devido rearranjos particulares dos genes VH e VL Sítios Ag-específicos RECOMBINAÇÃO SOMÁTICA Rearranjo dos segmentos gênicos da região V Cria novas sequências de DNA responsáveis pela expressão das cadeias da região V formando sítio de ligação do Ag específico e único ATIVIDADES BIOLÓGICAS Opsonização para fagocitose Aglutinação aglomeração de aglutinina ( anticorpo) Precipitação anticorpo – aglomeração de moléculas solúveis Neutralização neutraliza vírus, bactérias – impede que infecte uma célula hospedeira Fixação do complemento proteínas séricas Opsonização se liga a um receptor, para facilitar fagocitose CLASSES OU ISOTIPOS Anticorpos de um mesmo indivíduo, mas com diferentes sequências de aa da região C da cadeia H devido a expressão de diferentes genes Classes: IgG IgM IgA IgE IgD CARACTERÍSTICAS GERAIS ATIVIDADES BIOLÓGICAS ANTICORPOS CIRCULANTES ANTICORPOS POLICOLONAIS E MONOCLONAIS Ab MONOCLONAIS HIBRIDOMAS TIPOS DE ANTICORPO – RESUMO IgA – Imunoglobulina A 2 subtipos: IgA 1 e IgA 2 A cadeia H (pesada) da IgA é sempre alfa Monômero, dímero ou trímero Imunidade das mucosas IgD – Imunoglobulina D Não há subtipos A cadeia H (pesada) IgD é sempre delta Sempre monômero Função não tão bem definida ainda pela literatura Receptor antigênico da célula B inativa IgE – Imunoglobulina E Não há subtipos A cadeia H (pesada) da IgE é sempre épsolon Sempre monômero Hipersensibilidade imediata – mas se ligam rapidamente nos mastócitos e normalmente não são encontrados em exames de sangue IgG - Imunoglobulina G 4 subtipos: IgG 1, 2, 3 e 4 A cadeia H (pesada) da IgG é sempre gama Sempre monômero Várias funções, mas principalmente combate de agentes infecciosos na resposta imune adaptativa IgM – Imunoglobulina M Não há subtipos A cadeia H (pesada) da IgM é sempre micro Sempre pentâmero (5 imunoglobulinas ligadas por intermédio da cadeia J) Possui 3 domínios Ig na cadeia pesada, que a diferencias das outras imunoglobulinas Capacidade de ativar o sistema complemento Inativa série de toxinas Valência enorme Valência = quantidade de Ag com que um Ab se liga – depende de monovalência, bivalência ou polivalência Pus: Leucócitos (neutrófilo) + bactéria Abcesso: Acúmulo de pus Flegmão: Bactéria se espalha Neutrófilo cerca a bactéria : Cápsula de tecido conjuntivo Bacterimia: Choque séptico Neutrófilo sai do tecido hematopoiético Leucofagocitose: Limpa tecido Fagocita células mortas Neoplasia: Aspecto duro Granuloma: Agente mata neutrófilo macrófago tenta englobar agente invade macrófago célula gigante macrófago aumenta, rico em proteínas lisossomo para digerir agente agente invade macrófagos se unem célula multinucleada se o agente invade, o organismo faz uma cápsula fibrosa de tecido conjuntivo (fibrose), calcifico. Micobactérias: Tuberculose, lepra Fístula: Organismo tenta drenar agentes infecciosos Bactéria filamentosa: Enovela uma na outra RESPOSTA IMUNE – IMUNIDADE NAS SUPERFÍCIES CORPÓREAS - RESUMO IMUNIDADE NAS SUPERFÍCIES CORPÓREAS Superfícies de mucosa: IgA, IgM (exclusão imune), IgG e IgE (eliminação imune) Sistema tegumentar Sistema respiratório Sistema digestório Sistema gênito urinário Glândulas mamárias Conjuntivas RESPOSTA IMUNE INATA Barreiras físicas Pele, muco, cílios de expulsão Emulsão epitelial lipídica (colesterol, ácidos graxos essenciais e ceramidas), fauna bacteriana comensal (impedem a adesão de microrganismos patogênicos por competição) Pele, trato respiratório, mucosa intestinal (colon), regulação de pH, camada córnea e fluxo do leite Células epiteliais produzem: peptídeos microbianos – beta defensivas, catelecidinas – defesa contra bactérias e fungos RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA Lembrando o caminho! Antígenos exógenos células dendríticas órgãos linfoides apresentação antigênica aos linfócitos IL1 Th0 Th2 IL4/IL13 linfócitos B IL6 plasmócitos IMUNOGLOBULINAS IgA Único Ab que consegue ficar dentro das células Não deixa com que microrganismos se adiram nas células de mucosa AGIR POR EXCLUSÃO IMUNE – em Ags ligados a flúidos de tecidos, dentro de células ou em cavidades, como o lúmen intestinal Citocina CHAVE liberada com linfócito Th2 fator transformador de crescimento beta – TGF-beta Mais presente em secreções de superfície: saliva, flúido intestinal, secreções nasais e traqueal, lágrimas, leite, colostro, urina e secreções do trato urogenital Geralmente não há resposta gerada aos Ag alimentares IgE SE LIGA AOS MASTÓCITOS – rápida degranulação quando ativados Liberam moléculas vasoativas que causam: inflamação aguda, aumento de permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos e promove um extravasamento de fluidos, levando a um fluxo de fluido contendo grande quantidade de IgG Exemplo: antígenos parasitários Combate microrganismos de submucosas IgM e IgG Promovem fagocitose – são opsoninas IgM com Ag = COMPLEXO IMUNE = DEPÓSITO EM ARTICULAÇÕES IgG corre risco de degradação por proteases Exemplo1: IgM aumentada indica presença de toxoplasma IgG aumentada indica exposição ao toxoplasma Exemplo 2: Alergia exacerbada por alimento a distância, salmonelose e parvovirose: R: Antígenos são absorvidos pelas células M da mucosa intestinal, vão para as placas de Payer Th0 reconhece Ag por TLR (receptores Toll-Like) Th2 IL4 Linfócitos B proliferação clonal caem no sistema linfático DISTRIBUIÇÃO RÁPIDA DE IMUNOGLOBULINAS para toda a mucosa (pele, TR, TGU etc) SISTEMA COMPLEMENTO Descoberto como proteínas plasmáticas termolábeis que fazem opsonização complementando a atividade dos Ab Grupo com mais de 30 proteínas solúveis 10% do total de proteínas séricas Um dos maiores sistemas de defesa do organismo Parte da imunidade humoral inata – defesa inespecífica presente nos líquidos corpóreos PROTEÍNAS DO SISTEMA COMPLEMENTO C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8 e C9 Fator B Fator D Properdina ou Fator P MBL – Lectina Ligadora de Manose MASP – serina protease associada ao MBL MECANISMO DE AÇÃO Reação inicial dá início à formação e reação em cadeia de moléculas reativas (enzimas) entre as proteínas do complemento resultando em: Lise da célula alvo pelo complexo de ataque à membrana Formação de mediadores inflamatórios e quimiotácicos Depuração de imunocomplexos ATIVAÇÃO Ativação inicial pode ser através de 3 vias: (Ag = antígeno Ab = anticorpo) Via clássica: Ag + Ab Via alternativa: Ag da superfície do patógeno + C3b Via MBLectina: Manose da superfície do patógeno + MBL VIAS DO SISTEMA COMPLEMENTO ATIVAÇÃO DA VIA CLÁSSICA Componentes: Ag + Ab (imunocomplexo) Proteína C1 (C1q, C1r, C1s) Ativação C1 + imunocomplexo (Fc) VIA CLÁSSICA – CLIVAGEM C4 VIA CLÁSSICA – CLIVAGEM C2 VIA CLÁSSICA – C3 CONVERTASE VIA CLÁSSICA – CLIVAGEM DO C3 ATÉ FORMAR C5 CONVERTASE ATIVAÇÃO DA VIA ALTERNATIVA Componentes: Substâncias estruturais de bactérias ou células infectadas: LPS, ácido teicóico, célula sem ácido siálico C3b de ativação anteriores Hidrólise espontânea Ativação C3b + substância estrutural VIA ALTERNATIVA – ATIVAÇÃO ATÉ A FORMAÇÃO DE C3 CONVERTASE VIA ALTERNATIVA – FORMAÇÃO DA C5 CONVERTASE VIA ALTERNATIVA – FORMAÇÃO DA C3 CONVERTASE ATÉ A CLIVAGEM DO C5 ATIVAÇÃO DA VIA MBLectina Componentes: MBL – lectina ligadora de manose – proteína de fase aguda produzida em reações inflamatórias MASP1/MASP2 – serina protease associada ao MBL Resíduos manose de glicoproteínas e carboidratos da superfície microbiana Ativação [MBL + manose] ativa MASP1 para converter MASP2 em serina prótese VIA MBLectina – ATIVAÇÃO ATÉ A FORMAÇÃO DA C3 CONVERTASE VIA MBLectina – CLIVAGEM ATÉ FORMAÇÃO DA C5 CONVERTASE VIA MBLectina – CLIVAGEM DO C5 C5a E C5b C3 CONVERTASE C5 CONVERTASE } TODAS AS VIAS VIA TERMINAL – CAM COMPLEXO DE ATAQUE A MEMBRANA – CAM Neutrófilos Macrófagos Ativação complemento LISE PELO CAM: RESULTANTES DA ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO C3b – OPSONINA MEDIADORES INFLAMATÓRIOS – C3a, C5a – ANAFILOTOXINAS Degranulação de mastócitos, basófilos, eosinófilos Aumento da permeabilidade, contração do músculo liso Quimiotaxia MEDIADORES INFLAMATÓRIOS – QUIMIOTÁCICOS – ATRAÇÃO/RECRUTAMENTO DE CÉLULAS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS – OUTRAS AÇÕES C3a, C5a – agrega plaquetas C3c – liberação de neutrófilos e macrófagos C5a – aumento da expressão de CR1 E CR3 / neutrófilos C2b – aumento da permeabilidade vascular LESÕES AUTOIMUNES Acúmulo de imunocomplexos em espaços restritos inflamação crônica Glomerulonefrites Vasculites Artrites REGULAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO RESUMO DAS 3 VIAS DO SISTEMA COMPLEMENTO RESUMO SISTEMA COMPLEMENTO Via clássica: Ativada por imunocomplexo (anticorpo + antigeno) + C1 (C1s + C1r) = enzima serina protease Atrai C4 que é quebrado em A e B, a parte B se liga junto a membrana e o C2a se liga junto ao C4b formando a C3 convertase. C3 convertase (C4b2a) A C3 convertase chama a C3, assim o C3b se liga ao C4b+C2a+C3b formando o C5 convertase C5 convertase (C4b2a3b) Via alternativa: É ativada por um PAMP (fatores associados a patógenos), como LPS, RNA, gran - (estrutural) PAMPS + C3b C3b atrai o fator B que atrai o fator D que ira quebrar o C3 em C3bBa (vai para o espaço) e C3bBb O C3bBb irá atrair o fator P que ativa a c3 convertase (C3bPBb =C3bBb) A C3 convertase atrai a C3 que se juntará a C3 convertase formando a C5 convertase C5 convertase (C3bPBb3b) Fator b ativa o fator d Fatro d quebra o c3b Fator p ativa a c3 convertase Via MBLectina É ativada por MASP1+ MASP2 (serina protease) ligada a MBL (lectina ligadora de manose) C4 é atraída, sendo que a C4b se liga a molecula inicial, assim atraindo a C2a formando a C3 convertase. C3 convertase (C4b2a) C3 convertase atrai c3 que se liga na molécula formando a c5 convertase C5 convertase (C4b2a3b) Via final (complexo de ataque a membrana) C5 convertase será quebrado em C5a (vai para o espaço) e C5b se junta e atrai C6 e C7 ficando C5b67 que atrai a C8 ficando C5b678 que atrai a 9 formando C5b6789, assim começa atrai somente 9, 9 , 9 , 9. C5a e a C3b são quimiotáxicos atraindo neutrifilos, eosinofinos, macrófagos. C5a e a C3a são anafilotoxina e agregam plaquetas. Opsonina : facilitam a fagocitose. INFLAMAÇÃO Organismo entra em ação para combater algum agente Bactéria gram positiva libera exotoxinas Pode danificar tecido Prurido – coceira Reação a alimentos, fármacos, proteínas Doença autoimune Lesão no tecido RESPOSTA INFLAMATÓRIA – SEQUÊNCIA DA REAÇÃO {importante!!} Vasodilatação para aumentar quantidade de sangue, para trazer as células sanguíneas contra agente infeccioso Eritema (pele vermelha) Aumento da permeabilidade do vaso Sai líquido (plasma) Acúmulo de líquido (edema) Transudato (plasma + proteína) Exsudato (líquido com neutrófilo) MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO Histamina: Mastócitos – tecidos Liberação de histamina quando agente invade Causa vasodilatação Serotonina: Mastócitos – plaquetas Vasodilatação Estimula inflamação Autacóides: Ácido araquidônico Enzima libera para dentro da célula Cicloxigenase – libera lipoxigenase – leucotrieno – atrai leucócito Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos (vasodilatadores contra a inflamação) – promove a liberação de neutrófilos e macrófagos calor, dor, febre Aumento de leucócitos/neutrófilos – leucocitose/neutrofilia Corticoide impede ácido araquidônico entrar na célula – não deixa liberar histamina Imunossupressor / C5a atrai leucócitos Selectina: Integrina Proteoglicanos Leucócitos – aderir, rolar, sair Fibrina: Fixar leucócito na parede do vaso Fixar no tecido NADPH: Consegue matar microrganismos/lisossomais Precisa diminuir a respiração imunológica Reparação tecidual CITOCINAS: Comunicação entre um leucócito e outro (interleucinas) IL-1, TNF-a, IL-6, IL-12, INF-gama Linfócitos T citotóxicos Promove a inflamação IL-4 linfócito B plasmócito anticorpo (IgE) IL-13 aumenta espessura da parede (barreira) IL-10 fxP3 – T.reg – regulador SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA – SIRS Resposta inflamatória sistêmica a uma variedade de agressões clínicas graves que se manifesta por duas ou mais das seguintes condições: Temperatura acima de 39,7°C ou abaixo de 37,5°C Frequência cardíaca acima de 160 bpm em cães e 250 bpm em gatos Frequência respiratória acima de 20 mpm ou PaCO2 menos que 32 mmHg Leucócitos acima de 12000 cél/mm³ ou 4000 cél/mm³ ou com mais de 10% de formas jovens CITOCINAS / INTERLEUCINAS INTRODUÇÃO Respostas imunes: interações entre as diferentes populações celulares Moléculas de sinalização: citocinas e hormônios Receptores específicos Transcrição gênica As células são estimuladas para realizar funções concretas: Estimular ou inibir a divisão Estimular para que secretemsuas próprias moléculas de sinalização Induzir a apoptose CITOCINAS – conceito São polipeptídeos produzidos em resposta a microrganismos e outros antígenos, que medeiam e regulam reações imunológicas e inflamatórias FUNÇÕES Crescimento e diferenciação de linfócitos Ativação das células efetoras Desenvolvimento de células hematopoiéticas NOMENCLATURA Citocinas Interleucinas: produzidas por leucócitos e que atua em outros leucócitos ESTÍMULOS PROPRIEDADES DAS CITOCINAS A secreção das citocinas é um evento breve e autolimitado As ações das citocinas são frequentemente pleiotrópicas e redundantes Podem influenciar a síntese de outras citocinas Agem sobre outras citocinas podendo ser antagonistas ou sinérgicas Iniciam suas ações pela ligação a receptores de membrana específicos nas células-alvo Sinais externos regulam a expressão de receptores de citocina e, portanto, o potencial de resposta das células às citocinas As respostas celulares às citocinas são firmemente reguladas, e existem mecanismos inibidores por feedback para diminuir estas respostas CATEGORIAS FUNCIONAIS DAS CITOCINAS + estimuladores da hematopoiese CITOCINAS DA IMUNIDADE NATURAL TNF IL-1 Quimiocinas IL-12 IFN tipo 1 IL-10 IL-6 IL-15 IL-18 TNF – alfa É o principal mediador da resposta inflamatória aguda a bactérias gram-negativas e outros microrganismos infecciosos e é responsável por muitas das complicações sistêmicas de infecções graves Fonte celular: Fagócitos mononucleares ativados, linfócitos T ativados por antígenos, células NK (natural killer), mastócitos COX-2 IL-1 (sinergia) NOS2 Funções efetoras TLR PAMP (LPS): estimula as atividades microbicidas dos NO e MO media o recrutamento de NO e MN para o sítio de infecção Aumento local da TNF-alfa: Calor Rubor Edema Dor Perda da função IL-1 TNF-alfa nos vasos hipotálamo prostaglandinas febre tratamento Uma das citocinas responsáveis pela resposta de fase aguda ao estímulo inflamatório Atua nos hepatócitos para aumentar a síntese de certas proteínas séricas, como a proteína amiloide A do soro e o fibrinogênio Consequências da TNF-alfa: Causa supressão do apetite Síntese reduzida da lipoproteína lipase, uma enzima necessária para liberr ácidos graxos de lipoproteínas circulantes Inibição da contratilidade do miocárdio e o tônus da musculatura lisa dos vasos Causa trombose intravascular, principalmente como resultado da perda das propriedades anticoagulantes normais do endotélio Hipoglicemia Interleucina – 1 (IL-1) Age em conjunto com a TNF na imunidade natural e na inflamação Principal fonte celular: fagócitos mononucleares ativados, neutrófilos, células epiteliais e endoteliais, linfócitos IL- 1alfa IL- 1beta Ações biológicas: Mediador da inflamação local Induz febre Síntese de proteínas plasmáticas de fase aguda Produção de neutrófilos e plaquetas QUIMIOCINAS Quimiocinas citocinas quimiotáticas As quimiocinas recrutam as células de defesa do hospedeiro para os locais da infecção Regulam o tráfego de linfócitos e outros leucócitos através dos tecidos linfoides periféricos Promove angiogenese e curas de feridas Estão envolvidas no desenvolvimento de diversos órgãos não linfoides INTERLEUCINA – 12 (IL-12) IL-12 é o principal mediador da resposta imune natural inicial a microrganismos intracelulares e é o indutor essencial da imunidade mediada por células, a resposta imune adquirida Produzida por macrófagos ativados, células dendríticas e células B Estimula a produção de IFN-gama Induz a diferenciação de Th para tornar-se Th1 Potencia as funções citotóxicas de LTc e NK Redução da produção de IgE pela supressão da síntese de IL4 INTERFERON TIPO 1 IFNs tipo 1 são uma grande família de citocinas estruturalmente relacionadas que medeiam a resposta imune natural e inicial a infecções virais IFN-alfa fagócitos mononucleares e células dendríticas IFN-beta fibroblastos IFN tipo 1 inibe a replicação viral Promove sequestro de linfócitos nos linfonodos Uso clínico: IFN-alfa – hepatite viral, cânceres hematológicos IFN-beta – esclerose múltipla INTERLEUCINA – 10 (IL-10) IL-10 é inibidor de macrófagos e células dendríticas ativados e esta, portanto, envolvida no controle das reações da imunidade natural e da imunidade mediada por células Inibe a produção de IL-12 por macrófagos e células dendríticas ativadas Inibe a expressão de co-estimuladores e de moléculas do MHC classe II INTERLEUCINA-6 (IL-6) Atua na imunidade natural e adquirida É sintetizada por fagócitos mononucleares, células do endotélio vascular, fibroblastos, linfócitos, queratinócitos em respostas a microrganismos e outras citocinas (IL1 e TNF) Estimula a síntese de proteínas de fase aguda Estimula a produção de neutrófilos Estimula o crescimento de linfócitos B Inibe a geração de células t reguladoras Promove a produção da IL-2 e IL-2R Age em sinergia com a IL-4 para promover a diferenciação das células Thelper 2 Cofator junto com a IL-1 na síntese de IgM Cofator junto com a IL-5 na síntese de IgA INTERLEUCINA – 15 (IL-15) Atua como importante fator de crescimento e nas funções de sobrevivência das células T e células NK Fontes: fagócitos mononucleares e provavelmente outros tipos de células INTERLEUCINA -18 (IL-18) – FATOR INDUTOR DE IFN-gama CITOCINAS DA IMUNIDADE ADQUIRIDA IL-2 IL-4 IL-5 IFN-gama TGF-beta INTERLEUCINA-4 (IL-4) Principal citocina que estimula a troca de classe da cadeia pesada Ig da célula B, para o isótipo IgE É a citocina de “assinatura” do subgrupo Th2 Fontes: Th2 e mastócitos ativados É neutralizadp pela IFN-gama INTERLEUCINA-2 (IL-2) Produzida pelos linfócitos Th1 Fator de crescimento, sobrevivência e diferenciação para os linfócitos T Autócrino e parácrino Também age nos linfócitos T citotóxicos As células T reguladoras sempre expressam receptores para IL-2 Promovem a proliferação e diferenciação das células NK Estas células, de modo a ser sensível a IL2, o antígeno e IL-12 tem que ativar as células T e induzir a expressão de ambos IL2 e o seu receptor INTERLEUCINA – 5 (IL-5) Ativador de eosinófilos e serve como ligação entre a ativação das células T e a inflamação eosinofílica Fontes: Th2 e mastócitos ativados Eosinófilos helmintos Os eosinófilos expressam receptores Fc específicos para IgA e IgG Estimula a proliferação de células B e a produção de Ac IgA INTERLEUCINA – 13 (IL-13) É secretada pelos linfócitos Th2, TCD8+ e NK Promove fibrose como parte da fase de reparação tecidual dos estados inflamatórios crônicos Estimula a produção de muco pelas células epiteliais pulmonares Induz a troca de classe da IgE nas células B Efeitos pró-inflamatórios INTERFERON-gama É a principal citocina ativadora de macrófagos e exerce funções críticas na imunidade natural e na imunidade adquirida mediada por células contra microrganismos intracelulares Fontes: células NK, Th1, TCD8+ Atua nas células B e T, células NK e macrófagos Inibe a produção de IL-4 pelas células Th2 FATOR DE CRESCIMENTO TRANSFORMADOR/TUMORAL-beta (TGF-beta) Inibe a proliferação e a ativação de linfócitos e outros leucócitos Efeitos pró-inflamatórios e anti-inflamatórios Fontes: células T ativadas por Ag, fagócitos mononucleares ativados por LPS e muitos outros tipos celulares Regula a reparação tecidual depois que as reações imunológicas ou inflamatórias locais regridem (síntese de colágeno e angiogênese) CITOCINAS QUE ESTIMULAM A HEMATOPOIESE Fator de célula tronco IL-7 IL-3 GM-CSF Epo FATOR DE CÉLULA TRONCO (ligante de c-Kit) Ageem células tronco imaturas Fonte: células do estroma da medula óssea Necessário para tornar as células-tronco da medula óssea respondedora as outras CSFs Manutenção da viabilidade e da capacidade proliferativa das células T imaturas no timo e de mastócitos nos tecidos mucosos INTERLEUCINA – 7 (IL-7) Fontes: células do estroma Estimula a sobrevivência e a expansão de precursores imaturos comprometidos com as linhagens de linfócito T e B Essencial para sobrevivência de células T maduras naives, e células de memória INTERLEUCINA – 3 (IL-3) Multi – CSF É o produto das células TCD4 que atua nos progenitores imaturos da medula e promove a expansão de células que se diferenciam em todos os tipos celulares hematopoiéticos maduros conhecidos GM-CSF, M-CSF E G-CSF Fontes: células T ativadas, macrófagos, células endoteliais e células do estroma da medula óssea Atuam nos progenitores da medula óssea para aumentar a produção de leucócitos inflamatórios O GM-CSF promove maturação de células da medula óssea em células dendríticas e monócitos G-CSF é gerado em locais de infecção e atua mobilizando neutrófilos da medula óssea para repor aqueles consumidos nas reações inflamatórias ERITROPOETINA Promove a produção de eritrócitos a partir de células progenitoras eritróides já comprometidas Está envolvida em respostas angiogênicas na cura de feridas Parece contribuir para a angiogênese patológica na retina e em tumores CITOCINAS VIRAIS – VIROCINAS Herpes vírus humano vIL-10 CITOCINAS – REVISÃO INTRODUÇÃO Citocinas são moléculas proteicas, glicosiladas ou não, que enviam diversos sinais estimulatórios, modulatórios ou mesmo inibitórios para as diferentes células do sistema imunológico. Têm função autócrina, agindo na própria célula produtora, parácrina, atuando em células próximas e endócrina, quando sua ação é à distância. Atuam em concentrações baixíssimas e sua síntese habitualmente ocorre após estimulação antígena. INTERFERONS Os IFN-alfa e IFN-beta (tipo 1) são produzidos por monócitos, macrófagos, células linfoblásticas, fibroblastos e células infectadas por vírus. Existem 23 membros funcionais identificados como IFN-tipo 1, além de análogos sintéticos, principalmente de IFN-beta. O IFN-beta, apesar de agir nos mesmos receptores que IFN-alfa, tem atividade biológica mais diferenciada. As principais atividades biológicas dos interferons tipo 1 são a limitação da propagação de infecções virais e das parasitoses. Células infectadas por vírus produzem IFN-alfa e IFN-beta. Estes irão atuar em outras células infectadas pelo mesmo vírus, fazendo com que o núcleo desta segunda célula sintetize uma proteína anti-viral. IFN-alfa e, em menor grau IFN-beta, atuam assim na respostas anti-viral basicamente de 2 formas: degradando o mRNA-viral e inibindo a síntese proteica, com consequente inibição e replicação viral. O IFN-beta é uma molécula extremamente lipofílica, o que possibilita maior utilização clínica, podendo ser utilizado em injeções intralesionais. O IFN-gama é produzido principalmente por células T, B e NK. É sinérgico ao IFN-alfa e IFN-beta na atividade anti-viral e anti-parasitária, mas sua principal atividade é imunomediadora. Assim, entre as principais atividades do IFN-gama encontram-se a inibição da proliferação de células que sintetizam IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-13 e adiminuição da produção de algumas imunoglobulinas em situações especiais como IgG1, IgG4 e IgE. O IFN-gama aumeta a expressão dos genes do MHC classe 1 e 2. Em monócitos e macrófagos estimula a produção de receptores de alta afinidade para IgG (FcgRI), além de induzir a síntese de TNF-alfa por estas células. As células T auxiliares em repouso (Th0) podem se diferenciar em Th1 ou Th2 conforme as citocinas produzidas. Th1 são responsáveis pela síntese de IL-2, IFN-gama, IL-12, IL-16, IL-18, todas aumentando a resposta inflamatória. Th2 tem como característica a produção de IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, e IL-13, as quais podem atuar na defesa contra parasitas e fazer parte dos processos alérgicos. INTERLEUCINA – 1 Monócitos e macrófagos são a principal fonte de IL-1. Outros tipos celulares também podem produzir IL-1, como as células endoteliais, fibroblastos, miócitos, células de Langerhans e linfócitos B e T. A síntese de IL-1 pode ser induzida por TNF-alfa, IFN-beta/gama, vírus e antígenos. As atividades biológicas primordiais da IL-1 incluem: Estimulação de células CD4+, secretando IL-2 e produzindo receptores para IL-2 Proliferação e ativação de linfócitos B, neutrófilos, monócitos, macrófagos, aumentando as atividades quimiotáticas e fagocitárias Estimula a adesão de leucócitos, aumentando a expressão de moléculas de adesão pelas células endoteliais, inibe a proliferação das células endoteliais, aumenta a atividade de coagulação Estimula hepatócitos a produzirem proteínas de fase aguda de inflamação, ainda estimula a hematopoese, tanto por atuar na própria célula primordial quanto por aumentar a liberação de CSF’s, tendo ação sinérgica a estes. A IL-1beta atua no hipotálamo, exercendo a função de pirógeno endógeno, origina ainda uma alça de inibição da sua própria produção, pois estimula a liberação de CRH pela hipófise posterior. CRH atua na hipófise anterior fazendo com que haja liberação de ACTH, o qual estimula a região fasciculada do córtex da adrenal, aumentando a produção de corticoesteróides, os que irão inibir a síntese primária de IL-1 e são responsáveis pela hiperglicemia em pacientes diabéticos em processo infeccioso. Também atua aumentando a atividade de osteoclastos e adipócitos, sendo grande responsável pelo emagrecimento e tendência e fraturas de pacientes com processos infecciosos crônicos. A IL-1gama pode ser utilizada em doenças inflamatórias crônicas progressivas, retardando o curso natural da doença. FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF) Sintetizado principalmente por macrófagos (sendo que monócitos, neutrófilos, células T e NK após estimulação por LPS também o sintetizam). A produção é estimulada por IFN, IL-1, IL-2, GM-CSF, substância P, bradicinina, imunocomplexos, inibidores da cicloxigenase e PAF. A produção é inibida por ciclosporina, dexametasona, prostaglandina, IL-6, e antagonistas do PAF. TNF-alfa e TNF-beta ligam-se aos mesmos receptores no início, mas intracelularmente, após a endocitose desde complexo, exercem atividades distintas. A principal atividade biológica do TNF é uma acentuada citólise e citoestase em diferentes linhagens neoplásicas, tendo ação antitumoral importantíssima. É o principal mediador na caquexia das neoplasias malignas. As demais ações do TNF são semelhantes às da IL-1 (16). As alterações endoteliais, principalmente a perda da função de diminuição de coagulação, a atividade quimiotática e estímulo ao metabolismo oxidativo de fagócitos são ações do TNF compartilhadas com a IL-1. Tem também atividade de pirógeno endógeno, aumenta a reabsorção óssea, a atividade de adipócitos e a expressão de MHC-I e II. Diferentemente da IL-1, o TNF não tem ação em córtex da adrenal. Estimula a produção de IL-6 fazendo com que os hepatócitos produzam proteínas da fase aguda da inflamação. Altas concentrações de TNF no sangue de pacientes com septicemias correlacionam-se com a piora do prognóstico. INTERLEUCINA-2 É produzida principalmente por células T ativadas, principalmente CD4+, sendo sintetizada em menor quantidade por células B e monócitos. O principal estímulo para sua produção são as bactérias e seus produtos. Alguns parasitas também podem induzir sua síntese, além de outras citocinas como IFN-alfa e IL-1. São necessários sinais, principalmente presença de IFN-alfa e IL-1 para que haja máxima produção de IL-2. A síntese desta citocina pode ser inibida por ciclosporina A e dexametasona. Suas atividades são mediadas por um receptor de membrana, expresso em células T ativadas, em menor número em T não ativadas e B ativadas. Monócitos raramente expressam este receptor.A IL-2 é o principal fator estimulador de células T, sendo um fator de crescimento e ativação para todas as subpopulações de linfócitos T, induzindo ciclo celular para células T não ativadas e expansão clonal de células T ativadas. É um agente proliferativo antígeno específico. Ativa ainda células B, necessitando para tal de fatores adicionais, como IL-4. Estimula a proliferação e ativação de células NK, tendo assim atividade anti-humoral . Promove a síntese de IL-1, TNF-alfa/beta. INTERLEUCINAS 12, 18 E 20 O mRNA codificante da IL-18 e da IL-12 pode ser encontrado nas células de Kupffer e em macrófagos ativados, suas principais fontes. Também chamada de IGIF (fator indutor de interferon gama), a IL-18 não tem estrutura similar às outras proteínas. A ação principal da IL-12 é estimular células NK, efeito bloqueado por anticorpos anti-TNF-a. Aumenta a síntese de IFN-g em linfócitos periféricos. Está envolvida na seleção do isotipo de imunoglobulinas, inibindo a síntese de IgE. A IL-18 ativa as células NK, leva a proliferação de linfócitos T, e estimula a produção de GM-CSF, além de inibir a produção de IL-10. Aumenta a produção de IL-12. A IL-20 é uma citocina estimulatória. Promove a proliferação e ativação de linfócitos nas respostas antígeno-específicas. Não atua na migração de neutrófilos. Ativa a proliferação de queratinócitos. INTERLEUCINAS 3, 7, 9 E 11 A IL-3 é sintetizada principalmente por células T ativadas por antígenos e mitógenos e também por queratinócitos, células NK, e células endoteliais. Sua produção pode ser inibida por substâncias inativadoras de linfócitos. A IL-3 associa-se à matriz extracelular, porém ainda exercendo função parácrina. A IL-3 é uma citocina que liga o sistema imune ao sistema hematopoiético, favorecendo a proliferação e o desenvolvimento de várias linhagens celulares como os granulócitos, macrófagos e eritrócitos. Macrófagos, mastócitos, eosinófilos, megariócitos, basófilos e células progenitoras da medula óssea produzem e expressam receptores para esta citocina. A IL-7 é secretada por células estromais da medula óssea e também por células tímicas. Receptores de IL-7 são expressos em células pré-beta e em suas progenitoras. Basicamente, essa citocina estimula a proliferação das células precursoras de linfócitos B, sem afetar sua diferenciação. Estimula também a maturação de megacariócitos. A IL-9 é produzida por células CD4+ estimuladas por mitógenos ou antígenos. Seu efeito principal sobre as células do sistema imune é a proliferação principalmente de células CD4+, mastócitos, macrófagos, sendo este efeito acentuado pela medula óssea em presença de IL-3. A IL-11 é produzida por fibroblastos do estroma da medula óssea e um grande número de células mesenquimais. A IL-11 promove a resposta imune primária e secundária, modulando reações antígeno específicas. FATORES ESTIMULADORES DE CRESCIMENTO DE COLÔNIAS Os fatores estimuladores de colônias podem ser considerados citocinas, uma vez que são produzidos por células do sistema imunológico e atuam em células progenitoras. Os principais representantes são M-CSF e GM-CSF. O M-CSF é produzido principalmente por monócitos. Fibroblastos o produz em menores quantidades. Atua nas células precursoras dos monócitos, fazendo com que proliferem e assim existam maior produção de monócitos pela medula óssea. O G-CSF é sintetizado por macrófagos. Atua principalmente nas células-tronco da medula óssea estimulando sua divisão e diferenciação em polimorfonucleares, principalmente neutrófilos. INTERLEUCINAS 4, 5, 6, 10, 13 E 19 A IL-4 é uma citocina sintetizada por células Th2. A atividade principal da IL-4 é determinar o perfil da resposta imune em Th2. A IL-4 induz a proliferação e diferenciação de células B, aumentando a expressão de MHC-II, possibilitando maior ativação de Th2 e aumentando a expressão de receptores de alta afinidade para IgE em basófilos e mastócitos e de baixa afinidade em células B não ativadas. A IL-5 é produzida principalmente por linfócitos T. É um fator específico de crescimento e diferenciação de eosinófilos. Estimula a proliferação de precursores e ativação de eosinófilos. Em células B atua como importante fator na mudança de classe para produção de IgA. A IL-6 pode ser produzida por vários tipos celulares, sendo as células B, T e monócitos as principais fontes. Os estímulos para a sua síntese são IL-1, LPS e TNF. É uma citocina que influencia respostas imunes antígeno específicas e reações inflamatórias, sendo um dos maiores mediadores da fase aguda da inflamação. Estimula a produção de proteínas da fase aguda da inflamação nos hepatócitos e aumenta a concentração de zinco intracelular nestas células. Tem ainda ação importante na atração de eosinófilos para o local de inflamação. Assim como a IL-1, a IL-6 também estimula a produção de ACTH pela hipófise, estabelecendo um “feedback negativo” entre o sistema imune e o eixo neuroendócrino. A IL-10 é produzida principalmente por células CD8+ ativadas. O efeito principal da IL-10 é inibir a síntese de outras citocinas. Inibe ainda a proliferação de células Th1, mas não de Th2, diminuindo ainda a função citolítica e secretora de citocinas por Th1 e facilitando o desenvolvimento de respostas Th2. Atua como um co-estimulador para a proliferação de mastócitos e seus progenitores. A IL-13 é produzida por células Th0, Th1, Th2 e CD8+, mas não se expressa no coração, pulmão, cérebro, placenta, fígado ou músculo esquelético. A IL-13 inibe a atividade quimiotática e fagocitária de monócitos e macrófagos, reduz expressão de citocinas pró-inflamatórias e quimiocinas. A IL-13 atua diminuindo a resposta inflamatória. A IL-19 é produzida pelo estímulo de LPS bacterianos. Sua síntese é feita principalmente por monócitos ativados. Faz parte do grupo de citocinas que inibe a resposta imunológica, tanto por ação direta nas células inflamatórias, quanto pela inibição de outras citocinas, tendo como efeito importante a diminuição da síntese de IL-2. INTERLEUCINA 8 Produzida principalmente por monócitos e macrófagos. Pode ser inibida por corticoesteróides e ciclosporina A. É uma quimiocina. Sua principal ação é o grande estímulo migratório para as células do sistema imune, principalmente neutrófilos, determinando ainda um aumento da expressão de moléculas de adesão por células endoteliais. Antagoniza a produção de IgE estimulada pela IL-4, mas não afeta a produção das demais imunoglobulinas. Altas concentrações são observadas em psoríases, o que pode explicar a paraceratose e hiperceratose, uma vez que esta citocina estimula a divisão dos queratinócitos. INTERLEUCINAS 14, 15, 16 E 17 A IL-14 é isolada de células T e de algumas linhagens de B. É mitógeno para células B. Propriedades antigênicas e atividades funcionais desta citocina mostram pronunciada homologia ao fator Bb do complemento. Anticorpos contra IL-14 afetam também o fator Bb e inibem a atividade mitogênica das células B sensíveis a IL-14. A IL-15 é produzida principalmente por monócitos, sugerindo que esta citocina tenha importância na resposta imune mediada por células T do SNC. Algumas atividades da IL-15 lembram atividades da IL-2, mas diferem quanto à expressão e secreção. Seus principais alvos são linfócitos T e B ativados, levando ambos à proliferação, em especial células CD8+. Induz a proliferação de mastócitos e ativa células NK. A IL-16 é secretada por células CD8+. É um potente fator quimiotático para linfócitos, sendo seu principal alvo células CD4+. A IL-17 é produzida principalmente por células T e CD4+. A IL-17 aumenta a expressão de ICAM-1 em fibroblastos, epitélios, endotélios e estimula a secreção de IL-6, IL-8, GM-CSF E prostaglandina por estas células. Mantém a proliferação de progenitores hematopoiéticos e sua maturação preferencial em neutrófilos. CONCLUSÃO Citocinas são um grupo heterogêneo de moléculas, tendo ações antagônicas, porém muito bem balanceadas. Existem citocinas que podem ser consideradas como “inflamatórias”, pois aumentamas diferentes etapas da resposta imunológica: IL-1, IL-2, IL-6, IL-9, IL-12, IL-14, IL-15, IL-16, IL-17, IL-9 e IL-11, e os fatores estimuladores de colônias. IL-4, IL-5, e IL-6 atuam na defesa contra parasitas tendo também importância nos processos alérgicos. A IL-8 agrupa os fatores quimiotpaticos. Outras citocinas atuam como imunomoduladoras, como IL-2, TNF-g, IL-10, IL-13, IL-19, sendo as IL-10, IL-13 e IL-19 imunossupressoras. INFLAMAÇÃO, CITOCINAS, PROTEÍNAS DE FASE AGUDA E IMPLICAÇÕES TERAPÊUTICAS INFLAMAÇÃO Infecções e injúria tecidual induzem uma cascata complexa de eventos fisiológicos conhecida como resposta inflamatória, que promove proteção aos tecidos, restringindo os danos no local da infecção ou injúria, mas podendo ter efeitos deletérios quando de forma exacerbada. Em geral, uma resposta inflamatória aguda é de curta duração e, além de uma reação local, ocorre também uma reação sistêmica, chamada de resposta de fase aguda. A resposta local se inicia quando o dano tecidual e endotelial desencadeia vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Com o aumento da permeabilidade vascular ocorre extravasamento de leucócitos para os sítios inflamados. Em estágios iniciais da inflamação o tipo celular predominante é o neutrófilo, em fases mais tardias os monócitos e linfócitos também migram para o local, amplificando o processo inflamatório. Vários mediadores participam ativamente da resposta inflamatória: Quimiocinas realizam quimiotaxia de leucócitos; Enzimas plasmáticas, como bradicinina e fibrinopeptídeos aumentam a permeabilidade vascular; Plasminina degrada coágulos em produtos quimiotaticos e ativa proteínas do sistema complemento e seus derivados, como anafilotoxinas, que induzem degranulação de mastócitos e consequente liberação de histamina, e opsoninas que induzem a opsonização de microrganismos, facilitando a fagocitose; Mediadores lipídicos como tromboxanos, prostaglandinas e leucotrienos participam do processo de vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular; Citocinas (IL-1, IL-6 E TNF-a) induzem efeitos locais, tais como indução da expressão de moléculas de adesão e de quimiocinas, facilitando a migração de leucócitos, e efeitos sistêmicos como a indução de proteínas de fase aguda, levando a febre. Em alguns casos o processo inflamatório agudo não é completamente resolvido, levando a inflamação crônica, como é o caso de doenças auto-imunes ou infecções causadas por microrganismos que conseguem evadir a resposta imune. Esse tipo de inflamação acontece quando macrófagos e células T são constantemente ativados, levando ao seu acúmulo nos sítios de lesão e significativo dano tecidual. As citocinas liberadas pelos macrófagos cronicamente ativados estimulam a proliferação de fibroblastos, levando ao aumento da produção de colágeno que culmina na fibrose, característica das inflamações crônicas. PROTEÍNAS DA FASE AGUDA A reação inflamatória é acompanhada por uma resposta sistêmica conhecida por resposta de fase aguda. Essa resposta é caracterizada por febre, produção de diversos hormônios, leucocitose e produção de proteínas de fase aguda pelo fígado. Citocinas, como IL-1, IL-6, TNF-a, LIF e oncostatina M (OSM) são produzidas no local de inflamação e desempenham papel crucial na resposta de fase aguda, induzindo a produção de proteínas de fase aguda pelos hepatócitos. O pico de produção das proteínas de fase aguda geralmente ocorre entre 12 e 24 horas após o início da resposta inflamatória aguda. Entre as proteínas de fase aguda, destaca-se a proteínas C-reativa (PCR), uma vez que seu nível sérico é aumentado aproximadamente 1.000 vezes durante a inflamação aguda. Esta proteína se liga a uma variedade de patógenos, ativa as proteínas do sistema complemento que resulta na deposição de C3b na superfície do microrganismo. Este processo termina por facilitar a fagocitose dos patógenos mediada por fagócitos que expressam receptor para C3b. CITOCINAS Citocinas são proteínas de baixo peso molecular produzidas por diferentes tipos celulares do sistema imune. A produção de citocinas é desencadeada quando as células são ativadas por diferentes estímulos, como agentes infecciosos, tumores ou estresse. As citocinas atuam na comunicação entre as células, promovendo a indução ou regulação da resposta imune. As principais características das citocinas são: Uma mesma citocina pode ser produzida por mais de um tipo celular; Uma mesma citocina pode ter diferentes efeitos, dependendo das condições do microambiente / pleitropismo; Diferentes citocinas podem exercer a mesma função – redundância As citocinas podem potencializar ou inibir o efeito de outras citocinas – sinergismo ou antagonismo, respectivamente; A maioria das citocinas exerce efeitos parácrinos (ação sobre células presentes nas proximidades das células produtoras da citocina) ou efeitos autócrinos (ação sobre o tipo celular que a produz). Além disso, algumas citocinas exercem efeitos endócrinos, agindo sobre células presentes em outros locais que não os da célula produtora daquela citocina. O efeito das citocinas se dá após a ligação ao seu receptor específico expresso na superfície da célula alvo, desencadeando a transdução de sinais no interior da célula. As famílias de receptores são: Superfamília das imunoglobulinas (Ig); Receptores classe I (receptores das hematopoietinas); Receptores classe II (receptores de interferons); Membros da família de receptores de TNF; Receptores de quimiocinas. A maioria dos receptores de citocinas é composta por subunidades distintas: uma cadeia alfa envolvida na ligação a citocina e na transdução de sinais e outra cadeia beta envolvida na cascata de sinalização. Embora diversos tipos celulares possam secretar citocinas, células T, macrófagos e células dendríticas são as principais fontes produtoras de citocinas. Entre as atividades fisiológicas das citocinas, se destacam a ativação da resposta imune celular e humoral, regulação da hematopoiese e controle da proliferação e diferenciação celular. Vale ressaltar que a produção de citocinas não depende do antígeno, ou seja, não é antígeno-específica, portanto, as citocinas agem sobre qualquer tipo celular que tenha o receptor apropriado. As citocinas desempenham papel fundamental na diferenciação de células T e na ativação dos diferentes subtipos de linfócitos T. A ativação de subpopulações de células T resulta na secreção de diversas citocinas que irão determinar o perfil da resposta imune. A diferenciação de células T CD4+ em linfócitos T helper tipo 1 (Th1) ocorre na presença de IL-12 e IFN-gama que irão determinar um perfil inflamatório. A diferenciação em linfócitos T helper tipo 2 (Th2) ocorre na presença de IL-4 e determina um perfil anti-inflamatório. Para a diferenciação das subpopulações de células T, as citocinas utilizam diferentes mecanismos moleculares que irão regular o processo de diferenciação. As citocinas produzidas pelos linfócitos Th1 inibem a produção das citocinas Th2 e vice-versa, por um mecanismo chamado relação cruzada. Essa relação cruzada explica a relação inversa frequentemente observada entre produção de anticorpos, estimulada pelos linfócitos Th2, e imunidade celular, desencadeada pelos linfócitos Th1. As citocinas podem ser induzidas por uma gama de estímulos, entre eles estão os agentes infecciosos. Proteínas, lipídeos e açúcares presentes na superfície de diversos microrganismos induzem a secreção de várias citocinas, que irão desencadear uma resposta inflamatória ou alérgica. Geralmente a produção de citocinas durante as infecções é exacerbada a acaba por desencadear efeitos deletérios ao hospedeiro, como por exemplo, o choque séptico. QUIMIOCINAS As quimiocinas são pequenos polipeptídeos que fazem parte de um subgrupo de citocinas. As quimiocinas controlam a adesão, quimiotaxia e ativação de vários tipos de leucócitos. As quimiocinas desempenham papel fundamental na resposta inflamatória, recrutando células inflamatóriaspara o local da lesão por quimiotaxia. Após a ligação da quimiocina em seu receptor, ocorre a ativação de proteínas G, iniciando uma cascata de transdução de sinais que gera segundos mensageiros. As vias de transdução de sinais ativadas pelas quimiocinas promovem a ativação de integrinas nos leucócitos, levando a adesão à parede do endotélio, geração de radicais livres por agócitos, liberação de histamina dos basófilos e ativação das proteases de neutrófilos. Assim como as citocinas, as quimiocinas também estão envolvidas na diferenciação de linfócitos Th1 e Th2. Células Th2 expressam CCR3 e CCR4 que não são expressos em células Th1, enquanto que as células Th1 expressam CCR1, CCR3 e CCR5, receptores que as células Th2 não expressam. IMPLICAÇÕES TERAPÊUTICAS Com base no conhecimento do papel patogênico das citocinas e quimiocinas em diversas doenças se torna atraente o desenvolvimento de imunoterapias específicas com o objetivo de modular a resposta imune. Com isso, muitas citocinas recombinantes, receptores solúveis e anticorpos monoclonais foram desenvolvidos para o tratamento de doenças auto-imunes, rejeição de transplantes e câncer. ALÉRGENOS RH TIPO 1 - PATOGENIA AMBIENTAL Pólen Fungos Fuligem Tabaco Ácaros Aromatizantes Tinta Cola Fibras de lã ou carpetes Perfumes ALIMENTAR – TROFOALÉRGENOS Proteínas de origem animal Corantes Flavorizantes Conservantes MEDICAMENTOSO Penicilina e derivados Coleira anti-pulga Antiparasitários (pour-on) Iodopovidina INSETOS Parasitas Formigas Abelhas Vespas VACINAL Conservantes Adjuvantes FORMAS Local (pele/mucosa): Cutânea: angioedema, urticária, picada de insetos, atopia, alergia alimentar Respiratória: rinite, asma Entérica: alergia alimentar Sistêmica: Choque anafilático: respiratório/entérico (depende da espécie animal) DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE – RESUMO REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO 1 (ALERGIAS) Mecanismo das reações de hipersensibilidade do tipo 1: Numerosas moléculas biologicamente ativas são liberadas pelos mastócitos e basófilos quando antígenos se ligam de forma cruzada com duas moléculas de imunoglobulinas E (IgE) na superfície de mastócitos Algumas são produzidas imediatamente, alguma podem levar minutos ou horas NOMENCLATURA DA RH1 A IgE medeia reações de hipersensibilidade imediatas, assim denominadas porque se desenvolvem rapidamente e podem ser chamadas de ALERGIAS Os Ag que estimulam estas alergias são chamados de ALÉRGENOS Se uma reação de hipersensibilidade imediata for sistêmica e por em risco a vida, ela é chamada de ANAFILAXIA ALÉRGICA ou CHOQUE ANAFILÁTICO As vezes o animal pode ter reação similar à anafilaxia alérgica, mas não é mediada imunologicamete, assim sendo chamada de ANAFILACTÓIDE TODOS OS ANIMAIS são expostos aos Ag ambientais ou alimentares, ou até mesmo no ar inalado. A resposta comum a estes fatores são produção de IgA e IgG – SEM CONSEQUÊNCIA CLÍNICA Já ANIMAIS ALÉGENOS podem responder a estes Ag ambientais montando uma resposta de Th2 exacerbada e produzir RESPOSTA EXCESSIVA DE IgE Esta produção exacerbada de IgE é denominada ATOPIA e os indivíduos afetados são denominados ATÓPICOS CARACTERÍSTICAS LIGADAS A HIPERSENSIBILIDADADE DO TIPO 1 Interação ambiental e predisposição genética A maioria dos IgE não são encontrados na circulação, mas sim firmemente grudados em FceRI nos mastócitos CAMINHO DO Ag E RESPOSTA IMUNE Alérgenos células de Langerhans linfonodos mais próximos Linfócitos Th0 linfócitos Th2 linfócitos B plasmócitos produção de IgE (exacerbada) mastócitos FceRI (ligação cruzada com o Ag) mastócitos liberam interleucinas específicas (principalmente IL4) – estimulam a produção de IgE e Th2 degranulação de mastócitos liberação de histaminas, serotoninas, heparina, leucotrienos e mais IL4 etc inflamação aguda! Células sentinela – RECONHECEM ANTÍGENOS DE REPETIÇÃO IMUNOPATOLOGIAS – ALERGIAS Trofoalérgicos alimentares: Proteínas de ALTO PESO MOLECULAR – reconhecidas como Ag estranho Dermatite pruriginosa não sazional – semelhante à dermatite ATÓPICA Otites, coceira perilabial, lignificação, prurido interdigital e pele eritematosa em região ocular Infecções secundárias Problemas gastrintestinais em 30% dos casos Pode-se ter: irregularidade na consistência das fezes, vômito, cólicas, diarreia grave e até mesmo hemorrágica DERMATITE ALÉRGICA À SALIVA DA PULGA Escoriações, eritema, desgaste de incisivos, prurido intenso, úlceras labiais ou granulomas DERMATITE ATÓPICA Síndrome crônica multifatorial, caracterizada por inflamações e prurido na pele Prurido primário perene, responsivo a CORTICÓIDES Pré disposição à raças Barreira da pele danificada – CERAMIDAS ESTÍMULOS Bolores, granídeas, pólen, ácaros da poeira doméstica, epitélio de animais, malassezia sp, staphylococcus sp Ciclo recorrente de alergias É avaliada pelos critérios de Farvot Infecções secundárias TRATAMENTO COM IMUNOTERAPIA Teste cutâneo Criação de vacinas contra alérgenos Diminuição da produção de IgE e aumento a produção de IgG REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO 2 (CITOTÓXICO) DOENÇA AUTO IMUNE Exigem diagnóstico precoce Reconhecimento de proteínas próprias como Ag Produzem anticorpos contra si Causa NECROSE e PERDA DE FUNÇÃO Lembrando o mecanismo normal do corpo! Linfócitos Th0 – Ag extracelulares = RESPOSTA TH2 Ag intracelulares = RESPOSTA TH1 Ag próprio = mecanismo de APOPTOSE ou LINFÓCITOS T reguladores que liberam IL10 bloqueio de plasmócitos MECANISMO ANORMAL Se o organismo tem expressão de Treg ou mecanismo de apoptose suprimidos aparecem as doenças AUTO IMUNES Ag escondidos: Organismo reconhece componentes normais de dentro da célula se expondo erroneamente na superfície celular Produção de Ab contra Ag próprio Ag externo: Exposição ao sol = deformação celular = proteínas anormais se expondo na membrana celular Produção de Ab contra Ag próprio Vírus: Proteínas virais expressas na membrana celular Mimetismo antigênico: ERRO, que ao combater Ag específico acaba fazendo resposta cruzada acaba combatendo outro Ag parecido junto CAMINHO DA RESPOSTA IMUNE Proteínas normais (Ag) células dendríticas linfonodos ou linfócitos Th0 mais próximos Th2 linfócitos B anticorpos específicos a proteínas normais IMUNOCOMPLEXO ativação do sistema complemento C5a, C3b, C3a, C4a quimiotaxia para neutrófilos, macrófagos e anafilotoxinas NECROSE TECIDUAL ANEMIA HEMOLÍTICA TODOS os animais possuem antígenos (MHC) de eritrócitos que podem interferir na transfusão sanguínea e ocasionalmente causar doença hemolítica em neonatos Exemplo: A patogênese da doença hemolítica de recém nascidos em potros: R: No primeiro estágio, os eritrócitos fetais vazam para a corrente sanguínea materna e sensibilizam a égua. Em um segundo estágio, esses anticorpos são concentrados no colostro e são então ingeridos pelo potro em aleitamento. Esses anticorpos ingeridos entram na circulação sanguínea do potro e causam destruição dos eritrócitos DOENÇAS DO COMPLEXO PÊNFIGO (VÉSIO – BOLHOSAS) PÊNFIGO FOLHACEO (fogo selvagem) Produção de anticorpos contra DESMOSSOMOS SUPERFICIAIS Queimaduras autoimunes Pode ocorrer SEPSE PÊNFIGO VULGAR Produção de anticorpos contra DESMOSSOMOS PROFUNDOS Queimaduras e bolhas profundas Úlceras profundas PÊNFIGO BOLHOSO Produção de anticorpos contra HEMIDESMOSSOMOS (que unem a derme com epiderme) Ocorre disjunção destas duas camadas Bolhas profundas e úlceras Bolhas em mucosa oral Diagnóstico: Biópsia Pré disposição genética Idade avançada REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO 3 (COMPLEXO IMUNE CIRCULANTE) Quando os antígenos e anticorpos se combinam, são formados os imunocomplexos. A formação EXACERBADA deles pode causar inflamação intensa quando depositados em grandes quantidades nos tecidos Antígenos: Microbianos Medicamentosos Vacinas Alimentos Antígenos própriosAnimais que estão com hipersensibilidade do tipo 3: Linfocitose Hiperglobulinemia = IgE e IgG Deposição de imunocomplexos na parede celular Órgãos locais vulneráveis a deposição de imunocomplexos – rim, fígado, pulmãe e pele extremidades / articulações e vasos vasculite ATIVAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO C4a, C5a, C3a, C3b Quimiotácicos para neutrófilos, macrófagos e anafilotoxinas NECROSE E INFLAMAÇÃO SISTÊMICA (vários órgãos) – pela liberação de substâncias oxidantes e enzimas por neutrófilos REAÇÕES LOCAIS Ocorre quando os imunocomplexos são depositados nos tecidos REAÇÃO DE ARTHUS Inflamação aguda desenvolvida no ponto de injeção em algumas horas, pelo animal já possuir Abs precipitantes na circulação sanguínea Destruição tecidual pela deposição de imunocomplexos e ativação do complemento = AÇÃO À DISTÂNCIA A medida que a reação progride, como resultado da destruição das paredes dos vasos ocorrem hemorragias e edema, agregação plaquetária e trombose Os imunocomplexos se ligam a receptores das células sentinelas: Fc de macrófagos – estimulando a liberação de óxido nítrico, leucotrienos, prostaglandinas, citocinas e quimiocinas Fc de mastócitos – estimulando a liberação de moléculas vasoativas Aumento da inflamação REAÇÕES NA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Ocorre quando os antígenos são administrados por via intravenosa a um receptor previamente imunizado Os imunocomplexos são depositados nos GLOMÉRULOS RENAIS, causando glomerulonefrite, característico desse tipo de hipersensibilidade Podem ser depositados nos capilares sanguíneo, causando vasculite e trombos IMUNOPATOLOGIAS VASCULITE CUTÂNEA Destruição da parede dos vasos Diafase hemorrágica (manchas de sangue) Hiperplasia das paredes dos vasos – trombos Diminuição dos vãos e isquemia Necrose tecidual LÚPUS Ab contra proteínas de eritrócitos Fotosensibilização Anemia hemolítica Glomerulonefrite OLHO AZUL Condição vista em uma pequena parcela de cães Infectados ou vacinados com adenovírus canino tipo 1 Lesão ocular, é uma uveíte, que causa edema e opacidade córnea Córnea infiltrada por neutrófilos e os imunocomplexos formados pelo vírus e pelo anticorpo podem ser detectados na lesão A lesão em geral se resolve espontaneamente REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO 4 (RETARDADA OU DE FASE TARDIA) Antígenos que quando injetados na pele induzem uma resposta inflamatória de desenvolvimento lento As reações retardadas são mediadas por células T e células NK (natural killer) Lise de células da epiderme Formação de vesículas – resultado da destruição e remoção por células T citotóxicas de células alteradas Prurido intenso Erosão/úlceras Infecções secundárias Caminho da inflamação: Células de Langerhans (IL12 e IL18) Th0 Th1 liberação de TNF alfa, interferon gama e IL12 atraem linfócito T citotóxico intenção de dissolver moléculas químicas macrófagos e neutrófilos que aumentam a inflamação IMUNOPATOLOGIAS DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA Substâncias sensibilizantes Desinfetantes Plásticos Grama (resina) Coleira (couro ou metal) Roupas de lã Cimento Medicamentos tópicos Shampoo Plantas domésticas e/ou tóxicas Corante de carpetes etc OBS: DERMATITE ATÓPICA (reação do tipo 1) É DIFERENTE DE DERMATITE DE CONTATO ATÓPICA (reação do tipo 4) RESUMINDO: TIPO I : IgE, alergenos, saber o caminho, saliva da pulga, alimentos, dermatite atópica. TIPO II: autoimunes, citotóxico, necrose , agente escondido, agente externo, vírus, mimetismo antigênico, pênfigos, anemia hemolítica. TIPO III: imunocomplexo circulantes, reação de Arthus, vasculite, lúpus. TIPO IV: reação retardada, substancias inorgânicas, moléculas químicas, dermatite atópica por contato, th1 - estimula Tcitotoxicos para diluir as molecular. IMUNODIAGNÓSTICO INTRODUÇÃO Imunodiagnósticos podem fornecer informações importantes para o diagnóstico e cuidado clínico de pacientes Podem ser usados tanto para diagnóstico de doenças apresentando um envolvimento direto do sistema imune, quanto para doenças não imunológicas Podem ser divididos em: sorológico (in vitro) e cutâneo (in vivo) Testes mais estabelecidos e clássicos são voltados para a DETECÇÃODE ANTICORPOS contra patógenos indicando a presença de uma resposta imune do hospedeiro contra o agente Testes mais sensíveis podem DETECTAR ANTÍGENOS destes organismos, indicando sua presença no hospedeiro Testes imunológicos ainda podem ser utilizados para a detecção de produtos como drogas ou hormônios FINALIDADES Confirmação de uma suspeita clínica Diagnóstico precoce de uma doença Exclusão de determinada enfermidade Acompanhamento da evolução da doença Avaliação da efetividade da terapêutica TESTE IMUNODIAGNÓSTICO IDEAL Fácil execução Barato Resultado sempre preciso TESTE IMUNODIAGNÓSTICO REAL Custo elevado (maioria importado) Problemas potenciais na sua execução Usados de maneira inadequada ou interpretados erroneamente OS TESTES IMUNOLÓGICOS PODEM SER DIVIDIDOS DE ACORDO COM Metodologia ou técnica de execução Aplicação Velocidade de reação METODOLOGIA OU TÉCNICA Imunoprecipitação Imunoaglutinação Testes utilizando o complemento Ensaios receptor-ligante Imunohistologia APLICAÇÃO Método para detecção de antígenos Método para detecção de anticorpos VELOCIDADE DE REAÇÃO Ligação primária: Rápida Visível somente com uso de técnicas especiais Ligação secundária: Lenta (até 24h) Forma de imunocomplexos visíveis a olho nu SOROLOGIA DEFINIÇÃO Uso da reação Ab+Ag para diagnóstico de enfermidades PRINCÍPIO 2 etapas Combinar fontes de Ag e Ab para ligação Método de detecção da reação Ag + Ab FINALIDADE Detecção de Ab ou Ag na amostra – teste QUALITATIVO ou seletivo ou TRIAGEM Mensuração de Ab na amostra – teste QUANTITATIVO ou TITULAÇÃO REAGENTES MAIS USADOS NA SOROLOGIA Soro: Fase solúvel do sangue (sem os componentes de coagulação) Fonte de anticorpos Armazenamento por longos períodos Mais fácil de obter que o plasma + fontes das proteínas do complemento Ab Policlonais: Soro de animal hiperimune Ab Monoclonais: Hibridomas OBTENÇÃO DO SORO E PLASMA ANTICORPOS POLICLONAIS E MONOCLONAIS DO TESTE Ab MONOCLONAIS HIBRIDOMAS DILUIÇÃO Uma das maneiras de tornar quantificável um teste de imunidiagnóstico é realiza-lo com diferentes diluições da amostra A diluição: Indica a quantidade relativa de substâncias em uma solução Deve significar o volume de concentrado no volume total da solução final Razão entre o soluto e o solvente (salina) EXEMPLO 1 1:10 refere-se à 1 parte da amostra em 9 partes de solvente perfazendo 10 partes da solução final Uma diluição de 1:10 de soro com salina: 1 parte de soro + 9 partes de salina = 10 partes de solução final EXEMPLO 2 Para converter um diluição 2:30 em uma diluição de 1 para ‘algo’, é só montar um problema de razão-proporção: 2 está para 30 assim como 1 está para X 2 – 30 1 – X 2 X = 30 ou X = 15 A diluição soro em salina de 2:30 será 1:15 ou seja: 1 parte de soro + 14 partes de salina = 15 partes de solução final DILUIÇÃO SERIADA (DUPLA) Tubo 1 – 50 ul diluente + 50 ul amostra = 100ul volume final, diluição em DOBRO DA AMOSTRA ORIGINAL, ou diluição 1:2 Tubo 2 – 50 ul diluente + 50 ul tubo 1(1:2) = 100 ul volume final, diluição em DOBRO DO TUBO 1, ou diluição 1:4 (...) Tubo 8 – 50 ul diluente + 50 ul tubo 7 = qual será a diluição? DILUIÇÃO SERIADA (10x) Tubo 1 – 9ul + 1ul amostra = 10ul volume final, diluição em 10x da amostra original, diluição 1:10 ou 0,1 da amostra original/ml Tubo 2 – 9ul diluente + 1 ul tubo 1(1:10) = 10ul volume final, diluição em dobro do tubo 1, diluição 1:100 ou 0,01 da amostra original/ml Tubo 8 – 9ul diluente + 1ul tubo 7 = qual será a diluição e o título? TITULAÇÃO Determina a quantidade de Ab ou Ag na amostra Técnica – diluição seriada: diluições sucessivas da amostra original (em 2x. 4x, 10, 100x etc) Depois adiciona-se um reagente em todas as diluições Proporção da diluiçãodo último tubo com reação positiva representa o título daquela amostra O título é a recíproca da diluição TÍTULO é a menor quantidade ou concentração com reação positiva EXEMPLO 1 Numa reação de pesquisa de anticorpos positiva na diluição ½ e ¼ e negativa na diluição 1/8 e 1/16 o título é 4 EXEMPLO 2 Diluição 2x – a última diluição com reação positiva foi 1:8 (3ª diluição) O título da amostra é 8 Título ou resultado final sempre expresso em valor absoluto (8) EXERCÍCIO A alíquota de 0,2 ml de soro do paciente é adicionada a 0,8 ml de salina. Transfere-se 0,5 ml para um tubo 2 que possui 0,5 ml de salina. Este procedimento é feito até o tubo 10. As diluições foram utilizadas para testar um anticorpo de um agente infeccioso Pergunta-se: Qual a diluição inicial? Qual a diluição final? Se do tubo 1 ao 8, a reação foi positiva para o anticorpo testado, qual o título que deve ser apresentado ao anticorpo? LIGAÇÃO PRIMÁRIA Reação rápida, mas visíveis somente com uso de técnicas especiais. São testes de maior sensibilidade: Ensaio Imuno Enzimático (ELISA) Imuno-Histoquímica Imunofluorescência Radioimunoensaio Western Blotting Imunomigração IMUNO ENSAIO ENZIMÁTICO – ELISA Ab monoclonal conjugado com enzima Com adição do substrato, a enzima age produzindo a coloração (azul) ELISA – Direto/Indireto/Sanduíche/Antígeno Marcado (competitivo)/Imunomigração ELISA DIRETO Detecta presença de Ag na amostra Ab monoclonal fixado Detecta presença de Ag na amostra Ab monoclonal fixado Adiciona-se a amostra Ag liga-se ao Ab Detecta presença de Ag na amostra Ab monoclonal fixado Adiciona-se a amostra Ag liga-se ao Ab Adiciona-se o conjugado Ab-E Detecta presença de Ag na amostra Ab monoclonal fixado Adiciona-se a amostra Ag liga-se ao Ab Adiciona-se o conjugado Ab-E Adiciona-se o substrato Observar mudança de cor IMUNO-HISTOQUÍMICA Amostras citológicas ou histológicas Técnica similar à ELISA Detecta presença de Ag no tecido Conjugado com peroxidase Ao ligar-se no Ag, reage oxidando e muda de cor IMUNOFLUORESCÊNCIA Lâminas com amostras histológicas Ab monoclonal/policlonal conjugado com corante fluorescente – emite luz sob luz polarizada ou UV Corantes: fluoresceína ou luciferina (pseudomonas sp) Imunofluorescência direta: Aplica-se o conjugado + F o qual se ligará ao Ag da amostra Imunofluorescência indireta: Aplica-se o antissoro sobre a amostra. Lava-se e depois aplica-se o conjugado + F o qual se ligará ao imunocomplexo formado de antissoro + amostra RADIOIMUNOENSAIO Técnica similar à ELISA Antígeno Marcado (competitivo) Ag conjugado com radioisótopos Leitura da radiatividade do sobrenadante Detecção de hormônios e traços de drogas WESTERN BLOTTING Amostra aplicada sobre base com Ag Amostra é separada por eletroforese e adsorvida (blot) em papel Adiciona-se substrato Faz-se a leitura IMUNOCROMATOGRAFIA / IMUNOMIGRAÇÃO Princípio semelhante do ELISA (Dot/Capilaridade) Ag e/ou Ab é fixado em base de nitrocelulose Migração por capilaridade (amostra + conjugado) Dispensa a lavagem Ex: SNAP/FeLV/FIV (Ag/Ab), Cinomose Ag DISPOSITIVO SNAP PARA IMUNOCROMATOGRAFIA AULA PRÁTICA – IMUNOCROMATOGRAFIA 1 – Misturar conjugado com a amostra 2 – Colocar a mistura na cavidade da amostra 3 – Fluxo por capilaridade até o círculo de ativação mudar de cor – ativar o mecanismo 4 – Fluxo de solução tampão 5 – Fluxo de solução de substrato (cromógeno) 6 – Ação enzimática com mudança de cor PROCEDIMENTO 3 gotas da amostra + 4 gotas conjugado tampar e homogeneizar por (3-5 vezes) Dispensar a mistura na cavidade da amostra Aguardar o círculo de ativação mudar de cor e acionar o ativador Aguardar 8-10 minutos para leitura pela janela de resultados Exemplos: Feline SNAP FIV/FeLV Canine SNAP 3Dx Dirofilariose/Ehrliquiose/Borreliose Teste rápido de Cinomose Ag LIGAÇÃO SECUNDÁRIA Ligação de AgAb pode ser lenta (até 24h) e não exige técnicas especiais para tornar visível. São testes de maior sensibilidade: Aglutinação Precipitação Inibição da Hemoaglutinação Fixação do complemento Soroneutralização PRECIPITAÇÃO X AGLUTINAÇÃO AGLUTINAÇÃO Ligação de Ab a partículas não solúveis (bactérias, hemácias) Formação de grumos visíveis Testes qualitativos ou quantitativos Exemplos: Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (teste de Brucelose) Microaglutinação (Leptospirose) AULA PRÁTICA – TESTE DE BRUCELOSE – TÉCNICA DO ANTÍGENO ACIDIFICADO TAMPONADO (AAT) MATERIAL AAT (rosa bengala) Aglutinoscópio Repipetador ajustável, ponteiras, descarte TÉCNICA Colocar 0,03 ml ou 30ul soro bovino Adicionar 0,03 ml ou 30ul AAT Homogeneizar com movimentos basculantes por 3 minutos Observar formação de grumos (+) Teste qualitativo – Triagem sorológica RESULTADOS DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA BRUCELOSE Título de anticorpos em bovinos infectados com Brucella abortus ao longo do tempo Título de anticorpos em bezerras vacinadas entre 3 e 8 meses de idade com amostra B-19 da B.abortus DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA BRUCELOSE – PROVAS OFICIAIS PNCEBT Teste de triagem: Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) Rosa de Bengala Teste confirmatório: Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME) 2-Mercaptoetanol + Soroaglutinação Lenta Teste de referência e para trânsito internacional: Teste de Fixação de Complemento Teste para vigilância epidemiológica: Teste do Anel em Leite “Ring Test” PRECIPITAÇÃO Leitura depende da formação de precipitação Ocorre precipitação máxima nas concentrações equivalentes de Ag e Ab: Zona de Equivalência Excesso de Ab ou de Ag levam a formação de imunocomplexos não detectáveis: Efeito Pró-Zona IMUNODIFUSÃO Ligação de Ab com Ag solúveis Base sólida (gel de agarose) com porosidade Corte de orifícios para os reagentes Difusão por gradiente de concentração Formação de precipitado visível – precipitinas qualitativo e/ou quantitativo TÉCNICA Base de ágar – aplica-se Ag e Ab em poços equidistantes DIFUSÃO POR GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO DO Ag E Ab ATRAVÉS DO ÁGAR PRECIPITAÇÃO DOS IMUNOCOMPLEXOS NA REGIÃO DE EQUIVALÊNCIA FORMAÇÃO DA LINHA DE PRECIPITINA IMUNODIFUSÃO RADIAL DUPLA – OUCHTERLONY 1947 – Ouchterlony: técnica de imunodifusão em placa de ambos Ag e Ab (amostra) em orifícios distintos Uso (caracterização antigênica): Prova de Coggins e Teste de Leucose Bovina LEITURA E INTERPRETAÇÃO: Precipitação em forma de linha: Com arco = identidade completa Arco com esporão = identidade parcial Sem arco = sem identidade ANÁLISE DE OUCHTERLONY – DETERMINA A RELAÇÃO ENTRE Ag Reação de identidade – Ag A e B são idênticos Reação de identidade parcial ou – Ag A e B compartilham de alguns epítopos Reação de não-identidade ou inespecífica – Ag A e B são diferentes PROVA DE COGGINS – AIE TÉCNICA Sobre o ágar são feitos poços rasos equidistantes Centro – Ag purificado Alternados – amostra e controle (C+) INTERPRETAÇÃO Em relação a linha do controle: Amostra positiva forma arco contínuo ou identidade completa Amostra suspeita forma esporão ou identidade parcial Amostra negativa as linhas se cruzam ou sem identidade É um teste qualitativo TESTE DE LEUCOSE BOVINA As amostras positivas formam arcos contínuos de identidade com os controles positivos Formação de uma segunda linha de não-identidade (setas), indicando reação de Abs da amostra com Ag secundário ao Ag viral do teste INIBIÇÃO DA HEMOAGLUTINAÇÃO PRINCÍPIO Alguns vírus são capazes de aglutinar eritrócitos de mamíferos não hospedeiros Ab presentes na amostra ligam-se aos vírus
Compartilhar