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Apostila Comunicação e Expressão - Português

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DISCIPLINA: 
 
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 
 
 
 
AUTORIA: Michelle Teixeira e Leandro Lima Siqueira 
 
 
 
 
Multivix-Vitória 
Rua José Alves, 301, Goiabeiras, Vitória-ES 
Cep 29075-080 – Telefone: (27) 3335-5666 
Credenciada pela Portaria MEC nº 259 de 11 de fevereiro de 1999. 
 
Multivix-Nova Venécia 
Rua Jacobina, 165, Bairro São Francisco, Nova Venécia-ES 
Cep 29830-000 - Telefone: 27 3752-4500 
Credenciada pela portaria MEC nº 1.299 de 26 de agosto de 1999 
 
Multivix-São Mateus 
Rod. Othovarino Duarte Santos, 844, Resid. Parque Washington, São Mateus-ES 
Cep 29938-015 – Telefone (27) 3313.9700 
Credenciada pela Portaria MEC nº 1.236 de 09 de outubro de 2008. 
 
Multivix-Serra 
R. Barão do Rio Branco, 120, Colina de Laranjeiras, Serra-ES 
Cep 29167-172 – Telefone: (27) 3041.7070 
Credenciada pela Portaria MEC nº 248 de 07 de julho de 2011. 
 
Multivix- Cachoeiro de Itapemirim 
R. Moreira, 23 - Bairro Independência - Cachoeiro de Itapemirim/ES 
Cep 29306-320 – Telefone: (28) 3522-5253 
Credenciada pela Portaria MEC nº 84 de 16 de Janeiro de 2002. 
 
Multivix-Castelo 
Av. Nicanor Marques, 245, Centro - Castelo – ES 
Cep 29360-000 – Telefone: (28) 3542-2253 
Credenciada pela Portaria MEC nº 236 de 11 de Fevereiro de 1999. 
 
 
 
 
Vitória, 2014 
1 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
Diretor Executivo: Tadeu Antonio de Oliveira Penina 
Diretora Acadêmica: Eliene Maria Gava Ferrão 
Diretor Administrativo Financeiro: Fernando Bom Costalonga 
 
 
 
 
 
AUTORIA: Michelle Teixeira e Leandro Lima Siqueira 
 
NEAD – Núcleo de Educação à Distância 
 
GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Pedagógico 
 
GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Semipresencial 
 
GESTÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS E METODOLOGIA 
 
Coord. Geral de EAD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Dados de publicação na fonte) 
 
T266 Teixeira, Michele. 
 Comunicação e expressão / Michele Teixeira ; Leandro Lima 
Siqueira. – Vitória : Multivix, 2014. 
 
 99 f. : 30 cm 
 
Inclui referências. 
 
 1. Comunicação oral. 2. Comunicação escrita. 3. 
Comunicação e expressão. I. Siqueira, Leandro Lima. II. Faculdade 
Multivix. III. Título. 
 
 CDD: 469.07 
 
 
 
2 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
Disciplina: COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 
Autoria: Michelle Teixeira e Leandro Lima Siqueira 
 
Primeira edição: 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
FACULDADE BRASILEIRA – MULTIVIX VITÓRIA 
FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA – MULTIVIX NOVA VENÉCIA 
FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS – MULTIVIX SÃO MATEUS 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA – MULTIVIX SERRA 
FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO – MULTIVIX CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM 
FACULDADE DE CASTELO – MULTIVIX CASTELO 
 
http://www.multivix.edu.br 
 
3 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1º BIMESTRE................................................................................................... 6 
1 COMUNICAÇÃO............................................................................... 7 
1.1 O QUE É COMUNICAÇÃO? ................................................................. 7 
1.1.1 A COMUNICAÇÃO DENTRO DAS EMPRESAS - CONCEITO DE COMUNICAÇÃO 
EMPRESARIAL.......................................................................................... 7 
1.1.2 OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL............................................. 8 
1.2 PROCESSOS E ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO........................... 8 
1.2.1 EMISSOR................................................................................................. 8 
1.2.2 SIGNIFICADO............................................................................................ 9 
1.2.3 CODIFICADOR.......................................................................................... 9 
1.2.4 MENSAGEM............................................................................................. 9 
1.2.5 CANAL.................................................................................................... 9 
1.2.6 RUÍDO...................................................................................................., 9 
1.2.7 RECEPTOR.............................................................................................. 9 
1.2.8 DECODIFICADOR...................................................................................... 9 
1.2.9 COMPREENSÃO........................................................................................ 10 
1.2.10 REGULAMENTAÇÃO.................................................................................. 10 
1.2.11 RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO........................................................................ 10 
1.1.12 BARREIRAS À COMUNICAÇÃO.................................................................... 11 
1.1.13 LEITURA COMPLEMENTAR......................................................................... 11 
1.3 TIPOS DE COMUNICAÇÃO.................................................................. 14 
1.3.1 COMUNICAÇÃO VERBAL............................................................................ 14 
1.3.2 COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL..................................................................... 14 
1.3.3 COMUNICAÇÃO INFORMAL......................................................................... 15 
1.3.5 COMUNICAÇÃO FORMAL........................................................................... 15 
1.3.6 OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO.................................................................. 15 
1.3.6.1 CANAIS VERTICAIS.................................................................................... 15 
4 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
1.3.6.2 CANAIS HORIZONTAIS............................................................................... 16 
1.3.7 LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................ 16 
1.3.7.1 TEXTO 1 - MANUAL DE COMUNICAÇÃO EFICIENTE........................................ 16 
1.3.7.2 TEXTO 2 - O SIGNIFICADO DOS GESTOS EM DIFERENTES CULTURAS........... 19 
 
2 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO................................................ 25 
 
3 EXPRESSÃO ESCRITA................................................................. 28 
3.1 TÉCNICAS DE REDAÇÃO.................................................................... 28 
3.1.1 FINALIDADES DA REDAÇÃO....................................................................... 28 
3.1.1.1 EXPRESSAR-SE ADEQUADAMENTE............................................................. 28 
3.1.1.2 CRESCER NA PROFISSÃO.......................................................................... 28 
3.1.1.3 COMO SUPERAR AS BARREIRAS COMUNS NA LINGUAGEM............................ 29 
3.2 ONDE ENCONTRAMOS MAIS DIFICULDADES AO ESCREVER?.... 29 
3.3 BUSCANDO INSTRUMENTAL NECESSÁRIO..................................... 30 
3.3.1 OS PRINCIPAIS APOIOS DO REDATOR......................................................... 30 
3.3.2 COMO SIMPLIFICAR A REDAÇÃO EMPRESARIAL........................................... 30 
3.3.3 CLAREZA, SIMPLICIDADE E ADEQUAÇÃO.................................................... 32 
3.3.3.1 EXERCÍCIO – ADEQUAÇÃO E CLAREZA........................................................ 32 
3.3.4 OBJETIVIDADE......................................................................................... 33 
3.3.4.1 RECOMENDAÇÕES.................................................................................... 33 
3.3.4.2 EXERCÍCIO: CORRIJA, OBSERVANDOA TÉCNICA DA OBJETIVIDADE.............. 33 
3.4 CONCISÃO........................................................................................... 34 
3.4.1 VÁ DIRETO AO ASSUNTO........................................................................... 34 
3.4.2 NÃO USE DUAS OU MAIS PALAVRAS QUANDO É POSSÍVEL. TRANSMITIR A 
IDÉIA COM UMA APENAS............................................................................ 34 
3.4.3 ELIMINE ADVÉRBIOS DESNECESSÁRIOS (ENFÁTICOS) ................................. 35 
3.4.4 ELIMINE A REDUNDÂNCIA.......................................................................... 35 
3.4.5 REDUZA AO MÍNIMO O USO DO PARTICÍPIO PASSADO................................... 35 
3.4.6 EVITAR.................................................................................................... 36 
3.4.7 EXERCÍCIOS............................................................................................. 36 
 
5 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
4 REDIGINDO UM E-MAIL............................................................... 38 
4.1 CORREIO ELETRÔNICO – "E-MAIL"................................................... 38 
4.1.1 COMO UTILIZÁ-LO DE MANEIRA ADEQUADA E EFICAZ................................... 38 
4.1.2 LEITURA COMPLEMENTAR: E-MAIL SEM ERRO............................................. 39 
 
5 TÓPICOS GRAMATICAIS............................................................. 42 
5.1 HÁ OU A? ............................................................................................. 42 
5.2 MAIS OU MAS? .................................................................................... 42 
5.3 POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?................................. 43 
5.4 USO DE MAU/MAL................................................................................ 44 
5.5 USO DE AO ENCONTRO DE/DE ENCONTRO A................................ 44 
5.6 USO DE CESSÃO/SESSÃO/SEÇÃO/SECÇÃO................................... 44 
5.7 USO DE EU/MIM................................................................................... 45 
5.8 USO DE ONDE/AONDE........................................................................ 45 
 
2º BIMESTRE................................................................................................... 46 
6 EXPRESSÃO ORAL........................................................................ 47 
6.1 TEXTO 1 - A MELHOR TÉCNICA PARA FALAR EM PÚBLICO........... 47 
6.2 TEXTO 2 - APRENDA A FALAR DE IMPROVISO................................ 49 
6.3 TEXTO 3 - APRENDA A LER EM PÚBLICO......................................... 54 
6.4 TEXTO 4 - APRESENTAÇÕES BRILHANTES EM SALA DE AULA.. 59 
6.5 TEXTO 5 - MELHORE O VOCABULÁRIO E A FLUÊNCIA VERBAL.. 64 
6.6 TEXTO 6 - PLANEJE APRESENTAÇÕES VENCEDORAS................. 67 
6.7 TEXTO 7 - VENÇA O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO....................... 72 
6.8 TEXTO 8 - VOCÊ PRECISA FALAR BEM EM PÚBLICO..................... 76 
6.9 TEXTO 9 - O QUE NÃO DIZER NA ENTREVISTA DE EMPREGO..... 80 
6.10 TEXTO 10 - FALA, GERENTE!............................................................. 81 
6.11 TEXTO 11 - FALE COM NATURALIDADE............................................ 86 
6.12 TEXTO 12 - FALE COM OBJETIVIDADE............................................. 90 
6.13 TEXTO 13 - O DISCURSO DO REI....................................................... 95 
 
6 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
7 REFERÊNCIAS................................................................................. 98 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Bimestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
1 COMUNICAÇÃO 
 
1.1 O QUE É COMUNICAÇÃO? 
 
Para que o conceito de comunicação empresarial seja bem assimilado, é 
fundamental entender o que é, propriamente, comunicação. A transmissão de 
informações de uma pessoa para outra, assim como a compreensão da mensagem 
transmitida, pode ser entendida como comunicação. No caso de não compreensão, 
é sinal de que a função da comunicar não foi efetivada. 
 
Para Chiavenato (2012), quando indivíduos trocam e tornam comum uma 
mensagem e informações, ocorre comunicação. Para Scanlan (2010), o simples 
processo de se transferir entendimentos e informações para outras pessoas pode 
ser definido como comunicação. 
 
1.1.1 A COMUNICAÇÃO DENTRO DAS EMPRESAS - CONCEITO DE COMUNICAÇÃO 
EMPRESARIAL 
 
Também conhecida como organizacional, corporativa ou institucional, a 
comunicação empresarial abrange um amplo conjunto de funções, atividades, 
estratégias, ações e processos que visam gerar e manter a imagem de uma 
empresa ou entidade, de acordo com seus públicos de interesse. Todos esses 
aspectos se articulam com a finalidade de se manter uma postura ética, social e 
também de divulgação dos próprios serviços da empresa. 
 
A qualidade na comunicação é um quesito importantíssimo não somente nas regras 
de etiqueta profissional, mas na etiqueta social, pois ela é capaz de gerar a 
integração dos grupos no interior de uma empresa. A comunicação gera o 
desenvolvimento do negócio administrado pela organização. Para um profissional 
8 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
responsável pela área de RH, é necessário que, além de planejar, organizar, 
controlar, coordenar e dirigir as ações dos funcionários, ele saiba ter uma 
comunicação prática. 
De uma maneira geral, o profissional que se propõe a estabelecer uma comunicação 
precisa e clara, deve ter visão, ação integral, rápidas decisões, iniciativa e manter-se 
atualizado e informado plenamente do negócio proposto pela empresa. 
 
A excelência em comunicação é crucial para o desenvolvimento de uma 
organização. Muitos dos problemas internos podem ser oriundos de alguma falha 
nesse quesito. A comunicação eficaz proporciona resultados positivos dentro de 
uma administração. 
 
1.1.2 OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 
 
O principal objetivo, ao se estabelecer uma comunicação, é levar uma mensagem ao 
seu destino certo. Os objetivos de uma mensagem podem variar, de acordo com 
quem as envia (emissor) e de quem as recebe (receptor). Dentro de uma empresa, 
entretanto, o objetivo de um fluxo comunicacional deve sempre ser voltado para a 
organização, e não para os interesses ou valores pessoais. 
 
1.2 PROCESSOS E ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
O processo comunicativo é dividido em períodos. Cada um desses períodos é 
diferente do outro. As três etapas que compõem o processo de comunicação, 
são: Emissor, Mensagem e Receptor. 
 
As três são subdivididas, respectivamente, em: Significado e Codificador; Canal e 
Ruído; Decodificador, Compreensão e Regulamentações. 
 
1.2.1 EMISSOR 
 
9 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
O indivíduo, também chamado de fonte ou origem, que pretende transmitir uma 
mensagem, ou seja, dar início à comunicação. 
 
 
1.2.2 SIGNIFICADO 
 
Dentro da comunicação, conceito ou ideia que o emissor desejou transmitir. 
 
1.2.3 CODIFICADOR 
 
O codificador serve para decifrar a mensagem comunicada, geralmente, constituído 
pelo mecanismo vocal. 
 
1.2.4 MENSAGEM 
 
O pensamento, ideia, que o emissor desejou comunicar. 
 
1.2.5 CANAL 
 
Meio, veículo ou espaço que se encontra entre o emissor e o receptor. 
 
1.2.6 RUÍDO 
 
Dentro do processo de comunicação, aquilo denominado como perturbação. 
 
1.2.7 RECEPTOR 
 
A quem a mensagem é destinada pelo receptor. 
 
1.2.8 DECODIFICADOR 
 
10 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
O decodificador é o recurso utilizadopelo receptor, para decifrar a mensagem 
enviada pelo emissor. No caso, para que haja compreensão, o receptor utiliza o 
mecanismo auditivo. 
 
 
1.2.9 COMPREENSÃO 
 
A maneira como o receptor entende a mensagem é chamada de compreensão. 
 
1.2.10 REGULAMENTAÇÃO 
 
Conhecida também como Feedback, a regulamentação é, por assim dizer, a 
confirmação do receptor, da mensagem enviada pelo emissor. 
 
Segundo Antônio Carlos Gil, autor de ―Administração de recursos humanos: um 
enfoque no profissional‖, os processos e elementos da comunicação podem ser 
exemplificados na seguinte frase: 
 
Uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado) que pretende comunicar. Para 
tanto, se vale de seu mecanismo vocal (codificador), que expressa sua mensagem 
em palavras. Essa mensagem, veiculada pelo ar (canal) é interpretada pela pessoa 
a quem se comunica (receptor), após sua decifração por seu mecanismo auditivo 
(decodificador). O receptor, após constatar que entendeu a mensagem 
(compreensão), esclarece a fonte acerca de seu entendimento (regulamentação). 
Conclui-se que o processo comunicativo só atinge sua real finalidade, quando 
aquele a quem se destina a mensagem, o receptor, compreende o recado da 
mesma maneira pretendida no envio dela pelo emissor. 
 
1.2.11 RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO 
 
Conhecidos como as perturbações que prejudicam o processo de comunicação, os 
ruídos são indesejáveis e, na maioria dos casos, podem provocar um 
11 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
desentendimento, ou mesmo desvio da mensagem. Os ruídos são o conjunto de 
obstáculos ou barreiras que dificultam a compreensão da mensagem pelo 
receptor/emissor. Esse fator é um dos principais desafios relacionados à 
comunicação, e que estão presentes não só em nossas vidas, mas no cotidiano das 
empresas. 
1.1.12 BARREIRAS À COMUNICAÇÃO 
 
Quando existe alguma falha ou algo de errado ocorre com os elementos que 
compõem o processo comunicativo, dizemos que existem barreiras à comunicação. 
O resultado desse processo pode ser negativo, ineficaz e, por vezes, prejudicial ao 
desenvolvimento organizacional. 
 
Individuais: problemas emocionais, discrepância de formação técnica, cultural etc. 
 
Organizacionais: divergências departamentais, ausência ou inadequação de canais 
formais. 
 
Para que a comunicação interna se torne mais eficiente, é necessário elaborar 
algumas estratégias de comunicação empresarial que garantam um fluxo 
comunicativo eficaz. Uma das maneiras de se fazer isso é por meio de: 
 
 Planejamento da comunicação de maneira integrada e sinérgica; 
 Equilibrar os fluxos de comunicação; 
 Os canais participativos devem ser valorizados e enfatizados; 
 Transparência ao se estabelecer uma identidade comunicativa; 
 Reciclar o corpo de profissionais; 
 Estimular o pensamento criativo; 
 Enfim, tudo o que possa tornar a comunicação um poder organizacional. 
 
1.1.13 LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Ruídos que matam a comunicação 
12 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Reinaldo Polito 
 
Cada vez mais o profissional precisa contar com a boa qualidade da comunicação 
para alcançar sucesso em sua carreira. Com frequência sempre maior ele participa 
de reuniões, de processos de negociação, apresenta projetos, concede entrevistas, 
abre e fecha seminários e os mais diferentes tipos de eventos. 
 
Fica claro, por isso, que ao crescer na hierarquia da empresa o profissional mais 
dependerá do seu desempenho para falar em público e menos da sua qualificação 
técnica. Não estou dizendo que a qualificação técnica não seja importante, mas sim 
que nas posições mais elevadas o profissional dependerá mais da sua habilidade de 
se expressar verbalmente. 
 
Entre os problemas graves apresentados na comunicação da maioria dos 
profissionais aparecem os vícios de toda ordem. Temos os conhecidos 'né?', 'ta?', 
'ok?', 'certo?' no final das frases; os não menos votados 'ããããã', 'ééééé' nas pausas; 
os desagradáveis 'bem, bom, ããããã' no início dos discursos e palestras; o 'então' 
democrático, que não escolhe lugar e aparece em vários pontos das apresentações, 
do início à conclusão. 
 
Mencionei essa relação só para citar os mais conhecidos. Não seria difícil 
acrescentar uma boa dezena de outros vícios que atrapalham a comunicação e 
podem se tornar entraves ao desempenho do profissional e ao desenvolvimento da 
sua carreira. Assim que surge um novo vício imediatamente se alastra como se 
fosse epidemia. 
 
Certa vez participei de um evento denominado 'Jornada de comunicação', em 
Olinda, PE. Eu fiz palestra sobre comunicação oral, pela manhã. Meu amigo 
Pasquale Cipro Neto tratou da comunicação escrita, no período da tarde. 
Durante o almoço Pasquale me chamou a atenção para um fato curioso: Polito, você 
percebeu que a turma dessa região não usa o gerundismo? Passei a prestar mais 
13 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
atenção nas conversas e fiquei impressionado, ele tinha razão, o gerundismo não 
havia chegado por aquelas bandas. 
 
Oito meses depois, a AESO, a mesma instituição que havia promovido aquela 
jornada, me convidou para dar duas aulas inaugurais na Faculdade de 
Comunicação. Nos dois dias em que perambulei por aquela cidade de sonho pude 
conviver e conversar um pouco mais com os alunos, não só da faculdade de 
comunicação, como também de direito e de outras áreas. 
 
Tristeza. A praga do gerundismo já havia contaminado a garotada. O tempo todo eu 
ouvia: vou estar mandando, vou estar fazendo. Parecia um processo de imitação, 
como se falar dessa maneira creditava aos estudantes uma espécie de status de 
'modernidade'. 
 
Embora sinta ser uma luta inglória, não desisto. Durante minhas aulas tenho 
corrigido os alunos de maneira insistente. Mando bilhetinhos para que observem no 
teipe com a gravação de suas apresentações essa forma desagradável de 
comunicação. 
 
Sei que há uma corrente que defende o uso do gerundismo como um processo 
natural da língua, que é viva e se transforma. Alguns até pedem que se apresente 
argumentação 'científica' para condenar seu uso. E que não vale dizer apenas que é 
'feio' ou 'deselegante'. 
 
Outros acusam àqueles que criticam o gerundismo de preconceituosos. 
Particularmente não gosto do seu uso. Certo ou errado, fruto ou não de preconceito 
a chance de você sair prejudicado com seu uso é enorme. Há formas mais 
adequadas e elegantes de se expressar. 
 
Nos últimos tempos surgiu um novo e irritante vício - o 'na verdade'. Preste atenção 
e constate como muitas pessoas usam o 'na verdade' com frequência. Algumas 
conseguem falar um 'na verdade' a cada frase. Como tenho analisado com interesse 
14 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
a evolução desse vício fiquei impressionado com seu rápido crescimento. Uma 
praga! 
 
Assim como o gerundismo o 'na verdade' também poderá se constituir em um ruído 
e até prejudicar o resultado da comunicação de qualquer profissional e se 
transformar em obstáculo ao seu desenvolvimento. 
Preste atenção em sua maneira de se expressar. Se estiver falando 'na verdade' 
demais, comece a retirar o vício da sua comunicação. Deixe essa expressão apenas 
para reforçar e redirecionar o sentido da mensagem. 
 
 SUPERDICAS 
 Elimine o gerundismo da sua comunicação 
 Afaste o 'né?', 'ta?', 'ok?' e outros vícios no final das frases 
 Acabe com o 'ããããã', 'ééééé' nas pausas 
 Evite o excesso de 'então' 
 
Disponível em: 
http://www.polito.com.br/portugues/artigo.php?id_nivel=12&id_nivel2=155&idTopico=
997 Acesso em 25 de julho de 2012. 
 
1.3 TIPOS DE COMUNICAÇÃO 
 
1.3.1 COMUNICAÇÃOVERBAL 
 
Composta pela palavra, esse tipo de comunicação é realizado por escrito e deve 
sempre ser documentado através do protocolo. 
 
Ex: Comunicação Oral (conversas, discussões, ordens) e Escrita (telegramas, livros, 
folhetos). 
 
1.3.2 COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL 
 
15 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
A comunicação não verbal é transmitida via troca de sinais. 
 
Ex: Comunicação por mímica (articulação das mãos, corpo, 
caretas), olhar, postura (posição dos pés, ou inclinação do corpo ao se sentar – 
mensagens transmitidas pelo subconsciente) e gestos (cumprimento, mão 
rabiscando – podem transmitir tensão ou nervosismo). 
 
1.3.3 COMUNICAÇÃO INFORMAL 
 
É o tipo de comunicação que ocorre em locais como refeitórios e corredores, e é 
caracterizada pela atualização constante do assunto e acompanhada de críticas, 
elogios, boatos, desabafo, questionamentos, entre outros. 
 
1.3.5 COMUNICAÇÃO FORMAL 
 
Assuntos e meios relacionados à organização. Tem caráter oficial e há identificação 
dos responsáveis pelo conteúdo. 
 
1.3.6 OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO 
 
Existem alguns modelos de canais de comunicação dentro de uma empresa, sendo 
necessário o planejamento de um organograma para que a mensagem seja 
transmitida da maneira mais fidedigna possível, sem distorções. Dentre esses 
modelos, encontramos os: 
 
1.3.6.1 CANAIS VERTICAIS 
 
São classificadas como comunicação Descendente (de cima para baixo, ou seja, 
oriundas de chefes para subordinados, e que possuem caráter normativo ou 
informativo) e Ascendente (fluem em sentido contrário, ou seja, de baixo para cima, 
e está relacionado à comunicação entre subordinado e seu supervisor, 
16 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
exemplificada por informações, feedbacks ou respostas de solicitações normativas 
ou a respeito do trabalho executado.). 
 
1.3.6.2 CANAIS HORIZONTAIS 
 
Relativa à comunicação entre dois órgãos de mesmo nível, ou hierarquia. Ocorre 
entre colegas ou entre departamentos, compreendendo a solicitação ou 
fornecimento de informações. 
 
1.3.7 LEITURA COMPLEMENTAR 
 
1.3.7.1 TEXTO 1 - MANUAL DE COMUNICAÇÃO EFICIENTE 
 
O que você precisa saber para dar o seu recado no trabalho, sem ruídos 
 
Renata Avediani (ravediani@abril.com.br) 
 
Escolher as palavras certas e falar com clareza. Aprender a escutar e entender o 
que as outras pessoas dizem. Estar atento aos gestos, aos movimentos e às 
expressões que muitas vezes revelam mais sobre alguém do que as palavras. Essas 
atitudes formam a receita básica de uma comunicação eficiente, algo fundamental 
para quem pretende ter um bom desempenho no trabalho. "Quem tem mais domínio 
sobre todos estes aspectos consegue se comunicar melhor", diz a fonoaudióloga 
Leny Kyrillos, professora doutora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
(PUC-SP), que atende executivos, jornalistas e atores. Como você pode acertar no 
discurso e dar seu recado no trabalho? Para começar, siga as regras básicas. 
Depois, veja o que funciona melhor para você e o seu interlocutor. "A comunicação 
depende do contexto e das características do orador e do público", diz o professor 
Reinaldo Polito, autor do livro Como Falar Corretamente e Sem Inibições (Editora 
Saraiva), um dos maiores especialistas do Brasil em comunicação. 
 
Vá direto ao assunto 
17 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Para vender uma ideia ao chefe não é preciso contar todo o processo que o levou a 
formular a proposta. Concentre-se em dizer qual benefício sua sugestão produzirá. 
―Vá direto às conclusões e seja conciso. Saber priorizar informações é fundamental 
para ter relevância‖, diz Normann Pedro Kestenbaum, autor do livro Obrigado pela 
Informação que Você Não Me Deu! (Editora Campus/Elsevier) e sócio da consultoria 
Baumon, de São Paulo, especializada em comunicação 
 
Seja mais claro, por favor 
Para fazer com que o ouvinte entenda exatamente o que você diz, fale a língua dele. 
Adapte e traduza seu discurso à faixa etária, formação, interesses e expectativas do 
ouvinte. Assegure-se de que ele gravou o recado. Não adianta ter um discurso 
brilhante se ele não será lembrado depois de uma hora‖, diz o consultor Normann 
Kestenbaum. Desconfie de termos difíceis, gírias, expressões vulgares, tecnicismos 
e jargões. Eles podem sabotar a mensagem. Os líderes devem limpar ao máximo os 
ruídos da comunicação, diz Leny Kyrillos, fonoaudióloga da PUC-SP. 
 
Como escutar melhor 
Saber escutar é um item primordial para uma comunicação eficiente. Avalie se você 
está aberto às mensagens que recebe — principalmente se você se acha 
incompreendido. ―Quem fala demais e não dá espaço ao outro pode prejudicar o 
processo de comunicação‖, diz Reinaldo Polito. Para aguçar a audição, as dicas 
são: 
 
EVITE PREJULGAR. Espere até que a mensagem seja completada antes de formar 
sua opinião. Isso ajuda o entendimento. 
 
GUARDE A INFORMAÇÃO. Para registrar a informação, só há um jeito: preste 
atenção. Se a sua memória não é boa, anote. Ou peça por escrito. Recordar o que 
foi conversado ajuda a retomar a comunicação a partir dos principais pontos. Isso é 
eficiência. 
 
TENHA INTERESSE PELOS OUTROS. Admitir que os outros também têm boas 
18 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
ideias é um dos primeiros passos para escutar o que eles têm a dizer. 
 
Logo que entrou no Grupo Pão de Açúcar, em 2004, a engenheira Maria Heloísa 
Morel, de 37 anos, hoje diretora de marketing de uma área da Microsoft, sentiu na 
pele a importância de ouvir o time. Na época, ela e a equipe estavam com uma 
grande carga de trabalho, o que resultava em muitas horas extras. As pessoas 
reclamavam do excesso, mas Maria Heloísa considerava a rotina tolerável, já que se 
tratava de uma situação passageira. ―Achei que daria para aguentar‖, diz. Percebeu 
que estava errada quando um integrante do time pediu demissão. ―Deveria ter 
entendido o que estavam me dizendo‖, diz a executiva. ―Hoje, converso muito com a 
equipe sobre as demandas, para avaliar os impactos delas no dia-a-dia e poder 
negociar processos adequados a todos.‖ 
 
Escrever não é falar 
Para ter sucesso na linguagem escrita, é preciso dominar vocabulário, gramática e 
construção das frases. O maior problema ocorre quando se tenta escrever da 
mesma forma que se fala. Nesse caso, o resultado pode ser um texto 
incompreensível. Para se expressar bem na linguagem escrita, além de praticar 
bastante: leia e releia suas mensagens antes de enviá-las, para encontrar e corrigir 
os erros; espere um pouco antes de enviá-las. Quanto mais tempo passar, mais fácil 
será ler de forma isenta e descobrir possíveis interpretações erradas; peça ajuda a 
terceiros para checar o entendimento e a clareza do texto. 
 
Quando o paulistano Anderson Santos Pereira, de 35 anos, assumiu a gerência da 
unidade gaúcha da Nextel, em agosto de 2007, um dos seus maiores desafios foi 
alinhar a comunicação com o time. A equipe estava desmotivada por desconhecer 
as metas individuais. As pessoas só conheciam os objetivos da unidade‖, diz. 
Baseado nos planos da empresa, Anderson conversou individualmente com os 14 
membros da equipe, ouviu o que cada um tinha a dizer, anotou sugestões, dividiu os 
clientes de acordo com o perfil de cada integrante do time e traçou objetivos claros 
para todos. Com maior transparência, as pessoas compreenderam os rumos que a 
companhia queria tomar e o papel delas.‖ 
19 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
Mais que mil palavras 
As informações que você emite com o rosto, os braços e o tom de voz causam mais 
impacto do queo conteúdo que está sendo passado. Uma pesquisa da Universidade 
da Califórnia, nos Estados Unidos, concluiu que 93% da eficácia da comunicação 
deve-se ao tom e à intensidade da voz, aos gestos e às expressões corporais. ―A 
mensagem que prevalece é aquela transmitida pela comunicação não-verbal‖, diz 
Leny, fonoaudióloga da PUC-SP. Preste atenção: 
 
• Ao corpo. A forma como alguém gesticula sinaliza o que ele sente. Uma posição 
ereta, olhando as pessoas de frente e braços voltados para quem está falando dá a 
ideia de acessibilidade e entusiasmo. Cruzar os braços ou manter os ombros caídos 
podem causar o efeito contrário. O rosto e a boca também são agentes importantes 
de uma comunicação eficiente. Evite uma postura desleixada e os bocejos. 
 
• À Voz. Este é um dos elementos mais importantes para passar a interpretação 
desejada. Contam o tom, o volume e a entonação. Não adianta, por exemplo, 
manter o tom grave - que gera a sensação de seriedade e firmeza — para motivar e 
entusiasmar o time. Prefira um tom mais leve e alegre. ―O segredo é saber variar e 
combinar todos estes elementos para serem usados de acordo com a informação e 
a sensação que queira produzir nos outros‖, diz Leny Kyrillos. 
 
Disponível em: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/manual-
comunicacao-eficiente-484442.shtml# Acesso em 31/07/2012 
 
1.3.7.2 TEXTO 2 - O SIGNIFICADO DOS GESTOS EM DIFERENTES CULTURAS 
 
O SIGNIFICADO DOS GESTOS EM DIFERENTES CULTURAS 
Reinaldo Polito 
 
20 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Você deixaria de realizar um negócio só porque o diretor de uma empresa norte-
americana fez o sinal de OK, encostando a ponta do polegar na ponta do dedo 
indicador, formando um círculo? Ou julgaria que dois membros do Politburo soviético 
são homossexuais porque trocaram beijos ao se encontrar? Estou quase certo de 
que sua resposta é não. 
 
Por isso, acho meio exagerado. Na verdade, não acredito muito nessas histórias de 
grandes contratos que deixaram de ser assinados só porque o executivo de 
determinado país fez um gesto considerado ofensivo pelos diretores da organização 
de outro país com quem estava negociando. 
 
Bem, talvez fatos isolados possam ter ocorrido uma vez ou outra. Entretanto, sinto 
que alguns textos tratam desse assunto carregando nas cores e inventam histórias 
com o objetivo de ressaltar a importância de se conhecer o significado dos gestos 
em países diferentes. 
 
No mundo globalizado em que vivemos, dificilmente uma pessoa de qualquer parte 
do mundo irá se sentir tão ofendida com o gesto de um estrangeiro, a ponto de 
cancelar um contrato ou desfazer um negócio. Mesmo interpretando o gesto como 
ofensivo, provavelmente, saberá que se trata de uma questão cultural e que, por 
isso, deverá ser relevado. 
 
Considere ainda que, de maneira geral, o gesto não deve ser observado de forma 
isolada, mas sim ser avaliado dentro de um contexto muito mais amplo e 
abrangente. Assim como a palavra tomada isoladamente pode não ter significado, 
também o gesto deslocado do contexto dificilmente completará uma informação. 
 
Tanto a palavra como o gesto precisam ser estruturados em contextos que 
construam ideias completas. Para que uma atitude possa ser compreendida e 
interpretada há necessidade, portanto, de que os gestos estejam inter-relacionados 
e em harmonia uns com os outros. 
 
21 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Temos de levar em conta também que talvez haja mais risco nos contatos de 
pessoas de uma mesma cultura do que entre habitantes de países diferentes, 
porque entre as pessoas que convivem dentro de uma mesma sociedade o gesto é 
interpretado, até inconscientemente, com a acepção que conhecem e estão 
acostumados a observar. 
 
Josué Montello, na sua interessante obra 'Anedotário Geral da Academia Brasileira', 
conta que José Maria Paranhos, futuro Visconde de Rio Branco, possuía na tribuna 
um gesto característico, que se transformou numa espécie de cacoete: erguia o 
braço, dedo indicador em riste, nos momentos em que parecia mais arrebatado. E 
diz que o próprio orador deu esta explicação para ao seu gesto: 'Quando a ideia não 
vale por si para ir bastante alto, trato de suspendê-la na ponta do dedo'. 
 
Antes de iniciar os comentários sobre o significado de alguns gestos em diversos 
países, julgo oportuno lembrar que uma atitude pode, às vezes, não ter nenhum 
outro sentido, além do próprio fato em si. 
 
É conhecido o caso em que Freud estava fumando um charuto e ao perceber que 
alguns dos seus discípulos confabulavam para tentar entender o que aquele fato 
significava, chamou-os e disse: há momentos em que um charuto é apenas um 
charuto. 
 
Assim, creditando à diferença do significado dos gestos a importância relativa que 
efetivamente existe, vale a pena observarmos alguns casos bastante curiosos de 
certos gestos que possuem diferença acentuada de um país para outro. 
 
Alguns dos gestos que apresentam diferenças de interpretação mais curiosas são: 
 
 Apertar a ponta da orelha 
No Brasil - É um sinal de aprovação 
Na Índia - É uma forma de se desculpar, ou de mostrar arrependimento por uma 
falha ou erro cometido. 
22 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Na Itália - Indica que a pessoa que está sendo apontada é homossexual 
 
 Apontar com o polegar para cima, com os quatro outros dedos fechados na 
palma 
No Japão - Significa o número 5 
Na Alemanha - Significa o número 1 
No Brasil - Significa que está tudo certo e serve também para pedir carona 
Na Europa e EUA - É o pedido de carona 
Na Turquia - Significa uma cantada para sair com homossexual 
Na Nigéria e Austrália - É um gesto obsceno. 
 
O mesmo significado que tem no Brasil o gesto de encostar a ponta do polegar na 
ponta do indicador, formando um círculo. Por sinal, o significado que esse gesto tem 
no Brasil é o mesmo na Turquia e na Rússia. 
 
Falando um pouco mais desse gesto, que é tão obsceno no Brasil, vamos ver que 
significado possui em outros países. 
 
Nos EUA - Significa que está tudo certo, positivo. 
No Japão - Significa valor financeiro - moeda, dinheiro. 
Na França - Significa que é algo sem valor, zero. 
Na Turquia - Significa que alguém é homossexual. 
 
 Mão em forma de figa 
No Brasil - Significa fato auspicioso, de boa sorte. 
Na Croácia - Bem diferente do que ocorre no Brasil, o significado é de algo sem 
valor ou de um não. 
Na Turquia e Grécia - Tem significado obsceno. É o mesmo significado que tem no 
Brasil o gesto de bater no círculo formado com o indicador e o polegar, quase 
fechados, com a palma da outra mão. 
Na Tunísia e Holanda - Significa o pênis. 
 
23 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 Raspar o queixo com a ponta dos dedos (como se estivesse jogando algo 
grudado embaixo do queixo para fora) 
No Brasil - Significa sei lá, não tenho essa informação. 
Na Itália (região Sudeste) - Significa sem chance. 
Na França - Significa sai daqui. 
 
 Mover a cabeça no sentido lateral, de um lado para outro 
Talvez seja a diferença mais gritante que poderíamos encontrar no significado de um 
gesto entre os diversos países. 
 
Em quase todos os países do ocidente - Significa não. 
Na Bulgária, Grécia, Irã e Turquia - Significa, por incrível que possa parecer, sim. 
 
 Movimentar o dedo indicador esticado em círculos na região da têmpora 
No Brasil e nos EUA - Significa que alguém não está batendo bem da cabeça, que 
pirou, está doido. 
Na Argentina - Significa que uma pessoa está querendo falar com a outra. 
Na Alemanha - Significa que alguém fez barbeiragem notrânsito. 
 
 O chifre feito com o dedo mínimo e indicador, enquanto o médio e o anular 
ficam fechados 
No Brasil e na Itália - Significa que o marido está sendo traído, corneado pela 
mulher. 
Na Venezuela - Significa conquista, sorte, futuro promissor. 
Nos EUA - região do Texas - Significa que o torcedor está solidário e dando apoio ao 
seu time. 
 
O gesto precisa ser observado e entendido sempre dentro de um contexto maior, 
que inclui o seu significado específico em si, as palavras, o conteúdo da mensagem, 
as circunstâncias e os outros gestos que participaram do processo de comunicação. 
 
24 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
O fato de estarmos nos comunicando com pessoas de cultura diferente da nossa 
não deve nos inibir ou provocar constrangimento. Primeiro porque se um ou outro 
gesto transmitir uma mensagem distinta daquela que estávamos pretendendo, 
provavelmente o interlocutor irá compreender, assim como nós compreendemos o 
OK do americano ou os beijos dos soviéticos, pois é quase certo que tenha 
consciência das diferenças culturais. 
 
Depois, dificilmente essa situação ocorrerá, porque, como vimos, a comunicação se 
dará, normalmente, não por um gesto isolado, mas sim por um conjunto de 
informações que precisa ser considerado. 
 
Mesmo assim, convém não negligenciar para não correr o risco de comprometer a 
qualidade ou o sentido da comunicação por causa de um gesto impensado. 
 
Além da minha observação pessoal para identificar essas diferenças culturais dos 
gestos, pesquisei em obras de autores que se dedicaram ao estudo do 
relacionamento intercultural, como Roger Axtell ('Gestures - The do's and taboos of 
body language around the world') e Gerard Nieremberg e Henry Calero ('How to read 
a person like a book') 
 
SUPERDICAS 
 Se você deseja ser bilíngue, aprenda e domine também os gestos da outra 
cultura 
 Conheça bem o significado dos gestos usados nos países com quem precisa 
manter contato para evitar mal-entendidos 
 Se um estrangeiro fizer algum gesto que você considere ofensivo, ponha na 
conta das diferenças culturais e não se incomode com o fato 
 Leia livros sobre relacionamento intercultural para se sentir mais confortável 
nos contatos com pessoas de outros países 
 
 
 
25 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
2 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
 
A linguagem, uma eficiente forma de comunicação, é elemento fundamental para 
estabelecermos comunicação com outras pessoas. Por ser múltipla e apresentar 
peculiaridades de acordo com a intenção do falante, divide-se em seis funções: 
 
1) Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva, expõe 
dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. 
Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois 
transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há 
possibilidades de outra interpretação além da que está exposta. 
 
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, jornalísticos, 
técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais. 
 
Por exemplo: ―Bancos terão novas regras para acesso de deficientes‖. O Popular, 16 
out. 2008. 
 
2) Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas 
emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a 
mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na 
primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) 
é uma característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da 
mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em poemas ou 
narrativas de teor dramático ou romântico. 
 
Por exemplo: ―Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é 
sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem 
26 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
atrás dos óculos e do bigode.‖ (Poema de sete faces, Carlos Drummond de 
Andrade) 
 
3) Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o receptor 
de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite 
ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo 
(Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele 
vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos 
publicitários, em discursos políticos ou de autoridade. 
 
Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos! 
 
4) Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando 
o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um poema fala da 
própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja: 
 
―Pegue um jornal 
Pegue a tesoura. 
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. 
Recorte o artigo.‖ 
 
Este trecho da poesia, intitulada ―Para fazer um poema dadaísta‖ utiliza o código 
(poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema. 
 
5) Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o 
emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou 
para dilatar a conversa. 
 
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor ―Está 
entendendo?‖, estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o 
celular e dizemos ―Oi‖ ou ―Alô‖. 
 
27 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
6) Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de 
textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da 
sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos 
signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de 
música. 
 
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0 
Na poesia acima ―Epitáfio para um banqueiro‖, José de Paulo Paes faz uma 
combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo 
com o poeta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
3 EXPRESSÃO ESCRITA 
 
3.1 TÉCNICAS DE REDAÇÃO 
 
3.1.1 FINALIDADES DA REDAÇÃO 
 
3.1.1.1 EXPRESSAR-SE ADEQUADAMENTE 
 
A vida às vezes nos coloca diante de situações nas quais temos que expressar 
nossas ideias ou transmitir informações a outras pessoas. 
 
Quando somos capazes de redigir com eficiência, passamos a dominar um 
instrumento privilegiado de expressão. O médico que dá uma instrução ao paciente 
por escrito, o professor que orienta o aluno, o amigo que explica a outro como fazer 
algo – eis algumas das milhares de situações em que a comunicação escrita poderá 
ajudar as pessoas – ou atrapalhá-las e gerar erros às vezes irreversíveis. 
 
Todos conhecemos provavelmente histórias de erros e mal entendidos derivados de 
uma comunicação escrita falha. Uma vírgula mal colocada, uma palavra fora do 
contexto, um tempo verbal conjugado erroneamente, e lá vem um problema. Agora, 
considere que todos esses problemas gerados pela má comunicação têm um custo, 
seja econômico, seja social. Podemos danificar objetos de valor, perder dinheiro, 
perder amigos, causar separações de pessoas, tudo isso por causa de um texto 
ruim. Logo, vale a pena aprimorar a escrita. 
 
3.1.1.2 CRESCER NA PROFISSÃO 
 
Se você fizer uma pesquisa entre as pessoas que se destacaram profissionalmente, 
vai notar que uma boa parte delas escreve bem. Será que escrevem bem porque 
29 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
são inteligentes, istoé, pela mesma razão que as levou ao crescimento profissional? 
Ou será que cresceram profissionalmente porque escrevem bem? É provável que 
ambas as coisas sejam verdadeiras. 
As pessoas inteligentes aprendem a expressar-se bem; e, por outro lado, as 
pessoas que se expressam bem através do texto tendem a crescer 
profissionalmente. 
 
Primeiro porque, lembremo-nos, através do texto o redator projeta uma imagem e 
esta vai levar os outros a um julgamento a respeito dele. 
 
Segundo, porque quem escreve bem influencia mais os outros, seja através de uma 
carta, de um relatório ou de uma tese de doutorado. 
 
Terceiro, porque o bom redator resolve muitos problemas com maior facilidade e 
torna-se uma pessoa mais eficiente. 
 
Quarto, porque quem se expressa bem, diz exatamente o que deve ser dito, evita 
erros e mal-entendidos, orienta melhor os outros, colabora para que resolvam seus 
problemas. 
 
3.1.1.3 COMO SUPERAR AS BARREIRAS COMUNS NA LINGUAGEM 
 
É preciso que o vocabulário se amplie, que os chavões e lugares-comuns 
desapareçam; não podemos nos esquecer da sintaxe, da regência, da boa 
colocação dos adjetivos. Temos, ainda, de buscar meios para enriquecer o texto. 
 
3.2 ONDE ENCONTRAMOS MAIS DIFICULDADES AO ESCREVER? 
 
· Na falta de lógica (não se pode escrever sem ordenar as ideias). 
· No desconhecimento da gramática. 
· Na falta de leitura. 
· Na pontuação inadequada. 
30 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
· Na falta de ideias para enriquecimento do texto. 
 
 
3.3 BUSCANDO INSTRUMENTAL NECESSÁRIO 
 
Se você quer ser realmente um bom redator, quais ferramentas deve ter a mão? 
A resposta é simples. 
 
3.3.1 OS PRINCIPAIS APOIOS DO REDATOR 
 
· Gramáticas. 
· Dicionários. 
· Manuais de redação e estilo. 
· Textos de consultas da área. 
· Livros do tipo ―tira-dúvidas‖ (para consulta rápida). 
 
3.3.2 COMO SIMPLIFICAR A REDAÇÃO EMPRESARIAL 
 
A vida moderna nos leva à rapidez e a correspondência empresarial deve seguir 
esse rumo. Há palavras e expressões que nada acrescentam ao entendimento do 
texto. Nós as utilizamos por questão de hábito. Se queremos evitar estas fórmulas 
antigas e gastas, é preciso estarmos atentos. Vejamos alguns exemplos: 
 
―A finalidade desta é apresentar‖... Prefira: Apresentamos. 
―Acusamos o recebimento de‖... Prefira: Recebemos. 
"Como dissemos acima..." Se já dissemos, por que repetir? 
 
Outras sugestões: 
 
―Damos em nosso poder a carta datada de 05/02/05‖. 
Prefira: Recebemos sua carta de 05/02/05. 
 
31 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
―Conforme assunto em epígrafe‖. 
Prefira: Conforme assunto em referência. 
 
―É desnecessário dizer que‖. 
Se é desnecessário, não diga. 
 
―Em mãos sua carta de 05/02/05 que nos mereceu a devida atenção‖. 
Claro que mereceu! Você já está respondendo-a! 
 
―É evidente que‖. 
Em geral, quando é evidente, não precisamos dizer e quando não é, é mentiroso 
dizer. 
 
"Limitados ao exposto". 
Se está limitado, não se exponha avisando seu leitor; termine simplesmente com 
"atenciosamente". 
 
―Passo às suas mãos‖. 
É desnecessário. 
 
―Levamos ao seu conhecimento‖. 
Prefira: Comunicamos. 
 
―Rogamos‖ 
Prefira: Solicitamos. Rogar só a Deus. 
 
―Sem mais - Sem mais para o momento - Sem outro particular‖. 
Prefira Atenciosamente (para encerrar). 
 
―Servimo-nos da presente - Serve o presente para informar-lhe... Tem a presente a 
finalidade de - Vimos pela presente - Vimos por meio desta - Vimos através desta‖. 
32 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Prefira ser objetivo, pois se não fosse pela presente seria pela ausente? Que 
redundância! 
 
 
"Tomamos a liberdade de". 
Cuidado com essa expressão; ela é profundamente irritante ao leitor. 
 
3.3.3 CLAREZA, SIMPLICIDADE E ADEQUAÇÃO 
 
· Escreva com palavras usuais. 
· Evite termos estranhos, termos arcaicos, palavras técnicas e estrangeiras. 
· Não queira impressionar o leitor. 
 
3.3.3.1 EXERCÍCIO – ADEQUAÇÃO E CLAREZA 
 
Quase todos nós já tivemos alguma dificuldade devido a um bilhete. Por exemplo, 
imaginemos que uma pessoa saia e deixe um recado fixado na porta: 
 
Fui ao banco. Volto logo. 
Depois que lemos o recado, ficamos na dúvida: será que esperamos a pessoa voltar 
ou não? Voltar logo quer dizer voltar em quinze minutos ou em uma hora? Mas a 
que horas a pessoa saiu? 
Enfim, o texto mal escrito nos atrapalha. 
 
Redija um aviso, enfocando o mesmo assunto; porém, faça-o com clareza. 
___________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
33 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
3.3.4 OBJETIVIDADE 
 
3.3.4.1 RECOMENDAÇÕES 
 
· Declare, tão logo quanto possível, o objetivo. 
· Siga um plano previamente definido. 
· Evite intercalação de frases longas. 
· Evite frases muito longas e as muito curtas. 
· Procure a concisão. 
 
3.3.4.2 EXERCÍCIO: CORRIJA, OBSERVANDO A TÉCNICA DA OBJETIVIDADE 
 
São Paulo, 13 de setembro de 2004. 
Editora Abril 
 
Sr. Pedro Henrique dos Santos 
Prezado Senhor, 
 
Somos da Fundação_______________________, uma entidade, sem fins lucrativos, 
de Utilidade Pública Federal, que tem como objetivo promover os direitos 
elementares de cidadania das crianças, trabalhando através de projetos e da 
articulação da Sociedade, especialmente da iniciativa privada. 
 
A missão da Fundação______________________é mobilizar a sociedade sobre as 
questões da infância, promovendo o engajamento social e empresarial em propostas 
para a solução dos problemas das crianças, através da ação política na defesa de 
seus direitos e de ações exemplares que possam ser disseminadas e multiplicadas. 
34 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Sua atuação se dá em diversas áreas: saúde e alimentação, educação e cultura, 
trabalho infantil, família e comunidade. 
 
A Assessoria de Comunicação da ____________________foi criada especialmente 
para desenvolver campanhas de comunicação e divulgação, edição e distribuição de 
diversas publicações que reforcem as ações da Fundação___________________. 
 
Para executarmos melhor nosso trabalho, pedimos a doação, pela editora, de 
um exemplar do Almanaque Abril. 
 
Atenciosamente, 
L.M. 
Assessora de Comunicação 
 
3.4 CONCISÃO 
 
3.4.1 VÁ DIRETO AO ASSUNTO 
 
A finalidade desta é informar que as admissões realizadas até 15/12... 
As admissões realizadas até 15/12... 
 
3.4.2 NÃO USE DUAS OU MAIS PALAVRAS QUANDO É POSSÍVEL. TRANSMITIR A IDÉIA COM 
UMA APENAS 
 
Fizemos uma investigação 
Investigamos 
 
Dar informação 
Informar 
 
Fazer declaração 
Declarar 
35 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
Ter preferência por 
Preferir 
Dar assistência /ajuda 
Assistir / Ajudar 
 
Haverá um aumento 
Aumentará 
 
Sofreu mudanças 
Mudou 
 
3.4.3 ELIMINE ADVÉRBIOS DESNECESSÁRIOS (ENFÁTICOS)O cálculo estava completamente errado. 
O cálculo estava errado. 
 
3.4.4 ELIMINE A REDUNDÂNCIA 
 
Todo e qualquer funcionário deverá... 
Todo funcionário deverá... 
 
Chegamos a um consenso de opinião 
Chegamos a um consenso. 
 
Decidiram uma forma de cooperação conjunta. 
Decidiram uma forma de cooperação. 
 
3.4.5 REDUZA AO MÍNIMO O USO DO PARTICÍPIO PASSADO 
 
Tinha sido determinado pelo presidente que... 
O presidente determinou que... 
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Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
3.4.6 EVITAR 
 
 AMBIGUIDADE 
 PALAVRAS QUE INDICAM POSSE (pronomes possessivos). 
A empresa definirá com a associada a forma de utilização de seu estoque. 
 POSIÇÃO DO ADJUNTO ADVERBIAL 
As empresas que investem em imóveis frequentemente têm prejuízos. 
A comissão que estava examinando o caso ontem deu seu parecer. 
 PALAVRAS QUE RESTRINGEM, LIMITAM UMA IDÉIA 
A divisão de Marketing só cumpriu as normas. 
Com uma empilhadeira apenas realizarão parte do serviço. 
 COMPARAÇÕES (ANALOGIAS) FALHAS 
Preciso ir à farmácia e comprar carne. 
 
3.4.7 EXERCÍCIOS 
 
Reescreva os textos abaixo utilizando os princípios de CONCISÃO E 
CLAREZA. 
 
1. ―Tem sido norma desta empresa procurar fazer as devidas comunicações aos 
interessados a respeito das novidades que surgem a cada semestre‖. 
 
2. ―Temos o prazer de comunicar a V.Sa. que a comida que vem sendo servida no 
restaurante da Matriz tem sido muito boa, estando, portanto, de parabéns você e 
todos os que cooperam para isso. 
 
3. ―Conforme relação junta, V.Sas. deverão ficar a par da majoração havida nos 
preços dos móveis de nossa fabricação, a qual foi efetuada a contragosto, face a 
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Comunicação e Expressão 
 
novos salários que foram decretados e ao encarecimento dos materiais e as tarifas 
de transporte‖. 
 
4. ―Pedimos escusas por não enumerar na presente os motivos que nos levaram à 
decisão extrema de exonerar do cargo de representante o Sr. Juca, assegurando 
que tudo se deveu infelizmente a razões fortíssimas que impediram a permanência 
da referida pessoa em nossa empresa‖. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 REDIGINDO UM E-MAIL 
 
4.1 CORREIO ELETRÔNICO – "E-MAIL" 
 
4.1.1 COMO UTILIZÁ-LO DE MANEIRA ADEQUADA E EFICAZ 
 
 Se a comunicação for de caráter informal, inicie a sua mensagem tratando o 
cliente pelo nome e cumprimentando-o com um ―Bom dia!‖, ―Boa tarde!‖ ou com 
um ―Olá, tudo bem?‖, que é a maneira mais adequada nesse caso. 
 
 Para os casos formais, utilize o vocativo (seguido de vírgula ou de dois pontos) 
"Prezado Senhor", "Caro Cliente", "Prezado Sr. Carlos", como numa carta 
comercial. 
 
 Lembre-se de que o correio eletrônico, embora seja um meio (na maioria das 
vezes) de comunicação informal, não deixa de ser comunicação escrita e, por 
isso, requer cuidados com a ortografia, concordância, regência e pontuação. 
 
 Utilize a comunicação por telefone, quando o assunto exigir negociação entre as 
partes ou houver situações conflituosas. É mais eficaz. 
 
 Responda todas as mensagens, num período de 24 horas, ainda que você não 
tenha uma resposta definitiva para o assunto. Isso significa respeito para com o 
seu cliente interno/externo. 
 
 Não envie mensagens desnecessárias, principalmente as correntes, pirâmides, 
etc., que, além de deselegantes, irritam o receptor. 
 
 Envie cópias apenas aos interessados e envolvidos no assunto. 
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Comunicação e Expressão 
 
 
 Cuidado com os excessos nos pontos de exclamação e nos avisos de 
URGENTE. 
 Evite utilizar apenas letras maiúsculas, pois isso é para os olhos o mesmo que 
gritar aos ouvidos do receptor, além de atrapalhar a leitura. 
 
 Poupe o tempo do seu interlocutor, enviando-lhe mensagens claras, simples, 
adequadas e concisas. 
 
Seguindo esses princípios, você estará capacitado a prestar um atendimento 
eletrônico de qualidade. 
 
4.1.2 LEITURA COMPLEMENTAR: E-MAIL SEM ERRO 
 
Júlia de Medeiros (redacao.vocesa@abril.com.br) 11/05/2009 
 
Não existe um manual de etiqueta para enviar e-mails, mas bom senso na hora de 
respondê-los e escrevê-los é fundamental para ficar bem com o chefe, os colegas e 
os clientes. ―Um erro comum é enviar respostas escritas de cabeça quente, num 
momento de estresse e chateação. Já vi parcerias importantes serem desfeitas por 
causa disso‖, diz a consultora de etiqueta empresarial Maria Elisabeth Farina Guirao, 
autora do livro A Etiqueta que Faz a Diferença nas Empresas (Novatec). Nesses 
momentos, o e-mail acaba virando um confessionário. E o objetivo é que, no 
trabalho, ele seja mais impessoal e informativo. Veja as dicas abaixo e lembre-se 
delas antes de escrever suas próximas mensagens. 
 
1.AO VIVO 
 
Antes da internet, já existia comunicação. Não custa nada caminhar até a mesa de 
seu colega ou ligar para o cliente. Se necessário, o conteúdo da conversa pode ser 
resumido e enviado por e-mail apenas para registro. 
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Comunicação e Expressão 
 
 
2.CALMA 
 
Se você recebeu uma mensagem que não o deixou feliz, espere um pouco para 
respondê-la. Dica de Sérgio Chaia, presidente da Nextel: ―Escrevo uma mensagem 
na hora que estou de cabeça quente e outra no dia seguinte, para enviá- la 
realmente. A diferença é notável‖. As mensagens enviadas por e-mail são 
interpretadas com mais rigidez e não permitem um pedido de desculpas em seguida, 
como em uma conversa. 
 
3.CLAREZA 
 
Ao escrever um e-mail preencha o assunto da mensagem. Isso ajuda a saber logo 
de cara do que se trata. Se quem recebeu seu e-mail precisar voltar a falar no 
assunto, não perderá tempo. 
 
4.FORMA 
 
Mantenha a formalidade, mesmo que a troca seja entre colegas. Muita intimidade 
pode criar mal-entendidos. 
 
5.OBJETIVO 
 
Faz parte do seu trabalho, ao transmitir uma mensagem, deixá-la o mais objetiva 
possível. Tópicos funcionam melhor do que longos parágrafos. É importante deixar 
claro também o que você espera de quem está lendo seu e-mail. 
 
6.TEMPO 
 
Ao receber uma pergunta que não sabe responder, mas sabe quem é a pessoa mais 
indicada para isso e vê que ela está copiada no e-mail, não desperdice seu tempo 
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Comunicação e Expressão 
 
enviando mensagens como ―Acho que Fulano poderá ajudar‖. Evite ser aquele que 
envia e-mails desnecessários. 
 
 
7.ANEXOS 
 
Cuidado com os anexos. Todos os servidores têm limites, inclusive o seu. Se forem 
muitos, e realmente necessários, procure zipá-los. Outra dica é utilizar servidores 
que hospedam os arquivos na internet. Nesse caso basta copiar o link no corpo do 
e-mail. Se você tem dúvidas sobre mandar o anexo, mencione sobre ele no corpo do 
texto e se coloque à disposição para enviar àqueles que desejam recebê-lo. 
 
8.DESTINO 
 
Ao copiar outras pessoas no e-mail, para que elas tomem conhecimento do 
conteúdo, é necessário certa cautela. Esteja atento para não esquecer quem 
realmente deveria estar entre os destinatários. Quanto aos seus chefes, questione-
se se eles devem estar ali. Você pode perder credibilidade se incluí-los sempre e 
sem necessidade. 
 
9.FINAL 
 
Fique de olho também na sua assinatura. Ela serve como um cartão de visitas. 
Mantenha- a curta, apenas com as informações mais importantes: nome, empresa, 
cargo e contatos. Nada de fazer de sua assinatura um minicurrículo. 
 
Disponível em: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/e-mail-erro-484474.shtml Acesso em: 31/07/2012 
 
 
 
 
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Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
 
5 TÓPICOS GRAMATICAIS 
 
5.1 HÁ OU A? 
 
Emprega-se há: 
a) Com referência a tempo passado: 
Não o vejo há muitos anos. 
b) Quando se trata de forma do verbo haver: 
Há um artigo interessante nessa revista. 
Atenção! 
O verbo haver com sentido de existir não varia! 
Assim: Há um garfo sobre a mesa. 
Há talheres sobre a mesa. 
 
Emprega-se a: 
a) Com referência a tempo futuro: 
• A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquiagem. 
b) Com referência à distância: 
• Morava a cinco quadras daqui. 
 
Exercícios – Empregue há ou a conforme for conveniente: 
a) O hospital fica ____ três quilômetros daqui. 
b) _______ cinco anos que não tiro férias. 
c) ______ dois dias do exame, começava a ficar nervoso. 
d) Ele saiu da sala ______ pouco, mas voltará daqui ____ pouco. 
 
5.2 MAIS OU MAS? 
 
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Comunicação e Expressão 
 
• Mais indica quantidade. É o contrário de menos. 
Ex. Converse menos e trabalhe mais. 
• Mas é conjunção; equivale a porém, todavia, contudo: 
Ex. Ela pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu. 
Atenção! 
Empregue sempre menos para indicar em quantidade menor: 
Ex. Diga menos mentiras, João! 
Menas é palavra que não existe na L.P. 
 
5.3 POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ? 
 
 Usa-se por que: 
a) Nas frases interrogativas diretas e indiretas: 
Ex 1: Por que você demorou tanto? 
Ex 2: Quero saber por que meu dinheiro está valendo menos. 
 
b) Sempre que estiverem claras ou subentendidas as palavras motivo, razão: 
Ex 1 : Não sei por que ele se ofendeu. 
(Não sei por que motivo ele se ofendeu.) 
Ex 2: Eis por que não lhe escrevi antes. 
(Eis a razão por que não lhe escrevi antes.) 
 
c) Quando a expressão por que puder ser substituída por para que ou pelo qual, 
pela qual, pelos quais, pelas quais. 
Ex: A estrada por que passei está esburacada. 
(A estrada pela qual passei está esburacada) 
Ex2: Estavam ansiosos por que ela voltasse. 
(Estavam ansiosos para que ela voltasse.) 
 
 Usa-se por quê: 
Usa-se por quê quando a expressão aparecer em final de frase (antes de um sinal 
de pontuaçã0) ou sozinha: 
44 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Ex 1: Ria, ria, sem saber por quê. 
Ex2: Brigou de novo? Por quê? 
 
 
 Usa-se porque: 
Usa-se porque quando a expressão equivaler a pois, uma vez que. 
Ex1. Não responda, porque ele está com a razão. 
 
5.4 USO DE MAU/MAL 
 
 mau (adjetivo) ≠ bom – refere-se, pois, a um substantivo e pode variar em 
número, sendo usado também no plural: 
Ex.: Todos nós passamos por maus momentos. 
 
 mal, por sua vez, pode ser: 
 advérbio de modo – antônimo de bem: 
Ex.: Estou me sentindo muito mal. 
 conjunção temporal – equivale a assim que: 
Ex.: Mal chegou, saiu. 
 substantivo – quando precedido de artigo ou de outro determinante. Admite o 
plural males: 
 Ex.: Este mal não tem remédio. 
 
5.5 USO DE AO ENCONTRO DE/DE ENCONTRO A 
 
 Ao encontro de = aproximar-se de, ser favorável a: 
Ex.: Estamos de acordo. Sua proposta vem exatamente ao encontro de nossos 
interesses. 
 De encontro a tem o sentido de choque, oposição, colisão: 
Ex.: As opiniões dele sempre vieram de encontro às nossas. Ele nunca nos ajudou! 
 
5.6 USO DE CESSÃO/SESSÃO/SEÇÃO/SECÇÃO 
45 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
 Cessão indica doação, ou seja, o ato de ceder: 
Ex.: Ele fez a cessão de seus direitos autorais. 
 Sessão é o intervalo de tempo que dura um evento, uma reunião, uma 
assembleia: 
Ex.: Reuniram-se em sessão extraordinária. 
 Seção (ou secção) é uma parte, um segmento ou uma subdivisão de um todo: 
Ex.: Obtivemos a notícia na seção final do manual de instruções. 
 
5.7 USO DE EU/MIM 
 
O pronome pessoal de 1ª pessoa eu funciona como sujeito, enquanto o pronome 
pessoal mim assume a função de complemento, vindo sempre regido de preposição. 
 
O problema se dá quando, em certas construções, temos o pronome eu como 
sujeito preposicionado, o que só ocorre com verbos no infinitivo: 
Ex.: Deu as ordens para mim. 
Ex.: Deu as ordens para eu cumprir. 
 
5.8 USO DE ONDE/AONDE: 
 
 aonde = para onde, com verbos que dão ideia de movimento ou aproximação: 
Ex.: Aonde nos leva tal rapidez? 
 onde, com verbos que não expressam ideia de movimento: 
Ex.: Onde vocês estão? 
 
 
 
 
 
 
 
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Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º Bimestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
6 EXPRESSÃO ORAL 
 
6.1 TEXTO 1 - A MELHOR TÉCNICA PARA FALAR EM PÚBLICO 
 
A MELHOR TÉCNICA PARA FALAR EM PÚBLICO 
Reinaldo Polito 
 
A melhor técnica para falar em público é aquela com a qual você possa se sentir 
mais à vontade. Há oradores que preferem se apoiar em anotações. Outros se 
sentem mais livres quando memorizam alguns tópicos. E não são poucos aqueles 
que gostam de decorar os discursos. 
 
Quem poderia criticar um orador que decora, mas se sai bem em suas 
apresentações?! Embora eu desaconselhe esse recurso, devo reconhecer que 
certos oradores decoram com admirável competência. Memorizam com facilidade, 
são hábeis na interpretação e contornam bem os inesperados lapsos de memória. 
 
Não se nota neles aquele brilho vidrado nos olhos, próprio de quem decora o que vai 
dizer. Mesmo com a fala decorada conseguem aproveitar fatos do ambiente e os 
incluem em suas falas como se toda mensagem nascesse ali diante do público. 
Alguns se dão bem no outro extremo. Levam consigo o texto completo, como se 
fossem ler a mensagem. Diante do público, entretanto, apenas batem os olhos para 
pinçar uma informação aqui, outra ali, e se certificar de que obedecem à sequência 
que planejaram. 
 
Um cuidado deve ser observado: adequação à circunstância. Não seria apropriado, 
por exemplo, o filho ler a homenagem à mãe no dia do aniversário dela. Nessa 
situação seria mais apropriado um discurso curto, sem anotações, com informações 
da própria experiência familiar. 
48 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
Da mesma forma, seria desaconselhável o discurso de improviso em ocasiões que 
exigem correção rigorosa das informações. Se a mensagem tiver grande quantidade 
de cifras e datas só a leitura, ou no mínimo algumas anotações ajudariam a cumprir 
bem essa tarefa. 
 
Se você for convidado a proferir palestra sobre temas de sua especialidade, evite o 
excesso de anotações. Uma ou outra ficha com lembretes para as emergências e 
alguns visuais seriam suficientes para que pudesse desempenhar bem seu papel. 
 
Se, entretanto, mesmo sendo assunto de sua especialidade tiver de montar uma 
apresentação nova, não hesite em levar as anotações para a tribuna. Com um bom 
treino ficará tão familiarizado com a sequência das informações que o simples bater 
de olhos indicará o que deve dizer. 
 
Independentemente do domínio que tenha sobre o assunto e da técnica que resolva 
utilizar, nunca deixe de se preparar. Treine o máximo que puder. Esse exercício será 
útil não apenas para aquela determinada apresentação, mas também para o 
desenvolvimento da sua comunicação. Quanto mais treinar, melhor orador se 
tornará. 
 
SUPERDICAS 
 Experimente todas as técnicas que puder e escolha a que julgar mais 
conveniente 
 Treine o sincronismo entre a leitura das anotações e o contato com a plateia Olhe para as anotações como se estivesse pensando, sem se precipitar 
 Recursos visuais na medida certa são úteis e dão confiança 
Artigo disponível em: 
http://www.polito.com.br/portugues/artigo.php?id_nivel=12&id_nivel2=155&idTopico=
1342 
 
 
49 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
 
 
6.2 TEXTO 2 - APRENDA A FALAR DE IMPROVISO 
 
APRENDA A FALAR DE IMPROVISO 
Reinaldo Polito 
 
Falar de improviso. Assim como ocorre com a maioria das pessoas, talvez essa 
também seja uma das suas maiores aspirações. 
 
Imagine este quadro: você está rodeado de gente, sem a mínima noção de que 
alguém poderia ter a 'brilhante' ideia de convidá-lo a se apresentar - e é chamado 
para falar em público de improviso! 
 
Veja se este não é um sonho que merece ser acalentado. 
Mesmo tomado de surpresa, sem nenhum preparo, você, diante de uma 
circunstância tão adversa, tendo condições de falar com desembaraço, muita 
desenvoltura e conseguindo alinhavar o pensamento, concatenando as ideias com 
tranquilidade e competência. 
 
Vou lhe contar um segredo: realizar esse sonho de falar de improviso em qualquer 
situação de maneira segura e eficiente é mais simples do que você talvez esteja 
imaginando. Basta seguir os passos que vou sugerir neste texto. 
 
Saiba antes o que significa falar de improviso 
Falar de improviso, diferentemente do que algumas pessoas imaginam, não significa 
falar sem conhecer o assunto. Se uma pessoa se atreve a falar em público sem ter 
informações sobre o tema que irá transmitir, o adjetivo mais benevolente que 
poderíamos lhe atribuir é o de irresponsável. 
 
50 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Quem fala sem conhecimento do conteúdo que pretende transmitir põe em risco sua 
imagem e reputação. Assim, se você for convidado para falar sobre um assunto que 
não conhece e não tiver tempo suficiente para estudá-lo, a atitude mais sensata é 
recusar o convite. 
Da mesma forma, um dos erros mais graves que você poderia cometer é o de se 
sentir tão seguro e confiante para falar em público e negligenciar a preparação, 
passando a refletir sobre o assunto que irá expor apenas no momento em que já 
estiver frente a frente com os ouvintes. 
 
Por isso, de todos os recursos com os quais poderá contar para se sair bem numa 
apresentação os mais importantes serão sempre o preparo e o domínio do 
conteúdo. 
 
Agora que já chamei a atenção para esses aspectos que considero fundamentais 
para uma boa apresentação em público, podemos tratar do conceito e das técnicas 
do improviso. 
 
Falar de improviso significa falar sem ter preparado de forma conveniente a 
apresentação. 
 
Suponha que você esteja em uma reunião ou em um evento e é convidado para 
falar sobre determinado tema. Embora o assunto não lhe seja estranho, você terá de 
estruturar o pensamento e organizar a sequência da exposição ali diante dos 
ouvintes. Essa é uma situação que identifica a fala de improviso. 
 
Veja quais são as técnicas que poderão ajudá-lo a se sair bem em momentos como 
esse. 
 
Fale antes sobre um assunto de seu domínio 
Antes de desenvolver o tema que é a matéria central da sua apresentação, fale a 
respeito de um assunto que conheça com bastante profundidade e que tenha 
alguma ligação direta ou indireta com o conteúdo que deverá transmitir. 
51 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 
Esse assunto de apoio, que você domina, poderá ser uma notícia que esteja 
acompanhando com interesse, fatos que tenha presenciado, cenas dos filmes que 
foram marcantes, passagens de livros que tiveram significado especial, viagens que 
realizou, desafios que enfrentou, conquistas que experimentou, temas relacionados 
à sua atividade profissional ou ao seu passatempo preferido. Enfim, qualquer 
assunto sobre o qual possa falar com segurança e tranquilidade. 
 
Depois de discorrer algum tempo sobre esse assunto de apoio, você deverá 
encontrar uma maneira de fazer a transição para o assunto principal. 
 
Nesse momento você poderia questionar: Polito, mas o ouvinte não vai perceber o 
artifício? Se você agir de maneira correta, não. Veja onde está o segredo. 
 
É natural que ao falar você saiba quais as etapas que cumpre na apresentação. 
Saberá quando faz a introdução, a preparação, o desenvolvimento do assunto 
central e a conclusão. Entretanto, os ouvintes receberão a mensagem como sendo 
uma só, desde o princípio até o final. 
 
Ora, como você fala com desembaraço e desenvoltura ao abordar o assunto de 
apoio, pois é uma matéria de seu domínio, o ouvinte, recebendo a mensagem como 
sendo uma só desde a introdução até a conclusão, terá a impressão de que o seu 
domínio é da informação toda. Na verdade, você conhece bem o assunto de apoio, e 
talvez apenas superficialmente o tema principal. 
 
Resumindo: fale antes sobre o assunto que você conhece bastante e depois ligue 
com o tema que talvez não conheça tanto, e que é o objetivo da sua exposição. 
 
Alguns cuidados sobre o uso do assunto de apoio: 
 Não desenvolva o assunto de apoio por tempo demasiado, para não dar a 
impressão de que ele é mais importante que o tema principal; 
52 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
 Escolha como apoio aquele assunto que você conheça muito bem. Não caia na 
armadilha de optar por um assunto para apoiar a apresentação apenas pelo fato 
de existir algum tipo de ligação entre ele e o principal; 
 Não passe de maneira abrupta do assunto de apoio para o tema principal; 
 Não dê a impressão de estar 'enrolando' ou 'enchendo linguiça', pois não é esse 
o objetivo da técnica do improviso. 
 
Tenha em mente que o assunto de apoio deverá servir para que os ouvintes o vejam 
como alguém que conhece bem o tema da apresentação e também para auxiliá-lo a 
organizar de forma mais criteriosa e correta a sequência da fala. 
Outras funções do assunto de apoio 
 
Mesmo sabendo que a objetividade é cada vez mais requisitada, pois com a vida 
corrida que levamos não sobra tempo para ouvir exposições muito longas, secar 
conversa pode ser visto como atitude de gente chata. 
 
Um bom orador nem sempre é aquele que já nos primeiros instantes da exposição 
entra diretamente no assunto que pretende transmitir. 
 
O orador de qualidade, às vezes, para tornar sua apresentação mais interessante, 
mais estimulante, mais atraente, mesmo conhecendo bem o tema que irá 
apresentar, separa o assunto e procura preservá-lo. Atinge essa finalidade usando 
como apoio um assunto que lhe é muito familiar. 
 
Ao abordar um assunto preliminar, de seu conhecimento, cria uma expectativa 
adicional nos ouvintes, deixando-os mais interessados em receber as informações 
da mensagem principal. 
 
Observe o desempenho dos grandes oradores. Note que a maioria deles se vale de 
assuntos que conhece muito bem para preparar de maneira mais apropriada suas 
apresentações e torná-las ainda mais interessantes. 
 
53 
 
 
Comunicação e Expressão 
 
Procure seguir o exemplo desses oradores. Antes de apresentar o assunto central 
da sua mensagem, analise se não poderia se valer do apoio de um assunto que 
conheça muito bem, e que tornasse sua exposição mais instigante. 
 
Se os assuntos forem ligados um ao outro de forma natural, poderá dar a impressão 
aos ouvintes de que se trata de uma só mensagem e tornar a apresentação muito 
mais atraente. 
 
Também serve para o improviso 
Além dos assuntos de seu conhecimento que você poderá lançar mão como recurso 
para as falas de improviso, será possível contar também com os fatos que tenha 
observado pouco antes do momento da sua apresentação.

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