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Resumo Laboratório Clinico Veterinário

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Laboratório clínico:
Colheita, acondicionamento e transporte de materiais para exame:
Objetivo: 
Minimizar erros, obter resultado rápido, evitar nova colheita, minimizar gastos, fornecer resultado fidedigno, auxiliar no diagnóstico, tratamento e prognóstico.
Colheita: 
Saber o por que? Qual exame? Qual o material? Existe risco na colheita? (considerar o estado do paciente e a doença) Qual o custo x beneficio? É o exame de primeira escolha? É necessário condição especial para a colheita? 
Agulhas:
Hipodérmica, de acordo com espécie.
Cães e gatos: 30x7 (preta), 25x7 (preta), 30x8 (verde), 25x8 (verde)
Bovinos, equinos e suínos: 40x12 (rosa) e 40x16 (branca)
Seringas: vários volumes, usar de acordo com o volume necessário.
Tubos para coleta:
De acordo com as cores de identificação, podem ter ou não anticoagulante, pode ter gel de ativação de coagulação, vácuo ou condições especiais. 
Tubo tampa roxa: contém anticoagulante EDTA, é usado para hematologia, até 24h em refrigeração. Pode-se usar para: hemograma completo, contagem de plaquetas, fibrinogênio, proteínas plasmáticas total, contagem de reticulócitos, e pesquisa de protozoários. 
Tubo tampa verde: contém anticoagulante heparina, usado quando se deseja obter o plasma sanguíneo, conservação de até 8h. Usado para bioquímico sérico. Pode-se usar para: bioquímico sérico, avaliação da função renal (uréia e creatinina), sódio e potássio.
Tubo tampa cinza: contém anticoagulante fluoreto de sódio, inibe a glicose, deve ser realizado o exame imediatamente. Pode ser utilizado para realização de bioquímico sérico quando se deseja avaliar a glicemia (hiperglicemia ou hipoglicemia).
Tubo tampa azul: contém anticoagulante citrato de sódio, quelante de cálcio. A realização da centrifugação e exame ou congelamento do plasma citratado deve ser imediata. Usado para teste de hemostasia (TP, TTPA, TT, fibrinogênio, fatores de coagulação e outros).
Tubo vermelho ou amarelo: sem anticoagulante, usado para bioquímico sérico (FR, enzimas musculares, metais, eletrólitos, outros), sorologia e eletroforese de proteínas.
Tubo de ensaio: sem anticoagulante, sem tampa, usado para fazer TC.
	TAMPA
	ANTICOAGULANTE
	SETOR
	ANALITO
	
	EDTA
	Hematologia
	Sangue total
	
	Heparina sódica
	Bioquímica
	Plasma
	
	Fluoreto de sódio
	Bioquímica
	Plasma
	
	Citrato de sódio
	Coagulação
	Plasma
	
	Sem anticoagulante
	Bioquímica e sorologia
	Soro
	
	Gel ativador da coagulação
	Bioquímica e sorologia
	Soro
Scalp: gatos e filhotes, borboleta
Cateter: gatos e filhotes.
Vacutainer: agulhas para vacutainer, deve ter adaptador de conexão da agulha com o tubo. É menos cansativo, e mais limpo. Desvantagens são o custo elevado, agulha e tubos novos, para neonatos e gatos pode ser doloroso.
Local de colheita:
Veia jugular é a escolhida em animais.
Vantagens: grande volume de sangue, menor hemólise, e mais fácil a punção venosa.
Desvantagens: coagulopatias.
Pode-se utilizar ainda a cefálica para cães e gatos, a veia cava anterior em suínos, a veia da orelha em coelhos e a coccígea em grandes animais.
Passos da colheita:
Tricotomia (opcional), antissepsia com detergente, algodão com álcool, garrote ou torniquete (não pode ser prolongado se não afeta a contagem de hemácias), pode ser feita manualmente com tripa de mico. Fazer a contenção do animal com o minimo de estresse. Para bioquímico sérico realizar jejum superior a 12h, fazer avaliação de lipídeos (colesterol e triglicerídeos), lipoproteínas (LDL, HDL, VLDL) e glicose. Possuir refrigerador, e se for para glicose deve ser feito processamento imediato. 
Para hemogasometria possuir a caixa térmica com isopor e gelo e realizar o processamento imediato. O plasma citratado nunca deve ser refrigerado e o congelamento não é indicado.
Requisição de coleta:
Identificação, dados do animal, diagnostico provisório, historia clinica, tratamento e forma de coleta.
Interferentes:
Jejum não realizado, lipemia, ictericia, fibrina ou coágulo, medicamentos, fluidoterapia, e transfusão sanguínea.
Revisão
O sangue é composto de uma parte líquida e outra celular. Na parte líquida, o plasma, é obtido após centrifugação quando colhemos o sangue com anticoagulante e contêm o fibrinogênio, e o soro quando sem anticoagulante. Portanto o soro é constituído do plasma sem o fibrinogênio. 
A parte celular do sangue é composta pelos eritrócito (glóbulos vermelhos/hemácias), pelos leucócitos (glóbulos brancos) e pelas plaquetas (trombócitos). O volume sanguíneo varia segundo o peso corporal do animal. A principal função do sangue é o transporte de substâncias essenciais para a vida das células do corpo, tais como oxigênio,dióxido de carbono, nutrientes e hormônios, e de produtos oriundos do metabolismo, indesejáveis ao organismo.
Hemograma:
O hemograma é o exame de sangue mais solicitado na rotina laboratorial devido à sua praticidade, economia e utilidade na prática clínica. Está dividido em três partes: 
1. Eritrograma, que compreende o hematócrito, dosagem de hemoglobina e a avaliação 
morfológica e contagem total de eritrócitos; 
2. Leucograma, composto pela avaliação morfológica e contagem total e diferencial de leucócitos;
 3. Plaquetas, que se compõe de avaliação morfológica e contagem de paquetas auxiliando a interpretação da hemostasia. 
Ainda, após a realização do micro hematócrito, pode-se mensurar por refratometria as 
proteínas totais plasmáticas, que auxiliam na interpretação de diversas situações fisiológicas e patológicas. 
 	O hemograma é solicitado por várias razões, entre elas em um procedimento de triagem para avaliar a saúde do animal, na busca do diagnóstico ou prognóstico do animal, e ainda para verificar a habilidade corporal às infecções e para monitoramento do progresso de certas doenças. No entanto, a história e o exame clínico são essenciais para a interpretação dos dados hematológicos e outros testes laboratoriais que serão objetos de investigação. 
Hematopoiese:
Fetal: Na vida embrionária a hematopoiese inicia-se no saco vitelino, estágio em que há o início da formação vascular (fase pré hepática). Com o desenvolvimento fetal o fígado (fase hepática), o baço (fase esplênica) e a medula óssea são os maiores órgãos hematopoiéticos. Durante a segunda metade do desenvolvimento do feto a medula óssea e os órgãos linfoides periféricos são os maiores locais de produção de células sanguíneas (fase medular). 
Pós fetal: Após o nascimento a hematopoiese passa a ocorrer somente na medula óssea nos mamíferos. Os animais jovens possui a medula vermelha que é mais ativa com o passar do tempo vai desaparecendo e deixa de ser hematopoiética, sendo substituída por tecido gorduroso, o qual forma a medula amarela ou inativa, na fase senil a medula se torna amarelada acinzentada devido a fibrose.
OBS: a punção de medula óssea pode ser feita em cães na fossa trocantérica, fêmur proximal, úmero proximal e em bovinos no esterno. 
Eritropoiese:
O processo de eritrogênese que resulta na formação de eritrócitos maturos é conhecido como eritropoiese, levando em torno de sete a oito dias para se completar. 
As células ficam na medula óssea até a fase de metarrubrícito, e nas fases finais de maturação, como o reticulócito, podem ser encontrados no sangue periférico em algumas espécies. Os reticulócitos não são encontrados no sangue em condições de normalidade nos equinos, bovinos, suínos e caprinos. A fase de proliferação, compreendida entre a célula 
pluri-potencial até o metarrubrícito, leva de dois a três dias, enquanto o restante consiste na fase de maturação, levando em torno de cinco dias. 
O número de hemácias circulantes é afetado pelo volume plasmático, pela destruição ou perda, contração esplênica, secreção de eritropoietina e produção de medula óssea. A secreção de eritropoietina ocorre nos rins em resposta a hipóxia renal, a eritropoietina liberada age na medula óssea aumentando a massa eritroide.
	Em animaishígidos o numero de hemácias é constante, ocorre reposição diária da massa eritrocitária. As hemácias velhas são fagocitadas e metabolizadas por macrófagos no baço, medula óssea e fígado, o ferro é reutilizado. 
Morfologia normal:
Cães: disco bicôncavo com halo de palidez central, anucleado, formação de rouleaux (empilhamento) moderado, corpúsculo de Howell-Jolly que são restos nucleares fortemente marcante, policromatófilos (eritrócitos imaturos) correspondem cerca de 1% do total.
Gato: disco bicôncavo com pequeno halo de palidez central, formação de rouleax marcante, formação de Howell-Holly mais frequente do que em cães. Policromatófilos 1,5 - 2 %
Morfologia na doença:
Anisocitose: variação de tamanho das hemácias, qnto mais grave a anemia mais anisocitose.
Macócitos: grandes, jovens
Micrócitos: pequenas, anemia crônica
Policromasia: aumento no número de hemácias policromatófilas no esfregaço.
Hipocromasia: diminuição na concentração 
Poiquilocitose: hemácias com morfologia alterada.
Acantócitos: hemácias com 2 a 10 prolongamentos em forma de dedo de luva da superfície, está relacionado a hepatopatias.
Esferócitos: hemácias pequenas e arredondadas que se coram intensamente (hipercrômica) e não possuem halo de palidez central, está relacionada a anemia hemolítica.
Eliptócitos: hemácias ovais
Dacriócitos: hemácias em forma de gota
Estomatócitos: hemácias com halo de palidez central oval
Excentrócitos: hemácias com concentrado de hemoglobina em um dos polos e área não corada contralateral.
Esquistócitos: hemácias com forma irregular ou bizarra, geralmente triangulares ou como fragmentos celulares.
Corpúsculo de Heinz: precipitado de hemoglobina oxidadada, conhecidos por projeções arredondadas pequenas (em forma de nariz) na superfície da hemácia, relacionado a anemia hemolítica
Inclusões
Corpúsculo de Lentz: inclusão viral.
Hemoparasitas: podem afetar as hemácias. Ex: Babesia sp, Anaplasma marginale, Mycoplasma haemofelis. 
Ponteado basofílico: em intoxicação por chumbo, e em ovinos, bovinos, e carpinos em resposta a anemia.
Anemia:
É a diminuição da massa eritróide, pode ser regenerativa ou não regenerativa. O diagnóstico é feito com base na contagem do número de hemácias, concentração de hemoglobina, VG ou Ht (% de hemácias no sangue). As causas são perda de sangue, destruição ou não produção.
A anemia pode ser relativa quando há o aumento do volume plasmático e redução das hemácias (sangue diluído), na anemia absoluta há redução das hemácias, redução do VG e do volume plasmático.
VCM (volume corpuscular médio): classifica a anemia em macrocítica, normocítica, ou microcítica.
VCM(fL)= Ht (%) x 10
	 nº de hemácias
CHCM(%)= Hb (g/dL) x 100
		 Ht (%)
CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): classifica a anemia em normocrômica ou hipocrômica
E com a interpretação do VCm e CHCM podemos dizer se anemias é regenerativa ou não. Interpretação:
	VCM
	CHCM
	INTERPRETAÇÃO
	normocítica
	normocrômica
	anemia arregenerativa
	normocítica
	hipocrômica
	deficiência de ferro (inicio)
	macrocítica
	normocrômica
	arregenerativa, deficiência de vitamina B12 e folato, Poodles, e desseritropoiese em gatos
	macrocítica
	hipocrômica
	anemia regenerativa, hemorragia e hemólise
	microcítica
	normocrômica
	deficiência de ferro (inicio) Akitas e Shibas, doença crônica
	microcítica
	hipocrômica
	deficiência de ferro e parasitoses.
Anemia regenerativa: são aquelas onde a produção da medula óssea é aumentada até o ponto que a massa eritroide retorne ao valor basal. O aumento de policromatófilos (hemácias jovens) na circulação é reflexo do aumento da produção. Se houver aumento da policromasia no esfregaço deve-se indicar a contagem de reticulócitos, valores superiores a 80.000uL são indicativos de eritrorregeneração, pode haver metarrubrícitos e corpúsculos e Howell Jolly.. Anemias regenerativas ocorrem como consequência da perda de sangue ou hemólise. Suspeitas:
Perda de sangue ou hemorragia: regenerativa, com hiperproteinemia, aumento da PPT, ocorre perda de ferro (importante na síntese de hemoglobina), pode ocorrer perda das proteínas plasmáticas, proteínas séricas, e albumina. 
Doença hemolítica: regenerativa, PPT normal, redução do VG presença de corpúsculos de Heinz, hemoglobinemia, hemoglobinúria, hiperbilirrubinemia, pode ter DE na leucocitose.
Ocorre redução da meia-vida das hemácias pelo aumento da destruição, pode ocorrer intravascular (na circulação) ou extravascular (envolvendo o baço e o fígado na destruição), a presença de hemoglobinemia e/ou hemoglobinúria só é observada em casos graves de hemólise intravascular. A ictéricia pode ocorrer em caso intra ou extravascular. Pode ocorrer por anemia hemolítica imunomediada, que pode ser causada por dirofilariose, linfoma, lúpus, ou hemólise por drogas. Pode ocorrer anemia por corpúsculo de Heinz, normalmente associada a substâncias oxidantes (cebola). O Mycoplasma haemofelis, causador da Haemobartonelose felina pode causar anemia hemolítica. A babesiose canina causa hemólise intravascular. Hemólise mecânica pode ocorrer causada por uma glomerulonefrite, hemagiossarcoma, dirofilariose e outras doenças.
Anemia não regenerativa: ocorrem por falha na eritropoiese (por defeito de aturação) ou pela redução da produção de hemácias (anemia hipoproliferativas). 
Anemias por defeito de maturação: apresentam ausência de policromasia e reticulocitose aumentada mas apresentam hiperplasia eritroide da medula óssea, ela pode ser classificada em anemia por defeito de maturação nuclear ou anemia por defeito de maturação citoplasmática. Na primeira o animal pode apresentar pancitopenia discreta, a anemia normalmente é normocítica normocrômica, e são mais comuns em gatos, estando associada a leucemia felina, deficiência de ácido fólico, e quimioterapia. Na anemia por defeito de maturação citoplasmática suas principais causas são deficiência de ferro, deficiência de vitamina B12, e intoxicação por chumbo.
Anemia hipoproliferativa: pode ser classificada em três categorias. A anemia hipoproliferativa granulocítica está associada a doença inflamatória, é o tipo mais comum, acha-se anemia normocítica normocrômica discreta a moderada e presença de leucograma inflamatório, está relacionada a infecções, processos neoplásicos e distúrbios imunomediados. Na anemia hipoproliferativa eritroide seletiva ocorre uma anemia normocítica normocrômica moderada a grave. E nas anemias com hipoplasia medular generalizadas (anemias aplásicas), observa-se na hematologia anemia grave, leucopenia grave, e trombocitopenia grave, as causas são desde produtos químicos, radiação, e agentes infecciosos que causem citotoxidade a medula. Pode ou não ser causada por neoplasias, dentre as neoplasias a leucemia e linfossarcoma são mais comum. 
Reticulócitos: são hemácias imaturas, com precipitados basofílicos de RNA, são ponteados ou agregados. São mais ativos em resposta a anemia regenerativa
	ESPÉCIE
	%
	cães
	0-1,5
	gatos:
agregados
ponteados
	
0,2-1,6
1,4-10,8
	bovinos, caprinos
	raros a ausentes
	ovinos
	menos que 5
	equinos
	ausente
	suínos
	0-1
Policitemia:
É um aumento da massa eritroide. Os valores do hematócrito, concentração de hemoglobina e contagem de hemácias estão acima dos valores de referência devido um aumento absoluto ou relativo.
Policitemia absoluta primária: ou policitemia vera, causada por um distúrbio mieloproliferativo, independente da eritropoietina, sem causa detectável. O animal pode apresentar esplenomegalia, hepatomegalia, trombose,hemorragia e convulsões. Há a hiperplasia medular eritroide, a concentração sérica de eritropoietina está reduzida, ocorre aumento do hematócrito marcante com aumento da contagem de plaquetas e leucócitos e proteína plasmática normal.
Policitemia absoluta secundária: ocorre um aumento da produção de eritropoietina causada por hipóxia crônica (problema cardíaco, respiratório e raças). Háaumento moderado a marcante do hematócrito, hiperplasia medular eritroide, baixa pressão arterial, e concentração de eritropoietina aumentada, não aumento da contagem de plaquetas e leucócitos e PPT.
Policitemia relativa: pode ser causada devido desidratação do animal, onde ocorre a perda de água, animal retorna ao normal com reposição de líquidos. Ou pode ocorrer contração esplênica em cães e gatos estressados ou ansiosos, neste caso verifica-se aumento do hematócrito em animais hidratados e aumento da concentração de proteínas plasmáticas.
Leucograma:
O leucograma é a porção que avalia os leucócitos no hemograma. Possui valores relativos e absolutos, além da avaliação da morfologia (inclusões nos leucócitos). Os leucócitos podem ser: Aumentos de valor levam o sufixo citose e diminuição penia.
Granulócitos: neutrófilos (mielócitos, metamielócitos, bastonetes, segmentados), eosinófilos, e basófilos.
Agranulócitos: monócitos e linfócitos
Leucopoiese:
Produção das celulas brancas de defesa, ocorre na medula óssea, tem função de manter a linha de defesa contra agentes invasores. Na medula óssea ocorre a multiplicação, onde a a célula pluripotencial se diferencia em mieloblasto que se diferencia em pró-mielócito. O pró mielócito se divide em mielócitos (eosinofílico, basofílico, ou neutrofílico), que se dividem em metamielócitos. Os metamielócitos na corrente sanguínea sofrem maturação em eosinófilo, basófilo ou neutrófilo. 
Os monócitos são produzidos na medula óssea, não tem tanta importância, o aumento é chamado de monocitose.
Os linfócitos são produzidos nos linfonodos, baço e medula óssea, nos animais jovens no timo. Durante a produção os metamielócitos se diferenciam em bastonetes, que posteriormente darão origem aos segmentados.
AS células saem da medula óssea e circulam pelo sangue até chegaram em seus destinos. Os linfócitos T circulam pelo sangue e linfa e os linfócitos B se encontram em tecidos linfoides principalmente. 
Os neutrófilos do compartimento circulante circulam com outras células sanguíneas e são contados, os neutrófilos do compartimento marginal fazem adesão intermitente no endotélio vascular e não são contados.
Leucocitose e leucopenia:
A contagem total de leucócitos varia com a espécie e é influenciada pela idade. A contagem total de leucócitos é definida pelo aumento (leucocitose) ou diminuição (leucopenia) dos valores em relação aos valores de referência. 
As principais causas de leucocitose são infecções bacterianas, efeito de esteroides, desordens linfo-proliferativas, peritonite infecciosa felina, necrose tecidual e severa inflamação, prenhez e parto, hipertiroidismo em gatos e desordens mieloproliferativas.
As principais causas de leucopenia são doenças virais, severa infecções bacterinas, anafilaxia, drogas e químicos tóxicos, neoplasias de medula óssea, toxemias endógenas, uremia, ehrlichiose, leishmaniose e toxoplasmose.
Leucograma de estresse: há leucocitose, por monocitose e por neutrofilia, sem desvio a esquerda, com linfopenia, e eosinopenia. na saúde ou patologias.
Neutrófilos: 
Circula por pouco tempo, 10h, depois migra para tecidos onde sobrevive por cerca de 1 a 4 dias. A medula óssea é reservatório de neutrófilos maduros e supre o sangue periférico por até 5 cinco dias. Em cães predominam enquanto o numero de linfócitos é menor e em bovinos ocorre o oposto. 
Neutrofilia: pode ser fisiológica (adrenalina e glicocorticóides) por estresse e medo, reativa por infecções, necrose, tumores e doenças imune, ou proliferativas por leucemia.
Neutropenia: pode ser por sobrevivência diminuída por septicemia, toxemia, anafilaxia, esplenomegalia, por produção diminuída por infecções, drogas, radiação e leucemia, ou por granulopoiese ineficaz aumentada em caso de leucemia.
Interpretando os desvios dos neutrófilos:
Desvio à esquerda: o aumento da liberação de linfócitos imaturos da medula óssea para o sangue, ocorre quando aumenta a demanda.
Desvio a esquerda regenerativo: leucocitose associada a neutrofilia, o número de bastonetes é menor que o número de segmentados. Indica boa resposta do hospedeiro.
Desvio à esquerda degenerativo: contagem leucocitária varia, há presença de mais bastonetes que de segmentados. Em bovinos não é considerado um caso sério.
Desvio à direita: há presença de neutrófilos hipersegmentados.
Leucocitose associada à neutrofilia: pode ocorrer em infecções generalizadas ou localizadas, intoxicações, reabsorção em tecidos, leucemias, ACTH, e pelo uso de corticosteróides.
Leucopenia associada à neutropenia: pode ocorrer por degeneração da medula óssea, exaustão ou depleção da medula óssea ou destruição da medula óssea. Causas como infecções bacterianas graves, endotoxinas de bactérias gram negativas, doenças caquetizantes, e uso de antibióticos como cloranfenicol, penicilina, e estreptomicina.
Podem estar presentes em quadros toxêmicos agudos e processos supurativos, observa-se neutrófilos tóxicos com citoplasma vacuolizado e granulações tóxicas (corpúsculo de Dohle). No citoplasma pode-se observar inclusões virais e Erlichia. 
Eosinófilos:
Eosinofilia: por perda tecidual crônica, reações alérgicas, parasitismos, hipersensibilidade, hipoadrenocorticismo, terapia por drogas, estro em cadelas, predisposição racial, desordens purulentas, deficiência de ACTH, granuloma eosinofílico, neoplasias (gatos e cães).
Eosinopenia: por estresse agudo (adrenalina), estresse crônico (glicocorticóides), hiperadrenocorticismo, administração de esteróides, e inflamações.
Basófilos:
Basofilia: associada a dermatites alérgicas, eczemas, e reações de hipersensibilidade. Normalmente associada a eosinofilia, hiperlipemia e neoplasia mieloproliferativa.
Monócitos:
Monocitose: causada pelo efeito de esteróides (ACTH), hiperadrenocorticismo, estresse severo, doenças imunomediadas, animais idosos, leucemia, doenças que causem dano ou necrose, inflamação aguda ou crônica, leucopenia associada a neutropenia. 
abesiose e anaplasmose.
Linfócitos:
Linfocitose: em animais jovens é comum, pode ocorrer por alterações fisiológicas (medo, excitação, esforço), leucemia linfocítica ou linfossarcoma, vírus da imunodeficiência felina, estimulação antigênica prolongada, infecção crônica, hipersensibilidade, doenças auto imune, pós vacinação, hiperadrenocorticismo (síndrome de cushing), terapia com drogas, pós vacinal. Está normalmente associado a neutropenia. 
Linfopenia: efeito de esteroides (hiperadrenocorticismo), excesso de corticóides (exógeno, estresse), infecção viral sistêmica aguda (cinomose, parvovirose), infecção bacteriana severa, toxoplasmose, ehrlichiose, leishmaniose, neoplasias, inflamação crônica, quimioterapia, radiação, atrofia linfoide, demodicose generalizada. 
Grandes animais:
As particularidades principais são que em bovinos há proporcionalmente mais linfócitos do que neutrófilos, em bezerros há mais neutrófilos. O fibrinogênio é importante porque pode ser a única indicação de resposta inflamatória ativa. Nas doenças que ocorrem excessivo deposito de fibrinogênio tecidual sua concentração pode não ser elevada. Em bovinos o desvio à esquerda degenerativo é comum durante o estágio inicial de doenças infecciosas e inflamatórias agudas, sendo assim não pode ser considerado um sinal sério do prognóstico, a não ser se persistir por diversos dias. 
Liquido ruminal:
Importante análise pois permite verificar a sanidade do animal, o efeito de alterações dietéticas. Lembrar que o liquido pode se alterar conforme a dieta do animal.
Colheita: pode ser feita por sonda ou ruminocentese. Na sondagem pode-se contaminar a amostra com saliva, o que altera o resultado do exame (pH). Ruminocentese é o melhor método. A colheita por ruminocentese pode ser feita por punção na região do flanco esquerdo, na porção mais ventral do vazio.
PH: pH normal 6-7 (se elevar está alcalino, se reduzir está ácido).
Alterações na dieta alteram o pH ruminal, alimentos fonte de uréia (nitrogênio não proteíco) e carboidratos(milho) quando usados juntos fazem com que a uréia fique disponível mais rápido, aumentando o pH e levando a um quadro de alcalose. Alimentação rica em sacarose e fonte energética (milho), ocorre que a sacarose tem pico de disponibilidade mais rápido e acidifica o pH, levando a uma acidose.
PH elevado indica alcalose excesso de alimento proteíco, pH reduzido indica acidose por sobrecarga de grãos (carboidratos).
Cor: verde-oliva é considerado fisiológico, amarelado é indicativo de acidose ruminal, e preto-esverdeado de uma putrefação e alcalose.
Odor: aromático, ácido indica uma acidose (excesso de carboidratos, sobrecarga de grãos), pútrido ou amoniacal indicativo de ingesta de alimento estragado.
Consistência: viscosa é o padrão normal, muito viscosa indica contaminação salivar ou timpanismo espumoso, pouco viscosa indica inatividade prolongada ou jejum prolongado.
Potencial redox: oxido redução ou prova do azul de metileno.
Esta prova faz a determinação da atividade redutiva bacteriana, adiciona-se 0,5 ml de azul de metileno solução 0,03% em uma amostra de 10 ml do líquido ruminal testemunha (sem o corante) do mesmo animal. Mede-se o tempo transcorrido desde a adição do mesmo dentro do colorante até a degradação do mesmo dentro da amostra, até ficar igual com a amostra testemunha. Os tempos são interpretados da seguinte forma: microflora normal (3-6 min), indigestão simples (mais de 8 minutos), e acidose aguda (mais de 30 minutos)
Sedimentação e flutuação: A prova de sedimentação e flutuação consiste em deixar em repouso uma amostra do conteúdo do líquido ruminal e medir o tempo em que aparecem os eventos de sedimentação e flutuação. O tempo normal esperado é de 4 a 8 minutos, modificações nesse tempo podem estar relacionadas à anormalidades como ausência de flutuação na acidose, ou na indigestão simples.
Movimentos de protozoários: Para a avaliação dos protozoários, as características mais importantes a serem avaliadas são a densidade de população e a intensidade de movimentos destes microrganismos, pois por seu tamanho podem ser observados, inclusive a olho nu, em uma amostra recém coletada. A observação poderá ser feita de forma direta em um tubo de vidro ou em uma gota de líquido em uma lâmina com lamínula sob o microscópio óptico com o aumento de 100X.
Teor de cloretos: se estiver alto pode ser indicativo de mastite e deslocamento de abomaso.
Avaliação da função renal:
A avaliação da função renal é feita através da urinálise (exame físico, químico e de sedimento), e do bioquímico sérico (teste de função renal pela uréia e creatinina). Deve ser solicitado quando houver suspeita de problema renal, na bexiga, ureter. É um exame de triagem, tem baixo custo e boa relação custo x benefício, é uma avaliação segura e confiável dos rins, e permite diagnóstico de doenças do trato urinário superior (rins e ureteres) e inferior (bexiga e uretra).
Os rins tem muita importância na manutenção da homeostasia, atuam regulando o volume do liquido extracelular, regulam a concentração, equilíbrio acido básico, regulam a pressão arterial, tem função endócrina (síntese da forma ativa da vitamina D), síntese de eritropoietina, atuam na gliconeogênese e excretam metabolitos, além de formar a urina.
O néfron é a unidade funcional do rim, sua função é filtrar o plasma sanguíneo, depurando substâncias indesejáveis como produtos finais do metabolismo proteico (uréia), muscular (creatinina), ácido úrico e uratos. Importante lembrar das atividades de absorção e reabsorção, pois alterações na urinálise podem ocorrer por problemas nos segmentos, por exemplo se houver glicosúria é indicativo que não está ocorrendo absorção e pode ter um problema renal. Se aumentar o nível de P na urina indica que o animal está excretando mais, deve ter hipocalemia.
Manifestações clínicas: 
Polaciúria: aumento da frequência de micção.
Disúria: dificuldade para urinar.
Estrangúria: esforço para urinar.
Hematúria: presença de sangue na urina
Proteinúria: proteína na urina.
Poliúria/polidipsia
Azotemia: aumento de uréia e creatinina, pode ser:
pré renal: aumenta o nível sérico de uréia mas o rim está normal, ex desidratação.
renal: doença renal crônica.
pós renal: animal não urina, acumula urina e uréia.
Uremia: anormalidades laboratoriais + SC.
Colheita da urina: deve-se colher 5 ml no minimo, 10 ml é o ideal.
Micção natural: colhida em frasco de vidro, desprezar primeiros jatos, é indicado principalmente para grandes animais, ou quando se tem dificuldade para sondar ou fazer cistocentese. É contraindicado devido alterações que podem ocorrer por contaminação, debris, muco etc.
Cateterização uretral: utilizar sonda uretral estéril, colheita é rápida, em fêmeas o procedimento é mais complicado, deve ser feita boa assepsia para evitar contaminação iatrogênica, e cuidar para não causar trauma. Não se deve utilizar lubrificantes pois afeta o exame.
Cistocentese: é fácil, de baixo custo, deve ser feita com a bexiga repleta e palpável. É contra indicado em fêmeas com piometra. Evita contaminação e é o método de escolha para urocultura e antibiograma. Utilizar uma agulha 30x7.
Armazenamento da amostra:
Deve ser feito em um frasco de vidro, limpo, ou na seringa, se for para urocultura e antibiograma o frasco deve ser estéril. Deve ser identificada a mostra e deve estar junto com a requisição. A amostra deve ser processada imediatamente após a colheita, mas pode ser refrigerada por até 4h a 2-4ºC para evitar crescimento bacteriano, porém é contra indicado devido o aumento da densidade urinária, e pela precipitação de cristais.
Urinálise:
Exame físico:
Volume: ml recebido no laboratório.
Cor: 
Incolor
Amarelo pálido - amarelo claro - palha: indicativo de urina diluída, poliúria.
Amarelo: normal, padrão fisiológico.
Amarelo escuro à âmbar : densidade alta, urina concentrada, oligúria, desidratação.
Rosa à vermelho: hemoglobinúria, mioglobinúria, hemorragias.
Castanho, castanho escuro à preto acastanhado:hemoglobinúria, mioglobinúria, bilirrubinúria.
Amarelado esverdeado: pode ser devido alterações por antisséptico urinário.
Rosa amarelado
Odor:
Suis generis: aliáceo (carnívoros) e aromático (herbívoros e ruminantes).
Pútrido: indicativo de necrose.
Amoniacal: indicativo de infecção bacteriana.
Adocicado/cetônico: indicativo de diabetes e cetose.
Aspecto: 
Límpido: normal.
Turvo: devido muco do trato genital, bactérias, leucócitos, hemácias e células de descamação. Em equinos é normal estar turvo (muco e cristais de carbonato de cálcio).
Densidade:
Avalia a capacidade de concentração e diluição dos túbulos renais, a secreção de solutos e reabsorção de água. É um método rápido, simples e barato, utiliza o refratômero. Pode estar: Aumentada (urina concentrada): pode ocorrer devido desidratação ou diabetes mellitus.
Diminuída (urina diluída): pode ocorrer por fluidoterapia, diabetes mellitus e diabetes insipidus.
	ESPÉCIE
	DENSIDADE MÉDIA E LIMITES
	gatos
	1030 (1020-1040)
	cães
	1025 (1016-1060)
	bovinos
	1032 (1030-1045)
	ovinos e carpinos
	1030 (1015-1045)
	suíno
	1012 (1010-1050)
	equinos
	1014 (1025-1060)
Classificação da urina de acordo com a densidade:
Hipostenúria: diluída, densidade menor ou igual a 1007.
Isostenúria: densidade igual ao plasma, densidade de 1008 a 1012, 1017.
Hiperestenúria: concentrada, densidade acima de 1030 para cães e 1035 para gatos.
A redução da densidade pode ocorrer devido a poliúria não patológica quando o animal aumenta sua ingestão de água, utiliza terapia diurética, ou há administração de ACTH/corticóides. Ou pode ser patológica devido a diabetes mellitus e insipidus, insuficiência renal aguda e crônica, hipoplasia renal, pielonefrite, piometra, hepatopatias e hiperadrenocorticismo.
O aumento da densidade pode ocorrer por oligúria, que pode ser não patológica quando ocorre redução da ingestão de água, quando há hiperventilação, temperatura elevada, alta atividade física. Ou patológicapor desidratação por perda e febre.
Exame químico:
Realizado com fitas ou tiras reagentes para humanos, porém a utilização é limitada (não se avalia nitritos,sais biliares, leucócitos e densidade urinária com as tiras). As tiras avaliam:
PH:
Normal: é ácido (5,5 - 7,0) para cães e gatos, e alcalino (7,5 - 8,5) para herbívoros. Em bezerros o pH é ácido lactente devido a alimentação.
Em doenças a acidez pode indicar infecção bacteriana por E. coli, e alcalinidade por Pseudomonas.
Proteínas (mg/dl):
Albumina: negativo ou traços é normal.
Cruzes são alterações, + (30 mg/dl), ++ (100mg/dl), +++ (500mg/dl). 
Proteinúria fisiológica: causada por febre, transfusão de substitutos do sangue e uso de anestésicos, ingestão excessiva de proteínas, exercícios excessivos.
Proteinúria patológica:
-Origem pré renal, por doença primária não renal, como na hemoglobinúria e mioglobinúria. 
-Origem renal, por aumento da permeabilidade capilar, por doença tubular com perda funcional, ou presença de sangue ou exsudato inflamatório renal, como na nefrose, nefropatia por perda de proteína, glomerulonefrite, neoplasias, hipoplasias, e pielonefrite.
-Origem pós renal, por infecções no trato urinário inferior, hematúria pós renal, obstrução por cálculos (urolítiases), como na pielite, ureterite, cistite, vaginite, e postite.
Na interpretação considerar a densidade urinária, se o animal está hidratado ou desidratado e os achados do sedimento urinário, principalmente hemácias.
Caso seja necessário pode fazer bioquímico sérico para confirmar.
Glicose (mg/dl): 
Normal é ausente.
Glicosúria pode ocorrer devido: hiperglicemia (onde aumenta o limiar de absorção tubular renal), por estresse em bovinos e gatos, pós prandial, pós fluidoterapia com glicose, em casos de diabetes mellitus, e em caso de lesão tubular (síndrome de Fanconi).
Pode ocorrer falso positivo pelo uso de morfina, salicilatos e antibióticos como estreptomicina, tetraciclina e cloranfenicol. Pode se lançar mão de bioquímico sérico também.
Acetona ou corpos cetônicos:
Normal é negativo.
Cetoacidemia ou cetonúria é a produção excessiva, ocorre por distúrbio no metabolismo de gorduras devido a falta de um carboidrato para oxidação, pode ser devido a caquexia, diabetes mellitus (cetoacidose diabética), toxemia da prenhez em ovelhas, e cetose em vacas.
Bilirrubina:
Normal é negativo. 
Se estiver presente pode indicar doença hepática como neoplasia hepática, leptospirose, obstrução dos ductos biliares e HIC. Considerar a densidade urinária.
Urobilinogênio:
Normal é normal.
É um cromógeno formado no intestino através da redução bacteriana da bilirrubina.
Ausência: pode ocorrer por obstrução dos ductos biliares, antibioticoterapia, e distúrbios intestinais.
Aumento: pensar em hepatite, cirrose hepática, e hemólise (icterícia).
Sangue oculto:
Normal é negativo.
Pode ocorrer por hematúria ou hemoglobinúria, para saber centrifuga. 
Se for hematúria a urina fica límpida no sobrenadante, indica hemorragia do trato urinário, cistite, ou estro.
Se for hemoglobinúria o sobrenadante fica avermelhado, pode indicar leptospirose, intoxicação por mercúrio ou cobre, transfusão com incompatibilidade sanguínea e AIE.
Para diferenciar hemoglobinúria de mioglobinúria deve-se pesquisar mioglobina na urina, mioglobina na urina ocorre por acidente botrópico, e na mioglobinúria paralítica equina.
Sais biliares:
Normal é negativo, se realiza pela flor de enxofre que verifica a tensão superficial da urina, não usa a tira. Se der positivo indica doença hepática.
Exame de sedimento:
Interpretar comparando com a densidade urinária.
A quantificação de celulas por campo deve ser feita da seguinte forma:
Ausentes,1 a 3, 3 a 5, 5 a 10…
10 a 50 cels, de 5 em 5 (ex: 20 a 25)
50 a 200 cels, de 25 em 25 (ex: 75 a 100)
200 em diante, de 50 e m 50 (ex 250 a 300)
Campo cheio (quando for incontável/sobreposta)
A quantificação de cilindros bactérias, cristais, espermatozoides e muco deve ser feita:
raros, + , ++, +++.
Celulas epiteliais:
Normal é ausente ou raras. Mais de 5 celulas por campo indica lesão.
Celulas transicionais: 
Renais: indicam degeneração tubular aguda, intoxicação renal, isquemia, e inflamação.
Pelve: pielite e pielonefrite.
Uretrais: uretrite, cateterização excessiva.
Celulas descamativas: vaginais
Celulas neoplásicas.
Cristais:
Variam conforme a dieta, pH urinário.
Deve-se fazer a identificação.
	PH ALCALINO
	PH ÁCIDO
	fosfato triplo
	urato amorfo
	fosfato amorfo
	oxalato de cálcio
	carbonato de cálcio
	ácido hipúrico
	urato de amônio
	cistina (raro)
Cilindros:
Normal é raro ou ausente.
Não se formam em densidade baixa ou pH alcalino.
Podem ser hialinos, hemático ou eritrocitário, leucocitário, granuloso ou céreos.
Hialino: muco+proteína, associado a proteinúria, febre, congestão e doença renal.
Hemático: muco+hemácias, associado a hemorragia glomerular e tubular, glomerulonefrite aguda, nefropatia crônica.
Leucocitário: muco+leucócitos, associado a inflamação renal, pielonefrites e abcessos renais.
Epiteliais: muco+cels epiteliais, inflamações renais.
Granuloso: degeneração tubular, necrose de celulas tubulares.
Céreos: devido a grande permanência tubular, na fase final da degeneração tubular e em lesão tubular crônica.
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METABOLISMO LIPÍDEOS RUMINANTES:
BHBA: corpo cetônico marcador da lipólise.
Em jejum ocorre redução da produção de ácidos graxos voláteis e há redução da conversão do ácido butírico em BHBA pela parede ruminal, então mesmo que o animal em jejum tenha aumento do BHBA pela lipólise o resultado pode ser falso negativo pela redução da produção ruminal. É mensurado na urina e no sangue.
NEFA: acido graxo não esterificado marcador da lipólise, mais sensível. Aferido no sangue somente, mais confiável porque não sofre interferência pela fermentação.
Bioquímico sérico/Função renal:
Ureia: sintetizada no fígado a partir dos precursores da amônia, é excretada via renal, porém equinos e ruminantes podem excretar nas fezes também, sendo que os bovinos podem reciclar a uréia como fonte de energia pela saliva. ⇑ uréia = ⇓ TFG.
Causas aumento: alimentação hiperproteíca, aumento produção de uréia, hemorragia trato gastrointestinal.
Causas redução: insuficiência hepática grave e shunt (junto com doença renal pode dar resultado normal)
Uremia pode ser:
Pré renal: pela redução da TFG, desidratação grave, e choque.
Renal: doença renal (poliúria=desidrata=azotemia)
Pós renal: obstrução total ou parcial.
Extra renal: aumento da síntese na hemorragia TGI e ingestão de proteínas, na febre, trauma e uso de corticóides.
Creatinina: se forma a partir da conversão da creatina muscular, usada como marcador da filtração glomerular e da rhabdomiolise. Proporcional a massa muscular, não aumenta pelo catabolismo e tem pouca interferência externa, sendo um bom marcador. Na rhabdomiolise observa-se aumento da creatinina e ureia permanece normal, há mioglobinúria também.
Causas do aumento: doença renal com redução da TFG, obstrução pós renal, e dieta rica em carne vermelha cozida.
Concentração sérica de uréia e creatinina aumenta = azotemia
Concentração sérica superior a valor na urina = uremia *presença de SC
Bioquímico sérico/Função hepática:
ALT: no citoplasma dos hepatócitos e músculos, em cães e gatos é hepato-especifica para lesão hepática.
Causas do aumento: medicamentos hepatotóxicos (glicocorticoides, halotanos, fenobarbitol), HAC, hipóxia, inflamação, toxinas e neoplasias, pode aumentar devido a pancreatite, 
AST: presente em hepatócitos e celulas musculares, em cães e gatos é menos sensível, para equinos e bovinos é o teste de escolha.
Para pequenos:
ALT>>>AST = lesão hepática
ALT<<<AST = lesão muscular (CK elevado)
Para grandes:
AST↑ e CK normal = lesão hepática
AST↑ e CK aumentado = lesão muscular ou ambas.
**LDH: lactatodesidrogenase, enzima que cataliza a reação irreversível do piruvato em lactato na glicólise muscular anaeróbica durante exercícios intensos, indicativa de lesão muscular.
FA: síntese nos osteoblastos e hepatócitos.
Causas do aumento: crescimento ósseo em filhotes, osteossarcoma, colestase, neoplasia hepática, corticóides, diabetes melito, colangite e anticonvulsionantes.
GGT: gatos, e grandes é mais sensível que a FA.
Causas do aumento: colestase, colostragem em bezerros, colangite.
Albumina: 
Hipoalbunemia: por falha na ingestão em cães desnutridos, falha na absorção na síndrome da má absorção, falha na síntese, e perda proteica em doenças renais. Comum em cães com hepatopatia crônica, a hipoalbunemia leva a ascite. É incomum em equinos.
Globulinas: produzidas pelo tecido linfóide e hepático.
Hipoglobulinemia: redução da síntese na doença hepática.
Hiperglobulinemia: hepatite, inflamação, hepatopatias.
Proteína total sérica: albumina + globulina, em equilíbrio.
Hipoproteinemia: falha ingestão, falha na absorção, falha na síntese, e perda proteica.
Hiperproteinemia: desidratação.
Uréia: sintetizada a partir da amônia.
Redução: insuficiência hepática, reduz o nível sérico de uréia aumentando a amônia, que pode levar a uma encefalopatia hepática uremica.
Glicose: é sintetizada no fígado pela gliconeogênese e liberada pela glicogenólise.
Hipoglicemia: na insuficiência hepática, redução da absorção da glicose pós prandial.
Hiperglicemia: na insuficiência hepática, redução da gliconeogênese e glicogenólise.
Colesterol:
Hipocolesterolemia: devido a redução da síntese hepática.
Hipercolesterolemia: colestase e redução da excreção biliar do colesterol, na diabetes melito, hipotiroidismo e pancreatite.
Na insuficiência hepática com pancreatite pode estar normal devido a balanço.
Fatores de coagulação: colestase reduz a absorção da vitamina K afetando a produção dos fatores de coagulação, na insuficiência hepática há aumento do TP e TTPA.
Bilirrubina: subproduto do metabolismo da hemoglobina.
Hiperbilirrubinemia: aumento da produção ou redução da eliminação. SC de icterícia.
Icterícia pré hepática: soro avermelhado, fezes e urina escura, aumento BI ñ conjugada, redução VG ou ht, aumento do urobilinogênio
Devido hemólise, pode ter causa infecciosa (anaplasmose, mycoplasma, leptospirose, AIE) e não infecciosa (intoxicação por chumbo ou cobre, acidente ofídico etc)
Icterícia hepática: soro ictérico, urina escura e fezes normal, aumento BD direta, BI normal, aumento do urobilinogênio.
Doença hepática, tóxica (aflatoxinas, e componentes fenóticos), e infecciosa (pif, felv e leptospirose), metastáses, DM, HAC.
Pós hepática: soro ictérico, urina escura e fezes acólicas, BD conjugada aumentada, sem urobilinogênio. Devido colestase, carcinomas, linfoma, neoplasias etc.
Ácidos biliares:indicador de distúrbios hepatobiliares.
Causas do aumento: shunt portossistemico, diminuição da absorção pelos hepatócitos devido a hepatite, redução da excreção por colestase, colangite, lipidose e obstruções.
Amônia: relacionada a hepatopatias, por redução do nível de uréia. Exame difícil de realizar mais fácil avaliar através dos ácidos biliares. Presença de cristais de urato de amônio na urinálise são indicativos de shunt.
Causas do aumento: shunt portossistemico
Bioquímico sérico/Função pancreática:
Amilase sérica: digestão de amidos, aumento acima de 3x o valor normal indica lesão.
Aumento: lesão pancreática, pancreatite, obstrução do ducto pancreático, doenças gastrointestinal, insuficiência renal (azotemia pré ou pós renal), e neoplasias.
Lipase: metabolismo de lipídeos, aumento acima de 2x lesão hepática.
Aumento: lesão pancreática, obstrução, insuficiência renal, doença hepática, corticóides, doença gastrointestinal e neoplasias.
Ambos são marcadores da pancreatite aguda.
Liquido peritonial > sérico = lesão pancreática.
Na IPE há produção insuficiente de enzimas causando má digestão. Há redução da tripsina, lipase e amilase, e distúrbio de má absorção. (testes da tripsina fecal na prova do filme de raio x e na prova da gelatina, e teste da absorção de gordura).
Insulina: controle da glicemia, efeito hipoglicemiante, deficiência da secreção associada a diabetes mellitus. Em vacas a glandula mamária e o feto tem resistência a insulina, o aumento da glicemia afeta o tubulo contorcido proximal alterando a permeabilidade e aumentando a excreção de Ca e Mg e a retenção de P, fazendo com que o animal tenha uma predisposição a hipocalcemia pós parto.
Glucagon: efeito hiperglicemiante.
Glicose: hiperglicemia no diagnóstico de diabetes mellitus pode ter glicosúria se o limiar de reabsorção tubular renal for extrapolado e cetonúria, e na pancreatite. 
Frutosamina: glicose ligada a albumina e outras proteínas permanentemente.
Valor representa o nível de glicose de 7 a 14 dias anteriores, boa para diferenciar hiperglicemia diabética e de estresse.
Hemoglobina glicosilada: reação irreversível entre glicose e hemoglobina, representa o nível de 100 dias anteriores.
Líquidos cavitários:
Pode ocorrer formação de líquidos cavitários devido a uma redução da pressão oncótica, aumento da pressão hidrostática, ambas, obstrução linfática, aumento da permeabilidade do endotélio capilar, ruptura de vasos e vísceras, e combinações diversas.
Localização: 
Cavidade peritonial: hidroperitônio, hemoperitônio, uroperitônio, quiloperitônio, e bileperitônio.
Cavidade torácica: hidrotórax, hemotórax, e quilotórax.
Cavidade articular: hidroartrose e hemoartrose.
Saco pericárdico: hidropericárdio e hemopericardio.
Bolsa escrotal: hidrocele e hematocele.
Intersticial: anassarca ou edema.
Colheita: Abdominocentese (5 cm a direita da cicatriz umbilical em bovinos, cuidar com bezerros e o abomaso, em equinos fazer sobre a linha alba 10 cm apos a apófise xifóide mai ventral), toracocentese (7 a 8º EIC) e pericardiocentese (5 a 6º).
Tipos de efusões:
Quilo: derivado da linfa, rico em triglicerídeos e linfócitos é solúvel em éter, aspecto leitoso, causado devido ruptura ou obstrução linfática, neoplasias e idiopática.
Pseudoquilo: debris celulares, rico em colesterol.
Efusão hemorrágica: coloração mais escurecida.
Efusão neoplásica: linfomas, adenocarcinomas, sarcomas etc.
Exsutado
	
	TRANSUDATO
	TRANSUDATO MODIFICADO
	EXSUDATO
	ASPECTO
	límpido
	turvo
	turvo
	PH
	alcalino
	alcalino a acido
	acido
	DENSIDADE
	<1017
	1017 a 1025
	>1025
	PROTEÍNAS
	<2,5
	2,5 a 7,5
	>3,0
	CÉLULAS
	<1500
	1500 a 7000
	>7000
	CÉLULAS
	mononucleares e mesoteliais
	linfócitos, monócitos, hemácias e mesoteliais
	neutrófilos, macrófago e mesoteliais.
	CAUSAS
	redução da pressão oncótica na hipoalbunemia por verminose, desnutrição, IH, síndrome má basroção e glomerulonefrite.
	aumento da pressão hidrostática, por cardiopatias, neoplasias, uroperitônio, torção de órgãos, pif e coagulopatias.
	não séptico: inflamação, vasculite, pancreatite, pif e neoplasia.
séptico: com neutrofilos, contaminação externa.
	
	
	
	
Liquor:
Coleta: cisterna cerebro-medular, atlanto-occiptal, cisterna lombar (L5-L6 p/ cães e L6-L7 para grandes) e cisterna lombo-sacra para grandes.
Exame físico: incolor, inodoro, límpido, densidade 1003 a 1007, e não coagulável.
Exame químico: 
Ph: alcalino 8,0
Proteínas: 20-40, equinos 100-120 (alteração relacionada a encefalites, meningites, doença vascular, convulsões, colheita, fratura, e trauma.
Pandy: normal é negativo (alteração meningite bacteriana, esclerose múltipla e meningoencefalite).
Glicose: normal é ⅔ glicemia (hiperglicorraquia por neoplasias ou hiperglicemia, e hipoglicorraquia por hipoglicemia, meningite bacteriana, hemorragia).
Exame citológico:
Hemácias ausentes
Células nucleadas 0-8 normal, alteração pleocitose.
Pleocitose: trauma, inflamação, neoplasias, autoimune.
Linfoplasmocítica: infecção viral e meningoencefalite granulomatosa.
Macrofágos: processos patológicostardios.
Neutrofílica: processo inflamatório
Cels neoplásicas: linfoma, neoplasias e metastáses.
Pode pedir citologia, microbiológico e sorologia.
Ana Barth - 5º semestre

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