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A obrigatoriedade do Plano Diretor para cidades integrantes de áreas de especial interesse turístico.

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Direito Urbanístico
A obrigatoriedade do Plano Diretor para cidades integrantes de áreas de especial interesse turístico
	O presente resumo visa reunir os diplomas jurídicos acerca da política urbana e, especificamente, explicar a exigibilidade da criação do Plano Diretor em cidades que possuam áreas de especial interesse turístico. Para não adentrarmos em diferentes definições quanto ao conceito de Plano Diretor, optaremos por um significado mais simplista e objetivo, qual seja, um instrumento político-jurídico de planejamento e desenvolvimento das políticas de desenvolvimento urbano.
	No atual contexto jurídico brasileiro, a Política Urbana possui um capítulo próprio na Constituição Federal, inserido no Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira. Em seu artigo 182, a Carta Magna apresenta os objetivos e uma hipótese objetiva quanto à obrigatoriedade do Plano Diretor (cidades com mais de vinte mil habitantes), além de políticas municipais de aproveitamento do solo e o direito à usucapião (BRASIL, 1988).
	Para regulamentar o artigo 182 e 183 da Constituição, foi criado o Estatuto da Cidade em 2001, que estabeleceu diretrizes da política urbana. O artigo 41 do Estatuto, ampliando o rol de obrigatoriedades quanto à criação do Plano Diretor, trouxe, além daquela prevista na Constituição Federal, mais cinco hipóteses que determinam a criação desse instrumento, dentre eles nas cidades integrantes de área de especial interesse turístico (BRASIL, 2001).
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4o do art. 182 da Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
	Verifica-se que a legislação infraconstitucional expandiu a conjectura constitucional em relação à necessidade de criação do Plano Diretor. 
	Para compreender o inciso IV do artigo 41 do Estatuto da Cidade, é necessário buscar o conceito na Lei n. 6.513/77 que, em seu artigo 3º, descreve (BRASIL, 1977):
Art . 3º - Áreas Especiais de Interesse Turístico são trechos contínuos do território nacional, inclusive suas águas territoriais, a serem preservados e valorizados no sentido cultural e natural, e destinados à realização de planos e projetos de desenvolvimento turístico.
	Essas Áreas Especiais, segundo o artigo 11 do mesmo diploma, serão instituídas por decreto do Poder Executivo, mediante proposta do Conselho Nacional de Turismo, para fins do desenvolvimento urbano em diversos setores. 
	Quanto às duas classificações contidas no artigo 12 da Lei n. 6.513/77, as Áreas Especiais de Interesse são “Prioritárias ou De Reserva”. 
As áreas Prioritárias, como o próprio nome sugere, possuem uma prevalência por possuir alta potencialidade turística em virtude de uma série de fatores, dentre eles a existência de infraestrutura turística satisfatória.
As áreas de Reserva, por sua vez, embora possuam também determinada potencialidade turística, seu aproveitamento para fins de criação de Plano Diretor fica sujeito a algumas medidas que possam aumentar a capacidade turística do local, como a implementação dos equipamentos de infraestrutura indispensáveis. Percebe-se que para a classificação de uma área como Prioritária é necessário a prévia existência de infraestrutura urbana adequada, enquanto na área de Reserva o aproveiramento fica condicionado à implementação dos equipamentos de infraestrutura, ou seja, sobre essa área recai uma expectativa de se tornar Prioritária após a efetivação de medidas que permitam o devido aproveitamento turístico.
Portanto, a obrigatoriedade do Plano Diretor para as cidades brasileiras vai muito além da hipótese prevista no texto constitucional, tendo em vista que a legislador tratou de aumentar as situações em que esse instrumento para o desenvolvimento urbano torna-se obrigatório, inclusive na medida em que o Poder Executivo reconhece como Área Especial de Interesse Turístico determinada parte do seu município e a classifica como Prioritária, razão pela qual esta deve ser devidamente tutelada por um Plano Diretor.
	
REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidente da República. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em 22 de agosto de 2016.
BRASIL. Presidente da República. Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto das Cidades. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, 10 de julho de 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm. Acesso em 22 de agosto de 2016.
BRASIL. Presidente da República. Lei n.º 6.513, de 20 de dezembro de 1977. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, 20 de dezembro de 1977. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6513.htm. Acesso em 22 de agosto de 2016.

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