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Lesões por Pressão 2016 - 2

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Fundamentos de Enfermagem II
Prof. Esp. Andréa Luiza Cassel Franck
Lesões por pressão 
Lesão por pressão
Lesão por pressão 
Lesão por pressão
Lesões por pressão
Lesão por pressão 
Lesão por pressão
Lesão por pressão - escara
Lesão por pressão - LP
Lesões por pressão (NPUAP 2016) – termo mais adequado
Úlceras por pressão 
Úlceras de pressão
Úlceras de decúbito
Ferida de pressão
Escaras (inadequado)
Terminologias utilizadas
Terminologia
No dia 13 de abril de 2016, o NPUAP anunciou a mudança na terminologia Úlcera por Pressão para Lesão por Pressão e a atualização da nomenclatura dos estágios do sistema de classificação. 
Segundo o NPUAP, a expressão descreve de forma mais precisa esse tipo de lesão, tanto na pele intacta como na pele ulcerada. No sistema prévio do NPUAP, o Estágio 1 e a Lesão Tissular Profunda descreviam lesões em pele intacta enquanto as outras categorias descreviam lesões abertas. Isso causava confusão porque a definição de cada um dos estágios referia-se à úlcera por pressão. Além dessa mudança, na nova proposta, os algarismos arábicos passam a ser empregados na nomenclatura dos estágios ao invés dos romanos. O termo “suspeita” foi removido da categoria diagnóstica Lesão Tissular Profunda. Durante o encontro do NPUAP, outras definições de lesões por pressão foram acordadas e adicionadas: Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico e Lesão por Pressão em Membrana Mucosa.
SOBEST, 2016
Definições 
Úlcera por pressão (UP) é uma ferida ocasionada pela pressão da pele com a superfície que ela se encontra (cama, cadeira...) por um determinado tempo (CANDIDO, 2001).
 A Úlcera por Pressão se caracteriza por uma área localizada de necrose celular que tende a se desenvolver quando o tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado de tempo (NPUAP, 2009). 
Úlcera por Pressão é uma lesão causada pela prolongada compressão capilar, que é suficiente para prejudicar a circulação na pele e no tecido subjacente (TIMBY, 2007).
Definições 
 
 A úlcera por pressão é definida como a área de trauma tecidual causado por compressão contínua, que excede a pressão capilar normal de 32mmHg, na pele e tecidos adjacentes, ocasionando colapso do capilar e interrompendo o fluxo de sangue responsável por oxigenar e nutrir os tecidos, provocando uma isquemia que pode levar à morte celular. Essa pressão ocorre geralmente entre uma proeminência óssea e uma superfície dura (SILVA et al., 2011).
LESÃO POR PRESSÃO
Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. 
A lesão pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa. 
A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação com o cisalhamento. 
A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode também ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição.
SOBEST; NPUAP, 2016
Escara
 É o termo que antigamente era atribuído como sinônimo de úlcera de pressão porém inadequado pois, representa a crosta ou camada de tecido necrótico que pode estar cobrindo a lesão em estágios mais avançados. Só após o desbridamento é que o estágio desta úlcera pode ser identificado de acordo com a profundidade ou grau de comprometimento dos tecidos.
 
EPIDEMIOLOGIA
 Estima-se que nos EUA mais de 1 milhão de pessoas hospitalizadas desenvolvem UP anualmente, sendo que destas aproximadamente 60.000 morrem devido a complicações decorrentes das lesões por pressão.
 A incidência das úlceras varia, conforme estudos internacionais de 0 a 14% em pacientes hospitalizados, atingindo índices bem mais altos (55 a 66%) em clínicas de ortopedia e reabilitação ( ROGENSKI; SANTOS, 2005). 
As taxas de prevalência de LP variam conforme as características dos pacientes e o nível de cuidado. 
EPIDEMIOLOGIA
Em um estudo realizado nos EUA sobre os casos de úlcera por pressão entre os anos de 1990 à 2000 foram obtidas diferentes taxas de prevalência. Para cuidados de longa permanência a taxa de prevalência variou de 2,3% a 28% e de incidência de 2,2% a 23,9%; para os cuidados agudos, as taxas de prevalência ficaram entre 10% a 18% e incidência de 0,4% a 38%; no atendimento domiciliar as taxas de prevalência foram de 29% e de incidência 17% (NPUAP, 2009). 
Segundo Agency for healthcare Research and Quality (AHRQ) o número de pacientes hospitalizados que apresentaram LP aumentou em 80% de 1993 a 2006. 
As lesões por pressão são dispendiosas em termos de gastos com cuidados. 
EPIDEMIOLOGIA
A estimativa de pacientes que evoluíram a óbito por complicações secundárias às úlceras por pressão foi de aproximadamente 600 mil pacientes e o custo com tratamento foi avaliado em 11 bilhões de dólares (NPUAP, 2009). 
Segundo Gomes et al. (2010), em pesquisas realizadas em outros países no ano de 2005, as taxas encontradas de ocorrência de UP foram: Alemanha 21,1%; Suécia taxa de 13,2% e Singapura a taxa de 18,1%. 
No Brasil não existe uma estatística exata quanto ao número de pacientes que desenvolveram UP. Um hospital universitário de São Paulo no ano de 2005 apresentou taxa de incidência de 39,8%, (ROGENSKI; SANTOS, 2005). Outro estudo realizado no mesmo hospital no ano de 2009 revelou uma diminuição da taxa de incidência para 23,1%, após a implementação de um protocolo de prevenção de úlceras por pressão (ROGENSKI; KURCGANT, 2012).
Etiologia e fatores predisponentes
 A causa básica das UP é a pressão; especialmente a duração e a extensão da pressão, que ocasiona bloqueio do fluxo sanguíneo, levando à hipóxia celular.
Pressão exercida nos capilares
 O metabolismo normal tecidual depende do suprimento de nutrientes e oxigênio provenientes do sangue e da eliminação do dióxido de carbono e metabólitos. Qualquer fator que interfira nesse processo afeta evidentemente o metabolismo celular e, por conseguinte, a função ou sobrevida da célula (POTTER; PERRY, 2005, p.446). 
Fatores predisponentes
 Como em qualquer outro órgão, a pele está exposta e sujeita a lesões devido a processos extrínsecos e intrínsecos podendo resultar numa incapacidade funcional. Em geral uma combinação de fatores contribui para o desenvolvimento de uma úlcera de pressão. 
 Empiricamente, a enfermagem era a única culpada pelo aparecimento de uma Úlcera de Pressão no paciente hospitalizado, hoje isso mudou (DEALEY, 2001). 
Fatores extrínsecos
Pressão; 
Forças de fricção e Cisalhamento ou deslizamento;
Umidade e maceração da pele. 
Fatores externos são definidos como aqueles relacionados ao mecanismo que levará ao surgimento da lesão, impedindo assim a circulação sobre a superfície da pele.
Pressão 
É o principal fator que predispõe a uma lesão por pressão; resulta em oclusão do capilares sanguíneos e circulação insatisfatória dos tecidos. 
A formação de uma lesão por pressão é mais afetada pela duração da pressão, do que pela quantidade da mesma. 
Forças de fricção e cisalhamento
As forças de cisalhamento se caracterizam como forças mecânicas e são criadas pela inter-relação das forças da gravidade e da fricção. Quando um paciente escorrega para baixo no leito, as forças de cisalhamento são criadas.
A fricção ocorre quando duas superfícies são mutuamente esfregadas. A lesão é semelhante a uma raspagem, podendo danificar vasos sanguíneos superficiais (arrastar o paciente ao invés de levantá-lo).
 
Á medida que a pessoa escorrega para baixo no leito, a fricção resiste a este movimento. 
Umidade e maceração
O contato prolongado com a umidade devido à transpiração, drenagens, urina ou fezes leva a maceração da pele. 
A pele úmida e irritada é mais vulnerável a ruptura por pressão. 
A umidade prolongada reduz a resistência ao trauma. 
Fatores intrínsecos
Os fatores intrínsecos
estão relacionados ao estado fisiológico do paciente que influenciará no estado geral da pele. Entre estes fatores estão:
estado nutricional do paciente;
idade;
doenças crônicas;
perfusão tecidual;
abuso de medicamentos; 
paralisia motora;
obesidade.
Estado nutricional
A desnutrição protéico-calórica predispõe a formação de úlceras de pressão porque células mal nutridas são facilmente danificadas.
A perda de peso e massa muscular, juntamente com o impacto metabólico relacionado a deficiência de nutrientes e a anemia são fatores importantes no desenvolvimento dessas lesões.
A deficiência de vit C leva os capilares a se fragilizarem, o que resulta em circulação insuficiente. 
Os pacientes emagrecidos não possuem uma adequada proteção de tecido adiposo sobre as proeminências ósseas, enquanto que, os pacientes obesos apresentam riscos devido a presença excessiva de tecido adiposo que interfere no aporte sanguíneo, já que este tecido não possui muita vascularização (DEALEY, 2001). 
Idade
Nos idosos a pele tem diminuída a espessura epidérmica , o colágeno dérmico e a elasticidade tissular.
A pele é mais seca como resultado da diminuição da atividade das glândulas sebáceas e do suor.
Os músculos atrofiam-se e as estruturas ósseas tornam-se proeminentes.
Nesta etapa da vida as doenças crônicas e debilitantes podem afetar de modo adverso a circulação e a oxigenação das estruturas da derme. 
Perfusão tissular diminuída
Qualquer distúrbio que reduz a circulação e a nutrição da pele e do tecido subcutâneo aumenta o risco de UP. 
A presença de DM e doenças cardiovasculares podem contribuir para a formação de UP.
Os pacientes com edema tem a circulação comprometida e consequentemente uma precária nutrição tecidual, assim como os obesos que tem grande quantidade de tecido adiposo precariamente vascularizado. 
Imobilidade
Pacientes inconscientes e paralisados estão sujeitos a UP se permanecerem imóveis em qualquer posição.
Pessoas emocionalmente deprimidas, submetidas a cirurgias prolongadas q que fazem uso de sedativos e tranquilizantes também correm este risco.
A formação das UP está diretamente relacionada com a duração da imobilidade.
Paralisia motora
A paralisia motora associada à atrofia muscular gera uma redução do acolchoamento entre a pele e o osso subjacente. Os pacientes paralisados costumam ficar deitados numa única posição com o peso do corpo concentrado sobre pequenas áreas cutâneas. O paciente terá perda sensorial, não terá percepção da dor nem da pressão e nem tomará conhecimento da destruição de sua pele.
Obesidade
A obesidade predispõe a formação das úlceras, devido ao peso do corpo sobre o tecido cutâneo e também devido ao fato do tecido subcutâneo (adiposo) possuir pouca vascularização.
Áreas corporais geralmente afetadas por LP
Paciente em decúbito dorsal ou posição supina:
região occipital, apófises espinhosas (coluna vertebral), escápula, região sacrococcígea, calcâneo.
 Paciente em decúbito lateral:
orelhas, ombros, crista ilíaca, região lateral do pé, joelhos, maléolo interno e externo, trocânter do fêmur.
Áreas mais afetadas por LP
Paciente sentado:
Tuberosidades isquiáticas, região sacrococcígea, região poplítea, região plantar.
Paciente em decúbito ventral:
Esterno, sínfise púbica, região anterior do joelho, dorso do pé.
Áreas mais afetadas pelas lesões por pressão 
Distribuição numérica das LP conforme a localização
Lesões por pressão
As Lesões por Pressão são categorizadas para indicar a extensão do dano tissular. Os estágios foram revisados com base nos questionamentos recebidos pelo NPUAP dos profissionais que tentavam diagnosticar e identificar o estágio das lesões. Ilustrações dos estágios das lesões por pressão foram também revisadas e estão disponíveis no site do NPUAP, sem custo. (http://www.npuap.org/resources/educational-and-clinical-resources/pressure- injury-staging-illustrations/)
SOBEST; NPUAP, 2016
Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece
Pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode parecer diferente em pele de cor escura. Presença de eritema que embranquece ou mudanças na sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento) podem preceder as mudanças visuais. Mudanças na cor não incluem descoloração púrpura ou castanha; essas podem indicar dano tissular profundo.
SOBEST; NPUAP, 2016
Avaliação da LP – Estágios NPUAP (2016)
Lesão por Pressão estágio 1
Lesão por pressão estágio 1
Lesão por pressão estágio 1
Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme
Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido e pode também apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida. O tecido adiposo e tecidos profundos não são visíveis. Tecido de granulação, esfacelo e escara não estão presentes. Essas lesões geralmente resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e no calcâneo. Esse estágio não deve ser usado para descrever as lesões de pele associadas à umidade, incluindo a dermatite associada à incontinência (DAI), a dermatite intertriginosa, a lesão de pele associada a adesivos médicos ou as feridas traumáticas (lesões por fricção, queimaduras, abrasões).
SOBEST; NPUAP, 2016
Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme
NPUAP. 2016
Avaliação da LP
Lesão por Pressão estágio 2
Lesão por pressão estágio 2
Lesão por pressão estágio 2
Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total
Perda da pele em sua espessura total na qual a gordura é visível e, frequentemente, tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas enroladas) estão presentes. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. A profundidade do dano tissular varia conforme a localização anatômica; áreas com adiposidade significativa podem desenvolver lesões profundas. Podem ocorrer descolamento e túneis. Não há exposição de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso. Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável.
NPUAP, 2016
Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total
NPUAP, 2016
Avaliação da LP
Lesão por Pressão estágio 3
Lesão por Pressão estágio 3
Lesão por Pressão estágio 3
Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. Epíbole (lesão com bordas enroladas), descolamento e/ou túneis ocorrem frequentemente. A profundidade varia conforme a localização anatômica. Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável.
NPUAP, 2016
Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular
NPUAP, 2016
Avaliação da LP
Lesão por Pressão estágio 4
Lesão por Pressão estágio 4
Lesão por Pressão estágio 4
Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara. Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. Escara estável (isto é, seca, aderente, sem eritema ou flutuação) em membro isquêmico ou no calcâneo não deve ser removida.
NPUAP, 2016 
Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível
NPUAP, 2016
Avaliação da LP
Lesão por Pressão não classificável
LP que não classificável
Lesão por Pressão
Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece.
Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração da pele. A descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de tonalidade mais escura. Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na interface osso-músculo. A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a extensão atual da lesão tissular ou resolver sem perda tissular. Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda total de tecido (Lesão por Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou dermatológicas.
Título > Subtítulo > Nome slide
Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece.
NPUAP, 2016
Lesão tissular profunda
A lesão apresenta-se com coloração púrpura ou castanha, pele intacta podendo conter flictena sanguinolenta .
Os aspectos do leito da lesão diferem muito do tecido adjacente no que se refere à textura, temperatura e dor. A evolução desse tipo de úlcera pode ser rápida, expondo camadas tissulares, mesmo com o devido tratamento.
 Além da avaliação por estágios, devemos considerar outros elementos muito importantes na identificação e descrição da lesão por pressão, tais como: localização anatômica, apresentação de túneis, utilizando unidades de medida confiáveis; aspecto do leito da ferida e da pele circundante; o tipo de drenagem, especificando a quantidade, cor e consistência; avaliar dor ou hipersensibilidade, que podem identificar infecção, destruição do tecido subjacente ou insuficiência vascular (HESS, 2002). 
Avaliação do paciente em risco para UP
 Várias escalas tem sido utilizadas pelos profissionais para avaliar o risco de os pacientes desenvolverem UP. A pontuação total obtida na escala irá predizer o risco do paciente para desenvolver a UP. As escalas geralmente utilizadas são:
Escala de Risco de Norton
Escala de Risco de Gosnell
Escala de Risco de Waterlow
Escala de Risco de Braden
A escala de Braden tem sido a mais utilizada. 
Escala de Risco de Braden
 Ela é composta por subescalas que fornecem seis parâmetros para avaliação: 
1. percepção sensorial; 
2. umidade;
3. atividade; 
4. mobilidade; 
5. nutrição;
6. fricção e cisalhamento. 
Escala de Risco de Braden
Cada subescala tem pontuação que varia entre 1 e 4, com exceção da fricção e cisalhamento, que possui 3 pontos.
A pontuação total pode variar de 6 a 23 pontos. 
Uma contagem de pontos baixa indica uma baixa habilidade funcional, estando o indivíduo em alto risco para desenvolver a UP.
Pacientes adultos com escore igual ou menor do que 16 pontos, ou idosos com pontuação igual ou menor que 17 são considerados de risco.
Planejamento e metas
Aliviar a pressão;
Melhorar a mobilidade;
Melhorar a percepção sensorial;
Melhorar a perfusão tissular;
Melhorar o estado nutricional;
Reduzir o atrito e a tração;
Minimizar a umidade;
Promover a cicatrização da UP.
Aliviando a pressão
Mudar o decúbito e reposicionar em intervalos de 1 ou 2 horas;
Encorajá-lo a levantar o peso ativamente a cada 15 minutos.
Mudança de decúbito
Aliviando a pressão 
Melhorando a mobilidade
O paciente é encorajado a permanecer ativo e a deambular sempre que possível;
Quando sentado, é lembrado a mudar as posições frequentemente, para distribuir o peso; 
Os exercícios ativos e passivos aumentam o tônus muscular, o cutâneo e o vascular;
Estimulando a mobilização 
Mobilizando o paciente
Mobilizando o paciente
Melhorando a percepção sensorial
A enfermeira ajuda o paciente a reconhecer e a compensar quanto a percepção sensorial alterada.
Estimulação do paciente no sentido de aumentar a atenção de si próprio no ambiente;
Encorajamento do paciente para participar do autocuidado.
Melhorando a perfusão tissular
O exercício e o reposicionamento melhoram a perfusão tissular.
A massagem nas áreas eritematosas é evitada em razão de o dano aos capilares e ao tecido profundo poder acontecer.
Melhorando o estado nutricional
Uma dieta rica em proteínas com suplementos proteicos pode ser útil.
Preparados com ferro podem ser necessários para elevar o nível de hemoglobina.
O ácido ascórbico (vitamina C) é necessário para a cicatrização tissular.
Reduzindo o atrito e a tração 
 A tração acontece quando o paciente é puxado, deixado escorregar, ou movimenta-se arrastando os calcâneos ou cotovelos contra o colchão. A elevação da cabeceira do leito, por alguns centímetros, aumenta a tração sobre a área sacral. O posicionamento adequado com suficiente apoio é importante quando o paciente está sentado em uma cadeira. 
Cama com baixa perda de ar
Colchão com pressão alternada
Colchão com sistema de ar
Colchão piramidal
Colchão d’água
Cama circular
Minimizando a umidade
A umidade contínua sobre a pele deve ser evitada por meio de meticulosa higiene.
A perspiração, a urina, as fezes e as drenagens devem ser removidas da pele imediatamente. A pele suja deve ser lavada com sabão suave e água, sendo seca sem esfregar com uma toalha macia. A pele deve ser lubrificada com uma loção suave para mantê-la macia e elástica.
Promovendo a cicatrização da UP
Independentemente do estágio da úlcera de pressão, a pressão sobre a área deve ser eliminada. A UP não cicatrizará até que toda a pressão seja removida. Além disso, a condição nutricional inadequada e as anormalidades hidroeletrolíticas devem ser corrigidas para promover a cicatrização.
Resultados esperados
Manter a pele intacta;
Limitar a pressão sobre as saliências ósseas;
Aumentar a mobilidade;
Demonstrar melhora da perfusão tissular;
Melhorar a habilidade sensorial e cognitiva;
Obter e manter um adequado estado nutricional;
Evitar o atrito e a tração;
Manter a pele limpa e seca;
Apresentar cicatrização da úlcera de pressão.
Tratamento das UP
 Os objetivos do tratamento das UP consistem em manter e intensificar as medidas preventivas dando atenção especial à remoção da pressão, visando restaurar a circulação sanguínea e a função celular; prevenir a necrose das estruturas mais profundas e promover a cicatrização da lesão. 
Deste modo a enfermagem deverá:
Intensificar os cuidados de distribuição da pressão, prevenção da fricção e danos no tecido;
Utilizar materiais de reposicionamento, como almofadas, travesseiros, etc;
Aumentar os cuidados de higiene, evitando que o paciente fique em contato com a umidade que reduz a resistência da pele à pressão.
Intensificar os cuidados de distribuição da pressão, prevenção da fricção e danos no tecido;
Impedir o contato da pele do paciente com plásticos, tubos de drenagem, etc;
Usar a técnica de pontes que consiste no posicionamento de travesseiros ou coxins; para que estes deixem espaços entre as proeminências ósseas e destas para o colchão;
Estimular a movimentação ativa e passiva do paciente;
Posicionar o paciente nos quatro lados: laterais, ventral, dorsal, a menos que seja contraindicado;
Alternar o decúbito do paciente a cada 2 horas;
Manter o paciente limpo e enxuto
Utilizar agentes tópicos que agem como barreira para umidade como cremes, películas protetoras ou óleos;
Hidratar a pele com agentes específicos, especialmente o dorso e as saliências ósseas conforme a rotina da instituição. 
Banhar o paciente diariamente tendo o cuidado de limpar bem a pele, remover todo o sabão (o sabão é cáustico) e secar totalmente o paciente,
dando especial atenção às dobras cutâneas; Utilizar sabão neutro para a limpeza da pele;
Limpar a pele do paciente com água e sabão neutro sempre que o paciente urinar ou evacuar; 
Os cuidados de rotina incluem manter os lençóis limpos e bem esticados, livres de resíduos alimentares e secreções corporais;
 BAPTISTA, 2014
Otimizar a cicatrização da ferida e diminuir o potencial para infecção, removendo tecido necrótico, exsudato ou restos metabólicos do ferimento; para isto podem ser utilizadas diversas técnicas de desbridamento (cirúrgico, enzimático, autolítico e mecânico).
 
Além disso, o paciente deverá aumentar sua ingesta protéica e manter a ingesta hídrica adequada, pois a desidratação resulta na diminuição do turgor cutâneo. Deverá ser corrigida a anemia, uma vez que a diminuição da hemoglobina reduz a capacidade do sangue transportar oxigênio para os tecidos.
 
 A limpeza da úlcera deverá ser realizada com um jato de SF 0,9% morno e a cobertura a ser utilizada deverá ser escolhida de acordo com a condição do leito da ferida.
 Embora a reparação tecidual seja um processo sistêmico, é necessário otimizar as condições locais através de terapia tópica adequada, para viabilizar o processo fisiológico. Para isso, é necessário: remover tecido necrótico e corpos estranhos do leito da ferida, identificar e eliminar processos infecciosos, obliterar espaços mortos, absorver o excesso de exsudato, manter o leito da ferida úmido, promover o isolamento térmico e proteger a ferida de traumas e invasão bacteriana (BLANES, 2004). 
Tratamento de UP com enxerto cutâneo 
Bibliografia
BAPTISTA, G.L. Fundamentos e Técnicas de Enfermagem. 4.ed. Novo Hamburgo: Editora Feevale, 2014.
DEALEY, C. Cuidando de Feridas. Trad. Por Eliane Kanner. São Paulo: Atheneu, 2001. 
DECLAIR, V. Aplicação do triglicerídeos de cadeia média (TCM) na prevenção de úlceras de decúbito. Rev. Bras. Enf., Brasília, v. 47, n.1, p.27-30, jan./mar. 1994. 
DECLAIR, V. A influência das superfícies na prevenção de úlceras de pressão. Enfermagem Atual, p.21-23,mar/abr. 2003. 
Bibliografia
National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel and Pan Pacific Pressure Injury Alliance. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers: Quick Reference Guide. Emily Haesler. 2014. Disponível em: <http://www.npuap.org/wp- content/uploads/2014/08/Updated-10-16-14-QuickReference-Guide-DIGITAL-NPUAP-EPUAP-PPPIA-16Oct2014.pdf>. Acesso em: 02 Nov. 2014. 
ROGENSKI, Noemi Marisa Brunet; KURCGANT, Paulina. Incidência de úlceras por pressão após a implementação de um protocolo de prevenção. Rev. Latino-am. Enfermagem, São Paulo, v. 20, n. 2, p.1-7, abr. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n2/pt_16>. Acesso em: 10 out. 2014. 
TAYLOR et al., Fundamentos de enfermagem : arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 7 ed. Porto Alegre, RS: Artmed 2014.

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