Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 FISIOPATOLOGIA ENDÓCRINA Introdução Sistema endócrino: - é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios. Principais órgãos: - hipotálamo, - glândula hipófise, - glândula tireóide, - glândulas adrenais ou supra-renais, - pâncreas, - gônadas (ovários e testículos) Introdução A regulação das funções do organismo é realizada por meio de dois grandes sistemas de controle: Sistema nervoso: - condução nervosa voluntária e involuntária - apresenta ação rápida através de neurotransmissores Sistema endócrino: - controle das diferentes funções metabólicas celulares atuando sobre: controle da velocidade das reações químicas intracelulares controle do transporte de substâncias através da membrana celular controle da expressão gênica e síntese de proteínas - apresenta ação mais lenta através de hormônios Existem muitas interrelações entre ambos sistemas: - as glândulas adrenal e hipófise estão sobre controle hipotalâmico - a hipófise por sua vez controla a secreção de inúmeras glândulas endócrinas Hormônio: - substância química secretada no sangue por uma célula ou um grupo de células para ser transportada a um alvo distante, onde exerce seu efeito utilizando-se baixas concentrações com o objetivo de manter a homeostasia do organismo. - a palavra hormônio vem do grego “excitar” Tecido-alvo: órgão ou célula onde o hormônio apresenta efeito. Receptor Hormonal: estruturas protéicas celulares que fazem o reconhecimento da molécula hormonal, podem estar localizados na membrana, no citoplasma ou no núcleo celular. Definição - cada hormônio apresenta um sítio de ação específico, entrando em contato com todas as células, mas agindo somente naquelas que tenham receptores específicos - o complexo hormônio-receptor inicia uma resposta na célula-alvo através de uma cascata de etapas enzimáticas que amplificam o seu efeito Classificação química dos hormônios - hormônios peptídicos ou proteínas, derivados dos aminoácidos - hormônios esteróides, derivados do colesterol - hormônios derivados de uma aminoácido: aa triptofano melatonina aa tirosina catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) hormônios da tireóide (tiroxina, triiodotironina) Três propriedades características que definem um hormônio: - são sintetizados por tecidos ou glândulas específicos; - são secretados na corrente sanguínea que os transportam para seus sítios de ação; - mudam as atividades dos tecidos ou órgãos alvos; - apresentam ação sob baixas concentrações Mecanismo de ação hormonal: complexo hormônio-receptor Mecanismo de ação hormonal: complexo hormônio-receptor MECANISMO DE RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA E POSITIVA - o controle da taxa de secreção hormonal é baseada no grau de atividade do órgão-alvo; *feedback positivo: tende a aumentar o efeito inicial ex: aumento na liberação hormonal aumenta a ação do órgão-alvo (e vice-versa) *feedback negativo: tende a manutenção da homeostasia, aumentando ou diminuindo a liberação hormonal ex: aumento da atividade celular (órgão-alvo) induz a menor secreção hormonal diminui atividade celular (e vice-versa) libera + + + - - glândula tireóide libera libera *feedback positivo, aumenta o efeito inicial *feedback negativo, manutenção da homeostasia, aumentando ou diminuindo a liberação hormonal Interações hipotálamo-hipófise - estrutura anatômica: hipotálamo, hipófise - hipófise anterior: adenohipófise, tecido glandular endócrino - hipófise posterior: neurohipófise, tecido de origem neural Interações hipotálamo-hipófise Hipófise posterior - neurohipófise - apresenta origem neural, é formada por neurônios secretores, seus corpos celulares estão no hipotálamo: - armazena e libera 2 hormônios hipotalâmicos: *hormônio antidiurético/ vasopressina (ADH): ação sobre o rim *ocitocina: ação sobre a mama e o útero - adeno-hipófise é formada por células endócrinas secretoras de hormônios; - hipotálamo e adenohipófise são conectados por vasos sangüíneos, sistema porta hipotalâmico-hipofisário - o hipotálamo por meio de suas neurossecreções controla a liberação e a inibição dos hormônios da adenohipófise; Interações hipotálamo- hipófise Hipófise anterior - adenohipófise Relações Hipotálamo-hipofisárias Costanzo,2004 HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS 1.Dopamina ou hormônio inibidor da prolactina (PIH) 2.Hormônio liberador da prolactina (PRH) 3.Hormônio liberador de tireotropina (TRH) 4.Hormônio liberador de corticotropina (CRH) 5.Hormônio inibidor da liberação do hormônio do crescimento ou somatostatina/ somatotropina (GHIH) 6.Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) 7. Hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) 8. Ocitocina (armazenado na neurohipófise) 9. Vasopressina ou hormônio antidiurético (ADH) (armazenado na neurohipófise) Observação: - hormônios de 1-7 têm ação sobre as células endócrinas da adenohipófise - todos hormônios são peptídeos, exceto o de número 1 que é uma amina adenohipófise (lobo anterior) neurohipófise (lobo posterior) HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS Hormônios Hipotalâmicos Hormônios adenohipofisários Alvos endócrinos e hormônios que secretam Alvos não endócrinos Silverthorn, 2003 Hormônios Hipotalâmicos Hormônios adenohipofisários Silverthorn, 2003 Silverthorn, 2003 Alvos não-endócrinos Hormônios adenohipofisários Alvos endócrinos e hormônios que secretam modificado de Costanzo,2004 (GHIH) (PIH) Hipófise posterior ou neuro-hipófise Ocitocina: Tecido-alvo/ função: - mamas: controle da ejeção do leite na amamentação - útero: contrações durante o parto Classificação química: peptídeo * em ambos os sexos, apresenta função no comportamento social, sexual e maternal, sensações de prazer, bem-estar e segurança; * no útero não grávido facilita o transporte do esperma (contração); * apresenta nível plasmático aumentado em homens durante a ejaculação; Hipófise posterior ou neurohipófise Hormônio anti-diurético (ADH) ou vasopressina: Tecido-alvo: túbulo distal e tubo coletor dos rins músculo liso vascular Classificação química: peptídeo Função: - aumento da reabsorção de água pelos rins aumenta a concentração da urina; - contração do músculo liso vascular, constrição das arteríolas e aumento da resistência periférica Hormônio anti-diurético (ADH) ou vasopressina: Disfunção: * diabete insípido central: deficiência na secreção - deficiência na secreção de ADH pela neurohipófise - níveis circulantes baixos - ductos coletoresimpermeáveis à água - produção de grande quantidade de urina diluída - líquidos corpóreos tornam-se concentrados - tratado com análogo do ADH, dDAVP (acetato de desmopressina - ação direta sobre o rim) * diabete insípido nefrogênico: deficiência no receptor do rim - mesmas características da central, entretanto o funcionamento hipofisário está adequando; - a maior concentração dos líquidos corpóreos leva maior produção de ADH pelo hipotálamo - tratado com diuréticos tiazídicos (aumentam a excreção de cloreto de sódio, água e íons potássio nos rins) Hipófise anterior ou adenohipófise Prolactina Costanzo,2004 * dopamina inibe sua própria secreção por feedback negativo estimula PRH/ TRH estimulainibe PIH - secretada pelas células lactotróficas da hipófise anterior - síntese estimulada pelo PRH (hormônio liberador da prolactina) e TRH (hormônio liberador da tireotropina) - síntese inibida pela dopamina ou PIH Hipófise anterior ou adenohipófise Prolactina Tecido-alvo: mamas Classificação química: peptídeo prolactina pela adenohipófise Hipófise anterior ou adenohipófise Prolactina Função: atua juntamente com estrogênio e progesterona no: - desenvolvimento mamário (na puberdade e gestação) - lactogênese (produção de leite materno) *níveis estão altos na gestação, entretanto estrogênio e progesterona são muito altos e atuam dessensibilizando os receptores de prolactina na mama e bloqueia sua ação *após parto estes níveis caem e cessa a ação inibidora, a prolactina pode estimular a lactogênese - inibição da ovulação por inibição do GnRH (prolactina ação inibitória sobre GnRH) * responsável pela fertilidade diminuída durante a amamentação - mulheres não grávidas ou no período de lactação e em homens, os níveis de prolactina são baixos Disfunção na produção de prolactina: * deficiência: - por lesão ou destruição do lobo anterior da hipófise incapacidade de produzir leite * excesso: - por lesão ou destruição hipotalâmica, interrupção do eixo hipotalâmico- hipofisário ou prolactinomas (tumores secretantes de prolactina) - há secreção aumentada de prolactina devido a perda da inibição tônica da dopamina - principais sintomas: -galactorréia -infertilidade na mulher e no homem: efeito inibitório sobre a secreção de GnRH e espermatogênese, levando a infertilidade - em excesso no homem leva a diminuição da libido e dificuldade de ereção Hipófise anterior ou adenohipófise Hormônio do crescimento (GH): - chamado de somatotropina/ hormônio somatotrópico, secretado pelas células somatotróficas da hipófise anterior; - importante para o crescimento normal, secretado durante toda a vida em um padrão pulsátil (a cada 2 horas); - síntese estimulada pelo GHRH- hormônio liberador do hormônio do crescimento Hipófise anterior ou adenohipófise Hormônio do crescimento (GH): Tecido-alvo: - maioria das células/órgãos do corpo: *efeito direto sobre fígado, músculos e tec. adiposo *efeito por meio da produção de somatomedinas no fígado: crescimento linear, crescimento dos órgãos, síntese protéica, metabolismo protéico, glicídico e lipídico Função: - aumento da síntese protéica e do crescimento dos órgãos da captação de aa e estimula síntese de DNA, RNA e proteínas aumento da massa corporal magra e tamanho dos órgãos mediado pelas somatomedinas - aumento do crescimento linear crescimento dos ossos longos e desenvolvimento das cartilagens mediado pelas somatomedinas Regulação da secreção do Hormônio do Crescimento (GH) (GHIH) *(GHIH) bloqueia a ação do GHRH nas células somatotróficas da hipófise anterior somatomedinas: subprodutos da ação do GH nos tecidos-alvo alça ultra-curta de feedback negativo - estímulo inibitório + estímulo excitatório GH e somatomedinas estimulam a produção de somatostatina (GHIH) pelo hipotálamo - feedback negativo nanismos proporcionais (hipofisário): estatura baixa, órgãos proporcionais nanismos desproporcionais: displasias esqueléticas Hipófise anterior ou adenohipófise Hormônio do crescimento (GH): Disfunção: - por deficiência ou excesso do GH, efeitos sobre o crescimento linear, dos órgãos e metabolismo glicídico e lipídico - deficiência em crianças: * falha do crescimento, estatura baixa, obesidade moderada, retardo da puberdade; *nanismo hipofisário Kenadie Jourdin Bromley (13 de fevereiro de 2003) é a menor menina do mundo. Nasceu pesando menos de um quilograma e 22cm de estatura. Sofre de uma rara doença denominada de Primordial Dwarfism. Nos Estados Unidos é conhecida como Pequeno Anjo. Dwarfismo - displasia tanatofórica (não ocorre por alteração do GH) Hipófise anterior ou adenohipófise Hormônio do crescimento (GH): Disfunção: - excesso antes da puberdade: *gigantismo, crescimento linear aumentado (estímulo sobre as placas epifisárias) alagoano, 22 anos, 2,23m Hipófise anterior ou adenohipófise Hormônio do crescimento (GH): Disfunção: - excesso depois da puberdade: *acromegalia, devido adenoma hipofisário secretante do hormônio *crescimento linear está completo, aumento do periósteo e tamanho dos órgãos, mãos e pés, características faciais rudes Maurice Tillet, poeta e ator francês, nascido em 1903 sofreu de acromegalia. Morreu aos 51 anos por problemas cardíacos Hipófise anterior ou adenohipófise Hormônio estimulador da Tireóide (TSH) estimulado pelo hormônio liberador da tireotropina (TRH)- liberado pelo hipotálamo Glândula tireóide: Hormônio Triiodotironina (T3) Hormônio Tetraiodotironina (tiroxina, T4) Regulação dos hormônios da Tireóide -distúrbios hormonais da tireóide estão entre as causas mais comuns de endocrinopatia; - afetam 4-5% da população americana, percentual é maior em regiões onde há deficiência de iodo na dieta (deve ser suprido na alimentação) Classificação química: Tecidos-alvos: todos o quase todos os sistemas do corpo Ações: Efeitos na taxa metabólica basal: - T3/T4 estimula a produção da Na/K ATPase gasto de ATP > consumo de O2 aumento metabolismo basal e da produção de calor/ temperatura corporal Metabolismo: - T3/T4 aumentam a absorção de glicose pelo trato gastrointestinal > disponibilidade de substrato para o metabolismo oxidativo o que possibilita o aumento da taxa metabólica; Cardiovascular e Respiratório: - T3/T4 aumentam a síntese de receptores adrenérgicos no coração > sensibilidade para ação do SNA Simpático aumentando a freqüência e contratilidade cardíaca - >FC > ventilação (>FR) gera maior demanda de O2 para tecidos (para o consumo aumentado devido aumento taxa metabólica basal) Crescimento: - atua em sinergia com GH e somatomedinas, promovem formação óssea, ossificação e fusão das placas ósseas e maturação do osso SNC: - maturação do SNC durante o período perinatal, sua redução nesta fase promove retardo mental irreversível, cretinismo Fisiopatologias: Hipotireoidismo: *idade óssea é menor que idade cronológica - causa mais comum é a destruição auto-imune da tireóide (tireoidite), Ac podem destruir a glândula ou bloquear a síntese de seushormônios - outras causas: remoção cirúrgica da tireóide como tratamento do hipertireoidismo, falência hipotalâmica ou hipofisária e a deficiência de iodo na dieta; Sintomas: - taxa metabólica diminuída e ganho de peso sem ingesta alimentar aumentada; - diminuição da produção de calor e intolerância ao frio; - FC diminuída; - lentificação dos movimentos, fala arrastada, atividade mental lentificada, letargia e sonolência - quando a causa é defeito na tireóide, desenvolve-se bócio devido aumento da estimulação da glândula pelos altos níveis circulantes de TSH Cretinismo: hipotireoidismo no lactante ou no início da infância com retardo mental, estatura baixa devido comprometimento no crescimento Tratamento: reposição hormonal Fisiopatologia: Hipertireoidismo: Doença de Graves: - forma mais comum de hipertireoidismo - distúrbio auto-imune, níveis circulantes aumentados de imunoglobulina estimulante da tireóide, anticorpos dirigidos contra o receptor de TSH; - Ac estimulam de forma intensa a tireóide, há secreção aumentada de seus hormônios e hipertrofia - outras causas de hipertireoidismo: neoplasias da tireóide, excessiva produção de TRH ou TSH e administração exógena excessiva de T3/T4. Fisiopatologia: Hipertireoidismo: Sintomas: - perda de peso acompanhada de ingestão alimentar aumentada devido aumento da taxa metabólica; - excessiva produção de calor e sudorese secundária devido consumo aumentado de O2; - aumento da FC devido maior síntese dos receptores adrenérgicos e conseqüente sensibilização do SNA Simpático; - respiração ofegante ao esforço; - tremor, nervosismo e fraqueza devido aos efeitos sobre o SNC; - atividade aumentada da tireóide causa seu crescimento, bócio, que pode comprimir o esôfago e causar dificuldades de deglutição. Tratamento: - administração de drogas que inibam a síntese de T3/T4; - remoção cirúrgica da glândula. Pâncreas Endócrino - secreta dois hormônios peptídicos: insulina “hormônio da fartura” glucagon “hormônio da inanição”, - regulam o metabolismo da glicose, dos ác. graxos e dos aminoácidos; -Ilhotas de Langerhans, são as cels endócrinas do pâncreas, α (alfa), produz glucagon; β (beta), produz insulina Classificação química: peptídeo Tecidos-alvos: fígado, músculo e tecido adiposo Ações da Insulina: - assegura que nutrientes excesso sejam armazenados como: glicogênio no fígado, lipídeo no tecido adiposo e proteína no músculo, estes serão utilizados nos períodos de jejum, mantendo a entrega de glicose ao cérebro, músculo e demais órgãos. 1- ação hipoglicêmica : - diminui [glicose] no sg e limita seu aumento após a ingestão de glicídios; - aumenta captação de glicose nas cels alvo (músculo e tec adiposo), por comandar a ação de transportadores de glicose (GLUT 4) na membrana plasmática; fígado: inibe a glicogenólise (degradação do glicogênio) e gliconeogênese (síntese de glicose) e estimula a síntese de glicogênio músculo: estimula a captação da glicose e síntese de glicogênio tec adiposo: estimula a captação da glicose e reduz a liberação de ac graxos e síntese de triglicerídeos 2- diminuição da concentração sanguínea de ácidos graxos e cetoácidos: - inibe a mobilização e a oxidação dos ácidos graxos e simultaneamente aumenta seu armazenamento diminuindo seus níveis circulantes - no tec adiposo, estimula a deposição de lipídeos, e inibe a lipólise 3- concentração sanguínea diminuída de aminoácidos: - efeito anabólico sobre o metabolismo protéico; - aumenta a captação de aa e proteínas pelos tecidos, diminuindo os níveis sg de aa; - estimula a captação de aa nas cels-alvo como nos mm, aumenta a síntese de proteínas e inibe sua degradação; Fisiopatologia da Insulina: Diabetes mellitus: grupo heterogêneo de distúrbios que apresentam hiperglicemia como característica comum Diabetes Mellitus tipo I - (diabetes mellitus insulino-dependente DMID; diabetes de início juvenil) - destruição das cels β pancreáticas produtoras de insulina, causa auto-imune; - quantidades inadequadas de insulina levam a distúrbios no metabolismo da glicose, lipídeo e proteína; Alterações: - aumento [glicose] no sg, devido menor captação pelas cels, utilização de glicose diminuída e gliconeogênese aumentada; - aumento [ac graxos] no sg, devido lipólise aumentada, conversão de ac graxos em cetoácidos e utilização diminuída de cetoácidos pelos tecidos; - aumento [aminoácidos] no sg menor utilização pelas cels perda de massa corpórea magra (estado catabólico) e de tecido adiposo; - tratamento: terapia de reposição pela insulina, restaura a capacidade do organismo em armazenar glicídios, lipídeos e proteínas Fisiopatologia da Insulina: Diabetes Mellitus tipo II - (diabetes mellitus não insulino-dependente DMNID; diabetes de início no adulto) - com freqüência associado à obesidade; - exibe algumas alterações metabólicas da diabetes tipo I; - causado por dessensibilização dos receptores de insulina nos tecidos-alvo e resistência à insulina; - é secretada normalmente pelas cels β, mas pode não ativar seus receptores no músculo, fígado e tecido adiposo; - tratamento inclui restrição calórica e redução de peso e medicamentos que sensibilizem os receptores de insulina nos tecidos-alvo. Pâncreas endócrino (ilhotas de Langerhans) Hormônios produzidos: Glucagon: Classificação química: peptídeo - sintetizado pelas cels α das Ilhotas de Langerhans; - conhecido como hormônio da “inanição” visto que promove a utilização e metabolização dos nutrientes armazenados para manter a [glicose] no sg; - efeito contrário à ação da insulina; - seu estímulo para secreção pelas cels α é a diminuição [glicose] no sg; - glicose e insulina inibem a síntese de glucagon; Ação: - no fígado - tende a aumentar e manter [glicose] no sg, estimula a glicogenólise e assim inibe a gliconeogênese, seus efeitos são no sentido de formar glicose; - aumenta a [ac graxos e cetoácidos] no sg: aumenta a lipólise e inibe a síntese de ac graxos, o q tbem desvia os substratos em dureção à gliconeogênese 49 Glândula paratiróides: Hormônios produzidos: paratormônio (PTH) Classificação química: peptídeo Tecidos-alvos: ossos, rins e intestino Ações: regula a concentração de cálcio nos rins e ossos mediada pelo AMPc, nos intestinos ativação da vit. D [Ca2+] plasmática secreção de PTH Osso reabsorção óssea Rim reabsorção de fosfato,reabsorção de Ca2+, Intestino absorção de Ca2+ por meio da vita. D (induz síntese de calbindina D-28K) Obs.: Calcitonina hormônio peptídeo produzido pelas células parafoliculares da tiróide •Ação: inibe os ostoclastos dos ossos e inibi a reabsorção óssea diminuindo a concentração plásmática do Ca2+. é importante quando a concentração de cálcio plasmático estiver muito elevada. 50 DOENÇAS ÓSSEAS METABÓLICAS Raquitismo: deficiência de vitamina D, em crianças, causando mineralização deficienteda matriz óssea, fazendo com que os ossos amoleçam e se fraturem com facilidade. Osteomalacia: deficiência de vitamina D em adultos Osteoporose: desequilíbrio entre a reabsorção e a formação óssea.Causas: imobilização; hormônios; envelhecimento Fisiopatologias: Hiperparatiroidismo primário: Secreção de PTH excessiva devido a tumores. Sinais e sintomas: hipercalcemia e hipofosfatemia Hipercalciúria Urolitíase Dor abdominal Prognóstico: Cura por cirurgia paratiroidectomia Hiperpatiroidismo secundário: paratiróides estimuladas a secretar excesso de PTH devido a hipocalcemia por deficiência de vitamina D ou por insuficiência renal crônica Hipoparatiroidismo: deficiência de PTH devido remoção cirurgica da tiróide ou da paratiróide, doença auto-imune, ou congênita. Hipófise anterior Hormônios produzidos: Tireotropina ou Hormônio estimulador da tiróide (TSH) Tecido-alvo: tiróide Classificação química: peptídeo Função: estimular a produção de tiroxina e triiodotironina pela tiróide Corticotropina ou Hormônio estimulador do córtex adrenal (ACTH) Tecido-alvo: córtex da glândula adrenal Classificação química: peptídeo Função: estimular a produção de mineralocorticóides, glicocorticóides, androgênios Gonadotropinas: Hormônio luteinizante (LH) Tecido-alvo: ovários e testículos Classificação química: peptídeo Hormônio folículo estimulante (FSH) Tecido-alvo: ovários e testículos Classificação química: peptídeo HIPERPITUITARISMO Produção excessiva de hormônios da adenohipófise causada pela presença de adenomas que surgem no lobo anterior. Estes correspondem a: • 10% das neoplasias intracranianas • Adultos de 30 a 40 anos • Ocorrem como lesão isolada, 3% dos casos são associados a neoplasias endócrinas múltiplas (NEM) do tipo I Morfologia: lesão bem circunscrita de consistência mole confinada à sela túrcida. Lesões maiores estendem-se em direção superior através do diafragma da sela túrcica comprimindo quiasma óptico e estruturas adjancentes. Ocorrem na forma de adenomas invasivos (30% dos casos). Ao exame microscópico são compostos de células poligonais relativamente uniformes, dispostas em camadas ou cordões. Evolução clínica (sinais e sintomas): • Anormalidades radiográficas da sela túrcica - efeitos expansivos locais; • Anormalidades do campo visual – compressão das fibras do quiasma óptico; • Hemianopsia bitemporal – defeitos nos campos visuais laterais; • Pressão intracraniana – expansão de massa intracraniana; • Cefaléia, nauséa e vômito; • Hipopituitarismo. • apoplexia hipofisária – hemorragia aguda Prolactinomas Corresponde a 30 % doa adenomas. Prolactinemia. Amenorréia, galactorréia, perda da libido, infertilidade. Adenomas de Células somatotróficas Gigantismo: níveis elevados de GH antes do fechamento das epífises; Acromegalia:níveis elevados de GH após o fechamento das epifíses Adenoma de células corticotróficas Hipercortisolismo (síndrome de Cushing) Adenomas gonadotróficos 10 a 15% dos adenomas hipofisários. Adenomas tireotróficos 1% do adenomas hipofisários TUMORES HIPOFISÁRIOS E HIPOTALÂMICOS: ADENOMAS E CARCINOMAS HIPOPITUITARISMO: Secreção diminuída dos hormônios hipofisários, que pode resultar de doenças no hipotálamo ou na hipófise. Processos destrutivos que afetam a hipófise: •Tumores e outras lesões expansivas •Cirurgia ou irradiação da hipófise •Cisto da fenda da Rathke •Apoplexia hipofisária •Necrose isquêmica da hipófise e síndorme de Sheehan •Sídrome da sela vazia •Defeitos genéticos Síndromes neuro-hipofisárias Diabetes insipidus: poliúria por deficiência de ADH, devido a traumatismo craniano, tumores e distúrbios inflamatórios do hipotálamo e da hipófise, procedimento cirúrgico envolvendo esses órgãos. Manifestação clínica é a excreção de grande volumes de urina diluída, com densidade muito baixa. Síndrome de secreção inapropriada de ADH (SIADH): excesso de ADH ectópico por neoplasias malignas, doenças não-neoplásicas do pulmão e lesão local do hipotálamo ou neuro-hipófise induz a reabsorção de quantidades excessivas de água livre, causando hiponatremia, edema cerebral, disfunção neurológica, não ocorre edema periférico. 59 Glândulas adrenais 60 Glândulas adrenais Hormônios produzidos no córtex Classificação química: esteróides Mineralocorticóides: Aldosterona Tecidos-alvos:Túbulo distal e ducto coletor Funções: estimula reabsorção de sódio e secreção de potássio e hidrgênio Glicocorticóides: Cortisol Tecidos-alvo: maioria das células do corpo Funções: 1. Estimulação da gliconeogênese, catabólicos, diabetogênicos. 2. Efeitos antiinflamatórios 3. Supressor da resposta imune. 4. Mantém a reatividade vascular às catecolaminas, mantém tônus vascular. 5. Inibe formação dos osso por inibição da formação de colágeno tipo II 6. Aumenta filtração glomerular por causa vasodilatação 7. Efeitos sobre o SNC: diminui sono REM, aumenta sono de ondas lentas aumenta tempo desperto. 61 Glândulas adrenais Hormônios produzidos no córtex Classificação química: esteróides Hormônios androgênicos: DHEA e androstenidiona Funções: 1. Nas mulheres é a única fonte de androgênios e responsáveis pelo desenvolvimento dos pêlos axilares e pubianos e pela libido Hormônios produzidos pela medula adrenal Classificação química: derivados do aminoácido tirosina Epinefrina e Norepinefrina 62 63 Fatores que afetam a secreção de ACTH 64 65 Os diversos sintomas da Síndrome de Cushing estão relacionados aos efeitos do cortisol em cada tecido específico. 66 Testículos Hormônios produzidos: Testosterona Classificação química: esteróide 67 Ovários Hormônios produzidos: Estradiol e progesterona Classificação química: esteróides 68 69 70 EPITÉLIO ECTOCERVICAL NORMAL 71 CARCINOMA EPIDERMÓIDE DO COLO UTERINO. O tumor é formado por brotos sólidos de células com graus variados de diferenciação. Há extensa infiltração dos tecidos do colo, reação desmoplásica (produção de tecido fibroso induzida pelo tumor) e reação inflamatória crônica inespecífica. Hipófise anterior ou adenohipófise Hormônio do crescimento (GH): Função: - efeito diabetogênico (promove resistência à insulina) ?? captação de glicose pelos tecidos-alvo (músculo e tec. adiposo); concentração sg glicose níveis de insulina; - aumento da síntese protéica e do crescimento dos órgãos da captação de aa e síntese protéica aumento da massa corporal magra e tamanho dos órgãos - aumento do crescimento linear devido crescimento dos ossos longos Fatores que afetam a secreção do GH 73 Síntese de hormônios tireoidianos nas células epiteliais foliculares 74 Regulação dos hormônios da Tireóide Fatores que afetam os hormônios da tireóide Pâncreas endócrino (ilhotas de Langerhans) Hormônios produzidos:Insulina: Classificação química: peptídeo Tecidos-alvos: fígado, músculo e tecido adiposo Ações: concentração sanguínea de glicose (transporte de glicose, promove formação de glicogênio, inibe gliconeogênese) concentração sanguínea de ácidos graxos e cetoácidos ( estimula deposição de gordura e inibe a lipólise) concentração sanguínea de aminoácidos concentração sanguínea de potássio Fisiopatologias: Diabetes mellitus: grupo heterogêneo de distúrbios que apresentam hiperglicemia como característica comum Diabetes tipo 1 (diabetes mellitus insulino-dependente DMID; diabetes de início juvenil) Diabetes tipo 2 (diabetes mellitus não insulino-dependente DMNID; diabetes de início no adulto) Diabetes do jovem com início na maturidade (DJIM) INSULINA 1- ação hipoglicêmica : - diminui [glicose] no sg e limita seu aumento após a ingesta de glicídios; - esta ação se dá pela oxidação da glicose e inibiçãoda gliconeogênese: a) Insulina aumenta o transporte de glicose nas cels alvo, como músculo e tec adiposo, por comandar a ação de transpostadores de glicose (GLUT 4) na membrana plasmática. Penetrando na cel, diminui sua [no sg] b) Promove a formação de glicogênio a partir da glicose se fígado e no músculo e, em simultâneo, inibe a glicogenólise (degradação do glicogênio) c) Inibe a gliconeogênese (síntese de glicose) Assim, os substratos são direcionados para longe da formação de glicose. 2- diminuição da concentração sanguínea de ácidos graxos e cetoácidos: - inibe a mobilização e a oxidação dos ácidos graxos e simultaneamente aumenta seu armazenamento; - assim, insulina diminui níveis circulantes de ac graxos e cetoácidos - no tec adiposo, estimula a deposição de lipídeos, e inibe a lipólise - ao mesmo tempo diminui a formação de cetoácidos no fígado. 2- diminuição da concentração sanguínea de ácidos graxos e cetoácidos: - inibe a mobilização e a oxidação dos ácidos graxos e simultaneamente aumenta seu armazenamento; - assim, insulina diminui níveis circulantes de ac graxos e cetoácidos - no tec adiposo, estimula a deposição de lipídeos, e inibe a lipólise - ao mesmo tempo diminui a formação de cetoácidos no fígado. 3- concentração sanguínea diminuída de aminoácidos: seu efeito no metabolismo proteico é anabólico; aumenta a captação de aa e proteínas pelos tecidos, diminuindo os níveis sg de aa; estimula a captação de aa nas cels-alvo como nos mm, aumenta a síntese de proteínas e inibe a degradação das mesmas; Fisiopatologia da Insulina: Diabetes mellitus: grupo heterogêneo de distúrbios que apresentam hiperglicemia como característica comum Diabetes Mellitus tipo I - dependente de insulina: - destruição das cels β pancreáticas produtoras de insulina, causa auto-imune; - quantidades inadequadas de insulina levam a distúrbios no metabolismo da glicose, lipídeo e proteína; Alterações: - aumento [glicose] no sg, devido menor captação pelas cels, utilização de glicose diminuída e gliconeogênese aumentada; - aumento [ac graxos e cetoácidos] no sg, devido lipólise aumentada, conversão de ac graxos em cetoácidos e utilização diminuída de cetoácidos pelos tecidos; - aumento [aminoácidos] no sg; - perda de massa corpórea magra (isto é, um estado catabólico) e perda de tecido adiposo; Fisiopatologia da Insulina: Diabetes Mellitus tipo I - dependente de insulina: - distúrbios do equilíbrio líquido e eletrolítico, níveis aumentados de cetoácidos causam acidose metabólica, cetoacidose diabética; - [glicose] aumentada no sg aumento da carga filtrada de glicose que excede a capacidade reabsortiva do túbulo proximal; - glicose não reabsorvida atua como soluto osmótico na urina, produzindo diurese osmótica, poliúria e sede; - a falta de insulina provoca saída de K das células (a qual promove a captação do K) resultando em hipercalemia - tratamento: terapia de reposição peal insulina, restaura a capacidade do organismo em armazenar glicídios, lipídeos e proteínas Fisiopatologia da Insulina: Diabetes Mellitus tipo II - independente de insulina: - com freqüência associado à obesidade; - exibe algumas alterações metabólicas da diabetes tipo I; - causado por dessensibilização dos receptores de insulina nos tecidos-alvo e resistência à insulina; - é secretada normalmente pelas cels β, mas pode não ativas seus receptores no músculo, fígado e tecido adiposo; - tratamento inclui restrição calórica e redução de peso e medicamentos que sensibilizem os receptores de insulina nos tecidos-alvo. 83 Diabetes mellitus Tipo 1 Tipo 2 clínica Início < 20 anos, peso normal insulina no sangue Anticorpo anticélulas das ilhotas Cetoacidose comum Início >30 anos, obeso Insulina normal ou aumentada Ausência de anticorpos Cetoacidose rara genética 50 % de concordância em gêmeos Ligada ao HLA-D 90 a 100 % de concordância em gêmeos Nenhuma associação com HLA Patoge- nia Auto-imune Grave deficiência de insulina Resistência à insuluna Deficiência relativa de insulina Células das ilhotas Insulite precoce Acentuada atrofia e fibrose Depleção de células β Ausência de insulite Atrofia focal e depósitos amilóides Depleção leve das células β Síndromes neuro-hipofisárias Diabetes insipidus: poliúria por deficiência de ADH, devido a traumatismo craniano, tumores e distúrbios inflamatórios do hipotálamo e da hipófise, procedimento cirúrgico envolvendo esses órgãos. Manifestação clínica é a excreção de grande volumes de urina diluída, com densidade muito baixa. Síndrome de secreção inapropriada de ADH (SIADH): excesso de ADH ectópico por neoplasias malignas, doenças não-neoplásicas do pulmão e lesão local do hipotálamo ou neuro-hipófise induz a reabsorção de quantidades excessivas de água livre, causando hiponatremia, edema cerebral, disfunção neurológica, não ocorre edema periférico.
Compartilhar