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Contratos em Espécie - Quatro IV

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ESCOLA DE DIREITO 
6º PERÍODO 
CONTRATOS EM ESPÉCIE REVISÃO PARTE III
PROFESSORA MARISTELA DENISE MARQUES DE SOUZA
	Modalidades de Contratos
	Empréstimo 
	Prestação de Serviços 
	Empreitada 
	
Conceito 
	
Empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes entrega à outra coisa fungível (mútuo) ou infungível (comodato), com a obrigação de restitui-la. 
	
Segundo Caio Mario da Silva Pereira, a prestação de serviço é o contrato em que uma das partes (prestador) se obriga com a outra (tomador) a fornecer-lhe a prestação de uma atividade, mediante remuneração
	
É o contrato pelo qual um dos contraentes (empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou dependência, a realizar, pessoalmente ou por meio de terceiro, certa obra para o outro (dono da obra ou comitente), com material próprio ou por este fornecido, mediante remuneração determinada ou proporcional ao trabalho realizada.
	
Conceito e 
Características - Comodato
Conceito e 
Características - Mútuo
	
Contrato benéfico, em que uma parte (comodante) entrega a outra (comodatário) coisa móvel, imóvel ou mesmo incorpórea (ex. patente de invenção, nome ou marca comercial), não fungível, para que utilize de forma gratuita e, posteriormente a restitua. 
Características: 
Gratuidade – pois se oneroso seria contrato de locação. Não descaracteriza a gratuidade se o comodatário pagar as despesas com o condomínio e imposto sobre o bem imóvel (ex. um apartamento em comodato – denominado de comodato modal) 
Contrato intuite personae – não transferível aos herdeiros do comodatário, salvo se houver a anuência expressa do comodante.
Infungibilidade do objeto – restituição da mesma coisa recebida como empréstimo. Observar que se objeto for fungível ou consumível estamos diante do mútuo.
Aperfeiçoa-se com a tradição (contrato de natureza real – a entrega da coisa pelo comodante é condição pra a formação do contrato de comodato). Posse direta do comodatário e posse indireta do comodante, após a tradição. Ver art. 1.197 CC.
Conceito: Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição.
Mutuante transfere o domínio sobre a coisa ao mutuário, tornando-se este proprietário sobre a coisa objeto do mútuo, como decorrência natural da impossibilidade de ser restituída em sua individualidade.
Constitui empréstimo para consumo: o mutuário não é obrigado a devolver o mesmo bem, do qual passa a ser proprietário, podendo aliená-lo, consumi-lo, abandoná-lo, gravá-lo. Estará obrigado a devolver coisa da mesma espécie. Art. 586 CC.
Fungibilidade da coisa emprestada ( ver artigo 85 CC). Em geral as coisas fungíveis se consomem pelo uso. A exemplo do livro, que é bem infungível, é emprestado alguns exemplares de uma determinada obra entre livrarias, e ao final deve ser devolvido ao final pelo seu gênero, qualidade e quantidade.
Mútuo x Comodato:
Empréstimo de consumo. No comodato empréstimo de uso.
Objeto coisas fungíveis, enquanto que no comodato coisas infungíveis.
Mutuário desobriga-se devolvendo a coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. No comodato o comodatário somente se desobriga entregando a própria coisa emprestada.
No mútuo ocorre a transferência de domínio. No comodato somente a posse sobre o bem emprestado.
Mutuário poderá dispor da coisa, ao passo que o comodatário é proibido de transferir a coisa a terceiro.
Características:
Contrato real, pois transfere o domínio da coisa ao mutuário.
Unilateral – não há obrigações para o mutuante – apenas entregar e receber o bem, o que está implícito no conceito do contrato. Somente ao mutuário impõem-se obrigações. 
Não solene – não é exigida nenhuma forma especial para sua celebração. Ver art. 227 CC e 401 CPC. Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.
Temporário - pois se fosse perpétuo estaríamos diante da doação.
Gratuito – em regra – embora o empréstimo em dinheiro seja, oneroso, com estipulação de juros, é denominado de MÚTUO FENERATÍCIO.
O mútuo feneratício ou oneroso é permitido em nosso direito, pois o Código Civil, art. 591, presume que, destinando-se o mútuo a fins econômicos, os juros sejam devidos e fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional, se não houver convenção entre as partes ou disposição legal diversa, sob pena de serem restituídos por meio da condictio indebiti .
São nulas de pleno direito as estipulações usurárias, assim consideradas as que estabeleçam, nos contratos civis de mútuo, taxas de juros superiores às legalmente permitidas, caso em que deverá o juiz, se requerido, ajustá-las à medida legal ou, na hipótese de já terem sido cumpridas, ordenar a restituição, em dobro, da quantia paga em excesso, com juros legais a contar da data do pagamento indevido. 
	
Características:
Bilteral: por gerar obrigações para ambos os contraentes: a remuneração para o tomador, e a prestação de serviço para o prestador, que deverá executá-lo na forma devida, em tempo conveniente, de acordo com as normas técnicas que presidem a arte ou o ofício ou segundo os costumes, cumprindo-o, ainda, no lugar estabelecido pelo contrato ou pelas circunstâncias. É preciso lembrar que algumas categorias de serviço implicam em criação de deveres secundários de fidelidade e sigilo quanto a comunicar descobertas, invenções ou aperfeiçoamentos.
Oneroso: porque origina vantagens para os contratantes, mediante contraprestações recíprocas.
Consensual: pois se aperfeiçoa com o simples acordo de vontade das partes, independentemente de qualquer materialidade externa. Como todo contrato, requer emissão volitiva, embora não exija forma especial. 
Não solene - contrato não solene, podendo ser verbal ou escrito. Trata-se, pois, de contrato de forma livre.
	
Características
Bilateral: porque envolve a prestação de ambas as partes, sendo certo que a prestação de um contratante tem por causa a prestação que lhe fornece o outro. O empreiteiro deve entregar a obra; o dono do negócio, o preço. E mais: o empreiteiro entrega a coisa para receber o preço para receber a obra. A prestação de uma parte é a razão de ser da prestação da outra.
Consensual: em oposição aos contratos reais, porque a empreitada é negócio que se aperfeiçoa pela mera junção dos consentimentos, sem a tradição da coisa, como acontece no mútuo, no comodato, no depósito, no penhor.
Comutativo: não só porque, pelo menos subjetivamente, os contratantes creem na relativa equivalência das prestações, como também porque qualquer deles tem elementos, desde logo, para antever o montante da prestação que receberá.
Oneroso: em virtude do seu propósito especulativo, envolvendo um sacrifício patrimonial para ambas as partes: do empreiteiro, que deve desincumbir-se de sua tarefa, e do dono da obra, que deve fornecer o preço.
Não solene: porque não é daqueles contratos a que a lei impõe forma determinada. Pode ser ultimado por mero acordo verbal de vontades.
Espécies 
O artigo 610, caput, aponta as duas espécies de empreitada: a de mão-de-obra ou de lavor, onde o empreitante na execução fornece apenas o seu trabalho, e a mista, quando concorre o empreitante também com o fornecimento de materiais usados na obra. A diferenciação entre elas provoca efeitos jurídicos distintos, no tocante aos riscos da coisa empreitada. Assim, quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o momento da entrega da obra (Art. 611). Se, entretanto, o empreiteiro só fornecea mão-de-obra, todos os riscos, em que não tiver culpa, correrão por conta do dono (Art. 612).
	
Natureza Jurídica
Comodato
	 
unilateral – gera obrigações somente ao comodatário após a tradição; 
temporário, pois se fosse perpétuo estaríamos diante da doação. Pode ser pactuado a prazo determinado ou indeterminado. 
não solene – pode ser firmado verbalmente ou por escrito. O contrato de comodato não se presume, depende de prova de quem o alega.
 
	
Oneroso: remuneração devida ao prestador de serviços pelo tomador – preço ajustado previamente pelas partes.
Bilateral
Não solene
Intuitu personae 
	
	Modalidades de Contratos
	Empréstimo 
	Prestação de Serviços
	Empreitada
	
Elementos do Comodato
Elementos 
Requisitos do Mútuo
	
Capacidade das partes
 
Pressupõem-se a capacidade geral das partes e a capacidade específica para emprestar a coisa infungível;
Restrições: Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.
Sendo o comodato baseado na confiança, é vedada a cessão de uso mediante subcomodato, salvo com aprovação expressa. Sem ela, a subcontratação constitui abuso, com desvio de finalidade. (Carlos Roberto Gonçalves (p. 343) citando Orlando Gomes).
B)     Coisa: 
 
Coisa móvel ou imóvel
Coisa incorpórea
C) Prazo: determinado ou indeterminado.
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado.
Requisitos subjetivos
	Mútuo – mutuante transfere o domínio sobre a coisa ao mutuário, portanto:
Mutuante deve ser o proprietário da coisa
Ter capacidade para dispor da coisa
ESPECIAL – ser proprietário da coisa e não se enquadrar na hipótese do menor:
Art. 588 CC – menor – empréstimo feito a menor, sem autorização de seu representante – não pode ser reavido – regra geral da capacidade, pois o menor não tem capacidade para contratar. (ver arts. 166, I e 171, I CC)
Objeto
Mútuo empréstimo de consumo recai obrigatoriamente sobre bens fungíveis.
Mútuo oneroso : Dinheiro – é possível prever o pagamento com correção monetária – CC 318 – não pode prever o pagamento em outro ou prata – apenas em equivalente. È possível mediante o pagamento de juros (desenvolvimento do comércio bancário – aplicação do CDC)
Lei 9.069/95 (Plano Real) – não pode dispor sobre pagamento em moeda estrangeira, salvo os contratos referentes a importação-exportação e devedor com domicílio no exterior.
	
Remuneração
Ajustado livremente entre as partes.
CC596 – sem acordo vale a fixação por arbitramento (judicial).
CC597 – regra é pagar somente depois de efetuado o serviço – por acordo ou por costume do local pode ser adiantada ou em prestações.
Salário – retribuição - remuneração
Prazo
CC598 – prazo máximo são 4 anos – resquício do CC16 para evitar escravidão entre o contratante e o prestador.
Pode ser reajustado, mas permite ao prestador recusar a renovação ou ainda, reajustar o valor do contrato.
Quando estipulado o contrato sem prazo determinado 
 CC599 – pode rescindir o contrato, desde que se sigam as regras do art.599 referentes à notificação antecedente.
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.
Aviso prévio – denúncia ou resilição contratual: 
Art. 599 (...) Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, deixou de servir.
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições.
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra.
Por tempo certo ou por obra certa – não pode denunciar imotivadamente o contrato – salvo com motivo justo motivo. Despedida sem justa causa – denúncia imotivada. Denúncia imotivada pode gerar pedido de perdas e danos
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa.
Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.
 
	
Remuneração (preço)
Quanto ao modo em que é definida a remuneração, a empreitada apresenta-se em espécies também distintas: preço fixo, que compreende valor pré-fixado pela obra em sua totalidade, sem segmentar as atividades de sua execução; preço fixo absoluto, que não admite variação remuneratória da mão-de-obra ou do preço dos materiais empregados na obra; preço fixo relativo, que permite quantia variável em face do valor de componentes da obra.�
A obrigação de o empreiteiro fornecer materiais não é presumida: resulta de previsão legal ou de cláusula contratual que sobre ela disponha. Trata-se do contrato de empreitada onde se almeja a execução de toda a obra (empreitada global), nela se compreendendo, portanto, os materiais utilizados. Outra solução oportuna dada pelo CC diz respeito a distinguir, com nitidez, o objeto do contrato, ficando assente que da elaboração de um projeto contratado não resulta a obrigação de executá-lo ou de fiscalizar-lhe a execução, atividades específicas e não inerentes ao projeto em si mesmo. 
O empreiteiro pode exigir o pagamento de parte da execução do seu serviço: se a obra tiver compartimentos separados (empreitada de obra de partes distintas, cuja independência equivale a obras autônomas), ou se for das que podem ser averiguadas por medidas (cuida-se da empreitada ad mensurum, cabendo a entrega parcial da coisa empreitada, segundo a conclusão da obra, em suas respectivas etapas). O pagamento importa na presunção da verificação do serviço pelo empreitante, certo que se a constatação se der por por partes da obra e houve o pagamento do serviço que estava findo, para vistoria , presume-se que ele estava a contento do dono da obra e com isso o empreiteiro dar por entregue a parte concluída.
Prazo da presunção : 30 dias a contar da medição.
A receptividade da obra não exclui, ao seu dono, o direito de pleitear a correção dos defeitos que forem, no futuro, evidenciados (vícios ocultos).
O abatimento do preço (artigo 442) atenderá, sem dúvida, em sua expressão econômica, ao necessário das despesas com a correção dos defeitos de execução, servindo para adequar a obra ao plano inicialmente previsto e ajustado.
Empreitada a preço fixo, estabelecido o seu valor para a totalidade da obra, não poderá o empreiteiro exigir a alteração do preço, ainda que tenha a ela introduzido modificações no projeto, salvo se autorizado pelo dono da obra.
Ante ao princípio da boa fé contratual, e da eticidade das partes, a fim de se estabelecer meios para a realização de um reequilíbrio econômico do contrato, no referente ao valor do preço, se eventual mudança substancial do valor ensejar excessiva vantagem para o empreiteiro, com consequente prejuízo ao dono da obra.Direitos e obrigações
	Direitos e obrigações do comodatário
O direito de uso e gozo sobre a coisa dada em comodato pelo comodatário apresenta restrições legais, não sendo ilimitadas:
Conservar a coisa: Art. 582. Primeira parte: O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. 
Usar a coisa de forma adequada e de acordo com o contratado ou de acordo com a natureza da coisa. Causa de resolução contratual, sem prejuízo das perdas e danos advindas do mau uso da coisa emprestada.
Não poderá alugar ou emprestar a coisa sem autorização expressa do comodante. 
Responde pelas despesas de conservação ou necessárias ao uso e gozo sobre a coisa emprestada. Direito de indenização ou retenção STJ decidiu pela impossibilidade de o comodatário requerer a indenização ou retenção, por se tratar de contrato gratuito, sem contraprestação.
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Restituir a coisa no prazo convencionado, ou não sendo este determinado, quando findo o tempo necessário ao uso. Em caso de mora do comodatário: Segunda parte do art. 582 O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. Ação proposta pelo comodante: reintegração de posse.
Responsabilidade solidária dos vários comodatários, se tomarem de empréstimo, conjuntamente, a mesma coisa. Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
Direitos e obrigações do comodante
Em regra o comodato não impõe ao comodante obrigações – deveres – salvo em situações excepcionais apontadas pela doutrina (Caio Mário da Silva Pereira):
Obrigação de reembolsar ao comodatário as despesas extraordinárias e urgentes, que este fizer sobre a coisa, extrapolem os gastos da conservação normal, e em não havendo tempo hábil para que o comodante a faça pelo caráter emergencial.
Comodante deve indenizar o comodatário em caso de vício oculto da coisa, que tinha conhecimento e não preveniu dolosamente a tempo ao comodatário.
Receber a coisa a ser restituída quando findo o prazo ajustado ou quando esgotar o prazo para o uso necessário da coisa.
Não poderá durante o prazo do comodato, requerer a coisa emprestada, salvo por determinação judicial, conforme prevê a segunda parte do artigo 581.
Direitos e obrigações das partes no mútuo
Contrato real e unilateral – se perfaz com a entrega da coisa – tradição. Se é unilateral – não há obrigações para o mutuante – apenas entregar e receber o bem, o que está implícito no conceito do contrato já o Mutuante tem o direito de exigir garantia na hipótese do CC590 – se não prestar a garantia pode antecipar o vencimento da dívida:
MUTUÁRIO – restituir no prazo convencionado a mesma quantidade, qualidade das coisas emprestadas e na sua falta pagar o seu valor, se esta encontra-se desvalorizada, deve ser devolvido o valor na data em que ocorreu o empréstimo (valor que ingressou no patrimônio do mutuário).
- pagar os juros no caso de mútuo feneratício.
Alteração na situação econômica do mutuário de forma notória: art. 477 CC, art. 333,III, também na hipótese de vários títulos de sua emissão protestados e execuções promovidas.
	Prestador de serviços:
É obrigado a cumprir com o trabalho técnico a que se comprometeu no prazo previamente estabelecido ou quando o concluir em razão da característica do serviço.
Prestar contas o serviço empregado para o tomador de serviço.
Tomador do serviço:
Obrigação de quitação pelo tomador do serviço, quando do final da prestação de serviço.
Pagamento da remuneração devida ao prestador de serviço.
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra.
Por tempo certo ou por obra certa – não pode denunciar imotivadamente o contrato – salvo com motivo justo motivo. Despedida sem justa causa – denúncia imotivada. Denúncia imotivada pode gerar pedido de perdas e danos
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa.
Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.
	Obrigações:
Perecimento da Coisa
Perecimento da coisa, antes de sua entrega ao dono da obra, sem ele se achar incurso em mora e inexistindo culpa do empreiteiro. Este, porém, fica obrigado, para efeito de perceber a remuneração devida pela mão-de-obra, a provar a causa do perecimento no fato da quantidade insuficiente ou da má qualidade ou defeito dos materiais usados, e que, a par disso, houve em tempo hábil reclamado sobre tais deficiências contra a sua quantidade ou qualidade.
Dever de cuidado do empreiteiro em relação aos materiais recebidos pelo dono da obra – responsabilidade civil subjetiva – negligência ou imperícia.
Solidez da obra
 Prazo de garantia da solidez da obra: 5 anos.
 Prazo para propor a demanda a partir do conhecimento do vício ou defeito: 10 anos segundo o artigo 205 do CC (prazo prescricional).
Obrigação do dono da obra
A lei reconhece a autoridade técnica do autor do projeto para não tolerar venha a sua criação ser alterada, pelo dono da obra, afetando-lhe o conteúdo. As modificações introduzidas podem, inclusive, comprometer a segurança da obra. De sorte que somente autorizado o dono da obra, pela anuência do empreiteiro (autor da obra), o projeto obterá nova caracterização. Duas exceções são reconhecidas, todavia, na dicção legal: a) a inconveniência da execução do projeto original, por motivos supervenientes ou por razões técnicas; b) a excessiva onerosidade que se revele para a execução do referido projeto. Ressalvadas as alterações de pequena monta (realizadas sem a anuência do autor da obra).
A norma regula e distingue as responsabilidades de cada interveniente no plano e execução da obra: o projetista, o empreiteiro de materiais e o de execução, tendo consonância com o disposto no § 2º do art. 610. A responsabilidade do autor do projeto, no que lhe compete, limita-se aos danos resultantes dos defeitos previstos no art. 618, pois que responde pela qualidade, solidez e segurança do trabalho elaborado.
A execução da obra, frustrada pelo dono da obra, assegura ao empreiteiro haver as despesas e a remuneração proporcional aos serviços realizados. Acresce ao fato o dever de indenizar pelo dono da obra.
O dispositivo 625 CC envolve os casos da rescisão motivada ou justa do contrato de empreitada, por parte do empreiteiro, que nas situações nele previstas isenta-se da responsabilidade de responder por perdas e danos.
	
Extinção
 Comodato
Extinção 
Mútuo
	
Termo final convencionado no contrato ou tempo de utilização da coisa de acordo com a finalidade para que foi emprestada.
Resolução por inciativa do comodante quando o comodatário der utilização diversa à coisa emprestada, quer pela convenção ou pela natureza da coisa.
Por sentença judicial, quando a pedido do comodante requerer a restituição da coisa, provada a necessidade imprevista e urgente.
Pela morte do comodatário, salvo previsão diversa em contrato.
Resilição unilateral dos contratos de duração indeterminada sem destinação ou finalidade específica, mediante notificação, por vontade de qualquer das partes.
Pelo perecimento objeto do contrato: se o comodatário agiu com culpa responderá este por perdas e danos. Também será esteresponsabilizado, ainda que ocorrido em caso fortuito ou força maior, segundo 
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.
E artigo 399 CC – ou se o comodatário se encontrava em mora de devolver a coisa.
Extinguir-se-á o mútuo havendo:
vencimento do prazo convencionado para a sua duração;
ocorrência das hipóteses do art. 592 do Código Civil:
resolução por inadimplemento das obrigações contratuais, como, p. ex., em caso de não-pagamento dos juros convencionados no tempo e forma devidos;
distrato, se mutuante e mutuário resolverem, de comum acordo, pôr termo ao contrato antes do seu vencimento;
resilição unilateral por parte do devedor, visto que se presume que o prazo foi concedido em seu favor, salvo se o contrário resultar do contrato ou das circunstâncias. Logo, há presunção de que o mutuário terá direito de pôr fim ao negócio a qualquer momento, oferecendo a prestação;
efetivação de algum modo terminativo previsto no próprio contrato, em uma de suas cláusulas.
	
Pelo término do prazo, quando por prazo determinado, pela rescisão nos termos do art. 602, pelo inadimplemento, força maior.
O contrato é intuite personae e por isso se extingue pela morte das partes.
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.
Também por ser intuitu personae não é permitida a substituição de qualquer das partes – CC605 – pode somente com a anuência da outra parte.
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.
Obrigação de quitação pelo tomador do serviço. 
Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço.
CC606 – corretor de imóveis por exemplo – não pode o contratante se beneficiar de um serviço prestado e depois não paga-lo sob o argumento que não tinha inscrição no CRECI.
Não vale em se tratando de advogados, engenheiros, médicos e dentistas – pois a inscrição nesses casos é obrigatória. CREA, OAB, CRM, CRO.
Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé.
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública.
CC609 – dá ao trabalhador agrícola sem vínculo a possibilidade de optar por permanecer no prédio ou acompanhar o proprietário.
Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante.
	Duração e Extinção
Duração:
Na empreitada não importa o rigor do tempo de duração da obra, o objeto não é a simples prestação de serviços, mas a obra em si. Assim, neste tipo de contrato a remuneração não está vinculada ao tempo, mas à conclusão da obra.
Extinção:
Execução da obra. Forma normal da extinção da empreitada. Aceita a obra pelo dono e pago o seu preço, estão cumpridas as obrigações por ambas as partes.
Morte do empreiteiro, se o ajuste foi celebrado intuitu personae (cc. Art. 626). A morte do empreiteiro só extingue o contrato nos casos em que a execução da obra for obrigação intuitu personae, ou seja, naqueles casos em que a realização da obra deve-se dar pela própria pessoa do empreiteiro. Do contrário, as obrigações destes transmitem-se aos seus herdeiros e sucessores..
Resilição unilateral. Pode partir de qualquer uma das partes, desde que sem justa causa, pelo que fica obrigada a indenizar a outra de todos os prejuízos advindos de tal ato..
Distrato (comum acordo).
Resolução por inexecução contratual. Quando um dos contratantes deixa de cumprir qualquer das obrigações contraídas. Resolve-se o contrato por justa causa.
Falência do empreiteiro, ressalvado o disposto no art. 117 da Lei n. 11.101/05. 
Desapropriação do bem no qual seria realizada a obra.
Impossibilidade da prestação em razão de força maior ou caso fortuito. 
Invalidade do contrato, por conter defeito grave ou leve.
	� Darcy Arruda Miranda. Anotações ao Código Civil brasileiro, 4. ed., São Paulo, Saraiva, 1995, v. 3
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**** OS DESTAQUES EM NEGRITO PARA IDENTIDFICAR OS PONTOS MAIS IMPORTANTES DO QUADRO

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