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CRENÇAS NO PROCESSO TERAPÊUTICO As crenças religiosas têm um papel fundamental na formação de subsídios e no processamento de informações, auxiliando muitas pessoas na organização e na compreensão de eventos dolorosos e imprevisíveis que podem gerar diversos sintomas. Diante disso, podemos afirmar que, assim como qualquer pessoa pode procurar a psicoterapia com base nos seus valores e crenças, a ressurreição e a reencarnação devem ser levadas em conta com seriedade pelos psicoterapeutas, que devem buscar informações adequadas em abordagens coerentes e eficazes, sem misticismo e sem práticas divinas. O psicoterapeuta precisa estar confortável para abordar as questões espirituais e religiosas, como a reencarnação, a ressurreição e a vida após a morte. Este é o primeiro de uma série de passos para que a psicoterapia siga seu percurso nas diretrizes éticas. As informações colhidas no processo terapêutico devem ser pautadas sobre tudo o que o paciente acredita, o que exige conhecimento de estratégias objetivas para otimizar o enfrentamento das dificuldades com base nesse sistema de crenças. O Conselho Federal de Psicologia esclarece que: “Não existe oposição entre a Psicologia e a religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma ciência que reconhece a religiosidade e a fé presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós. A relação dos indivíduos com o ‘sagrado’ pode ser analisada pelo(a) psicólogo(a), nunca imposto por ele(a) às pessoas com as quais trabalha.” As práticas religiosas que envolvem a reencarnação, por exemplo, desempenham um papel importante no desenvolvimento de mecanismos saudáveis de enfrentamento por refugiados tibetanos. Muitas pessoas acreditam que as adversidades dos tempos atuais estão relacionadas a passagens de vidas anteriores. Assim, como muitos cristãos que crêem na ressurreição acreditam na influência maligna e sombria exercida pelo demônio na vida das pessoas. A religiosidade nos remete ao fato de religar o consciente com certos poderosos fatores do inconsciente a fim de que sejam tomados em atenta consideração. Estes fatores são caracterizados por suas intensas cargas energéticas e intenso processo dinâmico. Nise da Silveira relata que para Jung todas as religiões originam-se basicamente de encontros com esses fatores dinâmicos do inconsciente, seja em sonhos, visões ou êxtases. Esses fatores se apresentam encarnados em imagens dos mais diversos aspectos: deuses, demônios, espíritos. Jung reconhece “todos os deuses possíveis e imagináveis, sob a condição única de que sejam ou tenham sido atuantes no psiquismo do homem". (Evandro Rodrigo Tropéia)
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