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3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 1 Unidade 1 Arte da Pré-História As Primeiras Manifestações Artísticas: As mais antigas figuras feitas pelo homem foram desenhadas em paredes de rocha, sobretudo em cavernas. E a esse tipo de arte é chamado de rupestre. Entretanto, é importante ressaltar que os seres humanos de então, não tinham a intenção de produzir Arte assim como a concebemos hoje, mas nosso estudo começa a partir do momento em que o homem passa a criar imagens. Já foram encontradas imagens rupestres em muitos locais, mas as mais estudadas são as das cavernas de Lascaux, na França, de Altamira na Espanha, e as do município de São Raimundo Nonato, no Brasil. Dentre as pinturas rupestres destacam-se as chamadas mãos em negativo e os desenhos de pinturas de animais. As mãos em negativo são um dos primeiros registros deixados pelos nossos ancestrais que viveram num período chamado Paleolítico. Mãos em Negativo, Caverna na França Já nos desenhos e pinturas de animais, chama nossa atenção o naturalismo: o artista pintava o animal do modo como o via, reproduzindo a natureza tal qual seus olhos captavam. Esse naturalismo estava intimamente ligado a rituais. Nota-se nessas pinturas a presença de animais de grande porte: alguns talvez temidos, mas que eram caçados pelo ser humano, como os bisões. “Pintura Rupestre, Lérida. Espanha” Bizão encontrado numa caverna da Espanha No ultimo período da pré-história, o Neolítico, iniciou-se o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais. Os grupos humanos, que tinham vida nômade, isto é, sem habitação fixa, não precisavam mais mudar-se constantemente em busca de alimento e puderam se fixar. Essa mudança para uma vida mais estável foi decisiva para originar as sociedades atuais e também teve reflexos na expressão artística: o artista do Neolítico passou a retratar a figura humana em suas atividades cotidianas. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 2 Cavernas em regiões entre a Espanha e a França encontramos figuras neolíticas. O ser humano do Neolítico desenvolveu técnicas como a tecelagem, a cerâmica e a construção de moradias. Além disso, como já produzia fogo, começou a trabalhar na fundição de metais. Assim, suas atividades começaram a se modificar e as pinturas rupestres registraram essas modificações. Reprodução científica sobre o tipo de ferramentas que o homem já era capaz de realizar. Cemitério neolítico na Alemanha, massacre de um exército de homens que buscavam mulheres. Em meio aos ossos instrumentos de metais. A Arte da Escultura e da Cerâmica Além das pinturas rupestres, os artistas pré- históricos faziam esculturas, em pedra e metal, que mostraram seu empenho na criação de objetos e na representação da figura humana. Há esculturas em bronze nas quais já é possível observar não só a postura elegante da figura humana como também detalhes do rosto e das vestes. Uma das primeiras representações humanas em escultura é a Vênus de Willendorf com seios, barriga e vulva muito volumosos, possivelmente utilizada para rituais de fertilidade. Também são provenientes desse mesmo período, grandes realizações do homem do neolítico, como os monumentos megalíticos. (do grego mega: grande e lithos: pedra). “Vênus de Willendorf, 30.000a.C. - 25.000a.C.” Círculo de pedras gigantes de Stonehenge, no sul de Inglaterra foi erguido por volta de 2300 a.C., A Arte na Pré-história Brasileira Ao pensarmos no início da história no Brasil, em geral nos vem à mente o ano de 1500, ano da chegada dos portugueses. Mas o território que hoje chamamos Brasil já era habitado por povos indígenas havia milhares de anos. Sabemos deles por meio de vestígios arqueológicos: fragmentos de ossos e de objetos, desenhos e pinturas gravados em rochas. Entre os desenhos e as pinturas rupestres encontrados no Brasil, destacam-se os do sítio 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 3 arqueológico localizado em São Raimundo Nonato, Piauí, aonde desde 1970 vários pesquisadores vêm trabalhando. Em 1978, foi coletada no local grande quantidade de vestígios arqueológicos. Segundo as pesquisas, os primeiros habitantes da região usavam as grutas como abrigo ocasional e foram os autores das obras ali pintadas e gravadas. Pintura animais, localizada em São Raimundo Nonato. Este lugar não é, porém, o único local no Brasil onde encontramos exemplos de arte rupestre. Há importantes sítios arqueológicos, por exemplo, em Pedra Pintada no Pará, e em Peruaçu e Lagoa Santa, em Minas Gerais. As pesquisas sobre antigas culturas que existem no Brasil nos permitem ver que nossa história está ligada à história do mundo. Além disso, reforçam o conhecimento de que nossas raízes se encontram num tempo muito mais remoto do que o ano 1500, tido como o ano que deu início à “história do Brasil”. Exercícios: 1. Responda com base no código a seguir: Sobre a Pré-História: I- Os traços femininos exagerados da Vênus levam-nos a supor que não estão ligados à fertilidade. II- O homem da pré-história, pensava num conceito artístico muito próximo ao da nossa época. Produzindo, dessa forma, imagens que serviam para a decoração das cavernas. III- A pintura rupestre, isto é, feita na rocha, por meio de se naturalismo marca o período Neolítico. a)- Se as alternativas I, II, III são corretas. b)- Se as alternativas I, II, III são incorretas. c)- Se apenas as afirmativas I e II são corretas. d)- Se apenas as afirmativas I e III são corretas. e)- Se apenas as afirmativas II e III são corretas. 2. A história do Brasil costuma ser contada a partir do ano de 1500. O que as descobertas arqueológicas brasileiras nos fazem concluir a esse respeito? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 3. É certo dizer que a arte do homem pré- histórico é menos evoluída que a arte do nosso tempo? Explique. ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ Unidade 2 Arte Egípcia A arte Egípcia surgiu a mais de 3000 anos A.C. Mas é entre 1560 e 1309 A.C. que a pintura Egípcia se destaca em procurar refletir os movimentos dos corpos e por apresentar preocupação com a delicadeza das formas. O local a ser trabalhado primeiramente recebia um revestimento de gesso branco e em seguida se aplicava a tinta sobre gesso. Essa tinta era uma espécie de cola produzida com cores minerais. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 4 Modelagem feita durante o Médio Império do faraó Mentuhotep III com técnica de cerâmica e Gesso, colorida com tons mineraise dourados. Os egípcios ao esculpir e pintar tinham o propósito de relatar os acontecimentos de sua época, as histórias dos Faraós, deuses e do seu povo em menor escala, já que as pessoas não podiam ser representadas ao lado de deuses e nem dentro de templos. Provavelmente eles não tiveram a intenção de nos deixar a "arte" de seus criadores. O tamanho das pessoas e objetos não caracterizavam necessariamente a distância um do outro e sim a importância do objeto, o poder e o nível social. Busto de Tutmosis III que tinha cerca de trinta anos quando se tornou faraó, ergueu pelo menos quatro obeliscos, sendo que dois em Karnak. . Os valores dos egípcios eram eternos e estáveis. Suas leis perduraram cerca de 6.000 anos. O Faraó representava os homens junto aos deuses e os deuses junto aos homens, assim como era responsável pelo bem-estar do povo, sendo considerado também como um próprio Deus. Arquitetura As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso. As características gerais da arquitetura egípcia são: * solidez e durabilidade; * sentimento de eternidade; e * aspecto misterioso e impenetrável. As pirâmides tinham base quandrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava- se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences. Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três categorias: Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó; Mastaba - túmulo para a nobreza; e Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo. Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel: * Palmiforme - flores de palmeira; * Papiriforme - flores de papiro; e * Lotiforme - flor de lótus. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 5 Escultura Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade. Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições. Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo. Mastabas encontrada no oriente próximo Pintura A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas. Suas características gerais são: * ausência de três dimensões; * ignorância da profundidade; * colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; e * Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil. Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho. Alguns Hieróglifos traduzidos no século XIX Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram três formas de escrita: Hieróglifos - considerados a escrita sagrada; Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; e Demótica - a escrita popular. Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas. Trecho resgatado dos livros dos mortos 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 6 Pedra de roseta Pedra encontrada pelos exércitos de Napoleão escrita em três línguas diferentes: grego, demótico e hieróglifos. Em abril de 1802, Reverendo Stephen Weston foi capaz de traduzir a parte escrita em grego. No mesmo ano, o francês Antoine-Isaac Silvestre de Sacy e o sueco Johan David Åkerblad interpretaram as inscrições em demótico. No entanto, os hieróglifos pareciam ser indecifráveis. Somente após 23 anos desde a data de sua descoberta que o francês Jean- François Champollion foi capaz de decifrar o código dos hieróglifos na Pedra de Roseta. Pedra de Roseta Exposta no Museu. Desta forma, foi possível compreender o contexto da criação da estela: as inscrições foram feitas para registrar a gratidão dos sacerdotes egípcios ao faraó Ptolomeu V Epifânio, o qual havia concedido ao povo a isenção de uma série de impostos. De fato, as descobertas de Champollion permitiram que o mundo ocidental tivesse acesso aos milhares de anos da história do Egito, aumentando ainda mais o fascínio dos europeus pela civilização dos faraós. Exercícios: 1. Na pintura, o artista egípcio tinha de seguir diversas regras, como a lei da frontalidade. O que essa regra determinava? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 2. Champollion desvendou muitos dos mistérios que cercam a civilização egípcia, por meio da: a)- escrita cuneiforme b)- Do código de Hamurábi c)- Da pedra de Roseta d)- Da escrita fonética e)- do livro dos mortos 3. Sobre a arte egípcia podemos afirmar: I- No chamado “Livro dos Mortos” são encontradas imagens que explicam a prática da retirada de órgãos vitais para guardá-los em canopos. Dentre outras imagens que exemplificam passagens da religião egípcia. II- Suas principais produções monumentais foram na arquitetura com as pirâmides. III- Faraó era um representante de deus na terra. a)- Se as afirmativas I, II, III são corretas. b)- Se as afirmativas I, II, III são incorretas. c)- Se apenas as afirmativas I e II são corretas. d)- se apenas as afirmativas I e III são corretas. e)- Se apenas as afirmativas II e III são corretas. 4. Que característica da cultura egípcia foi decisiva para a grandiosidade de suaarquitetura? Cite um exemplo de obra arquitetônica que evidencie isso. ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 7 5. O que permitiu que tantas informações sobre a cultura do Egito antigo chegassem até nós? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ Unidade 3 Arte Grega Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Cena de um banquete (pintura em vaso) Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles tem como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia. Arquitetura As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia Vista frontal do Paternon Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência Ordem Dórica 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 8 Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher. Ordem Jônica Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação. Ordem Coríntia Pintura A pintura grega encontra-se na arte cerâmica.. Por isso, a sua forma correspondia à função para que eram destinados: Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas água, vinho, azeite e mantimentos Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado e trabalhado com diversas texturas, a base tem sustenção lembra uma taça e com duas asas para transporte Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar; Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro). As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. Escultura A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. Escultura feita originalmente feita em bronze por Miró, representada aqui em Marmóre. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 9 No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: homem jovem). Kouros do Período Arcaico No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. Esculturas em Bronze, Guereiros de Riarc. Venûs de Milo, representação do Nu feminino grego O Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados. Laocoonte e seus filhos 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 10 Na Ordem da esquerda para a direita capitéis Dórico, Jônico e Coríntio. Temos o destaque para as antigas construções como um dos templos mais famosos da antiguidade: O Parthenon Construído no período Clássico por Péricles, esse grandiosa obra da arquitetura grega abrigava a estátua da deusa Atena Párthenos, que foi esculpida por Fídias. Parthenos faz referência ao estado virginal e de solteira da deusa. Acima as Ruínas atuais do Parthenon, Abaixo uma perspectiva feito por cientistas no computador. Os Teatros são outra magnífica construção dos gregos. Surgidas das realizações de procissões a cada nova colheita de uva para homenagear Dionísio, o deus do vinho, acontecimento muito apreciado pela população camponesa. Já as Grandes Dionisíacas eram as celebrações urbanas, quando se realizavam os famosos concursos entre autores dramáticos (cada partipante concorria com três peças “Trilogia”) Ruínas de um Teatro grego de Athenas A Pintura em Cerâmica Na Grécia, a pintura em cerâmica tornou-se uma forma especial de manifestaçãoartística. Os vasos gregos, ou ânforas, são famosos pela beleza da forma e pela harmonia entre desenho, cores e espaço utilizado para ornamentação. Eram usados em rituais religiosos e também para armazenar água, vinho, azeite e outros alimentos. Á medida que passaram a apresentar uma forma equilibrada e um trabalho harmonioso de pintura, tornaram-se também objetos de decoração. As pinturas representavam cenas da mitologia grega e de pessoas em suas atividades diárias. Inicialmente o artista pintava, em negro, a silhueta das figuras. Depois, fazia os detalhes do desenho retirando a tinta preta. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. Vaso no modelo de Exéquias. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 11 Por volta de 530 a.C., Eutímenes, discípulo de Exéquias, introduziu uma grande modificação na arte de pintar vasos: inverteu o esquema de cores, isto é, deixou as figuras na cor natural do barro cozido e pintou o fundo de negro, dando início à série de figuras vermelhas. Pintura em Vaso no modelo de Eutímenes mostrando uma cena mitológica. Exercícios: 1. Quais são as contribuições da arte egípcia para a arte grega? a)- Como fazer esfinges e o Parthenon. b)- Motivação e leis criminais. c)- Inspiração e técnica. d)- A técnica das expressões e motivações. e)- Motivação e proporções de movimentos ousados. 2. Quais os três períodos em que se dividem a História da Arte na Grécia? a)- Arcaico, micênico , dórico b)- Arcaico, Clássico, Jônio c)- Clássico, Helênico, Dórico d)- Arcaico, Clássico, Helenístico e)- Helenístico, Micênico, Cretense 3. Quais são as características da arquitetura Grega? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 4. Cite algumas características que diferenciam a ordem dórica da ordem jônica. ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 5. Qual foi a grande mudança trazida pela escultura do período helenístico? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ Unidade 4 Arte Romana Reconstituição em 3D da Roma Imperial. Os etruscos vieram da Ásia Menor e fixaram-se na Itália Central, onde hoje é Toscana. Sua arte mostra a relação que mantinham com a Grécia e o Egito. Sua arte expressava a realidade cotidiana, um grande conhecimento da natureza e um culto aos mortos. Suas figuras humanas mostravam vitalidade e grande detalhamento. O povo etrusco deixou como legado necrópoles, cidades e sítios arqueológicos de grande beleza. A arte etrusca exerceu grande 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 12 influência na cultura romana. A pintura etrusca se destaca nos afrescos sobre paredes de pedra e tumbas pintadas. Numa fase inicial, esta arte representava momentos de festa, num desenho forte com cores brilhantes e uniformes. Depois passou a ser mais sombria, com cenas de festejos e cortejos fúnebres. Todas as cenas destes acontecimentos eram reproduzidas em suas pinturas, onde figuravam vários personagens. Faziam também retratos de mortos, dando muito destaque para a fisionomia da pessoa. Afresco Etrusco mostrando um ritual. Afresco mostrando uma mulher nobre. Sarcófago dos Esposos Pouco a pouco, a arte libertou-se de sua herança etrusca, graças à expansão pela Itália e pelo Mediterrâneo e ao fato de os romanos terem assimilado outras culturas, como a grega. Durante os dois últimos séculos antes do nascimento de Cristo, surgiu uma maneira tipicamente romana de construir edifícios, realizar esculturas e pintar. Entretanto, devido à extraordinária extensão geográfica do Império de Roma e às suas diversas colônias, a arte e a arquitetura romanas foram sempre ecléticas e se caracterizaram por empregar estilos distintos atribuídos aos gostos regionais e às preferências de seus mecenas. A arte romana não é somente a arte dos imperadores, senadores e patrícios, mas também a de todos os habitantes do vasto império romano, incluindo a classe média dos homens de negócios, os homens livres ou plebeus e os escravos e legionários da Itália e suas províncias. Curiosamente, apesar de existir uma grande quantidade de exemplos escultóricos, pictóricos, arquitetônicos e decorativos, conhecemos poucos nomes de seus artistas e arquitetos. Geralmente, os monumentos romanos foram realizados mais para homenagear os seus mecenas do que para expressar a sensibilidade artística de seus criadores. Arquitetura Podemos ter uma clara idéia da arquitetura romana através dos impressionantes vestígios dos edifícios públicos e privados da Roma antiga e graças aos escritos da época, como o De Architectura, um tratado de dez volumes compilado por Vitrúvio no fim do século I a.C. Os templos romanos foram o resultado 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 13 de uma combinação de elementos gregos e etruscos: planta retangular, teto de duas águas, vestíbulo profundo com colunas livres e uma escada na fachada dando acesso ao pódio ou à base. Edifício da cidade de Chiusi com característas da Arquitetura etrusca. Os romanos conservaram as tradicionais ordens gregas (dórica, jônica e coríntia), mas inventaram outras duas: a toscana, uma espécie de ordem dórica sem estrias na fuste, e a compósita, com um capitel criado a partir da mistura de elementos jônicos e coríntios. Ordem Romana Toscana Ordem Romana Compósita Os teatros e os anfiteatros romanos apareceram pela primeira vez no final do período republicano. Diferentemente dos teatros gregos, situados em declives naturais, os teatros romanos foram construídos sobre uma estrutura de pilares e abóbadas e, dessa maneira, puderam ser instalados no coração das cidades. Os teatros de Itálica e de Mérida foram realizados nos tempos de Augusto e de Agripa, respectivamente. O mais antigo anfiteatro conhecido é o de Pompéia (75 a.C.) e o maior é o Coliseu de Roma (70-80 d.C.). Fachada das ruínas do coliseu atualmente Vista Interna das ruínas do coliseu As cidades grandes e as pequenas tiveram termas ou banhos públicos (thermae). As termas (75 a.C.) próximas do foro de Pompéia são um excelente exemplo dos modelos mais antigos. Ruínas de um Banho Público (Thermae) Romano 3ª Série Ensino Médio - Colégio MaristaApostila complementar de História da Arte 14 Durante o Império, essas estruturas, comparativamente modestas, foram se transformando progressivamente, tornando-se mais grandiosas. Exemplos posteriores, como os banhos de Caracala (c. 217 d.C.) em Roma, chegavam a ter bibliotecas, tendas e enormes espaços públicos cobertos com abóbadas e decorados com estátuas, mosaicos, pinturas e estuques. Entre os diversos projetos de construções públicas dos romanos, a rede de pontes e calçadas, que facilitaram a comunicação através de todo o império e os aquedutos, que levavam água às cidades a partir dos mananciais próximos (como Pont du Gard, ano 19 d.C., próximo a Nimes), são os mais extraordinários. Aqueduto romano no sul da atual França. Ruínas do Forum da cidade de Roma, era o centro das decisões políticas. Escultura Ao longo de toda Roma, as estátuas e os relevos escultóricos adornaram os edifícios públicos e privados. De fato, algumas construções romanas foram pouco mais do que suportes monumentais para a escultura. Os arcos do triunfo, levantados em todas as partes do Império, destacam-se como monumentos entre os mais importantes. Corpo de Heitor sendo levado de volta à Tróia – Alto relevo romano em mármore, detalhe de um sarcófago Auto- relevo do Arco de Tito Representa soldados romanos levando o sagrado candelabro do Templo de Jerusalém. Arco do Triunfo de Tito, em Roma Embora quase nenhum dos grandes grupos escultóricos instalados nesses arcos tenha resistido à passagem do tempo, essas construções tinham como finalidade original servir de suporte para estátuas honoríficas. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 15 Entre os arcos mais importantes, destacam-se, em Roma, o de Tito (c. 81 d.C.), no Foro romano, e o de Constantino (315 d.C.). Na Espanha. Também foram erguidas colunas historiadas, com frisos em baixo-relevo em espiral, relatando com grande riqueza de detalhes as campanhas militares dos romanos. A primeira e a maior delas foi a do foro de Trajano (113 d.C.) construída em Roma pelo arquiteto Apolodoro, de Damasco. Os relevos históricos adornaram também grandes altares como o Ara Pacis de Augusto (fechado em Roma do 13 ao 9 a.C.). A Coluna de Trajano, Séc. I d.C. É um monumento em Roma construído sob a ordem do próprio imperador, pelo arquiteto Apolodoro de Damasco em comemoração às vitórias das campanhas militares contra os Dácios. Relevos presente na coluno de trajano Sobre os Relevos de Trajano Antes da própria existência da assim chamada arte ou arquitetura românica, nos variados países da Europa, Ásia Menor e Norte da África, em Roma podemos observar, na coluna de Trajano, uma cena que retrata o atendimento de soldados feridos em batalha. A coluna de Trajano mostra-nos, como num documentário em série, em sua linha ascensional, a grande saga das legiões romanas na guerra levada a cabo pelo do Imperador Trajano contra os Dácios. Fonte: http://www.crfaster.com.br/Romanicas.htm em 10/05/2008 Restaram poucas estátuas em bronze e quase nenhuma em ouro ou prata, já que muitas delas foram fundidas na Idade Média e períodos posteriores. Uma das poucas que existe é a estátua eqüestre em bronze (c. 175 d.C.) do imperador Marco Aurélio imperador Marco Aurélio na praça do Capitólio em Roma. Eqüestre em bronze do Imperado Marco Aurélio. O retrato escultórico romano, em que se destaca a estátua de Constantino (c. 315 d.C.-330 d.C.), compõe um dos grandes capítulos na história da arte antiga. O conceito simbólico das imagens continuou no período da Roma imperial. Busto de Hadrianus 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 16 Constantino (cabeça e fragmentos de uma estátua colossal), em exposição no pátio do Palazzo dei Conservatori, Roma, c 313-315 dC Pintura Restaram poucos quadros dessa época, mas, pela literatura antiga, sabe-se que os artistas romanos trabalharam uma grande variedade de temas, entre os quais se incluem acontecimentos históricos, mitos, cenas da vida cotidiana, retratos e natureza-morta. A pintura mural está bem documentada, sobretudo em Pompéia e nas demais cidades soterradas no ano 79 d.C. pela lavas do vulcão Vesúvio. As Três Graças – afresco da cidade romana de Pompéia – séc. I Distinguem-se quatro etapas denominadas estilos pompeianos. O primeiro estilo (120 a 80 a.C.) baseia-se na decoração grega de interiores e às vezes é chamado de estilo de incrustação, pois suas pinturas sobre o gesso foram utilizadas para imitar o aspecto dos muros de mármore polidos. Pintura mural de Pompéia O objetivo do segundo estilo (80 a 15 a.C.) era criar, através da perspectiva, uma ilusão espacial que o prolongava além da superfície do mural. O terceiro estilo (15 a.C. a 63 d.C.) é uma pintura delicada na qual o ilusionismo do segundo estilo foi suprimido em favor de arabescos sobre fundos monocromáticos. Vênus em mural de Pompéia do Século I No quarto estilo (63 a 79 d.C.), os motivos arquitetônicos voltaram a se tornar populares; mas dessa vez a perspectiva lógica foi relegada a um plano secundário, sendo substituída por estruturas fantásticas, impossíveis de construir. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 17 Mosaicos Em todas as partes do Império, encontram-se mosaicos romanos. Oscilam dos modelos abstratos de tesselas brancas e negras até ambiciosas composições figurativas policromáticas, como o grande chão da casa de Fauno em Pompéia. Recentes escavações descobriram as formosas abóbadas em estuque na Casa Farnesina (20 a.C.) e na tumba dos Pancratii em Roma (160 d.C.). Mosaico romano do século III reproduz a colheita da uva. Alimento que criava entre os povos da Antiguidade Clássica Mediterrânea um elo que os ligava aos deuses da mitologia, a uva e o vinho eram bebidos adicionando-se água para evitar a embriaguez, a não ser quando o consumo relacionava-se a rituais religiosos. Exercícios: 1. (UFGO) Sobre a arte romana: I- Os retratos não foram muito difundidos. II- Das construções arquitetônicas destacam-se os anfiteatros. III- A principal característica que se encontra na arquitetura foi a utilização dos arcos. a)- Se as alternativas I, II, III são corretas. b)- Se as alternativas I, II, III são incorretas. c)- Se apenas as afirmativas I e II são corretas d)- Se apenas as afirmativas I e III são corretas e)- Se apenas as afirmativas II e III são corretas. 2. Quais as ordens das colunas gregas que passaram a ser adotadas nas construções? a)- dórica, arcaica e jônica b)- jônica, arcaica e coríntia c)- persa, dórica e jônica d)- jônica, coríntia e dórica e)- coríntia, persa e dórica 3. Dê um exemplo de templo grego e de templo romano. ______________________________________ ______________________________________ ____________________________________________________________________________ ______________________________________ Unidade 5 Arte Bizantina O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era. Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina. Graças a sua localização(Constantinopla) a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor. A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 18 também as artes, tornando os artistas meros executores. Mapa Mostrando a região de Constantinopla. O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus. Imperador constantino em mosaico do século V O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro. Mosaico Bizantino do Interior de Catedral de Santa Sofia (Ayasofya.) A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados. A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), onde hoje atualmente se encontra Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido. Vista externa da catedral de santa Sofia (532- 537) 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 19 Vista Interior da Catedral de Santa Sofia, Percebemos os escritos árabes, atualmente esncontra-se em poder dos mulçumanos. A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano. Porém, logo se sucedeu um período de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero. A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a igreja ortodoxa grega permaneceu dentro da arte bizantina. E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos. Um pouco mais de Santa sofia "A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império Bizantino, encontra-se no seu vasto interior. Um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora.No alto, sobre um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula. Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz - um claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior". Fonte: www.posiville.com.br/colegio/Apostila- de-Artes.doc Exercícios: 1) O ÍCONE é outra manifestação da Arte Bizantina. Analise a correta: a) Ícone vem do grego e significa imagem. b) São quadros que representam figuras sagradas. c) Suas características de representação são diferentes da figura do mosaico. d) Os motivos de temas encontrados eram aves e florais e) Ícone significa a mesma coisa que escultura. 2. O Mosaico Bizantino é uma das técnicas mais peculiares deste período. Quanto ao mosaico assinale a alternativa FALSA: a) Eram produzidos com diminutas pedras preciosas. b) As figuras humanas eram apresentadas chapadas. c) As pessoas são representadas com a face ovalada. d) A altura com que as pessoas são representadas não era um fator preponderante nos mosaicos. e) Para representar uma maior espiritualidade, as personagens eram apresentadas de frente e verticalmente. 3. Escreva as principais características da arte no Império Bizantino. ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 20 Unidade 6 Arte Islâmica No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem. Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que, no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa. Mesquita Al Aqsa em Jerusalém Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na culturae na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que os povos foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra. Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuímos uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e lsfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais dássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração. Tapete Persa, usado pelos mulçumanos para as realizar as orações à Meca. No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram o neófito, que contempla uma obra feita para deus. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 21 Detalhe da mesquita de Sultanahmet Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e guardiães do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação. Arquitetura As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos. No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização. Mesquita do Cairo no Egito. A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. A construção de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte. Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. Observe um esquema que mostra as divisões de uma mesquita: 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 22 Pintura e Gráfica A pintura islâmica é basicamente o embelezamento de livros graças à caligrafia e às ilustrações. Para aumentar a beleza dos livros, calígrafos copiavam textos com lindas letras e artistas acrescentavam ilustrações. Surata Al-Fatiha, em escrita Thuluth Os primitivos artistas islâmicos decoravam as páginas com desenhos rebuscados, porque sua religião proibia a reprodução de animais e seres humanos. Capas do Alcorão ou Corão. Só mais tarde artistas islâmicos, principalmente os que viviam na Pérsia, começaram a pintar figuras humanas e animais. Além do Corão, livro sagrado do islamismo, os artistas persas ilustraram coleções de fábulas, histórias, poemas de amor e obras científicas. Maomé, nos braços da mãe, Amina, em miniatura turca- cristã, ambos com o rosto velado. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 23 O Profeta orando na Caaba, numa gravura otomana do séc. XVI. Seu rosto está vendado, algo comum na arte islâmica da época. Exercícios: 1) Assinale a alternativa correta sobre o tempo sagrado dos mulçumanos conhecido com mesquita: a) Nelas possuíam uma entrada retangular com uma parte final maior conhecida como nave. b) Dentro das mesquitas estavam uma série de imagens do profeta com o rosto coberto e pegando fogo. c) As Janelas sempre possuem um estilo agulhado e com vitrais com referências a Maomé. d) Baseados na planta da casa do profeta, geralmente encontramos a fonte e o mirante. e) Pouco se sabe, pois a única mesquita sobrevivente ao movimento das cruzadas foi a mesquita de Santa Sofia. 2) Observe a Imagem: O destaque para a arte Islâmica são os adornos geométricos nos templos e livros sagrados. Explique porque a arte islâmica possui essa característica: _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ Unidade 7 Arte Medieval Com a conversão de boa parte da Europa ao cristianismo, a partir do século 4, a honorável arte clássica, tida como pagã, foi abandonada com a vitória da nova crença pregada pelos Apóstolos de Jesus. Muitos dos templos religiosos e prédios públicos dos romanos e dos gregos foram destruídos, abandonados ou reaproveitados pelos cristãos. Lentamente, das ruínas do passado mundo pagão, um novo estilo começou a ser forjado, uma linha artística e estética que melhor expressou o sentimento religioso dos povos convertidos à Cruz. Arte Românica Num primeiro momento, no tempo da Alta Idade Média, denominou-se a expressão artística daquela época de estilo românico, num período posterior, durantea Baixa Idade Média, foi chamado de estilo gótico. O cristianismo oriental, por sua vez, cuja capital espiritual era Constantinopla (Arte Bizantina que vimos na unidade 5), e que somente sucumbiu mil anos depois da queda de Roma, manteve uma identidade estética própria, conhecida como Estilo Bizantino, que muito influenciou a arte medieval ocidental. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 24 A arte românica foi a arte cristã do Ocidente europeu desenvolvida entre os séculos XI e XII. Ela marcou a ruptura com o período clássico da Era Greco-Romana e serviu como ponte para o estilo seguinte, quando então evoluiu para formas arquitetônicas ditas góticas ou ogivais. Tornou-se a expressão artística dos tempos dos cruzados, das lutas dos mouros contra os cristãos, da proliferação das Ordens Religiosas, das constantes refregas travadas entre o imperador e o papa, e entre os reis e os barões feudais que tanto empobreceram a Europa. A construção da época foi fundamentalmente religiosa, pois somente a Igreja cristã e as ordens religiosas possuíam fundos suficientes ou pelo menos a organização eficiente para arrecadá-los e financiar o erguimento de capelas, de igrejas e de mosteiros. Mosteiro de Cluny , Construído em 910 na Borgonha (Noroeste da atual França) Expressão de um tempo belicoso e inseguro, pobre em atividades comerciais e mercantis, os edifícios da época do românico, além de toscos, assemelham-se à fortalezas. Era uma estética da pedra bruta, de paredes expostas quase sem reboco, com um diminuto número de janelas e interiores geralmente sombrios. A planta de uma igreja do estilo românico é a mesma da basílica cristã primitiva, dominada pelo horizontalismo; os materiais eram a pedra e o tijolo; criou-se a abóbada para evitar os numerosos incêndios, sendo que o teto de madeira foi substituído pela abóbada de origem bizantina, exigindo paredes espessas para sustentá-la. Igreja românica de Andorra (Sul da França) Igreja de Cedofeita, Portugal Características gerais do estilo românico: substituição do teto de madeira por abóbadas. grande espessura das paredes, poucas janelas. consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio. consolidação dos arcos por meio de arquivoltas. Arte Gótica Período da arte de estilo gótico estendeu-se por 400 anos (de mais ou menos 1.100 até 1.500). A origem do termo gótico nada tem a ver diretamente com os godos, a antiga nação germânica que invadiu o Império Romano no século 5. Todavia é de supor-se que gótico de alguma lembra algo como "bárbaro", isto é, um estilo do tempo dos bárbaros, quando os godos atropelavam a civilização romana. Originou-se de uma denominação utilizada pelos refinados artistas renascentistas para designar genericamente um estilo artístico que achavam de mau gosto, exótico, carregado 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 25 de apelos decorativos e pelo exagero da altura das suas torres. O gótico, igualmente como o romântico, caracterizou-se predominantemente por ser um estilo grandioso de construções religiosas, foi a arte por excelência das magníficas catedrais européias. Vitral em Rosácea, Catedral de Notre Dame A multiplicação delas por toda a Europa Ocidental deveu-se ao prestígio universal da Igreja Católica e da religião cristã, e resultou da competição entre as cidades lentamente enriquecidas pela Revolução Comercial, transformação econômica que deu seus primeiros passos ao redor dos séculos 11 e 12 (na região do Flandres, ao redor do rio Reno e do rio Sena) tendo como conseqüência a ressurreição da vida urbana. Cada cidade da Europa Ocidental tratou então de erguer uma catedral cuja torre fosse a mais alta possível. Características arquitetônicas: resistência, repetição de elementos construtivos (janelas e colunas geminadas). interior pesado e escuro. Na temática decorativa utilizava-se tanto as linhas gregas. losangos, pontas de diamante, como esculturas de animais e monstros assustadores (gárgulas). Catedral de Lincoln , Lincolnshire, Inglaterra Construir torres altíssimas não eram uma ideia não somente para melhor e atrair o olhar protetor de Deus, como para celebrar a excelência das suas corporações de ofícios em competição com as outras das demais cidades vizinhas. O gótico, originalmente, foi um estilo marcadamente francês. Do território da França atravessou o Reno penetrando na Alemanha onde, por igual, encontraremos belos exemplos dele. Todavia bem menos influenciou a arquitetura italiana que ainda mantinha seu apego ao antigo estilo clássico(a exceção foi a arquitetura lombarda, mais sujeita por razões geográficas às influencias transalpinas, como se verificou na construção da catedral de Milão). Catedral de Notre Dame, Paris, França. Características Gerais do Gótico: Verticalismo. Arco quebrado ou ogival. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 26 Abóbada de arcos cruzados. O vitral. A Divisão da arte gótica: expressa-se, sobretudo, na arquitetura, a qual determina as demais artes; sendo que a pintura e a escultura (como no período romântico) são apenas complementos decorativos. Pintura na Idade Média A pintura medieval apresenta-se em quatro formas principais; mosaicos, miniaturas, murais e vidros pintados. Os mosaicos da catedral de São Marcos constituem uma obra-prima. O que representa a Ascensão, feito no século XII e que se encontra na cúpula central, é realmente extraordinário. A pintura de mosaicos era uma arte que datava quase dois mil anos e de certa maneira já se achava em decadência. Mosaicos na Basílica de São Marcos, Veneza, Atual Itália. Por conta dessa decadência temos o predominado a iluminura de manuscritos com pinturas em miniatura, que foi a arte favorita. Os saltérios, os missais , os livros de horas, eram adornados pelos miniaturistas, que procuravam mais a profundidade e o esplendor das cores e a densidade e vitalidade da obra do que a ilusão de espaço com três dimensões. Os mosteiros se mostravam muito férteis nesta arte delicada e tranqüila. Os murais demonstraram forte influência bizantina. A invasão dos bárbaros e as perturbações dos séculos seguintes apagaram a tradição da pintura clássica romana. No século XIII, os primeiros painéis italianos mostraram figuras religiosas, simbólicas e místicas, de caráter acentuadamente oriental. Recorte de uma Iluminura de uma Bíblia Medieval mostrando a Sagrada Família, a técnica ao redor da imagem principal é um Fólio do foral manuelino feito na vila de Freixo de Espada à Cinta, 1512 Mural medieval mostrando a virgem Maria, menino Jesus e os ideia de proteção por anjos, a direto do observador encontramos um clérigo. Os vitrais das catedrais exigiam uma pintura especial sobre o vidro. Os vitrais, e mesmo as grandes rosáceas eram em muitos casos, divididos em diversas formas geométricas, possibilitando a uma só peçamostrar várias cenas de uma história ou de 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 27 um tema religioso. Os mais belos vitrais são sem dúvida os da catedral de Notre Dame, que também serviram de modelo para os da catedral de Lincoln, na Inglaterra. As cores brilhantes foram no século XIII harmonizadas com a pintura em "grisaille", em linhas finas de cor vermelha ou azul. Vitrais de Notre Dame Exercícios: 1) (UEL – 2008) Observe a imagem a seguir Com base na imagem, considere as afirmativas a seguir: I. A cultura medieval caracterizou-se pela ausência de uma expressão artística própria, o que redundou na retomada dos elementos da cultura clássica no Renascimento. II. A exemplo da Tapeçaria de Bayeux, manta encomendada para cobrir o corpo de Carlos Magno, a expressão cultural dos homens do período medieval era fundada na confecção de objetos menores, fáceis de transportar. III. O bordado conservado é um exemplar de expressão cultural não voltado para a liturgia ou culto cristão, o que não era comum, pois grande parte da arte que se conservou está relacionada à religiosidade. IV. A tapeçaria apresenta um relato da invasão normanda na Inglaterra e traz características da arte do período como a simplicidade das formas e economia de elementos. A partir da imagem dada e dos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas. a) I e IV. b) III e IV. c) II e III. d) I, II e III. e) I, II e IV. 2) Como todo movimento o período Gótico tem na arquitetura um de seus grandes representantes. Analise e julgue os itens a baixo marcando a ÚNICA alternativa CORRETA sobre a arquitetura gótica. a) Bem diferente dos edifícios baixos e pesados, a arquitetura gótica é esbelta e muito alta. b) Os prédios passam a ser decorados com inspiração na Antiguidade Clássica. c) Os capitéis e colunas marcam este período. d) Pela altura suas paredes eram de enorme espessura e) A Arte Gótica é conhecida pela sua predominância na Espanha e Portugal. Países puramente católicos. Unidade 8 Renascimento Artístico “La Pietá”, ou “A Piedade” Michelangelo, 1550 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 28 Sob a influência das idéias humanistas, o Renascimento floresceu na Europa ocidental. O desenvolvimento renascentista não foi homogêneo em todas as regiões. Variou de um lugar para o outro, mas seu maior esplendor aconteceu na Itália, em especial na cidade de Florença, mas também na região de Flandres e na Alemanha. De modo geral, eram localidades em que o comércio fez surgir uma burguesia rica, que se dispôs a financiar a produção artística e intelectual da época. Famílias de mercadores-banqueiros, os próprios reis, ou então a Igreja, contratavam os melhores artistas para fazerem em suas cidades suntuosos edifícios, palácios, igrejas, estátuas, pinturas ou até mesmo para produzirem obras de arte em suas residências. Conhecidos como mecenas (referência a um patrocinador das artes na Roma antiga), essas pessoas tornaram-se protetoras da produção cultural renascentista, garantindo o sustento desses artistas. Em Florença, por exemplo, os Médici eram a família mais rica da cidade. A fortuna deles iniciara-se graças à atividade do banqueiro Cosimo di Médici (1389-1464). Ele fundou uma academia dedicada aos estudos da filosofia de Platão e foi responsável pelo sustento de escultores, pintores e arquitetos que transformaram Florença em uma verdadeira obra de arte a céu aberto. Cosimo di Médici, banqueiro que financiou vários artistas. De modo geral, pode-se dizer que o Renascimento ocasionou uma imensa renovação nos mais variados campos do conhecimento e produziu artistas, pensadores, cientistas cujos trabalhos influenciaram toda a produção intelectual dos séculos seguintes. Trecento, a primeira fase a fé e razão. Durante a Alta idade Média (do século 5 ao 10), vigoraram na arte os estilos romanesco e gótico, de caráter essencialmente religioso. A arte - sobretudo pintura, escultura e arquitetura -, patrocinada pela Igreja visava transmitir ao homem as idéias de fé teocêntricas (concepção que tem Deus - do grego, Théos - como centro de todas as coisas), marcadas por um caráter místico que procurava afastar o ser humano de seus interesses terrenos. Na pintura, a transformação teve início com Giotto (1267-1337), que apresentava trabalhos com motivos naturais e figuras humanizadas. Por volta desse mesmo período, durante a primeira fase do Renascimento. O beijo de Judas, de Giotto Quatrocento, a segunda fase, Expansão para a Europa. O século 15, os anos Quatrocentos, compreende a segunda fase do Renascimento. Trata-se de um período marcado por um maior desenvolvimento das artes em geral e do comércio. Nesse século, por exemplo, aconteceram as grandes navegações, devido às 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 29 necessidades de se encontrarem rotas marítimas fora do Mediterrâneo. Num ímpeto comercial extraordinário, portugueses e espanhóis conquistaram o Atlântico, abrindo caminho para a Índia e para o Novo Mundo. A pintura, em Florença, deu-se ao luxo de apresentar correntes diversas, que tinham como representantes Tommaso Masaccio (1401-1428), de estilo naturalista, Fra Angélico (1390?-1455), que desenvolveu uma arte mais ou menos próxima do estilo gótico, e Sandro Botticelli (1445-1510), que sintetizou as correntes anteriores. O Nascimento da Venus, Sandro Botticelli, 1485. Cinquecento, a terceira fase, a derradeira fase da Renascença, o movimento se transforma O século 16, o dos anos Quinhentos, correspondeu à terceira fase do Renascimento. Ele foi marcado por uma maior expansão do movimento cultural em toda a Europa. Na Itália, destaca-se Leonardo da Vinci (1452- 1519), que deu enorme contribuição à ciência e à arte. É importante lembrar ainda o nome do matemático, físico e astrônomo Galileu Galilei (1564-1642), um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento científico do período. Ainda nas artes plásticas, é imprescindível considerar o nome de Michelangelo Buonarroti (1475-1564), autor dos afrescos da capela Sistina, e de esculturas como Davi, Moisés, e outras, que por suas dimensões gigantescas evidenciam a concepção de grandeza do ser humano que vigorou no Renascimento. Mona Lisa, Leonardo da Vinci, 1502, óleo sobre madeira. “O Dom da vida” Detalhe do teto da Capela Sistina, O conhecido escultor Michalangelo, pinta o papa Júlio II. Outra técnica desenvolvida e amplamente utilizada pelos renascentistas para atribuir realismo às suas representações deve-se à perspectiva, que possibilitou a representação de imagens tridimensionais em plano bidimensional. O renascimento flamengo esteve muito ligado ao desenvolvimento da pintura. Suas maiores preocupações eram a pesquisa dos materiais, o aprimoramento técnico e o esforço de fazer representações que parecessem naturais. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de Históriada Arte 30 Foram os artistas flamengos que introduziram a técnica da tinta a óleo, iniciaram a pesquisa sobre perspectiva linear, inventaram a perspectiva aérea e desenvolveram os efeitos de cor, luz e brilho. Triunfo da morte, Pieter Brugel, 1569 Arquitetura Renascentista Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante a medição e o estudo de antigos templos e ruínas, assim como pela aplicação da perspectiva, chegar à conclusão de que uma obra arquitetônica completamente diferente da que se vira até então não era nada mais que pura geometria euclidiana. O módulo de construção utilizado era o quadrado, que aplicado ao plano e ao espaço deu às novas edificações proporções totalmente harmônicas. As ordens gregas de colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se impuseram no levantamento das paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as ordens mais utilizadas: a dórica, a jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação dessas ordens não é arbitrária, elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o pé, a coluna, o corpo, e o capitel, a cabeça. Exemplo de Igrejas Renascentistas, fachada e planta baixa: Vistos de fora, esses palácios se apresentam como cubos sólidos, de tendência horizontal e com não mais de três andares, articulados tanto externa quanto internamente por colunas e pilares. Um pátio central, quadrangular, tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas. A parede externa costuma receber um tratamento rústico, sendo a almofadilha mais leve nos andares superiores. A ordem das colunas varia de um andar para outro e costuma ser a seguinte: no andar térreo, a ordem toscana, uma variante da arquitetura romana; no pavimento principal, a jônica; e no superior, a coríntia. A divisão entre um nível e outro é feita por diferentes molduras e uma cornija que se estende por todo o piso de cada andar, exatamente abaixo das janelas. Têm geralmente forma retangular e são coroadas por uma finalização em arco ou triângulo. Palácio de Carlos V, Granada (Forma Retangular) 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 31 Exercícios: 1. Onde o Renascimento buscou inspiração? a)- Na arte românica b)- Na arte greco-romana c)- Na arte grego-românica d)- Na arte gótica e)- Na arte egípcia. 2. Quais dos elementos abaixo correspondem a descobertas do Renascimento? a)- Claro escuro e têmpera b)- Perspectiva e têmpera c)- Têmpera e pintura a óleo d)- Pintura a óleo e pintura mural e)- perspectiva e pintura a óleo 3. Quais destes artistas pertencem ao Renascimento? a)- Da Vinci, Piero della Francesca e Rembrandt. b)- Da Vinci, Michelangelo e Boticelli. c)- Da Vinci e Rembrandt. d)- Vitor Brecheret, Da Vinci e Boticelli. e)- Boticelli, Da Vinci e Rembrandt. 4. Comente o individualismo surgido durante o renascimento? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ Unidade 9 Os primeiros artistas no Brasil Após a chegada de Cabral, Portugal tomou posse do território e transformou o Brasil em sua colônia. Primeiramente, foram construídas as feitorias, que eram construções muito simples com cerca de pau-a-pique ao redor porque os portugueses temiam ser atacados pelos índios. Preocupado com que outros povos ocupassem terras brasileiras, o rei de Portugal enviou, em 1530, uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa para dar início à colonização. A pintura jesuítica se inicia em 1587, com a chegada do frei Belchior Paulo, seguido depois por pintores jesuítas ou beneditinos encarregados de adornar as igrejas: Domingos da Conceição, Agostinho da Piedade e Agostinho de Jesus. Arte Holandesa no Brasil Com a invasão holandesa em 1637, chegam ao Recife pintores como Frans Post e Albert Eckhout, que influenciam artistas brasileiros como João dos Santos Simões. Com a intenção de documentar a fauna e a flora e as paisagens brasileiras, Eckhout e, sobretudo Post realizam um trabalho de alta qualidade artística. Frans Post (1612-1680)- Pintor holandês. Vem ao Brasil durante a dominação de Mauricio de Nassau, em Pernambuco. Permanece de 1637 a 1644, documentando paisagens e espécimes naturais. Carro de Boi, 1638 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 32 Paisagem do Rio São Francisco , 1641 Albert Eckout (1610-1666)- Pintor e botânico holandês. Desembarcou no Brasil com a expedição de Mauricio de Nassau e permaneceu aqui até 1644. Foi contratado para documentar em suas telas os tipos étnicos, os costumes e a paisagem local. Albert Eckhout - 1ª obra: “Mulher Tupuia” 1641 2ª Obra: “Homem Mestiço”, sem data A obra mais famosa e que mais foge do estilo de Eckhout: “A Dança dos Tapuias” Albert Eckhout- “A Dança dos Tapuias”, 1641 A fascinação pela paisagem tropical era evidente nas obras dos tipos presente no Brasil. Tanto aos tipos étnicos quanto as Naturezas mortas que mostravam a diversidade dos produtos do novo Mundo. Albert Eckhout- “Abacaxi, Melancias e Outras Frutas”, sem data Exercícios: 1. Sobre os pintores de Nassau é correto afirmar: I- como eram católicos, focam sua pesquisa nos temas religiosos; II – Frans Post valoriza a paisagem em suas obras; III – suas obras são verdadeiros documentos nacionais. a)- Se as alternativas I, II, III são corretas. b)- Se as alternativas I, II, III são corretas. c)- Se apenas as afirmativas I e II são corretas. d)- Se apenas as afirmativas I e III são corretas. e)- Se apenas as afirmativas II e III são corretas. 2. Qual a importância dos pintores de Nassau para a História da Arte no Brasil? a)- Eles introduziram o estilo Barroco no Brasil colonial. b)- Foram os primeiros pintores no Brasil a fixar as paisagens, a fauna e a flora de maneira profissional. c)- Ajudaram a instaurar o neoclássico no Brasil e souberam como ninguém moldar os artistas brasileiros. 3ª Série Ensino Médio - Colégio Marista Apostila complementar de História da Arte 33 d)- Não tiveram grande expressão no mundo artístico, suas obras não obedeciam a critérios estéticos pré-estabelecidos na época. e)- Foram os primeiros a registrar a sociedade do Rio de Janeiro, fundaram a Academia Imperial de Belas Artes. 3. Quais são as diferenças entre os trabalhos de Frans Post e de Albert Eckhout? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ Unidade 10 O Barroco Contexto Histórico O final do século XVI e início do século XVII caracteriza-se, na Europa, pela ocorrência de conflitos de natureza política, econômica, social e, principalmente, religiosa. São fatos importantes deste período: O Término do ciclo das
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