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Resumo Comunicação humana e relações interpessoais-Mailhiot

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Comunicação humana e relações interpessoais
Introdução
Os trabalhos e experimentos de Lewin passam por uma ruptura com o passado e um progresso decisivo na história das ciências sociais. É possível verificarmos que Lewin consagrou mais ou menos oito dos vinte e cinco anos de sua vida universitária, de 1939 a 1946, à exploração psicológica dos fenômenos de grupo. Kurt Lewin lançou-se simultaneamente à exploração de três problemas chaves: a comunicação Humana; o aprendizado da autenticidade e o exercício da autoridade em grupo de trabalho
Necessidades interpessoais
Lewin e seus colaboradores descobriram que a produtividade de um grupo e sua eficiência estão estreitamente relacionadas com a solidariedade de suas relações interpessoais. 
Porém, quem levou adiante a exploração e a analise da dinâmica dos grupos de trabalho foi Willian C. Schutz, inovando com sua teoria das necessidades interpessoais.
Para Schutz, os membros de um grupo não consentem em integrar-se senão a partir do momento em que certas necessidades fundamentais são satisfeitas pelo grupo.
Estas necessidades, segundo ele, são interpessoais no sentido de que somente no grupo e pelo grupo elas podem ser satisfeitas adequadamente.
Necessidade de inclusão: necessidade que todo novo membro de um grupo experimenta ao se peceber e em se sentir aceito, integrado e valorizado por aqueles aos quais se junta.
Necessidade de controle: necessidade que experimenta cada novo membro de se sentir totalmente responsável por aquilo que constitui o rupo: suas estruturas, atividades, objetivos.
Necessidade de afeição: secreto desejo de todo individuo em grupo de ser percebido como insubstituível no grupo: cada um procura recolher sinais concludentes ou convergentes de que os outros membros não poderiam imaginar o grupo sem ele.
Expressões de si e trocas com o outro
Para Schutz havia uma equação entre a integração de um grupo, a solidariedade interpessoal de seus membros e a satisfação em grupo e pelo grupo das necessidades de inclusão, de controle e de afeição de seus membros. Mas eis o que lhe escapou e que Lewin havia pressentido antes dele: as relações interpessoais não podem tornar-se mais positivas, mais socializadas e o grupo integrar-se de modo definitivo, enquanto subsistirem entre os membros fontes de bloqueios e de filtragens em suas comunicações.
Todos têm centrado o estudo sobre a expressão de si na troca com o outro: como comunicar com o outro para que o diálogo se estabeleça.
Comunicação só existe realmente, quando. se estabelece entre duas ou mais pessoas um contato psicológico. Não é suficiente que as pessoas com desejo de comunicação se falem, se escutem ou mesmo se compreendam.
Vias de acesso ao outro.
Tornou-se possível em nossos dias entrar em contato com o outro a distância através dos meios de comunicação. 
Mas a comunicação humana não pode se iniciar e nem se estabelecer enquanto subsistirem distâncias psicológicas entre aqueles que querem entrar em comunicação. 
Neste ponto durante e após o tempo de Lewin, multiplicou-se as pesquisas, e estas que permitiram definir requisitos e pressupostos para toda comunicação humana.
Constitui um pré-requisito para todos que querem entrar em comunicação, identificar as vias de acesso ao outro, aceita-las e nela se engajar. As vias de acesso ao outro são chamadas de canais de comunicação.
É preciso ter capacidade de empatia para distinguir quando e onde o outro está disponível para nós.
Existem meios de comunicação FORMAIS, OFICIAIS E ARTICULADOS:
- FORMAIS (autoridades ou personagens-chaves de certos meios organizados).
- OFICIAIS (forma de contato usada para estabelecer uma ou outra forma de comunicação).
- ARTICULADOS (canais e meios de comunicação constituem uma rede de comunicação articulada de modo a tornar aqueles que estão agrupados no interior de um determinado meio, acessíveis uns aos outros).
 
Relações igualitárias e relações hierarquizadas
Quanto mais forem expontâneas as vias de acesso ao outro e menos formais os canais de comunicação, mais a comunicação com ele têm possibilidade de tornar-se adequada e autêntica. (Bavelas).
Bavelas conseguiu isolar quatro tipos distintos de comunicação que podem ser observadas em um grupo. Duas destas quatro redes são definidas como HORIZONTAIS:
- A primeira das horizontais chama-se rede em circulo que consiste em um líder democrático que exerce autoridade como um coordenador de grupo e que se preocupa em abrir e manter aberta as comunicações entre todos os membros. Assim pouco a pouco todos se tornam acessíveis sobre uma base de complementaridade e não de subordinação.
- A segunda rede horizontal é chamada por Bavelas de rede em cadeia e baseia-se em um líder que se recusa a assumir seus papéis, tomando as relações somente por afinidades, onde fatalmente alguns membros do grupo são excluídos e assim sendo torna as relações interpessoais falsas e compromete objetivo do grupo.
As outras duas redes são chamadas por Bavelas de redes VERTICAIS e podem ser observadas nos grupos de trabalho em que as relações são hierarquizadas (subordinação, dominação).
- A primeira rede vertical é chama de a rede em y. Este tipo de rede caracteriza-se aparentemente por um grupo aparentemente democrático, mas há sempre neste alguém que se esforça em tomar o controle do grupo, cobiçando o poder absoluto.
- A segunda rede vertical é chamada de rede em roda e é especifica de grupos autocráticos, onde o poder está concentrado sobre a autoridade de apenas um membro que o exerce de modo arbitrário. Todas as comunicação entre os membros são controladas por ele e muito cedo o grupo tenderá a elaborar mensagens de sentido único.
Conclui-se que somente exercendo autoridade de forma democrática e em um clima de comunicações abertas pode realizar-se a integração de um grupo de trabalho e seus membros conseguirem ritmos de criatividade duradouros.
COMPONENTES ESSENCIAIS
Para se comunicar com o outro é preciso reduzir ou abolir a distância física e saber identificar as vias de acesso mais seguras. A comunicação só se estabelecerá se o emissor e o receptor conseguirem transmitir a mensagem através de um código adequado. A partir de Lewin, estabeleceram-se cinco componentes essenciais de toda comunicação humana.
Emissor – é aquele que toma a iniciativa da comunicação, devendo ser capaz de discernir quando, em quê e como o outro lhe é acessível. Seu comportamento durante a comunicação deve obedecer às leis psicológicas da motivação, da percepção e da expressão.
Receptor – é para quem se dirige a mensagem, que captará a mensagem se estiver psicologicamente sincronizado com o emissor. Caso contrário, o receptor poderá compreender a mensagem, mas não captá-la ou aceita-la. As leis psicológicas que regem a recepção são a motivação, a percepção, e por fim, as leis de impressão. 
Mensagem – é o conteúdo da comunicação. Se for uma informação, trata-se de uma mensagem ideacional. Se exprimir um sentimento ou ressentimento, trata-se de uma mensagem afetiva. Se a mensagem comportar os dois elementos, será ´uma mensagem vital.
Código – é o grupo de símbolos utilizado para compor a mensagem de modo que faça sentido para o receptor. Os códigos audiovisuais são os mais adequados para reproduzir uma mensagem. Um código público será usado quando o emissor desejar que a mensagem seja captada pelo maior número possível de receptores. Inversamente, um código secreto será utilizado quando o emissor destinar uma mensagem apenas para os receptores que obtenham a chave da cifra.
Destaque ou camuflagem – é o modo como o emissor decide transmitir a mensagem. Se o emissor utilizar um código público, sua preocupação estará em pôr em destaque a mensagem emitida. Mas, se o emissor utilizar um código secreto, deverá camuflar sua mensagem, de modo a passar despercebida à aqueles ela não é dirigida.
BLOQUEIO, FILTRAGEM E RUIDOS 
Quando a comunicação se estabelece mal, ou não se estabelece, resultam alguns fenômenos psíquicos. Quando a comunicação é completamenteinterrompida há um bloqueio. Quando se comunica apenas uma parte do que se sabe, pensa ou ente, há uma filtragem na comunicação.
Os bloqueios e filtragens podem ser provisórios, podendo-se retomar a comunicação de onde foi ela comprometida. Quando os bloqueios e filtragens tornam-se permanentes, criam-se barreiras psicológicas entre os interlocutores. Quanto mais os bloqueios e as filtragens persistem, mais as relações se tornam negativas e inautênticas.
Distancias sociais e barreiras psicológicas 
Os bloqueios e filtragens na comunicação humana tornam-se permanentes cada vez que as relações interpessoais são prejudicadas pelo preconceito (Ideias preconcebidas sobre alguém ou grupos, geralmente falsas, fixas e simplistas).
As distancias sociais e psicológicas entre interlocutores se acentuam e passam a ser percebidas como irredutíveis, pois o outro é percebido como inacessível e incomunicável.
Distância psicológica: Ocorre intra-grupo (dentro), o outro é visto como incompatível, mantido à distância e a comunicação com ele é considerada como impossível de ser estabelecida.
Distância Social: É um fenômeno inter- grupo, o outro é mantido a uma distância intransponível pelo simples fato de pertencer a um grupo diferente. Ex. Diferenças de cultura, classe, níveis educacionais e intelectuais.
A distância social, além de ser um processo de despersonalização do outro, resulta sempre de uma percepção vertical das pessoas de acordo com as funções sociais e atividades humanas que as pessoas exercem.
Aqueles que ocupam posições mais “Nobres” são percebidos de BAIXO para CIMA, “aureolados de atributos”. Quando ao contrário, uma função social ou atividade humana são julgadas desvalorizadas em um contexto cultural, as pessoas são percebidas pelo meio de CIMA para BAIXO, com menosprezo, arrogância e condescendência. Gerando assim preconceitos e conformismos que promovem a incapacidade de dialogar com o outro.
Preconceitos são adquiridos e atingem a todos, mesmo os mais íntegros no respeito com o outro podem ceder à pressão e coerção do meio. Alguns são mais predispostos a adquirir preconceitos de acordo com a personalidade e incapazes de se libertar dos mesmos. Caracterizados com Débeis Sociais, com personalidade autoritária tem fobia ao outro, não toleram a diferença
O preconceito é uma resposta a frustração social e desencadeia em alguns três mecanismos de defesa, assinalados em graus diversos em sua expressão: A generalização gratuita, sem provas em apoio; O deslocamento ou descarga agressiva sobre bodes expiatórios; a racionalização ou auto justificação.
Para o autoritário ter autoridade é a maneira mais segura de escapar ao seu medo do outro. Ele adota espontaneamente os mitos e os estereótipos desta sociedade, tornando-se retrogrado e reacionário.
Seu medo do outro, no fundo é medo de si e se recusa a todo contato, toda troca, por causa do vazio de sua vida, por nunca possuir-se. Para camuflar sua impotência e esterilidade faz se necessário parecer agressivo, arrogante e intratável ao outro.
Para chegar ao altruísmo e tornar-se capaz de abertura em suas comunicações humanas devemos ter consciência de que todos somos iguais, independente do grau de socialização. É o primeiro passo rumo ao aprendizado da autenticidade.

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