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17. Conhecimento prévio de impedimento

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17 
CONHECIMENTO PRÉVIO DE 
IMPEDIMENTO 
_____________________________ 
 
17.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO 
 CRIME 
O art. 237 do Código Penal: “contrair casamento, conhecendo a existência de 
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”. Pena: detenção de três meses a um ano. 
Outra vez o Direito protege o casamento, a fim de evitar venha a ser celebrado com 
nulidade absoluta, que o invalida. 
Sujeito ativo é qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado e o outro contraente 
quando não souber do impedimento. 
 
17.2 TIPICIDADE 
17.2.1 Conduta e elementos do tipo 
A conduta é a mesma dos tipos antecedentes: contrair casamento. A diferença é 
que, no crime ora analisado, o agente o faz tendo consciência da existência de uma das 
causas de impedimento que inquinam o casamento de nulidade absoluta. 
Os impedimentos que causam a nulidade absoluta do casamento são os constantes 
do art. 1.521 do Código Civil. Dentre eles está a situação das pessoas casadas, mas é óbvio 
que o tipo do art. 237 não incide sobre o agente casado que contrai novo casamento, 
porque este realiza o tipo de bigamia. Conhecendo os demais impedimentos, sim, comete 
este crime ao casar-se. 
Se ambos os contraentes conhecem o impedimento em relação a um deles, os dois 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
cometerão o delito. 
É necessário que o agente tenha pleno conhecimento do impedimento, não havendo 
tipicidade quando ele apenas devia conhecer ou quando o ignora, por erro de tipo 
excludente do dolo, que é elemento do tipo. 
Deve, portanto, o agente estar realmente consciente da existência do impedimento 
e agir com vontade livre de contrair o casamento, sem qualquer outra finalidade específica. 
 
17.2.2 Consumação e tentativa 
Consuma-se o crime no instante em que, na celebração do casamento, os 
contraentes declaram sua vontade de estabelecer o vínculo conjugal e o juiz os declara 
casados. Sendo religioso o casamento, a consumação ocorrerá no momento em que é feito 
o registro civil. 
A tentativa é admissível. Antes da declaração dos nubentes e do juiz pode a 
cerimônia ser interrompida por circunstâncias alheias à vontade do agente. Há tentativa 
também quando é celebrado o casamento religioso e não é feito o registro civil por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. Se este não é feito por decisão do agente, crime 
não terá havido. 
 
17.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, a qual poderá ser proposta 
independentemente da ação civil visando à declaração da nulidade do casamento. 
Competente o juizado especial criminal, possível a suspensão condicional do processo.

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