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GREVE Prof.: Junior Barbosa Direito de Greve - Constitui mecanismo de autotutela (exercício direto das próprias razões), o que, em regra, é vedado pelo direito, mas permitido em relação à greve. É direito fundamental do trabalhador: Art. 9º, CF – É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Direito de Greve Conceito Lei 7.783/89 Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. Trata-se de direito individual do trabalhador, que não pode ser exercido individualmente (apenas se exerce coletivamente). Direito de Greve Finalidade da Greve: A greve somente se justifica se tiver por escopo a melhoria da condição social do trabalhador ou pela melhoria das condições de trabalho. Efeitos da Greve Acarreta a suspensão do contrato de trabalho (não trabalha, não recebe e não conta como tempo de serviço). O empregador não pode demitir o empregado grevista durante o movimento (Art. 7º, Lei 7783/89. Lei 7783/89 Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho. Devendo as relações obrigacionais, durante o período ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. Parágrafo único – É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14. O empregado pode contratar substitutos sempre que a greve for abusiva. Direito de Greve Manutenção dos serviços mínimos indispensáveis ao empreendimento: A greve não pode causar prejuízos irreparáveis ao empregador. Também deve ser assegurado o serviço mínimo necessário para a retomada das atividades da empresa, quando do término da greve. Caso os trabalhadores não mantenham tal serviço mínimo, há abuso do direito de greve. Art. 9º, Lei 7.783/89 Lei 7783/89 Art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo. Direito de Greve Greve abusiva: art. 14, Lei 7.783/89 - Quando o movimento grevista não observa os preceitos da Lei de Greve. Quando a Greve é mantida após a celebração de ACT ou CCT ou decisão da Justiça do Trabalho, exceto se: A) tenha por objetivo exigir o cumprimento da cláusula ou condição; B) Seja motivada por acontecimentos ou fatos novos que modifiquem substancialmente a relação de trabalho. Direito de Greve A greve abusiva descaracteriza a greve e, então, torna-se meras faltas injustificadas. OJ 10, SDC, TST. Greve abusiva não gera efeitos. É incompatível com a declaração de abusividade de movimento grevista o estabelecimento de quaisquer vantagens ou garantias a seus partícipes, que assumiram os riscos inerentes à utilização do instrumento de pressão máximo. Direito de Greve Condutas associadas à greve Piquete = caracterizado pela presença de um grupo de trabalhadores na porta do local de trabalho, visando a convencer outros trabalhadores a aderir à greve. Só é lícito se for utilizado de forma pacífica e não impeça o acesso de outros trabalhadores ao trabalho Art. 6, Lei 7783/89 Lei 7783/89 Art. 6º São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos: I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve; § 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem. § 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa. Direito de Greve Condutas associadas à greve: Lockout = é o fechamento provisório da fábrica pelo empregador, a fim de frustrar o movimento grevista (“greve do empregador”). - Tal conduta é proibida! Consequências: serão devidos os salários do período e o empregador está sujeito à rescisão indireta. Art. 17, Lei 7.783/89 Lei 7783/89 Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout). Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação. Direito de Greve Procedimentos para deflagração de greve: 1) Frustração da via negocial – as partes devem ter tentado solucionar o conflito. Lei 7783/89 Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a concessão coletiva do trabalho. OJ 11, SDC, TST. Greve. Imprescindibilidade de tentativa direta e pacífica da solução do conflito. Etapa negocial prévia. É abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui objeto. Direito de Greve Procedimentos para deflagração de greve: 2) Aviso Prévio – o empregador deve ser pré-avisado 48h antes do início da greve, ou 72h antes, no caso de greve em atividades essenciais. (Água, Luz, Aeroviários, Saúde,). Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho. Parágrafo único. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação. Art. 13 Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação. Direito de Greve Limites à greve em atividades essenciais: A greve em atividades essenciais não é proibida! O que ocorre é a imposição de algumas restrições a fim de proteger o interesse público envolvido. São atividades essenciais aquelas mencionadas na Lei de Greve (lista taxativa) – art. 10, Lei 7783/89 Lei 7783/89 Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI compensação bancária. Direito de Greve Limites à greve em atividades essenciais: Tanto o empregador quanto os usuários devem ser avisados com 72h de antecedência (art. 13, Lei 7783/89). É obrigatória a manutenção da prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis a comunidade. Caso não sejam prestados esses serviços indispensáveis, deve o Poder Público fazê-lo diretamente. Lei 7783/89 Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis. Direito de Greve 38. GREVE. SERVIÇOS ESSENCIAIS. GARANTIA DAS NECESSIDADES INADIÁVEIS DA POPULAÇÃO USUÁRIA. FATOR DETERMINANTE DA QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DO MOVIMENTO. (inserida em 07.12.1998) É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/89. Direito de Greve Militares: não tem direito de greve – art. 142, § 3º, IV, CF Servidores Públicos: tem direito de greve – art 37, VII, CF (pendente de lei regulamentadora; aplica-se, no que couber, a Lei 7783/89
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