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17/03/2013 1 • Principais pontos da aula anterior • Conhecer os critérios de seleção de testes • Orientações práticas para a aplicação de testes e realização de medidas • Conhecer como apresentar os resultados obtidos Tema da aula: Critérios para a seleção de testes Análise descritiva dos dados Objetivos da aula: 18/3/13 Medir: Abrange o aspecto quantitativo Avaliar: Abrange o aspecto qualitativo TESTE MEDIDA AVALIAÇÃO ANÁLISE Teste de Cooper (12 min) Distância percorrida Classificação Critérios: Excelente Bom Fraco Devo melhorar? Está bom? PROCESSO DE AVALIAÇÃO EM EF e ESPORTE Normas e Critérios de Referência Norma de Referência – significa que você registra um desempenho e o compara com o desempenho de outros (tabelas estatísticas e classificatórias). Para fazer uma avaliação, temos que ter uma referência Critério de Referência – significa que você relata um desempenho em relação a um critério (ou meta de valor) que você gostaria que ela atingisse. Critérios para a Seleção de Testes 17/03/2013 2 Critérios para a Seleção de Testes Esta é uma das mais importantes fases do programa de medidas e avaliação. Para que se possa fazer uma seleção adequada dos testes que irão medir o que se quer que eles meçam, alguns pontos importantes devem ser levados em consideração. Seguindo um dos princípios de medidas e avaliação, “nenhum teste ou medida é perfeita” Fontoura, Formentin e Abech, 2008 – Ed. Phorte Com o objetivo de controlar o erro e aumentar a precisão da medida, uma das primeiras etapas é a Seleção de Testes Critérios para a Seleção dos Testes: Validade Fidedignidade Objetividade 17/03/2013 3 Validade Capacidade (do teste) de medir a variável em questão com o mínimo de erro, isto é, de realizar a medida com precisão. Se estabelecermos uma correlação entre o resultado de um teste válido realizado por uma pessoa e o resultado colhido em um teste que queremos validar com a mesma pessoa, o coeficiente de correlação deve ser elevado. Normalmente , para um teste ou instrumento ser considerado válido, ele é comparado com uma forma direta de verificar um resultado – “Padrão-Ouro” Fontoura, Formentin e Abech, 2008 – Ed. Phorte Heyward V, 2006 – Ed. Human Kinetics Teste de Cooper Teste Cardiopulmonar “Padrão-Ouro” Fidedignidade, Confiabilidade ou Reprodutibilidade Capacidade (do teste) de proporcionar medidas estáveis e consistentes em várias tentativas e ao longo do tempo. A medida repetida duas ou mais vezes em um curto intervalo de tempo, deve apresentar os mesmos resultados ou uma alta correlação entre eles. Não pode haver entre os testes, atividades ou fatores que possam alterar as respostas. Heyward V, 2006 – Ed. Human Kinetics 17/03/2013 4 Objetividade Capacidade (do teste) de medir objetivamente uma determinada variável, proporcionando resultados semelhantes quando realizado por diferentes avaliadores. Testes objetivos produzem resultados de testes semelhantes para determinado indivíduo, quando o mesmo teste é aplicado por diferentes avaliadores. Heyward V, 2006 – Ed. Human Kinetics Também conhecida como reprodutibilidade entre avaliadores. Está relacionada à diminuição do erro inter-avaliador Seleção dos Testes Validade: Capacidade (do teste) de medir a variável em questão com o mínimo de erro, isto é, de realizar a medida com precisão Fidedignidade ou reprodutibilidade: Capacidade (do teste) de proporcionar medidas estáveis e consistentes em várias tentativas e ao longo do tempo, utilizando-se sempre os mesmos sujeitos. Objetividade: Capacidade (do teste) de medir objetivamente uma determinada variável, proporcionando resultados semelhantes quando realizado por diferentes avaliadores (grau de concordância dos resultados do teste entre os testadores). Sumarizando ... Variação esperada e tolerada nas medidas obtidas em diferentes momentos ou por diferentes avaliadores ou, ainda, por diferentes equipamentos. ERRO Erros mais Comuns Erros de medida ou aleatórios Erros sistemáticos 17/03/2013 5 Erros de Medida (ou Aleatórios ou Estatísticos) O erro de medida afeta diretamente a sua precisão. Quanto maior o erro menor a precisão da medida Hulley, Cummings, Browner, Grady e Newman, Ed. Artmed, 2008 Kiss MA, Ed. Roca, 2003 Erros de Medida ou Aleatórios: encontram-se inseridos no equipamento, no avaliador e na administração do teste. Quais as principais fontes dos Erros de Medida 1- Variabilidade do avaliador/observador - Se refere à variabilidade na aferição causada pelo avaliador. Exemplos: . a escolha inapropriadas de palavras em uma entrevista . falta de habilidade no manuseio de um instrumento mecânico . erro na contagem do número de repetições de um exercício . erro na leitura de um cronômetro . anotação incorreta da medida em uma planilha de dados Hulley, Cummings, Browner, Grady e Newman, Ed. Artmed, 2008 2- Variabilidade do instrumento - Se refere à variabilidade na medida causada por fatores ligados ao equipamento ou instrumento de aferição Exemplos: . o equipamento não ser calibrado antes da medida (ex. peso) . o equipamento não ser apropriado para aquela medida (ex. manguito de PA para criança e adulto) ... fontes de Erros Aleatórios 3- Variabilidade do sujeito (que está sendo avaliado) - Se refere à variabilidade biológica intrínseca aos sujeitos da pesquisa Exemplos: . erro influenciado pelo humor do indivíduo . tempo transcorrido desde a última medicação afetar a medida, por exemplo, da frequência cardíaca ... fontes de Erros Aleatórios 17/03/2013 6 Erros Sistemáticos O erro sistemático é aquele em que o avaliador nem sempre pode interferir. Hulley, Cummings, Browner, Grady e Newman, Ed. Artmed, 2008 Por exemplo, pode-se citar as diferenças biológicas, fatores climáticos. Quais as principais fontes de Erros Sistemáticos 1- Viés do observador ou erro sistemático observacional - É uma distorção consciente ou inconsciente, na percepção ou no relato da medida pelo observador. Exemplo: tendência a arredondar valores da medida (ex: pressão arterial) Hulley, Cummings, Browner, Grady e Newman, Ed. Artmed, 2008 Kiss MA, Ed. Roca, 2003 2- Viés de instrumento ou erro sistemático instrumental - É um erro resultante de defeito em um instrumento. Exemplo: . perda de calibração de um instrumento sem que o avaliador possa perceber (ex: balança que não foi calibrada recentemente pode apresentar valores mais baixos e começar a produzir repetidamente leituras mais baixas de peso corporal. Hulley, Cummings, Browner, Grady e Newman, Ed. Artmed, 2008 Kiss MA, Ed. Roca, 2003 ... classes de Erros Sistemáticos 3- Viés do sujeito ou viés do respondedor - É uma distorção na medida originada pelo sujeito que está sendo avaliado. Exemplo: . sujeito relatar que se encontra em um estado de estresse extremo e na realidade, não estar . sujeito relatar que é atleta na escolha de um protocolo de teste de esforço Hulley, Cummings, Browner, Grady e Newman, Ed. Artmed, 2008 ... classes de Erros Sistemáticos 17/03/2013 7 4- Viés do ambiente ou erro sistemático ambiental - É um erro decorrente do ambiente e fatores climáticos. Exemplo: . avaliar a flexibilidade no verão e reavaliá-la no inverno . medir a estatura de manhã e no re-teste, no período da tarde Hulley, Cummings, Browner, Grady e Newman, Ed. Artmed, 2008 Fontoura, Formentin e Abech, Ed. Phorte, 2008 ... classes de Erros Sistemáticos Erros mais Comuns Erros de Medida: encontram-se inseridos no equipamento, no medidor e na administração do teste. Erro Sistemático: é aquele que nem sempre o avaliador pode interferir.Sumarizando ... Etapas num Processo de Avaliação: Cuidados para a aplicação dos testes Fases da Avaliação Seleção dos testes Coleta dos dados Tabulação dos dados Análise / Interpretação dos dados Apresentação dos resultados 17/03/2013 8 Condutas e Cuidados Orientação do avaliador Orientação do avaliado Local da avaliação Instrumentos utilizados Aplicação dos testes - Conhecimento dos objetivos do teste � - Habilidade com relação aos procedimentos � - Confidencialidade Orientação do avaliador Orientação do avaliado Local da avaliação Instrumentos utilizados Aplicação dos testes - Conhecimento dos objetivos do testes (Assinar consentimento pós-informado) - Estar descansado - Estar motivado - Ter condições adequadas de saúde Orientação do avaliador Orientação do avaliado Local da avaliação Instrumentos utilizados Aplicação dos testes – Dimensão – Luz – Som – Temperatura – Segurança – Trânsito de pessoal Orientação do avaliador Orientação do avaliado Local da avaliação Instrumentos utilizados Aplicação dos testes 17/03/2013 9 Aquisição Manipulação Calibração Conservação Orientação do avaliador Orientação do avaliado Local da avaliação Instrumentos utilizados Aplicação dos testes Número de avaliados Número de avaliadores Demonstração Ordem Duração Orientação do avaliador Orientação do avaliado Local da avaliação Instrumentos utilizados Aplicação dos testes Sumarizando ... Análise Descritiva dos Dados 17/03/2013 10 Análise descritiva Fornece resumos matemáticos de desempenho Por exemplo: o melhor escore (valor) Realizar uma medida, muitas vezes, resulta em um número para representá-la (tal como, o peso, distância percorrida, tempo alcançado) Nem sempre esse número pode sofrer uma análise matemática e o resultado vai ter algum significado! Escala de Classificação dos Números Escala Nominal Escala Ordinal Escala Contínua : Intervalo Razão Escala de Classificação dos Números Escala Nominal Escala Ordinal Escala Contínua : Intervalo Razão Escala nominal � Os números nesta escala servem somente como identificação dos elementos a que foram atribuídos; só é permitido na escala nominal contagem e classificações � Não é possível executar com esses números qualquer operação � Exemplo de escala nominal: a lista telefônica Qual dos seguintes tipos de mídia mais influenciam sua decisão de compra? 1. Televisão 2. Internet 3. Jornal 4. Revista Escala Nominal 17/03/2013 11 Escala de Classificação dos Números Escala Nominal Escala Ordinal Escala Contínua : Intervalo Razão Escala Ordinal � Os números nesta escala são usadas para definir uma ordem, a posição dos elementos numa certa direção. � Na escala ordinal os intervalos ao longo da escala não são necessariamente iguais. Por exemplo, a diferença entre a classificação entre o número 1 e 2 pode ser muito pequena, no entanto, a diferença entre o número 2 e 3 pode ser muito grande � Exemplos de escalas ordinais: numeração de andares nos prédios, número de chamada de alunos relacionados em ordem alfabética, a classificação final dos times num campeonato de futebol. Escala Ordinal Quanto tempo você pratica exercícios físicos por semana? 1. Menos que 15 minutos 2. de 15 minutos a 30 minutos 3. de 31 minutos a 60 minutos 4. mais de 60 minutos. Escala de Classificação dos Números Escala Nominal Escala Ordinal Escala Contínua : Intervalo Razão Escala Contínua � Ela não possui um zero natural; seu zero é escolhido arbitrariamente: As escalas de Centígrado e Fahrenheit medem um mesmo fenômeno mas seus pontos zero indicam diferentes graus de temperatura. Escalas Valores Correspondentes Celsius (oC) 0 10 30 50 100 Fahrenheit (oF) 32 50 86 122 212 Zero arbitrário: 0°C não significa ausência de calor, mas o ponto em que a água congela. Existem temperaturas mais baixas! Os números são de natureza contínua se eles puderem ser somados, subtraídos, multiplicados ou divididos. Intervalo 17/03/2013 12 Razão � A escala de razão é semelhante a escala de intervalo. Porém, possui um ponto zero que tem um sentido real ou natural de nulidade ou ausência: assim um carro a 0 km/h está parado. � Exemplo de escalas de razão: larguras, peso, altura, etc. � Ex: Se um aluno tem 1,82 m de altura e outro tem 0,91m, o primeiro tem 2 vezes a altura do segundo. Escala Contínua Conceitos estatísticos descritivos Somatória Média Mediana Moda Variância Desvio padrão Somatória ( ∑ - letra maiúscula grega sigma - significa soma de) (∑X = X1 + X2 + X3 + ... Xn) Onde: X = é a variável medida (ex: peso) n = é o número de pessoas ∑X = é a soma de todos os valores medidos [do indivíduo número 1 (X1) até o último (Xn)] Exemplo: Jogo de basquete – número de pontos conseguidos por um jogador: ∑pontos = 3 + 2 + 2 + 2 + 1 + 2 + 1 + 3 + 2 + 2 + 2 + 1 + 3 + 2 = 28 Média = Média aritmética – é a soma dos escores dividida pelo número de escores. M = ∑X n Onde: M = é a média n = é o número de observações ∑X = é a soma de todos os valores medidos [do indivíduo número 1 (X1) até o último (Xn)] Exemplo: Notas da prova dos alunos na disciplina: M = 7,0 + 8,0 + 9,0 = 24,0 = 8,0 3 3 17/03/2013 13 Mediana = O escore do meio, o 50º. Percentil. Para se obter a mediana, ordena-se os escores do mais baixo até o mais alto e encontra-se o do meio. Exemplo 1: 41, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55 48,5 Exemplo 2: 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35 Moda = O escore do conjunto de dados que aparece mais vezes. Exemplo: Idade dos seus alunos: 7, 6, 7, 6, 8, 6, 7, 8, 7, 7, 8 6 = 3 vezes 7 = 5 vezes 8 = 3 vezes Variância = A variância (s2) é a medida de extensão de um arranjo de escores baseado no desvio ao quadrado de cada escore em relação à média. Exemplo: Considere os seguintes escores: 1, 2, 3, 4, 5 Os passos para se calcular a s2 são os seguintes: 1- Calcule a média 2- Calcule a diferença entre cada escore e a média 3- Pegue cada diferença (desvio) e eleve ao quadrado 4- Some os resultados e divida pelo número de escores – 1 1- Média de 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15/5 = 3 2- (1-3) + (2-3) + (3-3) + (4-3) + (5-3) = 3- (-2)2 + (-1)2 + (0)2 + (1)2 + (2)2 = 4- 4 + 1 + 0 + 1 + 4 = 10/ (5-1) = 2,5 Desvio Padrão = É muitas vezes usado na estatística descritiva para ilustrar a variabilidade de um conjunto de escores. O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Mostra a heterogeneidade ou homogeneidade dos escores. DP = s2 Exemplo: s2 = 2,5 DP = 2,5 = 1,58 DP= significa quanto os valores, em conjunto, se distanciam da média A partir dos resultados apresentados de frequência cardíaca (FC) de repouso de um grupo de alunos, determine: 1- Qual a FC de repouso média do grupo? (MÉDIA) 2- Qual a moda? 3- Qual a mediana do grupo? 4- Qual a variância? 5- Qual o desvio padrão? Exercício Sujeito FC 1 75 2 80 3 82 4 70 5 98 6 67 7 70 8 65 9 69 10 70 11 70 12 72 13 64 14 63 15 71 16 84 17 66 18 70 19 85 20 60 17/03/2013 14 Referências Bibliográficas • MORROW Jr., J.R.; JACKSON, A.W.; DISCH, J.G.; MOOD, D.P. Medida e avaliação do desempenho humano. Porto Alegre, Editora Artmed, (Ed. Mais atual) • FONTOURA, A.S.; FORMENTIN, C.M.; ABECH, E.A. Guia Prático de Avaliação Física: Uma Abordagem Didática, Abrangente e Atualizada. 1ª. ed, São Paulo, Ed. Phorte, 2008. • MARINS, J.B. & GIANNICHI, R. Avaliação e prescrição de atividade física - Guia Prático. 3ª. ed, Rio de Janeiro, Ed. Shape, 2003. • HULLEY, S.B.; CUMMINGS,S.R.; BROWNER, W.S.; GRADY, D.G. E NEWMAN, T.B. Delineando a pesquisa clínica. 3ª. ed, Porto Alegre, Ed. Artmed, 2008 • COSTA, S.F. Introdução ilustrada à Estatística. 3ª. Ed., Editora Harbra, 2006.
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