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Alterações Corporais em Cirurgia

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Homeostasia 
 
Alterações Corpóreas em Cirurgia 
 Ocorrem de maneira súbita, rápida, intensa. 
 Consequências Diretas 
o Dor. 
o Alteração da nutrição. 
o Alteração da hidratação. 
o Retirada (parcial ou total) de alguns órgãos. 
 Consequências do Trauma Cirúrgico 
o Perda sanguínea rápida. 
o Hipoperfusão tecidual. 
o Lesão celular maciça. 
o Disfunção de órgãos. 
 Mecanismos de Resposta do Organismo 
o Resposta Aguda 
 Urgente. 
 Ativação da coagulação → redução da perda sanguínea. 
 Preservação de líquidos → extra para intravascular → restauração do volume sanguíneo perdido. 
 Alterações sistêmicas → redistribuição do fluxo vascular → perfusão de órgãos vitais. 
 Atividade renal e pulmonar → reestabelecimento do pH e tonicidade dos líquidos corporais. 
o Resposta Gradual 
 Controle de Infecção 
 Mobilização leucocitária. 
 Produção de macrófagos e células T. 
 Invasão da célula lesada. 
 Reparo de Lesões 
 Crescimento de vasos (angiogênese). 
 Produção de colágeno através de fibroblastos e afins. 
 
Modelo de Regulação Homeostático 
 Feedback 
o Detecção do Problema → Estímulo de Órgão Efetor → Produção de Resposta → Efetividade da Resposta → 
Inibição do Problema 
o Hipoglicemia → Hipotálamo → Liberação Hormonal pelo SNC → Estimulação do Fígado → Glicogenólise → 
Aumento da Glicemia → Inibição do Hipotálamo 
 
Composição Corporal 
 Homens → 60% água + 20% proteínas + 18% lipídios + 3% minerais. 
 Mulheres → 50% água (mais gordura) + 18% proteínas + 30% lipídios + 2% minerais. 
 Fase Não-aquosa do Organismo 
o Componente aquoso menor → componente metabólico menor → menos alterações durante o trauma. 
o Exemplos: tecido adiposo, matriz óssea, tendões, fáscias, colágeno. 
 Fase Aquosa do Organismo 
o Componente aquoso maior → componente metabólico maior → sofre maiores alterações durante o trauma. 
o Líquido Extracelular 
 Água Extracelular ou Intersticial. 
 Volume Sanguíneo. 
 Menor quantidade absoluta de água → volume que sofre mais com os traumas cirúrgicos. 
o Líquido Intracelular 
 Massa corporal magra → células + líquidos. 
 Maior quantidade absoluta de água. 
 Sofre menor impacto inicial com o trauma, mas, pela presença das membranas semipermeáveis, é 
influenciado posteriormente. 
 
 
 Composição Corporal Normal 
o Massa celular corporal (35%) + água extracelular (35%) + lipídios (30%) 
o Desequilíbrios corporais estão associados a alterações nesses 3 compartimentos. 
 Paciente em Catabolismo: perda de massa muscular causando redução da massa celular corporal. 
Além disso, há redução do volume de lipídios. Dessa forma, proporcionalmente, a concentração de 
água extracelular se sobrepõe àquela do estado normal. 
 Reservas Energéticas Corporais 
o Lipídios: importante reserva energética. Porção não-hidratada, maior reserva energética. 1g = 9cal. Fonte de 
combustível transportável e de baixo peso. 
o Proteínas: utilizadas apenas em caso de necessidade. Massa celular hidratada, portanto com menor valor 
calórico (1g = 4 calorias). Como a musculatura é formada por 3/4 de água e 1/4 de proteínas essa proporção 
diminui (1g de músculo = 1 caloria). Perda da proteína corporal está associada à perda da função orgânica. 
 Metabolismo Energético Corporal 
o Numa dieta normal há a ingesta de proteínas, lipídios e glicose suficientes para suprir a necessidade 
energética basal de 30cal/kg. As proteínas são degradadas em aminoácidos que, posteriormente, serão 
utilizados para síntese proteica. A glicose é utilizada no consumo energético celular e utilizada na formação 
de glicogênio hepático e muscular. Os lipídios são armazenados na forma de lipoproteínas e tecido adiposo. 
 
Resposta Homeostática ao Trauma Cirúrgico 
 Componentes Específicos 
o Perda de Volume de Sangue Circulante 
 Perda Isotônica → mais frequente. 
 Perda sanguínea. 
 Sem alteração inicial na osmolalidade plasmática. 
 Sódio sérico normal. 
 Perda Hídrica Dessalinizante (Água Rica em Sódio) 
 Vômitos, diarreia, fístula pancreática, ileostomia, obstrução intestinal. 
 Água intracelular → intravascular: diluição do plasma. 
 Sódio sérico reduzido (hiponatremia). 
 Dessecação - Desidratação (Água Pobre em Sódio) 
 Perda pela pele, pulmões, cetoacidose diabética, desidratação simples. 
 Perda de água sem ódio → aumento da concentração plasmática. 
 Sódio sérico aumentado (hipernatremia). 
o Perda de volume circulante causa diminuição da perfusão tecidual. Isso desencadeia resposta 
homeostática ao trauma: detecção por pressorreceptores arteriais ou receptores de volume cardíacos 
da redução de volume; aumento da secreção de aldosterona e vasopressina; há retenção hídrica com 
intuito de melhorar a perfusão (diminuição do hematócrito). 
o Hipoperfusão Tecidual 
 Menor volume de O2 chegando as células → passagem de metabolismo aeróbio para anaeróbio → 
aumento da produção de ácido lático → acidose metabólica. 
 A persistência da acidose pode levar a lesão celular oxidativa e, posteriormente, morte celular. 
 A redução do volume sanguíneo pode atingir os rins, podendo causar insuficiência renal; atingir o SNC 
e causar hipóxia; ou atingir a função celular geral. Todas essas situações têm alterações irreversíveis. 
o Inanição 
 Suspensão ou redução de nutrientes → queda de glicemia → redução da insulina. 
 A 1ª linha de substituição de fonte calórica no jejum vem da metabolização dos lipídios (lipólise). 
 Como alguns tecidos requerem o uso exclusivo de glicose, há ativação da gliconeogênese causando 
consumo de proteínas para formação de glicose (5 dias de jejum -> perda de até 2kg de músculo). 
o Lesão Tecidual 
 Resposta homeostática de elementos de defesa (macrófagos, leucócitos, fibroblastos). 
 Há a expressão de proteínas de fase aguda (IL, IFN, fator de necrose, fator de crescimento) e, como 
consequência, uma resposta inflamatória. 
o Infecção Invasiva 
 Aparece frequentemente na agressão cirúrgica. 
 Agrava o caso de desequilíbrio homeostático do paciente através de alterações como a modificação 
da temperatura corporal, taquicardia, hiperventilação. 
 Isso representa uma agressão secundária ao trauma cirúrgico, agravando o consumo calórico. 
 A PRÓPRIA AÇÃO HOMEOSTÁTICA PODE AGRAVAR A NECESSIDADE CALÓRICA DO ORGANISMO. 
 
Como as Alterações Ocorrem? 
 Não ocorrem isoladamente, mas através de um processo muito bem coordenado: RESPOSTA ENDÓCRINO-
METABÓLICA AO TRAUMA. 
 A resposta sistêmica ocorre através de alterações endócrinas que irão coordenar toda a resposta ao trauma 
cirúrgico. 
 
Alterações Endócrinas ao Trauma Cirúrgico 
 Procedimento Cirúrgico → aumento da secreção de cortisol sistêmico → desencadeamento da proteólise, 
cicatrização de feridas, formação de proteínas de fase aguda, gliconeogênese. 
 Procedimento Cirúrgico → aumento da secreção de epinefrina → desencadeamento do ajuste circulatório, 
aumento da glicogenólise, aumento da gliconeogênese, diminuição da secreção de insulina. 
 Procedimento Cirúrgico → aumento da secreção de aldosterona e ADH → desencadeamento de retenção 
hidrossalina. 
 Procedimento Cirúrgico → redução da secreção de insulina e aumento da secreção de glucagon → diminuição da 
entrada de glicose nas células, aumento da glicogenólise e aumento da gliconeogênese. 
 Estados de Recuperação Cirúrgica 
o Operação → Catabolismo → operação, jejum, preparo pré-operatório. 
o 3-6 dias → Recuperação Anabólica → alimentação oral e/ou terapia nutricional. 
o >6 dias → Anabolismo → síntese proteica. 
 Mecanismo de Redução da Resposta 
o Nutrição enteral precoce. 
o Procedimentos menos invasivos (videocirurgia). 
o Bloqueio peridural pós-operatório.

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