Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Microeconomia – Organização Industrial Prof. Dr. Carlos C. S. Saiani Sala: 1J - 219 ssaiani@yahoo.com.br ssaiani@ie.ufu.br Aulas 7 e 8 2 Política Ambiental C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU 1. Soluções Reguladoras 3 Aulas 7 e 8 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Degradação Ambiental • caso de externalidade negativa • diminuição da quantidade existente ou deterioração da qualidade dos bens e serviços providos pelo meio ambiente (recursos ambientais) • produz efeitos físicos, químicos, biológicos e fisiológicos prejudiciais aos agentes econômicos • exemplos: poluição da água, do ar e do solo; redução da biodiversidade ... 4 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Soluções Reguladoras • externalidade: agentes não incorporam os custos (ou benefícios) de suas ações •possível solução: internalização • fazer com que os agentes assumam integralmente a responsabilidade dos seus atos 5 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Soluções Reguladoras • mecanismos para incentivar as empresas a reduzirem seus níveis de emissões • fixação de um padrão para a emissão de poluentes • imposição de tributos (corretivos) sobre essa emissão • permissões transferíveis de emissão • 2 últimas também chamadas de soluções baseadas no mercado (influência sobre incentivos privados) 6 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Padrão de Emissão de Poluentes • limite legal da quantidade de poluentes que uma empresa está autorizada a emitir • se ultrapassar o padrão definido, pode sofrer multas e/ou outras penalidades • pode assegurar que a empresa produza eficientemente (ponto de vista social) • exemplo: instalação de filtros 7 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Padrão de Emissão de Poluentes • despesa maior (para redução da emissão dos poluentes) eleva a curva de custo médio da empresa (= custo médio da redução de emissão de poluentes) • empresas considerarão lucrativa a entrada apenas se P ≥ CMg + CMgRedução • definição dos padrões • análises de Custo-Efetividade (ACE) e Custo-Benefício (ACB) 8 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Taxa sobre a Emissão de Poluentes • solução/tributação de Pigou (ou Pigouviana) • internalização dos custos externos • princípio poluidor-pagador • imposição, pelo governo, de um tributo incidente sobre cada unidade produzida (~ cada unidade de poluente emitida) • igual à diferença entre o custo marginal social e o custo marginal privado (valor da externalidade = custo marginal externo) 9 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Taxa sobre a Emissão de Poluentes 10 I C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • limitações: • autoridade ambiental deve ter profundo conhecimento da relação entre a emissão de poluentes pelo setor e o valor pelo qual outros setores produtivos e/ou consumidores são afetados por tal emissão • elasticidades-preço da demanda e da oferta => “custo” sobre produtores ou consumidores? Nesse caso, é um problema? 11 Taxa sobre a Emissão de Poluentes C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • vantagens e desvantagens dependem do volume de informações disponíveis ao formulador de políticas e do custo de controle das emissões • suposições • formuladores de política possuem informação incompleta • necessário aplicar o mesmo padrão ou imposto a todas as empresas 12 Padrões versus Taxas C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • vantagens dos impostos • em comparação com padrões iguais para todas as empresas, atingem o mesmo nível de emissão a um custo mais baixo • podem incentivar a instalação de equipamentos que permitam reduzir ainda mais os níveis de emissão 13 Padrões versus Taxas C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • os impostos propiciam maior grau de certeza a respeito do custo e menor grau de certeza com relação às emissões • a preferência entre as duas políticas depende da natureza da incerteza e das inclinações relativas das curvas de custo 14 Padrões versus Taxas C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • adoção de padrão • se custos e benefícios da redução de emissões e se os custos de todas as empresas fossem idênticos • adoção de taxas • se os custos de redução variam entre as empresas • se os custos das empresas variam e os custos e benefícios não são conhecidos, nem o padrão nem a taxa podem gerar um resultado eficiente • permissões transferíveis para emissões podem reduzir as emissões de forma eficiente 15 Padrões versus Taxas C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • sistema de permissões (direitos) negociáveis “distribuídas” entre as empresas • certificados negociáveis de poluição (CNPs) • especificam o nível máximo de emissões que podem ser geradas • é estabelecido um nível máximo de emissões • se uma empresa emitir poluentes e não possuir permissão, deve sofrer multa • permissões podem ser negociadas entre as empresas 16 Permissões Transferíveis C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • número total de emissões => padrão • permissões combinam os benefícios associados a um sistema de padrões com as vantagens em termos de custo de um sistema de taxas • possibilita que a redução da poluição ocorra a um custo mínimo 17 Permissões Transferíveis C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al –R I – U FU 2. Soluções Negociadas 18 Aulas 7 e 8 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Padrões, Taxas e Permissões • formas por meio das quais a regulamentação governamental pode lidar com as ineficiências decorrentes das externalidades negativas • alteram os incentivos • custos externos passam a ser levados em conta nas decisões (internalização) 19 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Soluções Negociadas • em algumas circunstâncias, a regulamentação governamental não é a única forma de lidar com externalidades • negociação coasiana • sistema judiciário • agente prejudicado movendo ações judiciais para recuperar os danos sofridos 20 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Negociação Coasiana • negociações particulares entre as partes envolvidas • outra maneira por meio da qual, em algumas circunstâncias, é possível lidar com as ineficiências decorrentes das externalidades 21 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Direito de Propriedade •Coase • o que se negocia não são os bens, mas sim os direitos de propriedade sobre dimensões dos bens • propriedade • conjunto de direitos sobre um ativo que o proprietário está livre para exercer • protegidos da interferência de outros agentes 22 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Negociação Coasiana •direito de propriedade • conjunto de regras (p.e., leis) que descreve o que as pessoas e as empresas podem fazer com suas respectivas propriedades 23 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Negociação Coasiana • negociação e eficiência econômica • eficiência econômica pode ser obtida sem intervenção governamental quando: • a externalidade envolve relativamente poucas pessoas (problema do carona) • o direito de propriedade é bem definido • informação perfeita • custos de transação são baixos (Teorema de Coase) 24 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Exemplo • usina de aço despeja seus efluentes em um rio utilizado por pescadores • se a usina tiver o direito de usar o rio para o despejo de seus efluentes • pescadores não têm o direito de pescar em um rio “sem efluentes” • usina não tem incentivo para considerar o custo dos efluentes nos seus custos de produção • externaliza os custos de seus efluentes 25 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Exemplo • se os pescadores tiverem o direito de propriedade sobre a água limpa • podem exigir que a usina pague para ter o direito de despejar efluentes no rio • usina teria que parar sua produção ou pagar os custos relacionados a seus efluentes • internalização dos custos dos efluentes na decisão de produção da usina • alocação eficiente de recursos seria atingida 26 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • efluentes da usina reduzem os lucros dos pescadores • as ações dos agentes poderão ser escolhidas entre as combinações de 2 alternativas: • instalação de filtro e/ou tratamento da água • usina pode instalar um sistema de filtros para reduzir os efluentes • pescadores podem pagar pela instalação de uma estação de tratamento de água • solução eficiente?: maximização do lucro conjunto da usina e dos pescadores 27 Exemplo C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Lucros (diários) com formas alternativas de emissões de poluentes ($) 28 Sem filtro, sem tratamento de água 500 100 600 Com filtro, sem tratamento de água 300 500 800 Sem filtro, com tratamento de água 500 200 700 Com filtro, com tratamento de água 300 300 600 Lucro Lucro dos Lucro da Empresa Pescadores Total Exemplo C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU a) se o direito de propriedade sobre o rio for atribuído à usina • pode despejar efluentes • inicialmente: o lucro da usina é $500 e o dos pescadores é $100 • lucro conjunto: $600 • instalação de uma estação de tratamento: aumenta o lucro dos pescadores ($200) e o da usina continua o mesmo ($500) • lucro conjunto: $700 29 Exemplo C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • os pescadores estariam dispostos a pagar até $300 para que a usina de aço instale um filtro • diferença entre o lucro de $500 com um filtro e o lucro de $200 sem (com tratamento) • como a usina perde apenas $200 de seus lucros ao instalar um filtro, compensa para ela a instalação • ganhos adicionais: $100 30 Exemplo C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • se a usina e os pescadores concordarem em dividir igualmente o ganho (cooperação), a solução é eficiente • pescadores pagam $250 para a usina instalar o filtro • sem cooperação: pescadores obtêm lucros de $200 e a usina de $500 • com cooperação: o lucro de cada agente aumenta $50 31 Exemplo C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU b) se o direito de propriedade sobre o rio for atribuído aos pescadores • direito à água limpa • usina deve instalar filtro • usina obteria lucro de $300 • pescadores obteriam lucro de $500 • nenhuma das partes se beneficiaria de negociações • solução eficiente? 32 Exemplo C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Negociação Coasiana •Teorema de Coase • quando as partes envolvidas puderem negociar sem custos (de transação) e com possibilidade de obter benefícios para todos os envolvidos, o resultado será eficiente, independentemente de como estejam alocados os direitos de propriedade 33 C ar los Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Solução Legal • ação de indenização • em muitas situações envolvendo externalidades, a parte prejudicada tem o direito de mover um processo judicial contra a outra parte • se for bem-sucedida, pode recuperar totalmente os prejuízos sofridos • supondo: baixo custos de transação, certeza sobre o veredicto e acesso igualitário ao sistema judiciário • ao contrário da taxa sobre emissões de poluentes, a vítima é quem recebe o pagamento e não o governo 34 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Exemplo • suponha que o direito de propriedade sobre águas limpas foi atribuído aos pescadores • usina é responsável pelos danos causados aos pescadores caso não faça a instalação do filtro • dano causado aos pescadores: $400 • diferença entre o lucro que eles obtêm quando não há despejo de efluentes no rio ($500) e o lucro que obtêm quando há despejo ($100) 35 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Exemplo • opções da usina • não instalar o filtro e pagar os prejuízos • lucro = $100 (= $500 - $400) • instalar o filtro e evitar os prejuízos • lucro = $300 (= $500 - $200) • usina perceberá que é melhor instalar o filtro (maximiza seu lucro) • solução eficiente será atingida 36 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Exemplo • suponha que o direito de propriedade sobre o rio foi atribuído à usina • de acordo com a lei, os pescadores teriam o direito de exigir que a usina instalasse o filtro, mas teriam que ressarcir o lucro perdido (não pelo custo do filtro) • lucro perdido pela usina: $200 37 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Exemplo • opções dos pescadores • instalar uma estação de tratamento de água • lucro = $200 • fazer a usina instalar o filtro, mas pagar uma compensação a ela • lucro = $300 (= $500 - $200) • não construir a estação de tratamento de água e não fazer a usina instalar o filtro • lucro = $100 38 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Exemplo • pescadores maximizam o lucro se optarem pela segunda alternativa • exigem que a usina de aço instale o filtro, mas ressarcem seu lucro perdido ($200) • esse resultado também é eficiente: o filtro é instalado • lucro dos pescadores ($300) é significativamente menor do que os pescadores obteriam se tivessem o direito a ter água limpa ($500) 39 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Solução Legal • elimina a necessidade de negociação, pois especifica as consequências das opções que cada parte pode escolher • o direito que a parte prejudicada tem de receber uma compensação da parte responsável pelos danos assegura um resultado eficiente (supondo informações perfeitas) 40 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU 3. Política Ambiental 41 Aulas 7 e 8 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental • conjunto de metas e instrumentos que buscam reduzir os impactos negativos da ação humana sobre o meio ambiente • internalização dos custos externos ambientais • interfere nas atividades dos agentes econômicos • composição da produção e do consumo com impactos sobre o meio ambiente 42 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Primeira Fase das Políticas • século XIX até a II Guerra Mundial • disputa em tribunais: forma preferencial de intervenção estatal • vítimas das externalidades negativas ambientais entravam em juízo contra os agentes poluidores ou devastadores • crescimento econômico => aumento da poluição => necessária maior intervenção 43 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Segunda Fase das Políticas • década de 1950 • política de comando-e-controle • autoridade ambiental impõe padrões de emissão incidentes sobre a produção final do agente poluidor • ou sobre o nível de utilização de um insumo básico • além disso, determina a melhor tecnologia para o abatimento da poluição e cumprimento do padrão de emissão 44 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Terceira Fase das Políticas • atualmente • “mista” • comando-e-controle (+) instrumentos econômicos de internalização de custos ambientais • padrões de emissão deixam de ser meios e fins de intervenção estatal • passam a ser instrumentos de políticas ambientais 45 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Terceira Fase das Políticas • adoção de padrões de qualidade como metas de políticas (ACE ou ACB) • percepção de que o que mais importa não é a quantidade total de emissões, mas sim as concentrações dos poluentes nos corpos receptores • passa-se a discutir e a estabelecer padrões desejáveis de qualidade 46 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Terceira Fase das Políticas • instrumentos econômicos • em complementação aos padrões de emissão • objetivo: induzir os agentes a combaterem a poluição e a moderarem a utilização dos recursos naturais, respeitando os padrões de qualidade • PPP e CNPs 47 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Política • podem ser diretos ou indiretos • diretos • aqueles elaborados para resolver questões ambientais • indiretos • desenvolvidos para resolver outros problemas, mas acabam colaborando para as soluções ou o agravamento dos problemas relativos ao meio ambiente 48 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FUInstrumentos de Política • 3 grupos • instrumentos de comando-e-controle • instrumentos econômicos • instrumentos de comunicação • experiência internacional: combinação dos 3 grupos de instrumentos 49 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Política 50 Comando-e-Controle Econômicos Comunicação - Controle ou proibição de produto - Taxas e tarifas - Fornecimento de informação - Controle de processo - Subsídios - Acordos - Proibição ou restrição de atividades - Certificados de emissão transacionáveis - Criação de redes - Especificações tecnológicas - Sistemas de devolução de depósitos - Sistemas de gestão ambiental - Controle do uso de recursos naturais - Selos ambientais - Padrões de poluição para fontes específicas - Marketing ambiental C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Comando-e-Controle • ou instrumentos de regulação direta (não econômicos) • implicam o controle direto sobre as fontes de emissão de poluentes • órgão regulador estabelece normas, controles, procedimentos, regras e padrões a serem seguidos pelos agentes poluidores • também são definidas penalidades (multas, cancelamentos de licenças ...) para o caso de descumprimento do estabelecido 51 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Comando-e-Controle • determinados legalmente • não dão, aos agentes econômicos, outras opções para solucionar o problema • aplicadas a fontes específicas e determinam como e onde, por exemplo, reduzir a poluição • formas de regulação direta e indireta, via legislação e normas (regulação) 52 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Comando-e-Controle •necessária fiscalização contínua e efetiva dos órgãos reguladores • elevados custos de implementação e monitoramento • eficazes no controle de danos ambientais • podem ser injustos por tratar todos os poluidores da mesma maneira 53 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Comando-e-Controle • exemplos • padrões e controles • exigência de filtros em chaminés • fixação de cotas para extração de recursos naturais • concessão de licenças para funcionamento • zoneamento • obrigatoriedade de substituição de fontes enérgicas ... 54 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Comando-e-Controle 55 Diretos • padrões de emissões • cotas não transferíveis • zoneamento Indiretos • controle de equipamentos, processos, insumos e produtos • rodízio de automóveis no município de São Paulo) C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos Econômicos • ou instrumentos de mercado • objetivo • internalização das externalidades ou de custos que não seriam normalmente incorridos pelo poluidor ou usuário • ex: PPP e CNPs 56 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos Econômicos • vantagens em relação aos de comando-e-controle • possibilidade de geração de receitas por meio da cobrança de taxas, tarifas ou emissão de certificados (duplo-dividendo ambiental) • custos de controle, para a sociedade, inferiores aos que seriam incorridos se todos os poluidores ou usuários fossem obrigados a atingir os mesmos padrões individuais • considera diferenças de custos de redução entre os agentes (alocação mais eficiente) 57 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos Econômicos • incentivo a tecnologias menos intensivas em capitais naturais • redução em dispêndios com pendências judiciais para aplicação de penalidades • implementação de um sistema de taxação progressiva ou de alocação inicial de certificados segundo critérios distributivos em que a capacidade de pagamento seja considerada 58 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos Econômicos 59 Diretos • taxas e tarifas • cotas e permissões transferíveis • subsídios à produção menos poluente • sistemas de restituição de depósitos Indiretos • impostos e subsídios a equipamentos, processos, insumos e produtos • subsídios a produtos similares nacionais C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Comunicação • objetivos • conscientizar e informar os agentes poluidores e as populações atingidas sobre temas ambientais • p.e.: danos ambientais causados; atitudes preventivas; mercados de produtos ambientais e tecnologias menos agressivas • facilitar a cooperação entre os agentes poluidores para buscar soluções ambientais 60 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos de Comunicação • exemplos • educação ambiental • divulgação de benefícios para as empresas que respeitam o meio ambiente • selos ambientais 61 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU 4. Comércio Internacional e Política Ambiental no Brasil 62 Aulas 7 e 8 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU • políticas ambientais dos países podem influenciar os fluxos de comércio internacional • produto e/ou seu método de produção causam problemas ambientais, o país importador pode definir barreiras ao comércio internacional • barreiras verde • restringem o comércio internacional com a finalidade de proteger o meio ambiente • podem reduzir, nos exportadores, as exportações, a produção industrial, o produto, a renda e o emprego 63 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I –U FU Comércio Internacional • por muito tempo, a questão ambiental foi relegada a “último” plano • relativo “atraso” no estabelecimento de normas ambientais e agências especializadas no controle da poluição • estratégia de crescimento com industrialização substitutiva de importações, privilegiando setores intensivos em emissão de poluentes • heterogeneidade das agências regulatórias nos níveis estaduais e municipais 64 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil Política Ambiental no Brasil • até 1970 • questão ambiental não era uma das prioridades da política pública • não existia um órgão com a função específica de controlar questões ambientais • legislações existentes tratavam da exploração de alguns recursos naturais por meio de medidas isoladas 65 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil • Código Florestal de 1934 (Decreto nº 23.793): tratava das matas nativas, reformulado em 1965 (Lei nº 4.771) • Código das Águas de 1934 (Decreto nº 24.643): estabelecia normas para uso dos recursos hídricos, com atenção para seu aproveitamento hidroelétrico • Comissão Executiva da Borracha de 1947 (Lei nº 86), reestruturada em 1967 • Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE), de 1962 66 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil • 1973 • questão ambiental passou a ser tratada com uma estrutura independente • recomendação da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente • criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) • modelo de gestão norte-americano: (i) descentralização e (ii) viés regulatório, baseado nos instrumentos de comando-e- controle 67 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil • 1981 • promulgação da Lei nº 6.938 • recomendação da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente • estabeleceu os objetivos, as ações e os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente 68 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Instrumentos da Lei nº 6.938 • princípios mantidos na Constituição de 1988 • estabelecimento de padrões de qualidade ambiental • zoneamento ambiental • avaliação de impactos ambientais • licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras • criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 69 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil • atualmente: • todas as esferas de poder com responsabilidades regulatórias sobre o meio ambiente • no âmbito federal, destacam-se 3 órgãos • Ministério do Meio Ambiente (MMA) • Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) 70 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Responsabilidades 71 MMA CONAMA Ibama - planejamento da Política Nacional de Meio Ambiente - órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) - órgão colegiado, com representantes do governo e da sociedade civil - composto por 10 câmaras técnicas permanentes e 8 temporárias - determina os padrões ambientais - órgão operacional do MMA - controla e fiscaliza atividades com potencial de degradação ambiental C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Responsabilidades • âmbitos estadual e municipal • controle e fiscalização de atividades que têm impactos negativos sobre o meio ambiente são de responsabilidade dos órgãos ou entidades estaduais e municipais • exemplos: • Rio de Janeiro: Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) • São Paulo: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) 72 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil • 1986: Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) • 1991 (Paraná): ICMS Verde (ou Ecológico) • ICMS: Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços • compensação fiscal por áreas de preservação • 1997: Licenciamento Ambiental para Atividades Econômicas 73 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil • 1997: Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433) • Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e Conselho Nacional de Recursos Hídricos • outorga e cobrança do uso da água • 1998: Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605) • sanções penais e administrativas às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente 74 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Política Ambiental no Brasil • 2007: Lei do Saneamento Básico (Lei nº 11.445) • diretrizes nacionais para o saneamento básico • 2010: Lei dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305) • institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos 75 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU Bibliografia • BIDERMAN, C.; ARVATE, P. (orgs). Economia do Setor Público no Brasil. Campus, caps. 2 e 3. • KUPFER, D.; HANSENCLEVER, L. Economia industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil, 2013, caps. 26 • MAY, P. H. Economia do Meio Ambiente: Teoria e Prática. Campus, caps. 4 e 7. 76 C ar lo s Sa ia n i – M ic ro e co n o m ia – O rg an iz aç ão In d u st ri al – R I – U FU
Compartilhar