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Documentários Arquitetônicos J.Watsh Rodrigues 1979

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Prévia do material em texto

ARQUITITDNICO 
.. 
A HISTÓRIA DO BRASIL 
ATRAVES DE SUAS CASAS 
Çonta-se que Machado de Assis lamen-
tava a destruição de certa construção nas 
proximidades de sua residência. ":€ feia" -
disse-lhe um amigo. Ao que respondeu o Bru-
xo do Cosme Velho : "Mas é velha . .. " 
Autêntico ou imaginoso o episódio, re-
flete ele um conflito permanente entre duas 
mentalidades, com predominância, diga-se de 
passagem, da mania do moderno que, muitas 
vezes invocado em nome do progresso , acabou 
com inúmeras preciosidades de nossa Arqui -
tetura , quer religiosa , quer civil. A preservação 
do nosso patrimônio arquitetônico deve mui-
to a Getúlio Vargas , com a criação do Insti-
tuto do Patrimônio Histórico e Art(stico 
Nacional , ao qual prestou memorabilíssima 
contribuição e dedicou sua laboriosa vida o 
saudoso mineiro Rodrigo Melo Franco de 
Andrade. Sabe-se de histórias, ocorridas no 
Rio de Janeiro, em Recife , em Ouro Preto, 
de verdadeiras preciosidades restitu(das à sua 
beleza e autenticidade primitivas quando de . 
lavagens de paredes cobertas de óleo de mau 
gosto . 
Não é preciso salientar aqui a importân-
cia da Arquitetura como fonte histórica. Fe-
lizmente, a Arquitetura religiosa brasileira 
tem sido bastante bem estudada, sobretudo 
nos últimos anos. Já o mesmo não acontece 
com a Arquitetura civil. Como é impossível 
tombar tudo pelo Patrimônio Histórico, casas 
belas e antigas continuam a ser demolidas , 
para alargamento de vias públicas ou para a 
construção de arranha-céus desfiguradores da 
paisagem. 
Daí a importância da reedição deste 
Docum entário Arquitetônico (Relativo à 
Antiga Construção Civil no Brasil) , de José 
Wasth Rodrigues , com que a Itatiaia e a Edi-
tora da Universidade de São Paulo lançam o 
. 1 
COLEÇÃO RECONQUISTA DO BRASIL (Nova Série) 
1. DOCUMENTÁRIO ARQUITETONICO - José Wasth Rodrigues 
2. VIAGEM PITORESCA ATRAVE'.S DO BRASIL - João Maurício Rugendas 
Próximos V ciumes 
MEMORIAS PARA SERVIR A HISTÓRIA DO BRASIL 2 vis. - Luís Gonçalves dos Santos 
(Padre Pereca) 
TRATADO DA TERRA DO BRASIL - HISTÓRIA DA PROVI1'1CIA SANTA CRUZ - Pero de 
Magalhães Gandavo. 
TRATADOS DA TERRA E GENTE DO BRASIL - Padre Fernão Cardim 
NOBILIARCHIA PAULISTANA HISTÓRICA E GENEALÓGICA, 3 Vols. - Pedro Taques de 
Almeida Paes Leme 
MEMORIAS DE UM COLONO NO BRASIL -Thomas Davatz 
"PROVI1'1CIA DE SÃO PAULO - 2 Vols . - M. E. Azevedo Marques 
DEZ ANOS NO BRASIL - Carl Seidler 
(Veja no fim do volume a relação completa da Coleção) 
DOCUMENT ARIO ARQUITETÔNICO 
Relativo à Antiga 
Construção Civil No Brasil 
R613d 
4~ Ed. 
75-0630 
FICHA CATALOGRÁFICA 
(Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte, 
Câmara Brasileira do Livro , SP) 
Rodrigues, José Wasth, 1891-1957. 
Documentário arquitetônico relativo à antiga construção 
civil no Brasil. 4~ ed. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia;São Paulo : 
Ed. da Universidade de São Paulo, 1979. 
ilust. 
Reconquista do Brasil; Nova Série ;v. 1 
1. Arquitetura colonial - Brasil 2. Arquitetura habita-
cional - Brasil 1. T{tulo. 
foãices para catálogo sistemático: 
1. Arquitetura colonial 724.1 
CDD-728 .0981 
-724.l 
2 . Brasil : Arquitetura habitacional 728 .0981 
Obra publicada 
com a colaboração da 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
Reitor: Prof. Dr. Waldyr Muniz Oliva 
EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
Presidente: Prof. Dr. Mário Guimarães Ferri 
Comissão Editorial: 
Presidente: Prof. Dr. Mário Guimarães Ferri (Instituto 
de Biociências). Membros: Prof. Dr. Antonio Brito da 
Cunha (Instituto de Biociências), Prof. Dr. Carlos da 
Si lva Lacaz (Faculdade de Medicina), Prof. Dr. Pérsio 
de Souza Santos (Escola Politécnica) e Prof. Dr. Roque 
Spencer Maciel de Barros (Faculdade de Educação). 
COLEÇÃO RECONQUISTA DO BRASIL (Nov:aSérie) 
Dirigida por Mário Guimarães Ferri 
VOL. 1 
CAPA 
CLÁUDIO MARTINS 
LIVRARIA ITATIAIA EDITORA LIMITADA 
BELO HORIZONTE: Rua da Bahia, 902 - Fones: 222-8630 e 224-5151 
Av. Afonso Pena, 776 - Fones: 222-6140 e 222-7854 
JOSÉ WASTH RODRIGUES 
I 
DOCUMENT ARIO 
A 
ARQUITETO NICO 
Relativo à Antiga 
Construção Civil No ·Brasil 
4ªEclição 
Prefácio 
Mário Guimarães Ferri 
EDITORA ITATIAIA LIMITADA 
EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
1979 
.Direitos de Propriedade e Literária adquiridos pela 
EDITORA ITATIAIA LIMITADA 
Belo Horizonte 
IMPRESSO NO BRASIL 
PRINTED IN BRAZIL 
PREFÁCIO 
Em 1975 a Editora da Universidade de São Paulo em edição conjunta 
com a Livraria Martins Editora S. A., publicou o "Documentário Arquitetô-
nico", de José Wasth Rodrigues . 
Nesse volume aparece uma nota assinada por José de Barros Martins , 
em que o editor menciona alguns dados referentes ao autor. 
"José Wasth Rodrigues tinha dezenove anos de idade quando mer~ceu 
do Governo do Estado de São Paulo em 1910 um prêmio de viagem à Europa 
para aperfeiçoar-se no que - embora ainda tão moço - já vinha-o tomando 
bastante conhecido nos meios artísticos e inteleçtuais de seu Estado: a pin-
tura" . 
Poucos dados nos oferece, sobre Wasth Rodrigues, Roberto Pontual , 
em seu "Dicionário das Artes Plásticas no Brasil". Mas aí podemos constatar 
que o artista nasceu na Capital de São Paulo em 1891 e fale.ceu em 195 7, no 
Rio de Janeiro. Estudou com Jean-Paul Laurens, na Academia Julien e, na 
Escola de Belas Artes, com Lucien Simon e Nandi. 
Após quatro anos de permanência em Paris (1914), expunha no Salão 
dos Artistas Franceses, "obtendo elogiosas referências dà crítica". 
De regresso ao Brasil volta seu interesse a estudos históricos, sem, toda-
via, abandonar a pintura. Seus óleos e aquarelas eram de muito.boa qualidade. 
Wasth Rodrigues passou também a dedicar-se ao desenho arquitetônico, 
documental. Neles apresentou pormenores de velhas casas, ruas, grades e por-
tões, chafarizes; pormenores de portas, sacadas, trincos, dobradiças, beirais, 
janelas, pontas de telhados, portais , capitéis, azulejos, interiores, tudo, enfim , 
que se possa imaginar. 
Pintou e desenhou seu ''Docwnentário Arquitetônico", não só na Ca-
pital e no interior do Estado de São Paulo, mas também do Rio de Janeiro , 
Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Pará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte , 
Ceará, Pernambuco. 
Além de pormenores preciosos, aparecem, por vezes, desenhos ou pih-
turas, de fachadas, de sacadas, de telhados, de casarões, de ruas, de engenhos, 
de chácaras. 
Talvez o chafariz da Boa-Vista, no Recife, obra de arte do século pas-
sado, tenha permitido um dos mais belos e delicados desenhos de Wasth Ro-
drigues. Mas tal é a soma dos excelentes trabalhos que deixou , que é, sem 
dúvida, muito difícil fazer wna escolha. Não menos sensíveis são seus dese-
n11os da Cruz do Pascoal, na Baltia, do Portão do Passeio, no Rio de Janeiro, 
do pátio da Casa dos Contos (Ouro Preto) em Minas Gerais. 
Além de proeminente artista, tornou-se W asth Rodrigues profundo 
conhecedor da História Militar do Brasil. Publicou "Fardas do Reino Unido 
e do Império", "Trajes Civis e Militares em Pernambuco, Durante o Domínio 
Holandês" e "Tropas Paulistas de Outrora". Executou os desenhos e aquarelas 
que ilustram o livro "Uniformes do Exército Brasileiro", de Gustavo Barroso. 
Tornou-se perito em mobiliário e heráldica. Foi quem desenhou o es-
cudo da Universidade de São Paulo, que figura numa das primeiras páginas, 
em tbdas as nossas publicações. Foi conselheiro do Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional. 
José de Barros Martins menciona o valiosíssimo álbwn dos Uniformes 
do Exército Brasileiro 1730-1922, publicado pelo Ministério da Guerra no 
Centenário de nossa Independência, impresso por A. Ferroud em Paris ... ". 
Trata-se do já mencionado livro de Gustavo Barroso, com ilustrações de Wasth 
Rodrigues. 
Segundo o editor Martins,ficou inédito, o "Dicionário Histórico Militar 
Ilustrado'', o qual, "além das informações históricas de caráter geral" com-
preende "a História das Forças Armadas do Brasil". 
A Editora da Universidade de São Paulo, participou , como de início 
dissemos, da edição feita pela Livraria Martins Editora, em 1975 , desta obra. 
Esta editora, fez , logo após, nova edição (1975). Esgotadas ambas, houve 
por bem a Editora da Universidade de São Paulo, participar desta nova edição 
do "Documentário Arquitetônico", de Wasth Rodrigues, em convênio com a 
Editora Itatiaia, de Belo Horizonte. 
Sai este livro agora, 'como o primeiro trtulo da Nova Série da Coleção 
Reconquista do Brasil . Resolveu a Editora Itatiaia iniciar esta Nova Série com 
formato menor , mais econômico. O formato anterior , maior, se.rá mantido 
em certos títulos que por sua natureza o exijam . Com eles a numeração an-
terior prosseguirá; com o novo formato inicia-se outra numeração . 
Estamos certos de que ao iniciarem a Nova Série as editoras que tanto 
êxito obtiveram com a série anterior, da Coleção Reconquista do Brasil, pres-
tarcl'o ao público interessado em assuntos brasileiros, o mesmo excelente ser-
viço. Escolhendo , para primeiro número desta Nova Série, o "Documentário 
Arquitetônico" de Wasth Rodrigues, quiseram indicar a mesma excelência 
de qualidade histórica, artística, documental , dos volumes da sépe anterior. 
Cumprimentamos o público leitor , o maior beneficiário de mais esta 
iniciativa da Editora da Universidade de São Paulo e da Editora Itatiaia, de 
Belo Horizonte . 
São Paulo , novembro de 1979 
Mário Guimarães Ferri 
A coleção de desenhos, que ora publicamos, é resultante de apontamentos 
feitos, uns do natural, outros de fotografias, e reunidos em muitos anos de 
estudos e de viagens sucessivas pelo Brasil. 
Trabalhos para uma publicação semelhante foram colecionados a seguir às 
primeiras viagens que fizemos a lguape e a Minas Gerais em 1918, a conselho. 
de Otto Weiszflog, seu orientador inicial, a cuja memória prestam(/S aqui 
no~sa homenagem. Circunstâncias, porém, alheias à nossa vontade, impedjram 
que tal publicação se realizasse. 
Fosse feita há alguns anos atrás a sua divulgação, teria a presente coleção, 
com certeza, servido para corrigir num melhor sentido o neo colonial, 
fornecendo sugestões e detalhes autênticos, no que seria útil, ou então, - o 
mais provável - teria contribuído para agravar o seu aspecto já viciado, -
salvo em raras exceções - pelo predomínio de uma fantasia de mau gosto e 
pelos. enxertos do ''Mexicano" e do ''Missões", pois, uma obra nacional, para 
ser inteiramente útil a essa finalidade, deveria ter aparecido há mais de vinte 
anos, no momento do surto sentimental pela casa brasileira antiga, momento 
em que outros países americanos inic,i.aram publicações regionalistas sob o 
mesmo influxo. 
Esmorecida hoje a exaltação pelo neo colonial, esta obra despertará, por 
certo, interesse bem mais elevado que o de simples portadora de sugestões 
para cópias (sem que tal hipótese seja desprez ível), pois que agora, com muito 
mais serenidade e elevação, nos interessamos por todo e .qualquer assunto 
brasileiro. 
Não se espere encontrar aqui esplendores de ornatos, requintados detalhes 
barrocos, nem a graça elegante do rococó. Não saíram das igrejas estas 
1 
·manifestações de alto valor artístico no Brasil. Os pisos de mármore de várias 
·cores em desenhos caprichosos; os te-to$ em caixotões pesados de entalhes e 
com pinturas, ficaram nas s~cristias; as portas em jacarandá finamente 
entalhadas à D. José, não foram feitas para residêndas ... 
Veremos, sim, elementos primários e fundamentais de nossas casas nJ.sticas, 
e dados constrntivos das nossas residências, sólidas ou pesadas, de 1600, ou 
das casas mais leves, já no século !CVIIL E, mesmo quando elas se atribuem 
um pouco de enfeites, ou capricham num detalhe, um florão, um capitel ou 
um portal vistoso, não passam eles de modestos devaneios, comparados à 
riqueza do templo que lhes fica próximo ou da própria capela tutelar, no seu 
interior. 
No Brasil, a igreja tem sido o terreno ou o tema, quase exclusivo, para as 
pesquisas arquitetônicas e suas modalidades ornamentais. 
Atraídos pela sua estrntura e pelo fausto interior negligenciamos o estudo 
da constrnção civil. Detemo-nos em torno da arte religiosa (que jamais será 
bastante estudada), ficamos absortos no seu esplendor e no .teor elevado de 
suas soluções. Vamos, portanto, tentar uma contribuição que será o inicio de 
futuras pesquisas, mais atentas, da nossa casa residencial, durante o período 
colonial e, mesmo, no século XIX. 
Fenômenos ressaltam logo à primeira vista: a unidade de formas e de 
princípios através de todo o território, conservando como que uma fisionomia 
única através do tempo; a simplicidade de linhas enquadradas num bom senso 
e honestidade impressionantes; a pobreza de seus recursos decorativos. 
_Feita à semelhança da casa portuguesa, simples, esquemática, adquiriu logo 
seus característicos próprios, por muitas causás: o material, o clima, as raças e 
a condição política. Por outras razões, dá-se novo fenômeno que muito lhe 
prejudica a arquitetura: ausência de edifícios ricos, civis ou governamentais. 
Faltou entre nós o palácio, a casa apalaçada e, mesmo, o solar ou quinta com 
estrutura e requinte arquitetônicos. Daí, certa pobreza de aspecto, à falta de 
exemplos e de estímulo, pois é evidente que as igrejas não influíram nesse 
sentido em nossas casas. 
Do primeiro século da colonização, nada resta; do século XVII, sem 
constar os,templos, ainda e5cistem algumas casas, e em bom número, na Bahia. 
Das constrnção antiga, é portanto abundante o século XVIII. 
Encontram-se casas interessantes nas velhas cidades de Minas, sobretudo em 
OI.Iro Preto, Mariana, Sabará e Diamantina. Do Rio para o sul, pouco há; para 
2 
o norte, na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão e no Pará, conservam-se 
ex~mplares do mais alto interesse. São amostras das diversas maneiras de se 
construir antigamente: pedra e cal; taipa; adobe e barro-de-mão (também 
chamado pau-a-pique). A mais comum em São Paulo e Minas é esta última, 
aliás, o processo usado ainda hoje nas casas da roça. Por vezes, nota-se em 
construções coloniais a presença do tijolo, de mistura com outros materiais. 
Comumente a casa antigá tem um pátio e, às vezes, mais de um. Em casas 
de engenho ou em casas de rurais, deparamos com belos terraços em colunata, 
varandas envidraçadas ou alpendres cobertos. A planta varia em infinidade de 
tipos, como é natural, segundo o tamanho e a situação da casa. 
Entre as residências mais interessantes do Brasil de~tacam-se a "Casa dos 
Contos'', em Ouro Preto; a "Residência", no Pará e o "Paço do Saldanha", na 
Bahia, onde, também, são dignas de nota diversas casas de engenho. De 
prédios admmistrativos podemos citar: o Paço da Çidade, no Rio de Janeiro, 
hoje Correios e Telégrafos; o Palácio dos Governadores, em Ouro Preto, hoje 
Escola de Minas; a antiga Câmara Municipal, na mesma cidade, hoje Museu da 
Inconfidência e o Aljube de Mariana. 
Como elementos construtivos ou decorativos, são característicos o beiral 
sobre cornija de perfil regional, os cachorros recortados e o algeroz; os 
cunhais de pedra, de alvenaria ou de madeira; as janelas retangulares 
guarnecidas de pedra, no norte do Brasil, sobretudo em casas seiscentistas da 
Bahia. Ombreiras de madeira, com verga arqueada e rematada de moldura, são 
comuns, em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas. Na Bahia, nos fins do século 
XVIII, criou-se um estilo peculiar para a ornamentação das janelas. Ê 
composto de uma tarja larga, contornada de um ressalto que se une em curvas 
ao alto sob uma moldura curta; é quase sempre acompanhado de flores, 
ramagens ou de motivos barrocos; o peitoril é formado por uma moldura 
horizontalsustida por dois remates. 
No Pará, formou-se para os vãos, do mesmo modo, uma ornamentação 
muito elegante e distinta. Janelas guarnecidas de folhas de rótulas, ou com 
balcões do mesmo sistema, foram de grande uso por todo o Brasil, sendo o 
muxarabiê muito usado em São Paulo e Minas, assim como os balcões de paus 
torneados. 
O ferro forjado mais antigo é simples. Apresenta-se em varões verticais 
guarnecidos de· arruelas à moda portuguesa, como se encontra em balcões de 
casas velhas da Bahia e no edifício dos Correios e Telégrafos do Rio de 
Janeiro. Vem em seguida a grade com desenho barroco. e, logo depois, a 
composição com ornatos repetidos, que se estendeu até os fins do século XIX 
3 
A janela com postigo simples, ou simplesmente com o escuro, foi sendo 
aos poucos substituída por caixilhos eom vidro. A principio eram os vidros 
postos em pequenos caixilhos sobre os postigos (como se vê ainda em Minas), 
depois, tomaram a janela inteira. 
O azulejo teve grande aplicação entre nós, formando lambri.s em vestíbulos 
e em corredores de entrada. Os mais antigos têm ornatos repetidos formando 
tapete, ou figurinhas isoladas; os mais modernos, do ieculo XVIII, trazem 
cenas e quadros em grandes painéis contornados de ornamento ban-oco. No 
século passado foi grande moda forrar-se com azulejos a fachada de prédios, e 
muitas casas ainda existem com essa ornamentação. 
Por toda a extensão do Brasil os elementos arquitetônicos se distribuem 
com relativa igualdade; é de notar, contudo, certo regionalismo inevitável e, 
mesmo, certas peculiaridades locais, conseqüências naturais das condições do 
material de construção, da prosperidade, situação favorável ou de outras 
razões. 
J.W.R. 
4 
DOCUMENTÁRIO ARQUITETÔNICO 
Relativo à Antiga 
Construção Civil No Brasil 
ESTAMPA 1 - SÃO PAULO. Casas antigas. 
a, Casa antiga do século XVIII ou mesmo anterior, na cidade de Parnalba. 
Apesar da sua rusticidade é ela interessante pela originalidade de seus balcões. 
Note-se as janelas do sobrado com as vergas junto à viga do teto e aba do 
beiral, o que era bastante comum naqueles tempos em sobrados modestos 
(estas janelas estão ampliadas em estampa seguinte). 
A documentação fotográfica da cidade de São Paulo, nos meados do século 
passado é muito limita.da; O primeiro fotógrafo a se ocupar do assunto parece 
ter sido Militão, que nos deixou uma valiosa coleção de ótimas fotografias 
iniciadas em 1862, coleção que nos dá uma idéia perfeita da cidade naqueles 
tempos, informando-nos sobre preciosos detalhes arquitetônicos. Outros 
fotógrafos interessaram-se também em documentar a cidade em épocas 
posteriores, mostrando-nos assim a sua lenta transformação no século XIX. 
De paciente análise das fotografias de Militão conseguimos selecionar e 
reproduzir algumas casas típicas e detalhes dignos :de destaque; assim: b, dois 
sobradinhos com as janelas superiores tocando no beiral, guarnecidas de 
rótulas aplicadas e com as folhas moventes de baixo para cima, à m0da 
mourisca, sendo que uma das casas tem rótulas e vidros na janela inferior; 
solução muito comum antigamente. Ficavam estas casas na Rua do Ouvidor, 
hoje José Bonifácio, na altura do atual n.o 278. ç , d, e, três sobrados com 
muxarabiês na Rua do Rosário, depois da Imperatriz e hoje 15 de Novembro. 
Ficavarn mais ou menos: o primeiro (e) onde está hoje o n.o 148; o segundo 
(d) onde está o n.º 245 e o terceiro (e) corresponde o local do n.o 250. 
O muxarabiê , proteção de rótulas sobreposta e apoiada ao balcão, também 
de rótulas, deve ter sido muito comum em São Paulo, devendo mesmo ser 
considerado um elemento característico desta cidade. Existiram também 
exemplares em cidades mineiras (e ainda existe um). Em São Paulo havia, 
além destes, dois outros na Rua do Cotovele, hoje da Quitanda, num prédio 
que fazia esquina com a Rua do Comércio, hoje Álvares Penteado; de outros, 
não se têm notícias nem documento fotográfico. 
Em seguida, um sobrado e duas casas térreas com rótulas. As ·casas térreas 
(f, h) ficavam na Rua das Flores, tendo uma, janela com rótulas sobrepostas 
ou aplicadas, do tipo já descrito, e a outra, com meia rótula e vidro. O 
sobrado (g) existia no Largo da Sé, pegado à Igreja de São Pedro (hoje, prédio 
Rolim) e foi demolido para alargamento da Rua da Fundição. Suas rótulas 
7 
foram substituídas por sacadas de ferro depois de 1874, e nele esteve a antiga 
padaria Francesa por muitos anos. 
Inúmeras casas naqueles tempos tinham balcões de rótula: na Rua Direita, 
nas antigas Ruas do Comércio, do Imperador, do Rosário, das Casinhas e 
diversas no Largo da Sé. As "rótulas e postigos, cancelas, portas e janelas de 
abrir para fora" foram definitivamente arrancadas por ordem da Câmara 
Municipal em 1874, tendo havido por isso debate pela imprensa; a que era 
favorável, aconselhou a que se adotassem as esteiras da China, usadas em 
Santos e Rio de Janeiro, conta Antônio Egídio Martins, no segundo volume 
do seu São Paulo Antigo. Por esteiras da China entende-se toldos de fasquias 
ou lâminas estreitas, hoje de uso corrente em prédios de apartamentos. 
8 
ESTAMPA 2 - SÃO PAULO. Diversos modelos de sobrados urbanos de São 
Paulo, dos meados do século passado, aliás, de tipos que, com pequenas 
variantes, foram comuns em todo o Brasil. 
a, Padrão de sobrado singelo , do qual existiram diversos na Rua Florêncio de 
Abreu (na altura do atual n.o 160). b, Sobrado senhorial da Rua Direita, com 
sacada de ferro abraçando todas as janelas e com esteios para luminárias; e, 
Sobrado com o· último andar em forma de água-furtada; existiu na Ruá do 
Rosário, depois da Imperatriz e hoje 15 de Novembro, esquina da atual Rua 
da Quitanda. d, Sobrado de dois andares (tipo, então, raro em São Paulo), 
ficava no Largo da Sé em frente à antiga Catedral. e, Sobrado que existiu no 
começo da Rua Florêncio de Abreu (n. o 123), tendo o telhado com quatro 
águas e quatro águas-furtadas dispostas em cruz. 
10 
~iioPc}ulo 
.1111 
ESTAMPA 3 - SÃO PAULO. Chafariz do Piques . 
. Ficava este cafariz na ponta inferior do jardim hoje existente em torno do 
obelisco. Conserva-se o obelisco até hoje no mesmo local em que foi 
levantado, tendo sido feitas, as atuais obras de embelezamento, pelo 
engenheiro Vitor Dubugras. O obelisco foi construído em 1814 pelo 
engenheiro marechal Daniel Pedro Muller, à memória do governo provisório 
da Capitania de São Paulo, substituído naquele ano pelo Conde da Palma. O 
lugar passou a ser chamado Largo da Memória. 
12 
S&o'J)e.ulo 
-------
-~-- ~--
;__cai - -
J,W.R. 
ESTAMPA 4 - SÃO PAULO. Chafan·z da Misericórdia. 
Este chafariz foi construído no ano de 1793, quando governava a 
Capitania de São Paulo o General Bernardo José de Lorena, informa Antônio 
Egídio Martins, em su·a obra já citada, relatando que uma antiga fami1ia 
paulista residente naquela época, no Largo da Misericórdia, bastante 
contrariada com as cenas desagradáveis que era de costume processar-se no 
local do aludido chafariz, entre os carregadores de água, na sua maioria 
escravos, mudou-se dali para a Rua Tabatingüera. Em 1857, não podendo o 
chafariz ser suprido . de água, esteve para ser demolido por ordem do governo 
provincial, o que não se realizou devido aos protestos de alguns vereadores da 
Câmara Municipal. Em 1886, foi o chafariz desmontado e removido para o 
Largo de Santa Cecfüa. Finalmente em 1903, foi definitivamente 
desmanchado e removido para o Almoxarifado Municipal por ordem do então 
Prefeito Dr. Antônio da Silva Prado. A recomposição apresentada na estampa 
é feita com o auxílio de uma única fotografia existente do chafariz, no seu 
primitivo local. 
14 
São Pa ulo Chafariz da Miser icórdia 
ESTAMPA 5 - SÃO PAULO 
a, b, e, Janelas da casa antiga de Parnaíba que figura na Estampa 1. a, Caixãode rótulas formando balcão e afixado à janela. Trata-se de um exemplar já 
bastante estudado e divulgado, pois é notável pela sua originalidade e 
ornamentação. b, Uma das janelas 1,;om balcão curvilíneo guarnecido de 
tábuas estreitas, recortadas. Não tem rótulas, mas apenas o escuro primitivo , 
isto é, tem como proteção internamente uma ou duas portas singelas, de 
tábuas. e, Janela térrea com restos de uma guarnição sobreposta, de rótulas. d, 
Janela térrea de uma outra casa antiga de Parnaíba, com sua guarnição no 
alinhamento das ombreiras. e, f; Janela com balcão de rótulas e uma porta, 
. ambos, de um sobrado na mesma cidade; note-se na bandeira da porta (t) a 
ornamentação .pretendendo reproduzir um olho humano. g, Janela guarnecida 
de um caixão bem saliente e com rótulas, tendo lateralmente , recortada, uma · 
cruz - detalhe que se encontra ainda hoje em Minas Gerais. h, Casa com 
sacada guarnecida de dois muxarabiês; estes dois exemplos· são reproduções de 
um desenho de H. Florence, feito em Santos no século passado. Avulso: 
Balaústre de uma sacada, ~m tábua recortada e vazada de Parnaíba. 
16 
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ESTAMPA 6 
antigo. 
SÃO PAULO. Janelas, rótulas e muxarabiês de São Paulo 
a, Janela primária de casa antiga e de casa pobre ou rústica, como se encontra 
ainda hoje no interior do Brasil, tendo como única proteção o escuro. Sobre 
este tipo de janela aplicava-se antigamente o caixão de rótulas ou,' 
simplesmente, um caixilho com folhas de rótulas que tinha, às vezes, bandeira 
com torneados ou vazados. b, Tipo de janela muito comum antigamente em 
São Paulo, Rio e Minas: vidros em caixilho fixo pela parte superior e duas 
folhas de rótula em baixo. c, "Janela de vidraça" com balcão de rótulas do 
antigo Palácio do Bispo, hoje demolido; casa que existiu na Rua do Carmo em 
frente à ladeira do mesmo nome. d, e, Janelas da casa c, da Estampa 1. Na 
janela d, vêem-se as folhas da porta e os postigos almofadados; é um belo 
modelo da janela em uso antes da divulgação do vidro. Na e, apresenta-se o 
balcão com o muxarabiê sobreposto. Note-se as suas folhas presas pela parte 
superior à maneira árabe. f, Um dos muxarabiês que existiram no sobrado da 
esquina da Rua do Cotovelo com a do Comércio (Quitanda, esquina Álvares 
Penteado). É interessante constatar que , sendo esta peça postiça, é menor que 
a janela, pois não chega a cobri-la inteiramente. 
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ESTAMPA 7 - SÃO PAULO. Janelas de São Paulo antigo. 
a, e, Janelas provavelmente já do século XIX. b, Modelo de janela muito 
abundante em São Paulo de outrora (e Minas), provavelmente do século 
XVIII (Largo da Sé, esquina de Venceslau Braz; Rua de São Bento, esquina 
José Bonifácio, etc .). d, Janela com cornija mista: antigo Hotel de França, 
Rua Direita, esquina de São Bento. e, f, Tipos de janelas de Itu e Sorocaba.g, 
Bandeira de uma janela que existiu na Ladeira Dr. Falcão ; e outros tipos 
vulgares em São Paulo de outrora. 
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ESTAMPA 8 - SÃO PAULO. 
a, a, b, b, Beirais vistos de face e de perfil, com cachorros recortados e 
lavrados em volutas, intercalados de losangos, no listel. a , a, No sobrado que 
existiu na Rua Direita, esquina do Largo da Sé (onde foi a Casa Baruel). b, b, 
Em um sobrado da antiga Rua do Quartel (hoje, Rua 11 de Agosto). e, Beiral 
de algeroz, formado de diversas ordens de telhas invertidas (ou fingidas) ; 
muito comum no litoral de São Paulo e no norte do Brasil. f, Ornato com a 
data , 1814, no ângulo da casa que existiu no Largo Antônio Prado, esquina da 
Avenida São João (onde foi o Café Brandão, hoje prédio Martinelli) . Diversos 
detalhes de fotografias antigas. e, d, Beirais típicos de São Paulo antigo. 
22 
São P<>ul o 8 
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ESTAMPA 9 - SÃO PAULO. Bandeiras de janelas e bases de sacadas. 
a, a, a, Três bandeiras em arco, de janelas da cidade de Santos. b, Bandeira das 
janelas de uma casa ainda existente na Rua José Bonifácio (n.o 154). e, Idem 
da antiga Escola Politécnica; casa que foi do Marquês de Três Rios, na 
Avenida Tiradentes. d, Idem, da casa que ex istiu na esquina do Largo d-o 
Ouvidor com José Bonifácio . e, Idem, de um sobrado do Largo do Rosário 
(Pr. Antônio Prado), esquina da Rua Direita. As bandeiras restantes são de 
modelos comuns em outros tempos. Diversos exemplares de bases de sacadas 
em madeira, típicas de São Paulo. Tudo provavelmente do século XIX. 
24 
S6o Pou lo 9 
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ESTAMPA 10- SÃO PAULO. Um aspecto do antigo Largo da Sé. 
Vê-se a velha igreja da Sé cuja demolição foi .iniciada em fins de 1911, para 
aumento do Largo; ao fundo , o local onde está hoje a Caixa Econômica 
Federal; à esquerda, o sobrado da esquina da Rua do Rosário (15 de 
Novembro), onde foi fundada a Livraria Garreaux em 1860; à direita, o 
sobrado de esqu.ina pertencente a Francisco Nicolau Baruel, tendo loja de 
fazendas o comerciante Manuel Joaquim da Costa e Silva, .informa Antônio 
Egídio Mart.ins. 
26 
ESTAMPA 11 - OURO PRETO. Vista da cidade tomada do caminho da 
estação, no morro da Forca. 
Vê-se no primeiro plano os fundos, das casas da Ladeira do Pilar; ao alto, 
casas da: Rua São José e as Igrejas de São Francisco de Paula e São José; ao 
longe a Igreja do Rosário e, à esquerda, as traseiras da igreja do Pifar. 
28 
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ESTAMPA 12 - OURO PRETO. Antigo Palácio dos Governadores. 
Chamado outrora Palácio "Novo'', pois, primitivamente, os Governadores 
moravam em Mariana e, quando iam a Ouro Preto, ocupavam uma casa que 
ex istiu no bairro de Antônio Dias; é hoje a escola de Minas. Foi construída 
por ordem de Gomes Freire de Andrade sob traçado do engenheiro sargento 
mor José Fernandes Pinto de Alpoim. A sua construção foi arrematada em 
hasta pública por Manuel Francisco Lisboa, pai de Antônio Francisco Lisboa, 
o "Aleijadinho". Sólida construção assobradada com cunhais e vãos em 
cantaria do Itacolomi, num terreno em declive e dominante, formando na 
frente terraço e rampa de acesso reforçados por sólidos paredões em talude, e 
tendo, nos quatro ângulos, baluartes com guaritas, cordão e parapeito; mais 
duas guaritas guarnecem o terraço. Serviu também de residência aos 
Presidentes da Província e do Estado até 1908, quando o governo se passou 
para a nova capital : Belo Horizonte. Tinha internamente calabouços, saguão e 
outros complementos militares. 
O primeiro desenho mostra seu. primitivo aspecto, tendo apenas o 
quadrilátero central cercado pelas muralhas e baluartes. No segundo, vemos o 
seu estado atual, com os corpos e a capela construídos sobre os terraços dos 
baluartes, conservando-se as guaritas, o que foi feito ainda em tempos da 
Colônia. 
30 
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Aspecto atuaL(Escoll>.cÍ.eMin11.s}-_:: -- ' · J~.R-
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ESTAMPA 13 - OURO PRETO. Planta do antigo Palácio dos Governadores. 
Vêem-se os baluartes cobertos por construções e as novas dependências 
construídas à sua esquerda e nos fundos para uso da Escola de l\ilinas. 
32 
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ESTAMPA 14 -OURO PRETO. 
Reconstituição do antigo aspecto do pátio do Palácio dos Governadores, 
sem a galeria de madeira, coberta, que atualmente o contorna na altura do 
sobrado e que facilita a circulação e o acesso às diversas salas. 
34 
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ESTAMPA 15 - OURO PRETO. Chafariz da Escola de Minas. 
Um dos dois velhos chafarizes de pedra existentes no pátio do antigo 
Palácio dos Governadores, conforme se pode ver na estampa ant.erior. 
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ESTAMPA 16 - OURO PRETO. Portal do Palácio dos Governadores. 
Portal em estilo toscano, amplo e de desenho simples e elegante, no gênero 
dos portais das casas fortes e fortalezas. Sua cornij"a, que sustenta a janela, se 
apóia sobre o cordão da muralha. Na janela destacam-se o cai.Xilho sóbrio e 
moderno para a época, e a sacada de ferro à moda portuguesa. Seu desenho é 
do autor do PaláCio, o sargento mor José Fernandes Pinto de Alpoim, e sua 
execução foi arrematada em 1742 por Caetano Silva, o Ruivo, informa o Guia 
de Ouro Preto. 
38 
Ouro Preto 16 
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ESTAMPA 17 - OURO PRETO. Capela do Palácio dos Governadores. 
Construída no terraço do baluarte direito, tendo sido conservada a guarita 
e a bela escadaria sobre arco aviajado, apoiado sobre o paredão em talude . 
40 
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ESTAMPA 18 - OURO PRETO. Uma das janelas de uma antiga casa da Rua 
São José junto ao Largo da Alegria. 
Janela com balcão de paus torneados , em duas ordens, a de cima menor, e 
forrado internamente por uma armação guarnecida de rótulas . As folhas da 
porta têm almofadas e postigos ; estes, guarnecidos pelo lado ex terno por 
.caixilhos sobrepostos e com vidros. Projeção, cortes , perfil e detalhes . Os 
detalhes estão representados no dobro do tamanho, em relação à escala 
adotada. Este tipo de janela do século XVIII é ainda comum em Minas Gerais. 
42 
Ouro Preto 18 
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ESTAMPA 19 - MINAS GERAIS. Diversas janelas antigas guarnecidas de 
rótulas, vulgares em Minas Gerais. 
a, Janela de vidraça e rótulas. b, idem, toda fechada de rótulas com 
caixilho sobrepostos à ombreira; e, idem com o caixão saliente pregado à 
janela, com bandeira de torneados e as folhas abrindo de baixo para cima: 
Ouro Preto. d, Em caixilho sobreposto, rótulas, ornatos recortados. e, janela 
de guilhotina tendo nos caixilhos finas tiras de madeira, cruzadas, à guisa de 
rótulas, em lugar de vidros. f, Caixão com rótulas e torneados: de frente e de 
perfil: Santa Rita Durão. g, Janela de vidraça e folhas de rótula em Ouro 
Preto. h, Belo exemplar de janela com torneados na bandeira e folhas de 
rótulas em Diamantina. i, Idem, idem, em Santa Rita Durão, com ornatos em 
tábuas recortadas. 
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Minas Gera Is 
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ESTAMPA 20 - MINAS GERAIS. Diversas janelas antigas em vazados e 
rendados. 
a, Caixilho fixo de uma janela com ornatos recortados em desenho de 
influência chlnesa; região de Ouro Preto-. Parte desta janela encontra-se no 
Museu Histórico Nacional. b, Bandeira de janela em tábua com ornatos 
vazados: Congonhas do Campo. e, Caixilho fixo de uma janela com ornatos 
vazados na parte superior e com rótulas ria restante: Ouro Preto_ d, Janela de 
caixilhos recortad9s e vazados, o caixilho superior é fixo, o inferior é móvel 
sobre um eixo horizontal. O caixilho superior , com desenho formado por 
volutas , e o inferior, com rendados em disposição simétrica. Existiam três 
destas janelas em uma velha casa da Rua Cláudio Manuel , ex-do Ouvidor , 
Ouro Preto. e, Bandeira de uma janela com desenho recortado e vazado em 
estilo chinês. Tinham todas estas janelas a mesma finalidade da rótula, antes 
da divulgação do vidro : deixar entrar o ar e alguma luz , permitindo a visão 
pelo lado interno e tolhendo olhares da parte de fora. 
46 
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ESTAMPA 21 - OURO PRETO. Diversas casas antigas. 
a, Grande sobrado existente ao lado da matriz. É notável também o portão 
da horta, que se vê no desenho. b, Três velhos sobrados na Rua da Glória, 
com varandas cobertas, sendo uma delas envidraçada. Estes tipos de varandas 
foram usados em Minas Gerais, e rara é a cidade antiga que não tenha ainda 
um ou mais exemplares. e, Casa de madeira, - interessante , apesar de rustica 
- que existiu junto à ponte da Barra. d, Casa antiga com varanda envidraçada, 
existente para os lados da Barra. e, Casa antiga, Rua da Glória. 
48 
ESTAMPA 22 - OURO PRETO. Diversas casas antigas. 
a, Fundo de casa com um puxado avançado, sustentado por braços de 
madeiras; gênero de construção comum em Ouro Preto e em outras cidades 
mineiras. b, Fundos de uma casa no beco da Lapa. c, Lateral e fundos de uma 
grande casa em Antônio Dias. d, Casas antigas perto da Igreja de S. Francisco 
de Assis . e, Casa antiga perto das Mercês de cima. f, Velhos muros no fundo 
de Ouro Preto. 
50 
ESTAMPA 23 - OURO PRETO. Chafariz do Largo de Dirceu. 
Também chamado chafariz de Marília, por ficar perto da casa onde morou 
Maria Joaquina Dorotéia de Seixas (Marília, a noiva do poeta e inconfidente 
Tomás Antônio Gonzaga, o mavioso Dirceu). Teve sua execução arrematada 
pelo construtor Manuel Francisco Lisboa, em 1758, segundo informa Judite 
Martins no vol. IV da revista do Sphan. Não será de desprezar a hipótese de 
que Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, filho do construtor, tenha 
trabalhado nos ornatos em pedra-sabão que o guarnecem. Chafariz dos mais 
imponentes e bem compostos do Brasil, tendo o corpo central amparado por 
pilastras com volutas laterais bem desenvolvidas, destaca-se de um paredão, no 
qual duas falsas janelas/ enchem os vazios e que tinham, antigamente, os 
caixilhos e pinásios pintados, em fingimento, tão ao .sabor dos ingênuos 
trompe-l'oeils do renascimento. Conchas, folhagens em volutas, extensas 
palmas deitadas e ornatos diversos rematam-no. Quatro carrancas com as bicas 
e uma esplêndida bacia o guarnecem. 
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ESTAMPA 24 - OURO PRETO. Chafariz da rua Bernardo de Vasconcelos. 
Chafariz com a data 17 52, é também chamado do Passo de Antônio Dias, e 
traz a inscrição: "GENS QVANTA BIBAT TOT IN ANNOS CV REGNOS 
AQVA SVPPEDITVR". Em 1936, foi nele restabelecido o fornecimento de 
água pela Inspetoria de Monumentos Nacionais. 
54 
ESTAMPA 25 - Grades e suportes de luminária. 
a, Grade de sacada em ferro forjado, de tipo original, enfeitada com pinhas 
de cristal, que existiu em São Paulo, no antigo sobrado da Rua Direita, 
esquina do Largo da Sé (Baruel). b, Grade de uma velha casa da Rua de Santa 
Tereza, São Paulo. c, Suporte de ferro, em sacada, para iluminação; 
Diamantina. d, e, f, Idem, idem, de at1tigas casas de São Paulo (apontamentos 
extraídos da coleção de fotografias da Prefeitura Municipal de São Paulo). g, 
Canto de casa mostrando a disposição dos suportes nos balcões. 
Este ornato, conseqüente do nosso antigo uso de iluminar as fachadas das 
casas· em noites de _festa ou de procissão, tornou-se característico em muitas 
das nossas cidades, no século XIX, principalmente na Corte e nas províncias 
do Rio, Minas e São Paulo. 
Começando naturalmente em simples ganchos nos batentes para 
dependurar lanternas com velas ou tijelas com azeite, tomou no século XIX 
grande desenvoltura,. tornando-se um .adorno nas fachadas das casas urbanas. 
Compunha-se no geral de uma haste vertical, ornamentada, que , partindo da 
beirada sacada, se firmava na parede, ao alto, por meio de um ferro curvo 
horizontalmente posto. Existiu uma variedade enorme de modelos, como se 
pode ver em Minas Gerais, onde há ainda grande quantidade. 
56 
ESTAMPA 26 - OURO PRETO. Grades, anteporta e suportes de luminária. 
a, Grade de sacada em ferro, de desenho original; Rua Paraná. b, Grade de 
modelo também fora do comum. e, Anteporta. Peça de uso vulgar no Rio e 
em Minas; damos este exemplar pelo ornato circular e os leques que a 
guarnecem e são elementos comuns também em móveis de 1820 a 1830. d, 
Suporte de luminária da Câmara Municipal. e, Mais oito modelos diversos dos 
mesmos suportes, tudo em Ouro Preto e do século XIX. 
58 
ESTAMPA 27 - Grades vulgares de janela, séculos XVIII e XIX. 
a, b, Grades da matriz de Ouro Preto. e, Idem da antiga catedral de São 
Paulo. d, Grade do antigo Asilo de Mendicidade da mesma cidade. e, Idem de 
uma casa de São Paulo antigo. b, d, Provavelmente do século XVIII. 
60 
ESTAMPA 28 - OURO PRETO. Diversas janelas de vidraça. 
a, b, Janelas com pinásios em desenhos que indicam o primeiro quartel do 
século XIX. c, Janela com vidros em disposição clássica. Diversas janelas de 
guilhotina em Ouro Preto, sendo, d, em Mariana. 
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ESTAMPA 29 - OURO PRETO. Diversas bandeiras de janela. 
Ouro Preto é uma cidade muito rica em bandeiras de janelas com desenhos 
variados, caprichosos e originais, como se pode verificar por esta estampa e 
pelas seguiÍ1tes. 
64 
ESTAMPA 30 - OURO PRETO. Diversas bandeiras de janela. 
Dezoito exemplares cliversos de bandeiras de janela, sendo algumas de 
excepcional originalidade e beleza. É interessante, nesta cidade, o uso de 
estrelas aplicadas, enfeitando os cruzamentos dos pinásios. 
66 
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ESTAMPA 31 - OURO PRETO. Diversas bandeiras de janela. 
Janelas da época do romantismo, ou pouco posteriores. Terminadas em 
ponta ou em curvas, em algumas, nota-se visivelmente a influência do surto 
gótico da época; são comuns em Ouro Preto e em algumas outras cidades 
mineiras. 
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ESTAMPA 32 - OURO PRETO. Um aspecto colonial da Cidade. 
Trecho da Rua 'Bernardo de Vasconcelos vendo-se o nicho e o sino do 
oratório da esquina da Rua dos Paulistas. 
70 
ESTAMPA 33 - MINAS GERAIS Cornijas e guarnições de portas e janelas. 
a, Comija formada de esteira de taquara trançada, guarnecida de sarrafos e 
revestida de estuque. b, Perfil de um beiral em madeira; Ouro Preto. e, Portal 
de madeira em Santa Luzia do Rio das Velhas. d, e, Portais de pedra em Ouro 
Preto. f, fortal de madeira em Santa Luzia. g, Perfil da sanca de um teto; 
diversas molduras de janelas e portas: Ouro Preto (aliás, .comuns em outras 
cidades). 
72 
ESTAMPA 34 - OURO PRETO. Sacada e Comicas. 
Diversas comijas em madeira, todas do século XIX. a, Comija em estuque 
da casa onde residiu o Dr. Cláudio Manuel da Costa. b , comija em alvenaria 
(ou pedra) de um sobrado na Praça Tiradentes, ambos do século XVIII. c, 
Exemplar típico de uma das volumosas molduras de sacada, elemento 
característico de Ouro Preto . 
74 
ESTAMPA 35 - MINAS GERAIS. 
Diversos modelos de cornija em madeira, um dos característicos regionais 
de Ouro Preto. a, Çornija e janela de uma casa antiga de Mariana. b, Dois 
cachorros, um de Santa Luzia, outro de Mariana. e, Comija em Diamantina. d, 
Idem em Santa Luzia. 
76 
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ESTAMPA 36- DIAMANTINA. Espelhos de fechadura. 
a, Espellio e chapa de argola da antiga catedral. b, Idem, idem, de uma 
residência. e, Idem da Igreja do Bonfim. d, Do edifício dos Correios e 
Telégrafos. e, Chapa com batedor de argola de uma residência. f, g, Espelhos 
de fechaduras da sacristia da antiga catedral. 
Os espellios das fechaduras, tanto de portas como de móveis, e as aldabras 
das arcas eram sempre feitos em chapa lisa, em i-.._rro, sem sinal de martelado 
ou outro lavor (espellio de móveis são algumas vezes em latão com gravados, 
assim como existem peças fundidas em bronze ou prata), o seu contorno 
sempre chanfrado, raramente arredondado, havendo um ou outro exemplar 
com ornatos em relevo ou com o centro saliente, em bossa, sendo, porém, 
sempre um trabalho de forja e de lima. Primitivamente eram estanhados. A 
sua execução obedece a uma tradição portuguesa multissecular, pois a 
maioria, apesar do aspecto ou dos elementos barrocos conserva uma maneira 
ou solução, própria da arte de ferro; alguns exemplares indicam ainda 
vestígios góticos, outros lembram o oriente em detalhes ou na maneira árabe 
de solucionar. Do extremo oriente, a China e o Japão, que, com suas caixas de 
charão, louças e estofos, grande influência exerceram nas artes menores de 
Portugual, forneceram também modelos de ferragens que· inspiraram, por 
vezes, os artífices portugueses. 
Em Minas Gerais é abundante o espelho de fechadura lavrado, sobretudo 
em Mariana, Ouro Preto e Diamantina; alguns exemplares são notáveis pelo 
tamanho, pois atingem, com a chapa de argola, meio metro de altura. 
78 
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ESTAMPA 37 - MINAS GERAIS. Espelhos de fechadura. 
a, Espelho, com _contorno arredondado, de uma residência em Mariana (na 
ladeira que vai ao Largo do Carmo). b, Da Escola de Farmácia; Ouro Preto. e, 
f, Da casa dos Contos; Ouro Preto. d, e, De casas de residência em Mariana. g, 
De uma casa de residência em Ouro Preto. h, i, j, De casas de Mariana, sendo o 
último de uma casa no Largo do Carmo. 
80 
.1 1 1 1 1 1 
10 Ctlft. 
ESTAMPA 38 - OURO PRETO. Espelhos de fechadura. 
Diversos espelhos de fechadura , sendo alguns fora do comum, todos de 
residências antigas de Ouro Preto . Note-se o uso da cruz de Cristo, e da cruz 
singela. 
82 
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1 O cent;' 
ESTAMPA 39 - OURO PRETO. Espelhos de fechadura. 
Diversos espelhos de fechadura, destacando-se o central com seu batedor 
móvel; Ouro Preto. 
84 
ESTAMPA 40- MINAS GERAIS. Trincos e fechos de porta. 
a, Espelho, na face externa da porta. b, Corte, vendo-se a lingüeta que 
levanta .a tranqueta. e, Face interna da porta, vendo-se a tranqueta e seu 
suporte. d, e, f, Trinco simples com tranqueta e argola. g, h, i, Fecho para alto 
de porta, com tranqueta presa a um cordel e acionada por mola de aço. 
86 
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ESTAMPA 41 - Antigo Paço Municipal e Cadeia de Ouro Preto, depois Penitenciária 
e hoje Museu da Inconfidência. 
É este, sem dúvida, o mais interessante edifício de ordem administrativa, 
construído no período colonial, não só pelas suas linhas arquitetônicas, como 
pela execução e pelo material empregado. É, como diz Diogo Vasconcelos, 
"de fato uma obra monumental, que exprime já um grande progresso 
arquitetônico", pois supera o Palácio dos Governadores de Ouro-Preto, o Paço 
do Rio de Janeiro e outros edifícios antigos ainda existentes. Lembra em 
linhas gerais o Capitólio de Roma, apresentando platibanda de balaústres nas 
quatro faces do edifício e ostentando em cada ângulo uma estátua, que 
representam a Justiça, a Lei, a Temperança e a Força; na frente a torre 
tradicional com o relógio e o sino. As grades dos balcões são em estilo Luís 
XVI e, no que é original, tem, no eixo, coluna em lugar de vão, pois sua parte 
central é formada por três colunas jônicas e aberta por duas portas com as 
correspondentes pilastras coríntias e janelas, no andar superior., rematada por 
tímpano. O embasamentoem talude é formado de grandes pedras de aparelho 
regular em silharia. Os cunhais, a cornija, as guarnições das janelas, os 
balaústres, colunas, pilastras e mais elementos são também em pedra. Na 
frente, em uma escadaria monumental de dois lances se apóia um chafariz de 
duas bicas. Um pátio areja e ilumina o seu interior. No andar nobre ficavam a 
Câmara e outros serviços municipais, no inferior, as masmorras, tudo segundo 
os usos antigos. 
Sua construção teve início por volta de 1785 e foi terminada em 1869 . Até 
recentemente havia dúvidas quanto ao autor do seu traçado; porém, em 1937, 
o Sr. Augusto de Lima Júnior encontrou no Arquivo Histórico Colonial de 
Portugual, antiga secção de Marinha e Ultramar da Biblioteca Nacional de 
Lisboa, a sua planta assinada por C. Manuel Ribeiro Guimarães. Os seus 
dizeres são os seguintes, que transcrevemos do Guia de Ouro Preto: "Planta da 
nova cadeia de Vila Rica, principiada no ano 84 pelo fl. mo Ex. mo Senhor 
Luís da Cunha Meneses Gor. e Cap. General da mesma e desenhada por C 
Manuel Ribeiro Guimarães ". 
O Dr. João Pinheiro, quando Presidente do Estado, transformou-o em 
Penitenciária, .estabelecendo oficinas, dormitórios, armazéns, cozinha, etc., 
etc. 
Recentemente foi instalado nele o Museu da Inconfidência. 
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ESTAMPA 42 - Chafatiz do antigo Paço Municipal, Ouro Preto. 
Este chafariz, .apesar de não ser do período colonial e sim da primeira 
metade do século XIX, foi, contudo, executado nas linhas tradicionais dos 
chafarizes antigos. Em placa elíptica encontram-se os seguintes dizeres, que 
resumem sua história : "lnaugurado/a/2 de Dezembro de 1846/21.º 
aniversário/de/S .M.I. O Sr. Dom Pedro II/por ordem/ do/Presidente da 
Provincia/Quintiliano José da Silva". Dentro de uma acercadura formada por 
volutas com ramagens e torcidos, abastardados, duas carrancas, contornadas 
de folhas dispostas em raios, abocam os tubos d'água, cujo funcionamento foi 
restabelecido ultimamente. A água cai em bacia sustida por pesada peanha em 
curva. É coroado por um frontão com três pinhas em gomos torcidos. 
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ESTAMPA 43 - Diversas janelas de casas antigas. Minas Gerais. 
a, uma das grandes janelas de guilhotina da casa do Padre Carlos Correia de 
Toledo, chamada "Casa do Tiradentes" , em Tiradentes. b, janela de guilhotina 
com ornatos recortados nos cantos superiores; Sabará . c, janela de uma casa 
em Rio das Velhas, tendo a metade superior fixa e a inferior abrindo em duas 
foUlas. d, janela bipartida de uma casa da Rua Bernardo Guimarães ; Ouro 
Preto. e, janela com vidros minúsculos em Santa Barbara. f, g, h, três janelas 
de casas antigas de Ouro Preto. 
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ESTAMPA 44 - Ornamentos regionais; Minas Gerais. 
a, ornamentação nos vidros; uso regional, característico de Diamatina. 
Damos uma janela, numa casa antiga da Rua da Quitanda, e, de mais cinco, 
amostras avulsas reproduzidas de outras casas. Os ornatos, ramagens ou flores 
são pintados nos vidros em tinta branca por meio de molde. Uso antigo e 
espalhado por toda a cidade. b, Janela de guilhotina, com cortinas bem 
imitadas por meio de pintura branca no vidro, pela face interna; este exemplar 
existia em Santa Luzia, em 1926 . e, Ornatos feitos no reboque fresco por 
meio de moldes de ferro , no exterior de algumas casas em Ouro Preto. 
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ESTAMPA 45 - Diversas janelas witigas de caixilhos sobrepostos e de balcão. 
Minas Gerais. 
a, janela com balcão de rótulas; Ouro Preto. b, típjca janela antiga de 
Sabará com balcão de torneados . c, janelas com rótu las guarnecidas 
exteriormente por grades de torneados; Ouro Preto. d, janela com balcão de 
torneados e tábuas recortadas; Caeté. e, f, janelas com grades singelas de ferro; 
Mariana e Sabará. 
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ESTAMPA 46 - De talhes de algumas portas e de uma janela de Ouro Preto. 
a, porta de uma casa da Rua São José: D, E, cortes da guarnição em pedra 
e das almofadas. b, uma das janelas do antigo Palácio dos Governadores, hoje 
Escola de Minas . A, B, C, cortes de suas molduras , caixilhos e almofadas. e, 
porta de uma residência. F, corte da almofada mostrando o seu encaixe e 
perfil. 
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ESTAMPA 47 - Três sacadas antigas de ferro com dizeres. Ouro Preto. 
Sacadas de uma casa antiga na Praça Tiradentes, Ouro Preto. São notáveis 
pelo desenho de seus ferros; pelo monograma coroado da sacada central, e 
pelo dístico em letras de bronze repartido entre as três sacadas: "PARA 
ETERNA MEMÓRIA DO BENE/FICIO IMMORTAL TEU NOME FI/CA 
GRAVADO NESTE METAL". Este dístico representa uma homenagem ao 
último governador da capitania de Minas Gerais, D. Manuel de Portugal e 
Castro (1814 - 1822). 
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Ouro 'Preto 47 
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ESTAMPA 48 - Ferragem antiga; Minas Gerais. 
a, ferrolho da Casa dos Contos, com aldrava para a fechadura e haste para 
enganchar na verga da porta. b, chapa da dobradiça de uma porta que ab i:e 
para fora (''Passo'', Outo Preto). As chapas das dobradiças ficam sempre na 
face iÜtema da porta, aparecendo as cabeças dos pregos no lado exterior, 
salvo quando elas abrem para fora. c, d, dois modelos de dobradiças de porta. 
e, dobradiça de encaixar. 
102 
Ouro 'Preto 
ESTAMPA 49 - Livro da Imwndc:de de Nossa Senhora do Rosário. Ouro 
Preto. 
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Ouro Preto possui o primitivo 
estatuto da sua irmandade, em precioso livro manuscrito do começo do século 
XVIII, ricamente encadernado e iluminado. Damos nesta estampa a 
reprodução da capa . Na cartela central vê-se, no centro, entre nuvens, a 
imagem, de Nossa Senhora do Rosário . Todas as chapas em prata lavrada, com 
vazados e recortes, volutas, folhagens, plumas e conchas, são no mais puro 
estilo D. João V. A beleza deste livro, seu apurado gosto e originalidade, 
justificam a reprodução feita de algumas de suas ornamentações. 
104 
Ouro-Preto Livro doRosil'.rio 4.9 
ESTAMPA 50 - Livro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. Ouro 
'Preto. 
Cópia do frontispício do livro do Rosário; todo em cores e com letreiro em 
ouro e vermelho que diz: "Compromisso da bmandade, de N s .a do Rosário 
dos Pretos na sua Capela filial da Matriz de N s.a do Pilar de Va. Rica ano X 
de x 1715. Em o qual foi erecta ''. Não se conhece o autor deste trabalho. 
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IRMANDADE, D 
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DOROSARJO DOS 
DOPIL.AR 
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ESTAMPA 51 - Livro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. Ouro 
Preto. 
Reprodução de cópias de algumas letras capitulares e de duas flores que 
servem de fecho de capítulo: A, O, T e S, todas coloridas em índigo, 
vermelho, amarelo, verde, etc., com pontos em ouro e prata. 
108 
A 
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ESTAMPA 52 - Livro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. Ouro 
Preto. 
Reprodução em cores de algumas letras capitulares copiadas do livro do 
Rosário, e de algumas flores avulsas, que servem de fecho d(! capítulo. As 
letras são A, A, H, O. 
110 
A 
ESTAMPA 53 - Chafariz dos Contos. Ouro Preto. 
Este chafariz mural é , na sua classe, um dos mais belos doBrasil. A 
imponente concha com duas bicas é contornada por uma tarja guarnecida de 
molduras que em ousadas curvas se biparte em baixo, terminando 
elegantemente em volutas ; as de cima suportam a cornija; duas em baixo 
apóiam-se em pedestais e duas unidas sustentam a taça com a concha. Traz a 
.inscrição seguinte: "IS QUAE PORTATUM COLE GENS PLENO ORE 
SENATUM SECURI UT SITIS NAM FACIT ILLE SITIS" , e a data 1760. 
Fica na Rua Tiradentes próximo à Casa dos Contos. Foi restaurado em 1936 
pela Inspetoria de Monumentos Nacionais, sendo então, sob a direção do 
engenheiro Epaminondas de Macedo, restabelecido o antigo nível e 
recomposto o .tanque. 
112 
ESTAMPA 54 - Casa dos Contos. Ouro Preto. 
Foi esta notável residência mandada construir pelo contratador João 
Rodrigues de Macedo, em fins do século XVIII, para sua moradia e repartição 
dos contratos e dízimos do ouro. O seu traçado é atribuído a Antônio de 
Sousa Calheiros, arquiteto e construtor de mérito. Estava terminada em 1787; 
porém, a partir de 1803, nela passou a funcionar a Junta da Real Fazenda, 
informa o Guia de Ouro Preto. Durante o .Império foi Tesouraria da Fazenda, 
passando depois a Correio, sendo hoje Correios e Telégrafos. Possui um 
vestíbulo monumental com majestosa escadaria e, nos fundos do prédio, um 
forno para fundição de ouro, servido por ampla chaminé. São dignos de nota 
os cunhais de secção em semicírculo, as guarnições das portas e janelas, tudo 
em pedra lavrada, o pátio, o mirante e os ferros simples das sacadas. A ponte 
que se vê no primeiro plano foi restaurada com muito acerto, tendo sido 
retiradas as pesadas grades de ferro que tolhiam a vista, levantando-se o 
cruzeiro tradicional. 
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ESTAMPA 55 - Casa dos Contos. Ouro Preto. 
Portal da Casa dos Contos e sua janela correspondente, guarnecidos, com o 
todas as janelas e portas, de pedra lavrada em estilo barroco português. 
Guarnecem as sacadas grades de ferro, simples, de padrão antigo e já em 
desuso para a época. 
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ESTAMPA 56 - Casa dos Contos. Ouro Preto. 
O espaçoso vestibulo da Casa dos Contos, com sua escadaria monumental, 
é sem dúvida o mais imponente dos existentes, em construções antigas no 
Brasil. O grande banco colonial que existia à esquerda é igual a outros que 
estavam no patamar ,çlb . andar superior, um dos quais se acha no Museu 
Histórico Brasileiro. A porta do fundo dá para o pátio e quintal. 
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ESTAMPA 57 - Casa dos Contos. Ouro Preto. 
Detalhes do vestíbulo · da Casa dos Contos. a, parapeito da escadaria 
vendo-se o pedestal cilíndrico rematado por wn florão com uma pinha, e o 
remate da parte superior do corrimão. b, planta do início da escada. e, grade 
vazada e entalhada que guarnece a caixa da escada, no andar superior. d, uma 
das portas que dão para o vestíbulo. 
120 
ESTAMPA 58 - Casa dos Contos. Ouro Preto. 
Pátio da Casa dos Contos. Interessante pela sua estrutura sólida e pitoresca; 
ao fundo, à esquerda, fica a dependência onde se fundia o ouro da mineração. 
122 
ESTAMPA 59 - Jardim antigo. Ow-o Preto. 
Vista do jardim antigo pertencente a uma velha residência, existente ao 
lado da Casa dás Contos. Este pequeno e gracioso jardim é, provavelmente, 
exemplar único no Brasil, conservando ainda característicos do século XVIII, 
num gênero de construção tão frágil e tão sujeito a modificações. 
124 
ESTAMPA 60 - Jardim antigo. Ouro Preto. 
Planta do jardim antigo existente ao lado da Casa dos Contos. A, Planta e 
corte do tanque, tendo no centro o repuxo sobre pedestal oitavado. 
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ESTAMPA 61 - Ouro Preto. Casa dos Contos. 
a, Planta do rés-do-chão da Casa dos Contos, hoje Correios e Telégrafos. As 
paredes principais são de 1,10 e 1,00 de espessura; no último cômodo, dando 
para o quintal, está a antiga lareira da fundição do ouro. O antigo pátio era 
contornado .no andar superior por unia varanda que foi recentemente 
suprimida. b, Ensaio da planta e perfil de uma das quinas da fachada, 
elemento original pelo seu volume, movimento e silhueta. 
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ESTAMPA 62 - Ouro Preto. Dois portões antigos .. 
a, Portão de ferro forjado do cemitério de S. Francisco de Paula, datado de 
1837. b, Portão de ferro forjado do quintal da grande casa que fica no fundo 
de Ouro Preto, ao lado da Igreja Matriz. Notem-se os dois cachorros em relevo 
lembrando a advertência do célebre mosaico romano : Cave canem, cuidado 
com o cachorro! 
130 
Ouro'Prdo 
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ESTAMPA 63 - Alguns chafarizes de Minas Gerais. 
Mariana: chafa_riz da Rua São Francisco, tem a data 1801. No escudo 
coroado , as armas de Portugal foram raspadas. Sabará: chafariz de belas 
proporções e rica ornamentação. O seu escudo também foi raspado, hábito 
comum no Brasil, e em toda a parte: a mudança das armas nos escudos de 
monumentos públicos, em conseqüência de mudança de regime. Em alguns 
escudos, depois da Independência, foram sobrepostas ou embutidas as armas 
imperiais, sendo que, com o advento da República, em muitos deles, por sua 
vez, foram elas retiradas. Tiradentes, antigo S. José d'El Rei: notável chafariz 
monumental, estruturado em pedra, com as armas de Portugal intactas. Tinha 
antigamente no nicho central a imagem de S . José, protegida por wna vidraça. 
É contornado por uma mureta de pedra; tem a data 1749. Diamantina: 
chafariz do século passado existente em ponto central da cidade, hoje extinto, 
sendo a água desviada para uma bica que lhe fica ao lado. 
132 
63 
ESTAMPA 64 - Minas Gerais. Diversos oratórios. 
a, Ouro Preto. Oratório que fica na esquina da Rua Bernardo de 
Vasconcelos com a dos Paulistas. Em corpo saliente, de alvenaria, teve sino na 
parte superior. b, Mariana . Oratório do Largo da Assunção. c, Mariana. 
Oratório embutido sobre a porta de entrada de uma casa na ladeira que vai ao 
Largo do Carmo. d, Caeté. Oratório de esquina na rua que fica à esquerda da 
Matriz. 
134 
t11na.s Gerais 
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ESTAMPA 65 - Câmara Municipal e Cadeia de Mariana. 
Edifício construído por vol~a de 1780, sendo arrematada a sua construção 
por José Pereira Arouca. Construção de alvenaria com quinas e guarnições de 
pedra, destaca-se pela escadaria e portal monumentais. 
A planta apresentada é a do sobrado, ficando no térreo a cadeia. 
136 
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ESTAMPA 66 - Portal da Câmara Municipal de Mariana. 
Portal em pedra lavrada e finamente ornamentada. A cartela, também em 
pedra, deve ter tido as armas de Portugal que foram substituídas pelas do 
Império - a julgar pelos ornatos rococós e pela coroa portuguesa que o 
encima. 
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ESTAMPA 67 - Mariana. Cadeia (Câmara Municipal). 
Vista de uma das grandes salas da cadeia de Mariana. Reprodução de um 
quadro a óleo feito em 1926; note-se ao fundo a antiga lareira de chaminé. 
140 
ESTAMPA 68 - Mariana, o A ljube. 
Sua construção foi arrematada por José Pereira Arouca_ circa 1780, e 
tenninada depois de 1800. Edifício em alvenaria, com guarnições, molduras e 
quinas de pedra lavrada, sendo a fachada primorosamente executada. A planta 
que se vê na estampa é a do sobrado ou andar nobre. 
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ESTAMPA 69 - Mariana, Detalhes do Aljube. 
a, Cartela em pedra que coroa a janela principal,tendo ao centro em relevo 
a imagem de Nossa Senhora do Carmo e em ponta as armas da V.O. 3.ª do 
Carmo. b, Ornato que encima as quatro janelas restantes do sobrado. e, 
Bandeira da janela central do sobrado. d, Cornija e pilastra do ângulo com o 
respectivo remate sobre o telhado, e o capitel lavrado em relevo. e, Uma das 
portas com guarnição em pedra finamente lavrada . f, Detalhe das almofadas 
das portas. 
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ESTAMPA 70 - Mariana, Casa do Barão do Pontal 
Uma das quatro sacadas em pedra-sabão, toda de ornatos vazados 
formando delicado rendado, da casa construída em 1790, mais ou menos, por 
José Pereira Arouca, para sua residência, segundo informações do Sr. Antônio 
Ferreira Morais, historiador marianense. Foi mais tarde moradia do Barão do 
Pontal, e é hoje sede dos Correios e Telégrafos. 
Estas sacadas, cuja execução foi atribuída ao "Aleijadinho", devem ser 
consideradas como obra do Arouca. 
A planta que se vê nesta plancha é a do sobrado ou andar superior da dita 
casa. Tem um belíssimo altar e dois pátios internos. 
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ESTAMPA 71 - Mariana, Diversas plantas de residências. 
a, Plantas do andar térreo e do andar superior de um pequeno sobrado 
antigo na Rua D. Silvério. b, Planta do andar superior de um grande sobrado 
antigo do Largo da Independência. É um exemplar notável pelo tamanho e 
pelo número de quartos e pátios, que chegam a formar, com seus corredores, 
um intrincado labirinto. c, Planta do andar superior de um mediano e 
confortável sobrado antigo: Rua D. Silvério. 
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ESTAMPA 72 - O chamado Palácio do Conde de Assumar. 
O casarão ou a casa-grande, onde morou D. Pedro de Almeida Portugal, 
conde de Assumar, governador da capitania de S. Paulo a que estava anexado 
o território de Minas, de 1717 a 1 720, é chamado "Palácio do Conde de 
Assumar", malgrado o flagrante despropósito deste título pomposo; para 
evitar impropriedades ou abusos desta ordem é que foi baixada a Provisão de 
27 de novembro de 1730 proibindo aos governadores "chamar palácio as 
casas da sua residência". 
O que esta casa tem de notável e que se observa na planta é a disposição 
em ângulo obtuso de um dos seus lados, assim como a existência de 
dependências com o nome de enfemrnrias. Fica este sobrado nos fundos da 
Igreja de S. Francisco, com a qual se comunica, e na rua do mesmo nome. 
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ESTAMPA 73 - Mariana. 
Guarnição e moldura de uma porta interna da casa, hoje demolida, onde 
morou o conhecido antiquário Paulino Batista dos Santos, no Largo do 
Carmo. Com poucos recursos ornamentais e numa solução corrente no século 
XVIII, é esta porta, contudo, um modelo de bom gosto e harmonia. 
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ESTAMPA 74 - Mariana, Cozinha antiga. 
A estampa é a reprodução de um quadro · a óleo feito em 1926, 
representando a velha cozinha da casa colonial que existia no Largo do 
Carmo, hoje demolida. É, com pequenas variantes, o tipo tradicional das 
velhas cozinhas mineiras, tanto em fazendas como em residências urbanas. O 
fogão era, algumas vezes, construído no centro da peça. O cano que se vê a 
um lado é o da tiragem do fumo, porém, já abandonado e incompleto. 
154 
ESTAMPA 75 - Minas Gerais, Diversos detalhes. 
a, Singela guarnição em tábua recortada e pintada em marmorizado da 
varanda de uma casa antiga em Santa Luzia (em frente à Matriz). b, 
Balaustrada guarnecida de vasos, tudo em pedra lavraua, que contorna o 
terraço da casa que fica junto à ponte dos Contos em Ouro Preto; os vasos em 
estilo rococó. e, d, e, Apresentamos mais três sacadas antigas em madeira 
torneada, escolhidas entre inúmeras existentes em Ouro Preto e ein outras 
cidades mineiras. Seguem elas o mesmo estilo e disposição da sacada de ferro 
forjado, tipicamente portuguesa cios séculos XVII e XVIII, o que se nota 
claramente na primeira; São fágeis apenas na aparência pois têm resistido por 
quase dois séculos, sendo, algumas, protegidas internamente por painéis de 
rótulas. A última, acha-se na Rua Bernardo Guimarães. f, Topo inicial da 
escada, em pedra lavrada, de uma residência, Ouro Preto. g, Um dos topos da 
escadaria da Câmara Municipal de Mariana. h, Extremidade do banco na 
ponta do Pilar, Ouro Preto. 
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Minas Gero.is '15 
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ESTAMPA 76 - Diamantina, Diversos beirais pintados. 
A presente estampa mostra wn dos mais típicos característicos da cidade 
de Diamantina: a ornamentação exterior das casas em cores vivas e com 
desenhos caprichosos; rústicos ou ingênuos, n.cts sempre interessantes no 
imprevisto de sua originalidade, na escolha das cores ou nos próprios motivos 
- por vezes estranhos-, característico que a par de outros, como a excelente 
carpintaria dos beirais, os _vidros das janelas com ramos de flores estampados, 
etc., dão à cidade um ar festivo e um aspecto próprio inconfundíveis. 
Assim foi até alguns anos atrás; das decorações de$ta estampa, anotadas em 
1919 e 1930, nenhuma existe mais. 
Periodicamente as casas são pintadas e, seja pela qualidade do material ou 
pela modernização dos costumes, o fato é que as cores bizarras e os vidros 
pintapos vão desaparecendo. 
Os exemplares que apresentamos, já hoje alterados, são: a, Sobrado na Rua 
do Carmo. b, Sobrado na Rua da Quitanda. e, Casa térrea na Rua do Amparo. 
d, Sobrado na Rua do Ca1mo. e, Detalhe da Igreja do Bonfim, que incluímos 
nesta obra para mostrar a generalização do uso. 
158 
ESTAMPA 77 - Diamantina, Detalhes. 
a, b , c, Três exemplares de quinas guarnecidas de meias colunas, em 
sobrados do século passado; a terceira é de uma casa datada de 1857. d, 
Businetes para escoamento da água das calhas, arte de latoeiro. e, Beiral em 
estuque de uma casa do século XVIII. f, Janela de guilhotina com orn~to 
vazado, Rua do Carmo. 
160 
77 
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ESTAMPA 78 - Diamantina. 
a, O muxarabiê da Rua da Quitanda. É o último existente no Brasil e está 
sendo restaurado, juntamente com a casa, pelo SPHAN, que o salvou, desta 
maneira, da ruína que o condenava a um desaparecimento rápido. b, Uma das 
sacadas de torneados de Diamantina, típica pelos paus cruzados que a 
guarnecem. c, Casa antiga com varanda saliente em rótulas, onde viveu o 
pintor diamantinense José da Cunha Vale, mais conhecido por Laporte. 
Nasceu este pintor em 1845, estudou no Seminário de Mariana, foi professor 
de desenho na Escola Normal e Juiz de Paz; possui dele, o Museu Paulista, 
dois quadros notáveis, em assuntos regionais. 
Esta pequena casa, por ser, como é, um exemplar encantador das nossas 
construções antigas, foi restaurada pelo Serviço do Patrimônio com um 
escrúpulo e uma eficiência dignos dos maiores encômios. Tem assim , este 
Serviço, protegido inúmeras casas não só em Minas como em· todo o Brasil, 
salvando-as da ruína irremediável, da niá restauração ou mesmo da demolição.Esta casa é atualmete sede provisória do SPHAN. d, Casa que foi de Francisca 
da Silva, a Chica da Silva, mulata liberta, amante do contratador de 
diamantes, o desembargador João Fernandes de Oliveira, que iniciou o seu 
contrato em 1759. Foi a Chica da Silva célebre pela sua influência (teve o 
apelido de Chica que manda, conforme anota N azareth Menezes em Felício 
dos Santos) e pelo luxo e aparato de vida com que deslumbrava o povo e 
afrontava as famílias do Tijuco. 
162 
ESTAMPA 79 - Diamantina, Aspectos. 
a, Velho e rústico casarão com varanda, hoje demolido. b, Beco do Tecla, 
característica ruela de Diamantina, com seus balcões salientes. e, Colégio de 
N. s.a das Dores, original pela passagem suspensa que liga por sobre a rua seus 
prédios fronteiros. 
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ESTAMPA 80 - Diamantina, Rua da Quitanda. 
Urna das ruas mais típicas e pitorescas da cidade de Diamantina, é a da 
Quitanda. Dificilmente em outra cidade similar do Brasll ela encontrará rival. 
Note-se o rni.Ixarabiê de que já tratamos, e um prédio com varanda 
envidraçada, saliente, que já não existe mais. 
166 
ESTAMPA 81 - Capitéis e outros detalhes de Montes Claros, Minas Gerais. 
É um caso típico a modesta e ingênua ornamentação dos capitéis e outros 
ornatos em Montes Claros. De interpretação simplista com soluções intuítivas, 
por reminiscência, coincide com os primitivos, por condiç.ões idênticas. 
Nota-se nestes ornatos um parentesco com o românico e com o bizantino; na 
maneira de apresentar o desenho, na simetria das folhas, na forma das flores, 
no caráter das máscaras e em outros elementos trabalhados em relevo e 
recortados numa precária alvenaria. 
168 
Montes Cl~ros 81 . 
ESTAMPA 82 - Portada de uma residência em Sabará, Minas Gerais. 
Como trabalho em madeira, é exemplar único no estilo rococó D. José I, 
em construção civil. Lembra a portada da igreja matriz de Santa Bárbara, 
pelos seus ornatos, e lembra o "Aleijadinho" pelas pilastras arqueadas. É bem 
carasterística como modelo da feição que teve o rococó em Portugal e no 
Brasil sob D. José I. 
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ESTAMPA 83 - Vestíbulo e planta de uma casa antiga em Sabará, Minas 
Gerais. 
Casa de sobrado construída nos fins do século XVIII por um cônego e que, 
depois, pertenceu ao Coronel Jacinto Dias e é hoje Prefeitura Municipal de 
Sabará. Trata-se de uma das belas vivendas mineiras, cheia de esclarecimentos 
eloqüentes sobre a vida civil em tempos idos, como se pode observar pelo 
vestfbulo e pela planta. 
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ESTAMPA 84 - Tetos pintados, Minas Gerais. 
Numerosas são as casas antigas de certa importância, em Minas, que ainda 
conservam tetos pintados, alguns em mau estado ou retocados, outros em 
boas condições. Pintados a cola fina, ou talvez têmpera, e sempre com as 
mesmas cores: vermelhão ou vermelho da China, índigo, ou azul da Prússia, 
ocre, branco e, por vezes, o preto. O verde é .obtido com o azul e o ocre, as 
graduações e variedades das cores com misturas de branco, etc. 
A pintura é rala e quase transpare11te, feita sobre uma preparação branca. 
O uso do índigo dá um caráter inconfundível e inimitável a estas decorações. 
São feitas com desembaraço, conservando as cores, sobretudo o vermelho e o 
rosa, grande frescura; são, por isso, difíceis de restaurar. Só podem ser 
retocadas com tintas finas equivalentes e por artista escrupuloso e hábil; 
qualquer retoque com tinta ordinária torna-se pesado e surdo ; o retoque a 
óleo escurece rapidamente. Estas decorações são comuns em capelas antigas e 
ótimos elementos de orientaçã9 como dados para classificação do estilo, pois 
marcam a época com precisão: meandros, cartelas e conchas, no século XVII; 
volutas, acantos e ornatos barrocos, sob D. João V; conchóides, rococós, 
guirlandas e flores, sob D. José I, etc. a, Um dos quatros painéis de um teto 
em uma casa do século XVIII, em Diamantina. Representa urna pastoral, as 
cores sombrias dominando os verdes, azuis e cinzentos. b, Uma das faces de 
um teto pintado numa casa antiga em Santa Luzia. c, Ornatos pintados em 
um dos tetos da casa do Pe. Toledo em Tiradentes. d, Ornatos e 
marmorizados numa casa antiga de Santa Luzia. 
174 
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ESTAMPA 85 - DiJ1ersos tipos de tetos, Minas Gerais. 
Encontram-se em Minas muitos tetos em masseira, ou, em salas 
retangulares, de forma piramidal truncada; neste caso, estão os dois tetos de 
Mariana, a, e b, tendo o primiro uma rosácea no centro e o segundo um 
ornato que se repete nas quatro faces. c, Teto em Santa Luzia (uma das faces 
está reproduzida na página anterior). d, Teto formado de esteira de taquara, 
solução muito comum em casas antigas de Minas, sendo alguns pintados em 
cores variadas fomrnndo desenhos simétricos ou repetidos. 
176 
ESTAMPA 86 - Detalhes da Prefeitura Municipal de Santa Bárbara, Minas 
Gerais. 
Distingue-se esta cidade pelas portadas, molduras nos beirais e guarnições 
das janelas, o que se nota ainda em poucas casas, apresentando a Prefeitura 
Municipal num padrão magnífico deste uso. Realmente, o beiral é de bela 
construção e a portada um excelente exemplar. Nisto, acompanha a igreja 
matriz que é, porém, enriquecida de ornatos entalhados. 
178 
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ESTAMPA 87 - Característicos arquitetônicos de Santa Bárbara, Minas 
Gerais. 
Duas portadas e.m Santa Bárbara, talvez as últimas no gênero,. com a verga 
em arco guarnecida de moldura, consolos e um enfeite típico rematando o 
eixo; são dignos de nota os pedestais das pilastras em linhas curvas, de uso 
constante em Minas, como se pode ver na estampa 82. 
Os beirais seguem a maneira de construir já constatada na Prefeitura 
Municipal. a, Portada e beiral de uma casa (atualmente farmácia). b, Portada e 
beiral da casa que foi do Pe. Lucindo de Sousa Coutinho, hoje Correios e 
Telégrafos. 
180 
$ . BÁRBARA 
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87 
ESTAMPA 88 - Plantas de casas de Santa Bárbara, Minas Gerais. 
a, Planta da casa térrea que foi do Pe. Lucinda de Sousa Coutinho, hoje 
Correios e Telégrafos. É interessante sua disposição quase simétrica, numa 
solução muito _comum em casas antigas no Brasil. b, Planta de uma casa térrea 
com ótima divisão. e, Planta da casa de fazenda onde nasceu Afonso Pena e 
que depois foi o Hotel Quadrado; é digna de atenção pçJo pátio aberto de 
grandes dimensões e pela:irregularidade de suas divisões. 
182 
CMo. terrea 
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Casa terrea ( 61\tiqo hotel Quad~ii.do) 
J.W.1', 
ESTAMPA 89 - Aspecto de S. João d'ELRei. 
Vista da velha ponte da Cadeia e da casa antiga, hoje hotel e ligada a um 
episódio da vida de Silva Jardim. É notável não só pelo pitoresco da sua 
situação na entrada da cidade como pelos elementos que contém, sendo uma 
d,as mais belas casas antigas de todo o Brasil. Tem os ângulos rematados com 
pináculos e os beirais em algeroz. Esta casa esteve para ser demolida, 
escapando de o ser devido a uma série de circunstâncias, e ao esforço de 
algumas pessoas criteriosas. 
184 
.Sa.oJoS.o del'Rei 89 
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ESTAMPA 90- Detalhes ornamentais de S. João d'El Rei. 
São João d'El Rei é urµa das poucas cidades antigas do Brasil que tem em 
suas velhas casas elementos de ornamentação de tal maneira típicos, 
constantes e em tal quantidade que o seu conjunto forma um conceito 
regional . Obedecem estes ornatos, capitéis, pilastras e enfeites

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