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INFANCIA E LINGUAGENS

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Unidade 1 – CONCEITUANDO O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL NA INTERFACE ENTRE AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS E LÚDICAS
WEBAULA 1
 
Apresentação:
Meu objetivo na construção da linha que norteia esse estudo é que você possa perceber a importância desse espaço educativo como um ambiente em potencial para o desenvolvimento dos valores humanos. Também pretendo que você compreenda e se aproprie da ideia de que todo ser humano possui direito à estética. Portanto, seguimos propondo momentos de reflexão, relacionando o contexto da educação formal e não formal à criança e aos conceitos de ética e estética nas linguagens próprias da infância.
O processo ensino/aprendizagem acontece durante toda a vida do ser humano, por meio da educação. Podemos citar aqui três tipos de educação, segundo Ghon (2006), que se diferenciam pelo espaço físico, contexto social e fases da vida de uma pessoa, quais sejam:
Educação formal.
Educação informal.
Educação não formal.
A educação formal acontece em instituições escolares regulamentadas legalmente, organizadas pelos documentos oficiais nacionais que são as diretrizes para o ensino.
Possui o objetivo de transmitir o conhecimento sistematizado, de uma grade curricular comum obrigatória.
A educação informal acontece em diferentes contextos da vida social do ser humano, é perpassada pela aprendizagem de valores, regras e normas de uma determinada cultura.
A educação não formal é organizada e planejada para momentos específicos em locais informais. Esses momentos são marcados pela interação, participação e trocas, muitas vezes permeadas pela aprendizagem a partir do lúdico e da arte. Vamos nos ater aos espaços formais e não formais para a compreensão das diferentes linguagens da infância.
Os espaços formais
O dia a dia da escola deve ser um motivo de constantes reflexões e ações sobre a formação do ser social, que decide, que pensa, que faz escolhas, que participa, que respeita o outro e se apropria de hábitos, valores e outras aprendizagens. Esses aspectos da formação da criança estão fundamentados em três princípios da Educação Infantil, conforme consta nas Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2010, p. 16), quais sejam:
Toda e qualquer proposta planejada para ser trabalhada com as crianças deve ser pautada nesses princípios, iniciando pela roda de conversa que, dependendo da mediação do professor, contempla esses três princípios que destacamos no quadro acima.
Estes princípios estão diretamente relacionados ao ambiente do fazer artístico na educação infantil, como uma das linguagens da infância. Tal linguagem artística possui posição de destaque nos espaços educativos, por ter funcionalidade interdisciplinar.
SAIBA MAIS
Acesse na página do MEC – Ministério da Educação o documento oficial que traz as Diretrizes Curriculares norteadoras das ações do professor de Educação Infantil, onde você também poderá ler mais detalhes sobre os princípios éticos, políticos e estéticos.
Fonte: Disponível em:. Acesso em: 25 set. 2014.
 
A metodologia da roda de conversa também deve ser adotada para as ações planejadas e executadas em espaços educativos não formais. Segundo Mager (et al., 2011), a roda de conversa é:
Momento obrigatório de reflexão, exposição de ideias, análise, reclamação, proposição e decisão coletiva e democrática; princípio básico de convivência social com diferentes idades (MAGER et al., 2011, p. 69).
Ao respeitar a vez do outro falar, ouvindo, cumprindo regras e refazendo-as quando necessário, exercita o princípio político. Quando percebe e valoriza o outro, exerce sua responsabilidade com o ambiente, organiza, cuida, compartilha. Dessa forma está exercitando a ética. Quanta aprendizagem pode acontecer quando o educador define antecipadamente os objetivos que quer alcançar com tal atividade!
VÍDEO
Roda da Conversa
O vídeo sugerido foi produzido pela Revista Nova Escola e mostra como deve ser o trabalho realizado na roda de conversa com as crianças em uma sala de aula.
De acordo com Tonucci (2005), ouvir a criança não significa somente apreciar o que elas falam; para além dessa ação, ouvi-las significa levar a sério as suas contribuições, buscar e encontrar caminhos para efetivar suas propostas.
Tonucci (2005, p. 18) também defende que
É necessário precisar das crianças. Esta é a primeira e verdadeira condição para que se possa conceder a palavra às crianças: reconhecer que são capazes de dar opiniões, ideias e propostas úteis para nós, adultos, capazes de nos ajudar a resolver nossos problemas.
Acreditamos que o professor de educação infantil só terá condições de sensibilizar a criança com a linguagem da arte se primeiramente for sensibilizado com o que é próprio da criança, com o que a criança é capaz de fazer e ser.
Quando isso se torna possível na ação do professor, o ambiente da expressão e manifestação artística ganha um valor estético, a beleza da sensibilidade.
SAIBA MAIS
O site da Nova Escola publicou em Roda da Conversa algumas dicas de atividades que objetivam: participar de situações de comunicação oral utilizando o vocabulário pertinente; expor suas ideias com gradativa clareza e autonomia; ouvir as ideias dos outros; ampliar o vocabulário.
Acesse o site e conheça mais sobre o assunto:
É relevante que, tanto no espaço educativo formal quanto não formal, o educador busque prezar a condição de participação da criança nas situações que lhe dizem respeito. Nesse sentido, ressaltamos o brincar e a participação política como indissociáveis na formação da criança, os quais, juntos, podem se constituir uma das orientações necessárias para a conquista da emancipação social.
Compreendemos que o brincar é não somente um direito da criança, como também uma necessidade. Mager et. al. (2011, p. 67) afirmam:
A brincadeira é entendida como patrimônio da cultura infantil e deve ser reconhecida, preservada e potencializada. O brincar é uma característica da natureza infantil, e a brincadeira, uma das principais formas de expressão da criança.
Sendo o ato de brincar um direito da criança (CF/1988, ECA/1990), podemos inferir que esse espaço pode ser pensado pelas crianças. Participar ativamente na organização dos espaços lúdicos, junto ao educador, é parte do exercício de sua cidadania.
 
Müller (2007, p. 136 e 140) defende que:
Devemos intensificar esforços para pensar e lutar pela vida comunitária aceitável, onde cada um tenha o seu lugar. Falando do sujeito criança, não há como desvincular o lúdico deste olhar e a necessidade de sua potencialização nos espaços que a criança frequenta [...] Essa tarefa do ensino prático e teórico dos direitos para a criança é também tarefa da escola, sobretudo são as ações cotidianas de cada adulto que devem revelar a importância do exercício da defesa dos direitos infantis.
Quanta aprendizagem pode haver no momento da brincadeira! Nos momentos lúdicos a criança aprende observando a atitude do educador, resolvendo situações-problemas e exercendo a ética infantil na sua participação e exercício da sua autonomia e responsabilidade, que são aspectos do princípio político.
Contudo, da mesma forma, o professor despreparado pode destituir de significados um momento que poderia trazer às crianças uma multiplicidade de saberes. Para Brougère (1995),
A brincadeira pode ser, às vezes, uma escola de conformismo social, de adequação às situações propostas; pode, do mesmo modo, tornar-se um espaço de invenção, de curiosidade e de experiências diversificadas, por menos que a sociedade ofereça à criança os meios para isso (BROUGÈRE, 1995, p. 107).
O trabalho com a prática de arte na Educação Infantil, portanto, envolve os princípios que comentamos acima, envolve a intencionalidade do professor na busca pelos recursos que cada situação e condição permite e envolve a criança que pensa, participa, cria, brinca e vive, ainda que nos momentos de faz de conta, a mais intensa liberdade.
A compreensão desses três aspectos, além de auxiliar nossa compreensão sobre a própria criança, também será nosso pontode partida para a compreensão das manifestações de liberdade criativa, artística e lúdica.
O termo ou a categoria infância não existe desde a antiguidade, entretanto, a criança e sua necessidade de brincar sempre existiram. De acordo com Huizinga (2010, p. 10), "as crianças brincam porque gostam de brincar e é em tal fato que reside sua liberdade". Esse mesmo autor também associa o jogo, ou seja, o exercício lúdico à arte, quando afirma que as palavras que definem o conceito de estética também são empregadas para designar os elementos do jogo.
São as mesmas palavras com as quais procuramos descrever os efeitos da beleza: tensão, equilíbrio, compensação, contraste, variação, solução, união e desunião. O jogo lança sobre nós um feitiço: é "fascinante", "cativante". Está cheio das duas qualidades mais nobres que somos capazes de ver nas coisas: o ritmo e a harmonia. (HUIZINGA, 2010, p. 13)
VÍDEO
O direito ao brinquedo e à brincadeira
A pesquisadora Tisuko Kishimoto é referência com o tema sobre o brincar e o brinquedo. Assista ao vídeo no link disponibilizado e confira:
https://www.youtube.com/watch?v=0al1A_UBdWA
Fonte: Montagnini (2014, p. 102-103).
Os espaços não formais
Os processos educacionais organizados e realizados fora do sistema regular de ensino não possuem um currículo predefinido que o engessa para uma prática sistematizada e marcada por níveis e etapas de ensino. Esses conteúdos são definidos pela necessidade apresentada pelo público-alvo, fundamentados em princípios orientadores que dão suporte aos educadores envolvidos. Essas atividades em espaços educativos não formais possuem objetivos claros e bem definidos, contudo são organizadas e estruturadas de maneira flexível e apresentam um caráter complementar à educação formal.
Destacamos como referência para a educação não formal o Programa Multidisciplinar de Estudos, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente (PCA), da cidade de Maringá-PR. Esse programa possui um projeto denominado Brincadeiras com Meninos e Meninas, é desenvolvido na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e apoia-se na convicção de que sempre há esperança para a criança e para o adolescente.
Dessa forma, compreendemos que “a criança não é mero receptor das influências a que está sujeita, é também um ator em contínuo desenvolvimento e com opinião própria” (TOMÁS, 2007, p. 88), entretanto, necessita que o adulto lhe ofereça oportunidades para exercer a sua condição de participante nos espaços que frequenta.
Para as ações que buscam o desenvolvimento da criança a partir de diferentes linguagens da infância, Corsaro (2009) pratica a concepção de criança como agente e co-construtora de seu desenvolvimento.
Ao se referir às brincadeiras de dramatização de papéis para o desenvolvimento social da criança, Corsaro (2009, p. 34) afirma que "as crianças não imitam simplesmente os modelos adultos nessas brincadeiras, mas antes elaboram e enriquecem continuamente os modelos adultos para atender seus próprios interesses". Segundo este autor, ao assumir papéis adultos, a criança adquire poder.
Unidade 2 – AS DIFERENTES LINGUAGENS FRENTE ÀS MANIFESTAÇÕES LÚDICAS E A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
WEBAULA 1
 
Na segunda unidade da webaula abordaremos aspectos das linguagens da infância, na primeira parte na visão de Junqueira Filho (2006), que propõe a ressignificação do conceito de linguagem a partir de um olhar diferenciado voltado à seleção e articulação dos conteúdos a serem trabalhados na Educação Infantil. Na segunda parte do texto trataremos sobre a abordagem de Reggio Emília na educação da primeira infância, e a experiência de Loris Malaguzzi.
Os conteúdos-linguagens e o termo “protagonismo compartilhado”
Para o autor Junqueira Filho, linguagem geradora é a concepção e a estratégia por meio da qual respondemos, no dia a dia de nossa rotina escolar, o que as crianças querem saber. As perguntas – o que as crianças querem saber? Como saber por que as crianças querem saber umas coisas mais que outras? Quando conseguimos saber o que as crianças querem saber? Como organizá-las, orientá-las e acompanha-las nessa investigação? - levaram o autor a investigar os processos de seleção e articulação dos conteúdos produzidos e veiculados na educação infantil.
Portanto, como descobrir os conteúdos programáticos mais significativos à criança na Educação Infantil é o principal questionamento norteador do processo de pesquisa e resultados obtidos para orientação aos professores.
Segundo Junqueira Filho (2006), a criança possui um desejo, uma necessidade de aprendizagem. Para ele, "[...] o processo de seleção e articulação dos conteúdos programáticos em creches e pré-escolas só atingirá os desejos, interesses e necessidades das crianças, se realizado a partir da leitura articulada, pelo professor, das diferentes linguagens a partir das quais as crianças se produzem e se inscrevem no dia a dia de sua vida, seja em família, seja na escola de educação infantil". (JUNQUEIRA FILHO, 2006, p. 13).
Essa concepção orienta o trabalho realizado no âmbito da educação formal, em dois importantes momentos de seleção e articulação de conteúdos. Veja a seguir como se definem esses dois momentos:
Os temas-assuntos-linguagens emergem como prioritários na interação das crianças com as linguagens escolhidas pela professora a partir de diálogos estabelecidos na rotina diária com as crianças.
Articulados pelo olhar do professor, os conteúdos-linguagens selecionados antecipadamente frente às situações de aprendizagem do dia a dia na escola são norteadores e encaminham o que realmente faz sentido, tem significado, o que é emergente, prioritário a cada uma das crianças e o que é comum a todos. O resultado dessa relação apresenta-se como pauta para conversas, estudos, pesquisas, debates, problematização, classificação, ordenação, desenho, pintura, modelagem, dramatização, brincadeiras, jogos, musicalização, dança, fotografia, entrevistas, leitura e escrita, entre outros.
Junqueira Filho concebe essa possível relação entre professor e aluno com o termo “Protagonismo Compartilhado”. Assista ao vídeo a seguir para melhor compreensão sobre o assunto:
VÍDEO
Protagonismo Compartilhado
O pedagogo e professor da UFRGS, Gabriel Junqueira Filho, explica nesse vídeo o que é o protagonismo compartilhado na educação infantil e a sua importância no desenvolvimento das crianças.
https://www.youtube.com/watch?v=45fug0nE7j0
Por um lado, temos o adulto que vê a barreira produzida pelos espaços físicos escolares e pela ausência dos recursos; por outro, temos a criança que concebe um espaço criativo e encontra alternativas que os adultos não conseguem perceber. Daí a necessidade de considerarmos os dois momentos e os sujeitos desses dois momentos como fundamentais na organização dos conteúdos-linguagens a serem desenvolvidos durante o ano letivo pelo professor.
A composição de conteúdos-linguagens que irá organizar a rotina do dia a dia da escola divide-se em:
Os conteúdos-linguagens a que o autor se refere e que devem ser organizados pelo professor antes da chegada das crianças podem ser nomeados conforme segue:
Linguagem oral – compreende a fala, a oralidade.
Linguagem espaçotemporal – relativo à organização da rotina e ao conhecimento, pelas crianças, do acervo disponível na sala de aula e à elaboração das regras para utilização desse acervo.
Linguagem plástico-visual – relativo às atividades de artes visuais, como a pintura, o desenho, escultura, colagens e composições dessa natureza.
Linguagem sonoro-musical – sons da natureza, sons da cultura, sons do corpo, música ouvida e cantada.
Linguagem gestual-corporal – a dança, o movimento, a motricidade e tudo o que se refere a esquema corporal e expressividade teatral.
Linguagem do jogo simbólico – brincadeiras de faz de conta em geral, dos jogos com ou sem regras, brincadeiras coletivas ou individuais.
Linguagem visual e verbal – histórias e literatura infantis em livros ou em CDs, narrações, imitações de personagens, ilustrações,registros.
Linguagem da natureza – referente ao dia, à noite, à chuva, ao Sol, às nuvens, ao arco-íris, ao calor ou frio, aos animais, plantas, insetos e a tudo o que está no entorno da escola.
Linguagem culinária – a exploração das possibilidades de transformar os alimentos crus em cozidos, sólidos em líquidos, aspectos matemáticos de peso, tamanho, quantidade, forma.
Linguagem da alimentação – organização dos momentos de alimentação de forma a se tornarem momentos prazerosos e apreciados pelas crianças.
Linguagem da higiene – higiene pessoal e organização do ambiente coletivo.
Linguagem do sono – a importância do descanso tranquilo quando a idade das crianças sugere momento de sono no ambiente da escola.
Linguagem dos cuidados, sentimentos e afetos – acolhida, os cuidados consigo mesmo e com o outro, a autoestima, os vínculos, as regras de conduta, a resolução dos conflitos.
Linguagem escrita.
Linguagem da acolhida ou da despedida.
Com a presença da criança e suas interações, definem-se novos caminhos para o ensino/aprendizagem, pois o que o professor planejou será complementado pelo novo olhar do professor frente às necessidades e linguagens das crianças. Nesse contexto,os conteúdos-linguagens tornam-se mais densos, preenchem os espaços vazios, tornando-se temas-assuntos-conteúdos-linguagens.
SAIBA MAIS
O artigo analisa duas publicações na área da educação infantil que trazem o conceito de linguagem como central ou fundamental, a saber: Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) e As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emília na educação da primeira infância (1999).
Disponível em: 
As cem linguagens em Reggio Emília
Após a II Guerra Mundial, os moradores de Reggio Emília, cidade localizada no norte da Itália, uniram-se para reconstruir suas vidas, investindo na educação infantil. Loris Malaguzzi, jovem pedagogo, influenciado pelas teorias de Piaget, Vygotsky, Dewey e Montessori, foi o principal responsável pela política educativa da rede de escolas infantis e creches de Reggio Emília. Hoje já são mais de 13 creches e 21 pré-escolas, isso corresponde a 40% da rede pública da cidade.
A abordagem de Reggio Emília prevê a participação da comunidade e dos pais na escola. Um aspecto relevante na proposta pedagógica da escola é a valorização da representação simbólica das crianças na arte, pintura, música, como sendo as principais ferramentas utilizadas para promover a aprendizagem da criança.
A metodologia utilizada no dia a dia na escola propõe o trabalho em equipe, cujos resultados obtidos pelas crianças em suas experiências e seus projetos são expostos a todas as demais crianças do grupo no final do dia, em forma de assembleia.
Malaguzzi, com seu trabalho, tornou a criança inventiva, criativa, envolvida, curiosa, aceitando o desafio de exprimir-se nas mais diferentes linguagens com as mais diferentes intensidades. Mas precisou buscar em outros campos de conhecimento novos diálogos e interpretações do mundo infantil. Recuperando a dimensão estética na forma de produção de conhecimento humano, propôs a criação do ateliê. Sua pedagogia tem na arte seu fundamento, além da ciência que é permanentemente problematizada.
Na abordagem de Reggio Emília, a escola deve ser alegre e as crianças e professores devem gostar da mesma. A avaliação é centrada nos projetos realizados e na progressão/produção das crianças.
Os Projetos interdisciplinares
Trabalhar com projetos na Educação Infantil demanda um tempo maior de planejamento. Segundo Freire (1997), essa metodologia implica alguns princípios que são fundamentais para sua realização, são eles:
Reflexão sobre a realidade social, a qual orienta os projetos de trabalho para uma mudança no contexto social;
Condição de vida da comunidade da qual o grupo faz parte;
Elaboração de propostas de intervenção que visem transformação social.
A autenticidade é característica fundamental de um projeto: o problema a resolver é relevante e tem caráter real para os alunos. Não se trata de mera reprodução de conteúdos prontos. Além disso, o problema não é independente do contexto sociocultural e os alunos procuram construir respostas pessoais e originais” (ABRANTES, 1995).
No processo de elaboração e execução do projeto junto às crianças, o professor:
É pesquisador da realidade e conduz os alunos ao exercício da observação, percepção, análise crítica e criatividade.
Compreende sua responsabilidade social e investe na interação.
Sabe como se constrói conhecimento e planeja levando em conta o aluno real.
Avalia permanentemente sua prática e a modifica.
É comprometido com novos paradigmas que orientam o pensar pedagógico.
É um observador constante e atento, mediando as ações e interagindo com seus alunos.
Para finalizar nosso estudo, apresento a vocês um modelo de projeto para a compreensão das etapas e, principalmente, a organização do cronograma de um projeto bem estruturado. Este projeto foi realizado com crianças de cinco anos e pode ser adaptado aos conteúdos-linguagens conforme a necessidade e realidade que contextualiza cada sala de aula.
 
1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Ervas Medicinais
2 JUSTIFICATIVA
A urgente necessidade de esclarecimentos a respeito da gripe A, quanto aos cuidados que devemos tomar com a nossa saúde, é o principal motivo da realização desse projeto. No mês de agosto os casos de gripe aumentaram e os comentários na escola foram os mais variados possíveis. Crianças repetem o que ouvem dos adultos e afirmam com convicção o que seus pais dizem por suposição. Comentários referentes ao vírus H1N1 geraram atitude de medo e insegurança, bem como falsas ideias sobre os fatos. A falta de conhecimento sobre os benefícios dos chás naturais traz a necessidade de aprofundar as pesquisas sobre a utilidade desse recurso natural para a saúde.
 
3 OBJETIVOS
Objetivo geral:
Esclarecer e conscientizar alunos, pais e comunidade externa referente à gripe A e o vírus H1N1, buscando possíveis soluções quanto ao procedimento saudável e preventivo, bem como experimentando e explorando as possibilidades de utilizar ervas naturais.
Objetivos específicos:
Conceituais: conhecer as causas da Gripe A; compreender que as plantas medicinais favorecem a saúde física.
Atitudinais: conscientizar-se sobre as atitudes de higiene para evitar a proliferação do vírus da gripe; habituar-se a lavar as mãos corretamente e frequentemente no ambiente escolar para repercutir as atitudes em casa;
Procedimentais: realizar experimentos a partir de receitas com as plantas medicinais; plantar as ervas medicinais; registrar a aprendizagem através de desenhos, colagens e outras atividades.
 4 METODOLOGIA
Iniciaremos as discussões na roda da conversa partindo de três questionamentos: O que sabemos? O que queremos saber? Como vamos saber? A partir das hipóteses levantadas, buscaremos um caminho para conhecer os conceitos sobre a gripe A e o vírus H1N1 utilizando um vídeo introdutório. A partir desse primeiro esclarecimento, buscaremos a aquisição dos hábitos de higiene sugeridos em folders, investigaremos ervas medicinais e realizaremos experimentos com as mesmas. Em todos os encontros faremos o registro das atividades em forma de modelagem, desenho, pintura, hipótese de escrita, raciocínio lógico matemático, entre outros.
5 CRONOGRAMA
Obs: Todos os dias serão relembrados os hábitos de higiene e prevenção. Uma vez por semana, visita à horta; uma vez por semana, tarefa para realizar com os pais; todos os dias, alguma forma de registro; as atividades que envolvem Matemática e linguagem oral e escrita estarão relacionadas ao tema.
6 ABRANGÊNCIA
Natureza e Sociedade; Linguagem Oral e Escrita;
Matemática; Arte. 
 
7 PREVISÃO DE RECURSOS
PREVER RECURSOS DETALHADAMENTE.
 
8 DIVULGAÇÃO
Aos alunos da escola: cartazes e folders.
Aos pais: reunião de conscientização, tarefas específicas.
À comunidade: reportagem no jornal; vídeo sobre as ações realizadas no processo; artigo na internet, jornal ou revista.
 
9 AVALIAÇÃO
Verificaçãoda aprendizagem referente ao tema e verificação quanto a atingir os objetivos propostos inicialmente.
Relatório:  Os alunos aprenderam...
Concluímos aqui nossa unidade de estudo, espero que as pesquisas sobre esse tema não encerrem para você, mas que haja interesse de sua parte em prosseguir na descoberta de novos significados para a educação na infância. Essa atitude investigativa trará benefícios à comunidade acadêmica e aos seus futuros alunos.
Nesse momento, convido você para participar do Fórum e compartilhar com os demais colegas as suas contribuições sobre a aprendizagem adquirida, respondendo o questionamento a seguir:

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