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INTRA- Instituto Tributário de Ensino a Distância

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Instituto Tributário de Ensino a Distância 
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IMPOSTOS SOBRE A PROPRIEDADE (IPTU, ITR E 
IPVA) 
 
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1. Introdução 
 
Dentre os diversos instrumentos disponíveis 
para o Estado ter como se organizar, 
encontramos a prerrogativa deste poder vir a 
intervir no domínio econômico do particular. 
Essa intervenção do Estado é instituída pela 
Constituição e regulada por leis federais que 
disciplinam as medidas interventivas e 
estabelecem o modo e forma de sua execução, 
condicionando ao atendimento do interesse 
público, mas respeitando as garantias individuais 
elencadas na Constituição. No art. 170 da 
Constituição Federal de 88, é assegurado e 
reconhecido a propriedade privada, porém 
condicionam o uso delas ao bem estar social. O 
Poder Público impõe normas e limites, para o 
uso e o gozo dos bens e riquezas particulares. 
A intervenção tributária é uma das mais 
constantes intervenções do Estado no domínio 
econômico do particular. 
A intervenção do Estado na propriedade 
particular tem como objetivo principal à 
proteção aos interesses da comunidade. 
Diante dessas informações podemos dizer que 
os impostos sobre a propriedade é mais uma 
forma de o Estado intervir no domínio 
econômico do particular. 
Os impostos sobre a propriedade que iremos 
estudar neste curso serão: o IPTU, ITR e IPVA. 
Não nos custa nada lembrar que impostos são 
obrigações ex lege em moeda, que não se 
constitui sanção por ato ilícito e tem como 
sujeito ativo, normalmente uma pessoa política 
e, por sujeito passivo, qualquer pessoa apontada 
na lei da entidade tributante. 
 
2. O Imposto Predial Territorial Urbano - 
IPTU 
 
Este imposto é um velho conhecido da nossa 
legislação, figurava na primeira Constituição 
Republicana como um imposto de competência 
dos Estados. E lá permaneceu até a Constituição 
de 1891 (artigo 9°, item 2.°), passando à alçada 
municipal a partir da Carta Magna 
Constitucional de 1934, permanecendo assim 
até os dias atuais. 
No inicio, dividia-se em dois tributos distintos: o 
imposto predial e o imposto territorial. A 
unificação desses impostos só veio com a 
Constituição de 1946, que passou a denominá-lo 
Imposto Predial e Territorial Urbano, tal como 
conhecemos hoje. A Constituição anterior - 
Carta Política de 24 de janeiro de 1967 -, em seu 
artigo 24, inciso I, também previa o IPTU. 
 
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Atualmente, repetindo a tradição expressa e 
consagrada desde a Carta Magna de 1934, o 
IPTU está previsto no artigo 156, inciso I, da 
Constituição da República de 1988. 
O IPTU é imposto de competência municipal e 
do Distrito Federal, está previsto em nossa Carta 
Magna e no Código Tributário. Tem função 
tipicamente fiscal, ou seja, seu objetivo 
primordial é a obtenção de recursos financeiros 
para os Municípios. Será lançado de ofício pelo 
ente federado competente. 
O imposto em estudo deve ser criado pelos 
Municípios/DF através de uma Lei Ordinária, 
devendo sempre obedecer a uma Regra Matriz 
de Incidência Tributária. 
Regra Matriz de Incidência Tributária nada mais 
é do que os diversos fatores que se deve levar 
em conta para que o poder público possa cobrar 
o imposto. 
Dentre os fatores que se deve levar em conta na 
hora de se cobrar o valor do tributo temos que 
se ater principalmente ao fato gerador do 
imposto em estudo. Fato Gerador é um fato/ato 
que deve existir para vincular a obrigação 
tributária. Assim podemos dizer que fato 
gerador do IPTU é ser proprietário de imóvel 
urbano. E ser proprietário a luz do art. 1228 do 
Código Civil é ter o direito de usar, fruir, dispor 
do imóvel ou de reaver de quem injustamente o 
possua. Aqui deve ser feita uma observação, 
pois o art. 34 do CTN prevê que para ser 
contribuinte do IPTU basta tão somente ser 
proprietário ou até mesmo possuidor, ou ainda 
mero detentor de domínio útil, devemos 
observar que, o CTN é um código de 1966, não 
tendo sido recepcionado no todo pela 
Constituição Federal de 1988, tendo prevalecido 
o entendimento de que será considerado 
contribuinte, sujeito passivo do IPTU, àquele 
que tiver a posse, não se fazendo necessário que 
esta seja mansa e pacífica apenas, ou domínio 
útil do bem imóvel, devendo obrigatoriamente 
ter o elemento animus domini, vontade de ser 
dono ou ânimo de dono, na melhor tradução. 
Esta distinção se faz importante, pois assim não 
se pode considerar como sujeito ativo do 
imposto em comento, o mero locatário, por não 
satisfazer as qualificações impostas pelo fato 
gerador. É importante ainda, pelo fato de que o 
usucapiendo ainda que não sendo considerado 
proprietário do bem imóvel, mas por estar 
detendo a posse do imóvel com o animus 
domini, passa a ser contribuinte do IPTU. 
A definição de zona urbana é feita com base na 
existência de algumas benfeitorias que estão 
expressos no artigo 32 do Código Tributário 
Nacional. O § 1° do art. 32 do CTN traz que para 
o imóvel ser considerado urbano, deve-se 
atender a pelo menos dois (2) dos requisitos ali 
expostos, vejamos: 
“§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se 
como zona urbana a definida em lei municipal; 
observado o requisito mínimo da existência de 
melhoramentos indicados em pelo menos 2 
(dois) dos incisos seguintes, construídos ou 
mantidos pelo Poder Público: 
 
I. Meio-fio ou calçamento, com 
canalização de águas pluviais; 
II. Abastecimento de água; 
III. Sistema de esgotos sanitários; 
IV. Rede de iluminação pública, com ou sem 
posteamento para distribuição 
domiciliar; 
V. Escola primária ou posto de saúde a uma 
distância máxima de 3 (três) 
quilômetros do imóvel considerado.” 
 
Porém, como toda regra cabe exceção, quanto à 
definição do que será imóvel urbano para fins de 
IPTU, o art. 15 da Lei 57 de 1966, tendo sido 
recepcionada pela Constituição Federal, diz que, 
se o imóvel tiver uma destinação econômica 
rural, pecuária, agropecuária ou semelhante, 
mesmo que dentro de zona considerada urbana, 
este será contribuinte do Imposto Territorial 
Rural e não do IPTU. 
Prevê ainda a legislação que o Município poderá 
considerar como urbana as áreas urbanizáveis 
ou de expansão urbana, constantes de 
loteamentos aprovados pelos órgãoscompetentes, destinados à habitação, à 
indústria ou ao comércio (art. 32, § 2° do CTN). É 
necessário dizer que, a jurisprudência do 
 
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Superior Tribunal de Justiça firmou-se no 
sentido de que nessas áreas incide IPTU 
independentemente da existência das melhorias 
de que trata o § 1° do art.32 do CTN. 
Para efeitos de IPTU, considera-se terreno o 
imóvel com edificação incompleta ou ausente, e 
prédio o imóvel edificado que possa ser utilizado 
para habitação ou para exercício de qualquer 
atividade. 
Quanto ao critério temporal do IPTU, podemos 
dizer que é todo aquele estabelecido em 
legislação local, em regra geral dia primeiro de 
janeiro. Critério Temporal é o que condiciona o 
lapso temporal em que se dá o fato jurídico 
tributário para o efeito de incidência da norma, 
é o que a doutrina descreve como tempo no 
fato, ou seja, o momento em que o evento social 
surge e faz nascer à obrigação tributária, que 
será sempre anterior ao tempo do fato, ou seja, 
do lançamento propriamente dito, seja de ofício 
ou não, o tempo do fato corresponde ao 
momento em que se produz a norma individual 
e concreta que cria o crédito certo, líquido e 
exigível da Fazenda contra o Sujeito Passivo. 
 E do critério espacial, do espaço, será sempre o 
do Município em que está localizado o bem 
imóvel. O critério espacial, condicionador 
espacial da incidência tributária, cuja função é a 
de definir a competência territorial do ente 
tributante, neste critério o espaço do fato e o 
espaço no fato necessariamente coincidem, pois 
enquanto o correr do tempo se dá de forma 
discreta, a localização no espaço ocorre de 
forma contínua, à incidência se dá em 
determinado território de uma vez por todas, 
cabendo ao ato de lançamento somente 
registrar este dado diretamente relacionado 
com a competência constitucionalmente 
prevista e indelegável de cada Pessoa Jurídica de 
Direito Público Interno do Estado do Brasil. 
Dentro da Regra Matriz de Incidência Tributária, 
temos ainda que falar dos sujeitos da relação 
tributária, que podem ser sujeito ativo e sujeito 
passivo. Sujeito Ativo sempre irá coincidir com o 
critério espacial, o Município, pois será em 
regra, a pessoa jurídica de Direito Público titular 
da competência para exigir o seu cumprimento. 
(art.119 do CTN). E Sujeito passivo, a pessoa 
obrigada ao pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária (art. 121 do CTN). O 
sujeito passivo é o proprietário, detentor do 
domínio público ou o detentor com animus 
domini, como já esclarecido acima. Quanto ao 
critério quantitativo, estes se subdividem em 
base de cálculo e da alíquota. A base de cálculo, 
é a previsão normativa que delimita, quantifica a 
dimensão econômica do evento tributável, aqui 
no IPTU, o que se utiliza como base de cálculo 
do IPTU é o valor venal do imóvel, isto é, o valor 
real de mercado do bem imóvel. A alíquota, 
enquanto a Base de Cálculo delimita o terreno 
econômico que importa ao tributo, a alíquota 
indica qual o quinhão que interessa ao Fisco que 
é o Estado, a porcentagem, a parte que se deve 
pagar em pecúnia. Este critério quantitativo, a 
alíquota irá depender de qual Município está 
situado o bem imóvel, sendo assim variável de 
município para município. Uma importante 
observação a ser feita sobre as alíquotas é que 
não há definição expressa de um limite, salvo 
aquele que vem definido no Estatuto da Cidade, 
art. 7º, §1º, que define alíquota máxima de 15% 
para a hipótese do art. 182 da CF 
(descumprimento da função social do imóvel). 
Esgotado os critérios da Regra Matriz de 
incidência tributária, não se pode deixar de falar 
de uma importante característica que apresenta 
o IPTU, que é o fato deste imposto poder ser 
progressivo em razão da função social (art. 182,§ 
4º, II CF) e em razão do valor do imóvel (art. 156, 
§ 1º, I CF). Dizer que o IPTU é progressivo é 
mesmo que dizer que, o imposto aumenta de 
acordo com o aumento da base de cálculo. Ora 
se a base de cálculo do IPTU é o valor venal do 
imóvel e se um imóvel hipotético passa a ter 
devida valorização por se encontrar agora em 
área privilegiada, deve a partir de então, o 
contribuinte passar a pagar um valor maior de 
IPTU sobre imóvel, assim ainda estará exercendo 
o princípio da seletividade (Em miúdos: “Quem 
pode pagar mais, pague mais!”). Antes da 
Emenda Constitucional de n° 29 de 2000 só era 
permitido uma hipótese de progressividade da 
alíquota de IPTU, que era a em razão do tempo 
 
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(art. 182 da CF). Atualmente nosso 
ordenamento jurídico prevê dois modos do IPTU 
ser progressivo. Temos a progressividade nos 
termos do art. 182 da CF, que é da função social 
da propriedade e o do art. 156 da CF, que é pelo 
valor do imóvel. A progressividade do art. 182 
foi um modo que o Estado encontrou de obrigar 
aos particulares a exercerem a sua 
propriedade/posse respeitando a função social 
do imóvel, assim obriga o particular a 
estabelecer construção em terreno 
“abandonado”. O segundo modo de 
progressividade do IPTU, àquele previsto no art. 
156, só pode ser cobrado a partir da Emenda 
Constitucional de 29, tendo inclusive o Supremo 
já se pronunciado quanto a este assunto, 
vejamos: 
“Súm. 668 – é inconstitucional a lei que prevê a 
progressividade antes da EC29.” 
Esta progressividade está intimamente ligada à 
valorização do imóvel, mesmo que o município 
não tenha contribuído para tal. Devo mencionar 
que somente 3(três) tributos tem este caráter 
de progressividade, que são o IPTU, o ITR e o IR. 
Por fim, devo destacar que o IPTU, via de regra, 
deve respeitar todos os princípios gerais do 
Direito Tributário, exceto quando houver 
majoração da base de cálculo momento em que 
o princípio da anterioridade da noventena será 
desrespeitado, devendo ser respeitado somente 
a anterioridade do exercício. Para ficar claro 
imagine que um dado município, 
hipoteticamente falando, majorou a sua base de 
cálculo no dia 20 de Dezembro do ano em 
exercício, passará a valer tal majoração a partir 
do dia primeiro do no seguinte, pois aqui nesse 
exemplo não se deve respeitar o princípio da 
noventena, respeitando somente o principio da 
anterioridade do exercício. Já se, a majoração 
fosse apenas da alíquota, por exemplo, esta 
majoração que aconteceu no dia 20 de 
dezembro teria que se respeitar o principio da 
noventena, ou seja, conta-se mais 90 dias para 
frente do dia 20/12 e ainda se respeita o 
princípio da anterioridade do exercício. 
 
 
3. O Imposto Territorial Rural 
 
A partir da Constituição de 1891 a cobrança do 
imposto incidente sobre a propriedade 
territorial rural pertencia aos Estados ou aos 
Municípios, variando a competência de acordo 
com a Constituição vigente. Após a Emenda 
constitucional n°18/1965, ainda sob a essência 
da Constituição de 1946, transferiu-se a 
competência da instituição de tal imposto para a 
União. Desde então o Imposto territorial rural é 
de competência da União e deverá ser instituído 
por lei ordinária. Tem previsão Constitucional no 
art. 153. 
O ITR tem função extrafiscal, servindo como 
instrumento de política agrária do Governo, 
onerando mais pesadamente os latifúndios 
improdutivos, e permitindo melhor 
aproveitamento e ocupação da terra. 
Seu Fato Gerador é a propriedade, o domínio 
útil ou a posse de imóvel por natureza, como 
definido na lei civil (art.1228 do CódigoCivil – 
direitos usar, gozar, dispor e reaver), localizado 
fora da zona urbana do Município. Não se 
podendo esquecer da exceção prevista no art. 
15 do decreto-lei 5766, já mencionado lá no 
tópico sobre IPTU. O domicilio tributário do 
contribuinte é o município de localização do 
imóvel rural. 
Sendo sua Base de cálculo o valor fundiário do 
imóvel, isto é, o valor da terra nua, sem incluir 
qualquer benfeitoria, calculado como a 
diferença entre o valor total do imóvel e seu 
valor venal, de mercado. As Alíquotas são 
progressivas e serão fixadas de forma a 
desestimular a manutenção de propriedades 
improdutivas, aumentando em função do 
tamanho da propriedade e à medida que 
diminui a proporção entre área utilizada e área 
total. O critério normalmente utilizado para 
determinar a produtividade da terra é a análise 
do seu grau de utilização. 
Este imposto tem uma imunidade específica que 
está prevista no art. 153, §4°, II da CF/88, que é 
da não incidência do imposto sobre pequenas 
glebas rurais. Esta imunidade tem caráter social 
e visa estimular a exploração de pequenas 
 
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glebas rurais, devendo estas terras além da 
condição de pequenas glebas, ser de exploração 
efetiva pelo próprio proprietário e ainda não ter 
como sua propriedade nenhum outro imóvel 
urbano ou rural. A Lei n° 9393/96 define como 
pequenas glebas rurais as propriedades 
localizadas na Amazônia Ocidental com até 100 
hectares, as localizadas em Município incluído 
no Polígono da Seca ou na Amazônia Oriental 
com até 50 hectares e as localizadas em 
qualquer outro Município com até 30 hectares. 
Ao contrário do IPTU, que é lançado pelas 
prefeituras, cabe ao proprietário rural lançar o 
valor de sua propriedade no ITR, ou seja, ele 
paga em cima daquilo que declara - o formulário 
preenchido é semelhante ao imposto de renda. 
Caberia ao Poder Executivo verificar se a 
declaração é verdadeira ou não. 
Este imposto segue o princípio da anterioridade. 
Seu lançamento é feito mediante declaração do 
contribuinte e logo após homologado pelo 
poder público, cabendo ao proprietário 
rural declarar o valor de sua propriedade no ITR, 
ou seja, ele paga em cima daquilo que preenche 
em um formulário específico, cabendo ao Poder 
Executivo verificar se a declaração é verdadeira 
ou não. Essa declaração, entretanto, só se faz 
necessária uma única vez, no ato do primeiro 
lançamento do imposto sobre o imóvel, nos 
anos seguintes o lançamento é feito de ofício 
com base nos dados anteriormente 
apresentados. 
Segundo o artigo 153, §4°, III tal imposto pode 
ser fiscalizado e arrecadado pelos Municípios, 
desde que haja convênio com a União. Trata-se 
de uma inovação contemplada pela Emenda 
Constitucional de n° 42/2003, vindo a autorizar 
os Municípios que possuírem estrutura 
administrativa para exercer a fiscalização e a 
cobrança do imposto, que assim o façam, em 
contrapartida serão os Municípios beneficiados 
com o produto da arrecadação. Nesse sentido 
estabelece o art. 158, II da Constituição Federal, 
vejamos: 
 
 
 
“Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
(...) 
II - cinquenta por cento do produto da 
arrecadação do imposto da União sobre a 
propriedade territorial rural, relativamente aos 
imóveis neles situados, cabendo a totalidade na 
hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 
4º, III; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003.” 
Assim, entende-se que se o município tiver 
convênio com a União 100% (cem porcento) da 
arrecadação ficará com o Município. Se não 
houver convênio 50% da arrecadação é 
destinada para o Município e os outros 50% para 
a União. É importante dizer que, o que a União 
transfere para o Município é a sua Capacidade 
Ativa Tributária e não sua Competência 
Tributária, pois esta é indelegável. Entenda que, 
competência tributária é a competência que tem 
o sujeito de criar e majorar tributos; e 
capacidade ativa tributária é a capacidade que 
se tem de arrecadar, fiscalizar e executar o 
crédito tributário, podendo esta ser delegada, 
segundo o art. 7° do Código Tributário Nacional. 
 
4. Imposto sobre a propriedade de 
veículos automotores – IPVA 
 
O imposto incidente sobre a propriedade de 
veículos automotes foi introduzido no 
ordenamento jurídico pátrio pela Emenda 
Constitucional de n° 27/85, ainda na vigência da 
Constituição anterior, sendo mantida pela nossa 
atual Constituição Federal de 1988. Tem função 
predominantemente fiscal; tem, todavia, 
observa-se a função extrafiscal, quando 
discrimina, por exemplo, em função do 
combustível utilizado. 
Esse imposto pode ser criado por lei ordinária. 
Trata-se de Imposto de competência estadual e 
distrital, que poderá ser exigido em 1.º de 
janeiro de cada exercício. 
Tal imposto tem como fato gerador a 
propriedade de veículo automotor, sendo 
devido, o seu pagamento, no local do registro do 
veículo. Todavia, na realidade ocorre o fato 
gerador no momento da aquisição do bem 
 
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móvel, veículo automotor, ou da data do 
desembaraço aduaneiro. Em regra ocorre o 
fato/ato estabelecido na norma para veículos 
automotores antigos, por ficção jurídica, em 1.º 
de janeiro de cada ano. 
No inicio, a definição de veiculo automotor foi 
motivo de inúmeros debates na doutrina e na 
jurisprudência, existindo, inclusive, julgados do 
Supremo Tribunal Federal considerando 
inconstitucional a exigência do tributo sobre 
embarcações e aeronaves, sob argumento de 
que o conceito de veículo automotor é limitado 
a veículos terrestres. 
Assim conclui-se que Sujeito Ativo do imposto 
serão os Estados e Distrito Federal. E o Sujeito 
Passivo, será todo o Proprietário de veículo 
automotor de qualquer espécie, não se 
aplicando às aeronaves. Presume-se proprietário 
como sendo tal pessoa em cujo nome o veículo 
esteja licenciado pela repartição competente. 
 
 Tem como Base de Cálculo é o valor 
venal do veículo ou preço do mercado, 
ao qual se chega indiretamente, pelo 
ano de fabricação, marca modelo do 
veículo e tipo de combustível utilizado. 
 
Quanto às alíquotas, estas serão estabelecidas 
em lei ordinária estadual. Não há limite máximo 
para estas alíquotas, no entanto, o Senado 
Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as 
alíquotas mínimas, nos termos do Art. 155, §6.º, 
I da CF. As alíquotas, em regra, são fixas, por 
assim dizer, já que não são indicados em 
porcentagem, pelo menos em alguns Estados, 
mas em valor determinado, em referência ao 
ano de fabricação. 
Ainda sobre o IPVA, reza o art. 155,§ 6° da 
Constituição Federal que tal imposto poderá ter 
alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da 
utilização do veículo. Importante comentar que 
esta diferenciação de alíquotas para a cobrança 
do IPVA não se confunde com a aplicação da 
progressividade existente lá no IPTU, ITR e IR. 
Este tipo de entendimento é repudiado pela 
doutrina majoritária e pela jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal nos impostos que 
chamamos de impostos reais. 
O lançamento do IPVA será de ofício. Há um 
grande questionamento doutrinário acerca do 
fato de ser o lançamento deste imposto de 
ofício ou por homologação. Lançamento por 
homologação é aquele no qual a lei atribui ao 
contribuinte o dever de antecipar o pagamento 
do tributo que lhe é devido, sem que haja 
sequer prévio exame da Administração 
Tributária, e a administraçãonão encontrando 
qualquer divergência ao comparar o valor pago, 
com as informações que tem em seu cadastro 
de contribuintes, procederá à administração 
com a homologação, reafirmação do tributo. 
Por sua vez, lançamento de ofício ocorre quando 
a própria autoridade administrativa tributária é 
quem determina o valor do imposto a ser pago, 
utilizando-se das informações que constam em 
seu banco de dados. 
Segundo entendimento do STJ prevalece o 
entendimento de que, é de ofício o lançamento 
do IPVA. 
Entre os doutrinadores mais renomados, tais 
como Ricardo Alexandre, Hugo de Brito 
Machado, Sacha Calmon e Luiz Emygdio F. Da 
Rosa Jr. entende-se que o lançamento é de 
ofício. Já Eduardo Sabbag adota o entendimento 
contrário. 
Sobre as repartições das receitas tributárias, no 
que é de competência do IPVA, estabelece o 
artigo 158, III o seguinte: 
“Art. 158 - Pertencem aos Municípios: 
(...) 
“III - cinquenta por cento do produto da 
arrecadação do imposto do Estado sobre a 
propriedade de veículos automotores 
licenciados em seus territórios; (Alterado pela 
EC 42 de 2003)” 
Este artigo visa compensar os Municípios pelos 
investimentos necessários e custos decorrentes 
da fruição do exercício da propriedade dos 
veículos que circulam nas suas ruas, além de, à 
evidência, reforçar seus cofres. Em resumo, os 
Estados têm a competência tributária para 
instituir o IPVA, porém, devem repartir o 
produto da arrecadação com os Municípios. 
 
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Tendo esta ação destinação orçamentária, tendo 
em vista a vedação do artigo 167, IV da 
Constituição Federal. 
 
5. Das Imunidades e isenções 
 
A Imunidade Tributária está disciplinada 
expressamente na nossa CF/88, é uma hipótese 
de não incidência tributária constitucionalmente 
qualificada, ou seja, prevista na Constituição, 
limitando os poderes das pessoas políticas de 
tributar, sendo vista por alguns estudiosos do 
direito tributário até como um princípio basilar 
desta disciplina. 
Serão imunes os templos de qualquer culto; 
sedes de partidos políticos, inclusive suas 
fundações; das entidades sindicais dos 
trabalhadores; das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos; os imóveis 
de propriedade da União, DF, Estado e 
Município. (art. 150, VI da CF) 
A isenção é a dispensa de se pagar o tributo, por 
força de lei ordinária, é hipótese de não-
incidência legalmente qualificada. Bem, estamos 
tratando de impostos de competência de âmbito 
municipal, estadual e distrital, assim cada ente 
federado deve estabelecer as suas isenções e 
seu trâmite legal de como obté-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IMPOSTOS SOBRE A PROPRIEDADE (IPTU, ITR E 
IPVA) 
 
AVALIAÇÃO 
 
Atenção! 
 
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1) Em nosso sistema tributário, a 
progressividade das alíquotas somente 
existirá nos seguintes impostos: 
 
a) IR, IPTU e ITR 
b) IR, IPI e ICMS 
c) ITBI 
d) IR, ITCMD e ITBI 
 
2) A União resolveu instituir no município X 
uma Delegacia da Receita Federal. O 
município não poderá cobrar o IPTU 
sobre o imóvel de propriedade da 
União, no qual será instalada, em face 
da Constituição Federal estabelecer a: 
 
a) Não incidência legal; 
b) Capacidade contributiva; 
c) Isenção tributária; 
d) Imunidade tributária. 
 
 
3) A respeito do imposto sobre 
propriedade predial e territorial urbana, 
pode-se afirmar: 
 
I. Poderá ser progressivo em razão do 
valor do imóvel. 
II. Terá alíquotas diferentes de acordo com 
a localização e o uso do imóvel. 
III. Não poderá ser progressivo, nos termos 
de lei municipal, de forma a assegurar o 
cumprimento da função social da 
propriedade. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
a) I, II e III - verdadeiros. 
b) I, II e III - falsos. 
c) I - verdadeiro, II - verdadeiro e III – falso. 
d) I - falso, II - falso e III – verdadeiro. 
 
4) No que diz respeito ao imposto sobre a 
propriedade de veículos automotores 
(IPVA), assinale a opção correta 
consoante a CF e a jurisprudência. 
 
a) É legítima a cobrança do IPVA tendo 
como base de cálculo o valor venal de 
aeronaves; 
b) É de competência do Município a 
instituição e cobrança do IPVA dos 
veículos automotores registrados em 
sua circunscrição; 
c) É de competência do Estado a instituição 
e cobrança do IPVA dos veículos 
automotores registrados em sua 
circunscrição; 
d) Dada a inexistência de restrição 
constitucional à incidência de IPVA 
sobre os automóveis, é legítima a 
incidência desse imposto sobre as 
embarcações e aeronaves regularmente 
registradas no ente político instituidor 
da exação, porquanto ambas são 
movidas por propulsão própria. 
 
 
 
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5) A expiração do prazo legal para 
lançamento de um tributo, sem que 
a autoridade administrativa fiscal 
competente tenha constituído, 
caracteriza hipótese de: 
 
a) Remissão 
b) Transação 
c) Prescrição 
d) Decadência 
 
6) Compete aos Estados instituir impostos: 
 
a) Sobre a transmissão de bens imóveis por 
ato entre vivos, por título oneroso; 
b) Sobre propriedade territorial rural; 
c) Sobre a propriedade territorial urbana; 
d) Sobre a propriedade de veículos 
automotores. 
 
7) Assinale a opção correta. 
 
a) É vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios cobrar 
imposto sobre o patrimônio, a renda ou 
os serviços uns dos outros; 
Atende plenamente ao princípio da 
anterioridade a majoração de um 
imposto no dia 2 de dezembro de um 
ano, para ser no primeiro dia útil do 
exercício seguinte; 
b) Tanto o IPTU, como o ITR são lançados 
por homologação; 
c) O IPVA jamais poderá ter alíquotas 
diferentes para carros de modelos e 
marcas diferentes, bem como levar em 
conta sua utilização (de passeio, 
coletivo), pois assim estaria ferindo o 
princípio da igualdade estabelecido no 
art. 5° da Constituição Federal. 
 
8) São respectivamente impostos de 
competência da União, Estados e 
Municípios: 
 
a) IPTU, ISS e ITBI; 
b) IR, IOF e IPI; 
c) IR, IPVA e IPTU; 
d) ITR, IPVA e II; 
 
9) Sobre a Repartição de Receitas 
Tributárias, marque a incorreta: 
 
a) Pertencem aos Municípios cinqüenta 
por cento do produto da arrecadação do 
imposto da União sobre a propriedade 
territorial rural, relativamente aos 
imóveis neles situados; 
b) Pertencem aos Municípios cinqüenta 
por cento do produto da arrecadaçãodo 
imposto do Estado sobre a propriedade 
de veículos automotores licenciados em 
seus territórios; 
c) Pertencem aos Estados e ao Distrito 
Federal vinte por cento do produto da 
arrecadação do imposto que a União 
instituir no exercício de sua 
competência residual; 
d) Pertencem aos Estados e ao Distrito 
Federal vinte por cento do produto da 
arrecadação do imposto predial 
territorial urbano nos limites das 
circunscrição dos Estado e do Distrito 
Federal. 
 
10) Tendo como referência os impostos 
sobre propriedade privada, marque 
V(verdadeiro) ou F (falso) para as 
assertivas que se segue e depois marque 
a sequência correta: 
 
I. Existe perante o nosso ordenamento 
jurídico uma premissa que assegura o 
fato do Interesse do Estado prevalecer 
sob o dos particulares, principio 
conhecido como supremacia do 
interesse público. 
II. O IPTU é imposto de competência 
municipal e do Distrito Federal e será 
lançado de ofício pelo ente federado 
competente. 
III. Cabe para o IPTU a progressividade das 
alíquotas, mas somente no caso de não 
 
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cumprimento da função social do bem 
imóvel; 
IV. O ITR tem função extrafiscal, servindo 
como instrumento de política agrária do 
Governo, onerando mais pesadamente 
os latifúndios improdutivos, e 
permitindo melhor aproveitamento e 
ocupação da terra. 
V. A base de cálculo do ITR é o valor venal 
do bem imóvel, incluindo todas as 
benfeitorias que estivem naquela terra; 
VI. O IPVA pode ser progressivo em razão 
da utilidade do veiculo automotor; 
VII. O lançamento do IPVA será de ofício. 
 
a) Verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro, 
verdadeiro, verdadeiro, falso, 
verdadeiro; 
b) Verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro, 
verdadeiro, falso, verdadeiro, falso; 
c) Verdadeiro, verdadeiro, falso, falso, 
verdadeiro, falso, verdadeiro; 
d) Verdadeiro, verdadeiro, falso, 
verdadeiro falso, falso, verdadeiro; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
1- MACHADO, Costa. Código Tributário 
Nacional Interpretado - artigo por 
artigo, parágrafo por parágrafo. São 
Paulo. Manole, 2010. 
 
2- ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário 
Esquematizado.6ª Ed. Método, 2012. 
 
3- Machado, Hugo de Brito. Curso de Direito 
Tributário. 31ª Ed. Malheiros, 2010. 
 
4- SABBAG, Eduardo. Disponível 
em:<http://www.professorsabbag.com.
br/index.php> Acesso em 15 de 
novembro de 2012. 
 
5- Acesso ao site 
<http://www.essaseoutras.xpg.com.br/c
omo-fazer-bibliografia-pelas-normas-
abnt-dicas-e-exemplos-simples/> Em 07 
de novembro de 2012.

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