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HEMÓLISE Classifica-se a hemólise em relação ao momento em que ela ocorre. A hemólise “in vitro” ocorre na colheita ou na conservação da amostra de sangue total, ou seja, fora do organismo do animal. Há vários fatores que ocasionam tal tipo de hemólise, tais como: a colocação do sangue no tubo sem tirar a agulha da seringa, a homogeneização vigorosa do sangue com o anticoagulante, o congelamento parcial ou total da amostra, a utilização de materiais de colheita úmidos e/ou engordurados, entre outros. Amostra normal Amostra hemolisada Já a hemólise que ocorre no organismo do animal é denominada hemólise “in vivo”, sendo definida como a destruição patológica e precoce de eritrócitos alterados. Há dois tipos de hemólise “in vivo”: ( hemólise intravascular: quando os eritrócitos sofrem lise (destruição) dentro dos vasos, sendo a hemoglobina (Hb) liberada na corrente sanguínea. A presença de Hb livre no sangue (fora dos eritrócitos) é denominada de hemoglobinemia. Como o anel de protoporfirina que constitui a molécula de Hb é tóxico, o organismo atua no sentido de excretar a Hb pelos rins; assim, a consequência da hemoglobinemia é a hemoglobinúria (presença de Hb na urina). A eliminação pela urina da Hb (é uma molécula grande) gera lesão nos glomérulos renais ocasionando nefropatia. Amostra normal Amostra apresentando hemoglobinemia Hemoglobinúria Nefropatia A hemólise intravascular gera anemia do tipo hemolítica, por destruição aumentada dos eritrócitos. Essa anemia é do tipo regenerativa. A hemólise intravascular é diagnosticada pela hemoglobinúria, sendo que o animal apresenta a urina de coloração escura, cor de coca-cola. Em um animal anêmico (número de eritrócitos baixo, Ht baixo e dosagem de Hb baixa) que apresenta urina escura deve-se pesquisar possíveis causas de hemólise intravascular, tais como: Babesia sp., Leptospira icterohemorrágica, Streptococcus haemoliticum, Clostridium haemoliticum, transfusões de sangue incompatíveis, azul de metileno em gatos, algumas drogas como antiinflamatórios e antibióticos, plantas tóxicas como Acer rubrum em equinos. ( hemólise extravascular: ocorre um aumento na destruição dos eritrócitos mediada pelos macrófagos do S.M.F. Neste tipo de hemólise também haverá anemia hemolítica (regenerativa) concomitante com o aumento da bilirrubina sanguínea (icterícia), visto que a hemoglobina é degradada no interior dos macrófagos, onde a bilirrubina é formada e liberada para o sangue. Icterícia Nesse caso a icterícia é denominada pré-hepática ou hemolítica. Um animal com anemia (número de eritrócitos baixo, Ht baixo e dosagem de Hb baixa) e a presença aumentada de bilirrubina no sangue (exame de bilirrubina é um exame bioquímico) tem hemólise extravascular, devendo ser pesquisadas as diversas causas que podem gerar esse processo, tais como: anemia hemolítica imunomediada (anticorpos direcionados aos eritrócitos), Babesia sp., Anaplasma sp., Haemobartonella sp. (atualmente Mycoplasma sp.), lupus eritematoso sistêmico (LES), erliquiose (complexo antígeno-anticorpo), algumas drogas como antiinflamatórios e antibióticos, plantas tóxicas como Acer rubrum em equinos. Icterícia Icterícia OBSERVAÇÕES: 1. Algumas espécies do gênero Babesia como a B. bovis causam os dois tipos de hemólise, intra e extravascular, sendo que o animal acometido apresentará hemoglobinúria e icterícia ao mesmo tempo. O mesmo ocorre em equinos intoxicados pela planta Acer rubrum. 2. A destruição fisiológica de eritrócitos velhos, hemocatérese, é sempre extravascular e gera uma pequena quantidade de bilirrubina no sangue. Por isso, quando se analisa a bilirrubina, devem ser considerados os seus valores normais para a espécie estudada. Veja o quadro a seguir, que apresenta a quantidade normal da bilirrubina total em diferentes espécies: ESPÉCIE VALORES NORMAIS (em (mol/L) Cão 1,71 a 10,3 Gato 1,71 a 10,3 Equino 3,4 a 34,2 Bovino 1,71 a 8,55 Fonte: Medicina de Laboratório Veterinária (Meyer, Coles e Rich).
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